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Exercício 1: Deduzir as equações de equilíbrio para o estado triplo de tensões. Consideremos um ponto paralelepípedo elementar em torno do ponto “P” conforme mostrado na Figura 1, com as faces do paralelepípedo são normais aos eixos e considera-se que estas faces estejam suficientemente próximas para considerar o material homogêneo com tensões uniformes. Tendendo uma das dimensões do paralelepípedo a zero em detrimento das demais é possível compreender que as componentes das tensões em duas faces opostas são iguais em módulo e têm sentidos contrários. Figura 1: Tensões nas faces do paralelepípedo elementar. Fonte: Neto, E. S. A. (2017). O equilíbrio das ações de momento leva a lei de reciprocidade das componentes de tensões tangenciais a um eixo x’ hipotético paralelo ao eixo x do plano levam ao apresentado na Figura 2 e Figura 3. Tal consideração matemática concluí que: Figura 2: Somatório dos Momentos. Figura 2: Reciprocidade das componentes das tensões tangenciais. Extrapolando estas considerações para um plano qualquer consideremos um tetraedro infinitesimal da Figura 4 que envolve o ponto “P” e é delimitado pelo triedro Oxyz e um plano arbitrário caracterizado pelo versor normal n= nxi + nyj + nzk. Na mesma base, o vetor tensão no plano arbitrário é expresso por: 𝑡(𝑛) = 𝑡 𝑖 + 𝑡 𝑗 + 𝑡 𝑘 As áreas das faces normais aos eixos x, y, z podem ser escritas em função da área dA da face normal a n, 𝑑𝜆 = 𝑛 𝑑𝐴, 𝑑𝜆 = 𝑛 𝑑𝐴, 𝑑𝜆 = 𝑛 𝑑𝐴. Ao escrever as equações de equilíbrio é conveniente usar as componentes dos vetores tensão, as quais podem ser admitidas constantes nas faces do tetraedro infinitesimal da Figura 5. Multiplicando as componentes pelas respectivas áreas e somando em cada direção, obtemos as seguintes equações de equilíbrio: 𝑡 𝑑𝐴 = 𝜎 𝑛 𝑑𝐴 + 𝜏 𝑛 𝑑𝐴 + 𝜏 𝑛 𝑑𝐴; 𝑡 𝑑𝐴 = 𝜏 𝑛 𝑑𝐴 + 𝜎 𝑛 𝑑𝐴 + 𝜏 𝑛 𝑑𝐴; 𝑡 𝑑𝐴 = 𝜏 𝑛 𝑑𝐴 + 𝜏 𝑛 𝑑𝐴 + 𝜎 𝑛 𝑑𝐴; Se fizermos esta área tender a zero temos na forma matricial: 𝑡 𝑡 𝑡 = 𝜎 𝜏 𝜏 𝜏 𝜎 𝜏 𝜏 𝜏 𝜎 × 𝑛 𝑛 𝑛 Lembrando que 𝑛 é o versor, que é composto pelo vetor multiplicado pelo seu cosseno diretor. Dessa forma, trazendo novamente as condições iniciais deste tetraedro e conhecidas as tensões atuantes no elemento, é possível determinar os componentes de tensão em um plano qualquer. O vetor tensão 𝒕(𝒏) pode ser decomposto num vetor normal, 𝝈 = 𝝈(𝒏), e noutro tangencial ao plano, 𝝉 = 𝒕 − 𝝈, denominados vetor tensão normal e tangencial no ponto “P” e plano 𝒏. Conhecido o vetor 𝒕, o cálculo de 𝝈 𝒆 𝝉 é imediato, portanto: 𝝈 = 𝒕𝒏 = 𝒕𝒙𝒏𝒙 + 𝒕𝒚𝒏𝒚 + 𝒕𝒛𝒏𝒛 𝝉 = 𝒕 − 𝝈 = 𝒕 − 𝝈(𝒏) = (𝒕𝒙 − 𝝈(𝒏)𝒙)𝒊 + 𝒕𝒚 − 𝝈(𝒏)𝒚 𝒋 + (𝒕𝒛 − 𝝈(𝒏)𝒛)𝒌. Como queríamos demonstrar. Exercício 2: Dado o estado de tensão. {𝜎} = 2,2 1,0 1,5 1,0 1,5 2,0 1,5 2,0 1,0 (𝑀𝑃𝑎) Determinar: a) Invariantes de tensão. b) Tensões principais. c) Direções dos planos principais. d) Mostrar que os planos principais são ortogonais entre si. e) Tensões octaédricas normal e cisalhante Resolução a) Invariantes de tensão. Da demonstração anterior, onde obtivemos o estado triplo de tensões, a solução da equação para determinação das tensões principais para um determinado plano resultará em uma equação do terceiro grau com 3 fatores denominados invariantes de tensão. Suprimindo aqui as demonstrações, obtemos as seguintes equações: 𝐼 = 𝜎 + 𝜎 + 𝜎 𝐼 = 𝜎 𝜎 + 𝜎 𝜎 + 𝜎 𝜎 − 𝜏 − 𝜏 − 𝜏 𝐼 = 𝜎 𝜎 𝜎 + 2𝜏 𝜏 𝜏 − 𝜎 𝜏 − 𝜎 𝜏 − 𝜎 𝜏 Substituindo os valores dados no estado de tensão na equação anterior temos: 𝐼 = 2,2 + 1,5 + 1,0 = 4,70 𝑀𝑃𝑎 𝐼 = 2,2 × 1,5 + 1,5 × 1 + 2,2 × 1 − 1 − 2 − 2,5 = −0,25 𝑀𝑃𝑎² 𝐼 = 2,2 × 1,5 × 1 + 2(1 × 2 × 1,5) − 2,2 × 2 − 1,5 × 1,5 − 1 × 1 = −3,8 𝑀𝑃𝑎³ b) Tensões principais. Com os invariantes de tensão, podemos calcular as tensões principais 𝜎 − 𝐼 𝜎 + 𝐼 𝜎 − 𝐼 = 0 𝜎 − 4,70 × 𝜎 − 0,25 × 𝜎 + 3,80 = 0 Solucionando a equação do terceiro qual, obtemos as três raízes. Que aqui representam as tensões principais do plano. 𝜎 = 4,57 𝑀𝑃𝑎 𝜎 = 0,99 𝑀𝑃𝑎 𝜎 = −0,86 𝑀𝑃𝑎 c) Direções dos planos principais. Utilizando-se agora do estado de tensão inicial e das tensões principais podemos determinar a direção do plano principal deste estado. (𝜎 − 𝜎 ) 𝜏 𝜏 𝜏 (𝜎 − 𝜎 ) 𝜏 𝜏 𝜏 (𝜎 − 𝜎 ) × 𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑐𝑜𝑠𝛽 𝑐𝑜𝑠𝛾 = 0 0 0 Substituindo os valores temos para 𝜎 : (2,20 − 4,57) 1 1,50 1 (1,50 − 4,57) 2 1,50 2 (1 − 4,57) × 𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑐𝑜𝑠𝛽 𝑐𝑜𝑠𝛾 = 0 0 0 No entanto este sistema é linearmente dependente, sendo necessário utilizar a relação (𝑐𝑜𝑠𝛼) + (𝑐𝑜𝑠𝛽) + (𝑐𝑜𝑠𝛾) = 1, para solucionarmos o sistema linear. Solucionando: (−2,37) 1 1,50 1 (−3,07) 2 1,50 2 (−3,57) × 𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑐𝑜𝑠𝛽 𝑐𝑜𝑠𝛾 = 0 0 0 𝑐𝑜𝑠𝛽 = 0,944. 𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑐𝑜𝑠𝛾 = 0,949. 𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑐𝑜𝑠𝛼 = 𝑐𝑜𝑠𝛼 Utilizando do artifício matemático: (𝑐𝑜𝑠𝛼) + (0,944 × 𝑐𝑜𝑠𝛼) + (𝑐𝑜𝑠𝛾) = 1 Solucionando o sistema de equações obtemos: 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝜎 → 𝑐𝑜𝑠𝛼 = ±0,599 𝑐𝑜𝑠𝛽 = ∓0,565 𝑐𝑜𝑠𝛾 = ∓0,568 Em graus: 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝜎 → 𝛼 = 53,20º/126,80º 𝛽 = 124,40º/55,60º 𝛾 = 124,61º/55,39º Substituindo os valores temos para 𝜎 : (2,20 − 0,99) 1 1,50 1 (1,50 − 0,99) 2 1,50 2 (1 − 0,99) × 𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑐𝑜𝑠𝛽 𝑐𝑜𝑠𝛾 = 0 0 0 Temos: 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝜎 → 𝑐𝑜𝑠𝛼 = ±0,777 𝑐𝑜𝑠𝛽 = ∓0,582 𝑐𝑜𝑠𝛾 = ∓0,240 Em graus: 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝜎 → 𝛼 = 39,01º/140,99º 𝛽 = 125,59º/54,41º 𝛾 = 103,87º/76,11º Substituindo os valores temos para 𝜎 : (2,20 − (−0,86)) 1 1,50 1 (1,50 − (−0,86)) 2 1,50 2 (1 − (−0,86)) × 𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑐𝑜𝑠𝛽 𝑐𝑜𝑠𝛾 = 0 0 0 Temos: 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝜎 → 𝑐𝑜𝑠𝛼 = ±0,199 𝑐𝑜𝑠𝛽 = ±0,583 𝑐𝑜𝑠𝛾 = ∓0,788 Em graus: 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝜎 → 𝛼 = 78,52º/101,48º 𝛽 = 54,34º/125,66º 𝛾 = 142º/38º d) Mostrar que os planos principais são ortogonais entre si Os cossenos diretores de um plano constituem as componentes do versor normal a este plano, por definição. 𝑢 = (𝑐𝑜𝑠𝛼, 𝑐𝑜𝑠𝛽, 𝑐𝑜𝑠𝛾), |𝑢| = 1 A ortogonalidade entre vetores pode ser verificada pelo produto escalar entre eles, que correlaciona o ângulo existente entre dois vetores não nulos: 〈𝑢, 𝑣〉 = 𝑢 𝑣 + 𝑢 𝑣 + 𝑢 𝑣 〈𝑢, 𝑣〉 = |𝑢||𝑣| cos(𝑢, 𝑣) ⇒ cos(𝑢, 𝑣) = 〈𝑢, 𝑣〉 |𝑢||𝑣| Sendo os versores dos planos principais. 𝑢 = (0,599; 0,565; 0,568) 𝑣 = (0,777; −0,582; −0,240) 𝑤 = (0,199; 0,583; −0,788) Com os versores é possível determinar o cosseno do ângulo entre eles, que é numericamente igual ao seu produto escalar. 〈𝑢, 𝑣〉 = 0,599 × 0,777 + 0,565 × −0,582 + 0,568 × −0,240 = 4,4 × 10 = 0 〈𝑢, 𝑤〉 = 0,599 × 0,199 + 0,565 × 0,583 + 0,568 × −0,788 = 1,3 × 10 = 0 〈𝑤, 𝑣〉 = 0,199 × 0,777 + 0,583 × −0,582 − 0,788 × −0,240 = 5 × 10 = 0 Como o cosseno entre os versores é nulo, o valor do ângulo entre eles é de 90º. e) Tensões octaédricas normal e cisalhante As tensões octaédricas normal e cisalhante podem ser determinadas pelas expressões: 𝜎 = 𝐼 3 = 4,7 3 = 1,57 𝑀𝑃𝑎 𝜏 = 1 3 [(𝜎 − 𝜎 ) + (𝜎 − 𝜎 ) + (𝜎 − 𝜎 ) ] 𝜏 = 1 3 [(4,57 − 1,57) + (0,99 − 1,57) + (−0,86 − 1,57) ] 𝜏 = ± 2,25 𝑀𝑃𝑎
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