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Atualização em primeiros socorros

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Atualização em Primeiros Socorros 
 
 
2 
www.eduhot.com.br 
SUMÁRIO 
ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA ........................................ 4 
SINAIS VITAIS ............................................................................................................ 6 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ........................................................................ 11 
AVALIAÇÃO DA CENA ............................................................................................. 18 
CINEMÁTICA DO TRAUMA ...................................................................................... 21 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ............................................................................................ 28 
Vítima em pé: ............................................................................................................ 37 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA ...................................................................................... 47 
RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E CEREBRAL ................................ 56 
SUPORTE BÁSICO DE VIDA ................................................................................... 60 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ..................................................... 66 
FRATURAS ............................................................................................................... 67 
QUEIMADURAS ........................................................................................................ 73 
ASFIXIA..................................................................................................................... 78 
HEMORRAGIA .......................................................................................................... 81 
EMERGÊNCIAS CAUSADAS PELO CALOR EXCESSIVO ...................................... 91 
CONVULSÕES ......................................................................................................... 93 
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO .................................................................... 96 
INTOXICAÇÕES ..................................................................................................... 102 
AFOGAMENTOS .................................................................................................... 106 
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO ................................................................ 109 
DESMAIO ................................................................................................................ 114 
FERIMENTOS NO TÓRAX ..................................................................................... 119 
FERIMENTOS NO ABDÔMEN ............................................................................... 123 
FERIMENTOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS .................................................... 125 
FERIMENTOS NOS OLHOS ................................................................................... 131 
CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS ..................................................................... 134 
CORPOS ESTRANHOS.......................................................................................... 135 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 140 
 
 
 
Atualização em Primeiros Socorros 
 
 
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CONCEITOS BÁSICOS EM PRIMEIROS SOCORROS 
 
Primeiros socorros são cuidados realizados imediatamente a uma pessoa 
cujo estado físico coloca em perigo a sua saúde ou até mesmo a sua vida, com o 
objetivo de manter as suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, 
até que seja prestada uma assistência médica qualificada e especializada. 
Como o próprio nome refere, são os procedimentos de emergência que 
devem ser aplicados a uma pessoa em perigo de vida, com o objetivo de manter os 
sinais vitais e evitar o agravamento, até que ela receba assistência definitiva. 
Podemos ainda considerar comouma série de procedimentos simples com o 
intuito de salvar e manter vidas em situações de urgência e emergência, realizadas 
por pessoas comuns com esses conhecimentos, até a chegada de atendimento 
médico especializado. 
Os primeiros socorros também podem ser definidos como medidas que se 
aplicam imediatamente ao acidentado, enquanto se aguarda assistência médica. 
Devem limitar-se aos procedimentos mínimos, que não prejudiquem a vítima 
e a coloquem em situação de manter os seus sinais vitais estáveis. 
Essas medidas se resumem basicamente em: 
➢ Retirar a vítima do local; 
➢ Mantê-la em posição adequada, de preferência em decúbito dorsal; 
➢ Identificar as lesões; 
➢ Adotar medidas de urgência; 
➢ Transportar a vítima se houver condições para isso. 
 
Diversas situações podem necessitar de primeiros socorros. As situações 
mais comuns que observamos no dia a dia são: 
➢ Atendimento de vítimas de acidentes automobilísticos; 
➢ Atropelamentos; 
➢ Incêndios; 
➢ Aglomeração de pessoas; 
➢ Afogamentos; 
➢ Catástrofes naturais; 
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➢ Acidentes em indústrias; 
➢ Emergências clínicas, como infarto agudo do miocárdio, acidente 
vascular cerebral; 
➢ Ataques epilépticos; 
➢ Convulsões. 
 
Tão importante quanto o próprio atendimento a vítima é providenciar o 
atendimento especializado, ou seja, entrar em contato com o Serviço de 
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), o Corpo de Bombeiros ou a Polícia. Não 
se esquecer deinformaro local correto da ocorrência, o número de vítimas e as 
condições destas vítimas. 
 
 
ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA 
 
Quando falamos em aspectos legais do atendimento de urgência não 
podemos deixar de citar o artigo 135 do Código Penal Brasileiro, que trata da 
omissão de socorro: 
Art.135:Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em 
desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da 
autoridade pública. 
Pena - detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta 
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte. 
Só o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não 
possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já 
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descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro. 
É importante saber também que a vítima pode se recusar a receber o 
atendimento, portanto nestes casos o socorrista deve respeitar a vontade da 
vítima.Quando o paciente é adulto, esse direito existe quando ele estiver consciente 
e com clareza de pensamento. 
Essa situação pode ocorrer por vários motivos, tais como crenças religiosas 
ou até mesmo falta de confiança no socorrista que for realizar o atendimento. Nestes 
casos, a vítima não pode ser forçada a receber os primeiros socorros, devendo 
assim certificar-se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar 
monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança por meio do diálogo. 
Caso a vítima não possa falar em decorrência do acidente, como um trauma 
na boca, por exemplo, mas consegue demonstrar por meio de sinais que não aceita 
o atendimento, fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do 
socorrista, é importante proceder da seguinte forma: 
➢ Nunca discuta com a vítima; 
➢ Nunca questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas 
em crenças religiosas; 
➢ Não toque na vítima, isto poderá ser considerado como violação dos 
seus direitos; 
➢ Tente conversar com a vítima, informando a ela que você sabe realizar 
o atendimento em primeiros socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o 
atendimento, mas que você é treinado e pode prestar uma assistência de qualidade, 
enquanto o atendimento médico especializadonão chega; 
➢ É importante que testemunhas provem que o atendimento foi recusado 
por parte da vítima, portanto você pode reunir os dados destas testemunhas. 
Quando a vítima for uma criança, a recusa do atendimento pode ser feita pelo 
pai, pela mãe ou pelo responsável legal. Se a criança é retirada do local do acidente 
antes da chegada do socorro especializado, o prestador de socorro deverá, se 
possível, arrolar testemunhas que comprovem o fato. 
O consentimento da vítima para que se possa realizar o atendimento de 
primeiros socorros pode ser formal, quando esta fala ou sinaliza que concorda com o 
atendimento e após o socorrista ter se identificado e informado à vítima de que 
possui treinamento específico em primeiros socorros. 
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Pode ser tambémimplícitoquando esta vítima estiver inconsciente, confusa ou 
ferida gravemente, a ponto de não poder falar ou sinalizar consentindo com o 
atendimento. 
A legislação nesses casos conclui que a vítima daria o consentimento, caso 
tivesse condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros 
socorros. 
O consentimento implícito pode ser adotado também nos casos de acidentes 
envolvendo menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Do 
mesmo modo, a legislação conclui que o consentimento seria dado pelos pais ou 
responsáveis, caso estivessem presentes no local. 
 
SINAIS VITAIS 
 
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais do nosso organismo e 
podem orientar o diagnóstico inicial e acompanhar a evolução do quadro clínico de 
uma vítima. 
São considerados também como os sinais emitidos pelo nosso corpo de que 
suas funções vitais estão normais e que qualquer alteração indica uma 
anormalidade. 
Os sinais vitais são: 
➢ Pulso; 
➢ Respiração; 
➢ Pressão arterial; 
➢ Temperatura. 
 
PULSO 
 
É a ondulação exercida pela expansão das artérias seguida por uma 
contração do coração. Nada mais é que a pressão exercida pelo sangue contra a 
parede arterial em cada batimento cardíaco. 
O pulso pode ser percebido sempre que uma artéria é comprimida contra um 
osso. Os locais mais comuns para obtenção do pulso são nas artérias carótida, 
radial, femoral e braquial. 
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ÍNDICES NORMAIS DE PULSO 
Homem 60 a 70 bpm 
Mulher 65 a 85 bpm 
Criança 80 a 120 bpm 
Bebê 100 a 160 bpm 
 
Pode ainda ser verificado por meio da ausculta cardíaca com o auxílio de um 
estetoscópio e denominamos pulso apical. Na verificação do pulso deve-se observar 
a sua frequência, ritmo e volume. 
 
TABELA – ÍNDICES NORMAIS DE PULSO 
 
RESPIRAÇÃO 
 
A respiração refere-se à entrada de oxigênio na inspiração e a eliminação de 
dióxido de carbono pela expiração. É a sucessão rítmica de movimentos de 
expansão e de retração pulmonar com a finalidade de efetuar trocas gasosas entre a 
corrente sanguínea e o ar nos pulmões. 
Para avaliar a respiração devemos verificar seu caráter, se ela é superficial ou 
profunda, seu ritmo que pode ser regular e irregular e por último sua frequência, ou 
seja, a quantidade de movimentos respiratórios por minuto. 
 
TABELA – ÍNDICES NORMAIS DA RESPIRAÇÃO 
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ÍNDICES NORMAIS DA RESPIRAÇÃO 
Homem 15 a 20 movimentos respiratórios por minuto 
Mulher 18 a 20 movimentos respiratórios por minuto 
Criança 20 a 25 movimentos respiratórios por minuto 
Lactente 30 a 40 movimentos respiratórios por minuto 
 
Outros fatores podem alterar os valores normais da respiração como 
exercícios físicos, medicamentos, fatores emocionais, portanto, é importante que o 
socorrista saiba reconhecer estas alterações. 
São empregados termos específicos para definir as alterações dos padrões 
respiratórios, tais como: 
➢ Eupneia: respiração normal, com movimentos regulares, sem 
dificuldades; 
➢ Apneia: é a ausência dos movimentos respiratórios; 
➢ Dispneia: dificuldade na execução dos movimentos respiratórios; 
➢ Bradipneia: diminuição da frequência respiratória; 
➢ Taquipneia: aumento da frequência respiratória. 
 
PRESSÃO ARTERIAL 
 
É a força exercida pelo sangue contra a parede interna das artérias quando 
este é impulsionado pela contração cardíaca. Pode variar de acordo com a idade do 
paciente, devido ao aumento da atividade física, situações que levam ao estresse e 
ao medo e por alterações cardíacas. 
A pressão arterial é influenciada pela força dos batimentos cardíacos e pelo 
volume circulante. A contração cardíaca é denominada sístole e o relaxamento do 
coração é denominado diástole. A pressão sistólica é a pressão máxima do coração, 
enquanto a pressão diastólica é a pressão mínima do coração. 
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VALOR NORMAL DA PRESSÃO ARTERIAL 
4 anos 85/60 mmHg 
6 anos 95 x 62 mmHg 
12 anos 108 x 67 mmHg 
Adulto 120 x 80 mmHg 
 
<http://nickmartins.com.br/atualidades/wp-content/uploads/2011/01/perigo-pressao- baixa.jpg 
 
São empregados termos específicos para definir alterações nos valores 
anormais da pressão arterial, são eles: 
➢ Hipertensão: aumento dos níveis da pressão arterial; 
➢ Hipotensão: redução dos níveis da pressão arterial; 
➢ Normotenso: são os parâmetros normais da pressão arterial. 
 
TABELA – VALOR NORMAL DA PRESSÃO ARTERIAL 
 
TEMPERATURA 
 
É o nível de calor que chega a um determinado corpo, ou seja, é a diferença 
entre o calor perdido e o calor produzido pelo organismo. É influenciada por meios 
físicos e químicos e seu controle é realizado por meio da estimulação do sistema 
http://nickmartins.com.br/atualidades/wp-content/uploads/2011/01/perigo-pressao-
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nervoso central. 
A temperatura corporal reflete o balanceamento entre o calor produzido e o 
calor perdido pelo corpo e pode ser verificada nas regiões axilar, oral e retal. É 
medida por meio do termômetro clínico e possui uma graduação que varia de 34ºC a 
42ºC, sendo que raramente o ser humano sobrevive com sua temperatura acima ou 
abaixo destes parâmetros. 
http://www.atmosferafeminina.com.br/content/user/images/febre_materia.jpg 
 
Veja na tabela abaixo, os parâmetros normais da temperatura corporal em 
adultos e crianças: 
 
TABELA – PARÂMETROS NORMAIS DA TEMPERATURA 
 
Pontos de aferição Adulto Criança 
Oral 37ºC 37,4ºC 
Retal 37,5ºC 37,8ºC 
Axilar 36,7ºC 37,2ºC 
 
Variações de 0,3ºC a 0,6ºC da temperatura são consideradas normais e pode 
se elevar em situações como: 
✓ Infecção. 
✓ Medo. 
http://www.atmosferafeminina.com.br/content/user/images/febre_materia.jpg
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✓ Ansiedade. 
 
São causas da diminuição da temperatura corporal: 
✓ Exposição ao frio. 
✓ Estado de choque. 
✓ Hemorragias. 
 
São empregados termos específicos para definir alterações nos valores 
anormais da temperatura, são eles: 
✓ Afebril: temperatura corporal normal. 
✓ Hipotermia: temperatura corporal abaixo do normal. 
✓ Hipertermia: temperatura corporal acima do normal. 
 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
 
O atendimento pré-hospitalar (APH) é aquele atendimento emergencial 
prestado a vítimas no ambiente externo ao hospital. Pertence a um dos elos da 
cadeia de atendimento a vítimas sendo também conhecida como segundo socorro 
ou resgate. 
 
http://www.inem.pt/files/2/multimedias/Thumbnail.axd?WM_FICHEIRO=/files/2/multimedias/2010052409
065785283 1.jpg&WM_WIDTH=500&WM_HEIGHT=147>. 
 
O atendimento pré-hospitalar é destinado às vítimas de trauma, violência 
urbana, mal súbito e distúrbios psiquiátricos visando a sua estabilização clínica e 
remoção para uma unidade hospitalar adequada. Este atendimento é realizado por 
profissionais de saúde treinados, como socorristas, técnicos de enfermagem, 
enfermeiros e médicos. 
No Brasil, os serviços de atendimentopré-hospitalar são realizados por: 
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Corpo de Bombeiros dos estados, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
(SAMU) ou por profissionais treinados de empresas particulares. 
Os objetivos das manobras de salvamento são retirar a vítima de uma 
situação hostil, como por exemplo, um incêndio, um ambiente confinado realizando a 
remoção da mesma para uma área adequada possibilitando o atendimento de 
suporte básico de vida (SBV) ou do suporte avançado de vida (SAV). 
Há diversos protocolos e modelos de atendimento pré-hospitalar, onde 
podemos destacar o Protocolo Norte-Americano e o Protocolo Francês. NoProtocolo 
Norte-Americano aplica-se o conceito de chegar à vítima no menor tempo possível, 
realizar manobras essenciais para estabilizá-la e removê-la o mais rápido possível a 
um hospital adequado. No protocolo Francês adota-se o princípio de ofertar o 
atendimento médico no local até a estabilização da vítima. 
Atualmente no Brasil, o sistema adotado é o misto, em que se estabeleceram 
unidades de suporte básico, que são tripuladas por socorristas treinados em 
atendimento pré-hospitalar e por unidades de suporte avançado, com a presença 
domédico. 
A emergência ocorre quando há uma situação crítica ou algo iminente, com a 
ocorrência de perigo, ou seja, um incidente ou imprevisto. Considerando a área 
médica, é uma situação que exige uma intervenção médica imediatamente. 
A urgência é quando existe uma situação que não pode ser adiada, mas que 
deve ser resolvida rapidamente, pois se houver uma demora, haverá para a vítima 
um risco de morte. Na medicina, estas situações necessitam de um tratamento 
médico com um caráter menor que a emergência, ou seja, menos imediatista. 
 
ASPECTOS HISTÓRICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
 
Em 1792, houve a primeira tentativa de organização de auxílio médico de 
urgência, realizada pelo médico cirurgião Dominique Larrey. Esses cuidados eram 
realizados com vítimas de guerras no período de Napoleão, ainda no campo de 
batalha, com o objetivo de prevenir complicações. 
Com base nessas informações podemos considerar que as guerras 
contribuíram de forma benéfica para o desenvolvimento do atendimento pré-
hospitalar. Na prática civil, os médicos demoraram a se mobilizar, mesmo com o 
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aumento crescente e progressivo das perdas de vidas humanas por traumas 
originados de acidentes automobilísticos. 
Essa demora fez com que as autoridades sanitárias delegassem essas 
atividades aos profissionais responsáveis pelos resgates, principalmente os 
soldados do Corpo de Bombeiros. 
Em 1955, na França, foram criadas as primeiras equipes móveis de 
reanimação, com a obrigação inicial de prestar assistência médica a vítimas de 
acidentes de trânsito e a manutenção da vida das vítimas submetidas a 
transferências entre as unidades hospitalares. 
O SAMU francês iniciou-se por volta da década de 60, quando os médicos 
começaram a detectar que havia uma desproporção considerável entre os meios 
disponíveis para tratar vítimas nos hospitais e os meios ultrapassados que eram 
utilizados no atendimento pré- hospitalar. 
Dessa forma, constatou-se a necessidade da realização de um treinamento 
específico para as equipes de resgate e a importância da presença e atuação do 
médico no local da ocorrência, com o objetivo de aumentar as chances de 
sobrevivência das vítimas, iniciando imediatamente os cuidados básico e avançado, 
restaurando a ventilação, respiração e circulação das vítimas. 
No ano de 1965, foram criados oficialmente os Serviços Móveis de Urgência e 
Emergência (SMUR) e, em 1968, foi criado o SAMU com o objetivo de controlar as 
atividades do SMUR. 
No Brasil, o SAMU teve início por meio de um acordo assinado entre os 
governos brasileiro e francês, por meio de uma solicitação do Ministério da Saúde, 
quando se optou pelo modelo de atendimento francês, em que as viaturas de 
suporte avançado possuem obrigatoriamente a participação do médico, diferente do 
modelo americano em que as atividades de resgate são exercidas primariamente por 
paramédicos. 
 
NORMATIZAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO DO SAMU 
 
O Atendimento Pré-Hospitalar no Brasil surgiu sem muito sucesso, mas hoje é 
considerado um serviço primordial e tem demonstrado importantes resultados para a 
sociedade. A Portaria nº 2048/MS, em 5 de novembro de 2002, normatiza a 
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implantação do SAMU e considera que a área de Urgência e Emergência constitui-
se em um importante componente da assistência à saúde. 
E, de acordo com o § 2º, este regulamento é de caráter nacional, devendo ser 
utilizado pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos 
municípios na implantação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, com 
ou sem vínculo com a prestação de serviços aos usuários do Sistema Único de 
Saúde. 
http://www.esmeraldanoticias.com.br/wp-content/uploads/2011/06/samu.jpg 
 
Como descreve a Portaria citada acima, a área de urgência e emergência 
constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. A expansão de 
serviços nesta área nos últimos anos tem contribuído decisivamente para a 
sobrecarga dos serviços de urgência e emergência disponibilizados para o 
atendimento da população, conforme ressalta o Ministério da Saúde. 
O Ministério da Saúde, ciente dos problemas existentes e em parcerias com 
as Secretarias de Saúde dos estados e municípios, tem contribuído para reversão 
deste quadro amplamente desfavorável à assistência da população. 
O sistema estadual de urgência e emergência deve se estruturar a partir da 
leitura ordenada das necessidades sociais em saúde e sob o imperativo das 
necessidades humanas nas urgências. 
O diagnóstico dessas necessidades deve ser feito a partir da observação e da 
avaliação dos territórios sociais com seus diferentes grupos humanos, da utilização 
de dados de morbidade e mortalidade disponíveis e da observação das doenças 
http://www.esmeraldanoticias.com.br/wp-content/uploads/2011/06/samu.jpg
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emergentes. 
Para sanar a necessidade do atendimento emergencial foi implantado pelo 
governo federal o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), um 
serviço de socorro pré-hospitalar móvel que chega rapidamente às pessoas, em 
qualquer lugar para atender qualquer problema de saúde urgente que possa levar ao 
sofrimento ou até mesmo à morte. 
São feitos atendimentos por equipes de profissionais de saúde, que recebem 
as chamadas gratuitas, feitas pelo telefone, e como resposta envia uma ambulância, 
com técnico de enfermagem ou com enfermeiro e médico, ou mesmo uma simples 
orientação. 
O Ministério da Saúde considera como nível pré-hospitalar, na área de 
urgência e emergência, aquele atendimento que procura chegar à vítima nos 
primeiros minutos. 
Após ter ocorrido o agravo à saúde, agravo este que possa levar à deficiência 
física ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento 
adequado e transporte a um hospital devidamente hierarquizado e integrado ao 
Sistema Único de Saúde. 
A equipe de atendimento pré-hospitalar realiza os seguintes procedimentos: 
➢ Reanimação cardiorrespiratória; 
➢ Oxigenoterapia; 
➢ Contenção de hemorragias; 
➢ Imobilizações; 
➢ Intubação orotraqueal; 
➢ Punção venosa com reposição de volume e medicação; 
➢ Transporte de pacientes. 
 
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) deve ser composto por 
uma equipe multiprofissional oriundos da área de saúde, sendo o coordenador do 
serviço, responsável técnico um médico, o responsável de enfermagem um 
enfermeiro, médicos reguladores, médicos intervencionistas, enfermeiros 
assistenciais, auxiliares e técnicos de enfermagem. 
Além dessa equipe de saúde, em situações deatendimento às urgências 
relacionadas com as causas externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, 
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deverá haver uma ação integrada com outros profissionais, com bombeiros militares, 
policiais militares e rodoviários e outros. 
Essa equipe deve trabalhar em conjunto, em busca de um só objetivo, ou 
seja, o atendimento sistematizado, dinâmico e com qualidade ao cliente e asua 
família. 
A portaria 824/99, adaptada pelo Ministério da Saúde, define que o sistema 
de atendimento pré-hospitalar é um serviço médico, sua coordenação, regulação e 
supervisão direta é a distância e deve ser efetuada unicamente por médico, tem na 
Central de Regulação Médica o elemento ordenado e orientador da atenção pré-
hospitalar, sendo o médico regulador o responsável pela decisão técnica em torno 
dos pedidos de socorro e decisão gestora dos meios disponíveis. 
Diversos pontos de interesse no atendimento pré-hospitalar são discutidos por 
organizações médicas, como por exemplo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 
que desde julho de 1999 define as “Diretrizes sobre o Tratamento de Infarto Agudo 
do Miocárdio”. E, ainda, aborda em parte o atendimento pré-hospitalar no infarto 
agudo do miocárdio, demonstrando que um melhor preparo das equipes de 
atendimento pré-hospitalar, a eficiência dos treinamentos, o uso de algumas drogas, 
a assistência via telefonia, colocação rápida da ambulância junto à vítima e a 
conscientização da população possivelmente reduzirão os números de óbito por mal 
súbito. 
 
O SOCORRISTA 
O socorrista é uma pessoa que foi treinada para prestar o primeiro 
atendimento e auxiliar os profissionais do atendimento pré-hospitalar, no local da 
emergência. 
http://www.fiocruz.br/ccs/media/cpqam_samu2.jpg 
http://www.fiocruz.br/ccs/media/cpqam_samu2.jpg
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É geralmente a primeira pessoa treinada a entrar em contato com o paciente. 
Nos Estados Unidos foi criado um programa de treinamento de socorristas, onde 
centenas de pessoas completaram os cursos formais e auxiliam na assistência às 
emergências e à manutenção da vida. 
Em quase todas as regiões dos EUA, os socorristas tornaram-se parte 
importante do sistema de saúde e os cuidados, por eles prestados, reduziram o 
sofrimento, diminuíram sequelas adicionais e salvaram muitas vidas. No Brasil, 
existem diversos cursos de primeiros socorros para treinamento de socorristas, 
realizados tanto por instituições privadas quanto públicas. 
 
Atribuições e Responsabilidades dos Socorristas 
 
 
A primeira atribuição do socorrista, no local da emergência, é com relação à 
segurança pessoal. O desejo de ajudar as pessoas que têm necessidade de 
atendimento pode favorecer o esquecimento dos riscos no local. O socorrista deve 
ter segurança ao aproximar-se da vítima e permanecer em segurança enquanto 
presta o atendimento. 
Parte das preocupações do socorrista com a sua segurança pessoal está 
relacionada com a própria proteção contra as doenças infecciosas. Ao avaliar ou 
prestar atendimento a vítimas, deve evitar contato direto com o sangue do paciente, 
fluidos corpóreos, mucosas, ferimentos e queimaduras. O socorrista tem quatro 
deveres relacionados aos pacientes, que devem ser cumpridos no local da 
emergência. Estes deveres são: 
➢ Ter acesso ao paciente, com segurança e utilizando instrumentos 
manuais, quando necessário; 
➢ Identificar o que está errado com o paciente e providenciar a 
assistência de emergência necessária; 
➢ Elevar ou mobilizar o paciente apenas quando for preciso e realizar tal 
procedimento sem ocasionar lesões adicionais; 
➢ Transferir o paciente e as informações pertinentes para os profissionais 
do serviço de emergência. 
As responsabilidades do socorrista no local da emergência incluem o 
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cumprimento das seguintes atividades: 
➢ Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, ao 
paciente e prevenir outros acidentes; 
➢ Ter certeza de que a central do sistema de emergência foi notificada, 
permitindo a chegada dos profissionais no local da ocorrência, com o menor tempo 
possível; 
➢ Identificar o que está errado com o paciente, utilizando-se das 
informações obtidas no local e pelo exame físico do paciente; 
➢ Fazer o melhor possível, dentro de sua capacidade; 
➢ Obter ajuda do pessoal presente no local da emergência e controlar 
suas atividades; 
➢ Transferir as informações pertinentes, sobre a ocorrência, para os 
profissionais do serviço de emergência; 
➢ Auxiliar os profissionais do serviço de emergência no local da 
ocorrência e trabalhar segundo sua orientação. 
 
AVALIAÇÃO DA CENA 
 
Devemos sempre avaliar a cena de um acidente, pois assim a abordagem da 
vítima poderá ser mais eficiente e segura para quem está prestando o socorro, e 
com isso a vítima terá um atendimento satisfatório. Esse procedimento pode muitas 
vezes salvar vidas. 
No primeiro momento,o socorrista deverá ter ideia do contexto geral da 
situação, pois apenas com uma pré-avaliação do local é que ele pode conhecer o 
tipo de vítima com que está lidando. 
O socorrista na sua pré-avaliação deverá classificar a cena de forma simples 
em: 
➢ Emergência clínica: Infarto agudo do miocárdio, acidente vascular 
cerebral, mal súbito ou outras afecções clínicas.Trauma: Acidentes automobilísticos, 
fraturas, quedas, queimaduras, etc. 
 
 
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http://rmtonline.globo.com/banco_imagens_novo/noticias/%7B0485B56F-CCBB-4212- 8698-
25859A854E69%7D_acidente_Chapada_carro_600.jpg 
 
A avaliação da cena também é importante para que o socorrista possa 
dimensionar os riscos potenciais existentes na cena, prevenindo assim que a pessoa 
que for realizar o primeiro atendimento não se torne mais uma vítima da ocorrência. 
Cinco etapas na fase de avaliação da cena devem ser verificadas, com o 
objetivo de diminuir os riscos e promover um socorro eficiente até a chegada do 
socorro especializado.São elas: 
 
➢ Segurança: É necessário avaliar se a cena é segura para que as 
vítimas possam ser abordadas, e assim procurar tornar o ambiente adequado para o 
atendimento. Por exemplo, no caso de acidentes automobilísticos, deve-se sinalizar 
o local evitando assim que ocorra um atropelamento da equipe de resgate. 
 
➢ Cinemática: Verificar como o acidente ocorreu ou no caso de uma 
emergência clínica verificar o que aconteceu com a vítima, perguntando a ela, se 
estiver plenamente consciente, ou a pessoas próximas que testemunharam o mal 
súbito. Caso não consiga colher essas informações iniciais deve-se adotar 
procedimentos de primeiros socorros. 
 
➢ Bioproteção: Devemos evitar possíveis infecções por meio do contato 
direto com os fluidos corporais das vítimas, usando equipamentos de proteção 
individual, como por exemplo, luvas de procedimentos e máscaras. Se não existem 
equipamentos de proteção individual, devemos abortar os primeiros socorros, 
realizando apenas procedimentos seguros. 
➢ Apoio: Devemos procurar auxílio de pessoas próximas da cena, para 
http://rmtonline.globo.com/banco_imagens_novo/noticias/%7B0485B56F-CCBB-4212-
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que estas possamajudarna organização do espaço necessário para o atendimento a 
vítimas, chamando o socorro médico especializado, orientando o trânsito de 
veículos, mantendo a ordem e a calma entre as outras pessoas. Se não houver 
pessoas por perto, o atendimento deve serrealizadocom o máximo de agilidade e 
tranquilidade. 
 
➢ Triagem: Realizada com o objetivo de calcular a quantidade de vítimas 
envolvidas na ocorrência e o estado clínico de cada uma. 
 
O dimensionamento da cena poderá ser iniciado mesmo antes da chegada da 
equipe de resgate no local da ocorrência. Os socorristaspoderão antecipar as 
prováveis condições da vítima por meio das informações repassadas pelocentro de 
comunicações. 
É importante que seja repassada à equipe de resgate informações como: 
➢ A localização exata da emergência; 
➢ A natureza da emergência; 
➢ O número de pessoas envolvidas; 
➢ A existência de perigos no local da ocorrência. 
Após identificar os perigos potenciais do local, o socorrista deverá iniciar o 
gerenciamento dos riscos presentes e o controle destes riscos. Esta tarefa inclui 
medidas já comentadas anteriormente, mas que são muito importantes, tais 
como:sinalização do local, isolamento, estabilização de veículos, controle de tráfego, 
desligamento de cabos elétricos energizados, desligamento de motores automotivos, 
desativação de sistemas de air bags, remoção de vítimas em situação de risco 
iminente, entre outros. 
É importante que o socorrista seja capaz de estabelecer uma associação 
entre o cenário do acidente e o padrão de lesões produzidas por ele. A capacidade 
de avaliar o cenário de um acidente, identificando os mecanismos físicos ou as 
forças que atuaram na produção de lesões, constitui uma habilidade importante para 
qualquer socorrista, pois propiciará que ele identifique lesões potenciais, associadas 
ao padrão de transferência de energia em determinadas situações, mesmo que a 
vítima não apresente sinais externos evidentes de trauma. 
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Para isso, o socorrista deverá conhecer os conceitos básicos da mecânica 
aplicada ao trauma, ou seja, do processo de avaliação da cena de um acidente para 
determinar as lesões que provavelmente estão presentes, com base na força e no 
movimento envolvido no trauma. 
<http://www.servesisma.com.br/resg.JPG 
 
CINEMÁTICA DO TRAUMA 
 
A equipe de resgate que atende uma vítima politraumatizada deve ter dois 
tipos de lesões em mente quando se deparar com a ocorrência. O primeiro tipo de 
lesão é aquele identificado facilmente no exame físico, permitindo tratamento 
precoce, como por exemplo, uma hemorragia externa, uma fratura exposta. O 
segundo tipo de lesão é aquele identificado como potencial, ou seja, não identificado 
facilmente no exame físico, mas pode estar presente pelo mecanismo de trauma 
sofrido pelo paciente. 
Dependendo do grau de suspeita destas lesões pela equipe de resgate, 
danos menos aparentes podem passar despercebidos, sendo tratados tardiamente, 
e trazendo problemas graves e por muitas vezes irreversíveis à vítima. 
Deste modo, ressalta-se a importância de se conhecer a história do acidente. 
Quando bem acurada e interpretada pela equipe, tem-se a suspeita de mais de 90% 
das lesões antes de ter contato direto com o paciente. 
Podemos dizer que a história no trauma divide-se em três fases: 
➢ Pré-impacto: São aqueles eventos que precedem o acidente, tais 
como ingestão de álcool e/ou drogas, doenças preexistentes da vítima ou idade. 
http://www.servesisma.com.br/resg.JPG
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Estes dados terão influência significativa no resultado final da ocorrência. 
➢ Impacto: Avalia-se o tipo de evento traumático, como por exemplo, um 
acidente automobilístico, atropelamento, queda ou perfuração por arma de fogo ou 
arma branca. Deve-se estimar a quantidade de energia trocada, ou seja, a 
velocidade do veículo, a altura da queda ou o calibre da arma. 
➢ Pós-impacto: Essa fase inicia-se após a vítima ter absorvido a energia 
do impacto. As informações levantadas nas fases de pré-impacto e impacto são 
utilizadas para conduzir as ações pré-hospitalares na fase de pós-impacto. A 
ameaça à vida pode ser rápida ou lenta, dependendo em parte das ações tomadas 
nesta fase pela equipe de resgate. 
 
Por exemplo, as informações coletadas pela equipe de resgate a respeito dos 
danos externos e internos de um veículo constituem-se em pistas para as lesões 
sofridas pelos seus ocupantes. Com esta análise, a identificação das lesões de difícil 
diagnóstico ou aquelas ocultas são facilitadas, permitindo tratamento mais precoce 
reduzindo-se a morbimortalidade das vítimas. 
Algumas observações são muito comuns, são fáceis de ser identificadas, tais 
como: 
➢ Deformidades do volante de direção: Sugere um trauma torácico. 
http://www.tecnocaronline.com.br/img/dicas_feriado-02.jpg 
 
http://www.tecnocaronline.com.br/img/dicas_feriado-02.jpg
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➢ Quebra com abaulamento circular do para-brisa: Indica o impacto da 
cabeça, o que sugere lesão cervical e craniana. 
http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos- 
aksnc1/6215_106329806877_53662206877_2056170_1867475_n.jpg. 
 
➢ Deformidades baixas do painel do carro: Sugere luxação do joelho, 
quadril ou fratura de fêmur. 
http://4.bp.blogspot.com/_FO02u2K5S5Q/SjAK- 
8C2fVI/AAAAAAAAAHE/ei7_Vf6jENE/s1600/painel+II.001.jpg 
 
ENERGIA E LEIS FÍSICAS 
 
Para que possamos entender e interpretar as informações obtidas na cena do 
acidente faz-se necessário considerar algumas leis da física, como por exemplo, a 
primeira Lei de Newton, que diz que um corpo em movimento ou em repouso tende 
a ficar neste estado até que uma energia externa atue sobre ele. 
Um corpo em movimento, sendo este movimento retilíneo e uniforme, irá 
http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-
http://4.bp.blogspot.com/_FO02u2K5S5Q/SjAK-
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continuar no seu movimento, com a mesma velocidade, até que haja uma força que 
o faça alterar o seu movimento. 
Ainda com relação a esta lei podemos acrescentar que a tendência que um 
objeto tem para resistir a alterações no seu movimento chama-se inércia e que a 
massa é a propriedade do corpo que nos vai permitir especificar qual é a resistência 
que este oferece à alteração de seu movimento. 
É nesta lei que se baseia o princípio dos cintos de segurança, para evitar que 
num acidente os passageiros sejam projetados para fora do veículo devido à inércia. 
 
http://fikolars.pbworks.com/f/colisao_cinto.jpg 
 
A Lei da conservação da energia afirma que a energia não é criada ou 
destruída, mas sim, pode mudar de forma. As formas mais comuns são: 
➢ Mecânica; 
➢ Térmica; 
➢ Elétrica; 
➢ Química. 
 
A energia cinética é igual à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade, 
dividido por dois. 
 
Portanto, a velocidade é o fator gerador de energia cinética mais 
importanteque a massa, ou seja,a energia trocada em um acidente em alta 
http://fikolars.pbworks.com/f/colisao_cinto.jpg
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velocidade é muito maior do que uma em baixa velocidade. Já a diferença da massa 
dos ocupantes do veículo pouco interfere na energia de colisão. Uma força é igual 
ao produto da massa pela sua aceleração ou desaceleração. 
Outro fator que devemos considerar em um acidente é a distância de 
parada, pois antes da colisão, e o passageiro viajam numa mesma velocidade. 
Durante o impacto, os dois sofrem uma brusca desaceleração e chegam até a parar. 
Portanto, quanto maior a distância de parada, menor será a força de desaceleração 
sobre o veículo e seus passageiros. 
A compressibilidade do material também exerce influência na distância de 
parada e consequentemente na força de desaceleração sofrida pelo veículo. Assim 
que ocorre a compressão do material, há um aumento na distância de parada, 
absorvendo parte da energia, impedindo que o corpo absorva toda a energia, 
diminuindo as lesões no mesmo. 
http://pitstopbrasil.files.wordpress.com/2009/09/bel-air_malibu_7_640x408.jpg 
 
CAVITAÇÃO 
 
É o deslocamento violento dos tecidos do corpo humano para longe do local 
do região do impacto leva a uma lesão por compressão tecidual e também a 
distância, pela expansão da cavidade e estiramento dos tecidos. 
Este fenômeno gera dois tipos de cavidades ou deformações, são elas: 
 
➢ Cavidadetemporária: São formadas no momento do impacto, sendo 
que os tecidos retornam a sua posição prévia após o impacto. A cavidade temporária 
pode ser encontrada em traumas fechados e em traumas penetrantes, como por 
http://pitstopbrasil.files.wordpress.com/2009/09/bel-air_malibu_7_640x408.jpg
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exemplo, ferimento por arma de fogo. Por ser uma cavidade temporária, essa não 
está visível quando o socorrista examina a vítima, portanto, avaliar as energias 
envolvidas no evento e correlacionar com possíveis lesões são passos fundamentais 
na avaliação da biomecânica. 
 
 
http://0.tqn.com/f/p/440/graphics/images/en/15818.jpg 
 
➢ Cavidade permanente: São causadas pelo impacto e compressão dos 
tecidos e podem ser vistas após o trauma. A diferença básica entre os dois tipos de 
cavidades é a elasticidade dos tecidos envolvidos. Quando um motoqueiro bate sua 
cabeça contra um obstáculogeram-se múltiplas fraturas de crânio, não permitindo o 
retorno dos ossos às suas posições originais, causando um afundamento de crânio. 
Isto forma uma cavidade permanente que é facilmente identificável no exame. 
 
http://0.tqn.com/f/p/440/graphics/images/en/15818.jpg
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http://www.chuckhawks.com/energy_transfer_12ga.jpg 
 
 
 
TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA 
 
Transferência de energia é a modificação do tipo de energia, como por 
exemplo, a fricção (energia mecânica) contra algum objeto gera calor (energia 
térmica), ou também apenas a transferência de energia para um corpo diferente, por 
meio da primeira lei de Newton. 
Para avaliarmos melhor a transferência de energia, temos que estudar dois 
fatores que influenciam em sua transferência, a densidade e a área de superfície. 
 
Densidade 
 
Quanto mais denso o tecido, maior o número de partículas atingidas, portanto, 
poderemos encontrar lesões mais extensas. 
Quanto menor a densidade do tecido, menor o número de partículas 
atingidas, mas isso não representa diretamente lesões menos extensas, mas menos 
aparentes. Podemos encontrar tecidos pouco densos, mas com lesões graves, 
entretanto, com apresentações diferentes. 
 
Área de superfície 
Quando há transferência de energia, tanto para um tecido muito denso quanto 
para um tecido pouco denso, a área de superfície de impacto é determinante para o 
tamanho da lesão, contudo, não existirá influência direta na gravidade da lesão. 
Por exemplo, um ferimento proveniente de uma lâmina em que sua área de 
contato com a pele não é muito grande. No entanto, a trajetória da lâmina pode 
lesionar grandes vasos, ocasionando ferimentos com risco de morte. 
O conhecimento da ocorrência da transferência de energia e de suas 
variáveis pela equipe de resgate tem grande importância prática. Isto pode ser 
confirmado quando se compara duas equipes que atendem um motorista que se 
chocou violentamente contra o volante. 
http://www.chuckhawks.com/energy_transfer_12ga.jpg
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A que conhece cinemática do trauma, mesmo não reconhecendo lesões 
externas, saberá que ocorreu uma cavitação temporária e uma grande 
desaceleração suspeitando de lesões de órgãos intratorácicos. Com isso, a conduta 
será mais agressiva, minimizando a morbimortalidade dos pacientes. 
Já a equipe que não possui estes conhecimentos, não suspeitará de lesões 
de órgãos intratorácicos, retardando o diagnóstico e conduta das mesmas, 
influenciando diretamente na sobrevida dos pacientes. 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
 
O exame primário tem por objetivo identificar e manejar situações que 
ameaçam a vida desta vítima. Ele é realizado sem movimentar a vítima da sua 
posição inicial, com exceção dos casos em que haja necessidade de intervir em 
alguns passos, como por exemplo, na desobstrução das vias aéreas. 
Para avaliar o nível de consciência devemos chamar a vítima ou dando-lhe 
um comando vigoroso, em voz alta, tocando-a pelos ombros com cuidado, dizer: "ei, 
você está bem?", "o que aconteceu?" ou "abra seus olhos!". 
Se a vítima responder, emitindo som, gemido, pronunciando palavras ou 
obedecendo ao comando, significa que as vias aéreas estão livres, a respiração e 
circulação estão presentes. 
 
http://2.bp.blogspot.com/_OFTzR8CWOqI/S_wWr4vQ- 
_I/AAAAAAAAAEE/kQDHbwA66kc/s1600/10.jpg 
 
 
 
http://2.bp.blogspot.com/_OFTzR8CWOqI/S_wWr4vQ-
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Caso não responda, evidenciando a inconsciência, é necessário solicitar 
AJUDA de um serviçode atendimento móvel de urgência (SAMU) e um Desfibrilador 
Externo Automático (DEA). 
<http://2.bp.blogspot.com/_Ug0eQeQQUS0/Sp2YTQW1TaI/AAAAAAAAAGo/QvhKlAahETQ/s
320/500T.jpg>. 
 
O momento do pedido de ajuda dependerá do tipo de ocorrência, quando o 
socorrista estiver sozinho. Em caso desubmersão ou afogamento, trauma, overdose 
de drogas e parada respiratória, o socorrista deve iniciar os procedimentos de 
ressuscitação durante dois minutos antes de solicitar ajuda. 
Excetuando-se os casos citados acima, o socorrista deve chamar ajuda 
imediatamente. Os números de telefone utilizados são: 
➢ 193: Serviço de Resgatedo Corpo de Bombeiros; 
➢ 192: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). 
 
Após a avaliação do nível de consciência, ésempre realizado um processo 
que segue uma sequência fixa e padronizada, sendo que o socorrista só pode 
passar para o passo seguinte após a completa resolução do passo anterior. Na 
prática, alguns passos podem ser avaliados simultaneamente. 
A sequência padronizada no exame primário é a seguinte: 
✓ C- Circulação; 
✓ A- Vias aéreas com controle da coluna cervical; 
✓ B- Respiração; 
http://2.bp.blogspot.com/_Ug0eQeQQUS0/Sp2YTQW1TaI/AAAAAAAAAGo/QvhKlAahETQ/s320/500T.jpg
http://2.bp.blogspot.com/_Ug0eQeQQUS0/Sp2YTQW1TaI/AAAAAAAAAGo/QvhKlAahETQ/s320/500T.jpg
http://2.bp.blogspot.com/_Ug0eQeQQUS0/Sp2YTQW1TaI/AAAAAAAAAGo/QvhKlAahETQ/s320/500T.jpg
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✓ D- Avaliação neurológica; 
✓ E- Exposição da vítima. 
 
CIRCULAÇÃO 
 
Definimos por circulação artificial a compressão torácica externa, ou seja, a 
massagem cardíaca. A reanimação cardiopulmonar deverá ser realizada logo que o 
socorrista identificar que a vítima não apresenta pulso, caracterizando assim a 
parada cardíaca. 
Quando realizada a avaliação primária, a abordagem busca sinais, entre 
estes, a frequência cardíaca denota a parada cardíaca. Em um adulto, é feita pela 
constatação da ausência de pulso na artéria carótida ou, na artéria femoral 
associada à perda de consciência e a outros sinais periféricos, como palidez, 
cianose e pele pegajosa. 
VERIFICANDO PULSO NA REGIÃO DO PESCOÇO 
 
<http://www.coracaosaudavel.com/images/abcressu05.jpg> 
 
A verificação do pulso não deve ultrapassar mais do que cinco ou dez 
segundos pela possibilidade dele ser lento, pela sua irregularidade ou por sua 
amplitude reduzida. 
Se existe pulso, porém a respiração é ausente, após as duas ventilações 
iniciais, elas devem ser continuadas na frequência de uma ventilação a cada cinco 
segundos. 
Se caracterizada a parada cardíaca, deve-se imediatamente chamar por uxílio 
de "socorro especializado" sem abandono da vítima e prontamente iniciar a 
http://www.coracaosaudavel.com/images/abcressu05.jpg
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compressão torácica externa. 
O paciente deve estar em decúbito dorsal horizontal, apoiado numa superfície 
rígida como o solo, uma tábua ou uma bandeja de servir de tamanho apropriado, 
interposta entre o doente e o leito. 
LOCAL CORRETO PARA REALIZAÇÃO DA MASSAGEM CARDÍACA 
 
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm 
 
✓ O socorrista posiciona a vítima em decúbito dorsal (deitada de costas); 
✓ Encontre a posição na metade inferior do esterno, entre os mamilos;✓ Coloque a palma de uma mão (com os dedos estendidos) sobre esse 
local; 
✓ Coloque a palma da outra mão (com os dedos estendidos) em cima da 
primeira. 
 
POSIÇÃO DAS MÃOS PARA REALIZAÇÃO DA MASSAGEM CARDÍACA 
 
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm 
 
✓ Posicione seu corpo diretamente sobre suas mãos. Os ombros devem 
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm
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ficar “olhando” para as mãos; 
✓ Inicie as compressões; 
✓ Pelo menos trinta compressões para cada duas ventilações; 
✓ Realize o ciclo de compressões e ventilações por pelo menos cinco 
ciclos ininterruptos ou até que o resgate especializado chegue ao local do 
atendimento. 
 
MASSAGEM CARDÍACA 
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm 
 
Os braços do socorrista devem permanecer em extensão com as articulações 
dos cotovelos fixas, transmitindo ao esterno da vítima a pressão exercida pelo peso 
dos seus ombros e tronco, reduzindo a fadiga. A pressão aplicada deve ser 
suficiente para deprimir o esterno em de cinco centímetros no adulto. 
Ao realizar as compressões elas deverão ser rítmicas e regulares, seguindo-
se imediatamente o relaxamento de igual duração, aliviando totalmente a pressão, 
permitindo ao tórax retornar a sua posição normal, sem, entretanto, retirar as mãos. 
Tal movimento permite o enchimento das câmaras cardíacas para 
redistribuição do sangue pelo organismo, atingindo enfim as perspectivas das 
manobras de RCP. 
A sequência destas manobras não deve ser interrompida. A respiração 
artificial e a massagem cardíaca externa devem ser associadas, para uma 
reanimação efetiva. 
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/prisocorros.htm
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Caso atenda sozinho à vítima, serão trinta compressões para cada duas 
ventilações. Em dois socorristas a ideia é a mesma, mas não há a necessidade de 
parar a massagem para realizar as ventilações. 
Após quatro ou cinco ciclos de compressão e ventilação, que deve durar 
aproximadamente um minuto, aconselha-se a reavaliação de presença de pulso e de 
respiração espontânea, repetindo-se as reavaliações a cada três minutos. 
Durante a parada cardíaca, a massagem cardíaca realizada de modo 
apropriado pode produzir uma onda de pressão sistólica próximo a 100 mmHg, 
entretanto, a pressão diastólica é ao redor de zero, resultando, assim, uma pressão 
média de 40mmHg que irá representar a pressão de perfusão em grandes vasos, ou 
seja, 1/3 a 1/4 do normal. 
Essa situação de fluxo em nível crítico impõe ao socorrista uma eficiência e 
exige uma constância nas compressões. 
 
VIAS AÉREAS COM CONTROLE DA COLUNA CERVICAL 
 
A causa mais comum de obstrução de vias aéreas em pacientes 
inconscientes é o relaxamento da musculatura da língua, que se projeta para o fundo 
da garganta ou orofaringe impedindo a passagem de ar nas vias aéreas superiores e 
inferiores. 
Para restabelecer a permeabilidade das vias aéreas superiores, devemos 
simplesmente remover corpos estranhos ou realizar a elevação da mandíbula. A 
possibilidade de lesão na coluna cervical deve ser sempre considerada, portanto, 
movimentos bruscos, excessivos ou aplicados com uma força desproporcional 
poderá causar lesões neurológicas irreversíveis na coluna cervical, como por 
exemplo, uma tetraplegia. 
A cabeça e o pescoço da vítima nunca devem ser hiperestendidos ou mesmo 
fletidos para manter ou estabelecer uma via aérea permeável. Para que possamos 
verificar se esta via aérea não está obstruída devemos solicitar à vítima que ela fale. 
Caso a vítima não consiga falar, observamos que esta vítima possui uma alteração 
do nível de consciência. Caso a vítima atenda a solicitação, podemos considerar que 
esta via aérea está livre, com a ventilação e perfusão cerebral mantidas, devido à 
passagem de ar por esta via aérea. 
Atualização em Primeiros Socorros 
 
 
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Se a vítima apresentar rouquidão ou falta de voz significa que deve haver um 
comprometimento das vias aéreas superiores, ou seja, uma obstrução.Avaliar e 
controlar as vias aéreas são condutas rápidas e simples, não necessitando 
inicialmente de nenhum equipamento, portanto estas técnicas manuais de 
desobstrução e controle ou estabilização da coluna cervical não devem ser 
retardadas a espera do socorro especializado. 
A obstrução das vias aéreas pode ser causada por: 
✓ Objetos sólidos; 
✓ Queda da língua; 
✓ Líquidos. 
 
Os principais sintomas apresentados pela vítima com obstrução das vias 
aéreas são: 
✓ Tosse; 
✓ Respiração ruidosa; 
✓ Movimentos respiratórios alterados; 
✓ Cianose (extremidades roxas). 
 
Para realizarmos o controle das vias aéreas podemos realizar as seguintes 
técnicas: 
✓ Manobra tríplice ou elevação da mandíbula. 
 
ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA 
http://www.sbp.com.br/img/cursos/curso_suporte/fig02-05.gif 
 
http://www.sbp.com.br/img/cursos/curso_suporte/fig02-05.gif
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✓ Manobra de tração da mandíbula. 
 
TRAÇÃO DA MANDÍBULA 
http://www.concursoefisioterapia.com/2010/02/manobra-de-tracao-de-
mandibula-jaw.html 
 
✓ Inserção de uma cânula orofaríngea. 
 
INSERÇÃO DA CÂNULA DE GUEDEL 
http://1.bp.blogspot.com/_P- 
MzoBY5JIc/S1djluYhWBI/AAAAAAAAAsk/lI3bPhqETck/s400/canula+guedel.JPG 
 
Uma vez realizado o controle ou a estabilização da coluna cervical, não 
podemos em hipótese alguma liberá-la, até que esta seja imobilizada definitivamente 
http://www.concursoefisioterapia.com/2010/02/manobra-de-tracao-de-mandibula-jaw.html
http://www.concursoefisioterapia.com/2010/02/manobra-de-tracao-de-mandibula-jaw.html
http://1.bp.blogspot.com/_P-MzoBY5JIc/S1djluYhWBI/AAAAAAAAAsk/lI3bPhqETck/s400/canula%2Bguedel.JPG
http://1.bp.blogspot.com/_P-MzoBY5JIc/S1djluYhWBI/AAAAAAAAAsk/lI3bPhqETck/s400/canula%2Bguedel.JPG
Atualização em Primeiros Socorros 
 
 
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com o colar cervical ou com outro dispositivo que evite o movimento tanto lateral, 
como de flexão da cabeça. 
 
DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS 
 
O reconhecimento rápido da obstrução das vias aéreas determinará se esta 
vítima será socorrida rapidamente ou se ela evoluirá para o óbito. A obstrução 
poderá ser parcial, quando não há a completa interrupção do fluxo de ar, ou total, 
quando há uma completa interrupção do fluxo de ar das vias aéreas superiores para 
as vias aéreas inferiores, estabelecendo assim, as trocas gasosas. 
A troca ineficiente de ar é indicada pela presença de: 
✓ Tosse ineficaz e fraca; 
✓ Ruídos respiratórios gementes ou estridentes; 
✓ Dificuldade respiratória; 
✓ Cianose. 
Os métodos de desobstrução das vias aéreas variam de acordo com o tipo de 
objeto que está causando a obstrução. Caso a vítima apresente uma obstrução das 
vias aéreas por sólidos, devemos realizar: 
➢ Remoção manual do objeto; 
➢ Compressões torácicas. 
 
Caso ocorra a obstrução por líquidos, devemos realizar: 
✓ Aspiração das vias aéreas; 
✓ Rolamento 90º para que o líquido seja retirado pela boca evitando 
assim sua aspiração para os pulmões. 
 
MANOBRA DE HEIMLICH 
 
A manobra de Heimlich é o melhor método pré-hospitalar de desobstrução 
das vias aéreas superiores por um corpo estranho. Esta manobra foi descrita pela 
primeira vez pelo médico Henry Heimlich, em 1974, que induz uma tosse artificial, 
que vai expelir o objeto da traqueia da vítima. 
Uma pessoa sozinha consegue realizar a técnica correta e desobstruir a via 
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aérea, posicionando suas mãos na região abdominal e exercendo uma pressão 
sobre o final do diafragma, comprimindo indiretamente a base dos pulmões e 
expelindo o objeto causador da obstrução. 
As compressões abdominais devem ser realizadas da seguinte forma: 
 
Vítimaem pé: 
✓ Ficar atrás da vítima; 
 
MANOBRA DE HEIMLICH 
http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473 
✓ Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima, servindo de 
base caso ela desmaie; 
✓ Colocar o braço em volta da cintura da mesma; 
 
POSIÇÃO DAS MÃOS 
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✓ Fechar uma mão e colocar o lado do polegar contra o abdômen da 
vítima entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifoide; 
 
 
POSIÇÃO DAS MÃOS 
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✓ Com a outra mão envolver a mão fechada e pressionar o abdômen da 
vítima; 
 
POSIÇÃO DAS MÃOS 
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✓ Puxar ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para 
cima e para dentro, comprimindo a parte superior do abdômen com a base do 
http://www.lxjovem.pt/index.php?id_tema=473
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pulmão, expulsando o ar e movimentando o objeto causador da obstrução; 
✓ Realizar cinco vezes a manobra com uma compressão firme e vigorosa, 
suficiente para movimentar o objeto e desobstruir as vias aéreas; 
✓ Caso a vítima fique inconsciente, a manobra deverá ser interrompida e 
deve-se iniciar a reanimação cardiorrespiratória. 
 
Se a vítima estiver deitada ou inconsciente: 
✓ A vítima deve ser colocada em decúbito dorsal, ou seja, com as costas 
no chão; 
✓ Ajoelhar-se por cima da coxa da vítima ou posicionar-se lateralmente a 
ela; 
✓ Colocar a segunda mão diretamente sobre a primeira e realizar a 
compressão abdominal; 
 
COMPRESSÃO ABDOMINAL 
http://csaudeesp.blogspot.com/ 
 
• Observar se o objeto foi expulso. 
 
Em vítimas obesas ou grávidas devemos realizar os seguintes procedimentos: 
✓ Posicionar-se atrás do paciente; 
✓ Posicionar uma de suas pernas entre as pernas da vítima; 
✓ Posicionar as mãos acima do apêndice xifoide; 
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✓ Realizar as compressões abdominais; 
✓ Verificar se o objeto foi expulso. 
 
 
A desobstrução de vias aéreas em crianças menores que um ano deve ser 
realizada da seguinte forma: 
✓ Deitar a criança de bruços sobre o braço; 
✓ Apoiá-la na palma da mão, de cabeça para baixo; 
✓ Bater nas costas com as mãos em concha; 
✓ Verificar se o objeto foi expulso. 
 
RESPIRAÇÃO 
 
Anteriormente havia uma recomendação para que os movimentos 
respiratórios fossem avaliados pelo procedimento ver, ouvir e sentir, porém não há 
mais esta necessidade. 
O socorrista deve priorizar a qualidade da massagem cardíaca, ou seja, 
realizar o ciclo com trinta compressões e abrir a via aérea e aplicar duas ventilações. 
A respiração boca a boca só deve ser realizada nas seguintes situações: 
✓ Em situações de afogamento; 
✓ Traumatismos; 
✓ Em crianças e bebês. 
 
Existem estudos comprovando que a massagem cardíaca realizada 
corretamente e ritmada é suficiente para manter a vítima viva até a chegada de 
socorro profissional sem a utilização da respiração boca a boca. 
No caso de crianças e bebês, afogamento ou traumatismos, a massagem 
cardíaca se faz em sintonia com a respiração bocaaboca, porém em situações de 
parada cardíaca em adultos apenas a massagem cardíaca deve ser feita, até que os 
socorristas cheguem para levar a vítima ao hospital. 
 
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA 
 
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Na avaliação neurológica, o socorrista deve avaliar o estado de consciência 
da vítima. 
Pode-se usar a sequência AVDS, como descrito a seguir: 
 
 
➢ A: Alerta; 
➢ V: Responde a estímulos verbais; 
➢ D: Responde a estímulos dolorosos; 
➢ S: Sem resposta. 
 
Se a vítima estiver consciente, pergunte nome, telefone paracontato e 
endereço. Faça 
Por exemplo: Que dia é hoje? É dia ou é noite? Converse com ela, procure 
acalmá-la e pergunte onde sentedores e em caso de suspeita de fratura da coluna, 
pergunte seestá sentindo os braços e as pernas. 
Se ela não se comunicar, veja se reage ao estímulo verbal e se não houver 
resposta, veja se a vítima reage ao um estímulo tátil oudoloroso.Caso esteja 
inconsciente, abra os olhos dela e verifique aspupilas.O estado das pupilas pode 
significar: 
➢ Normais: normalmente não há lesões neurológicas aparentes e 
oxigenação está presente. 
➢ Pupilas diferentes: uma normal e a outra dilatada significa presença 
de lesão neurológica. O socorrista deve intensificar a avaliação, pois pode haver 
parada cardiorrespiratória. 
➢ Se as duas pupilas estiverem dilatadas: significa parada 
cardiorrespiratória há mais de um minuto. Também pode haver lesão neurológica. 
 
Nesse caso, o socorrista deve iniciar imediatamente as manobras de 
ressuscitação. Sempre que a vítima estiver inconsciente, deve-se desconfiarde 
fratura da coluna vertebral ou de parada cardiorrespiratória. Nesse caso, movimente 
a vítima o mínimo possível, protegendosempre a coluna 
A escala de coma de Glasgow deve ser usada. Lembrando que esta é uma 
escala neurológica que constitui um método confiável e objetivo de registrar o nível 
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de consciência de uma pessoa para avaliação inicial e contínua após um 
traumatismo craniano. 
Seu valor também é utilizado no prognóstico do paciente e é de grande 
utilidade na previsão de eventuais sequelas. Segue abaixo a escala completa: 
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TABELA – ESCALA DE COMA DE GLASGOW 
 
 
 
O escore máximo permitido pela escala é quinze pontos e o mínimo de três 
pontos. Se o paciente apresentar uma pontuação de oito pontos ou menos, a 
intubação orotraqueal está indicada. 
 
Pontuação total: de 3 a 15 
 
3 = Coma profundo (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo); 
VARIÁVEIS ESCORE 
Abertura ocular Espontânea 4 
 À voz 3 
 À dor 2 
 Nenhuma 1 
Resposta verbal Orientada 5 
 Confusa 4 
 Palavras inapropriadas 
 Palavras 3 
 incompreensivas 
 Nenhuma 2 
 1 
Resposta motora Obedece aos 
comandos 
 
 Localiza dor 6 
 Movimento de retirada 5 
 Flexão anormal 
 Extensão anormal 4 
 Nenhuma 3 
 2 
 1 
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4 = Coma profundo 
7 = Coma intermediário; 
11 = Coma superficial; 
15 = Normalidade. 
 
Classificação do trauma cranioencefálico: 
 
3-8 = Grave (necessidade de intubação imediata); 
9-12 = Moderado; 
13-15 = Leve. 
 
EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA 
 
Sendo assim, para que um diagnóstico diferencial mais preciso seja realizado, 
é preconizado que dentre o C-A-B-D-E dos primeiros socorros, o “E” refere-se à 
exposição da vítima. 
Quando estabilizadas respiração e circulação, iniciamos a exposição da 
vítima para verificar se existem outros ferimentos, complicações e situações a serem 
resolvidas. 
Lembre-se que tal procedimento deverá ser realizado com cautela e 
precaução a fim de evitar maiores dolos na vítima já fragilizada. Todo movimento 
realizado, principalmente se em pós-trauma, deverá atender normas de manipulação 
assegurando a assistência prestada. 
A busca por outras e/ou maiores lesões pode no momento da primeira 
assistência salvar a vida da vítima. 
Em primeiros socorros, chamamos de “a hora de ouro” a primeira hora de 
atendimento, portanto, se o socorrista fizer o seu melhor, a probabilidade desta 
vítima ter sua vida prolongada é grande. 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS 
 
Vítima com capacete 
 
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A retirada do capacete deve ser realizada por dois socorristas treinados. O 
primeiro passo é posicionar a vítima em decúbito dorsal, ou seja, posição supina, por 
meio do rolamento em bloco.Um socorrista posiciona-se atrás da cabeça da vítima, abre a viseira e segura 
cada lado do capacete com os dedos estabilizando a mandíbula. O outro socorrista 
mantém a estabilização da coluna cervical, colocando os dedos polegar no ângulo 
da mandíbula de um dos lados e o indicador e médio no outro lado. A outra mão 
mantém a imobilização do pescoço, apoiando a região cervical. 
A seguir, o socorrista que segura o capacete pelas laterais, força a sua 
abertura liberando as orelhas e traciona-o delicadamente, enquanto o outro 
socorrista mantém a estabilização do pescoço para evitar a inclinação da cabeça. 
Após a retirada do capacete, os socorristas devem manter a imobilização da 
coluna cervical manualmente até obter dispositivo que o faça. 
 
RETIRANDO O CAPACETE DE FORMA CORRETA 
http://4.bp.blogspot.com/- 
u1Xw93nGPj8/TdfrQRgx9oI/AAAAAAAAAJU/CMpOSNXQQxk/s400/capacete5.gif. 
 
Vítima presa em ferragem 
 
Em caso de acidente automobilístico com vítima presa entre as ferragens, não 
movimente o acidentado, pois isso poderá agravar seu estado. Sinalize o local para 
http://4.bp.blogspot.com/-
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evitar novos acidentes e solicite ajuda imediatamente a um serviço móvel de 
urgência. 
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VÍTIMA PRESA NAS FERRAGENS 
http://2.bp.blogspot.com/_XNH- 
UIyc1zU/TEFVDmH8q0I/AAAAAAAACoU/oaQspTh_7ng/s1600/moto_ferragens.jpg. 
 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
 
É o exame realizado após o exame primário, ou seja, após o C-A-B-D-E e tem 
por finalidade examinar todo o corpo por meio da palpação e inspeção. Esta 
avaliação é composta pela avaliação objetiva, ou seja, o exame físico da cabeça aos 
pés, controle dos sinais vitais e avaliação subjetiva caracterizada pela entrevista. É 
realizada somente após o término da avaliação primária ou das manobras de 
ressuscitação cardiopulmonar, quando instituídas e obtido sucesso. 
Tem por objetivo a detecção de lesões que embora graves não impliquem 
risco iminente de morte. Ao iniciá-la em vítimas com história de trauma, é necessária 
a manutenção da estabilização da coluna cervical por meio manual ou com 
dispositivos durante todo o procedimento. 
Para iniciar essa avaliação, o socorrista deverá expor a vítima somente o 
necessário, respeitando sua intimidade e protegendo-a contra os efeitos da 
hipotermia. 
As informações levantadas no exame da cabeça aos pés, associadas ao 
mecanismo do trauma auxiliam o socorrista na detecção ou suspeita de situações 
http://2.bp.blogspot.com/_XNH-
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graves como, por exemplo, uma hemorragia interna. Deve-se olhar para a vítima, 
buscando sinais ou lesões aparentes. 
A vítima poderá assumir uma posição que demonstre que ela está com dor, 
segurando ou apontando para determinado membro ou região do corpo ou ainda 
permanecendo sentada com o objetivo de melhorar a respiração. 
A entrevista é feita simultaneamente, levantando informações obtidas junto ao 
próprio paciente ou às testemunhas que se encontram no local. Com essas 
informações podem-se obter detalhes da história ou do mecanismo de trauma, 
queixas e sintomas que o paciente relata. 
 Em vítimas conscientes, o socorrista deve identificar-se explicando os 
procedimentos que irá realizar com a vítima. Após esse primeiro contato, o socorrista 
deve perguntar o nome da vítima, tratando-a sempre pelo seu nome. Segue a 
avaliação perguntando idade, endereço, data e com isso avaliando se as respostas 
estão corretas, demonstrando que a vítima apresenta um nível de consciência e 
oxigenação cerebral adequada. 
Entretanto, a vítima poderá estar confusa sendo necessária uma abordagem 
mais detalhada indicando ao socorrista possíveis lesões e situações graves. A 
entrevista com a vítima deve ser rápida e direcionada, devendo-se questionar a 
vítima quanto à: 
➢ Presença de dor; 
➢ Sensação de formigamento; 
➢ Calor ou perda da sensibilidade em alguma parte do corpo; 
➢ Doença; 
➢ Uso de medicamentos; 
➢ Alergias a remédios ou a algum tipo de alimento; 
➢ Quando foi a última refeição; 
➢ Uso de substâncias como álcool ou drogas ilícitas. 
 
Todas estas informações são importantes para a agilidade no tratamento da 
vítima e para que o socorrista possa priorizar suas atitudes. Na vítima de acidente, 
além dos questionamentos anteriores é de grande importância a determinação do 
mecanismo de trauma, tentando estabelecer a intensidade de impacto sofrido. 
Algumas situações devem ser avaliadas rapidamente, determinando as 
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possíveis lesões, são eles: 
➢ Capotamento; 
➢ Ejeção da vítima do veículo; 
➢ Uso de cinto de segurança; 
➢ Uso de capacete; 
➢ Posição no veículo; 
➢ Deformidade do veículo. 
Estas informações a respeito do evento são importantes na condução do 
atendimento, partindo sempre da queixa principal, direcionando a entrevista e a 
assistência que deverão ser feitas simultaneamente, durante a avaliação da vítima. 
Na inspeção devem ser pesquisados: 
✓ A cor da pele; 
✓ Simetria; 
✓ Alinhamento; 
✓ Deformidade; 
✓ Sangramento. 
 
Na palpação deverá ser pesquisado: 
✓ Deformidade; 
✓ Rigidez; 
✓ Flacidez. 
 
O exame secundário deve ser realizado obedecendo à seguinte sequência: 
✓ Cabeça; 
✓ Pescoço; 
✓ Olhos; 
✓ Orelhas e nariz; 
✓ Boca; 
✓ Tórax; 
✓ Abdômen; 
✓ Cintura pélvica; 
✓ Membros inferiores; 
✓ Membros superiores; 
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✓ Dorso. 
 
CABEÇA 
 
Palpe o crânio com os polegares fixos na região frontal, examine os olhos 
procurando por objetos estranhos. Verifique se as pupilas estão normais, dilatadas, 
contraídas ou desiguais. 
Normalmente apresentam o mesmo diâmetro, ou seja, devem estar do 
mesmo tamanho. 
EXAME DO CRÂNIO 
 
http://1.bp.blogspot.com/_YQ- 
op14RPUo/TTQz1T0XW2I/AAAAAAAAB_c/sYtxHs2Tg9s/s1600/9-A.JPG>. 
 
PESCOÇO 
 
A coluna cervical deve ser mantida imobilizada manualmente ou por utilização 
de colar cervical durante todo o exame. Realizar a palpação na coluna cervical 
verificando o seu alinhamento. Verificar na região anterior se há desvio de traqueia, 
lesões ou sangramentos. 
 
OLHOS 
 
http://1.bp.blogspot.com/_YQ-
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Verifica-se a presença de cortes, queimadura de pálpebras e cílios ou objeto 
encravado. Atentará coloração ao redor dos olhos, como presença de hematoma, 
pois indica possível trauma craniano. 
Nesse momento, as pupilas são avaliadas quanto ao tamanho, simetria e 
reação à luz. 
Normalmente, são do mesmo tamanho e reagem com contração na presença 
de luz. 
Quando se apresentam do mesmo tamanho, são denominadas isocóricas. 
Quando são desiguais são chamadas de anisocóricas, situação que pode ocorrer no 
traumatismo craniano encefálico ou no acidente vascular cerebral. 
As pupilas poderão estar contraídas ou dilatadas por ação de drogas, 
iluminação ou ausência de oxigenação cerebral. São denominadas mióticas quando 
estão contraídas e midriáticas quando estão dilatadas. 
 
ORELHA E NARIZ 
 
estruturas. Se positivo, indica possível fratura de ossos do crânio. Verifica-se 
ainda a simetria, presença de lesões e edema. 
O líquido cefalorraquidiano é um líquido transparente que circula entre as 
meninges aracnoide e pia-máter, e sua principal função é proteger o cérebro, agindo 
como amortecedor de choques mecânicos aplicados principalmente na cabeça. 
 
BOCA 
 
Promove-se a abertura da boca, a fim de identificar e remover corpos 
estranhos que poderão obstruir as vias aéreas como sangue, secreções, próteses 
dentárias, dentes soltos ou restos alimentares. Os lábios, gengivas e língua devem 
ser observados quanto à coloração e presença de edema e ferimentos. 
 
TÓRAX 
 
Com a mão espalmada e com os dedos entrelaçados,realizar a palpação a 
procura de lesões nos arcos costais, procurar ferimentos e reação à dor. Deve-se 
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inspecioná-lo em busca de edema, assimetria, ferimentos, deformidades, retrações, 
objetos encravados ou fraturas. 
Observar, também, se a expansão do tórax durante a respiração ocorre da 
mesma forma em ambos os lados, palpar as clavículas e costelas buscando 
deformidades, crepitações ósseas, áreas dolorosas ou mesmo ferimentos com 
fraturas expostas e enfisema subcutâneo 
 
ABDÔMEN 
 
Realizar a palpação com a espalmada e com os dedos entrelaçados, 
buscando áreas de sensibilidade, flacidez e rigidez. Devem ser examinados os 
quatro quadrantes do abdômen em busca de hematomas, equimoses, abrasões, 
ferimentos abertos ou objetos encravados. 
Procura-se distensão, rigidez ou dor à palpação superficial, delimitando qual o 
quadrante abdominal acometido. Este dado é importante, pois auxilia o socorrista a 
suspeitar de hemorragia interna, caso a vítima esteja apresentando sinais de choque 
hemorrágico, associando os achados do exame físico aos sinais vitais apresentados 
com o mecanismo do trauma. 
Os quadrantes nos quais pode ser dividido o abdômen são: 
➢ QSD: Quadrante superior direito; 
➢ QSE: Quadrante superior esquerdo; 
➢ QID: Quadrante inferior direito; 
➢ QIE: Quadrante inferior esquerdo. 
O quadrante superior direito contém órgãos como o fígado, a vesícula biliar, 
parte do intestino grosso e o rim direito. No quadrante superior esquerdo há o 
estômago, o baço, o pâncreas, parte do intestino grosso e o rim esquerdo. 
O ovário direito e parte do útero em mulheres, o apêndice vermiforme, parte 
do intestino grosso, o ureter direito e a bexiga urinária estão contidos no quadrante 
inferior direito. 
No quadrante inferiror esquerdo estão localizados parte do intestino grosso, o 
ovário esquerdo e parte do útero e da bexiga urinária. 
Deve-se observar se a vítima assume posição que demonstre que ela esteja 
com dor, sendo assim, o socorrista poderá aliviar a dor abdominal, orientando a 
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vítima a flexionar os joelhos e quadril, mantendo-a aquecida. 
Vítimas com história de trauma deverão permanecer em posição supina sem 
flexionar as pernas, mantendo o alinhamento de toda coluna vertebral e a 
imobilidade da coluna cervical. 
 
DORSO 
 
Realizar manobras de rolamento para examinar as costas. Observar o 
alinhamento da coluna cervical se há deformidades ou ferimentos. Palpar a coluna 
em busca de edema, hematoma ou crepitação. 
Após realizar o exame secundário, realize todos os curativos, imobilizações e 
outros procedimentos, antes de remover a vítima. Durante todo o exame mantenha-
se atento aos passos do exame primário. 
O socorrista deve palpar com delicadeza a coluna vertebral por intermédio da 
curvatura natural da cintura até onde a mão alcançar sem movimentar a vítima. 
Pesquisar regiões dolorosas, com edema, afundamentos ou deformidades ósseas, 
hematomas e ferimentos. É difícil determinar fraturas da coluna vertebral, pois 
muitas vezes os sintomas se confundem, e a queixa de dor da vítima é em outra 
região. 
 
PELVE 
 
Busca-se por alterações que, com frequência, estão relacionadas com 
fraturas da pelve como hematomas, deformidade articular no quadril, sangramento 
pelo ânus, vagina ou uretra. 
O exame é feito palpando-se levemente as cristas ilíacas, enquanto se 
investiga a ocorrência de crepitação óssea, dor ao procedimento ou instabilidade da 
cintura pélvica. 
A crista ilíaca faz parte do osso do quadril denominado ílio e é a extremidade 
superior expandida e pode ser palpada em toda sua extensão, bilateralmente. A 
ocorrência de incontinência urinária ou fecal e priapismo, em homens, são sinais 
sugestivosde lesão na medula espinhal, decorrente de fratura ou deslocamento da 
coluna vertebral. O priapismo é caracterizado por ereção peniana prolongada, sem 
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estimulação sexual, frequentemente, causada por lesão medular. 
 
MEMBROS INFERIORES 
 
Inspecionar e palpar a coxa até os pés, observando o alinhamento, 
deformidade e rigidez, buscando lesões e ferimentos. Devem ser pesquisados 
também: 
➢ Hematomas; 
➢ Sangramentos; 
➢ Deformidades; 
➢ Espículas ósseas. 
 
Palpar toda a extensão do membro, buscando deformidades como: 
➢ Angulações; 
➢ Encurtamentos; 
➢ Edema; 
➢ Espasmo muscular; 
➢ Crepitação óssea; 
➢ Aumento de volume, 
➢ Abrasões; 
➢ Palidez; 
➢ Cianose nas extremidades. 
 
A cianose é caracterizada por um tom azulado da pele ou mucosas, 
manifestada por tecido com baixa oxigenação, em razão da diminuição de irrigação 
sanguínea ou da oxigenação. O socorrista deve avaliar a circulação distal à lesão, 
verificando a temperatura, cor da pele, enchimento capilar, e pulso da extremidade 
lesada. 
Para verificar o enchimento capilar deve-se comprimir e soltar rapidamente o 
leito das unhas e polpas digitais. Quando há circulação normal, o retorno sanguíneo 
é de um e meio a dois segundos, se estiver retardado, ou seja, maior que dois 
segundos, indicando que a circulação está lenta. 
Se a circulação estiver ausente, esses locais permanecem descorados após a 
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compressão. A avaliação da artéria tibial posterior é importante nos casos em que 
pode haver fratura nos membros inferiores. 
Esta artéria é o maior ramo terminal da artéria poplítea e sua porção inferior 
pode ser palpada posteriormente ao maléolo medial, exercendo leve pressão contra 
a proeminência óssea da extremidade inferomedial da tíbia. 
Testar movimentos e sensibilidade solicitando à vítima que faça movimentos 
com os dedos dos pés, e que empurre a mão do socorrista com o pé, aplicando um 
estímulo na região plantar de um dos pés e solicitando que a vítima identifique qual 
pé foi estimulado, alternando- os. 
 
PALPAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES 
<http://4.bp.blogspot.com/_7H9r_7bo6nc/SyBogqF3OoI/AAAAAAAABRU/6WCBl455zZY/s400
/palpa%C3%A7%C3% A3o+tibial.JPG> 
 
 
MEMBROS SUPERIORES 
 
Inspecionar e palpar dos ombros até as mãos, observando o alinhamento, 
deformidade e rigidez. Buscar lesões e ferimentos. Inicia-se inspecionando e 
palpando a partir dos ombros até os dedos das mãos, pesquisando: 
➢ Presença de abrasões; 
➢ Hematomas; 
➢ Ferimentos; 
➢ Espículas ósseas; 
http://4.bp.blogspot.com/_7H9r_7bo6nc/SyBogqF3OoI/AAAAAAAABRU/6WCBl455zZY/s400/palpa%C3%A7%C3%25
http://4.bp.blogspot.com/_7H9r_7bo6nc/SyBogqF3OoI/AAAAAAAABRU/6WCBl455zZY/s400/palpa%C3%A7%C3%25
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➢ Aumento de volume; 
➢ Deformidades; 
➢ Palidez; 
➢ Cianose de extremidades. 
 
O socorrista deve avaliar a circulação, investigando os seguintes eventos: 
➢ Temperatura; 
➢ Cor da pele; 
➢ Enchimento capilar; 
➢ Presença de pulso radial bilateralmente, atentando-se à simetria e 
amplitude do pulso. 
 
Devemos avaliar também os movimentos e sensibilidade, solicitando à vítima 
que faça movimentos com as mãos e os dedos ou que lhe aperte a mão. A 
sensibilidade é testada solicitando que a vítima identifique a região que está sendo 
estimulada. 
Relembrando que na avaliação primária o socorrista deve avaliar e corrigir as 
situações que coloquem em risco imediato a vida da vítima, ou seja, situações que 
afetam diretamente as funções vitais das vítimas. 
Já na avaliação secundária o socorrista deve avaliar e corrigir situações que 
não colocam a vítima em perigo imediato de vida, mas que podem agravar o estado 
da vítima se não forem corrigidas. 
 
RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E CEREBRAL 
 
O termo Reanimação Cardiorrespiratória e Cerebral (RCRC) vem sendo 
inserido na prática profissional, em substituição ao termo Reanimação 
Cardiopulmonar (RCP). 
A ressuscitação cardiorrespiratória

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