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Direito Administrativo para concursos-01

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Professor: Leonardo Torres.
Direito Administrativo – Meu primeiro concurso. 
 
 
Direito Administrativo – Meu primeiro concurso. 
Professor: Leonardo Torres. 
 
 
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Professor: Leonardo Torres.
Direito Administrativo – Meu primeiro concurso. 
 
 
 
 
 Advogado,  especialista  em  Direito  Público,  professor  de  Direito  Administrativo  dos 
principais  cursos  preparatórios  para  o  ingresso  na  área  pública  e  Exame  de  Ordem  dos 
Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.  
 
 
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SUMÁRIO 
 
ESTADO E GOVERNOERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVOERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA  8 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA  11 
 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA  14 
 
ENTIDADES PARAESTATAIS  17 
ATOS ADMINISTRATIVOS  18 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO  27 
ASPECTOS GERAIS  27 
 
RENÚNCIA  28 
 
ESPÉCIES DE PODERES DA ADMINISTRAÇÃO  28 
AGENTES PÚBLICOS  30 
SERVIÇOS PÚBLICOS  40 
 
LEI Nº 11.079 DE 2004   43 
 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO  63 
 
RESPOSABILIDADE CIVIL DO ESTADO  65 
 
LICITAÇÕES (LEI 8.666/93)  68 
 
CONTRATOS DA ADM. (LEI 8.666/93)  75 
 
DOMÍNIO PÚBLICO  157 
 
 
 
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INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE  161 
 
PROCESSO ADMINISTRATIVO  165 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES  166 
 
   
 
 
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ESTADO E GOVERNO 
 
O  conceito  de  Estado  varia  segundo  o  ângulo  em que  é  considerado.  Do  ponto  de  vista 
sociológico,  é  corporação  territorial  dotada  de  um  poder  de  mando  originário;  sob  o 
aspecto  político,  é  comunidade  de  homens,  fixada  sobre  um  território,  com  potestade 
superior de ação, de mando e de coerção;  sob o prisma constitucional, é pessoa  jurídica 
territorial  soberana;  na  conceituação  do  nosso  Código  Civil,  é  pessoa  jurídica  de  Direito 
Público Interno (art. 41 do Código Civil).  
 
O  Estado  é  constituído  de  três  elementos  originários  e  indissociáveis:  Povo,  Território  e 
Governo soberano. Povo é o componente humano do Estado; Território, a sua base física; 
Governo soberano, o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto 
de autodeterminação e auto‐organização emanado do Povo.  
 
Não  há  nem  pode  haver  Estado  independente  sem  Soberania,  isto  é,  sem  esse  poder 
absoluto,  indivisível e  incontrastável de organizar‐se e de conduzir‐se segundo a vontade 
livre de seu Povo e de fazer cumprir as suas decisões inclusive pela força, se necessário. 
 
A  vontade  estatal  apresenta‐se  e  se  manifesta  através  dos  denominados  Poderes  de 
Estado. Os  Poderes  de  Estado,  na  clássica  tripartição  de Montesquieu,  até  hoje  adotada 
nos  Estados  de  Direito,  são  o  Legislativo,  o  Executivo  e  o  Judiciário,  independentes  e 
harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis (CF, art. 2º). 
 
A  organização  do  Estado  é matéria  constitucional  no  que  concerne  à  divisão  política  do 
território  nacional,  a  estruturação  dos  Poderes,  à  forma  de  Governo,  ao  modo  de 
investidura dos governantes, aos direitos e garantias dos governados.  
 
No Estado Federal, que é o que nos interessa, a organização política era dual, abrangendo 
unicamente a União  (detentora da Soberania) e os Estados‐membros ou Províncias  (com 
autonomia política, além da administrativa e financeira).  
 
Agora, a nossa Federação compreende a União, os Estados‐membros, o Distrito Federal e 
os Municípios,  que  também  são  entidades  estatais,  com  autonomia  política  reconhecida 
pela  Constituição  da  República  (art.  18),  embora  em  menor  grau  que  a  dos  Estados‐
membros (art. 25).  
 
Na  nossa  Federação,  portanto,  as  entidades  estatais,  ou  seja,  entidades  com  autonomia 
política  (além  da  administrativa  e  financeira)  são  unicamente  a  União,  os  Estados‐
membros, os Municípios e o Distrito Federal. 
 
Governo  é  a  condução  política  dos  negócios  públicos.  Na  verdade,  o  Governo  ora  se 
identifica  com  os  Poderes  e  órgãos  supremos  do  Estado,  ora  se  apresenta  nas  funções 
originárias desses Poderes e órgãos como manifestação da Soberania. A constante, porém, 
do Governo é a sua expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do 
Estado  e  de  manutenção  da  ordem  jurídica  vigente.  O  Governo  atua  mediante  atos  de 
Soberania ou, pelos menos, de autonomia política na condução dos negócios públicos. 
 
 
 
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Administração Pública é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do 
Governo.  Numa  visão  global,  a  Administração  é,  pois,  todo  o  aparelhamento  do  Estado 
preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. 
A  Administração  pratica,  atos  de  execução,  com  maior  ou  menor  autonomia  funcional, 
segundo a competência do órgão e de seus agentes. São os chamados atos administrativos.  
O Governo e a Administração,  como criações abstratas da Constituição e das  leis, atuam 
por intermédio de suas entidades (pessoas jurídicas), de seus órgãos (centros de decisão) e 
de seus agentes (pessoas físicas investidas em cargos e funções).  
  
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
É  o  conjunto  harmônico  de  princípios  jurídicos  que  regem  os  órgãos,  os  agentes  e  as 
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados 
pelo Estado, ou ainda, é o conjunto de normas que regem a Administração Pública. 
 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
As fontes do Direito Administrativo são as responsáveis diretas pela criação, elaboração e 
aperfeiçoamento  de  toda  ciência  administrativista,  produzindo,  aprimorando  e  até 
justificando, suas Leis, normas internas e decisões judiciais. 
 
Em se tratando do Direto Administrativo propriamente dito, é importante ressaltar, dentre 
outras, quatro principais espécies de fontes jurídicas: a Lei, a doutrina, a jurisprudência e os 
costumes. 
 
AS LEIS 
 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
A lei, considerada em seu sentido amplo, representa importante fonte do Direito e, em se 
tratando  do  Direito  Administrativo  especificamente,  representa  a  sua  principal  fonte 
jurídica. Tal como ocorre aos demais ramos do Direito, a Constituição Federal é a principal 
fonte do Direito Administrativo.  
 
 
É na Constituição Federal que  se encontram  todos os  fundamentos e princípios  jurídicos 
que irão servir de base para a criação das outras normas jurídicas. Por exemplo, os artigos 
37  e  38,ambos  da  Constituição  Federal,  trazem  as  disposições  gerais  concernentes  aos 
princípios  e  normas  que  devem  ser  seguidos  por  toda  a  Administração  Pública.  A 
Constituição  Federal  também  dispõe  acerca  de  outras  questões  relacionadas  ao  Direito 
Administrativo, como por exemplo, os Servidores Públicos que é tratado em seus artigos 39 
até 41. 
 
 
 
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AS OUTRAS LEIS 
 
Todavia  não  somente  a  Constituição  Federal  constitui  uma  fonte  jurídica  para  o  Direito 
Administrativo.As  Leis,  os  regulamentos,  as  instruções  normativas,  as  resoluções  e  até 
mesmos as portarias expedidas pela Administração Pública, também, figuram como fontes 
jurídicas  para  o  Direito  Administrativo.Em  se  tratando  de  Leis,  especificamente,  deve‐se 
citar  como  exemplo,  a  Lei  8112/90  que  dispõe  acerca  do  regime  jurídico  dos  servidores 
civis da União ou a  Lei 8666/93, que dispõe acerca do processo  licitatório. Na  realidade, 
para  facilitar  a  compreensão,  deve‐se  entender  que  constitui  fonte  do  direito,  todas  as 
normas expedidas pela ou para a Administração Pública, desde a Constituição Federal até 
os regulamentos. 
 
A DOUTRINA 
 
Quando  estudiosos  do  Direito  publicam  seus  estudos,  pesquisas  ou  suas  interpretações 
jurídicas  acerca  de  determinada  ponto  da  Lei,  isso  quer  dizer,  que  foi  publicada  uma 
doutrina acerca daquele tema.Doutrina é a interpretação dada pelos operadores do Direito 
acerca  de  determinada  questão  jurídica.Desta  forma,  não  se  engane,  a  doutrina,  não  se 
presta somente a  interpretar a Lei, mas também a todas as outras questões relacionadas 
ao Direito, tais como sua origem, seus princípios, objetivos e sua evolução.  
Existe  certa  divergência  jurídica,  quanto  ao  fato  da  doutrina  representar  uma  fonte  do 
Direito.Para estes autores, entender que doutrina representa uma fonte do Direito significa 
em afronta direta ao princípio da Legalidade. Todavia, para a maior parte dos autores, a 
doutrina  constitui  uma  fonte  do  Direito,  não  havendo  qualquer  empecilho  neste 
sentido.Inclusive, não se pode olvidar que a doutrina é constantemente utilizada quando 
da realização dos julgamentos pelos Tribunais. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Quando uma decisão  judicial  é  proferida de  forma  reiterada,  pode‐se  considerar que  foi 
formada uma jurisprudência naquele sentido, ou seja, jurisprudência, nada mais é que uma 
reunião  de  várias  decisões  judiciais,  acerca  determinada matéria.  Uma  jurisprudência  se 
cristaliza,  ou  seja,  se pacifica,  quando determinada matéria  é  julgada  sempre no mesmo 
sentido.  
 
A  jurisprudência  é  uma  importante  fonte  do  Direito,  em  se  tratando  de  Direito 
Administrativo.As  decisões  proferidas  pelo  Superior  Tribunal  de  Justiça  em  questões 
relacionadas  ao  Direito  Administrativo  é  um  bom  exemplo  de  jurisprudência  do  Direito 
Administrativo. 
 
OS COSTUMES 
 
Os  costumes,  também,  representam  importante  fonte  do  direito.  Surgem  através  de 
comportamentos, atos ou condutas praticados reiteradamente que com o passar do tempo 
começam  a  integrar  o  cotidiano  das  pessoas.  Em  se  tratando  do  direito  Administrativo 
especificamente,  é  importante  ressaltar  a  questão  da  "prática  administrativa"  como 
importante  fonte  do  Direito  Administrativo.  É  que  ante  a  ausência  de  norma  legal 
 
 
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específica  para  a  solução  de  determinado  "caso",  o  administrador  público  decide  por 
sempre solucionar esta questão, desempenhando determinado procedimento.  
Desta forma, como o passar do tempo, a "solução" dada pelo administrador público e sua 
aplicação reiterada, poderá se tornar "praxe" em toda Administração Pública, sendo assim, 
aplicada na resolução de todas as questões semelhantes. 
 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Em  face  da  organização  do  Estado,  e  pelo  fato  deste  assumir  funções  primordiais  à 
coletividade, no  interesse desta,  fez‐se necessário criar e aperfeiçoar um sistema  jurídico 
que  fosse  capaz  de  regrar  e  viabilizar  a  execução  de  tais  funções,  buscando  atingir  da 
melhor maneira possível o  interesse público visado. Devido à natureza desses  interesses, 
são  conferidos  à  Administração  direitos  e  obrigações  que  não  se  estendem  aos 
particulares. Logo, a Administração encontra‐se numa posição de superioridade em relação 
a estes. A Administração Pública, na maioria de suas  relações, possui um regime  jurídico 
diferenciado.  Para  que  possa  exercer,  de  forma eficaz,  as  funções  a  ela  determinadas,  o 
interesse  público  está  sobreposto  a  interesses  particulares.  Tal  regime  denomina‐se 
Regime  Jurídico  Administrativo.  Os  princípios  da  Administração  Pública  são  regras  que 
surgem como parâmetros para a interpretação das demais normas jurídicas. Têm a função 
de oferecer  coerência e harmonia para o ordenamento  jurídico. Quando houver mais de 
uma norma, deve‐se seguir aquela que mais se compatibiliza com os princípios elencados 
na  Constituição  Federal,  ou  seja,  interpreta‐se,  sempre,  consoante  os  ditames  da 
Constituição. 
 
Os  princípios  que  a  Administração  deverá  seguir  estão  dispostos  no  art.  37,  caput,  da 
CF/88. O disposto no referido artigo constitucional é rol meramente exemplificativo; logo, 
existem outros princípios que poderão ser invocados pela Administração, como o princípio 
da  supremacia  do  interesse  público  sobre  o  particular,  o  princípio  da  isonomia,  entre 
outros.  
 
Com  relação  à  sua  abrangência,  os  princípios  básicos  da  Administração  alcançam  a 
Administração Pública direta e indireta de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios (art. 37 da CF/88), possuindo, portanto, amplo alcance.  
 
São  cinco  os  princípios  da  Administração  Pública  previstos  no  Artigo  37,  caput,  da 
Constituição Federal. Além destes princípios, há os previstos em legislações esparsas e os 
definidos pelos doutrinadores. 
 
Dispõe o Artigo 37, caput, da Constituição Federal: 
 
Artigo 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos  Municípios  obedecerá  aos  princípios  de  legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e também ao seguinte:(…) 
 
a) Legalidade: a Administração pública só pode fazer o que a lei permite (poder‐dever). 
 
 
 
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b) Moralidade:    a  atuação do  administrador  deve obedecer  a  padrões  éticos  e  justos  de 
probidade e decoro.  
 
c) Impessoalidade: o mérito dos atos pertence à Administração e não às autoridades que as 
executam. Pode aparecer associado (ou utilizado como sinônimo) ao termo finalidade. 
 
d) Publicidade: divulgação dos atos praticados pela Administração, para conhecimento do 
público e início dos efeitos. 
 
e)  Eficiência:  introduzido  na  CF  pela  EC  19/98  –  Reforma  Administrativa  –  não  basta  a 
instalação de um serviço público, o mesmo deve atender as necessidades para as quais foi 
criado. 
 
 
Como  já  dito,  além  dos  princípios  da  Administração  Pública,  trazidospor  nossa  Carta 
Magna  em  seu  art.  37,  temos  outros  princípios  previstos  em  legislações  esparsas  e  os 
definidos pelos doutrinadores, sendo eles: 
   
  a)  Princípio  da  Continuidade  dos  Serviços  Públicos:  em  razão  de  ter  o  Estado 
assumido  a  prestação  de  determinados  serviços,  por  considerar  que  estes  são 
fundamentais  à  coletividade,  mesmo  os  prestando  de  forma  descentralizada  ou  ainda 
delegada, deve a Administração, até por uma questão de coerência, oferecê‐los de forma 
contínua,  ininterrupta.  Pelo  princípio  da  continuidade  dos  serviços  públicos,  o  Estado  é 
obrigado a não interromper a prestação dos serviços que disponibiliza.   
   
  b)  Princípio  da  Motivação:  é  a  obrigação  conferida  ao  administrador  de  motivar 
todos os atos que edita, sejam gerais, sejam de efeitos concretos.  
   
  É considerado, entre os demais princípios, um dos mais importantes, uma vez que 
sem a motivação não há o devido processo legal, pois a fundamentação surge como meio 
interpretativo da decisão que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro meio de 
viabilização do controle da legalidade dos atos da Administração. 
   
c)  Princípio  da  Supremacia  do  Interesse  Público  sobre  o  Particular  e  Princípio  da 
Indisponibilidade: por força dos interesses representados pela Administração, é certo que 
todos  os  princípios  básicos  previstos  no  art.  37  da  Constituição  Federal  se  aplicam  na 
atuação  desta;  todavia,  na maioria  das  vezes,  a  Administração,  para  buscar  de maneira 
eficaz tais  interesses, necessita ainda de se colocar em um patamar de superioridade em 
relação aos particulares, numa relação de verticalidade, e para isto se utiliza do princípio da 
supremacia,  conjugado  ao  princípio  da  indisponibilidade,  pois,  tecnicamente,  tal 
prerrogativa é irrenunciável, por não haver faculdade de atuação ou não do Poder Público, 
mas  sim  “dever”  de  atuação.  Por  tal  princípio,  sempre  que  houver  conflito  entre  um 
interesse  individual  e  um  interesse  público  coletivo  deve  prevalecer  o  interesse  público. 
São as prerrogativas conferidas à Administração Pública, porque esta atua por conta de tal 
interesse. Como exemplos podemos  citar  a existência  legal de  cláusulas exorbitantes em 
favor da Administração, nos contratos administrativos; as restrições ao direito de greve dos 
agentes públicos; a encampação de serviços concedidos pela Administração etc. 
 
 
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d)  Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade: os princípios  acima  surgem de  ideias 
como  a  limitação  de  direitos,  isto  é,  “todo  direito  pressupõe  a  noção  de  limite”,  e  da 
proibição do excesso, usada  como meio de  interpretação de  tais princípios, pois  visam a 
evitar  toda  forma  de  intervenção  ou  restrição  abusiva  ou  desnecessária  por  parte  da 
Administração Pública.  Com efeito, tal análise deve ser realizada utilizando‐se dos critérios 
e  “valores  atinentes  ao  homem  médio.”  Na  doutrina,  prevalece  a  noção  de  que  os 
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade se entrelaçam e se completam, ou seja, 
não  são  considerados  separadamente. Assumem grande  importância  quando da  atuação 
administrativa por meio do poder de polícia, e em geral na expedição de todos os atos de 
cunho discricionários. 
 
   
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
a) Estrutura Vertical: Divide‐se em Administração Federal, Estadual, Municipal e do Distrito 
Federal, sendo que, não uma há uma gradação de autoridade (hierarquia) entre os níveis. 
 
b)  Estrutura Horizontal:  Compreende  a Administração Direta  (órgãos  públicos)  e  Indireta 
(entidades públicas ‐ Decreto Lei 200/67). 
 
DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZACÃO ADMINISTRATIVA 
 
A  desconcentração  é  uma  técnica  administrativa,  e  é  utilizada  em  toda  a  Administração 
Pública.    Ocorrerá  a  chamada  desconcentração  quando  as  pessoas  políticas  (União, 
estados membros, Distrito Federal e municípios) ou entidades (Por exemplo: autarquias) da 
Administração, encarregada de executar um ou mais  serviços, distribui  competências, no 
âmbito  de  sua  própria  estrutura,  a  fim  de  tornar  mais  ágil  e  eficiente  a  prestação  dos 
serviços.  
 
Na desconcentração existirá apenas uma pessoa jurídica (entidade ou pessoa política), isto 
é, a desconcentração sempre se opera no âmbito interno de uma mesma pessoa jurídica, 
constituindo uma simples distribuição interna de competências. 
 
Ocorre desconcentração, por exemplo, no âmbito da Administração Direta Federal, quando 
a União distribui as atribuições decorrentes de suas competências entre diversos órgãos de 
sua  própria  estrutura,  como  os  ministérios  (Ministério  da  Educação,  Ministério  dos 
Transportes  etc.);  ou  quando  uma  autarquia,  por  exemplo,  uma  universidade  pública, 
estabelece  uma  divisão  interna  de  funções,  criando,  na  sua  própria  estrutura,  diversos 
departamentos  (Departamento  de  Graduação,  Departamento  de  Pós‐Graduação, 
Departamento de Direito, Departamento de Filosofia, Departamento de Economia etc.). 
 
Como  se  vê,  a  desconcentração,  mera  técnica  administrativa  de  distribuição  interna  de 
funções,  ocorre  tanto  na  prestação  de  serviços  pela  Administração  Direta,  quanto  pela 
Indireta.  
 
 
 
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É muito mais  comum  falar‐se em desconcentração na Administração Direta pelo  simples 
fato  de  as  pessoas  que  constituem  as  Administrações  Diretas  (União,  estados,  Distrito 
Federal  e  municípios)  possuírem  um  conjunto  de  competências  mais  amplo  e  uma 
estrutura  sobremaneira  mais  complexa  do  que  os  de  qualquer  entidade  das 
Administrações Indiretas.  
 
De  qualquer  forma,  temos  desconcentração  tanto  em  um  município  que  se  divide 
internamente em órgãos, cada qual com atribuições definidas, como em uma sociedade de 
economia  mista  de  um  estado,  um  banco  estadual,  por  exemplo,  que  organiza  sua 
estrutura  interna  em  superintendências,  departamentos  ou  seções,  com  atribuições 
próprias e distintas, a fim de melhor desempenhar suas funções institucionais. 
 
Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o Estado (União, DF, estados ou 
municípios) desempenha algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas.  
 
A descentralização pressupõe duas pessoas  jurídicas distintas: o Estado e a entidade que 
executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição.  
 
A  descentralização  administrativa  acarreta  a  especialização  na  prestação  do  serviço 
descentralizado, o que é desejável em termos de técnica administrativa.  
 
Por  esse  motivo,  já  em  1967,  ao  disciplinar  a  denominada  “Reforma  Administrativa 
Federal”,  o  Decreto‐Lei  nº  200,  em  seu  art.  6º,  inciso  III,  elegeu  a  “descentralização 
administrativa” como um dos princípios fundamentais da Administração Federal. 
 
A  doutrina  aponta  duas  formas  mediante  as  quais  o  Estado  pode  efetivar  a  chamada 
descentralização administrativa: outorga e delegação. 
 
A descentralização será efetivada por meio de outorga quando o Estado cria uma entidade 
e a ela transfere, mediante previsão em lei, determinado serviço público.  
 
A  outorga  normalmente  é  conferida  por  prazo  indeterminado.  É  o  que  ocorre 
relativamente às entidades da Administração  Indireta prestadoras de serviços públicos: o 
Estadodescentraliza  a  prestação  dos  serviços,  outorgando‐os  a  outras  entidades 
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas), que 
são criadas para o fim de prestá‐los. 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
 
De  acordo  com  o  artigo  4o,  inciso  I,  Dec.  Lei  200/67,  é  representada  pelos  órgãos 
responsáveis  pela  chefia  do  Executivo  e  aqueles  que  lhes  auxiliam  diretamente.  No 
patamar Federal é composto pela Presidência da República e Ministérios; no Estadual e no 
Distrito Federal, pelo Governador e pelas Secretarias; em nível Municipal, pela Prefeitura e 
pelas Secretarias. 
 
 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 
Quanto à posição Estatal: 
 
a) Órgãos  Independentes: se originam da previsão constitucional.   São os representativos 
dos 3 Poderes (Poder Executivo, Legislativo e Judiciário). 
 
•  Não tem qualquer subordinação hierárquica; 
•  Suas funções são políticas, judiciais e legislativas; 
•  Seus agentes são denominados Agentes Políticos; 
 
Exemplos:  
 
Congresso Nacional, Câmara de Deputados, Senado Federal, etc.  
 
b)  Órgãos  Autônomos:  são  os  localizados  na  cúpula  da  Administração,  imediatamente 
abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados aos seus chefes; 
 
•  Têm ampla autonomia administrativa, financeira e técnica; 
•  São órgãos diretivos, de planejamento, coordenação e controle; 
•  Seus agentes são denominados Agentes Políticos nomeados em comissão; 
 
Exemplos:  
 
Ministérios, Secretaria de Planejamento, etc. 
 
c) Órgãos Superiores:  são os que detêm poder de direção,  controle, decisão e  comando, 
subordinando‐se a um órgão mais elevado. 
 
•  Não gozam de autonomia administrativa nem financeira; 
•  Liberdade restringida ao planejamento e soluções técnicas, dentro de sua esfera de 
competência; 
•  Responsabilidade pela execução e não pela decisão política; 
 
Exemplos:  
 
Gabinetes, Coordenadorias, Secretarias Gerais, etc. 
 
d)  Órgãos  Subalternos:  são  os  órgãos  subordinados  hierarquicamente  a  outro  órgão 
superior; realizam tarefas de rotina administrativa. 
 
•  Reduzido poder de decisão; 
•  É predominantemente órgão de execução; 
 
Exemplos:  
 
Repartições, Seções de Expediente, etc. 
 
 
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Quanto  à Estrutura: 
 
a) Órgãos Simples: refere‐se a um só centro de competência.   
 
Exemplos:  
 
Posto Fiscal, Agência da Secretaria da Receita Federal, etc. 
 
b) Órgãos Compostos: representam vários centros de competência (outros órgãos menores 
na  estrutura).  A  atividade  é  desconcentrada,  do  órgão  central  para  os  demais  órgãos 
subalternos.   
 
Exemplos:  
 
Delegacia da Receita Federal, Inspetoria Fiscal, etc. 
 
Quanto à Atuação Funcional: 
 
a) Singular: são os que decidem através de um único agente.   
 
Exemplos:  
 
Os Ministérios, as Coordenadorias, as Seccionais, etc. 
 
b) Colegiado: decidem por manifestação conjunta da maioria de seus membros.   
 
Exemplos:  
 
Tribunais, Legislativo, Conselho de Contribuintes, etc. 
 
Quanto à Esfera de atuação: 
 
a) Centrais: abrangem todo o território de atuação.  
Exemplo:  
Os Ministérios. 
 
b) Locais: abrangem certos setores.   
 
Exemplos:  
 
As Seccionais, as Delegacias Regionais etc. 
 
Quanto à Função: 
 
a) Ativos: são aqueles que decidem ou executam as atividades administrativas. Podem ser 
de Direção Superior (decisão) ou Executivos (execução). 
 
 
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Exemplos:  
 
Secretarias Estaduais (decisão), Zeladoria (execução) etc. 
 
b) Consultivos: são aqueles que esclarecem, opinam etc. 
 
Exemplos:  
 
Conselhos de Impacto Ambiental. 
 
c) De controle: são órgãos de fiscalização. 
 
Exemplo:  
 
Controladoria Geral da União. 
 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 
Entidades  dotadas  de  personalidade  jurídica  própria,  previstas  no  artigo  4o,  inciso  II,  do 
Decreto Lei 200/67. São as: 
 
AUTARQUIAS  
 
A  expressão  autarquia  surgiu  do  grego  autos,  que  significa  “próprio”  e  arquia,  que  é 
sinônimo de “poder, comando”. São pessoas jurídicas de direito público criadas por lei para 
a execução de serviços públicos, contando com capital exclusivamente público, ou seja, as 
autarquias são regidas integralmente por regras de direito público, podendo, tão‐somente, 
serem prestadoras de serviços públicos. 
Exemplos:  
 
IBAMA, CADE, INSS etc.. 
 
O  IBAMA  (Instituto  Brasileiro  do Meio  Ambiente  e  dos  Recursos  Naturais  Renováveis)  é 
uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).  
 
É uma entidade responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) 
e desenvolve diversas atividades para a preservação e conservação do patrimônio natural, 
exercendo o controle e a fiscalização sobre o uso dos recursos naturais (água, flora, fauna, 
solo, etc).  
 
Também  cabe  a  ele  realizar  estudos  ambientais  e  conceder  licenças  ambientais  para 
empreendimentos de impacto nacional. 
 
O CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) é uma autarquia federal brasileira 
que tem como objetivo orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do poder econômico.  
 
 
 
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Tem  o  papel  de  julgar  sobre  matéria  concorrencial  os  processos  encaminhados  pela 
Secretaria  de  Direito  Econômico  do  Ministério  da  Justiça  e  a  Secretaria  de 
Acompanhamento  Econômico  do  Ministério  da  Fazenda,    desempenhando  os  papéis 
preventivo, repressivo e educativo, dentro do mercado brasileiro. 
 
O  Banco  Central  é  uma  autarquia  de  regime  especial.  Por  força  do  art.  21  da  CF/88,  a 
competência para emissão de moedas é da União por meio do Banco Central.  
 
Também  o  Banco  Central  tem  por  finalidade  fiscalizar  as  atividades  desenvolvidas  pelas 
instituições financeiras. 
 
 
OBSERVAÇÕES 
 
•  Têm autonomia, não sendo subordinadas àquele que as criou, são apenas vigiadas 
(supervisão ministerial), podendo escolher como administrar seu patrimônio e receitas; 
 
•  Criadas e extintas por lei específica (art. 37, XIX da CF/88); 
 
•  São dotadas das mesmas prerrogativas da Administração Direta. Na área tributária 
(art. 150, § 2.º, da CF/88). Na área processual, art. 188 do CPC; 
 
•  Seus bens são imprescritíveis (inusucapíveis), impenhoráveis e inalienáveis; 
 
•  A prescrição contra elas é de cinco anos; 
 
•  O  regime  de  pessoal  é  o  mesmo  que  se  aplica  aos  servidores  da  Administração 
direta (Lei 8.112/90); 
 
•  Temos também, as Autarquias sob o regime especial: 
 
As Agências Reguladoras (ANATEL, ANEEL, ANTT etc.) e as Agências Executivas  (INMETRO 
etc).  
 
As  primeiras  (Agências  Reguladoras)  são  autarquias  que  foram  criadas  para  regular  as 
atividades desempenhadas pelos particulares e certos setores do mercado,  fiscalizando e 
controlando tais atividades.  
 
Já as Agências Executivas, são “títulos de qualidade conferidos às autarquias ou fundações 
que celebrem contrato de gestão com o Órgão da Administração Pública Direta a que se 
acham vinculadas,para a melhoria da eficiência e redução de custos”.  
 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS  
 
São pessoas jurídicas (regidas por regras de Direito Público ou de Direito Privado) sem fins 
lucrativos, criadas ou autorizadas por lei para um fim específico de interesse público, como 
educação,  cultura  e  pesquisa.  As  fundações  públicas  possuem autonomia  administrativa, 
 
 
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patrimônio próprio, e funcionamento custeado. As fundações poderão ser tanto de direito 
público quanto de direito privado. 
 
Essa  definição  serve  para  qualquer  fundação,  inclusive  àquelas  que  não  integram  a 
Administração  indireta.  No  caso  das  fundações  que  integram  a  Administração  indireta, 
quando forem dotadas de personalidade de direito público (criadas por lei), serão regidas 
integralmente por regras de Direito Público.  
 
Quando  forem  dotadas  de  personalidade  de  direito  privado  (autorizadas  por  lei),  serão 
regidas por regras de direito público e direito privado.  
 
Tanto  uma  quanto  outra  são  compostas  por  patrimônio  personalizado.  No  caso  da 
fundação pública, é destacado pela Administração direta, que é o instituidor para definir a 
finalidade pública.  
 
Como exemplo de fundações, temos:  
 
FUNASA  (Fundação Nacional  de  Saúde);  IBGE  (Instituto  Brasileiro Geográfico  Estatístico); 
Universidade de Brasília; FUNAI (Fundação Nacional do Índio); 
 
EMPRESAS PÚBLICAS 
 
Pessoas  Jurídicas  de  direito  privado,  com  capital  inteiramente  público,  sendo  a  criação 
autorizada  por  lei  para  exploração  de  atividades  econômicas  ou  para  a  prestação  de 
serviços públicos.  
 
Como exemplo de empresas públicas, temos:  
 
CEF (Caixa Econômica Federal); ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) etc. 
 
OBSERVAÇÕES 
 
•  Podem adotar qualquer modelo societário admitido em direito; 
 
•  São sempre de direito privado; 
 
•  100% do capital pertencem à Administração Pública; 
 
•  Autorizadas por lei; 
 
•  Seu  pessoal  é  composto  por  “empregados  públicos”  ou  “agentes  temporários”, 
sendo regidos pela CLT; 
 
•  Estão obrigadas a realizar licitação para suas atividades “meio”, e dispensadas para 
as atividades “fins”; 
 
 
 
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Direito Administrativo – Meu primeiro concurso. 
 
•  De  acordo  com  o  art.  109,  I,  da  CF,  as  ações  nas  quais  sejam  partes,  serão 
processadas  e  julgadas  na  Justiça  Federal,  ressalvado,  a  competência  da  Justiça  do 
Trabalho. 
 
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA  
 
Pessoas Jurídicas de direito privado, sendo a criação autorizada por lei para exploração de 
atividades econômicas ou para a prestação de serviços públicos, com a maioria do capital 
votante pertencente à Administração Pública, sob a forma de sociedade anônima. 
 
OBSERVAÇÕES 
 
•  Seu  pessoal  é  composto  por  “empregados  públicos”  ou  “agentes  temporários”, 
sendo regidos pela CLT; 
 
•  Autorizadas por lei; 
 
•  São sempre de direito privado; 
 
•  Necessariamente  constituídas  sob  a  forma  de  S.A.  (incisos  I  e  II  do  art.  5º  do 
Decreto‐Lei 200/67); 
 
•  Estão obrigadas a realizar licitação para suas atividades “meio”, e dispensadas para 
as atividades “fins”; 
 
•  As ações nas quais sejam partes, serão processadas e  julgadas na Justiça Estadual, 
ressalvado, a competência da Justiça do Trabalho. 
 
ENTIDADES PARAESTATAIS 
 
CONCEITO 
 
São  pessoas  jurídicas  de  direito  privado  que  colaboram  com  o  Estado,  desempenhando 
atividades de interesse público e não lucrativas e à qual o Poder Público dispensa especial 
proteção,  cumprindo  ser  destacado,  que  não  integram  a  estrutura  da  Administração 
Pública.  
 
 
COMPOSIÇÃO 
 
•  Serviços sociais autônomos; 
•  Organizações sociais; 
•  Organizações da sociedade civil de interesse público; 
•  Entidades de apoio (fundações, associações, cooperativas); 
 
 
 
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ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Definição 
Ato jurídico, segundo o art. 185 do CC, “é todo ato lícito que possui por finalidade imediata 
adquirir,  resguardar,  transferir,  modificar  ou  extinguir  direitos”.  Ato  administrativo  é 
espécie de ato jurídico, é ato infralegal. 
 
Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou 
de quem  lhe  faça as  vezes, que agindo nesta qualidade  tenha por  fim  imediato adquirir, 
transferir, modificar ou extinguir direitos e obrigações. 
 
 Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em 
nome  dele.  Logo,  pode‐se  concluir  que  os  atos  administrativos  não  são  definidos  pela 
condição da pessoa que os realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público. 
 
PERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
ATO ADMINISTRATIVO PERFEITO 
 
É o ato concluído, acabado, que completou o ciclo necessário à sua formação. 
 
ATO ADMINISTRATIVO VÁLIDO 
 
É o ato praticado de acordo com as normas superiores que devem regê‐lo. 
 
ATO ADMINISTRATIVO EFICAZ 
 
É aquele ato que está apto a produzir os seus efeitos. As causas que podem determinar a 
ineficácia do ato administrativo são três:  
 
   A subordinação do ato a uma condição suspensiva, ou seja, o ato estará subordinado a 
um fato futuro e incerto. Enquanto o fato não acontecer, o ato será ineficaz; 
 
   A subordinação do ato a um termo inicial, ou seja, o ato estará subordinado a um fato 
futuro e certo. Enquanto o fato não acontecer, o ato será ineficaz; 
 
   A subordinação dos efeitos do ato à prática de outro ato jurídico. 
 
 
 
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REQUISITOS 
São as condições necessárias para a existência válida do ato. Nem todos os autores usam a 
denominação “requisitos”; podem ser chamados elementos, pressupostos, etc. 
Do ponto de vista da doutrina tradicional, os requisitos dos atos administrativos são cinco: 
 
  Competência: agente capaz;  
 
  Objeto lícito, certo, possível e mora;  
 
  Motivo:  este  requisito  integra  os  requisitos  dos  atos  administrativos  tendo  em  vista  a 
defesa de interesses coletivos; 
 
 Forma: somente a prevista em lei. 
 
  Finalidade: o ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato 
praticado não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder;  
 
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
 
Atributos  são  prerrogativas  que  existem  por  conta  dos  interesses  que  a  Administração 
representa, são as qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros 
atos jurídicos. 
 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE 
 
 É a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados válidos até que se 
demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos. Isso não 
quer dizer que não se possa contrariar os atos administrativos, o ônus da prova é que passa 
a ser de quem alega. 
 
IMPERATIVIDADE 
 
Poder  que  os  atos  administrativos  possuem  de  gerar  unilateralmente  obrigações  aos 
administrados,  independente  da  concordância  destes.  É  a  prerrogativa  que  a 
Administração possui para impor, exigir determinado comportamento de terceiros.EXIGIBILIDADE OU COERCIBILIDADE 
 
É  o  poder  que  possuem  os  atos  administrativos  de  serem  exigidos  quanto  ao  seu 
cumprimento sob ameaça de sanção. A imperatividade e a exigibilidade, em regra, nascem 
no  mesmo  momento.  Excepcionalmente  o  legislador  poderá  diferenciar  o  momento 
temporal  do  nascimento  da  imperatividade  e  o  da  exigibilidade.  No  entanto,  a 
 
 
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imperatividade é pressuposto lógico da exigibilidade, ou seja, não se poderá exigir obrigação 
que não tenha sido criada. 
 
AUTO‐EXECUTORIEDADE 
  
É o poder que possuem os atos administrativos de serem executados materialmente pela 
própria administração independentemente de recurso ao Poder Judiciário. 
 
A auto‐executoriedade é um atributo de alguns atos administrativos, ou seja, não existe em 
todos os atos  
 
Poderá ocorrer em dois casos: 
 
 Quando a lei expressamente prever; 
 
 Quando  estiver  tacitamente  prevista  em  lei  (nesse  caso  deverá  haver  a  soma  dos 
requisitos de situação de urgência e inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, 
evitar a lesão). 
TIPICIDADE 
 
É  o  atributo  pelo  qual  o  ato  administrativo  deve  corresponder  a  figuras  definidas 
previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade 
que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei. 
Trata‐se  de  decorrência  do  princípio  da  legalidade,  que  afasta  a  possibilidade  de  a 
Administração  praticar  atos  inominados;  estes  são  possíveis  para  os  particulares,  como 
decorrência do princípio da autonomia da vontade. 
 
Classificação dos atos administrativos 
 
QUANTO AOS SEUS DESTINATÁRIOS 
 
 Atos  gerais  ou  regulamentadores:  São  os  atos  administrativos  expedidos  sem 
destinatários determinados, com finalidade normativa, alcançando todos os sujeitos que se 
encontrem na mesma situação de fato em relação aos seus preceitos.  
 
São os regulamentos, instruções normativas, circulares, ordens de serviços, etc.  
 
 Atos  individuais  ou  especiais:  São,  ao  contrário,  todos  aqueles  que  se  dirigem  a 
determinados  destinatários  (um  ou  mais  sujeitos  certos),  criando‐lhes  uma  situação 
jurídica particular.  
 
Exemplo:  
Decretos de desapropriação; atos de nomeação; de exoneração, etc.  
 
 
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QUANTO AO SEU ALCANCE 
 
 Internos:  São  atos  administrativos  destinados  a  produzir  efeitos  no  âmbito  das 
repartições  públicas,  destinados  ao  pessoal  interno,  como  portarias,  instruções 
ministeriais, etc., destinados aos seus servidores.  
 
Podem  ser  mesmo  assim,  gerais  ou  especiais,  normativos,  ordenatórios,  punitivos,  etc., 
conforme exigência do serviço.  
 
 Externos ou de efeitos externos: São  todos aqueles que alcançam os administrados, os 
contratantes e, em certos casos, até mesmo os próprios servidores, provendo sobre seus 
direitos, obrigações, negócios ou conduta perante a Administração. Tais atos só entram em 
vigor após sua publicação em órgão oficial (diário oficial) dado seu interesse público.  
 
 
QUANTO AO SEU OBJETO 
 
 De império ou atos de autoridade: São todos aqueles atos que a Administração pratica 
usando  de  sua  supremacia  sobre  o  administrado  ou  sobre  o  servidor,  impondo‐lhes 
atendimento obrigatório.  
 
É o que ocorre nas desapropriações, nas interdições de atividade e nas ordens estatutárias. 
Podem  ser  gerais  ou  individuais,  internos  ou  externos,  mas  sempre  unilaterais, 
expressando a vontade onipotente do Estado.  
 
 Atos de gestão: São os que a Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os 
destinatários,  tal  como ocorre nos atos puramente de administração dos bens e  serviços 
públicos  e  nos  atos  negociais  com  os  particulares,  como,  por  exemplo,  as  alienações, 
oneração ou aquisição de bens, etc., antecedidos por autorizações  legislativas,  licitações, 
etc.  
 
 Atos de expediente: São os que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que 
tramitam  pelas  repartições  públicas,  preparando‐os  para  a  decisão  de  mérito  a  ser 
proferida pela autoridade competente.  
 
São  atos  de  rotina  interna,  sem  caráter  vinculante  e  sem  forma  especial,  praticados 
geralmente por servidores subalternos.  
 
QUANTO AO SEU REGRAMENTO 
 
 Vinculados  ou  regrados:  São  aqueles  para  os  quais  a  lei  estabelece  os  requisitos  e 
condições de sua realização,  limitando a  liberdade do administrador que fica adstrita aos 
 
 
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pressupostos  do  ato  legal  para  validade  da  atividade  administrativa.  Desviando‐se  dos 
requisitos das normas legais ou regulamentares, fica comprometida a ação administrativa, 
viciando‐se a eficácia do ato praticado que, assim, toma‐se passível de anulação.  
 
Exemplo: cobrar impostos, conceder isenção ou anistia, entre outros.  
 
 Discricionários:  São  aqueles  atos  que  a  Administração  pode  praticar  escolhendo 
livremente o seu conteúdo, o seu destinatário, a sua conveniência, a sua oportunidade e o 
modo da sua realização.  
 
A  rigor,  a  discricionariedade  não  se  manifesta  no  ato  em  si,  mas  no  poder  que 
Administração tem de praticá‐lo quando e nas condições que repute mais convenientes ao 
interesse público.  
 
Não se confunde com ato arbitrário. Discrição é liberdade de ação dentro dos limites legais; 
arbítrio  é  ação  que  excede  à  lei  e  por  isto,  contrária  a  ela. O  ato  discricionário,  quando 
permitido  pelo  direito,  é  legal  e  válido;  o  ato  arbitrário,  porém,  é  sempre  ilegítimo  e 
inválido.  
 
Manifesta‐se em função do poder da Administração em praticá‐lo nas condições que julgar 
conveniente: abrir um concurso público escolhendo o número de vagas, pavimentar uma 
estrada, etc.  
 
QUANTO À NATUREZA 
 
 Simples:  O  que  resulta  da manifestação  de  vontade  de  um único  órgão,  unipessoal  ou 
colegiado.  
 
 Complexos:  São  os  atos  que  se  formam  pela  conjugação  de  vontades  de  mais  de  um 
órgão  administrativo.  Em  outras  palavras  são  aqueles  que,  realizados  por  um  órgão, 
requerem, para a sua validade ‐ e não para a formação da vontade ‐ a aprovação de outro 
órgão; os que dependem de pareceres de órgãos consultivos, preceituados em lei; os que 
se compõem de atos elementares, como seja uma concorrência pública, cuja decisão pelo 
Ministério ou  Secretaria de Estado  requer uma  série de  atos  elementares precedentes  e 
autônomos, aos quais essa decisão está de certa forma vinculada.  
 
 Compostos: Que resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação por 
parte de outro, para se tornar exeqüível.  
 
Exemplo: autorização que depende de visto de uma autoridade superior.  
 
QUANTO AO FIM 
 
 Declaratórios  de  direito:  São  os  atos  que  declaram  a  legalidade  de  uma  situação  já 
existente e de conseqüência irremovíveis diante do Direito.  
 
 
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 Constitutivos de direito:São os atos que dão estabilidade jurídica a um fato até então de 
resultados aleatórios. 
 
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Atos normativos: São aqueles que contêm um comando geral do Poder Executivo visando 
à  correta  aplicação  da  lei.  São  atos  infralegais  que  encontram  fundamento  no  poder 
normativo (art. 84, IV da CF).  
 
Exemplo:  
 
Decretos; Regulamentos; Portarias e etc. 
 
 Atos ordinatórios: São aqueles que visam a disciplinar o funcionamento da Administração 
e a conduta de seus agentes no desempenho de suas atribuições. Encontra fundamento no 
Poder Hierárquico.  
 
Exemplo:  
Ordens, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de serviço e Ofícios. 
 
 Atos negociais:  São aqueles que  contêm uma declaração de  vontade da Administração 
visando  concretizar  negócios  jurídicos,  conferindo  certa  faculdade  ao  particular  nas 
condições impostas por ela. É diferente dos negócios jurídicos, pois é ato unilateral. 
 
 Atos  enunciativos:  São  aqueles  que  contêm  a  certificação  de  um  fato  ou  emissão  de 
opinião da Administração sobre determinado assunto sem se vincular ao seu enunciado.  
 
Exemplo:  
 
Certidões, Atestados, Pareceres e o apostilamento de direitos  (atos declaratórios de uma 
situação anterior criada por lei). 
 
 Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela Administração àqueles 
que infringirem disposições legais. Encontra fundamento no Poder Disciplinar.  
 
Exemplo:  
 
Interdição de estabelecimento comercial em vista de irregularidade; Aplicação de multas e 
etc. 
 
FORMAS DE EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
São formas de extinção dos atos administrativos:  
 
 
 
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 Anulação,  
 
 Revogação,  
 
 Cassação, 
 
 Caducidade 
 
 Contraposição. 
 
ANULAÇÃO 
 
a) Definição: 
 
Todo ato administrativo para ser válido deve conter os seus cinco elementos ou requisitos 
de validade (competência, finalidade, forma, motivo e objeto) isentos de vícios (defeitos). 
Caso um desses elementos apresente‐se em desacordo com a lei, o ato será nulo.  
 
O pressuposto da anulação é que o ato possua um vício de  legalidade em algum de seus 
requisitos de  formação. Com  isso,  podemos defini‐la  como  sendo o desfazimento de um 
ato  por  motivo  de  ilegalidade.  A  anulação  decorre  do  controle  de  legalidade  dos  atos 
administrativos. 
 
b) Quem pode ANULAR ato administrativo? 
 
A  anulação  de  um  ato  que  contenha  vício  de  legalidade  pode  ocorrer  tanto  pelo  Poder 
Judiciário (controle externo) quanto pela própria Administração Pública (controle interno). 
 
Como exemplo, podemos citar:  
 
Ato administrativo expedido pelo Poder Legislativo poderá ser anulado tanto pelo próprio 
Poder Legislativo (Administração Pública) quanto pelo Poder Judiciário. 
    
A  invalidação por via  judicial dependerá,  sempre, de provocação do  interessado.  Já a via 
administrativa  poderá  resultar  do  Poder  de  Autotutela  do  Estado,  que  deve  extingui‐lo, 
muito embora proveniente da manifestação de vontade de um de seus agentes, contenha 
vício de legalidade. 
 
c) Efeitos da Anulação: 
 
Uma vez que o ato administrativo ofende a lei, é lógico afirmarmos que a invalidação opera 
efeitos ex‐tunc, retroagindo à origem do ato, ou seja, fulmina o que já ocorreu, no sentido 
de que se negam hoje os efeitos de ontem. 
 
 
 
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REVOGAÇÃO 
 
a) Definição: 
 
Ocorre no momento em que um ato válido,  legítimo e perfeito  torna‐se  inconveniente e 
inoportuno  ao  interesse  público.  O  ato  não  possuía  qualquer  vício  de  formação,  porém, 
não atende mais aos pressupostos de conveniência e oportunidade. 
 
É importante ressaltarmos que o conceito de revogação guarda estreita relação com o de 
ato discricionário, visto  ser o Poder Discricionário da Administração o  fundamento de  tal 
instituto.  
 
Além  disso,  os  atos  vinculados  são  classificados,  pelos  grandes  autores,  como  atos 
irrevogáveis,  visto  que  neles  a  lei  não  deixou  opção  ao  administrador,  no  que  tange  à 
valoração da conveniência e da oportunidade.  
 
Sendo  assim,  concluímos  que  a  revogação  decorre  do  controle  de  mérito  dos  atos 
administrativos.  
 
b) Quem pode REVOGAR ato administrativo? 
 
Por depender de uma avaliação quanto ao momento em que o ato tornou‐se inoportuno e 
inconveniente,  a  revogação  caberá  à  autoridade  administrativa  no  exercício  de  suas 
funções.  Seria  inadmissível  imaginar  que  o  Poder  Judiciário  pudesse  revogar  ato 
administrativo,  pois  tal  competência  depende  da  experiência/  vivência  do  administrador 
público que decidirá quanto à oportunidade e conveniência da prática do ato.  
 
Porém,  é  importante  reforçarmos  que,  atipicamente,  o  Poder  Judiciário  também  emite 
atos administrativos (quando exerce a função administrativa).  
 
Nesse caso, caberá ao Poder Judiciário revogar os seus próprios atos administrativos.  
 
Como exemplo, podemos citar:  
 
Ato  administrativo  expedido  pelo  Poder  Legislativo  poderá  ser  revogado,  apenas,  pelo 
próprio Poder Legislativo. 
 
c) Efeitos da Revogação: 
 
A revogação opera efeitos ex‐nunc (proativos), ou seja, a partir de sua vigência. O ato de 
revogação não retroagirá os seus efeitos, pois o ato revogado era perfeitamente válido, até 
o momento em que se tornou inoportuno e inconveniente à Administração Pública. 
 
d) Atos Irrevogáveis 
 
 
 
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O Poder Discricionário dado à Administração Pública de revogar seus atos administrativos, 
por questões  lógicas não é  ilimitado. Alguns atos são  insuscetíveis de revogação, ou seja, 
são atos ditos irrevogáveis. 
Assim temos: 
 
 Os atos consumados, que já exauriram seus efeitos; 
 
 Os atos vinculados, pois nesse o administrador não tem escolha na prática do ato; 
 
 Os  atos  que  geram  direitos  adquiridos  os  atos  que  integram  um  procedimento 
administrativo;  
 
 Os atos administrativos declaratórios ou enunciativos (certidões, pareceres, atestados)  
CASSAÇÃO 
 
Na  verdade  a  cassação  e  a  anulação  de  um  ato  administrativo  possuem  efeitos  bem 
semelhantes.  A  diferença  básica  é  que  na  anulação  o  defeito  no  ato  ocorreu  em  sua 
formação, ou seja, na origem do ato, em um de seus requisitos de validade; já na cassação, 
o vício ocorre na execução do ato.  
 
Trata‐se  da  extinção  do  ato  porque  o  destinatário  descumpriu  condições  que  deveriam 
permanecer atendidas a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica.  
 
Como  exemplo,  temos  a  cassação  de  uma  licença,  concedida  pelo  Poder  Público,  sob 
Determinadas  condições,  devido  ao  descumprimento  de  tais  condições  pelo  particular 
beneficiário de tal ato. É  importante observarmos que a cassação possui caráter punitivo 
(decorre do descumprimento de um ato). 
 
CADUCIDADE 
    
A caducidade origina‐se com uma legislação superveniente que acarreta a perda de efeitos 
jurídicos da antiga norma que respaldava a prática daquele ato. 
 
A retirada funda‐se no advento de nova legislação que impede a permanência da situação 
anteriormente consentida.  
 
Ocorre,  por  exemplo,  quando  há  retirada  de  permissão  de  uso  de  um  bem  público, 
decorrentede uma nova  lei editada que proíbe  tal uso privativo por particulares. Assim, 
podemos afirmar que tal permissão caducou. 
 
CONTRAPOSIÇÃO 
 
Também chamada por alguns autores de derrubada. Quando um ato deixa de ser válido em 
virtude da emissão de outro ato que gerou efeitos opostos ao seu, dizemos que ocorreu a 
 
 
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contraposição. São atos que possuem efeitos contrapostos e por isso não podem existir ao 
mesmo tempo.   
 
CUMPRIMENTO (EXAURIMENTO) DE SEUS EFEITOS 
 
Ocorre quando o ato administrativo alcança os efeitos almejados.  
 
Como exemplo, podemos citar o ato que libera o servidor para gozar férias, isto é, partir do 
momento que  referido servidor goza suas  férias, o ato é extinto, visto que cumpriu  seus 
efeitos. 
 
RENÚNCIA 
 
Ocorre quando o beneficiário do ato renuncia os seus efeitos.  
  
CONVALIDAÇÃO DOS ATOS  ADMINISTRATIVOS 
    
Ocorre  a  convalidação  de  um  ato  administrativo,  quando  a  Administração  Pública  torna 
válido um ato administrativo que possua um vício sanável e seu efeito é retrospectivo (ex 
tunc). 
 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 
 
ASPECTOS GERAIS 
 
Diversamente  dos  poderes  do  Estado,  que  são  estruturais  e  orgânicos,  os  poderes  da 
Administração são instrumentais.  
 
Constituem instrumentos conferidos à Administração pelo ordenamento jurídico, para que 
possa atingir sua finalidade única, qual seja o interesse público.  
 
Os poderes da Administração são prerrogativas decorrentes do Princípio da Supremacia do 
interesse público sobre o interesse particular.  
 
Sempre que o administrador, quando da utilização desses instrumentos, exceder os limites 
de  suas  atribuições  ou  se  desviar  das  finalidades  administrativas,  incorrerá  em  abuso  de 
poder e será responsabilizado.  
 
O abuso de poder divide‐se em duas espécies: excesso de poder e desvio de finalidade. 
 
 
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RENÚNCIA 
 
Esses poderes são atribuídos à Administração Pública para que ela os exerça em benefício 
do interesse público, o que os torna irrenunciáveis.  
 
Desta  forma,  a Administração,  quando  for necessária  a utilização desses poderes,  deverá 
fazê‐lo, sob pena de ser responsabilizada.  
 
O exercício é obrigatório, indeclinável, pois, em se tratando de Administração Pública, não 
há propriamente faculdade de agir, mas verdadeiro dever de atuação. 
 
ESPÉCIES DE PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 
 
 
PODER DISCIPLINAR 
 
Poder disciplinar é o poder conferido à Administração que lhe permite impor penalidades 
aos  seus  agentes  em  razão  da  prática  de  infrações  funcionais.  Somente  poderão  ser 
aplicadas sanções e penalidades de caráter administrativo, expressamente previstas em lei, 
a exemplo de advertências, suspensão, demissão etc. 
 
PODER HIERÁRQUICO 
    
Poder  hierárquico  é  o  poder  conferido  à  Administração  para  organizar  a  sua  estrutura, 
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, bem como ordenar e rever a atuação dos 
seus agentes, estabelecendo uma relação de hierarquia e subordinação entre eles. O Poder 
Hierárquico assume importante papel na Administração, sob dois enfoques, conforme se vê 
a seguir:  
  
a)  Internamente: possibilita ao agente, desde que  ingressa na Administração, saber quem 
deve  cumprir  ordens  e  quais  ordens  devem  ser  cumpridas,  otimizando  funções  e 
compondo de maneira satisfatória os quadros do Poder Público. 
 
b)  Externamente:  desdobra‐se  para  que  se  possa  apreciar  a  validade  do  ato  publicado, 
concluir se deverá ou não ser cumprido e saber contra quem se ingressará com remédios 
judiciais, caso haja a ofensa de direitos legais e constitucionalmente protegidos. 
 
 
 
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Direito Administrativo – Meu primeiro concurso. 
 
PODER REGULAMENTAR 
 
O  poder  regulamentar  é  atribuído  privativamente  aos  Chefes  do  Poder  Executivo  para 
editar decretos de execução ao fiel cumprimento à lei (inc. IV art. 84 Constituição Federal). 
Em  regra,  não  tem  cabimento,  assim,  a  existência  de  decreto  autônomo  para  disciplinar 
matéria não prevista em lei, em conformidade com o entendimento majoritário. 
Excepcionalmente,  pode  haver  decreto  autônomo  dispondo  sobre  organização  e 
funcionamento da administração  federal,  quando não  implicar  aumento de despesa nem 
criação  ou  extinção  de  órgãos  públicos,  bem  como  sobre  extinção  de  funções  ou  cargos 
públicos, quando vagos (inc. VI art. 84 Constituição Federal). 
Os decretos autônomos diferem‐se dos decretos de execução, pois estes visam garantir a 
fiel execução de  lei ou de ato normativo  já editados. Regulamento é o ato administrativo 
geral e normativo expedido privativamente pelo Chefe do Executivo  (federal,  estadual ou 
municipal), por meio de decreto, com o fim de explicar o modo e forma de execução da lei 
(regulamento  de  execução)  ou  prover  situações  não  disciplinadas  em  lei  (regulamento 
autônomo ou independente). 
 
PODER DE POLÍCIA 
    
É o poder conferido à Administração Pública para condicionar, restringir, frear o exercício 
de  direitos  e  atividades  dos  particulares  em nome dos  interesses  da  coletividade,  sendo 
que, tal poder informa e possibilita a atuação eficaz da Administração Pública na busca do 
interesse público, aplicável, desta forma, por meio de atos gerais ou individuais, puramente 
normativos ou ainda de efeitos concretos.  
 
 Ato geral: é aquele ato que não tem um destinatário específico, normalmente de cunho 
normativo, a exemplo do ato que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores, aplicável 
a todos os estabelecimentos comerciais. 
 
 Ato individual: é aquele que tem um destinatário específico, por exemplo, a autuação 
de determinado estabelecimento comercial por qualquer motivo, por razões de segurança. 
Faz‐se necessária a diferenciação entre polícia administrativa, polícia judiciária e polícia de 
manutenção da ordem pública: 
 
 Polícia administrativa: incide sobre bens, direitos, interesses e atividades da população, 
difunde‐se por toda a Administração e visa garantir todos os interesses explicitados em sua 
definição legal, constante do Código Tributário Nacional.  
 
 Polícia judiciária: efetua a apuração de infrações penais e sua autoria; sua competência 
é de órgãos determinados, a exemplo das polícias civis e da polícia federal, e é considerada 
como órgão auxiliar do Poder Judiciário.  
 
Polícia de manutenção da ordem pública (polícia ostensiva): tem caráter eminentemente 
preventivo e ostensivo, além de ser da competência de órgãos militares (em regra). 
 
 
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USO E ABUSO DE PODER 
 
O  uso  (normal)  de  poder  é  a  utilização  adequada  à  lei,  pelos  agentes  públicos,  das 
prerrogativas  (vantagens  ou  privilégios  em  razão  da  função)  que  lhe  são  dadas  pelo 
ordenamento jurídico. 
 
Já o abuso de poder surge quando essas prerrogativas são empregadas em desacordo com 
a lei, fora dos limites de competência do agente ou com desvio da finalidade a ser atingida,de interesse público. A cada uma dessas duas hipóteses corresponde um tipo de abuso de 
poder: 
 
Excesso de Poder: Ocorre quando o agente, “embora competente para praticar o ato, vai 
além do permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas. Excede, portanto, 
a sua competência legal e, com isso, invalida o ato”. 
 
Desvio de Poder (ou desvio de finalidade): Surge nas situações em que o agente pratica o 
ato visando a um fim diferente daquele previsto na lei.  
 
O exemplo clássico de abuso de poder é a desapropriação que, apesar de feita em nome do 
interesse público, na verdade, tem sido imposta para prejudicar um inimigo ou mesmo para 
beneficiar a própria autoridade expropriante. 
 
 
 
Agentes Públicos 
 
Tal  expressão  abrange  todas  as  pessoas  que  se  encontram  dentro  da  Administração, 
podendo citar, como exemplo, desde os parlamentares e magistrados, verdadeiros agentes 
políticos; os  servidores da Administração,  assim considerados os agentes administrativos; 
até os jurados, mesários na eleição, denominados agentes honoríficos, entre outros.  
 
a)  Os  agentes  políticos:  são  os  componentes  do  Governo  em  seus  primeiros  escalões, 
desempenhando funções estabelecidas na Constituição e em Leis Especiais.  
 
São agentes políticos os Chefes do Executivo e  seus auxiliares  imediatos, os membros do 
Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas, os Representantes 
Diplomáticos  e  as  demais  autoridades  que  atuem  com  independência  funcional  no 
desempenho de suas atribuições.  
 
b) Os agentes administrativos: são aqueles que se incluam ao Poder Público por relações 
profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico único (Lei 8112/90) ou CLT.  
Tal categoria de agentes públicos é composta por três espécies de agentes: 
 
 
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 Servidor público: é o agente que titulariza um cargo, sob regime estatutário; 
 
 Empregado público: é o agente que titulariza um emprego público, sob regime celetista; 
 
 Servidor  temporário:  é  aquele  contratado  diante  de  uma  situação  de  excepcional 
interesse público (artigo 37, inciso IX, da Constituição Federal). 
 
Seguindo  tal  classificação,  faz‐se  necessário  definir  as  expressões:  cargo,  emprego  e 
função: 
 
 Cargo: É a mais simples unidade de poderes e deveres estatais a serem expressos por 
um agente com vínculo estatutário; 
 
 Emprego público: É o núcleo de encargo de trabalho permanente a ser preenchido por 
agente contratado para desempenhá‐lo sob o regime celetista; 
 
 Função Pública: O conceito de função pública é obtido de maneira residual. Trata‐se do 
conjunto de atribuições estatais às quais não corresponde um cargo nem um emprego. 
 
c) Servidor Militar: é todo agente público que está sujeito a um regime militar. 
 
d) Particulares em colaboração:  
 
d1)Os  agentes  honoríficos:  são  cidadãos  convocados,  designados  ou  nomeados,  para 
prestar,  transitoriamente,  serviços  ao  Estado,  sem  vínculo  empregatício  ou  estatutário  e 
geralmente sem remuneração.  
 
Exemplos:  
 
Mesários,  jurados,  comissários de menores. Durante o desempenho da “função pública”, 
sujeitam‐se à disciplina e hierarquia, podendo receber “pro labore” e contar o período de 
trabalho como serviço público.  
 
d2) Os agentes delegados:  são particulares que  recebem a  incumbência da  realização de 
determinada  atividade,  obra  ou  serviço  público  e  o  realizam  em  nome  próprio,  por  sua 
conta  e  risco,  mas  segundo  as  normas  do  Estado  e  sob  a  permanente  fiscalização  do 
delegante.  
 
São os casos de concessão e permissão, por exemplo. Respondem objetivamente pelo dano 
causado e são considerados “autoridades” para fins de mandado de segurança.  
 
d3) Os agentes credenciados:  são os que  recebem a  incumbência da Administração para 
representá‐la  em  determinado  ato  ou  praticar  certa  atividade  específica,  mediante 
remuneração do Poder Público credenciante. 
  
 
 
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d4) Gestor de negócios: Agem nessa qualidade os particulares que assumem uma função 
pública em razão de uma situação excepcional. 
 
ASPECTOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 37. A administração pública direta e  indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos  Municípios  obedecerá  aos  princípios  de  legalidade, 
impessoalidade,  moralidade,  publicidade  e  eficiência  e,  também,  ao  seguinte:  (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
I ‐ os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os 
requisitos  estabelecidos  em  lei,  assim  como  aos  estrangeiros,  na  forma  da  lei;  (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
II ‐ a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do 
cargo  ou  emprego,  na  forma  prevista  em  lei,  ressalvadas  as  nomeações  para  cargo  em 
comissão declarado em lei de  livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
III  ‐ o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, 
por igual período; 
IV ‐ durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em 
concurso público de provas ou de provas e  títulos  será  convocado  com prioridade  sobre 
novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; 
V ‐ as  funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo 
efetivo,  e  os  cargos  em  comissão,  a  serem  preenchidos  por  servidores  de  carreira  nos 
casos,  condições  e  percentuais  mínimos  previstos  em  lei,  destinam‐se  apenas  às 
atribuições de direção, chefia e assessoramento;  
VI ‐ é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; 
VII ‐ o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
VIII ‐ a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras 
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; 
IX  ‐  a  lei  estabelecerá  os  casos  de  contratação  por  tempo  determinado  para  atender  a 
necessidade temporária de excepcional interesse público; 
X  ‐  a  remuneração  dos  servidores  públicos  e  o  subsídio  de  que  trata  o  §  4º  do  art.  39 
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa 
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de 
índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento) 
XI ‐ a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da 
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da 
União,  dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos  Municípios,  dos  detentores  de  mandato 
eletivo  e  dos  demais  agentes  políticos  e  os  proventos,  pensões  ou  outra  espécie 
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de 
 
 
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qualquer  outra  natureza,  não  poderão  exceder  o  subsídio  mensal,  em  espécie,  dos 
Ministros  do  Supremo  Tribunal  Federal,  aplicando‐se  como  li‐mite,  nos  Municípios,  o 
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador 
no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito 
do Poder Legislativo e o sub‐sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a 
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos 
Ministros  do  Supremo  Tri‐bunal  Federal,  no  âmbito  do  Poder  Judiciário,  aplicável  este 
limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;  
XII ‐ os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser 
superiores aos pagos pelo Poder Executivo; 
XIII  ‐ é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o 
efeito de remuneração de pessoal do serviço público;    
XIV  ‐  os  acréscimos  pecuniários  percebidos  por  servidor  público  não  serão  computados 
nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;  
XV  ‐  o  subsídio  e  os  vencimentos  dos  ocupantes  de  cargos  e  empregos  públicos  são 
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, 
II, 153, III, e 153, § 2º, I;  
XVI  ‐  é  vedada  a  acumulação  remunerada  de  cargos  públicos,  exceto,  quando  houver 
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.  
 
a) a de dois cargos de professor;  
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;  
c)  a  de  dois  cargos  ou  empregos  privativos  de  profissionais  de  saúde,  com  profissões 
regulamentadas;  
 
XVII  ‐  a  proibição  de  acumular  estende‐se  a  empregos  e  funções  e  abrange  autarquias, 
fundações,  empresas  públicas,  sociedades  de  economia  mista,  suas  subsidiárias,  e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;  
XVIII  ‐ a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de 
competência e  jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma 
da lei; 
XIX  ‐ somente por  lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a  instituição de 
empresa  pública,  de  sociedade  de  economia  mista  e  de  fundação,  cabendo  à  lei 
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;  
XX  ‐  depende  de  autorização  legislativa,  em  cada  caso,  a  criação  de  subsidiárias  das 
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em 
empresa privada; 
XXI  ‐  ressalvados  os  casos  especificados  na  legislação,  as  obras,  serviços,  compras  e 
alienações  serão  contratados  mediante  processo  de  licitação  pública  que  assegure 
igualdade  de  condições  a  todos  os  concorrentes,  com  cláusulas  que  estabeleçam 
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o 
qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à 
garantia do cumprimento das obrigações.  
XXII  ‐  as  administrações  tributárias  da  União,  dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos 
Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de 
carreiras  específicas,  terão  recursos  prioritários  para  a  realização  de  suas  atividades  e 
 
 
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atuarão  de  forma  integrada,  inclusive  com  o  compartilhamento  de  cadastros  e  de 
informações fiscais, na forma da lei ou convênio.  
 
§ 1º ‐ A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 
deverá  ter  caráter  educativo,  informativo  ou  de  orientação  social,  dela  não  podendo 
constar nomes, símbolos ou  imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades 
ou servidores públicos. 
 
§  2º  ‐  A  não  observância  do  disposto  nos  incisos  II  e  III  implicará  a  nulidade  do  ato  e  a 
punição da autoridade responsável, nos termos da lei.   
 
§  3º  ‐  A  lei  disciplinará  as  formas  de  participação  do  usuário  na  administração  pública 
direta e indireta, regulando especialmente:  
 
I  ‐  as  reclamações  relativas  à  prestação  dos  serviços  públicos  em  geral,  asseguradas  a 
manutenção  de  serviços  de  atendimento  ao  usuário  e  a  avaliação  periódica,  externa  e 
interna, da qualidade dos serviços;  
II  ‐  o  acesso  dos  usuários  a  registros  administrativos  e  a  informações  sobre  atos  de 
governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;  
III  ‐  a  disciplina  da  representação  contra  o  exercício  negligente  ou  abusivo  de  cargo, 
emprego ou função na administração pública.  
 
§ 4º ‐ Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, 
a  perda  da  função  pública,  a  indisponibilidade  dos  bens  e  o  ressarcimento  ao  erário,  na 
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
§  5º  ‐  A  lei  estabelecerá  os  prazos  de  prescrição  para  ilícitos  praticados  por  qualquer 
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações 
de ressarcimento. 
 
§ 6º ‐ As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos  responderão  pelos  danos  que  seus  agentes,  nessa  qualidade,  causarem  a 
terceiros,  assegurado  o  direito  de  regresso  contra  o  responsável  nos  casos  de  dolo  ou 
culpa. 
§ 7º ‐ A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da 
administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.  
 
§  8º  ‐  A  autonomia  gerencial,  orçamentária  e  financeira  dos  órgãos  e  entidades  da 
administração  direta  e  indireta  poderá  ser  ampliada  mediante  contrato,  a  ser  firmado 
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de 
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:  
 
I ‐ o prazo de duração do contrato; 
II  ‐  os  controles  e  critérios  de  avaliação  de  desempenho,  direitos,  obrigações  e 
responsabilidade dos dirigentes; 
III ‐ a remuneração do pessoal. 
 
 
 
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§ 9º ‐ O disposto no inciso XI aplica‐se às empresas públicas e às sociedades de economia 
mista,  e  suas  subsidiárias,  que  receberem  recursos  da  União,  dos  Estados,  do  Distrito 
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.  
 
§ 10°  ‐ É  vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do 
art.  40 ou dos arts.  42 e 142  com a  remuneração de  cargo, emprego ou  função pública, 
ressalvados  os  cargos  acumuláveis  na  forma  desta  Constituição,  os  cargos  eletivos  e  os 
cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.  
 
§ 11° ‐ Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso 
XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.  
 
§ 12° ‐ Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados 
e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e 
Lei Or  gânica,  como  limite único,  o  subsídio mensal  dos Desembargadores do  respectivo

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