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RESENHA Transformações do Estado e a Administração Pública no século XXI. Bitencourt Neto, E. Revista de Investigações Constitucionais, v. 4, p. 207-255, 2017 OBJETIVO DO ARTIGO Categorizar e analisar as tipologias administrativas públicas presente na Administração Pública do Século XXI e discutir a aplicação de conceitos liberais no Estado brasileiro. INTRODUÇÃO O Autor inicia o texto explicando sobre a importância de se discutir temas ligados ao conceito de liberalismo no Brasil, uma vez que, diferentemente de outras Nações, o Brasil possui um Estado gigante, amparado na natureza social de sua Constituição Federal. Continuando o raciocínio, ele argumenta que, inclusive, um dos principais problemas da Administração no Século XXI em nosso país é a quase imposição do arcabouço liberalizante como solução de todos os problemas estatais. Ainda segundo o Autor, por mais que esse tipo de posicionamento econômico seja a solução de alguns problemas, sua imposição e apropriação total causa mais prejuízos que benefícios. Dito isso, ele primeiro descreve a Administração Pública como de atuação transversal, caracterizada pelo pensamento sistêmico e onde o Estado tem um papel catalisador, para depois passar a caracterizar as estruturas presentes na Administração Pública como forma de exemplificar as possibilidades de relações estatais e de vislumbrar aplicação de conceitos liberais em algumas delas. O autor divide os modelos de Administração no Século XXI em seis(6): 1. INFRA-ESTRUTURAL (DE DIREÇÃO / GARANTIDORA); 2. PROCEDIMENTALIZADA; 3. MULTIPOLAR (TRANSVERSAL); 4. EM REDE (COOPERAÇÃO OU INTEGRADA); 5. CONCERTADA (CONSENSUAL); 6. EFICIENTE Abaixo cada um dos modelos segue mais detalhado: 1. INFRA-ESTRUTURAL (DE DIREÇÃO / GARANTIDORA) a. Ainda muito orientada pelo Weel Fare State (Estado Social e Provedor); b. É considerada infra-estrutural pois, quando o Estado passa a buscar efetivar os direitos sociais dos cidadãos, ele acaba gerando todo uma estrutura (infra-estrutura) estatal; c. É considerada garantidora por procurar garantir serviços e direitos; d. É de direção pois desenvolve planejamento, ordenação e configurações sociais de modo geral, sem destinatário específico (Principio administrativo da impessoalidade). 2. PROCEDIMENTALIZADA a. A Administração procedimentalizada valoriza ao máximo os processos, podendo ser considerada uma abordagem burocrática e uma consequência da administração infra-estrutural; b. Uma vez que o Estado está estruturado e provavelmente grande, passa a ser necessário a criação de processos administrativos burocráticos para que seja possível o controle da Adm. Pública; c. No Brasil, a Administração Pública ficou muito relacionada com esse tipo de abordagem. 3. MULTIPOLAR (TRANSVERSAL) a. Mais alinhada com o modelo gerencial, essa abordagem diminui o conceito hierárquico estrutural da Administração Burocrática; b. Acredita ser possível uma administração bilateral ou multipolar sem as divisões hierárquicas estanques. (Cada pólo conduz e é conduzido pelo outro) c. Conceito de decisoes que se espreiam, que sao entre sujeitos, mas que atingem terceiros indeterminado. Nesse sentido, existem dois tipos de decisoes, as externas e as internas. Sendo as internas relacionadas as decisoes administrativas que acabam regulando tambem as relacoes da administracao com terceiros privados, que se relacionam de algumas forma com a Administracao Publica e a externa aquela que se relaciona com a atuacoa reguladora do estado, quando o estado gera decisoes ja visam os terceciros por ele supervisionados - 4. EM REDE (COOPERAÇÃO OU INTEGRADA) a. Primeiro modelo que leva em consideração a participação da sociedade civil, de direito privado; b. Lembra o modelo estrutural anterior (multipolar/transversal) mas amplia os agentes envolvidos na Administração para além do universo público, considerando também o papel das instituições privadas; c. Também alinhada ao modelo gerencialista, uma vez que valoriza muito a noção de coordenação; d. O grande problema dessa abordagem é a dispersão administrativa que pode ser gerada com a quantidade de pólos decisórios, além de uma dificuldade de controle estatal. 5. CONCERTADA (CONSENSUAL) a. Origens liberalistas; b. Oposta a cultura hierarquica c. Consensual - Decisoes tomadas apos consultas com a comunidade e envolvidos, Concertada - Relacoes reguladas por contratos. d. Tenta solucionar o problema da dificuldade de controle do modelo anterior através de contratos do poder público com as iniciativas privadas; e. Por isso, podemos dizer que é alinhada ao modelo em rede, de cooperação ou integrado por entender que a sociedade civil também é parte fundamental da Administração Pública; f. Apesar da origem, é crítica ao pensamento neoliberal de transferência de competências estatais aos privados, reforçando que contratos poderão ser a solução; diferenca entre liberal e neo liberal 6. EFICIENTE a. O modelo mais novo das tipologias, tem como principal característica os conceitos de flexibilidade e inovação como basilares do modelo; b. É totalmente alinhado ao modelo gerencialista, visto que é orientada por resultados, por controle a posteriori; c. Considera conceitos mais modernos da Administração como os 4E's (Eficiência, Eficácia, Efetividade e Economicidade); d. Apesar de não ser necessariamente alinhada a qualquer modelo Estatal, Social ou Liberal, no Brasil, se considerarmos que a CF88 tem características sociais, podemos dizer que essa tipologia busca a eficiência social do Estado. CONCLUSÃO Devemos entender que a constituição brasileira, ou seja, o conjunto de regras maior que rege nosso país, visa o bem social comum, com o Estado sendo o principal responsável pelos direitos dos cidadãos. Mas o Autor deixa claro que, para a Administração Pública do Século XXI, a Sociedade Civil também tem um papel importante no Estado, não podendo deixar de ser considerada e, muitas vezes, incluída na administração estatal.
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