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ARTIGO DA SILVA SERVICO SOCIAL E EDUCACAO

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PERSPECTIVAS PARA O ASSISTENTE SOCIAL NA EDUCAÇÃO 
Aluna: Naiane da Silva[footnoteRef:1] [1: Assistente Social (Universidade Estadual do Ceará), Mestre em Planejamento e Políticas Públicas (Universidade Estadual do Ceará) e Professor do Curso de Serviço Social do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Campus Iguatu.] 
Orientador: André de Menezes Gonçalves[footnoteRef:2] [2: Assistente Social (Universidade Estadual do Ceará), Mestre em Planejamento e Políticas Públicas (Universidade Estadual do Ceará) e Professor do Curso de Serviço Social do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Campus Iguatu.] 
O presente artigo visa discutir a importância do profissional de Serviço Social na política de Educação. Muitos são os locais que o assistente social poderá desenvolver seu trabalho. A escola é um local de educação, ensino e aprendizagem. Quando a educação é desenvolvida gera na sociedade a convivência humana, através das várias experiências na vida do sujeito resultando em relação de trocas de conhecimentos.
Para que a instituição educacional possa desempenhar o seu papel, ela deve desenvolver o senso crítico do aluno, precisando estar em sintonia não só com a realidade do aluno, como também com a realidade da comunidade na qual ela se encontra inserida. Dessa forma será possível conhecer a realidade social, cultural e econômica dos seus alunos e, sendo prossivel de propiciar a participação da família na escola
O Serviço Social surgiu no Brasil na década de 1930 e desde então vem ganhando espaço na sua atuação em diversas áreas, especialmente nas políticas públicas. É importante destacar e abordar o emprego do Serviço Social na política educacional e leis que efetivam a atuação dos assistentes sociais no ambiente escolar, colocando na perspectiva do desafio esse novo espaço sócio-ocupacional.
A escola é uma instituição onde as expressões da questão social se apresentam constantemente, nas relações entre alunos, educadores, família e comunidade, a exemplo da pobreza, violência, uso abusivo de drogas etc. No contexto educacional atual, nos deparamos com crianças em idade e escolaridade avançada, mas que ainda não sabem ler, escrever ou realizar a mais simples conta matemática, isto se caracteriza em uma das inúmeras expressões da questão social e devido a isso ninguém melhor que o assistente social atuando frente a estas questões para buscar com outros profissionais projetos que minimizem estes problemas.
A escola ainda não é um ambiente onde o assistente social esteja ocupando o espaço sócio-ocupacional diretamente e com frequência. Porém, é necessário que o profissional do Serviço Social esteja inserido nesse local, pois sua contribuição em ações tornará a educação uma prática de inclusão social, de formação da cidadania e emancipação dos sujeitos sociais. 
Com esta investigação esperamos ampliar as discussões sobre o Serviço Social na Educação, estimular outras pesquisas sobre o tema e apresentar a importância da inserção desse profissional no ambiente escolar. A crescente participação dos assistentes sociais nas instituições educacionais, em conjunto com as equipes interdisciplinares, proporcionam diretrizes, programas e planos que em colocados em prática oferecem o direito da educação a todos os cidadãos.
1 POLÍTICA DA EDUCAÇÃO
A educação se configura como um dos mais complexos constitutivos da vida social. Teixeira frisa que “A compreensão da educação como totalidade histórica ultrapassa em muito a abordagem da sua institucionalização nos marcos das ações reguladoras do Estado”.(TEIXEIRA, 2013, p. 4). 
A Educação não se restringe apenas as paredes que compõem a escola, a educação é constituída por um conjunto de ações, fatores e influências que agem sobre o ser humano com a finalidade de prepará-lo para a vida no meio social. Ela envolve o desenvolvimento da personalidade nos aspectos físico, intelectual, afetivo e moral, a fim de prover nos indivíduos capacidades e qualidades necessárias para viver em sociedade, ou seja, a sua relação com a sociedade. É por meio da educação que o conhecimento é adquirido e intensificado, nesse processo também há transmissão para outras pessoas, acontecendo, assim, tanto o processo de aprendizagem quanto o de ensino. Isso significa que ela tem o lado individual, por causa do desenvolvimento da personalidade de cada indivíduo, como também o lado social, pois seu processo sociocultural quase sempre está vinculado a relação com o próximo. 
A educação como uma dimensão complexa e histórica da vida social, compreende-se a política educacional como uma dada expressão das lutas sociais, em particular, aquelas travadas em torno da disputa pela hegemonia no campo da cultura que não pode ser pensada de forma desconexa da sua dinâmica particular com o mundo da produção(TEIXEIRA, ano, p. 00).
Um dos grandes pensadores do mundo, Paulo Freire mostra em seus estudos e afirmações que a mera alfabetização tradicional, baseada principalmente no uso da cartilha, é rejeitada por ele no aprendizado da leitura e da escrita. Desta forma, o educador acredita que a Educação e todos que fazem parte dela são possíveis acordar a consciência do aluno para que ele seja capaz de exercer seu papel de cidadão e se habilitar a revolucionar a sociedade. O educando pode superar a simples esfera do conhecimento de regras, métodos e linguagens, e ser então inserido na esfera sócio-econômica e política da qual ele merece ser incluído.O professor, para Freire (1997, p.15-18) deve ensinar a “pensar certo”, sendo a prática educativa em si um testemunho rigoroso.
[...] Disponibilidade ao risco, a aceitação do novo e a utilização de um critério para a recusa do velho, estando presente a rejeição a qualquer forma de discriminação. Destaca a importância de propiciar condições aos educandos, em suas socializações com os outros e com o professor, de testar a experiência de assumir-se como um ser histórico e social, que pensa, que critica, que opina, que dialoga. Para isso, exige-se a necessidade dos educadores criarem condições para a construção do conhecimento pelos educandos como parte de um processo em que o professor e o aluno não se reduzam à condição de objeto um do outro, porque ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção (FREIRE, 1997, p.34).
A educação libertadora, segundo Freire (1997), afirma que a relação entre professor e aluno seja de um constante diálogo, de modo que o professor respeite as opiniões e a história dos seus alunos,aprendendo com eles sobre a vida,a escola e a educação. Essa passa por três estágios. O primeiro é o da investigação, durante o qual o educador e o aluno expõem questões que têm maior importância na existência do educando.A segunda etapa é a da tematização – este é o instante de conscientização em relação ao mundo. O terceiro momento é o da problematização, quando o professor provoca e motiva seus estudantes espertar uma nova forma de relação com a experiência vivida, atingir um grau de consciência capaz de levar o educando a atuar dentro da realidade à sua volta (idem, 1997).
A escola é um ambiente de diversidade, onde os indivíduos, com diferentes valores, “raças”, culturas e perspectivas de vida se reúnem com o intuito do aprimoramento intelectual é também, um ambiente de contradição.
O direito à educação e a permanência na escola com qualidade são fatores defendidos na Constituição Federal de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, entre outros documentos legais. O objetivo comum entre essas leis é o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente para o exercício da cidadania, a qualificação para o mercado de trabalho e sua participação na sociedade. “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício dacidadania e sua qualificação para o trabalho”(BRASIL, 1988)
De acordo com a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação[footnoteRef:3], todos os profissionais na área da educação tem que estar preparados para trabalhar com as demandadas existentes nas unidades escolares e implementar a função social da escola que vai muito além do ensino formal. [3: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) é a legislação que regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil (da educação básica ao ensino superior).Na história do Brasil, essa é a segunda vez que a educação conta com uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que regulamenta todos os seus níveis. A primeira LDB foi promulgada em 1961 (LDB 4024/61).A LDB 9394/96 reafirma o direito à educação, garantido pela Constituição Federal. Estabelece os princípios da educação e os deveres do Estado em relação à educação escolar pública, definindo as responsabilidades, em regime de colaboração, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
] 
A LDB – Lei de Diretrizes e Base (lei 9394/96) em seu artigo 43 estabelece algumas das finalidades para a educação:
- Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;
- Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
- Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse mundo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;
- Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;
Por ser um local tão diversificado, a realidade escolar apresenta grandes demandas sociais, gerando atenção e reflexão, pois os indivíduos frequentadores desse ambiente formarão a sociedade futura. É preciso sempre levar em consideração que certos problemas apresentados hoje em crianças e adolescentes, ou na família dos mesmos, interferem diretamente no desempenho escolar e social.
No Brasil, a dificuldade de escolarização e do sucesso acadêmico é permeada por inúmeras variáveis, que incluem desde a formação do professor até as condições econômicas do país. A maioria das crianças brasileiras não tem se beneficiado do sistema escolar, de modo que os motivos deste não aproveitamento podem ser visto através da evasão escolar nas camadas menos favorecidas de nossa sociedade. OAKLAND (1992) relata que no Brasil o impacto da educação sobre a formação do indivíduo deve incluir a atitude sobre o valor da educação atribuído pela própria sociedade. (DOROTEU, 2003, p. 01).
A Lei das Diretrizes e Bases apresenta os princípios que direcionam a educação nacional. Os seus conteúdos mostram que o acesso e permanência na escola deve se de modo igualitário. As famílias, o sistema educacional, as escolas, os professores e os próprios alunos não têm nada a fazer diante de uma realidade desvantajosa. A falta de participação na escola deve ser visto a partir de uma perspectiva multidimensional e interativa, em que as condições sociais, a atitude da família, a organização do sistema educacional, o funcionamento das escolas, a prática docente na sala de aula e a disposição do aluno para a aprendizagem ocupam um papel relevante. Cada um deles não é um fator isolado.
A escola acompanha nos alunos a face de maior desenvolvimento do indivíduo, seja em questão, o físico, o intelectual, ou o social. A idade escolar é um momento de transformação, onde expressões da questão social[footnoteRef:4], quando não trabalhados no momento propício, podem marcar todo o destino do aluno. [4: Segundo Iamamotoa Questão Social pode ser definida como: O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade (1999, p. 27).] 
Detecta-se que as demandas apresentadas nas escolas públicas sejam elas, de ensino infantil, fundamental ou médio, são: gravidez precoce uso de drogas licitas e ilícitas, violência doméstica contra crianças e adolescentes, evasão escolar, fome, pauperismo, ausência de higiene básica etc. Por exemplo, “Com a taxa de 24,3%, o Brasil tem a terceira maior taxa de abandono escolar entre os 100 países com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), só atrás da Bósnia Herzegovina (26,8%) e das ilhas de São Cristovam e Névis, no Caribe (26,5%).Na América Latina, só Guatemala (35,2%) e Nicarágua (51,6%) tem taxas de evasão superiores.” (PNUD, 2013)
DADOS RELATIVOS À EDUCAÇÃO NO RELATÓRIO DO PNUD –PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESEVOLVIMENTO
	País
	Posição no ranking
	IDH
	População alfabetizada
	População com pelo menos ensino médio completo
	Taxa de evasão escolar
	Noruega
	1º
	0,955
	100%
	95,2%
	0,5%
	Austrália
	2º
	0,938
	100%
	92,2%
	Não informada
	Estados Unidos
	3º
	0,937
	100%
	94,5%
	6,9%
	Holanda
	4º
	0,921
	100%
	88,9%
	Não informada
	Alemanha
	5º
	0,920
	100%
	96,5%
	4,4%
	Chile
	40º
	0,819
	98,6%
	74%
	2,6%
	Argentina
	45º
	0,811
	97,8%
	56%
	6,2%
	Uruguai
	51º
	0,792
	98,1%
	49,8%
	4,8%
	México
	61º
	0,775
	93,1%
	53,9%
	6%
	Brasil
	85º
	0,730
	90,3%
	49,5%
	24,3%
Fonte: Pnud/ONU
Ao mesmo que tempo o ambiente educacional apresenta expressões da questão social que ocorrem na sociedade, pode ocorrer a superação destes conflitos nesse mesmo local. Isso não significa destinar somente à escola a instância de luta pela transformação da sociedade, mas considerá-la na perspectiva de preparar os caminhos para uma nova sociedade. Como afirma Spozati (2000, p.25), “a educação por si só, não é capaz de garantir uma sociedade mais justa e equânime. (...) A educação é sim o caminho mais curto para estender o conceito de cidadania a todos os cidadãos.”
A educação, tida como um direito garantido por lei, nem sempre é acessível a todas as camadas da sociedade de forma igualitária. É perceptível que existem contradições e distorções a cerca do acesso e permanência da população no ambiente escolar, principalmente quando falamos de população com rendimentos baixos ou em situação de pobreza.
2 O SERVIÇO SOCIAL E O ESPAÇO SÓCIO-OCUPACIONAL DA EDUCAÇÃO
O Serviço Social tem suas origens na primeira metade do século XX, foi estruturado por organizações religiosas, especialmente da Igreja Católica Romana. Nesse período as atividades eram fundamentadas na providência divina, uma vez que “o trabalho social consistia no reforço da moralidade e da submissão das classes dominadas. Era, portanto, o controle social da família operária para adequar e ajustar seu comportamento às exigências da ordem social estabelecida”(FALEIROS, 2001, p. 88). 
Nesse período, a burguesia uniu-se com a Igreja para criar mecanismos e conter a população, de um lado o Estado ficando responsável pela “paz” e as Igrejas Católicas e Protestantes com o aspecto social, ou seja, a igreja Católica controlava todo processo de ajuda ao próximo e benefícios mais carentes sendo financiada pela burguesia. . Deste modo, surgem as primeiras Damas de Caridade, que procuravam atender as necessidades dos mais pobres, prestando um trabalho de caráter filantrópico.
De acordo com Iamamoto (2008), é na década de 1970 que o Serviço Social brasileiro tem os primeiros contatos com o conceito marxista. A partir de então essa participação se configurou como um significativo ponto na ruptura teórica e prática do Serviço Social conservador, que antes era influenciada pela doutrina religiosa. A categoria profissional recoloca a sua prática voltada aos interesses dos segmentos explorados e subalternizados da sociedade que compõem a base de sua clientela, recolocando, fundamentalmente,a perspectiva de transformação social. Igualmente, 
(...) a Reconceituação põe na ordem do dia uma nova concepção de profissão na medida em que nega a prática meramente executiva, burocrática, subalterna e paliativa tão funcional à ordem burguesa, e desvela a dimensão política da intervenção profissional, a qual, a 
meu ver, contribuirá mais tarde e decisivamente para a renovação da autoimagem profissional, assentada na defesa dos direitos. Ou seja, pressuponho que é justamente nessa descoberta que se concentram os embriões de uma determinada prática profissional, que intentando romper com a perspectiva da ajuda e/ou do cuidado, afina-se com a defesa dos direitos e tende a gerar, por conseguinte, uma autoimagem profissional caracterizada por elementos radicalmente diferentes (ORTIZ, 2010, p. 170).
Nos anos 1980, diante da decadência da ditadura e do nascimento da democracia, a luta da categoria e as mobilizações de ações democráticas e populares, que foram censuradas por um longo período de tempo, ficam mais fortalecidas. É nesse contexto que o Serviço Social aperfeiçoa a sua intenção de ruptura com o Serviço Social conservador, junto à construção de um novo projeto profissional, oposto a opressão e discriminação de qualquer natureza, e com vistas à construção a formalização do projeto ético-político do Serviço Social.
	
[...] o projeto ético-político do Serviço Social no Brasil se configurou em sua estrutura básica – e, qualificando-a como básica, queremos assinalar o seu caráter aberto: mantendo seus eixos fundamentais, ela é suficientemente flexível para, sem se descaracterizar, incorporar novas questões, assimilar problemáticas diversas, enfrentar novos desafios. [...] tem em seu núcleo o reconhecimento da liberdade como valor central. [...] este projeto profissional se vincula a um projeto societário que propõe a construção de uma nova ordem social, sem exploração/dominação de classe, etnia e gênero. [...] ele se posiciona a favor da equidade e da justiça social, na perspectiva da universalização do acesso a bens e a serviços relativos às políticas e programas sociais; a ampliação e a consolidação da cidadania são explicitamente postas como garantia dos direitos civis, políticos e sociais das classes trabalhadoras. [...] considerada a democratização como socialização da participação política e socialização da riqueza socialmente produzida (PAULO NETTO, 2001, p. 15-16)
Nesse percurso, no século XIX, com a inserção das indústrias nas cidades, surge uma nova forma de organização social denominado Sistema Capitalista, que institui a sociedade de classe e um novo modo de produção baseada na posse privada de bens. “O capitalismo, gera o mundo da cisão, da ruptura, da exploração da maioria pela minoria, o mundo em que a luta de classes se transforma na luta pela vida, na luta pela superação da sociedade burguesa”(MARTINELLI, 2005, p.54). Esse modelo de produção proporciona a população vivenciar graves problemas sociais , ou seja , estão sujeitos as expressões da “Questão Social” e qualquer forma de manifestação dos trabalhadores era entendida como um defeito do indivíduo ou falta de entrosamento.
Partindo do princípio que a questão social é o objeto de trabalho do profissional de Serviço Social, e de que seu acirramento, resultante do modelo econômico vigente, tem sido crescente, podemos compreender que o campo de atuação profissional tem se revelado cada vez mais amplo.
[...] o Serviço Social é uma profissão que tem características singulares. Ela não atua sobre uma única necessidade humana (tal como o dentista, o médico, o pedagogo...). Sua especificidade está no fato de atuar sobre todas as necessidades humanas de uma dada classe social, ou seja, aquela formada pelos grupos subalternizados, pauperizados ou excluídos dos bens, serviços e riquezas dessa mesma sociedade (NETO e CARVALHO, 1987, p.31 apud MARTINS, 2007).
O trabalho é um processo em que participa o homem e a natureza, no momento em que o homem a transforma em produtos necessários à sua vida, ele se diferencia e se distancia dela. Esses processos de trabalho ao atingir certo nível de desenvolvimento exigem meios de trabalho já elaborados. Conforme Marx (2004), “no processo de trabalho, a atividade do homem opera uma transformação, subordinada a um determinado fim, no objeto sobre que atua por meio do instrumental de trabalho”
No Serviço Social a prática profissional será o trabalho, os instrumentais estarão ligados à formação teórico-metodológico, técnico -operativo e ético-político, instituições empregadoras serão os locais de trabalho e as expressões da questão social será seu objeto de estudo e analise. Vale ressaltar é complexo falar dos processos de trabalho do serviço social vinculando-o apenas aos locais de atuação e instrumentos, pois, é campo complexo e contraditório, onde os limites e possibilidades são construídas pelas instituições, apropriação da profissão, competências profissionais, na criação de estratégias de enfrentamento, frente à sociedade contemporânea.
A presença do Serviço Social na área da Educação se dar no período da década de 1930 desde o inicio dos processos sócio-históricos que constitui a profissão. No entanto, o debate acerca da atuação desses profissionais na educação ganha destaque apenas na década de década de 1990. Em 1996, acontece um marco na educação do Brasil com a regulamentação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) inscrita na Constituição Federal /1988, que define e regulariza o sistema educacional brasileiro tendo como um dos seus objetivos, a colaboração nas atividades acadêmicas e profissionais dos educadores, estudantes e demais trabalhadores desta área. 
Na década de 1990, ocorre um considerável aumento das expectativas do Serviço Social na Educação, sendo que este espaço apresenta diversas demandas para a profissão. O Assistente Social executará um trabalho na elaboração, execução e avaliação de projetos educacionais, bem como na intervenção com os/as usuários frente às complexidades das instituições. Isto reflete num crescente interesse dos/as assistentes sociais por este espaço sócio-ocupacional, em seu aspecto teórico-metodológico e prático, tanto como objeto de pesquisa, como também campo interventivo. 
O campo da Educação não se apresenta como mais apenas um campo de trabalho do Assistente Social, mas sim uma área concreta de atuação que precisa ser desvelado. O profissional terá a possibilidade de uma ampliação teórica de sua própria atuação profissional. O enfrentamento destas demandas evidencia a inserção do profissional do Serviço Social, com o objetivo de atuar para a resolução destas e de outras problemáticas que desafiam a escola, a família e a sociedade como um todo. 
Todo trabalho desenvolvido por Assistentes Sociais, em todos os seus espaços sócio-ocupacionais, é baseado no Código de Ética do Serviço Social de 1993, pois, é ele quem norteia todo agir profissional. Tendo como princípios fundamentais:
I.Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; 
II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo; 
III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; 
IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; 
V.- Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; 
VI. -Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças; 
VII. - Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas,e compromisso com o constante aprimoramento intelectual; 
VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero;
IX. - Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as; 
X.- Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; 
XI.- Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física.
Repensar a finalidade da escola na contemporaneidade, implica reconhecer e analisar como a família atua na realidade com seus problemas e necessidades .O tema família deve ser analisado como integrante de um contexto histórico, político, cultural e econômico. A família é fruto da história humana, estando sujeita às determinações dessa história. Para o Serviço Social, a família passa a configurar uma prática de intervenção que implica numa série de exigências para o profissional da área. 
Compreende-se que a família, enquanto primeira instituição por meio da qual se começa a ver e a significar o mundo, se configura como papel essencial no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, processo este que se inicia ao nascer . É na instancia familiar que as crianças e jovens começam a compreender o mundo no qual estão chegando e é neste espaço que recebem as primeiras instruções e as noções básicas no que é considerado certo e do que é tido como equivocado na vida em sociedade. 
Acredita-se que uma das maiores desafios que o profissional do Serviço Social pode conseguir resolver na área educacional é a aproximação da família no contexto escolar. Na construção da prática interventiva na família que se pode dar através de ações ou de trabalhos de grupo com os pais, mostra à importância da relação escola-aluno-família. O assistente social poderá diagnosticar os fatores sociais, culturais e econômicos que determinam a problemática social no campo educacional e, consequentemente, trabalhar com um método preventivo destes, no intuito de evitar que o ciclo se repita novamente.
A escola hoje se vê com o desafio de lidar com especificidades que existem, vindo a emergir num contexto de abertura e do novo discurso de uma escola inclusiva e democrática. De acordo com o material elaborado pela Secretária da Educação: Programa Educação Inclusiva (2014) define-se: “escola inclusiva é, aquela que garante a qualidade de ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades.” e escola democrática refere-se: 
Uma escola democrática é uma escola que se baseia em princípios democráticos, em especial na democracia participativa, dando direitos de participação para estudantes, professores e funcionários. Esse ambiente de ensino coloca os alunos como atores centrais do processo educacional, os educadores participam facilitando as atividades de acordo com os interesses dos estudantes. Outro aspecto importante de uma escola democrática é dar aos estudantes a possibilidade de escolher o que querem fazer com seu tempo. Os estudantes são livres para escolher as atividades que desejam ou que acham que devem fazer. Dessa forma aprendem a terem iniciativa. Eles também ganham a vantagem do aumento da velocidade e no aproveitamento do aprendizado, como acontece quando alguém está praticando uma atividade que é do seu interesse. Os estudantes dessas escolas são responsáveis pelo processo ensino aprendizagem e têm o poder de dirigir seus estudos desde muitos novos. (MONOGRAFIAS BRASIL ESCOLA, 2014, p.01)
Esses dois fatores: inclusão e democracia construirão uma escola modificada e que contemple os diversos atores que nela se inserem, os alunos, seus familiares e a comunidade. A escola só terá sentido quando todos contribuírem e entenderem que a Educação é uma arma para transformar o mundo em um local melhor.
Ao aderir certos programas há a necessidade do trabalho coletivo entre polticas publicas. Como é o caso do BPC na Escola que é administrado por uma parceria entre a Assistência Social e a Educação. Esse BPC na escola se define como:
O programa BPC na Escola, criado pela Portaria Normativa Interministerial nº 18, de 24 de abril de 2007, tem como objetivo desenvolver ações intersetoriais, visando garantir o acesso e a permanência na escola de crianças e adolescentes com deficiência, de 0 a 18 anos, beneficiários do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), com a participação da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Tem como principal diretriz a identificação das barreiras que impedem ou dificultam o acesso e a permanência de crianças e adolescentes com deficiência na escola e o desenvolvimento de ações intersetoriais, envolvendo as políticas de educação, de assistência social, de saúde e de direitos humanos, com vistas à superação dessas barreiras. (MDS, 2015)
A Política Pública de Educação e o movimento contemporâneo de inclusão escolar no Brasil pressupõem que a educação é um direito de todos os indivíduos, com ou sem deficiência, contribuindo para a possibilidade de escolas democráticas e uma sociedade justa e humana. A elaboração de um projeto nacional de desenvolvimento educacional inovador é necessário para a organização das escolas e o atendimento à demanda de seus profissionais a fim de estabelecer o atendimento da diversidade humana e a aprendizagem dos alunos, considerando suas características individuais, ritmos de aprendizagem e de desenvolvimento social, sensorial e físico e cognitivo.
A educação é um complexo constitutivo da vida social, que tem uma função social importante na dinâmica da reprodução social, ou seja, nas formas de reprodução do ser social, e que numa sociedade organizada a partir da contradição básica entre aqueles que produzem a riqueza social e aqueles que exploram os seus produtores e expropriam sua produção. Este complexo assume predominantemente o caráter de assegurar a reprodução dos contextos sociais, das formas de apreensão do real, do conjunto de habilidades técnicas, das formas de produção e de socialização do conhecimento científico que reponham contínua e ampliadamente as desigualdades entre as classes fundamentais e as condições necessárias à acumulação incessante. Integra, junto com outras dimensões da vida social, o conjunto de práticas sociais necessárias à continuidade de um modo de ser, às formas de sociabilidade que particularizam uma determinada sociedade. Sua função social, portanto, é marcada pelas contradições, pelos projetos e pelas lutas societárias e não se esgota nas instituições educacionais, embora tenha nelas um espaço privilegiado de objetivação(CFESS, 2014, p. 00).
Considerando que a escola é um lugar onde emergem vários conflitos, por se tratar de um espaço comum a seres únicos, e em fase de desenvolvimento, deve-se lançar um olhar diferenciado a ela, no sentido de se aproxima das questões que cada aluno traz consigo. Isso significa reservar um maior tempo no sentido de possibilitar a esse aluno que ele demostre seus medos e habilidades, proporcionando uma maior interação com a escola.
É preciso amar a vida, acreditar nas utopias, na transformação, numa sociedade mais justa e igualitária. Do mesmo modo, é preciso ter dentro de si a esperança, a ousadia, a coragem de enfrentar as adversidades do dia a dia e as repentinas; é preciso, igualmente, acreditar na integridade, na beleza, e no poder de transformação dentro do ser humano, principalmente daqueles a quem a vida fecha as portas, dos “demitidos da vida”, dos “esfarrapados do mundo”. (FONSECA, 2011, p. 00).
Com efeito, a necessidade de serem equacionadas e atendidas as carências apresentadas por grande número de alunos da rede pública deeducação, face aos inúmeros problemas de natureza sócio-econômica que interferem em seu pleno desenvolvimento pessoal e social.
Para que a finalidade educacional seja efetiva, a escola deve criar ações que facilitem o encontro entre o aluno, a família, a comunidade e a mesma. Para isso, é necessário haver um agente facilitador que possua habilidades e competências para tal. Esse profissional através de uma relação estabelecida irá criar um ambiente de confiança mútua, para que essa os objetivos sejam alcançados com êxito. É nesse contexto que o Assistente Social pode atuar e realizar seu trabalho.
A posição que esse profissional ocupa na sociedade é tão dinâmica quanto às relações sociais. Ou melhor, acompanha a dinamicidade do real. Assim, refletir sobre a prática do Serviço Social, e suas possibilidades de contribuição junto às demais áreas de saber torna-se um exercício permanente. Diante de novos cenários o fazer profissional necessita de uma nova posição, e por consequência essa nova posição precisa ser abstraída e concretizada (BRASIL, 2012, p. 09).
A presença do Assistente Social no âmbito escolar facilita, sobretudo aos alunos de famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade e risco social, e mesmo a estas, ao acesso aos serviços sociais e assistenciais, através de programas, informações e encaminhamentos realizados a partir da própria instituição que frequentam cotidianamente. 
O trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais não se confunde ao dos educadores. Em que pese a dimensão sócio-educativa de suas ações, sua inserção tem se dado no sentido de fortalecer as redes de sociabilidade e de acesso aos serviços sociais e dos processos sócio-institucionais (ALMEIDA, 2000, p. 00).
O Serviço Social deve ser algo essencial nas escolas, envolvendo a família na educação, contribuindo para a prevenção da evasão escolar e diversos outros problemas que fazem parte do sistema educacional, como: consumo de drogas e bebidas alcoólicas, violência doméstica, gravidez na adolescência, baixo rendimento escolar ou permitir o acesso a direitos.
A inserção de assistentes sociais na Política de Educação, ao longo das últimas duas décadas, responde, sobretudo, às requisições sócio-institucionais de ampliação das condições de acesso e de permanência da população nos diferentes níveis e modalidades de educação, a partir da mediação de programas governamentais instituídos mediante as pressões de sujeitos políticos que atuam no âmbito da sociedade civil (AUTOR, ano, p. 00).
O trabalho do assistente social na área da educação se confronta com estas questões. Porém é preciso entender que esse profissional não resolverá esses problemas, apesar de haver expectativas que isso aconteça. Sua contribuição é construir, junto com o coletivo escolar, formas de lidar com os entraves e criar soluções nas quais a educação convive atualmente. 
Os Assistentes Sociais contribuem para a criação de formas de um consenso distinto daquele dominante – ao reforçarem os interesses de segmentos majoritários da coletividade. Contribuem nesta direção ao socializarem informações que subsidiem a formulação, gestão de políticas públicas e o acesso a direitos sociais; ao viabilizarem o uso de recursos legais em prol dos interesses da sociedade civil organizada; ao referirem na gestão e avaliação daquelas políticas ampliando o acesso a in formação a indivíduos sociais para que possam lutar e interferir na alteração dos rumos da vida em sociedade (IAMAMOTO, 1998, p. 69).
O Assistente Social por meio de suas técnicas de trabalho pode contribuir junto à equipe escolar no desenvolvimento de atividades que proporcione a aproximação da família e comunidade ao ambiente escolar. COMENTAR MAIS – CRIAR MAIS PARÁGRAFOS ENTRE AS CITAÇÕES. VEJA LARISSA DAHMER
Um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar sua realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes do cotidiano. Enfim ser um profissional propositivo e não só executivo (IAMAMOTO, 2001, p. 00).
A presença dos Assistentes Sociais no campo educacional já é realidade em algumas escolas no país, porém a introdução deste profissional na área ainda não é obrigatória. Fale sobre o projeto de lei que previa isso nas escolas e foi vetada pelo congresso recentemente. Atualmente, há uma ampliação dos debates a cerca deste tema, inserindo profissionais de áreas diversas para atender os indivíduos em suas particularidades. Esta pesquisa se coloca como um importante processo para ampliação dos debates já existentes, ampliando o referencial teórico bem como o desenvolvimento científico e profissional do Assistente Social.
Educação e Serviço Social são áreas afins, cada qual com a sua especificidade, que se complementam na busca por objetivos comuns e projetos político-pedagógicos pautados sob a lógica da igualdade e da comunicação entre a escola, família, comunidade e sociedade. (SOUZA, 2005, p. 39).
É importante destacar que a prática profissional do assistente social ocorre através dos vínculos estabelecidos pela profissão com os usuários e se concretiza, especialmente, por meio dos efeitos do trabalho profissional na maneira de pensar e de agir dos sujeitos envolvidos nos processos da prática. 
O Serviço Social é uma profissão desafiadora, histórica e determinante que atua nas expressões da questão social. Partindo do principio da a ampliação e consolidação da cidadania, o assistente social desenvolverá ações, pautadas no Código de Ética da profissão e nos princípios do Sistema Único da Assistência Social – SUAS - universalidade, integralidade, equidade, participação social e à descentralização, para que tenha uma visão ampla da situação, procurando entender a necessidade de cada parte, juntando-as. Para se ter essa visão ampla, é necessário que o assistente social tenha um conhecimento do histórico de cada situação. 
É incontestável a função educativa desempenhada pelos assistentes sociais nos diferentes espaços ocupacionais. Tal função caracteriza-se pela incidência dos efeitos das ações profissionais na maneira de pensar e agir dos sujeitos envolvidos nas referidas ações, interferindo na formação de subjetividades e normas de condutas, elementos estes constitutivos de um determinado modo de vida ou cultura(CARDOSO; MARCIEL, 2000, p. 142).
O assistente social ao construir ao longo de sua aprendizagem um conhecimento específico do sobre a questão social, somado à especificidade dos demais profissionais, poderá contribuir de forma indispensável para a qualificação do processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, o conhecimento sobre à realidade social do aluno, o entendimento sobre a dinâmica familiar e a contextualização ao corpo docente são estratégias fundamentais . Conforme Gomes (2010, p. 16), 
Outra estratégia indispensável a compor o processo de trabalho do assistente social na Educação consiste na articulação com a rede social. O conhecimento acerca dos recursos existentes e da realidade da região em que se situa a escola, se constitui numa ação basilar do trabalho profissional nesse espaço, com vistas ao levantamento de alternativas para atendimento às necessidades sociais de alunos e suas famílias, bem como para inserção nas construções coletivas de fomento às políticas públicas e sociais da região. Desse modo, o assistente social acaba, também por favorecer a aproximação da escola com a comunidade, tornando-a mais presente e participativa no meio social em que atua.( GOMES, 2010, p. 16)
Estabelecer uma conexão entre as famílias e a escola é uma das tarefas principais do profissional do Serviço Social, desenvolvendo contatos com os pais e responsáveis, a fim de criar vínculos. Sendo uma oportunidade de reforçar a responsabilidade que a família deve apresentar com o desenvolvimento e a aprendizagem dos filhos. A partir do conhecimento de dinâmicas de grupo, o assistente social pode facilitar críticas e sugestões vindas das famílias. Essetrabalho deveria ser concebido e executado de comum acordo entre o assistente social e a implementação de ações que se complementem.
Os Educadores e Assistentes Sociais compartilham desafios semelhantes, e tem na escola como ponto de encontro para enfrentá-los. Tem-se a necessidade de fazer algo em torno dos problemas sociais que repercutem e implicam de forma negativa no aprendizagem do aluno . A contribuição do fazer profissional do Serviço Social aos profissionais da Educação é no sentido de auxiliar e facilitar o enfrentamento de questões sociais.
Não se deve confundir o trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais com o dos professores. Sua inserção tem se dado no sentido de fortalecer as redes de sociabilidade e de acesso aos programas, projetos, serviços e benefícios, voltados para o reconhecimento e aplicação dos direitos dos sujeitos sociais. Sua atuação na organização do trabalho coletivo nas instituições educacionais não tem se sobreposto a de nenhum outro profissional, visto que a aproximação entre a política educacional com outras políticas sociais tem, levado ao reconhecimento da necessidade de uma atuação teórica e tecnicamente diferenciada daquelas desempenhadas pelos professores e profissionais da educação de um modo em geral. 
.Segundo Novais (2001), o profissional do Serviço Social deverá através desta desenvolver as seguintes atividades: 
Pesquisa de natureza sócio-econômica e familiar para a caracterização da população escolar; Elaboração e execução de programas de orientação sócio-familiar, visando prevenir a evasão escolar e melhor o desempenho e rendimento do aluno e sua formação para o exercício da cidadania (p. 13).
A ação investigativa do Assistente Social dá ao profissional a oportunidade de pensar em sua própria atuação. Isto requer do profissional disposição de analisar e refletir, de forma aberta e transparente, suas ações diante das expressões da questão social. Movido pelo o interesse em desenvolver uma ação planejada, resultante daquela reflexão, sua prática permiti o planejamento e a execução de programas e projetos para enfrentamento da evasão escolar.
O assistente social pode atuar, também, junto ao Conselho Escolar[footnoteRef:5], sendo responsável em dar assessoria: pensando e propondo alternativas diante de problemas e demandas. O contato com diferentes realidades que compõe esse órgão escolar proporcionará, ao profissional do Serviço Social tomar noção dos problemas presentes no ambiente escolar e a elaboração de ações de intervenção de maneira mais qualificada e própria da formação deste profissional. [5: O Conselho Escolar (CE) é um órgão de natureza consultiva, fiscalizadora, mobilizadora, deliberativa e representativa da comunidade escolar, composto por membros de todos os seus segmentos (alunos, pais ou representantes de alunos, professores, servidores), com a finalidade de auxiliar a gestão democrática da Instituição pública de ensino na qual se encontre instalado. O Conselho Escolar será composto por, no mínimo, cinco e, no máximo, vinte e um conselheiros, conforme a quantidade de estudantes da unidade escolar.] 
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Participação, em equipe multidisciplinar, da elaboração de programas que visem prevenir a violência; o uso de drogas e o alcoolismo, bem como visem prestar esclarecimento e informações sobre doenças infecto-contagiosas e demais questões de saúde pública; Articulação com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações comunitárias locais, com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimento de suas necessidades; Somente com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da realidade sócio-familiar do aluno, de forma a possibilitar assisti-lo e encaminhá-lo adequadamente; Elaboração e desenvolvimento de programas específicos nas escolasonde existem classes especiais; Empreender e executar as demais atividades pertinentes ao ServiçoSocial, previstas pelos artigos 4º e 5º da lei 8662/93. (NOVAIS, 2001, p. 13apud LOPES, 2014, p. 00).
	
A relação que se constrói entre as especificidades das profissões e as especialidades das áreas recebe o nome de interdisciplinaridade. Esta por sua vez extrai o novo e diferente dos conhecimentos elaborados sobre o objeto, visando um entendimento profundo entre os profissionais e estabelecendo uma nova “postura profissional”. O Serviço Social está ligado a outras áreas e isto é importantíssimo para seu desenvolvimento, pois o isolamento seria prejudicial para a abrangência de sua prática social. 
[...] a interdisciplinaridade, favorecendo o alargamento e a flexibilização no âmbito do conhecimento, pode significar uma instigante disposição para os horizontes do saber. (...) Penso a interdisciplinaridade, inicialmente, como postura profissional que permite se pôr a transitar o “espaço da diferença” com sentido de busca, de desenvolvimento da pluralidade de ângulos que um determinado objeto investigado é capaz de proporcionar, que uma determinada realidade é capaz de gerar, que diferentes formas de abordar o real podem trazer” (RODRIGUES, 1998, p. 156). 
Outro ponto que merece destaque é a interdisciplinaridade, pois construção de ações em conjunto devem funcionar como adubo para a produção de conhecimento das demandas profissionais. O projeto interdisciplinar não é uma tarefa fácil, mas por meio de entendimento entre os profissionais poderá gerar resultados satisfatórios . É por isso que a interdisciplinaridade encontra limites no cotidiano de nossa história de vida e profissional pois a autonomia profissional é assegurada por meio do domínio de seu conteúdo teórico, a clareza de seus objetivos e os da instituição em que trabalha. A inserção do assistente social na equipe interdisciplinar da escola ocorre, portanto, como um adicional importante, podendo contribuir com seus conhecimentos e práticas. A articulação que o assistente social apresentará com os demais profissionais deve ter em vista a realização da pesquisa, visando a compreensão do contexto escolar e dos desafios a serem enfrentados para que a comunidade escolar possa avançar.

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