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CIVIL I - PESSOA JURÍDICA Aula 6

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CCJ 0006 – Direito Civil I
Aula 6: Pessoa Jurídica
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PESSOAS JURÍDICAS
Conceito: Denominam-se pessoas jurídicas os entes formados pela coletividade de bens ou de pessoas a quem a lei atribui personalidade jurídica com o objetivo de que seja atingida uma determinada finalidade autorizada ou não proibida por Lei.
Pessoa jurídica intersubjetiva: quando é formada por pessoas (associação ou sociedade) Universitates personarum ou universalidade de pessoas
Pessoa jurídica patrimonial: quando é formada pelo agrupamento de bens ou agrupamento patrimonial(fundação) Universitates rerum ou universalidade de bens
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NATUREZA JURÍDICA DAS PESSOAS JURÍDICAS
Teoria da Ficção da Pessoa Jurídica – Para esta corrente, as pessoas jurídicas constituem uma criação artificial da lei, um ente fictício, pois somente a pessoa natural pode ser sujeito da relação jurídica e titular de direitos subjetivos. São criações do direito e, assim, fora da previsão legal correspondente, não se as encontram em lugar algum.
Teoria da Realidade Objetiva ou Teoria Orgânica da Pessoa Jurídica - Para esta corrente, as pessoas jurídicas são uma realidade sociológica, com vida própria que nasce por imposição das forças sociais. São seres de existência anterior e independente da ordem jurídica, se apresentando ao direito como realidades incontestáveis.
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Teoria da Realidade Técnica: mescla as ideias das teorias anteriores, a teoria da realidade técnica defende que a personalidade da pessoa jurídica é resultado de sua existência real aliada à sua existência ideal. Reconhece a importância da dimensão social e legal das pessoas jurídicas, sem ignorar o lado fictício da pessoa jurídica (criação legal). assim sendo, a personalidade jurídica seria conferida pela lei a qualquer agrupamento suscetível de ter vontade própria e de defe3nder seus próprios interesses. 
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Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza das pessoas jurídicas é a de uma ideia, cujo sentido é partilhado pelos membros de uma comunidade jurídica, que a utilizam na composição de seus interesses. Sendo assim, ela não preexiste ao direito. 
A personalidade jurídica é um atributo que o Estado defere a certas entidades havidas como merecedoras dessa benesse. (teoria adotada pelo direito brasileiro).
IMPORTANTE!
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REQUISITOS PARA CONSTITUIÇÃO
Vontade humana criadora: concretizada pelos estatutos ou contratos sociais
Observância dos critérios legais:
Fim lícito:
Reunindo esses pressupostos de existência, antes de efetivado o devido registro, diz-se que a pessoa jurídica tem existência latente. São as chamadas sociedades irregulares ou sociedades de fato, que passam a ser dotadas de personalidade jurídica a partir do registro (sistema das disposições normativas).
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CATEGORIAS
CORPORAÇÕES: Universitates personarum ou universalidade de pessoas: agrupamento de pessoas com personalidade distinta de seus membros e patrimônio próprio. Constituem as sociedades e associações.
FUNDAÇÕES: Universitates rerum ou universalidade de bens: agrupamento de bens destinados a um fim específico, também com personalidade autônoma. São as chamadas fundações.
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Personalidade e capacidade
A pessoa jurídica adquire personalidade e capacidade plena ao mesmo tempo, a partir da inscrição de seus atos constitutivos no registro respectivo. (Art. 45,CC)
Antes de registrada, a pessoa jurídica tem existência latente ou potencial.
Em alguns casos, é necessária autorização do Poder Público (ex. Sociedades estrangeiras; companhias de seguro).
Em caso de defeito formal ou substancial do ato constitutivo, os interessados devem manifestar-se pela invalidade em 3 anos. Este prazo é decadencial (art. 45, parágrafo único, CC).
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As pessoas jurídicas de direito público iniciam-se em razão de fatos históricos, de criação constitucional, de lei especial e de tratados internacionais, se tratar-se de Pessoa Jurídica de Direito Público Interno e Pessoa Jurídica de Direito Público externo. 
As pessoas jurídicas de direito privado, o fato que lhes dá origem é a vontade humana, sem necessidade de qualquer ato administrativo de concessão ou autorização, salvo os casos especiais do CC (art. 45,CC), porém a sua personalidade jurídica permanece em estado potencial, adquirindo status jurídico, quando preencher as formalidades ou exigências legais; o processo genético apresenta-se em 2 fases: 
a do ato constitutivo, que deve ser escrito, 
e a do registro público.
Início da Personalidade
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Formalidades do registro (art. 46, CC)
Denominação;
Fins;
Sede;
Duração;
Fundo social;
Qualificação dos fundadores e diretores;
Modo de administração;
Alteração do ato constitutivo;
Responsabilidade subsidiária;
Extinção e destinação patrimonial.
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ATO CONSTITUTIVO E REGISTRO DA PESSOA JURÍDICA
As pessoas jurídicas passam por duas fases quando de sua criação: 1) elaboração do ato constitutivo; 2) registro do ato constitutivo. 
sociedade = contrato social; 
associação ou fundação = estatuto. 
A Lei de Registros Públicos (Lei n. 6.015/73 – art. 115) também estabelece regras para a constituição da pessoa jurídica, proibindo o seu registro “quando o seu objeto ou circunstâncias relevantes indiquem destino ou atividade ilícitos, ou contrários, nocivos ou perigosos ao bem público, à segurança do Estado e da coletividade, à ordem pública ou social, à moral e aos bons costumes”. 
Caso um estatuto ou contrato social seja levado a registro e o oficial que o receber perceber que se trata de pessoa jurídica cujo objeto a lei proíbe, deverá sobrestar o feito, de ofício ou por provocação de qualquer autoridade, e suscitar dúvida para que o juiz decida. 
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Em regra, a constituição de uma pessoa jurídica não depende de prévia autorização do Poder Executivo, somente exigida em situações excepcionais, como, por exemplo, para entidades financeiras (que requerem autorização do Banco Central), e seguradoras (as quais dependem de autorização da SUSEP).
NATUREZA JURÍDICA DO REGISTRO DAS PESSOAS JURÍDICAS
o registro das pessoas jurídicas tem natureza constitutiva, pois a personalidade somente é adquirida a partir dele. dessa forma, podemos afirmar que o registro das pessoas jurídicas tem eficácia ex nunc, não legitimando ou convalidando atos pretéritos.
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Classificação
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Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Classificação
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Direito público externo: (Art. 42, CC)
Regidas pelo Direito Internacional, abrangendo: ONU/OEA, UNESCO, FIFA, Nações Estrangeiras; entre outros.
São criadas através de tratados internacionais, fatos históricos, criação constitucional. – art. 42 novo CC – Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
Estados Estrangeiros
Pessoas regidas pelo direito público internacional (ONU, OIT, OMC, FMI, OEA, UNESCO, INTERPOL, Santa Sé, Cruz Vermelha, MERCOSUL, ALCA, União Europeia etc.).
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO:
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 LOCAL DO REGISTRO
A determinação do local onde deve ser levado a registro o ato constitutivo varia de acordo com o tipo de pessoa jurídica que se pretende registrar (Junta Comercial ou Cartório de Registro da Pessoa Jurídica).
Junta comercial (Registro Público de Empresa): nas Juntas Comerciais Estaduais devem ser registradas as sociedades empresárias (antigamente denominadas de sociedades mercantis), conforme dispõe a Lei n. 8.934/94. 
Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas (CRCPJ): para que possam ser consideradas regularmente constituídas, as associações
e fundações deverão ter seus estatutos devidamente registrados no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas (“Livro A”) do município onde se estabelecerem. No mesmo local também deverão ser levados a registro os contratos sociais das sociedades simples (conforme art. 114 da Lei de Registros Públicos – Lei n. 6.015/77).
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Também são registradas na Junta Comercial:
Seguradoras: o ato constitutivo das seguradoras deve ser registrado na Junta Comercial do Estado em que se constituírem. Esse registro somente é possível após prévia autorização da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, consoante Resolução 166/2007 do Conselho Nacional de Segurados Privados – CNSP.
Operadoras de plano de saúde: a constituição de uma operadora de plano privado de assistência à saúde depende de registro na Junta Comercial, na Agência Nacional de Saúde – ANS, bem como de registro nos Conselhos Regionais de Medicina e Odontologia, conforme o caso, em cumprimento ao disposto no art. 1º da Lei n. 6.839, de 30 de outubro de 1980, e conforme o disposto no art. 8º da Lei n. 9.656/98.
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Instituições financeiras: a existência legal das instituições financeiras também depende do registro de seus atos constitutivos na Junta Comercial. Para que o registro seja promovido, exige-se prévia autorização do Banco Central, consoante determinação da Lei n. 4.595/64, que instituiu o Conselho Monetário Nacional.
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Além das associações, fundações e sociedades simples, devem ser destacadas as
seguintes entidades:
Sociedades de profissionais liberais: devem ser registradas no Cartório de Registro Civil das Pessoas jurídicas por desenvolverem atividade intelectual. 
De acordo com o art. 966 do Código Civil de 2002, “não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”. 
Como exemplo, podemos citar as sociedades de médicos, dentistas, engenheiros, contadores etc. Além do registro no CRCPJ, essas sociedades também devem ser registradas na respectiva entidade de classe (CRM, CRO, CREA, CRC etc.).
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Partidos políticos: devem ter seus estatutos registrados no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal e, posteriormente, no Tribunal Superior Eleitoral (Constituição Federal, art. 17, § 2º; Lei n. 9.096/95, arts. 7º e 8º e Lei de Registros Públicos, art. 114, III).
Sindicatos: o registro do sindicato deve ser feito no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas no “Livro A” (Constituição Federal, art. 8º, I e Lei de Registros Públicos, art. 114, I). Nos termos do art. 518 e seguintes da CLT, o sindicato também deverá ser cadastrado no Ministério do Trabalho. De acordo com a jurisprudência do STJ o sindicato adquire sua personalidade jurídica a partir do registro no CRCPJ, sendo desnecessário o registro junto ao Ministério do Trabalho. Contudo, para o Supremo Tribunal Federal, a constituição válida dos sindicatos depende do duplo registro.
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Cooperativas: existe divergência doutrinária a respeito do local onde devem ser registradas as atas das assembleias constitutivas das cooperativas, podendo ser apontadas duas correntes. 
A primeira corrente defende que as cooperativas devem ser registradas na Junta Comercial, de acordo com as Leis ns. 5.764/71 (Lei das Cooperativas) e 8.934/94 (art. 32, II). 
A segunda corrente defende que as cooperativas devem ser registradas no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, pois teriam sido tratadas como sociedades simples pelo Código Civil de 2002 (arts. 982, II; 1.093 e seguintes). 
A questão é bem polêmica, e podemos afirmar que na prática tem prevalecido a primeira corrente, tendo a Receita Federal recusado a emissão de CNPJ para cooperativas registradas no CRCPJ.
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ONGs: as Organizações Não Governamentais são entidades filantrópicas que adquirem personalidade jurídica a partir do registro dos seus estatutos no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Para que possam receber o Certificado de Fins Filantrópicos, devem ser inscritas no Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, que é o órgão responsável pela regulamentação da política nacional de assistência social. A inscrição das entidades no CNAS somente é possível após a inscrição no Conselho Municipal da localidade em que exercem suas atividades (art. 9º, § 3º, da Lei n. 8.742/93 – Lei Orgânica da Assistência Social). Caso o município ainda não tenha instituído o Conselho Municipal de Assistência Social, a entidade deverá inscrever-se no Conselho Estadual do estado em que estiver localizada sua sede.
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Empresas de comunicação: de acordo com o disposto nos arts. 116, II, e 122 e seguintes da Lei de Registros Públicos, o registro de jornais, oficinas impressoras, empresas de radiodifusão e agências de notícias deverá ser feito no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas (no “Livro B”). De acordo com o art. 125 da Lei de Registros Públicos, considera-se clandestino o jornal, ou outra publicação periódica, não matriculado (registrado) nos termos do art. 122 ou de cuja matrícula não constem os nomes e as qualificações do diretor ou redator e do proprietário.
c) Outros locais: algumas pessoas jurídicas são registradas em outros locais, como, por exemplo, as sociedades de advogados, que devem ser registradas exclusivamente na Ordem dos Advogados do Brasil, no Conselho Seccional em cuja base territorial tiverem sede, conforme dispõe o art. 15, § 1º, do Estatuto da OAB.
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PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO:
O art. 41 do Código Civil enumera as pessoas jurídicas desta classe : 
Adm. Direta - União, os Estados, os Territórios(retorno dos territórios pelo CC 2002), os Municípios e o Distrito Federal.
Adm. Indireta - IV – autarquias, e V – demais entidades de caráter público criadas por lei.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
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PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO:
UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL, TERRITÓRIOS E MUNICÍPIOS: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios compõem a administração direta, enquanto os Territórios Federais são considerados entes da administração indireta.
AUTARQUIAS, INCLUSIVE AS ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS: as autarquias e as associações públicas compõem a administração indireta. Como exemplo de autarquias podemos citar: USP, INCRA, INPI, INSS, IPHAN, CADE, as agências reguladoras (Anatel, Aneel, Anvisa, ANP) e as agências executivas também (Lei n. 9.649/98).
DEMAIS ENTIDADES DE CARÁTER PÚBLICO CRIADAS POR LEI: como exemplo, podemos citar os consórcios públicos formados por pessoas jurídicas de direito público interno que compõem a administração indireta.
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OBSERVAÇÃO:
Administração indireta: É o conjunto de entidades personalizadas, vinculadas normalmente a um órgão da Administração Direta (Ministério ou Secretaria), previstas no art. 4, II, do Decreto-lei nº 200, de 25/02/1967. Compõe-se das autarquias, fundações públicas e entidades paraestatais, representadas estas pelas empresas públicas e sociedades de economia mista.
Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação.
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São as associações, sociedades simples ou empresariais, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos, e as entidades
paraestatais(como as empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos); são instituídas por iniciativa de particulares, 
Iniciam sua personalidade jurídica com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização do Poder Executivo.
Obs. As sociedades de advogados são registradas na OAB.
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Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações;
IV – as organizações religiosas; (Acrescentado pela L-010.825-2003)
V – os partidos políticos. (Acrescentado pela L-010.825-2003)
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Acrescentado pela L-012.441-2011) 
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Enunciado n°142, III Jornada de Direito Civil: Os partidos políticos, os sindicatos e as associações religiosas possuem natureza associativa, aplicando-se-lhes o Código Civil.
Enunciado n°143, III Jornada de Direito Civil: A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame pelo Judiciário da compatibilidade de seus atos com a lei e com os seus estatutos.
 
Enunciado n. 144, III Jornada de Direito Civil: A relação das pessoas jurídicas de direito privado constate do art. 44, incs. I a V, do Código Civil, não é exaustiva.
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São as associações, sociedades simples ou empresariais, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos, e as entidades paraestatais(como as empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos); são instituídas por iniciativa de particulares, 
Iniciam sua personalidade jurídica com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização do Poder Executivo.
Obs. As sociedades de advogados são registradas na OAB.
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Associação e fundação
Sociedades empresárias: Visam lucro, mediante exercício de atividade empresária; para diferenciá-la da Simples, basta considerar-se a natureza das operações habituais; se estas tiverem por objeto atos de empresa, a sociedade será empresarial, caso contrário, simples.
Associações: Não tem fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado, embora tenha patrimônio, formado por contribuição de seus membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, et.
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Sociedade Simples: é que visa fim econômico ou lucrativo, que deve ser repartido entre os sócios, sendo alcançado pelo exercício de certas profissões ou pela prestação de serviços técnicos; tem ela uma certa autonomia patrimonial e atua em nome próprio, pois sua existência é distinta dos sócios de modo que os débitos destes não são da sociedade e vice-versa.
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FUNDAÇÃO
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Partidos políticos: Associações civis que têm por escopo assegurar dentro do regime democrático, os direitos fundamentais estatuídos pelo CF/88. Foram considerados como pessoa jurídica de direito privado pela Lei 9.096, de 19.09.1995.
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EIRELI - Empresa individual de responsabilidade limitada.
A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.
( L-012.441.2011).
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ENTES DESPERSONALIZADOS
São aqueles que, embora possam ser capazes de adquirir direitos e contrair obrigações, não preenchem as condições legais e formais para serem enquadrados como pessoas jurídicas, por falta de alguns requisitos ou pela sua situação jurídica “sui generis”. 
Estão entre tais, a massa falida, espólio e a pessoa jurídica “de fato” – (que são aqueles pequenos comerciantes que compram e vendem produtos sem terem sociedade comercial regularmente constituída. ( ambulantes, camelôs etc.).
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ENTES DESPERSONALIZADOS
Massa Falida – Serve para designar a situação jurídica em que se coloca o negócio ou o estabelecimento comercial, em virtude da declaração de falência de seu proprietário, firma ou comerciante.
Herança Jacente e Vacante – (herança sem dono) é entendida a herança que não se apresentam herdeiros do “de cujus”, por não os ter deixado ou por não os ter capazes para sucede-lo como, mesmo, quando livres, por não terem aceito.
Espólio – é a soma da totalidade dos bens deixados por uma pessoa, após sua morte.
o condomínio. 
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A pessoa jurídica é representada pelos administradores, na forma e limites do ato constitutivo (art. 47, CC). A administração coletiva importa em decisão tomada por maioria de votos (art. 48, CC).
Nos casos em que a administração da pessoa jurídica faltar, o juiz nomeará administrador (art. 49, CC).
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
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A Teoria da Aparência
Consiste na atribuição de valor jurídico a determinados atos que a princípio, não teriam validade mas que devem ser assim considerados para proteger a boa-fé e a condução habitual dos negócios.
É o que ocorre por exemplo, se alguém mesmo sem poderes para tal, se senta na cadeira de um gerente de um banco, apresenta-se como gerente e, agindo como gerente, realiza negócios em nome do banco induzindo terceiros de boa-fé a contratarem com este estabelecimento.
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A Teoria da Aparência é princípio de direito que fundamenta as relações empresariais. 
Possui o escopo de conferir segurança jurídica às relações empresariais, evitando que ocorram entraves provocados pela exigência demasiada de verificação das informações prestadas, tanto pelos contratantes quanto pelos contratados. 
Esta, por sua vez, efetiva-se por meio da proteção ao terceiro de boa-fé, que confiando na publicidade conferida a atos e informações prestadas, bem como na aparência legítima exteriorizada pelo sujeito, não poderá ser prejudicado em detrimento de quem aparentou legitimidade enquanto não a possuía. 
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A forma pela qual será representada a pessoa jurídica deve constar do ato constitutivo no momento do registro. A representação é feita pelos administradores nomeados, nos limites dos poderes conferidos (Código Civil, art. 47). 
De acordo com o Enunciado 145 da III Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal, “o art. 47 não afasta a aplicação da teoria da aparência”, nos casos de responsabilização do sócio por atos praticados em nome da pessoa jurídica.
Se a administração da pessoa jurídica for coletiva, as decisões serão tomadas pela maioria dos votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Podem ser anuladas no prazo decadencial de 3 (três) anos as decisões tomadas pela maioria em caso de violação do estatuto ou lei, erro, dolo, simulação ou fraude. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório (ad hoc).
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RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA
As pessoas jurídicas respondem, com seu próprio patrimônio, pelos atos que os seus agentes, nesta qualidade, pratiquem (art. 43, CC). 
Pessoas jurídicas de direito privado: teoria subjetiva
da responsabilidade.
Pessoas jurídicas de direito público e de direito privado prestadoras de serviço público: teoria objetiva da responsabilidade (risco administrativo).
Obs: Lei n° 9.605/98, art. 3°: responsabilidade criminal das pessoas jurídicas por crime ambiental.
 
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Patrimônio Separado – Autonomia patrimonial
Em regra, os sócios não devem responder, com seu patrimônio pessoal, pelas dívidas da sociedade. Esta, por ser pessoa jurídica a quem o ordenamento jurídico confere existência própria, possui, em consequência, responsabilidade patrimonial própria. Trata-se do chamado princípio da autonomia patrimonial das pessoas jurídicas. (RAMOS, 2009, p. 358). 
As obrigações de um, portanto, não se podem imputar ao outro. Desse modo, a regra é a da irresponsabilidade dos sócios da sociedade limitada pelas dívidas sociais. Isto é, os sócios respondem apenas pelo valor das quotas com que se comprometem, no contrato social (CC, art. 1.052). É esse o limite de sua responsabilidade.
RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA
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DIREITOS DA PERSONALIDADE NA PESSOA JURÍDICA 
Pessoa jurídica e direitos de personalidade O Código Civil de 2002, em seu art. 52, inovou ao conferir às pessoas jurídicas, no que couber, proteção aos direitos de personalidade.
Enunciado n. 286, IV Jornada de Direito Civil: Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos.
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O Enunciado n. 227 da Súmula do STJ já reconhecia a possibilidade de a pessoa jurídica sofrer dano moral. 
S.227 STJ – “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”
Este é o entendimento majoritário da doutrina que prega que a pessoa jurídica possui alguns atributos que a pessoa natural goza tais como a honra (honra objetiva), o nome, a imagem. 
DIREITOS DA PERSONALIDADE NA PESSOA JURÍDICA 
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Parte da doutrina, porém, critica a técnica do enunciado pois a pessoa jurídica não é ente dotado de dignidade e, por isso não tem como sofrer dano moral propriamente dito. Essa corrente doutrinária, porém, não exclui a possibilidade de a pessoa jurídica sofrer dano extrapatrimonial - a crítica consiste apenas na expressão "dano moral“.
Nessa senda, alguns autores afirmam que o dano extrapatrimonial da pessoa jurídica deve ser chamado de dano institucional ou abalo de credibilidade. A reparação do dano extrapatrimonial da pessoa jurídica, portanto, visa compensar o prejuízo econômico por ela suportado ou o abalo à imagem, nome ou reputação pela contrapropaganda feita.
DIREITOS DA PERSONALIDADE NA PESSOA JURÍDICA 
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Parte da doutrina entende que apenas as pessoas jurídicas com finalidade não lucrativa podem sofrer dano extrapatrimonial, pois o abalo à reputação de uma pessoa jurídica com fins lucrativos reflete no volume de negócios por ela praticados e, consequentemente, resulta em prejuízos de ordem econômica. 
Essa corrente sustenta que a edição da Súmula n. 227, STF, se deu no " no afã de assegurar o ressarcimento em hipótese de danos materiais de difícil reparação" (TEPEDINO, Gustavo; BARBOZA, Heloisa Helena; MORAES, Maria Celina Bodin de. Código civil interpretado conforme a constituição da república. Rio de Janeiro: Renovar, 2004, vol. I. p. 132.). 
Esse, no entanto, não é o entendimento predominante da jurisprudência.
DIREITOS DA PERSONALIDADE NA PESSOA JURÍDICA 
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