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Gestão da Informação W B A 00 55 _v 1_ 1 2/142 Gestão da Informação Autor: Tadeu Cruz Como citar este documento: CRUZ, Tadeu. Gestão da Informação. Valinhos, 2015. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos 04 Unidade 2: Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I 35 Unidade 3: Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II 66 Unidade 4: Tecnologias Emergentes Orientadas aos Processos de Negócio 97 2/142 3/142 Apresentação da Disciplina Introdução à Gerência do Conhecimento. Implantação de Tecnologia da Informação (TI). Inserção da Tecnologia da Informação na estratégia empresarial. Tecnologia da Informação na construção na Vantagem Competitiva. Áreas de conhecimento com BPM. Mapeamento e Modelagem de Processos de Negócios. Introdução a SOA, Conceitos de Serviços, Modelo de Governança de SOA. Nesta disciplina, será estudada a gestão da informação sob outro prisma, o da Gerência do Conhecimento e seus três tipos de uso: o estratégico, o uso operacional e o uso emocional. Aliás, todos os temas que aqui serão apresentados o serão com um viés diferente do que a maioria dos cursos sobre TI e seus componentes e elementos estão acostumados a apresentar. Esta disciplina faz parte do curso Gestão em Tecnologia da Informação. Boa disciplina! Boas aulas! 4/142 Unidade 1 Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos Objetivos 1. Apresentar a Gestão da Informação no Contexto mais Amplo da Gerência do Conhecimento. Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos5/142 1. Introdução Creio que devam existir dois tipos de preocupações inerentes à implantação da Gerência do Conhecimento, tão em voga atualmente em todos os seguimentos da sociedade. Infelizmente, os dois tipos têm sido discutidos de forma quase que exacerbada pelos que os defendem, quando se preocupam em atacar as posições contrarias às suas, mais do que em defendê-las propriamente. Um tipo de preocupação está ligado à forma da Gerência do Conhecimento e dentro deste tipo estão todas as Tecnologias da Informação que estão sendo vendidas com poderes mágicos para tal. O outro tipo está ligado aos processos que deverão gerar conteúdo, além do próprio conteúdo em si mesmo, e creio ser este muito mais importante, e até mesmo interessante da Gerência do Conhecimento. Tenho transitado entre os dois extremos da questão, forma e conteúdo, com relativa facilidade, sem deixar-me levar pelas paixões, nem ser influenciado por ideias pré-concebidas, assumidas de forma irracional. O meu interesse principal na questão KM (Knowledge Management ou Gerência do Conhecimento) não se restringe ao emprego das novas tecnologias para a gestão do conhecimento, mesmo porque coloco tecnologias como agentes que têm papel secundário na sociedade e não como agentes principais. O principal foco de atenção deve fazer com que sejam desenvolvidos mecanismos que Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos6/142 possibilitem o uso eficiente de tais tecnologias para que as pessoas, estas sim o motivo principal da gestão do conhecimento, possam se beneficiar delas. Por experiência na área de Tecnologias da Informação aprende-se que: a) A indústria de TI sobrevive muito mais pela reciclagem de ideias e tecnologias antigas (vide, por exemplo, a tecnologia com que os processadores são fabricados ainda hoje) que pela criação de substanciais novas ideias, mas aprendi também, b) Que se não fosse pela existência desta mesma indústria a sociedade já teria voltado a ser uma economia pré-industrial. Em outras palavras, se a economia global já está difícil com a disseminação da informática imagine então sem ela. Todos voltariam a ser artesãos. Entretanto, é preciso lembrar sempre que: 1. Todo conhecimento adquirido terá dois mommentums: o útil e o histórico. Na área de TI, por exemplo, o mommentums útil é extremamente efêmero, por culpa do caráter efêmero das tecnologias. 2. O conhecimento adquirido tem, assim como os alimentos, os medicamentos e outros produtos, um prazo de validade, que deve ser respeitado sob pena de causar “desarranjos” graves às organizações. Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos7/142 Pelas razões expostas acima, creio que no escopo da Gerência do Conhecimento devem estar os motivos para a busca e o uso do conhecimento que se necessita adquirir. Não há sentido acumular-se conhecimento sem consequentemente usá-lo, sob pena de perder o momentum para o qual este mesmo conhecimento teria sido útil. 2. Gerência do Conhecimento para quê? Um participante, de um dos inúmeros grupos de discussão sobre Gerência do Conhecimento, enviou um e-mail dizendo basicamente o seguinte: Um professor alemão alertava a todos, por meio dos seus artigos, que KM não passava de mais uma das inúmeras buzzword que a área de TI inventa de tempos em tempos para sobreviver à custa dos incautos e daqueles que gostam de ser enganados. Basicamente o que o professor disse é que Gerência do Conhecimento é pura invencionice e que só uma parte dela tinha possibilidade de ser implantada. E esta parte chama-se e-learning. Para mim, afirmações deste tipo, principalmente sobre objetos da área de TI, demonstram preconceito ou estão calcadas sobre interesses comerciais. Principalmente, se não houver como se provar os prós e os contras envolvidos em tais afirmações. Não se afirma que nunca incorra neste tipo de erro, mas é Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos8/142 é outro que acha que KM resume-se a tecnologias.” Daí para frente surgiram, no grupo de discussão, e-mails prós e contras à posição do professor. O professor estava equivocado (será que propositalmente?). 3. Organizações podem atuar como Cérebros? Bem, esta é a pergunta que precisa ser respondida para substanciar a atual tendência de gerenciar o conhecimento. Para tanto, é necessário se concentrar em achar os pontos de convergência e de divergência entre as organizações flexíveis, suportadas pela Gerência do Conhecimento e o cérebro, reforçando os pontos positivos e eliminando, ou pelo necessário policiar se para não cometê- lo, principalmente se o objeto de discussão envolve disciplinas variadas e complexas, como é o caso da Gerência do Conhecimento. Mas, voltando ao professor alemão, depois de algum tempo recebi outro e-mail, de outro participante que, a guisa de responder ao e-mail anterior, dizia mais ou menos o seguinte: “Conheço este professor. Ele é responsável por um software de análise e modelagem de processos e por algum tempo a empresa dele tentou empurrar o mesmo com a roupagem de KM. Como não conseguiu passou a falar mal da gerência do conhecimento. Não me surpreenderia se daqui a algum tempo ele passasse a falar mal também do e-learning. Este professor Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos9/142 menos atenuando, os pontos negativos. Como orientação eis aqui algumas questões sobre as quais se deve refletir e, ao respondê-las, também responder à pergunta que dá título a este parágrafo. Estas questões estão relacionadas à cultura, saúde e estrutura das organizações. Figura 1.1: Estrutura geral gerência do conhecimento. Zona de Risco VISÃO VALORES MISSÃO OBJETIVOS METAS PLANO OPERACIONAL CULTURA ORGANIZACIONAL INFLUÊNCIAS EXTERNOS •Governos •Acionistas •ONG’s •Mercado •Clientes •Concorrentes •Tecnologias •Clima Pl an ej am en to E st ra té gi co INFLUÊNCIAS DIRETAS INFLUÊNCIAS INDIRETAS INFLUÊNCIAS INDIRETAS IN FL U ÊN CI AS DI RE TA S Tadeu Cruz, 2007 Figura 1.1: Estrutura geral gerência do conhecimento. Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos10/142 Qual é a cultura vigente na organização? Se quiserimplantar Gerência do Conhecimento é preciso pensar em Para saber mais Desenhar e analisar Processos de Negócio de qualquer tipo. Com ele é possível fazer inúmeras simulações e obter informações como custo de cada atividade do processo que está sendo analisado, custo total do processo, tempo de processamento de cada atividade, tempo total de cada uma delas, tempo de processamento e total do processo como um todo, entre tantas outras informações úteis para quem trabalha com melhoria de processos. soluções simples. A primeira providência é entender a cultura organizacional vigente na organização. Ou seja, é possível dividir a cultura organizacional em dois tipos distintos: o ocidental e o oriental. A rigor muitos a dividem desta forma. Ambos são diametralmente opostos. A cultura organizacional ocidental difere em todos os aspectos da cultura organizacional oriental. A ocidental é individualista, a oriental é coletivista. A ocidental premia a realização individual, a oriental reconhece o valor das realizações individuais no grupo como um todo. A cultura ocidental busca a perfeição pela representação exterior do individuo e a oriental pela harmonia entre o que está dentro e o que está fora de cada um e da própria organização. Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos11/142 É extremamente sintomático que em muitos restaurantes japoneses, no Japão, não sejam admitidos ocidentais para comerem sashimi. Sabe por quê? Porque os japoneses respeitam e reverenciam quase religiosamente o peixe que estão ingerindo. Coisa que os ocidentais imediatistas jamais se preocupariam em fazer, preferindo degustá-lo pelo prazer. Veja como exemplo a criação dos planos estratégicos e operacionais nas empresas ocidentais e nas empresas orientais, para entender melhor o que significa uma cultura voltada à aprendizagem. Os objetivos para a sociedade ocidental devem ser firmes, rápidos e claramente estabelecidos para que todos os conheçam e busquem alcançá-los imediatamente após tomarem conhecimento deles, não importando quem ou quais mecanismos os tenham criado. Já na visão oriental, principalmente a japonesa, os objetivos emergem de um processo de autoconhecimento coletivo; do conhecimento da organização sobre a organização e do entendimento que ela, organização, produz sobre como ela está operando e de como deveria operar. Nas empresas japonesas, qualquer objetivo só passa a valer como tal após ter sido discutido dentro da esfera de competência para fazê-lo e consequentemente assumi- lo, o que implica na sua natural assunção por todo o grupo, isto é, por cada um que fez parte da esfera de competência que o discutiu. O ritual japonês do Ringi é um Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos12/142 mecanismo de discussão pelo qual se toma uma decisão coletiva. Este processo faz com que qualquer documento sobre qualquer tipo de política organizacional passe de gerente para gerente antes da sua aprovação. Dentro deste mecanismo todos se sentem confortáveis em concordar ou discordar de qualquer ideia apresentada durante a fase de discussão, pois a rigor as ideias, uma vez no papel, passam a ser propriedade do grupo e a concordância ou discordância com elas não assume conotação pessoal, como nas empresas ocidentais. Você pode estar pensando, que exemplo mais sem sentido para Gerência do Conhecimento. Mas o exemplo é pertinente. A Gerência do Conhecimento deve ser criada sobre fundamentos simples e sólidos, sob pena de não suportarem o peso da responsabilidade atribuída a ela por meio de expectativas muitas vezes exageradas. Em outras palavras, deve- se entender e aceitar que Gerência do Link Artigo que faz uma revisão do tema gestão do conhecimento e suas inter-relações com outras disciplinas, avaliando algumas de suas definições. Disponível em: <http:// bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/ article/viewFile/7656/6201>. Acesso em: 6 out. 2014. http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/viewFile/7656/6201 http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/viewFile/7656/6201 http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/viewFile/7656/6201 Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos13/142 Conhecimento não é algo nem espetacular e muito menos novo. Talvez as atuais Tecnologias da Informação, desenvolvidas para suportar KM tenham dado a entender que assim o seja. Se as organizações não conseguem deixar de dar ênfase à individualidade como então pretendem capturar, armazenar, distribuir e gerar mais conhecimento? Capturar, armazenar, distribuir e gerar conhecimento não são verbos que possam, nem muito menos devam, ser conjugados sob a ótica do comportamento individualista. ou Knowledge Management (KM), é composta por metodologias e tecnologias cuja finalidade é criar condições para Identificar, Capturar, Integrar, Guardar, Disponibilizar, Recuperar, Compartilhar e Publicar CONHECIMENTO existente em qualquer tipo de Organização. GERÊNCIA DO CONHECIMENTO Figura 1.2: Gerência do conhecimento. Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos14/142 Há algum tempo, um educador adotou como lema para todos os projetos que desenvolvia na comunidade o bordão: “eu não, Nós (sic)”. É o tipo de lema que incomoda o ocidental e que passa Link Artigo sobre a gestão do conhecimento organizacional que apresenta uma ferramenta de suporte tecnológico necessária para a implantação de uma estratégia de Gestão do Conhecimento. Universidade Federal de Campina Grande. Disponível em: <http:// www.clicpersonal.com.br/ppa/assets/ download/Introd_Gestao_Conhecimento_ Organizacional.pdf>. Acesso em: 6 out. 2014. despercebido pelo oriental por já tê-lo, culturalmente, adotado. É, também, o tipo de lema que deveria servir para motivar as pessoas num programa de gerenciamento do conhecimento, a fim de possibilitar a inclusão de todos. Conclusão: as empresas ocidentais têm enfrentado grandes dificuldades para implantar a Gerência do Conhecimento e estas dificuldades estão associadas, principalmente, à dicotomia entre a teoria e a prática. O “estilo de vida” (way of life) apregoado pelas empresas ocidentais como filosofia de trabalho, modus vivendi, a rigor não existe, ou pelo menos não da forma como apregoam os manuais corporativos de tais empresas. http://www.clicpersonal.com.br/ppa/assets/download/Introd_Gestao_Conhecimento_Organizacional.pdf http://www.clicpersonal.com.br/ppa/assets/download/Introd_Gestao_Conhecimento_Organizacional.pdf http://www.clicpersonal.com.br/ppa/assets/download/Introd_Gestao_Conhecimento_Organizacional.pdf http://www.clicpersonal.com.br/ppa/assets/download/Introd_Gestao_Conhecimento_Organizacional.pdf Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos15/142 De novo lembro-me de um acontecimento recente numa empresa americana, que se vangloria em ser do tipo “portas abertas”. Um gerente foi demitido simplesmente porque não concordou em “achar a roupa nova do rei bonita”, como no conto Vendo a roupa nova do rei, decidiu dizer-lhe que sua majestade estava na verdade nu. Existe um ceticismo quanto aos programas de energização, conhecidos como empowerment, que não levam em conta a cultura organizacional e o seu modus operandi. Sem cultura adequada ao compartilhamento do conhecimento não haverá como implantar a Gerência do Conhecimento. Como anda a saúde da organização? Antes de estrategicamente pensar em implantar a Gerência do Conhecimento é preciso medir a temperatura da organização a fim de detectar se há ou não alguma febre e consequente infecção em andamento. Ninguém em sã consciência deve esperar que um projeto para identificar, capturar, armazenar e distribuir conhecimento possa ser iniciado numa organização que, por exemplo, acaba de perder o seu principal cliente, aquele responsável por 70% do faturamento.Num momento a empresa ganha 100 e, no momento seguinte, ganha somente 30. Obviamente, neste momento, essa empresa está enferma e, com grandes cortes de pessoal, consequentemente ninguém terá condições de pensar em organizar nada que não seja o próprio caminho da sobrevivência. Entretanto, não Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos16/142 é somente em momentos de crise extrema, que a saúde da organização vai mal. Existem vários sintomas que explicitam os efeitos de várias doenças organizacionais que impedem ou atrasam a implantação da Gerência do Conhecimento. Segundo Morgan, uma vez que as causas tenham sido identificadas é preciso reorientar o enfoque organizacional para a aprendizagem por meio da discussão estratégica e objetiva de pelo menos quatro princípios. 1º Encorajar e valorizar abertura e flexibilidade que aceitem erros e incertezas como um aspecto inevitável da vida em ambientes complexos e mutáveis. 2º Encorajar um enfoque de análise e solução de problemas complexos que reconheça a importância de explorar diferentes pontos de vista. 3º Evitar imposição de estruturas de ação em ambientes organizacionais. 4º Criar estruturas e processos organizacionais que ajudem a implantar os princípios anteriores. Simplificando a abordagem e adotando uma estratégia objetiva e prática é possível trazer a qualquer organização os benefícios da postura voltada ao aprender. Preste atenção na simplicidade e na objetividade de um programa que vise gerenciar conhecimento deve ter. Os pontos de atenção levantados por Morgan (1999) mostram que é mais importante do que ter uma atitude é ser e viver esta atitude. Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos17/142 Concluindo, se a saúde organizacional está comprometida não será a Gerência do Conhecimento que a irá curar, pelo contrário, a implantação de um programa deste tipo pode comprometer de vez as chances da organização conseguir curar-se, pois as pessoas pensarão que ele está sendo implantado para forçá-las a entregar o único bem permanente que o ser humano possui: seu conhecimento. Para saber mais Conhecimentos quanto ao uso. Tanto o conhecimento tácito quanto o explícito podem ter um dos seguintes usos: • Estratégico. • Operacional. • Emocional. Conhecimento estratégico é aquele que serve para desenvolver planos a longo prazo, geralmente de três a cinco anos. Conhecimento operacional é o que nos leva a desenvolver planos de ação para alcançarmos as metas (curto prazo, no máximo um ano) e, consequentemente, os objetivos. O terceiro tipo de conhecimento, o emocional, é o que mantém as estruturas informais (e até mesmo as formais), funcionando em qualquer organização. Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos18/142 4. O Que Pode e o Que Não Pode, Eis a Questão. O que se pode e o que não se pode esperar da Gerência do Conhecimento ou o que se deve ou não se deve esperar da Gerência do Conhecimento. Por meio dos três tipos de usos do conhecimento: o estratégico, o operacional e o emocional (CRUZ, 2002) é possível fazer as pessoas quebrarem os mecanismos que as aprisionam em mundos com pouca ou nenhuma possibilidade de transformação. Diferentemente da ideia que leva as pessoas a acreditarem que quanto mais a informação for escondida mais ela protegerá o seu dono, a Gerência do Conhecimento deve ser entendida como a única possibilidade, real e concreta, de tal riqueza beneficiar a todos e, em especial, a quem o possui. A primeira certeza que deve ser transmitida para todos os participantes da Gerência do Conhecimento é a do benefício da natureza sintrópica de tais grupos, por meio dos mecanismos que possibilitam multiplicar ao dividir conhecimento, o único moto continuum possível. No caso específico do conhecimento operacional, ele serviria para mudar a maneira como a estrutura organizacional se relaciona com as operações do dia a dia, transformando organismos sem senso de direção (como a grande maioria das empresas ainda hoje) em organismos com base no conhecimento, que garantirá o Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos19/142 sucesso de cada dia, dia após dia. Os processos de negócio são, por enquanto, a única maneira de transformar organizações pesadas, ineficientes e que agem por reação em organizações leves, eficientes e proativas, exatamente como cérebros (MORGAN, 1999), até mesmo se a natureza delas for essencialmente fordiana. Link Artigo que apresenta propostas de soluções aplicáveis à Gestão do Conhecimento com melhor utilização dos recursos disponíveis, otimizando o ciclo decisório nas empresas, proporcionando maior agilidade ao fluxo de informações e reduzindo os custos. Disponível em: <http://sottili.xpg.uol.com. br/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v7_n1/rev_fae_v7_n1_07_giovatan.pdf>. Acesso em: 6 out. 2014. A seguir preparei uma lista do que se pode esperar e do que não se pode esperar, do que se pode fazer e do que não se pode fazer com a Gerência do Conhecimento. • Não se pode implantar a Gerência do Conhecimento por meio da criação de estruturas pesadas e centralizadoras. Isto é, a Gerência do Conhecimento não é uma área física, mas uma área lógica dentro da organização. http://sottili.xpg.uol.com.br/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v7_n1/rev_fae_v7_n1_07_giovatan.pdf http://sottili.xpg.uol.com.br/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v7_n1/rev_fae_v7_n1_07_giovatan.pdf Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos20/142 • Deve existir um gerente da Gerência do Conhecimento e não um gerente do conhecimento. Os papéis são essencialmente diferentes. O gerente da Gerência do Conhecimento é o facilitador do programa para transformar a organização e prepará- la para aprender a aprender, não o dono do conhecimento alheio. • Não se pode forçar o compartilhamento do conhecimento, antes, deve-se criar condições que facilitem este compartilhamento. Algumas empresas chegam até mesmo a criar uma série de incentivos em espécie para os participantes que mais contribuírem com o programa durante um determinado período. • Devem ser criados elementos de estímulo à participação de todos na Gerência do Conhecimento. As empresas que melhores resultados conseguiram com a Gerência do Conhecimento foram as que se anteciparam à pergunta “o que é que eu ganho com isto?” e souberam mostrar os ganhos que todos teriam com a implantação do programa. • Jamais esquecer que os verbos: capturar, classificar, organizar, armazenar, validar e disponibilizar (conhecimento) devem ser conjugados na primeira pessoa do Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos21/142 plural. Muitos projetos já fracassaram e outros tantos seguirão o mesmo destino por terem os responsáveis, insistido em conjugar esses verbos na primeira pessoa do singular. • Permitir que grupos informais se criem e se autorregulamentem a fim de encontrarem seus pontos de interesse e que sejam suportados por mecanismos que absorvam o produto das suas interações. • Não se deve esperar resultados de curto prazo dos programas de Gerência do Conhecimento. Os primeiros benefícios, em média, têm sido obtidos dentro de prazos que variam de doze a dezoito meses. E o que os especialistas consideram o mais importante: • Não forçar ninguém a participar (compartilhar) da Gerência do Conhecimento. Isto não funciona. Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos22/142 OU PROCESSO DE GERAÇÃO DO CONHECIMENTO) Tadeu Cruz, 2007 Gerenciador de Conteúdo Figura 1.3: Processo de geração do conhecimento e o gerenciador de conteúdo. A participação de todos deve se dar de forma colaborativa, mas muitas vezes não será espontânea. Por isso é preciso que a organização crie mecanismos de incentivo para que todos os funcionários a participarem da gerência do conhecimento, o que vai reverter em benefíciode todos. Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos23/142 Para saber mais Essa nova classe de ferramenta pode ser dividida quanto ao uso que se queira fazer. Assim é que existem: • Ferramentas Genéricas. • Ferramentas Especialistas. No caso específico deste texto, vou me dedicar a explicar como seu trabalho poderá ser beneficiado por uma ferramenta especializada para análise e modelagem de processos de negócio e de gerência do conhecimento gerado pelo trabalho de documentar, organizar, melhorar e operacionalizá-los. Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos24/142 Glossário Processo: Conjunto de atividades, cadeia de eventos, que tem por objetivo transformar entradas, através de procedimentos, em saídas (bens e/ou serviços) que serão entregues a clientes. Conhecimento: O entendimento obtido através da inferência realizada no contato com dados e informações que traduzam a essência de qualquer elemento. Gerência do Conhecimento: ou Knowledge Management (KM), é composta por metodologias e tecnologias cuja finalidade é criar condições para Identificar, Capturar, Integrar, Guardar, Recuperar e Compartilhar conhecimento existente em qualquer tipo de organização. Questão reflexão ? para 25/142 Elabore um texto explicando a importância do gerenciamento do conhecimento para o sucesso da organização. Elabore um texto abordando os cuidados que a organização deve ter para implantar a gerência do conhecimento. 26/142 Considerações Finais Nesta aula, você aprendeu sobre: • Gerência do Conhecimento. • O valor da informação no contexto da gerência do conhecimento. • O gerenciamento de conteúdo. • Estrutura do conhecimento. • Conhecimentos estratégico, operacional e emocional. Unidade 1 • Gerência do Conhecimento, seus Elementos e Contextos27/142 Referências Bibliografia Básica CRUZ, T. Gerência do Conhecimento. Rio de Janeiro: E-Paper, 2007. CRUZ, T. Sistemas, Métodos & Processos. 2. ed. 7ª reimpressão. São Paulo: Atlas, 2011. MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. Editora Atlas. 1999. Bibliografia Complementar CRUZ, T., Sistemas de Informações Gerenciais. 3. ed., 20ª reimpressão. São Paulo: Atlas. 2011. CRUZ, T. Sistemas, Organização e Métodos. 3. ed., 8ª reimpressão. São Paulo: Atlas, 2002. LAURINDO, J. Tecnologia da Informação: planejamento e Gestão de Estratégias. São Paulo: Atlas, 2008. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos PMBOK. 4. ed. São Paulo: Project Management. 2008. 388p. KERZNER, H. Gestão de Projetos. 2. ed. São Paulo: Bookman, 2005. 28/142 1. Gerência do Conhecimento e seus tipos de uso: qual a opção correta? a) Estratégico / Operacional / Emocional. b) Estratégico / Operacional / Administrativo. c) Administrativo / Financeiro / Emocional. d) Estratégico / Comercial / Emocional. e) Estratégico / Analítico / Gerencial. Questão 1 29/142 2. Complete a sentença: “A indústria de TI sobrevive pela...” a) Introdução de novas funcionalidades. b) Mais pela reciclagem de ideias e de tecnologias antigas que pela criação de novas e substanciais ideias. c) Reciclagem de tecnologias sem uso. d) Redução de mão de obra. e) Introdução de softwares. Questão 2 30/142 3. Todo conhecimento adquirido terá dois mommentums: a) O atual e o passado. b) O emocional e o operacional. c) O útil e o histórico. d) O estratégico e o operacional. e) O administrativo e o primário. Questão 3 31/142 4. O conhecimento adquirido tem, assim como os alimentos, os medica- mentos e outros produtos... (complete com a opção correta) a) Efeitos colaterais. b) Efeitos degradantes. c) Bula. d) Um prazo de validade, que deve ser respeitado sob pena de causar “desarranjos” graves às organizações. e) Substancias perigosas. Questão 4 32/142 5. Gerência do Conhecimento ou Knowledge Management (KM) é com- posta por metodologias e tecnologias cuja finalidade é criar condições para (complete com a opção correta) conhecimento existente em qual- quer tipo de Organização. a) Identificar, Capturar, Integrar, Guardar, Disponibilizar, Recuperar, Compartilhar e Publicar. b) Capturar, Integrar, Guardar. c) Guardar, Disponibilizar, Recuperar, Compartilhar. d) Identificar, Guardar e Publicar. e) Guardar, Compartilhar e Publicar. Questão 5 33/142 Gabarito 1. Resposta: A. A Gerência do Conhecimento tem três tipos de uso: o estratégico, o uso operacional e o uso emocional. 2. Resposta: B. Por experiência na área de Tecnologias da Informação aprende-se que a indústria de TI sobrevive muito mais pela reciclagem de ideias e tecnologias antigas (vide, por exemplo, a tecnologia com que os processadores são fabricados ainda hoje) que pela criação de substanciais novas ideias. 3. Resposta: C. Todo conhecimento adquirido terá dois mommentums: o útil e o histórico. Na área de TI, por exemplo, o mommentums útil é extremamente efêmero, por culpa do caráter efêmero das tecnologias. 4. Resposta: D. O conhecimento adquirido tem, assim como os alimentos, os medicamentos e outros produtos, um prazo de validade, que deve ser respeitado sob pena de causar “desarranjos” graves às organizações. 34/142 5. Resposta: A. Gerência do Conhecimento: ou Knowledge Management (KM), é composta por metodologias e tecnologias cuja finalidade é criar condições para Identificar, Capturar, Integrar, Guardar, Recuperar e Compartilhar conhecimento existente em qualquer tipo de organização. Gabarito 35/142 Unidade 2 Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I Objetivos 1. Apresentar mapeamento, análise e modelagem, de processos de negócio. Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I36/142 1. Introdução Antes de começar a falar dos fundamentos do processo de negócio, convenciona-se o seguinte: toda vez que você ler, aqui nesta aula, processos, deve na verdade pensar em processos de negócio. É necessário evitar a repetição do termo por extenso sem necessidade, obrigando você a ler sempre processo de negócio. Outra convenção que se estabelece refere- se à palavra negócio. Convenciona-se desde agora que o termo negócio deve ser encarado aqui no sentido latu sensu, isto é: no seu sentido mais amplo entendendo que tudo que se faz é um “negócio” (não confunda com ganhar dinheiro ou com lucro). O termo processo de negócio está mais ligado à área empresarial; mas também o termo empresarial tem um sentido muito amplo e envolve os diversos setores econômicos, o primário, o secundário, o terciário, assim como o mais novo de todos, o quarto setor, o das ONGs, por isso troca-se o termo empresa por Organização, que pode ser generalizado para as ideias e os conceitos, englobando empresas públicas e privados, com ou sem fins lucrativos. Os fundamentos do processo são exclusivamente voltados a negócios profissionais, mas abrangem também os pessoais. É claro que não se deve chegar ao extremo de formalizar os momentos de devaneio, de lazer e de descanso; mas o que eu quero é que você entenda que os processos são a base de tudo que se faz, quer na vida profissional, quer na vida Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I37/142 pessoal, e por isso, quanto mais se sabe sobre esse universo melhor. Assim, quando um aluno deixa para estudar toda a matéria do curso na véspera dos exames, ou no momento de escrever sua monografia, dissertação ou tese, está subvertendo a ordem natural do processo chamado de aprendizagem, que pressupõe que a matéria seja estudada durante todo o período letivo segundo os preceitos pedagógicos. O resultado, ou o produto obtido, ao final de um processo subvertido é sempre imprevisível, instável e os resultados, geralmente, são desastrosos. Link Link que apresenta os conceitos e fundamentosde processo de negócios: <http://www.ceviu. com.br/blog/info/artigos/conceitos-e- fundamentos-de-processo-de-negocios/>. Acesso em: 6 out. 2014. Sobre conceito de negócio afirma-se que está ligado aos processos. Quando se faz algo, está na verdade obedecendo a uma sequência de eventos que levam a alcançar os objetivos. É justamente essa a forma como se organiza essa sequência que se denomina processo. http://www.ceviu.com.br/blog/info/artigos/conceitos-e-fundamentos-de-processo-de-negocios http://www.ceviu.com.br/blog/info/artigos/conceitos-e-fundamentos-de-processo-de-negocios http://www.ceviu.com.br/blog/info/artigos/conceitos-e-fundamentos-de-processo-de-negocios Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I38/142 Ir para a aulaIr para a aula Professor ensina a matéria Professor ensina a matéria Eu presto atenção à exposição Eu presto atenção à exposição Eu aprendi?Eu aprendi? É dia de prova?É dia de prova? Não Pergunto ao professor Não Sim Sim Eu sei a matéria? Eu sei a matéria? Sim Faço a provaFaço a prova Não Estudo para fixar a matéria? Estudo para fixar a matéria? Alto risco de ser reprovado Alto risco de ser reprovado Não Sim Figura 2.1: Exemplo de um processo de aprendizagem. Pelo exemplo dado na Figura 2.1 quis reforçar a ideia de que tudo que se faz segue ou pelo menos deveria seguir um padrão que, se obedecido, permite tirar o melhor proveito possível Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I39/142 do esforço que se realiza para se obter os resultados esperados, e isso vale tanto para o que se faz na empresa quanto para o que se faz em casa, nas viagens de negócio ou de lazer, nas férias ou em qualquer outra situação. A Revolução Industrial Mais recentemente, a história organizacional recomeça pela Revolução Industrial. No século XVIII, a sociedade era completamente dependente da atividade agrícola e dos especialistas artesanais. A Europa vivia de forma feudal e a introdução das novas máquinas a vapor começou a transformar a sociedade rapidamente. Uma das primeiras mudanças foi a da forma de organizar o trabalho em funções, radicalmente diferente do modelo artesanal. Com a introdução das máquinas era necessário ter um trabalhador para cada função representada pelos postos de trabalho. Adam Smith, no clássico “A Riqueza das Nações”, de 1776, descreve Para saber mais Modelagem de processos de negócio é um conjunto de atividades ordenadas, ou seja, é uma ordenação do trabalho, com entradas e saídas bem definidas; com atores responsáveis pela execução das tarefas, com o objetivo de modelar como é executado o trabalho da organização. Leia o texto na íntegra em: <http://www. maxwell.vrac.puc-rio.br/10986/10986_3. PDF>. Acesso em: 6 out. 2014. http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/10986/10986_3.PDF http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/10986/10986_3.PDF http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/10986/10986_3.PDF Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I40/142 o novo sistema de produção quando de forma clara enumera 18 operações para que um PIN fosse fabricado. De acordo com Smith, um único operário poderia fazer um alfinete por dia, mas com o novo método de divisão do trabalho a nova fábrica poderia produzir mais de 4.800 alfinetes em um único dia. A partir da Revolução Industrial, passou-se a pensar em processos de negócio como requisito imprescindível para o aumento da produtividade em substituição às habilidades individuais, até então principal forma que se tinha para produzir bens e serviços. A organização racional dos processos de negócio acarretaria em aumento da produção. No início da Revolução Industrial ainda persistiram muitas profissões medievais, para as quais as habilidades de cada artesão eram ensinadas a seus aprendizes. Essa mesma prática persistiu nas primeiras indústrias têxteis, quando muitas crianças foram empregadas como aprendizes. O aprendizado levava sete anos, em média e, geralmente, findava quando o aprendiz completava vinte e um anos. Antes do advento das máquinas a atividade têxtil era exercida por toda a família, em sua própria casa. Por isso, quando as fábricas foram criadas famílias inteiras foram empregadas para produzirem tecidos. Segundo estudiosos, o pai era empregado em trabalhos pesados e, entre outras, tinha atribuições de “mecânico”, Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I41/142 responsável pela manutenção do maquinário, desde que tivesse habilidade ou já tivesse sido treinado para tal. A mãe e as crianças eram empregadas para operarem as máquinas. A divisão do trabalho desde então teve prós e contras, defensores e detratores. Os que defendiam a divisão do trabalho por atividades e especialidades se baseavam na necessidade de fazer as máquinas produzirem na sua capacidade máxima. Já os que criticavam diziam que justamente essa divisão iria acabar com as habilidades individuais. Temia-se que as pessoas não teriam mais como produzir qualquer coisa a não ser por meio de uma máquina, o que de certo modo acabou acontecendo alguns séculos depois. Cedo se começou a descobrir que a forma de produzir industrialmente bens e serviços era baseada em diferenças fundamentais da forma artesanal. Desde o início os estudiosos começaram a pensar em termos de processos de produção, claro que sem o racionalismo desenvolvido ao logo desses séculos e, até mesmo sem explicitamente chamarem processos de processos. Organizar a produção em processos passou a ser uma necessidade imperiosa. O aparecimento das tecnologias industriais forçou as pessoas a produzirem sempre da mesma forma e não mais como acontecia com a produção artesanal, a cada dia de uma maneira diferente. Por exemplo, de forma resumida, nas indústrias têxteis primeiro era preciso fiar o Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I42/142 algodão, depois tecer o pano para só então tingi-lo. Dia após dia, essa deveria ser a sequência de produção das fábricas de tecidos. Impossível tingir um pano que não houvesse sido tecido, nem tecê-lo sem ter fiado o algodão. Como consequência da criação dos processos industriais, foram desenvolvidas as estruturas organizacionais. Era preciso ter grupos compostos por trabalhadores produzindo por meio de tarefas pré- definidas, e grupos de trabalhadores apoiando os que produziam, realizando tarefas administrativas. Basta ver as fotos dos primórdios da era industrial para que se possa ter uma ideia de como essas estruturas faziam as fábricas funcionarem. Sem dúvida que nas primeiras fábricas de tecidos as funções industriais tinham importância maior que as funções administrativas. Afinal, era preciso produzir cada vez mais para não só garantir a expansão dos negócios como o retorno do capital investido. Atualmente, surgiu uma nova área de especialização dentro das empresas. Essa área atendia pelo nome de O&M, Organização & Métodos, e sua função era a de estudar e racionalizar certos componentes dos processos de negócio. Devido à visão limitada dos especialistas da O&M, nunca foi possível firmar solidamente na maioria das empresas. Primeiro, porque ela jamais esteve envolvida com os processos industriais, pois se dedicava exclusivamente aos Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I43/142 processos administrativos. Segundo, porque se limitava a analisar e, quando possível, melhorar rotinas, fluxos de documentos, a criar formulários e, supremo êxtase dos analistas de então, a modificar o layout das áreas administrativas. O&M entrou em declínio a partir da década de 1980 até fins da década de 1990, quando voltou,ressurgindo das cinzas tal qual uma Fênix, como imprescindível ao trabalho dos analistas de processos de negócio. 2. Mapeamento, Análise, Mode- lagem, Implantação e Gerencia- mento de Processos de Negócio – Parte I. Introdução à Metodologia Quando são executados projetos de análise, modelagem, organização e melhoria de processos de negócio é importante que antes de iniciar tenha sido adotada uma metodologia de trabalho. Essa metodologia pode ter qualquer nome, qualquer procedência, e até mesmo ter sido desenvolvida “em casa”, não importa, mas jamais comece um projeto desse tipo sem tê-la. Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I44/142 A Figura 2.2 mostra o diagrama da metodologia à qual dei o nome de DOMP, Desenho, Organização e Melhoria de Processos. Mas não é o seu nome que interessa aqui e sim, o que ela representa para qualquer projeto que vise criar ou melhorar processos de negócio. Quem trabalha com processos de negócio, um analista, um gerente de processo, sabe que antes de qualquer coisa ele precisa ser organizado e, acima de tudo, parecer organizado. É inadmissível que quem tenha a obrigação profissional de organizar a vida dos outros seja desorganizado. Link Link que apresenta um texto sobre Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM). Leia mais: <http://www.pbti.com.br/ solucoes-e-servicos/bpm/>. Acesso em: 6 out. 2014. http://www.pbti.com.br/solucoes-e-servicos/bpm http://www.pbti.com.br/solucoes-e-servicos/bpm Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I45/142 Análise Inicial AnáliseAnálise InicialInicial Análise do Processo Atual AnáliseAnálise dodo Processo AtualProcesso Atual Modelagem do Novo Processo ModelagemModelagem dodo Novo ProcessoNovo Processo Implantação do Novo Processo ImplantaçãoImplantação dodo Novo ProcessoNovo Processo Metodologia Metodologia DOMPDOMP (Documentação, Organização e Melhoria de Processos)(Documentação, Organização e Melhoria de Processos) PontoPonto dede ControleControle PontoPonto dede ControleControle PontoPonto dede ControleControle ““t” Variávelt” Variável PontoPonto dede ControleControle ... Gerenciamentodo ProcessoGerenciamentoGerenciamentodo Processodo Processo ““t” Cíclicot” Cíclico Controle deControle de QualidadeQualidade Figura 2.2: Diagrama genérico de metodologia para projetos com processos. O diagrama mostra cinco fases distintas e alguns pontos de controle. Vou explicar cada uma delas. Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I46/142 • Análise Inicial. Quando se começa um projeto para análise, modelagem, organização, melhoria e implantação de qualquer processo de negócio, é necessário fazer uma análise inicial da situação. Por meio dessa análise coleta-se informações que permitirão: • Fazer uma proposta de trabalho. • Dimensionar: • Custos do projeto. • Tempos de execução de cada fase. • Recursos necessários. • Acordar objetivos e os métodos para aferi-los. • Definir os elementos de ligação entre a equipe do projeto e a empresa contratante. Sem essa análise inicial existe o risco de prometer o que não se poderá cumprir; cobrar além do valor do produto ou, o que é pior, cobrar um valor que não cobrirá os custos do projeto. • Análise do Processo Atual. Essa fase é também conhecida pela expressão “As Is”, que traduzindo para português significa “Como É”. Por meio e ao longo dessa fase você levantará informações sobre o estado atual do processo, caso ele exista e o projeto vise melhorá-lo. Se o processo for completamente novo essa fase não será executada. Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I47/142 Ao longo desta aula você aprenderá como trabalhar com processos que existem e como criar os novos processos. • Modelagem do Novo Processo. Nesta fase, conhecida como “Will Be”, isto é, “Assim Será” ou, também conhecida como “What If”, expressão que está ligada à fase de simulação e que pode ser traduzida como “E Se?”, será construído o novo processo. Como novo deve-se entender desde a melhoria implementada num processo existente à completa criação de um novo processo. • Implantação do Novo Processo. Depois de criado o novo processo ele deve ser implantado. Nesta fase, a mais crítica de todas, as pessoas devem ser treinadas para operar as novas regras. Ignorá-la ou, o que é muito comum, não dar à ela um cuidadoso tratamento significa colocar em risco todo o projeto. • Gerenciamento de Processo. Depois de implantado nenhum processo pode ser deixado à própria sorte sob pena de rapidamente degradar- se e com isto perder-se todo o trabalho executado nas fases anteriores. As organizações são dinâmicas, a economia é dinâmica, as pessoas são dinâmicas e por causa de todo esse dinamismo processos mal implantados ou até mesmo implantados corretamente Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I48/142 que não tenham uma gerência efetiva rapidamente se tornam consumidores de recursos de todos os tipos e passam a produzir bens e serviços sem valor. Note que há dois tipos de tempos governando uma metodologia para projetos com processos de negócio. • Tempo Variável. As quatro primeiras fases são regidas por tempos variáveis. Isso ocorre devido, sobretudo, ao tamanho do projeto, que por sua vez está diretamente ligado ao tamanho do processo no qual será trabalhado. Assim sendo, processos pequenos, com poucas atividades, terão, em princípio, projetos curtos. Enquanto que processos grandes ou complexos terão, necessariamente, projetos de longa duração. • Tempo Cíclico. A gerência do processo deve ser executada de tempos em tempos. A frequência vai depender do tipo de processo, da sua complexidade, criticidade e de outras considerações relativas ao gerenciamento de processos. Entre cada uma das cinco fases executadas sob tempos variáveis existe um ponto de controle, no jargão da área “Check Point” que tem a precípua finalidade de aferir o progresso de cada uma delas e de dá-las ou não por concluídas. Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I49/142 Bom, em linhas gerais qualquer metodologia, qualquer política da qualidade que se queira introduzir ou praticar deve ter os elementos descritos. 3. O Que é um Negócio? É a reunião dos três elementos: Pessoas, Processos e Tecnologias da Informação Para saber mais Para saber mais sobre o método de avaliação do modelo de processos de negócio do EKD e um exemplo de aplicação, leio o artigo disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v15n3/10.pdf>. Acesso em: 6 out. 2014. com a finalidade de atender às expectativas do Cliente. Os três elementos devem, necessariamente, agregar valor aos insumos que forem usados para produzir o bem ou o serviço, pois, do contrário, a empresa não conseguirá colocar seus produtos no mercado e, cedo ou tarde, desaparecerá. Para criar os novos processos que suportarão um negócio, pode ser novo ou já existente, é necessário contextualizá-los. Para isto é preciso: • Conhecer bem os objetivos do negócio. • Conhecer bem os resultados esperados do negócio. http://www.scielo.br/pdf/gp/v15n3/10.pdf Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I50/142 • Conhecer quais são os Fatores Críticos de Sucesso do Negócio. Sem conhecer quais são os objetivos do negócio fica impossível criar os processos que deverão suportá-lo. Os objetivos do negócio devem estar diretamente ligados ao plano estratégico de negócio. Dessa forma, os processos também estarão ligados ao plano estratégico de negócio direta ou indiretamente. Processos sem ligação com oplanejamento estratégico não têm razão para continuar existindo, pois são consumidores de recursos e desorganizadores dos demais processos. Se um processo não está direta ou indiretamente ligado ao plano estratégico ele não está suportando nenhum negócio e, por isso, deve ser eliminado. Processos desnecessários não são uma exclusividade de empresas pequenas ou médias. Eles ocorrem também em empresas grandes, talvez até mesmo em maior quantidade, mas uma empresa grande sempre arranja alguma desculpa para justificar sua desorganização. Afinal, empresas grandes, e muito grandes, sempre usam suas marcas para justificar qualquer absurdo, não é assim? Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I51/142 OBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOS METASMETASMETAS PLANOS OPERACIONAIS PROCESSOS DE NEGÓCIO PLANO ESTRATÉGICO DE NEGÓCIOS Tr ab al ha r p ar a at in gi r a s M et as e o s O bj et iv os Es ta be le ce r a s O bj et iv os e a s M et as Figura 2.3: Envolvimento dos processos com o planejamento estratégico. A Figura 2.3 mostra como os processos de negócio estão ligados aos objetivos por meio dos planos operacionais, das metas e do plano estratégico de negócio. Não será abordado o Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I52/142 planejamento estratégico, nem mesmo o detalhamento do plano estratégico de negócio e o seu desdobramento para execução no dia a dia das organizações: o plano operacional. Em linhas gerais, o plano operacional de negócio é o planejamento tático, ou seja, o desdobramento em ações do plano estratégico. Somente para o seu conhecimento é possível por meio dos processos de negócio executar o plano operacional e cumprir o que tenha sido estabelecido no planejamento estratégico por inúmeras metodologias. Com base nestas informações, existe condição de saber quantos processos devem ser criados, para que e de quais tipos eles serão. As Três Fases da Vida de um Processo Antes de encerrar esta primeira parte, quero chamar sua atenção para as três fases da vida de um processo de negócio. Nem sempre é possível encontrá-las em todas as empresas que de alguma forma se Link Link que apresenta um conjunto de slides sobre mapeamento e modelagem de processos de negócios com BPM: <http://pt.slideshare.net/ Ridlo/mapeamento-e-modelagem-de- processos-de-negcio-com-bpmn>. Acesso em: 6 out. 2014. http://pt.slideshare.net/Ridlo/mapeamento-e-modelagem-de-processos-de-negcio-com-bpmn http://pt.slideshare.net/Ridlo/mapeamento-e-modelagem-de-processos-de-negcio-com-bpmn http://pt.slideshare.net/Ridlo/mapeamento-e-modelagem-de-processos-de-negcio-com-bpmn Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I53/142 preocupam com processos e muito menos nas que ignoram sua importância. Há muito trabalho por fazer, mesmo nas empresas ditas certificadas por alguma norma da qualidade. PROCESSOS DE NEGÓCIOPROCESSOS DE NEGÓCIO 1a FASE1a FASE 2a FASE2a FASE 3a. FASE3a. FASE Documentar Organizar Melhorar Implantar Gerenciar Melhorar Automatizar Gerenciar Melhorar Simular Figura 2.4: As três fases na vida de um processo de negócio. Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I54/142 A Figura 2.4 mostra essas três fases e eu ressalto para a importância que duas ações têm dentro delas: gerenciar e melhorar. Sem gerenciamento não pode haver melhoria por absoluta ignorância sobre o que está ocorrendo com o processo e sem melhoria não se consegue obter ganhos consistentes de desempenho e produtividade. Assim sendo, gerenciar e melhorar são ações imprescindíveis para a empresa que quiser saber o que faz, como faz, quando faz, para que faz e o mais importante, quanto ganho com tudo isto. Para saber mais Para saber mais, leia a dissertação de mestrado que trata sobre BPM – Business Process Management – com ênfase na modelagem de processos de negócios. Primeiramente é apresentado um estudo da gestão de processos de negócios e também uma visão geral sobre a BPMN – Business Processing Modeling Notation – notação padrão de modelagem da BPM. Posteriormente, o trabalho traz um estudo de casos múltiplos, realizado em uma empresa do setor moveleiro, onde três processos de negócio típicos foram estudados, formalizados em BPMN e, posteriormente, validados. Disponível em: <https://repositorio. ucs.br/jspui/bitstream/11338/428/1/Dissertacao%20Rogerio%20Tessari.pdf>. Acesso em: 6 out. 2014. https://repositorio.ucs.br/jspui/bitstream/11338/428/1/Dissertacao%20Rogerio%20Tessari.pdf https://repositorio.ucs.br/jspui/bitstream/11338/428/1/Dissertacao%20Rogerio%20Tessari.pdf Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I55/142 Glossário Atividade: Conjunto de instruções (procedimentos, normas, regras, etc.), mão de obra, recursos e tecnologias cujo objetivo é o de processar as entradas para produzir parte do produto de um processo. eventOgrama: É a técnica de decompor um processo de negócio em eventos, a fim de permitir o estudo das suas causas e condições nas atividades geradoras e seus efeitos nas atividades receptoras. Procedimento: Procedimentos servem para que os papéis funcionais possam ser “representados”, ou seja: executados. Questão reflexão ? para 56/142 Elabore um texto sobre os principais elementos vistos nesta primeira parte do mapeamento, análise, modelagem, implantação e gerenciamento de processos de negócio. 57/142 Considerações Finais Nesta aula, você aprendeu sobre: • Os fundamentos do projeto de mapeamento, análise, modelagem, implantação e gerenciamento de processos de negócio. • A importância de uma metodologia para mapeamento, análise, modelagem, implantação e gerenciamento de processos de negócio. • Pontos de atenção para criação de processos. • As três fases de um processo de negócio. Unidade 2 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte I58/142 Referências Bibliografia Básica CRUZ, T. Gerência do Conhecimento. Rio de Janeiro: E-Paper, 2007. CRUZ, T. Sistemas, Métodos & Processos. 2. ed., 7ª reimpressão. São Paulo: Atlas, 2011. Bibliografia Complementar CRUZ, T., Sistemas de Informações Gerenciais. 3. ed., 20ª reimpressão. São Paulo: Atlas. 2011. CRUZ, T. Sistemas, Organização e Métodos. 3. ed., 8ª reimpressão. São Paulo: Atlas, 2002. LAURINDO, J. Tecnologia da Informação: planejamento e Gestão de Estratégias. São Paulo: Atlas, 2008. ISBN 9788522451166. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos PMBOK. 4 ed. São Paulo: Project Management. 2008. 388p. KERZNER, H. Gestão de Projetos. 2. ed. São Paulo: Bookman, 2005. 59/142 1. A Revolução Industrial teve como causa: a) A invenção da energia a vapor. b) A invenção da energia eólica. c) A invenção da energia elétrica. d) A invenção da energia atômica. e) A invenção da energia hidráulica. Questão 1 60/142 2. Uma das primeiras mudanças provocadas pela Revolução Industrial foi: a) A da utilização dos recursos financeiros. b) A da forma de organizar o trabalho em funções. c) A da comercialização dos alimentos. d) A da compra de insumos. e) A da relação com os clientes. Questão 2 61/142 3. Quando se executa projetos de análise, modelagem, organização e me- lhoria de processos de negócio a primeira providência é: a) Conseguir a concordância dos usuários. b) Obter o aceite do cliente. c) Adotar uma metodologia de trabalho. d) Montar a equipe de trabalho. e) Escolher o software de gerenciamento de projetos. Questão 3 62/142 4. Quais são as fases de um projeto de análise, modelagem, implantação e gerenciamento de processos de negócio? a) Documentação do Processo Atual / Modelagem do NovoProcesso. b) Análise Inicial / Documentação do Processo Atual / Modelagem do Novo Processo. c) Gerenciamento de processo. d) Análise Inicial / Gerenciamento de processo. e) Análise Inicial / Análise do Processo Atual / Modelagem do Novo Processo / Implantação do Novo Processo / Gerenciamento de Processo. Questão 4 63/142 5. Para criar os novos processos que suportarão um negócio, pode ser novo ou já existente, é necessário contextualizá-los. Para isto é preciso: a) Conhecer bem os objetivos do negócio. b) Conhecer bem os resultados esperados do negócio. c) Conhecer quais são os Fatores Críticos de Sucesso do Negócio. d) Conhecer bem os objetivos do negócio e os resultados esperados do negócio. e) Conhecer bem os objetivos do negócio, os resultados esperados do negócio e os Fatores Críticos de Sucesso do Negócio. Questão 5 64/142 Gabarito 1. Resposta: A. A Europa vivia de forma feudal e a introdução das novas máquinas a vapor começou a transformar a sociedade rapidamente. 2. Resposta: B. Uma das primeiras mudanças foi a da forma de organizar o trabalho em funções, radicalmente diferente do modelo artesanal. Com a introdução das máquinas, era necessário ter um trabalhador para cada função representada pelos postos de trabalho. 3. Resposta: C. Quando são executados projetos de análise, modelagem, organização e melhoria de processos de negócio é importante que antes de iniciar tenha sido adotada uma metodologia de trabalho. Essa metodologia pode ter qualquer nome, qualquer procedência, e até mesmo ter sido desenvolvida “em casa”, não importa, mas jamais comece um projeto desse tipo sem tê-la. 4. Resposta: E. O diagrama da Figura 2.2 mostra cinco fases distintas e alguns pontos de controle: Análise Inicial, Análise do Processo Atual, Modelagem do Novo 65/142 Gabarito Processo, Implantação do Novo Processo e Gerenciamento de Processo. 5. Resposta: E. Para criar os novos processos que suportarão um negócio, pode ser novo ou já existente, é necessário contextualizá- los. Para isso é preciso: Conhecer bem os objetivos do negócio; Conhecer bem os resultados esperados do negócio; Conhecer quais são os Fatores Críticos de Sucesso do Negócio. 66/142 Unidade 3 Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II Objetivos 1. Apresentar mapeamento, análise, modelagem, implantação e gerenciamento contínuo de processos de negócio para a qualidade. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II67/142 1. Introdução Todos os processos, e daqui a pouco você vai descobrir quantos são os tipos, têm certos elementos, aos quais são considerados fundamentos. Para conhecê- los, estudá-los, analisá-los, organizá- los, melhorá-los e gerenciá-los foi desenvolvida a Metodologia DOMP. Por hora, quero que você esqueça completamente tecnologias e produtos voltados à análise e modelagem de processos de negócio. Elas são muitas e, geralmente, têm o mesmo escopo. Os nomes são, a rigor, o que mais as diferenciam, BRwin, WorkDraw, SmartDraw, iGrapfx, Corporate Modeler, Ultimus, Scorpion e Flows genéricos (não se assuste, existem muitos genéricos nessa área) são todas excelentes ferramentas, mas elas não têm nenhuma capacidade adivinhatória e, sendo assim, estão pouco se importando com as informações que serão fornecidas por você. Se estiverem certas, ótimo, se estiverem erradas o principal prejudicado vai ser você mesmo. Portanto, esqueça ferramentas, concentre-se no essencial. Sobre as ferramentas, serão abordadas no tópico intitulado Ferramentas para Análise & Modelagem de Processos. Quando existe a necessidade de, por exemplo, produzir um bem ou um serviço, é necessário construir um processo. Isto é de um conjunto de elementos que podem guiar com certeza entre o início do trabalho até o seu final, de forma a começar e terminar sem desvios, alcançando a meta. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II68/142 Muitos autores, principalmente os que se dedicam a explicar normas da qualidade, não se interessam em explicar os elementos e os mecanismos que os fazem interagir quando discorrem sobre essas normas. Daí, porque fica difícil responder à seguinte pergunta, mesmo para quem está começando a trabalhar com processos e, até mesmo, para quem já tem mais experiência: “Por onde começar?” Por isso, deve-se começar explicando cada um dos elementos e os mecanismos que os permeiam, fazendo-os existirem como elementos e se relacionarem com todos os outros dentro do processo de negócio. Genericamente, um processo de negócio é um conjunto de três ações: • Introduzir. • Processar. • Enviar. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II69/142 Graficamente, esse conjunto é representado pela Figura 3.1. Ação de Introduzir Ação de Enviar Processo de Negócio Ação de Processar Figura 3.1: Um processo, Ações de Introduzir, Processar e Enviar. A ação de Introduzir fornece o que se chama de Insumos. A ação de Processar fornece o que se chama de Resultado. A ação de Enviar fornece o que se chama de Produto. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II70/142 Muitos preferem exemplificar processos pelo que o compõe da forma a seguir. Entradas Processamento Saídas É preferível exemplificá-los pelos verbos que dão forma às suas existências, afinal o verbo é provido de ação e processos de negócio são essencialmente ações. De qualquer forma, e para estar mais em consonância com a regra geral diz-se: Processos quanto à existência são a introdução de insumos (entradas) num ambiente, formado por procedimentos, normas e regras, que ao processarem os insumos transforma-os em resultados que serão enviados (saídas) aos clientes do processo. Definição Clássica de Processo Processo de Negócio é o conjunto de atividades que tem por objetivo transformar entradas, adicionando-lhes valor por meio de procedimentos, em saídas (Bens ou Serviços) que devem atender às expectativas dos clientes externos. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II71/142 Para saber mais O analista de negócio utiliza a tecnologia da informação selecionando a que melhor condiz com a necessidade do negócio e define qual ferramenta melhor se adequa ao modelo de gestão organizacional. Ele realiza essas operações direcionando-as de forma que estejam alinhadas à estratégia da empresa, proporcionando melhoria contínua em seus processos internos e externos, inovação e progresso. Leia o texto na íntegra em: <http://www. unisalesiano.edu.br/encontro2009/ trabalho/aceitos/CC34953790880.pdf>. Acesso em: 6 out. 2014. Link O que identifica um Analista de Processos? Veja o texto completo em: <http://estrategiacriativa. blogspot.com.br/2009/06/o-que- identifica-um-analista-de.html>. Acesso em: 6 out. 2014. 2 Mapeamento, Análise, Mode- lagem, Implantação e Gerencia- mento Contínuo de Processos de Negócio Para a Qualidade. Tipos de Processos de Negócio Basicamente existem dois tipos de processos: http://www.unisalesiano.edu.br/encontro2009/trabalho/aceitos/CC34953790880.pdf http://www.unisalesiano.edu.br/encontro2009/trabalho/aceitos/CC34953790880.pdf http://www.unisalesiano.edu.br/encontro2009/trabalho/aceitos/CC34953790880.pdf http://estrategiacriativa.blogspot.com.br/2009/06/o-que-identifica-um-analista-de.html http://estrategiacriativa.blogspot.com.br/2009/06/o-que-identifica-um-analista-de.html http://estrategiacriativa.blogspot.com.br/2009/06/o-que-identifica-um-analista-de.html Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II72/142 Primários: os processos primários são todos os que estão diretamente ligadosà produção do produto que a organização tem por objetivo disponibilizar para seus clientes. Esta conceituação vale para todos os primários, em qualquer tipo de organização, pública, privada, ONG, Igreja, Militar. Secundários: os processos secundários, também chamados de processos de suporte, são todos os que, como o próprio nome diz, suportam tanto os processos primários quantos os secundários, dando-lhes apoio para que possam existir. Os processos primários devem ser melhorados e gerenciados por que têm por função principal produzir o bem ou serviço que a empresa vende. Os secundários também devem ser melhorados, porque suportam tantos os primários quanto os secundários. Para saber mais “A análise de negócios é uma macrodisciplina que tem como principal objetivo o entendimento do negócio – seus problemas e oportunidades – e das necessidades, restrições e desejos de todas as partes interessadas. Ela ainda é mais conhecida através das duas disciplinas que lhe dão forma: a Modelagem de Negócios e a Engenharia de Requisitos. Apesar de nascer e se desenvolver como uma parte da engenharia de software, veremos adiante que a análise de negócios não se limita a projetos para o desenvolvimento ou implantação de sistemas de informação.” Para saber mais sobre Analista de Negócio e Análise de Negócio, leia o texto disponível em: <http://pfvasconcellos.eti.br/downloads/ Manuscrito_0.9.pdf>. Acesso em: 6 out. 2014. http://pfvasconcellos.eti.br/downloads/Manuscrito_0.9.pdf http://pfvasconcellos.eti.br/downloads/Manuscrito_0.9.pdf Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II73/142 Naturezas dos Processos de Negócio Quanto à natureza, os processos de negócio podem ser: • Industriais. • Manufatura. • Discreta. • Contínua. • Serviços. • Administrativos. Para deixar claro qual a essência da natureza de cada um desses processos define-se cada um deles: • Processos Industriais. Os processos industriais, como já foi dito, são os que produzem o bem ou serviço comercializado pela empresa, que podem ser divididos em dois tipos: • Processos Industriais de Manufatura. • Processos Industriais de Serviços. É comum pensar em processos industriais apenas na área de manufatura, talvez, porque a manufatura produza bens palpáveis, entretanto a “indústria” de serviços também tem seus processos industriais, que são todos aqueles ligados à produção do serviço que a empresa vende. Um exemplo típico de indústria de serviços são os parques temáticos da Flórida ou, mesmo, do Brasil. Qualquer Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II74/142 um pode perceber que há um conjunto de processos administrativos, que dão apoio, suportam o negócio, e um conjunto de processos industriais, que fazem cada um daqueles brinquedos funcionar exatamente da mesma forma dia após dia. A atividade “bilheteria principal” está inserida num processo administrativo de contas a receber, por exemplo. Já o operador de cada brinquedo, ou seja, a atividade “operador de equipamento” está inserida num processo industrial de produção de serviços. Outro exemplo de processos da indústria de serviços são os que produzem e suportam as operações de empresas de consultoria e treinamento. As atividades “Inscrições” e “Contas a Receber”, por exemplo, são atividades pertencentes aos processos administrativos; enquanto que a atividade “Ensinar” está inserida no processo industrial de treinamento. Já os processos industriais de manufatura têm todos a mesma essência, que é a de produzir bens concretos, embora os que suportem a manufatura discreta, que é a que produz bens que podem ser contados (1, 2, 3..., n) tenham o detalhamento diferente, devido a uma série de elementos, por exemplo, quanto às tecnologias usadas, dos que suportam a manufatura contínua, também chamada manufatura de transformação, que produz bens que podem ser medidos (uma tonelada; 1 milhão de litros). Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II75/142 Os processos de manufatura sempre foram, de uma forma ou de outra, os mais organizados. Embora essa organização fosse, muitas vezes, empírica os profissionais envolvidos diretamente com a produção cedo descobriram que sem processos dificilmente alguma coisa poderia ser produzida. Mesmo no início da revolução industrial, pode-se ver a preocupação da área de produção com a forma e com o conteúdo do processo fabril, afinal não haveria como tingir o tecido sem antes tecê-lo. Pode-se utilizar o exemplo de Henri Ford e sua linha de produção de automóveis, os famosos Ford T. Sem organização não haveria como produzi-los exatamente iguais ao final da linha de montagem. Aliás, tão iguais que a célebre frase “todo americano pode ter o carro na cor que quiser contanto que seja preto” permanece até hoje como símbolo dessa preocupação do Ford por processos. • Processos Administrativos. São processos que dão apoio às áreas de produção e, também, às áreas administrativas de qualquer organização. Por isso são também conhecidos como processos de suporte. As atividades que compõe esse tipo de processo são atividades de suporte, também conhecidas academicamente como atividades meio, que tanto podem ser permanentes como temporárias. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II76/142 Entretanto, é importante lembrar, constantemente, que não existem processos administrativos inteiramente desligados dos processos industriais, quer sejam da área de serviço ou manufatura, assim como não existem processos industrias inteiramente desligados dos processos administrativos. Os pontos de apoio, ou de ligação entre os diversos tipos de processos de uma empresa, sempre existirão. Na aula 4, quando se estiver definindo atividades, você conhecerá seus tipos detalhadamente. É justamente o conjunto de todos os processos, conhecido como macro processo que vai propiciar à empresa a unicidade necessária ao desempenho de seu core competence ou core business . Como qualquer outro tipo de processo, os administrativos são compostos de atividades que têm por objetivo processar entradas lógicas e físicas para entregar ao cliente o resultado esperado por ele. Embora os processos administrativos sejam invariavelmente tratados como processos de segunda classe, (é como se as pessoas pensassem que, por não estarem diretamente envolvidos com o produto final os processos administrativos “roubam” recursos dos processos industriais), essa é uma forma errada de tratá-los. Esse tipo de comportamento acaba por comprometer a empresa como um todo. Priorizar processos industriais em detrimento dos administrativos, entre Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II77/142 outros efeitos (e defeitos), aumenta a falta de intimidade que todos os empregados têm com os processos existentes na organização, industriais e administrativos. Em outras palavras não existem processos de segunda classe. Quando, nas décadas de 1960, 1970 e até meados da de 1980, ainda existia o setor de O&M (Organização & Métodos) dentro das empresas havia uma preocupação latente com os fluxos administrativos e todos os seus acessórios como formulários, documentos, layout. Embora essa preocupação, via de regra, não resolvesse muita coisa, era uma situação melhor que a de hoje, quando já não existe, na grande maioria das empresas, qualquer órgão que possa fazer esse trabalho e, somente agora, as organizações começaram a se dar conta do desastre e passaram a criar os departamentos de processos e os cargos de analistas de processos. Cada vez mais, os processos administrativos têm assumido a importância que por direito lhes cabe. Pense em como a seguintesituação pode comprometer o desempenho geral de uma empresa, podendo atingir até o cliente. Link Link que apresenta o texto Analistas de Processos de Negócio: 5 Competências Fundamentais. Texto completo em: <http://oldsite.gnosisbr.com. br/analistas-de-processos-de-negocios-5- competencias-fundamentais>. Acesso em: 6 out. 2014. http://oldsite.gnosisbr.com.br/analistas-de-processos-de-negocios-5-competencias-fundamentais http://oldsite.gnosisbr.com.br/analistas-de-processos-de-negocios-5-competencias-fundamentais http://oldsite.gnosisbr.com.br/analistas-de-processos-de-negocios-5-competencias-fundamentais Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II78/142 3 Elementos que Compõe o Processo de Negócio Apresenta-se a seguir, a descrição de cada um destes elementos que compõem o universo chamado processo de negócio. CLIENTE(S) FINAL(IS) DO PROCESSO •Clientes Externos •Clientes Internos •Fornecedores Externos •Fornecedores Internos •Atividades •Eventos •Papéis Funcionais •Procedimentos •Tarefas •Metas • Indicadores de Desempenho •Regras de Negócio •Exceções •Anomalias •Tempos •Rotas ATIVIDADE Evento ATIVIDADEATIVIDADE ATIVIDADEATIVIDADE Evento Evento Evento Micro-Evento Micro-Evento Micro-Evento Micro-Evento ATIVIDADE Evento PROCESSO de NEGÓCIO SUB PROCESSO (Conjunto de Atividades) EVENTO ((pode ser uma) Cadeia de Micro-Eventos) ATIVIDADE (Cadeia de Eventos) PROCESSO (Conjunto de Atividades) SUB-PROCESSO (Conjunto de Atividades) PROCESSO (Conjunto de sub-processos) Figura 3.2: Elementos do processo de negócio. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II79/142 • Clientes Externos. Elementos imprescindíveis a qualquer Organização, os clientes externos são a razão delas existirem. Do ponto de vista de processos de negócio os clientes externos são de dois tipos: • Clientes externos de processos primários. • Clientes externos de processos secundários. • Clientes Internos. Todos os participantes de todos os processos de negócio. • Fornecedores Externos. Todos que “entregam” entradas lógicas ou físicas e que sejam de fora da empresa. • Fornecedores Internos. Todos que “entregam” entradas lógicas ou físicas e que sejam de dentro da empresa. • Ocorrências. Elas são o que se pode chamar de “embalagens para processamento”. A ocorrência é o conjunto de elementos que dão forma ao trabalho a ser processado por cada uma das atividades que compõem um processo de negócio. A ideia de “pacote” é a que melhor define uma ocorrência porque todas, sem exceção, são compostas de Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II80/142 instruções, dados, informações. Esse pacote é chamado de OCORRÊNCIA. • Estrutura Organizacional. Conjunto de elementos que suportam os processos de negócio. • Atividades. Conjunto de instruções (conhecidas como procedimentos, normas e regras), mão de obra e tecnologias cujo objetivo é o de processar as entradas para produzir parte do produto de um processo, a fim atender aos objetivos da sua função dentro da Organização. • EventOgramas. Técnica para decompor um processo de negócio em eventos, a fim de estudar suas causas e condições, nas atividades geradoras, e suas abrangências e seus efeitos, nas atividades receptoras. • Papéis funcionais. Toda atividade só deve existir fundamentada numa função, isto é, sua existência deve estar baseada em função do esforço para produzir o produto que ela, atividade, deve produzir. O papel funcional é justamente a representação dessa função em termos operacionais. • Procedimentos. Os procedimentos especificam o que as atividades têm por responsabilidade fazer, como, quando, usando quais recursos e de que forma. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II81/142 Segundo a norma ISO 8402: Um procedimento escrito ou documentado inclui normalmente o escopo da atividade, o que deve ser feito e por qual papel funcional, onde e como deve ser feito; quais materiais, equipamentos e documentos devem ser usados e como a atividade deve ser registrada, controlada e medida. • Tarefas. Elas são o detalhamento de cada procedimento. Se qualquer atividade tiver só o procedimento, escrito claro, vai ser quase impossível executá-la. Perguntas como: “O que é que eu faço primeiro?”, “Como é que eu faço o que eu tenho que fazer?” e “Como é que eu me comporto nas situações “A”, “B” e “C”?” • Regras de Negócio. Elas servem para orientar a execução de uma ou de várias tarefas. As regras de negócio são geralmente extraídas das políticas da empresa e dos manuais de procedimentos e normas para garantir a correta execução das tarefas. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II82/142 • Tempos. Existem, no mínimo, três tipos de tempos no ambiente dos processos de negócio. São eles: • Tempo de ciclo. • Tempo de processamento. • Tempo de retardo. • Metas. É o que se espera atingir como resultado da execução do processo. As metas de um processo estão diretamente ligadas aos objetivos da empresa como um todo; ao que o cliente espera receber do processo em particular e às melhorias advindas dos programas da qualidade. • Exceções. Muitos profissionais e autores desta área encaram a exceção como sendo o erro. Exceções sempre existem em qualquer atividade e processo. Às vezes, elas não são tão críticas para merecerem um Plano de Contingência, outras exceções, no entanto, são de tal forma críticas que jamais se pode ignorá-las. Exceção não é o erro, mas a falta de conhecimento delas e de um plano de contingência certamente ocasionará o ERRO. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II83/142 • Rotas. O trabalho num projeto de análise & modelagem de processos de negócio será o de documentar, nos processos existentes, ou criar, no caso de novos processos, todas as informações a respeito de cada um dos elementos já listados. Somente por meio destas informações um processo terá suas rotas, ou fluxos (workflow), construídos com segurança pode ser operacionalizado e gerenciado. • Entradas e saídas lógicas. É toda manifestação eletrônica, qualquer que seja sua configuração, que tenha por função “suportar” dados ou informações. • Entradas e saídas físicas. Elas podem ser de dois tipos: insumos e mídias. Insumos é tudo que se introduz num processo para ser modificado, montado, transformado, misturado, cortado, colado por ele. O outro tipo de entrada física são as mídias, papel, formulários impressos, disquetes, CDs, DVDs, que têm a função de introduzir dados e/ou informações no processo, geralmente, para que as entradas físicas e/ou lógicas possam ser processadas. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II84/142 • Formulários. • Físicos. • Lógicos. • Estrutura de Dados - Metadados e Dados. O Metadado é a identidade do dado, isto é, específica, define, descreve, nomeia e faz com que qualquer dado tenha um significado que possa ser reconhecido por todos com o mesmo exatamente da mesma forma. O Dado é a menor parte do conhecimento. • Ligação com Legacy Systems. Por meio desta informação, é possível descobrir e documentar também a ligação com Legacy Systems ou outros quaisquer sistemas. Estes elementos são fundamentais para que os sistemas de informações possam ser ajustados aos processos, tornando-os aderentes ao negócio. Unidade 3 • Mapeamento, Análise, Modelagem, Implantação e Gerenciamento de Processos de Negócio – Parte II85/142 Para saber mais Para saber o que é cobrado numa prova de concurso para analista de tecnologia da informação, veja uma prova disponível em: <http://www.institutoaocp.org.br/
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