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57 BIOQUÍMICA METABÓLICA Unidade II 5 SÍNTESE PROTEICA 5.1 Aminoácidos e proteínas Na natureza existem cerca de trezentos aminoácidos diferentes, mas somente vinte compõem as proteínas dos seres vivos. Desses, dez são ditos essenciais, pois não podem ser produzidos pelo organismo, sendo obtidos por meio da dieta, como a arginina, fenilalanina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, treonina, triptofano e valina. Os aminoácidos não essenciais são: alanina, asparagina, ácido aspártico, ácido glutâmico, cisteína, glicina, glutamina, prolina, serina e tirosina. Temos também os classificados como condicionalmente essenciais, pois são essenciais apenas em circunstâncias específicas, como em caso de doença ou estresse, e há necessidade de suplementação. São eles: arginina, glutamina, glicina, prolina, tirosina e cisteína. Os aminoácidos não essenciais são derivados de intermediários da glicólise, do ciclo do ácido cítrico ou da via das pentoses, sendo que o nitrogênio geralmente provém do glutamato. 5.2 Síntese de aminoácidos Os aminoácidos essenciais precisam estar presentes na dieta, já que não são sintetizados pelos mamíferos. A síntese deles em seres vivos pode ter como origem de síntese o alfa‑cetoglutarato (origina o glutamato, a glutamina, a prolina e a arginina); o 3‑fosfoglicerato (origina a serina, a glicina e a cisteína); o oxaloacetato (origina o aspartato, que vai originar a asparagina, a metionina, a treonina e a lisina) e o piruvato (origina a alanina, a valina, a leucina e a isoleucina). 5.3 Síntese de proteína (tradução) Após ser produzido o RNAm (RNA mensageiro) em células eucarióticas, sai do núcleo e chega ao citoplasma e vai ser acoplado a ele os RNAr (RNA ribossômico) para que comece a síntese de alguma proteína que o corpo necessite. Para que a biossíntese ocorra, deve‑se passar por algumas etapas, como a ativação do aminoácido, iniciação, elongação, terminação e modificações pós‑traducionais. 5.3.1 Ativação de aminoácidos A ativação é feita pelo ATP que se liga ao RNA transportador (RNAt), resultando AMP‑RNAt. Uma vez ativado, o RNAt se liga ao respectivo aminoácido (referente ao anticódon presente nele) que está disperso no citoplasma da célula, se tornando aaRNAt e se encaminhando para os ribossomos. Resumindo: 58 Unidade II aa RNAt + ATP AMP‑RNAt + PPi aaRNAt + AMP 5.3.2 Iniciação O RNA mensageiro (mRNA) receberá as subunidades 30S e 50S do RNAr (em E. coli) no extremo 5` (onde tem o CAP). Proteínas chamadas de fatores de iniciação se ligam aos RNAr e RNAm, tornando‑os estáveis para que se inicie a tradução. Os aaRNAt entram no ribossomo (subunidades 30S + 50S juntas) e tentam parear seu anticódon com o códon presente no RNAm (processo chamado de decodificação do RNAm). Nesse caso, o primeiro códon é o de iniciação, que é AUG, e o anticódon presente no RNAt será UAC, que representa o aminoácido metionina, isto é, fmetRNAt (que na iniciação apresenta um radical formil ligado a ela). Essa ligação se dá no primeiro sítio ou trinca, chamado de P com gasto de 1 GTP. Resumindo o complexo de iniciação: RNAm + 30SRNAr + 50SRNAr + fmetRNAt + fatores de iniciação + GTP 5.3.3 Elongação Um segundo aaRNAt se liga ao RNAm (no segundo sítio ou trinca, chamado de A) trazendo o aminoácido específico de acordo com o códon seguinte. Ocorre a ligação peptídica entre o aminoácido recém‑chegado e a formil metionina, reação catalisada pela enzima presente no interior dos ribossomos, responsável por essa ligação peptídica, chamada peptidil transferase. Figura 38 – Esquema da entrada do 2 aminoácido no sítio A. Há complementariedade entre a trinca de anticódon e códon 59 BIOQUÍMICA METABÓLICA O códon é um conjunto de 3 nucleotídeos que corresponde a 1 aminoácido. Existem 64 códons, sendo que 3 não codificam nenhum aminoácido, os chamados códons de terminação. O códon é degenerado, isto é, mais de 1 códon para 1 aminoácido. G C U G C U A C G G A G C U U C G G A G C U A G ARN Ácido ribonucleico A C G G A G C U U C G G A G C U A G Códon 1 Códon 2 Códon 3 Códon 4 Códon 5 Códon 6 Códon 7 Figura 39 – Representação da quantidade de códons em uma fita de RNA 60 Unidade II Segunda base U C A G Pr im ei ra b as e U UUU Phe UCU Ser UAU Tyr UGU Cys U Te rc ei ra b as e UUC UCC UAC UGC C UUA Leu UCA UAA terminal UGA Terminal A UUG UCG UAG terminal UGG Trp G C CUU Leu CCU Pro CAU His CGU Arg U CUC CCC CAC CGC C CUA CCA CAA GluN CGA A CUG CCG CAG CGG G A AUU Ileu ACU Thr AAU AspN AGU Ser U AUC ACC AAC AGC C AUA ACA AAA Lys AGA Arg A AUG Met ou inicial ACG AAG AGG G G GUU Val GCU Ala GAU Asp GGU Gly U GUC GCC GAC GGC C GUA GCA GAA Glu GGA A GUG GCG GAG GGG G Figura 40 – Esquema da tabela que representa todos os códons de RNAm que podem ser formados e os correspondentes aminoácidos que especificam Os fatores de iniciação saem e entram os fatores de elongação, que têm como função deixar o complexo unido, mas podendo deslizar sobre o RNAm. Após a união dos aminoácidos, o RNAt que transportava a formil metionina se solta do ribossomo e do RNAm, e o segundo RNAt, que antes ocupava o sítio A, passa agora a ocupar o sítio P, já que o ribossomo se deslocou 1 códon pelo RNAm. O sítio A com o outro códon fica, então, disponível para a entrada do próximo RNAt. O complexo todo avança três bases (1 códon) ao longo do RNAm no sentido 5’ ‑> 3’ (chama‑se translocação e cada avanço gasta 1 GTP), sempre deixando um sítio livre para a entrada do aaRNAt seguinte, que se liga aos primeiros, e ocorre o deslizamento novamente até chegar ao final do RNAm. 5.3.4 Terminação O ribossomo chega ao códon de terminação (UAA, UAG ou UGA), que agora está presente no sítio A. Nenhum aaRNAt consegue parear com essa trinca de nucleotídeos. Os fatores de elongação saem e entram os fatores de terminação ou liberação. O complexo fica desestabilizado e seus componentes se desprendem liberando também a proteína recém‑sintetizada, que já está na estrutura que deve ser utilizada (secundária, terciária). Esse nível estrutural é alcançado com a ajuda de outras proteínas presas ao ribossomo que ajudam a dobrar corretamente a proteína nascente, conforme vai ocorrendo a síntese, as chamadas de chaperonas. 61 BIOQUÍMICA METABÓLICA Lembrete O DNA é dividido em unidades funcionais chamadas genes, que podem especificar polipeptídeos (proteínas e subunidades de proteínas) ou RNAs funcionais (como RNAt e RNAr). A informação de um gene é usada para construir um produto funcional em um processo chamado expressão gênica. Um gene que codifica um polipeptídeo é expresso em duas etapas. Nesse processo, a informação flui no sentido DNA→RNA→Proteína, relação direcional conhecida como dogma central da biologia molecular. A transcrição é uma fita do DNA do gene que é copiada para o RNA. Nos eucariontes, o transcrito de RNA deve passar por etapas adicionais de processamento para se tornar um RNA mensageiro (RNAm) maduro. A tradução é a sequência de nucleotídeos do RNAm que é decodificada para especificar a sequência de aminoácidos de um polipeptídeo. Esse processo ocorre dentro de um ribossomo e requer moléculas adaptadoras chamadas de RNAt. Durante a tradução, os nucleotídeos do RNAm são lidos em grupos de três, chamados códons. Cada códon especifica um aminoácido em particular ou um sinal de parada. Esse conjunto de relações é conhecido como código genético. Exemplo de aplicação Reflita sobre a seguinte questão: quantas bases nitrogenadas são necessárias para formar uma proteína com 60 aminoácidos? Como cada códon corresponde a um aminoácido e cada sequência de 3 bases (1 códon) dá origem a 1 aminoácido, para formar uma proteína de 60 aminoácidos o RNAm deverá ter 60 códons, portanto, 180 bases nitrogenadas. 5.4 Inibidores da síntese de proteínas Algumas substâncias químicas chamadas de antibióticos podem agir na síntese proteica dos procariotos(bactérias) e combater as causadoras da infecção. Os aminoglicosídios (bactericidas), como, por exemplo, estreptomicina, canamicina, gentamicina, tobramicina, amicacina, netilmicina e neomicina, se ligam irreversivelmente à subunidade 30S do ribossomo e paralisam o complexo de iniciação. O processo de tradução que já está iniciado, a síntese proteica, é paralisada, e a partir de então não são iniciadas novas traduções. Esses antibióticos agem em bactérias gram‑negativas e algumas gram‑positivas. 62 Unidade II As tetraciclinas (bacteriostático) se ligam reversivelmente à subunidade 30S do ribossomo da bactéria, inibindo a ligação do aminoacil‑t‑RNA no sítio A do ribossomo. Os aminoglicosídios sinergizam (sinergia = ação associada, associação, cooperação) com antibióticos β‑lactâmicos, tais como penicilinas. Os β‑lactâmicos inibem a síntese de parede celular e, portanto, aumentam a permeabilidade da bactéria aos aminoglicosídios. A destruição da flora intestinal ocorre frequentemente, resultando em um aumento de ocorrência de infecções secundárias. Também pode ocorrer coloração e comprometimento da estrutura de ossos e dentes, bem como diarreia e fraqueza. A espectinomicina (bacteriostático) interfere reversivelmente com a subunidade 30S do ribossomo da bactéria. É o tratamento mais usado para Neisseria gonorrhoeae, resistente à penicilina. O cloranfenicol, a lincomicina e a clindamicina (bacteriostático) se ligam à subunidade 50S do ribossomo bacteriano e inibem a atividade da peptidil‑transferase. O cloranfenicol é tóxico ou supressor da medula óssea, mas mesmo assim é usado no tratamento de meningite bacteriana. O cloranfenicol é muito usado em colírios no tratamento de infecções oculares superficiais, envolvendo a córnea e/ou a conjuntiva, sendo eficaz contra microrganismos gram‑positivos e gram‑negativos. Os macrolídios (bacteriostático) como a eritromicina (também azitromicina, claritromicina) inibem a translocação do peptidil tRNA do sítio A para o sítio P no ribossomo ao ligarem‑se à subunidade 50S. São usados contra bactérias gram‑positivas, além de treponemas, micoplasma e clamídias e bactérias gram‑negativas, em particular H. influenzae. O ácido fusídico (bacteriostático) se liga ao fator de elongação G (EF‑G) e inibe sua liberação do complexo. É eficiente contra bactérias gram‑positivas como Streptococcus, Staphylococcus aureus e Corynebacterium minutissimum. A rifampicina (bactericida) se liga à RNA polimerase dependente de DNA e inibe a iniciação da síntese de RNAm bacteriano. É muito utilizada no tratamento da tuberculose e da hanseníase. As quinolonas (ácido nalidíxico, ciprofloxacina, entre outros) se ligam ao DNA girase ou topoisomerase (que relaxam o DNA supertorcido) e impedem o relaxamento do DNA bacteriano superespiralado ou superenrolado, fenômeno necessário para a transcrição e replicação, impedindo assim a síntese de DNA. São ativos contra cocos gram‑positivos e utilizados no tratamento de infecções do trato urinário. Algumas quinolonas podem ser usadas em associação na terapia contra o câncer, inibindo as topoisomerases humanas e impedindo a separação do DNA e a divisão celular, sendo chamadas de venenos de topoisomerase. Já a puromicina se liga ao sítio A e causa terminação prematura. 63 BIOQUÍMICA METABÓLICA 5.5 Modificações pós‑traducionais Depois que a proteína foi sintetizada e sai do ribossomo podem ocorrer modificações pós‑traducionais. As modificações em alguns aminoácidos podem ser: metilação, acetilação, hidroxilação, glicosilação, fosforilação, acilação, retirada de aminoácidos, (por exemplo, quando a enzima pepsinogênio que é inativa sofre a clivagem e retirada de alguns aminoácidos, tornando‑a pepsina, que é ativa), adição de novos grupos funcionais, colocação de pontes dissulfeto etc. Essas mudanças nos aminoácidos podem alterar a hidrofobicidade de uma proteína, além de mudar até a localização celular ou mudar sua função. O hormônio proteico insulina é fabricado no retículo endoplasmático rugoso, e é inativo. A preproinsulina recebe 2 pontes dissulfeto entre 6 aminoácidos e quando ela passa pela membrana perde o peptídeo sinal e se transforma em proinsulina, que se encaminha para o sangue pelos canais do retículo endoplasmático; quando sai da célula para o sangue, perde a sequência chamada peptídeo C, que também chega ao sangue, e agora se chama insulina. Esse importante hormônio descoberto em 1921 é formado por 51 aminoácidos dispostos em duas cadeias polipeptídicas ligadas a pontes dissulfeto contendo 21 aminoácidos na cadeia A e 30 aminoácidos na cadeia B. S ———————————————— S | | H—Gly—Ile—Val—Glu—Gln—Cys—Cys—Ala—Ser—Val—Cys—Ser—Leu—Tyr—Gln—Leu—Glu—Asn—Tyr—Cys—Asn—OH | S | S | H—Phc—Val—Asn—Gln—His—Leu—Cys—Gly—Ser—His—Leu—Val—Glu—Ala—Leu—Tyr—Leu—Val—Cys—Gly—Glu—Arg | Gly | Phe | HO—Ala—Lys—Pro—Thr—Tyr—Phe | S | S | Figura 41 – Estrutura da insulina. As pontes dissulfeto ligam as duas cadeias polipeptídicas 6 CATABOLISMO PROTEICO 6.1 Degradação de proteínas e aminoácidos As proteínas (e os aminoácidos) podem ser consumidos por meio da dieta ou serem produzidos pelo corpo. As proteínas da dieta têm seu processo digestivo iniciado (clivagem ou proteólise) no estômago, com a ajuda da pepsina e HCl presentes no estômago, e terminam com as enzimas do pâncreas (tripsina, quimotripsina, elastease, carboxipeptidade) e do intestino (aminopetidades, dipeptidases), para que possam ficar unidades menores (aminoácidos) e serem absorvidas pela circulação sanguínea. Esse processo é chamado de digestão extracelular. 64 Unidade II Pode ocorrer também a proteólise intracelular (de proteínas que já cumpriram seu papel intracelular) pelo lisossomo ou pela via ubiquitina‑proteassoma. A ubiquitina é uma proteína que marca proteínas indesejadas ou velhas. Ela as direciona para o catabolismo proteico (obtenção de energia) em casos de jejum prolongado, de diabetes mellitus ou para degradar a digestão intracelular (proteassoma) para reaproveitamento dos aminoácidos. Lembrete A diferença de nitrogênio (das proteínas) que é ingerido e a quantidade que é excretado se chama balanço nitrogenado (BN=N ingerido‑N excretado). Se BN=0, está equilibrado, normal; o BN negativo pode ser visto em jejum, com uma dieta pobre em proteínas ou restritiva, em doenças altamente catabólicas, como câncer e Aids, etc.; o BN positivo é visto em crianças na fase de crescimento, gestantes, e treino de musculação com o objetivo de hipertrofia muscular, entre outros. Observação As proteínas, ácidos nucleicos e as porfirinas contêm nitrogênio, que deve sair do nosso corpo por ser indesejável e às vezes perigoso para as funções de diferentes células. A degradação das porfirinas terá como produto de degradação nitrogenado as bilirrubinas; o ácido nucleico, o ácido úrico; e as proteínas e a ureia. A maior excreta nitrogenada no ser humano é a ureia, solúvel em água e não muito tóxica para as células, por isso somos classificados como ureotélicos; animais como peixes ósseos são amoniotélicos, pois a principal excreta nitrogenada é a amônia, muito hidrossolúvel e muito tóxica; já aves, insetos e répteis são uricotélicos, cuja principal excreta nitrogenada é o ácido úrico pouco solúvel em água e pouco tóxico. Depois da proteólise, os aminoácidos são liberados e terão seu nitrogênio excretado, e o esqueleto carbônico será precursor da glicose (aminoácidos glicogênicos) ou acetil‑CoA ou acetoacetato (aminoácidos cetogênicos). Durante o processo de degradação, o nitrogênio (na forma de amônia) é retirado com o envolvimento de três processos: transaminação, desaminação e ciclo da ureia no fígado. O restante da cadeia carbônica é reutilizada para fins energéticos. 65 BIOQUÍMICA METABÓLICA A amônia (NH3) produzida por todos os tecidos deve ser transportada até o fígado, mas como é tóxica então é levada pelos aminoácidos glutamina e alanina, para que nesse órgão seja transformada em ureia.Observação A encefalopatia hepática é uma doença derivada da insuficiência hepática aguda ou crônica que afeta o cérebro gerando lesões irreversíveis nessas células. Ela se caracteriza com o aumento da amônia (ou amoníaco) no sangue, podendo levar à morte. Entre os fatores de risco podemos citar cirrose, alguns medicamentos sedativos e a hepatite. Seus sintomas são: movimentos anormais ou tremores nas mãos ou braços, excitação ou convulsões, e desorientação. Quando chegam no fígado os aminoácidos devem sofrer reações (transaminação e desaminação) até perderem o nitrogênio, que será transformado em ureia no ciclo da ureia, cuja principal função é eliminar a amônia tóxica do corpo e em animais superiores, isto é, por meio da urina. Proteínas Aminoácidos Proteólise Síntese de novas proteínas Síntese de compostos nitrogenados não proteicos Degradação Cadeia carbônica Ureia Figura 42 – Esquema da proteólise 6.1.1 Transaminação As aminotransferases ou transaminases são específicas para cada tipo de aminoácido, produzindo os a‑cetoácidos correspondentes. No entanto, a maioria só aceita a‑cetoglutarato ou (em menor extensão) oxaloacetato como aceitador do grupo amina, produzindo glutamato ou aspartato. 66 Unidade II Piruvato 1 6 5 4 3 2 Acetil‑CoA Oxaloacetato Succinil‑CoA a‑cetoglutarato Fumarato Ala Cys Gly Ser Thr Trp Ile Leu Lys Phe Thr Trp Tyr Arg His Gin Glu Pro Ile Met Thr Val Asp Phe Tyr Aspn Asp Figura 43 – Locais onde o esqueleto carbônico dos aminoácidos pode participar Os grupos amina da maior parte dos aminoácidos são utilizados para produzir glutamato ou aspartato, que por sua vez serão substratos da TGO (transaminase glutâmico‑oxalacética) ou AST (aspartato aminotransferase) e TGP (transaminase glutâmico‑pirúvica) ou ALT (alanina aminotrasnferase). Essas enzimas transferem o grupo amino para um cetoácido (oxaloacetato ou piruvato), produzindo o aminoácido correspondente ao cetoácido (aspartato ou alanina). Geralmente a substância que aceita o grupo amina é o alfa‑cetoglutarato, que é convertido em glutamato. As transaminases ou aminotransferases necessitam de um ajudante chamado de coenzimas, pois a reação é extremamente complexa. A vitamina B6, conhecida como piridoxal fosfato (PAL), se liga ao grupo amina se transformando em piridoxamina (PAM) e o entrega ao cetoácido na ligação C=O, transformando em uma amina (aminoácido glutamato), e o grupamento C=O vai para onde o grupamento amina saiu, transformando a estrutura em um cetoácido (se for alanina se transforma em piruvato, se for aspartato se transforma em oxaloacetato). O glutamato se transforma em a‑cetoglutarato e libera a amônia. Resumindo: alanina + a‑cetoglutarato ⇔ piruvato + glutamato aspartato + a‑cetoglutarato ⇔ oxaloacetato + glutamato 67 BIOQUÍMICA METABÓLICA Aminoácido Piridoxal‑fosfato Glutamato a‑cetoglutarato Piridoxamina‑fosfato a‑cetoácido H + N HO H3C COOH CH2 O P NH3 + COO–R C H NH3 + COO–CH2CH2OOC C H O COO–CH2CH2OOC C H O COO–R C H + N HO H3C CH2 – NH3 + CH2 O P Figura 44 – Esquema da reação de transaminação + + Glutamato COO– C CH2 CH2 COO– H3N + H a‑cetoglutarato COO– C CH2 CH2 COO– O Oxaloacetato COO– C CH2 COO– O Aspartato COO– C CH2 COO– H3N + H Aspartato aminotransferase Figura 45 – Esquema da reação catalisada pela AST A TGP (ALT) é encontrada principalmente no fígado e a TGO (AST) normalmente é encontrada no fígado e em vários tecidos como coração, músculos, rim, cérebro e tecidos pancreático, pulmonar, nos leucócitos e eritrócitos. Ambas AST e ALT são encontradas no citosol dos hepatócitos, sendo a AST também encontrada nas mitocôndrias deles. 68 Unidade II Observação Quando ocorrer algum dano tecidual no músculo cardíaco, músculo esquelético, rim, cérebro, pâncreas, pulmão ou nas células sanguíneas a TGP será liberada no sangue. Caso ocorra necrose (destruição de organelas, inclusive mitocôndria) é liberada a TGO no sangue também. Em casos de lesão celular ocorre um extravasamento do conteúdo celular e o aumento de TGP sanguíneo serve como um indicador bastante específico do estado do fígado (como lesões hepáticas agudas do tipo que ocorre na hepatite viral, overdose de paracetamol ou esteatose), ao passo que o aumento de TGO é visto no infarto agudo do miocárdio (IAM), na insuficiência cardíaca, nas desordens musculares, no câncer de fígado e na pancreatite, por exemplo. Os níveis normais de TGO e TGP variam conforme o fabricante do teste laboratorial, mas geralmente para TGO a taxa de referência é de 0‑45 U/L na maioria dos laboratórios e para TGP de 0‑50 U/L na maioria dos laboratórios, sendo necessário a verificação dos valores de referência para poder comparar os resultados. 6.1.2 Desaminação Qualquer aminoácido pode sofrer desaminação, porém o glutamato é o principal. A enzima responsável pela desaminação do glutamato é a glutamato desidrogenase, uma enzima mitocondrial, encontrada no fígado de mamíferos, que tem a capacidade incomum de poder empregar tanto o NAD+ como o NADP+ como cofator. Nos hepatócitos, o glutamato é transportado do citosol para a mitocôndria para fazer a reação. glutamato + água + NAD+ ‑‑‑> a‑cetoglutarato + NADH + amoníaco (NH3) + H + + + Glutamato COO– C CH2 CH2 COO– H3N + H a‑cetoglutarato COO– C CH2 CH2 COO– ONAD(P)+ +H2O NAD(P)H + H + + NH4 + Glutamato desidrogenase Figura 46 – Esquema da reação catalisada pela enzima glutamato desidrogenase 69 BIOQUÍMICA METABÓLICA As causas da toxicidade da amônia não estão bem elucidadas, mas sabe‑se que quando a concentração é muito alta, ela reage com o glutamato para formar glutamina. Além do transporte da amônia dentre os tecidos, a glutamina está envolvida em diferentes funções, tais como proliferação e desenvolvimento de células e participação no sistema antioxidante, entre outras. Após exercícios físicos intensos e prolongados, a concentração de glutamina pode tornar‑se reduzida, pois está relacionada com efeitos antioxidantes. O glutamato é um neurotransmissor excitatório do sistema nervoso. Acredita‑se que esteja envolvido em funções cognitivas no cérebro, como a aprendizagem e a memória. Saiba mais Para saber mais sobre a glutamina, leia o artigo a seguir: CRUZAT, V. F.; PETRY, E. R.; TIRAPEGUI, J. Glutamina: aspectos bioquímicos, metabólicos, moleculares e suplementação. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 15, n. 5, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbme/ v15n5/15.pdf. Acesso em: 8 jun. 2020. 6.1.3 Ciclo da ureia A ureia é excretada pelos rins e é formada a partir da amônia. O processo de produção da ureia se dá em parte nas mitocôndrias e em parte no citoplasma, principalmente dos hepatócitos (células do fígado), mas também, em menor grau, nos rins. O CH2N NH2 Figura 47 – Fórmula estrutural da ureia O ciclo da ureia consiste em cinco reações: duas dentro da mitocôndria e três no citosol. Cada reação é catalisada por uma enzima. O ciclo ocorre da seguinte forma: • A amônia se condensa com o bicarbonato e forma carbamoil fosfato com gasto de 2 ATPs. • Ainda na mitocôndria, a ornitina se condensa com o carbamoil fosfato e gera citrulina, que é transportada para o citosol. 70 Unidade II Observação Ornitina e citrulina são aminoácidos especiais, isto é, não fazem parte da estrutura de proteínas, apenas do ciclo da ureia. • A citrulina reage com aspartato gerando argininosuccinato e fumarato, com consumo de ATP. • Ocorre a lise ou quebra do argininossuccinato em arginina e fumarato. • A arginina será clivada originando ureia e ornitina (que volta para a mitocôndria e reinicia o ciclo). Ciclo da ureia Matriz mitocondrial Enzimas 1. Carbamoil fosfato sintetase 2. Ornitina transcarbamilase 3. Argininosuccinato sintetase 4. Argininosuccinato liase 5. Arginase NH4 + + HCO3 – 2 ATP 2 ADP + Pi + 2 H+ Ureia Carbamoil fosfato H2O ATP 2 3 4 5 AMP + PPi Aspartato Fumarato1 Ornitina Citrulina Arginina Argininossuccinato Figura 48 – Representação do ciclo da ureia 6.1.4 Utilização do cetoácido (cadeia remanescente) dos aminoácidos Embora a existência de vinte aminoácidos diferentes derive vinte vias diferentes, todas convergem para a formação de poucos produtos. Os aminoácidos que podem ser convertidos em piruvato, a‑cetoglutarato, succinil‑CoA, fumarato e oxaloacetato podem ser utilizados na síntese de glicose, e são ditos glicogênicos. Os demais intermediários do ciclo de Krebs, além do oxaloacetato, atuam estimulando o ciclo para maior formação desse. 71 BIOQUÍMICA METABÓLICA Aminoácidos metabolizados que apresentam como produto o acetoacetato ou o acetato são considerados cetogênicos, já que nos animais não há uma forma de converter uma molécula de dois carbonos em glicose. O acetil‑CoA formado pode ser oxidado em CO2, ou, quando o ciclo do ácido cítrico está restrito, pode ser convertido em acetoacetato e lipídios, que podem liberar corpos cetônicos no fígado, pela conversão do acetoacetil‑CoA em acetona e eta‑hidróxido butirato. Na figura a seguir estão colocados os destinos dos cetoácidos dos aminoácidos nas vias metabólicas. Leucina*** Lisina*** Fenilalanina Triptofano Tirosina * – A. glicogênicos ** – A. glicocetogênicos *** – A. cetogênicos Arginina* Glutamina Histidina* Prolina* Isoleucina* Metionina* Valina* Asparagina* Aspartato* Fenilalanina** Tirosina** Alanina* Cisteína* Glicina* Serina* Treonina* Isoleucina Leucina Triptofano Acetoacetil‑CoA alfa‑cetoglutarato Oxaloacetato Succinil‑CoA isocitrato Succinato Fumarato Malato Glutamato* citrato Acetil‑CoA Piruvato Ciclo do ácido cítrico Figura 49 – Após a remoção do grupo amino presente nos aminoácidos o restante da cadeia (cetoácido) é aproveitado em diferentes vias metabólicas, como no ciclo de Krebs, gliconeogênese e cetólise 6.1.5 Ciclo glicose‑alanina O ciclo da glicose‑alanina é um exemplo de cooperação entre tecidos. Durante o jejum prolongado, as proteínas musculares são digeridas produzindo aminoácidos. Parte do nitrogênio gerado na oxidação dos aminoácidos é utilizada para converter o piruvato em alanina, que por sua vez é exportada para o sangue e, posteriormente, capturada pelo fígado. O fígado, por sua vez, reconverte a alanina em piruvato, que é utilizado para a síntese de glicose pela via da gliconeogênese. A glicose produzida é exportada para o sangue e pode ser capturada pelo músculo, sendo usada para a produção de energia e piruvato pela via glicolítica. O piruvato é reutilizado para a produção de mais alanina. Algumas reações bioquímicas, como a utilização de aminoácidos para a obtenção de energia, podem produzir amônia em tecidos periféricos (extra‑hepáticos). Como a amônia não pode circular livre no sangue, o organismo desenvolveu a estratégia de associar essa amônia a uma molécula de glutamato, produzindo glutamina. A glutamina é liberada para o sangue e capturada pelo fígado, que faz a reação inversa, produzindo novamente glutamato e amônia. Por isso, podemos dizer que a amônia é transportada no sangue na forma de glutamina. 72 Unidade II A figura a seguir mostra a utilização dos produtos do catabolismo dos aminoácidos para produção de moléculas importantes no metabolismo de carboidratos e lipídeos. Proteínas da dieta Reposição através da dieta Síntese e degradação de proteínas a partir de aminoácidos é contínua Proteínas endógenas Síntese de compostos nitrogenados não proteicos Síntese de glicose ou glicogênio Síntese de ácidos graxos Esqueleto carbônico Respiração celular Grupos amino Ciclo da ureia para eliminação do nitrogênio Aminoácidos Figura 50 – Após proteólise, os aminoácidos sofrem a retirada do grupo amino e suas cadeias carbônicas remanescentes são aproveitadas para produção de carboidratos ou lipídeos Saiba mais Para saber mais sobre o metabolismo de aminoácidos e amônia em situações de estresse metabólico, acesse o site a seguir: LBP‑UNIRIO. Metabolismo de aminoácidos e amônia em situações de estresse metabólico. LBP‑Unirio, [s.d.]. Disponível em: http://www.unirio. br/lbp/linhas‑de‑pesquisa/metabolismo‑de‑aminoacidos‑e‑amonia‑em‑ situacoes‑de‑stress‑metabolico. Acesso em: 18 jun. 2020. Resumo As proteínas são sintetizadas a partir de uma molécula de RNA mensageiro, que é produzida por meio do DNA. O DNA e o RNA são ácidos nucleicos. Os ácidos nucleicos são polímeros formados por nucleotídeos que, por sua vez, são formados por um grupo fosfato, uma pentose e uma base nitrogenada. As proteínas ingeridas são primeiramente desnaturadas no estômago e depois digeridas por enzimas presentes no suco gástrico, entérico e pancreático. Como resultado da digestão, são gerados aminoácidos. 73 BIOQUÍMICA METABÓLICA Na degradação dos aminoácidos o grupo amino é liberado na forma de ureia e as vinte cadeias carbônicas formam compostos comuns ao metabolismo de carboidratos e lipídeos. As etapas de degradação dos aminoácidos são: transaminação, desaminação oxidativa e ciclo da ureia. No processo de transaminação, o grupo amino da maioria dos aminoácidos é transferido para o glutamato. O glutamato, por sua vez, pode sofrer um novo processo de transaminação formando aspartato, ou pode sofrer desaminação oxidativa, formando amônia. A amônia e o aspartato participam do ciclo da ureia. O balanço de nitrogênio é a diferença entre o nitrogênio ingerido e o nitrogênio excretado. Exercícios Questão 1. (IF/MS 2016) Nucleotídeos apresentam uma variedade de funções no metabolismo celular. Eles representam a moeda energética nas transações metabólicas; são as ligações químicas essenciais nas respostas da célula a hormônios e a outros estímulos extracelulares; e também são os componentes estruturais de uma estrutura ordenada de cofatores enzimáticos e intermediários metabólicos. E, por último, mas não menos importante, eles são os constituintes dos ácidos nucleicos: ácido desoxirribonucleico (DNA) e ácido ribonucleico (RNA), os repositórios moleculares da informação genética. A estrutura de cada proteína – e, em última análise, de cada biomolécula e componente celular – é o produto da informação programada na sequência nucleotídica dos ácidos nucleicos da célula. A capacidade de armazenar e transmitir a informação genética de uma geração a outra é uma condição fundamental para a vida. NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. Considerando as características e processos que envolvem os ácidos nucleicos e seus respectivos nucleotídeos, analise as alternativas a seguir e assinale a incorreta. A) Um segmento de uma molécula de DNA que contém a informação necessária para a síntese de um produto biologicamente funcional, seja proteína ou RNA, é denominado gene. B) O RNA tem uma ampla variedade de funções e muitas classes são encontradas nas células. Os RNA ribossomais (rRNAs) são componentes dos ribossomos, os complexos que executam a síntese proteica. Os RNAs mensageiros (mRNAs) são intermediários, carregando a informação genética de um ou poucos genes para o ribossomo, onde as proteínas correspondentes podem ser sintetizadas. Os RNAs transportadores (tRNAs) são moléculas adaptadoras que traduzem fielmente a informação no mRNA em uma sequência específica de aminoácidos. 74 Unidade II C) Tanto o DNA quanto o RNA contêm duas bases púricas principais, adenina (A) e guanina (G), e duas pirimídicas. No DNA e no RNA, uma das pirimidinas é a citosina (C), mas a segunda pirimidina não é a mesma nos dois: é a timina (T) no DNA e a uracila (U) no RNA. D) Embora o DNA e o RNA pareçam ter duas diferenças – pentoses diferentes e a presença de uracila no RNA e timina no DNA – é a pentose que define a identidade do ácido nucleico. Se o ácido nucleico contém 2’‑ desoxi‑D‑ribose, é DNA por definição. Da mesma forma, se o ácido nucleico contém D‑ribose é RNA, de acordo com sua composição de base.E) Amostras de DNA isoladas de diferentes tecidos da mesma espécie podem não ter a mesma composição de bases nitrogenadas. Assim, a composição de bases de DNA, em uma dada espécie, pode se modificar com a idade do organismo, seu estado nutricional ou a mudança de ambiente. Resposta correta: alternativa E. Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: o segmento da fita de DNA contendo as bases nitrogenadas é composto pela sequência específica de ácido nucleico, que são os genes com as nossas informações hereditárias. B) Alternativa correta. Justificativa: o RNA se divide em RNA‑mensageiro (que carrega as informações genéticas originadas do DNA), o RNA‑ribossômico (que traz os códons com as informações genéticas) e o RNA‑transportador (que se traduz em anticódons e produz sequências de aminoácidos que se traduzirão em proteínas ou enzimas específicas). C) Alternativa correta. Justificativa: as bases pirimídicas se unem às purinas, onde o emparelhamento no DNA ocorre, a base púrica A (adenina) se liga com a base pirimídica T (timina), e no RNA a base A (adenina) se une à U (uracila). Já a base pirimídica C (citosina) se une à base púrica G (guanina) igualmente em DNA e RNA. D) Alternativa correta. Justificativa: o DNA é uma desoxirribose e contém a timina enquanto o RNA é uma ribose e contém a uracila. E) Alternativa incorreta. Justificativa: amostras de DNA isoladas de diferentes tecidos da mesma espécie possuem a mesma composição de bases nitrogenadas e não se modificam por idade, ambiente ou nutrição. 75 BIOQUÍMICA METABÓLICA Questão 2. Após a degradação de aminoácidos, se os grupos amina não forem reutilizados para a síntese de novos aminoácidos ou de outros produtos nitrogenados, eles são canalizados para a formação de um produto de excreção atóxico chamado ureia, através do ciclo da ureia. Sobre esse ciclo é correto afirmar: A) O ciclo da ureia ocorre no rim e tem início pela desaminação do glutamato na matriz mitocondrial gerando na sequência carbamoil fosfato, em uma reação dependente de ATP. B) O tratamento de uma disfunção no ciclo da ureia com arginina se justifica por esse aminoácido ser ativador alostérico da enzima n‑acetilglutamato sintase, que produz o ativador alostérico da enzima carbamoil fosfato sintetase 1, ativando o ciclo. C) No sangue, a maior parte do grupamento amina dos aminoácidos está na forma de amônia (NH3) para evitar a toxicidade causada pelo íon amônio (NH4+), que cruza todas as membranas em direção ao cérebro, causando encefalopatia hepática. D) O glutamato desempenha um papel importante no transporte dos grupamentos amina de aminoácidos degradados no músculo até o ciclo da ureia, evitando sua toxicidade, em um ciclo chamado glicose‑glutamato. E) Quando o ciclo da ureia está muito ativo, o ciclo de Krebs fica comprometido pelo consumo de oxaloacetato e fumarato no ciclo da ureia. Resposta correta: alternativa B. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: o ciclo da ureia ocorre nas células do fígado e em menor parte no rim. Tem início nas mitocôndrias e depois segue para o citosol da célula. B) Alternativa correta. Justificativa: a arginina auxilia as sínteses que ocorrem no fígado, sendo, portanto, usada no tratamento de disfunção do ciclo da ureia, já que ajuda na eliminação de toxinas do organismo. C) Alternativa incorreta. Justificativa: a amônia (NH3) é convertida no fígado, sendo mais tóxica que a ureia. A encefalopatia hepática é originada por distúrbio no fígado, que converte amônia em ureia e esta é excretada do corpo pelos rins, em forma de urina. 76 Unidade II D) Alternativa incorreta. Justificativa: o glutamato se converte em glutamina e é transportado para o fígado ou transfere seu grupo amino para o piruvato (ciclo glicose‑alanina), evitando a toxicidade. E) Alternativa incorreta. Justificativa: o ciclo da ureia é ligado ao ciclo de Krebs, sendo que as reações dos dois ciclos estão relacionadas. Por exemplo, o fumarato produzido na reação argininosuccinato liase no ciclo da ureia é também intermediário no ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico).
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