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Iatrogenias em Odontopediatria Ana Lívia Reis Silva Camila Penha de Resende Naves Gianluca Pereira Carvalho Guilherme Vaz de Mello Gadbem Izabella H. C. M. de Carvalho Maria Clara Palhares Naves Mariah Ribeiro Pereira Silva Nadiny Pereira Santos Yuri Maia de Souza Odontopediatria I – 5° 2020.1 Prof.: Camila Pazzini Do Grego • Designa-se como erros da conduta do profissional da saúde. • Diz-se iatrogênica qualquer alteração para pior da saúde do paciente decorrente de diagnóstico ou tratamento recomendado de maneira inadequada. Silva, et. al., 2008. O QUE É IATROGENIA? Iatros (médico) Genea (origem) O QUE É IATROGENIA? • A iatrogenia na odontologia também é uma realidade preocupante. Ela pode surgir dos mais diversos casos, como: • Má avaliação de rotina; • Diagnóstico errado; • Realização negligente de procedimentos; • Realização de procedimentos desnecessários; • Erros durante os procedimentos ou nas indicações pós-procedimento; • Indicação errada de medicamentos. • Em odontopediatria acontecem frequentes quadros de iatrogenia. Esse fato está associado muitas vezes a: • Insegurança do profissional em atender pacientes pediátricos. • Falta de conhecimento anatômico e fisiológico. • Falta de entendimento referentes as diferenças entre o atendimento voltados às crianças, e o atendimento voltado aos adultos. • Quanto à reparação do dano iatrogênico, faz-se necessário lembrar que em regra a conduta dos profissionais da Saúde diante destas circunstâncias especiais é a de tentar na medida do possível reparar o referido, de modo a dar ao paciente respaldo diante do dano sofrido. Também não se pode olvidar que as orientações antes de qualquer tratamento devem incluir explicações quanto à possibilidade de ocorrência de iatrogenia e sua total inevitabilidade. Silva, et. al., 2008. RADIOLOGIA O Exame radiográfico deve ser usado como exame complementar. • É importante conhecimento total das estruturas bucais e das possíveis patologias para um correto diagnostico. • Capacitação do Cirurgião Dentista. • Situações passam despercebidas causando danos maiores. • Os aparelhos utilizados possuem ações nocivas pela radiação. • O raio- X age de forma direta e indireta no organismo. • Quando mal utilizados, causam efeitos químico-físicos nos tecidos biológicos. Diante disso os maiores erros cometidos ao nível prejudicial tecidual se da pela: • Dose: quanto maior a dose, maior é o efeito • Ritmo de aplicação: os efeitos são maiores em pequenos intervalos de tempo • Tamanho da área irradiada: quanto maior a área irradiada, maiores e mais danosos serão os efeitos. • Idade: quanto mais jovem o indivíduo, menos resistente. • Falta de proteção: esses devem ser utilizados considerando o paciente, o profissional e o meio ambiente • A técnica a ser empregada, apresentam variáveis e facilitadores de acordo com a idade do paciente. • A técnica é um dos erros mais prováveis de serem cometidos relacionando-se com as radiografias. FERNANDES , D. Erros no Preenchimento dos prontuários e na Realização de Radiografias na Clinica Infantil por Alunos do Curso de Graduação em Odontologia. Maringá. 2019. Maioria dos erros cometidos á radiografia e suas prováveis causas: Filme inadequado Utilização de filme periapical adulto ao invés do infantil Imagem alongada Ângulo vertical do feixe de raios X menor que o ideal Imagem encurtada Ângulo vertical do feixe de raios X maior que o ideal Sobreposição das faces proximais Angulação horizontal do feixe de raios X incorreta Meia-lua ou halo Erro de ponto de incidência Imagem de aparelho Não remoção prévia de aparelho removível Posicionamento incorreto do picote Posicionamento do picote na região apical dos dentes Filme invertido Utilização da face não ativa do filme Falta de nitidez Movimentação durante a exposição ou filme dobrado Dupla exposição Filme exposto aos raios X duas vezes Falta de enquadramento Centralização incorreta dos dentes no filme Alta densidade Tempo de exposição ou de revelação acima do ideal ou distância foco-filme maior que o ideal Baixa densidade Tempo de exposição ou de revelação acima do ideal ou distância foco-filme menor que o ideal Presença de ranhuras Injúrias à emulsão durante o processamento Impressão digital Toque digital na emulsão durante o processamento Radiografia amarelada Lavagem final insuficiente Outros erros de processamento Manchas por contaminação dos químico Velamento radiográfico Densidade extra decorrente de exposição à luz Armazenamento incorreto Falta de identificação ou montagem incorreta Fo n te :Q u ad ro a d ap ta d o d e S ilv a et a l., 2 0 16 Iatrogenias em odontopediatria envolvendo extração de dentes decíduos • A extração precoce de dentes decíduos é um hábito muito comum em odontopediatria. Isso se deve a falta de conhecimentos dos pais e até mesmos dos profissionais, que são guiados por crenças populares como “ o dente vai cair mesmo, melhor tirar já”, “ dente de leite não precisa tratar, melhor arrancar”. • A indicação de exodontias em dentes decíduos só deve ser feitas após serem esgotados todos os recursos. • Caso haja a possibilidade de manter o dente na boca, através de um tratamento endodôntico e/ou restaurador, e ainda sim o cirurgião-dentista fazer a extração, esse tratamento torna-se iatrogênico. EXTRAÇÃO PRECOCE DE DENTES DECÍDUOS VAMOS ENTENDER O PORQUÊ DISSO?! • Sendo assim, quando o cirurgião-dentista indica de forma errônea a extração do dente decíduo, causando perda precoce do mesmo, acontece um número potencial de distúrbios diretos ou indiretos da oclusão. Os mais comuns são: • Perda de espaço. • Extrusão de dente antagonista • Torsiversão de dentes adjacentes • E problemas adicionais, como deglutição atípica, má postura da língua, e também problemas de fonação. • Portanto, quanto maior o tempo entre a exodontia e a irrupção do permanente, maior a possibilidade de má posição do permanente. (PINTO, 2016). • Os dentes decíduos são de grande relevância para a evolução no desempenho da função mastigatória, sendo considerados excelentes mantenedores de espaço naturais, pois podem evitar problemas associados à diminuição do perímetro do arco, migrações dentárias, perda de espaço e outros problemas relacionados ao desequilíbrio oclusal. • Quando um dente decíduo é perdido antes de o sucessor iniciar a fase de erupção clínica, comumente ocorre aposição óssea sobre o dente permanente, retardando esse processo. Consequentemente, haverá um tempo maior para que os dentes adjacentes inclinem para o espaço ocupado pelo dente decíduo. (CAVALCANTI et al., 2008). • A perda prematura do incisivo inferior, contudo, é frequentemente ignorada na expectativa de que haverá aumento do arco com o crescimento. Ocasionalmente, a perda no comprimento é grave, resultando em apinhamento na região anterior. • Na perda precoce de molares decíduos, deve ser levada em conta a época em que ocorre. Assim, quando esta acontecer em períodos bem anteriores, a irrupção do primeiro molar permanente e os danos imediatos são muito grandes, em especial na perda do primeiro molar decíduo, porque o fechamento do espaço resulta da inclinação de dentes anteriores apinhados para distal, que é meramente uma redistribuição do espaço sem perda do comprimento do arco. (PINTO, 2016). Como evitar tratamentos iatrogênicos nesses casos? ➢ Indicar corretamente a necessidade de extração do dente decíduo. ➢ Sendo assim, a exodontia poderá ser usada quando: • Não existirem recursos de terapêutica conservadora a serem usados. • Favorecer a resolução terapêutica de doença local e/ou sistêmica • Possibilitar a correção de anormalidade funcional das arcadas dentárias • O dente decíduo apresentar comprometimento pulpar e já tiver ocorrido o rompimento da cripta do germe do sucessor permanente. • Nos casos de dentes com alveólise, dentes com raízes fraturadas e dentes anquilosados e submersos.Dente 65 com destruição de coroa e alveólise do dente 63. Anquilose dental (dente 85 em infraoclusão). • Em casos onde é realmente necessária a extração do dente decíduo, ou para correção do tratamento iatrogênico decorrente da indicação de extração feita de forma errada, deve ser estudada a possibilidade de colocar mantenedor de espaço. • Atuando como mantenedor de espaço, pode-se dizer que é um recurso muito versátil dentro da prática clínica da Odontopediatria, pois, além de restaurar a oclusão funcional e a estética, permite o reembasamento, evita a extrusão dos dentes antagonistas e é facilmente ajustado às alterações na cavidade bucal decorrentes do crescimento e desenvolvimento. • O mantenedor de espaço deve ser indicado sempre que houver perda precoce de dentes decíduos e que por meio de exames radiográficos constatar-se que os permanentes só erupcionarão em períodos superiores a 6 meses da data atual. • A melhor maneira de se determinar esse tempo é verificar o grau de desenvolvimento do germe do dente permanente; se estiver no estágio 7,5 a 8 de Nolla, significa que a erupção se processará em pouco espaço de tempo, o que contraindicará o uso do aparelho Iatrogenias frequentes na área de Dentística em Odontopediatria • Durante o atendimento odontológico, o cirurgião-dentista deve se preocupar com a técnica correta e a seleção de material adequado para a evolução de seu trabalho, o que resulta em um percentual de sucesso nos procedimentos restauradores. Todavia, alguns profissionais que não tomam o devido cuidado devem ficar atentos, já que todos estão susceptíveis a erros ou iatrogenias • Existe evidência clínica de que a Dentística Restauradora quando praticada de maneira inadequada provoca danos aos tecidos periodontais, à polpa dentária e até mesmo distúrbios oclusais e/ou temporomandibulares. • As iatrogenias restauradoras são consideradas fatores etiológicos secundários das doenças que acometem o periodonto, uma vez que propiciam a retenção e proliferação dos microorganismos que são o fator etiológico principal. (BOTELHO, et al., 2001). • Muitas falhas podem acontecer no processo restaurador. Alguns autores destacam, dentre estas, falhas referentes à restaurações classe II, como ausência de contato proximal e excesso de material restaurador na região cervical. • O excesso no nível cervical favorece a retenção de placa bacteriana. Em especial, nos espaços interproximais, impedindo uma higienização adequada. • Também, é muito comum restaurações feitas de forma inadequada que faltam material Nesses casos há consequências igualmente indesejáveis, como perdas de contato e impacções alimentares. Os dentes tendem a se mover, além de também, criar uma situação favorável ao desenvolvimento de doenças periodontais. • A falta de anatomia oclusal na área de cúspide dental também consiste uma falha no processo restaurador, porque permite a extrusão do dente oponente ou cria contatos prematuros que podem conduzir a mandíbula para fora de posição, causando mordida cruzada. • O traumatismo oclusal pode ser desencadeado a partir do excesso de restauração oclusal, caracterizando um contato prematuro. Dentro de certos limites, é possível a adaptação fisiológica, no entanto pode ocorrer lesão no periodonto de sustentação. Assim, é fundamental, no tratamento de reconstrução dentária oclusal, a verificação da ausência de interferências dentro dos limites dos movimentos mandibulares. A omissão profissional na observância desse aspecto pode levar ao aparecimento de iatrogenia. ERROS DE TÉCNICA → FENDA → INFILTRAÇÃO MARGINAL → RECIDIVA DE CÁRIE • Erros referentes a técnica, principalmente em restaurações adesivas em resinas compostas, propicia situações de cáries recidivantes. • De maneira análoga, em restaurações indiretas (área protética), as mesmas situações iatrogênicas citadas anteriormente, podem acontecer. Como evitar iatrogenias relacionadas a dentística em Odontopediatria? O papel carbono para articulação é um material odontológico usado para a verificação do ajuste da oclusão. • Cunha e matriz- São indicadas como um mecanismo para auxiliar a construção do contorno cervical, além de melhorar a adaptação marginal da restauração e evitar excessos na porção cervical. Quadros de iatrogenia relacionado ao uso do flúor em odontopediatria ● É muito importante que o odontopediatra conheça o flúor, para prescrevê-lo com segurança. ● Entretanto, muitos profissionais não têm total conhecimento sobre a forma correta de prescrever o uso do mesmo, o que pode desencadear quadros de iatrogenia relacionados ao seu uso. • Quando o flúor for utilizado de forma erroneamente pelo cirurgião-dentista pode gerar quadros de iatrogenia, intoxicação e fluorose. • A toxicidade do flúor pode ser dividida em aguda e crônica. • Efeitos agudos ocorrem quando altas doses de flúor são ingeridas de uma única vez ou várias vezes em pequenos intervalos. • A intoxicação crônica ocorre quando há várias ingestões de dose de flúor, além dos limites tolerados, por um período prolongado. • A fluorose dentária é uma alteração do esmalte, que ocorre durante o período de formação dos dentes em razão do depósito de flúor na estrutura dentária, ocasionando alterações nos ameloblastos, distúrbios na formação dos cristais de apatita e hemóstase do cálcio. • A fluorose dental é a toxidade crônica ligada ao uso do flúor na cavidade bucal durante a formação do dente. Iatrogenias frequentes na área de Anestesiologia em Odontopediatria • Em Odontopediatria, quadros de iatrogenia decorrentes da anestesia local ainda são frequentes. Por isso, é de suma importância que o profissional tenha conhecimentos racionais sobre a farmacologia dos anestésicos locais, para que possa empregá-los com bons resultados na prática diária. • Ademais, o cirurgião-dentista deve ter noção dos sinais e sintomas que possam vir a ocorrer com seu emprego, bem como controlar e restabelecer a normalidade em cada situação. • O uso incorreto da anestesia local causada pelo profissional pode gerar a situações de iatrogenia como, hematoma, fratura da agulha, injeção intravascular, reações alérgicas, toxicidade, paralisia temporária e infecção. • É o resultado do extravasamento de sangue para os tecidos através da ruptura acidental de vasos sanguíneos. A absorção do sangue pelos tecidos devera se processar normalmente, sem interferência do profissional. • O erro do profissional neste caso decorre da técnica anestésica inadequada levando a introdução da agulha em local incorreto. HEMATOMA FRATURA DA AGULHA • Nesse caso o erro do profissional acontece quando ele realiza alguma torção na agulha para melhor adaptação, ou força a agulha ao encontrar resistência ou ainda realizar a compra de materiais de baixa qualidade. Como evitar situações de iatrogenia nesses casos? • Não forçar a agulha ao encontrar resistência; • Não mudar a direção da agulha dentro dos tecidos; • Não usar agulhas muito finas; • Não usar agulhas reesterilizadas; • Não aplicar injeção sem estar seguro da anatomia da região; • Não inserir totalmente a agulha. INJEÇÃO INTRAVASCULAR • O erro do profissional neste caso foi não ter realizado o método de aspiração. • O perigo de a injeção anestésica ser dada em um vaso sanguíneo reside no fato de a droga ser levada imediatamente pela circulação sanguínea geral, podendo ocorrer efeitos tóxicos graves. • Logo, entende-se que fazer o método de aspiração é de suma importância. REAÇÕES ALÉRGICAS • As reações alérgicas geralmente são acidentes que ocorrem relacionados a anestesia local, não sendo um erro propriamente do cirurgião-dentista. Principalmente, nos casos em que a criança vai tomar anestesia local pela primeira vez. • No entanto, torna-se um erro quando o profissional não realiza uma boa anamnese ou não conheça bem a composição dos medicamentos. • Os sinais e sintomas mais comunssão erupções, urticária, edema angioneurótico e congestão na mucosa (rinite, sintomas asmáticos). O erro do profissional consiste em desconhecimento da anatomia, erro na técnica ou por introduzir a agulha muito profundo. O erro do profissional consiste em não realizar a contagem e ultrapassar a dosagem máxima permitida para a criança em tal idade e peso. TOXICIDADE PARALISIA TEMPORÁRIA INFECÇÃO Casos infecciosos podem ser consequências de erros do cirurgião-dentista. São exemplos disso: introduzir a agulha em locais inflamados ou supurados; preparo inadequado do local da punção; solução contaminada e excesso de anestésico em uma anestesia infiltrativa, provocando isquemia exagerada. • Existem anestesias sem agulhas e sistema de aplicação de anestesia computadorizada o que propicia menor erro no período trans-operatório. CURIOSIDADE Iatrogenias Medicamentosas • Em geral, os erros ocorrem devido às falhas de individualização de dosagens, equívocos ao realizar os cálculos de dosagem, dificuldade de manejo de diversas formulações farmacêuticas pediátricas do mesmo medicamento, e a falta de conhecimento e experiência do profissional em relação ao atendimento de crianças. • A criança não é um adulto em miniatura; • Administrando-se medicamento idêntico, em doses iguais, por via de administração e frequência semelhantes a diferentes indivíduos, podem-se obter distintos efeitos terapêuticos gravíssimos. • O equilíbrio acidobásico pode ser mais facilmente perturbado nas crianças que nos adultos o que promove a toxicidade. • Esses erros começam durante a anamnese quando às informações importantes passam despercebidos. • Diante aos novos medicamentos, cabe ao profissional buscar por informações e não utilizá-los de forma indiscriminada e muito menos fazer dos pacientes “cobaias” • Tomar cuidado com os medicamentos similares, pois podem diferenciar-se dos Referência na sua composição. • Cabe também ao profissional a melhor escolha da forma farmacêutica ao paciente infantil de acordo com seu desenvolvimento. • Cuidado com grande quantidade de açúcar na composição nos medicamentos líquidos e concentrados, pois pode vir acarretar patologia ou prejudicar quem já a possui. • Além disso, analisar qual o medicamento eleito, com a finalidade de se evitar irritações gástricas, inibição plaquetária, entre outras reações. ● Para calcular a posologia ideal em pacientes infantis a literatura é bastante diversificada ao apresentar fórmulas e os parâmetros mais utilizados para o cálculo da porcentagem da dose do adulto que deve ser ministrada à criança são o peso, a idade e a superfície corporal. ● Além da dosagem se informar a respeito dos efeitos que o medicamento pode acarretar, sendo eles positivos e negativos. ● Colocar, no receituário detalhadas informações, reforçando em conjunto verbalmente. ● Erros na dose, no tempo e nos intervalos de administração acontecem frequentemente. ANTIBIÓTICOS • Há um aumento da prevalência de microrganismos resistentes aos antibióticos disponíveis atualmente. • Crianças tratadas com antibióticos são mais propensas a ser colonizadas por bactérias resistentes. • Infelizmente é um erro muito comum essa classe medicamentosa ser prescrita de forma indiscriminada. • O diagnostico da patologia adequada para o receituário assim como a escolha do antibiótico também e de suma importância. • Existem manifestações que profissionais prescrevem o tratamento com antibiótico, sem necessidade, assim como agentes antimicrobianos que não são recomendados para crianças em detrimento dos efeitos colaterais graves que podem resultar da sua administração. • Sempre que possível é prudente coletar uma amostra do foco infeccioso e realizar o antibiograma. • A profilática com antibioticoterapia restringiu a indicação e os procedimentos por causa da resistência bacteriana crescente pelo uso desordenado de antibióticos. • é importante conhecer as situações específicas nas quais ela está indicada, pois a indicação deve ser precisa. • As crianças sentem dor da mesma maneira que os adultos. • É também reconhecido que as medicações aliviam a dor em crianças com muito sucesso. • Alguns Odontopediatras são resistentes a essa ação. Anti-inflamatórios e Analgésicos • Erro ao prescrever Nimesolida e alguns outros antiinflamatórios • Paracetamol é o analgésico mais comum prescrito pelos pediatras. • A principal preocupação quanto ao seu uso reside nos efeitos sobre o fígado, após superdosagem. Guedes pinto SOARES, R. Q. Uso Racional de Medicamentos em Odontopediatria. Brasília- 2015 Iatrogenias Endodonticas na Odontopediatria • A Odontopediatria tem como objetivo primordial a manutenção dos dentes decíduos em condições hígidas até o período geneticamente determinado para a sua esfoliação fisiológica. • No entanto, apesar do declínio da cárie dentária, um grande número de dentes decíduos ainda é afetado por processos cariosos e lesões traumáticas que frequentemente necessitam ser tratados endodonticamente. • O objetivo de realizar um tratamento endodôntico na criança, é na tentativa de preservar o dente decíduo na cavidade bucal, visando à manutenção de espaço para os dentes permanentes. • O diagnóstico da condição pulpar é o principal fator a ser considerado para a escolha do tratamento, de modo a evitar iatrogenias. • Esse diagnóstico é obtido por meio de um acurado exame clínico associado à exames complementares, como a tomada radiográfica. • Testes térmicos não são indicados em Odontopediatria. • Deve ser feito uma análise criteriosa, para correta indicação do tratamento. Para isso, deve-se observar a rizólise através do Estágio de Nolla, e então optar pela endodontia ou extração. ● O sucesso do tratamento pulpar está associado mais ao acerto no diagnóstico do que à escolha do material empregado. Logo, verifica-se a necessidade de um correto diagnóstico para que eventos iatrogênicos futuros não ocorram por inobservância de critérios fundamentais no momento do exame clínico. • Além do erro de diagnóstico, outra iatrogenia frequente em endodontia em dentes decíduos, é a trepanação “perfuração”. • Por sua vez, o assoalho da câmara pulpar dos dentes decíduos apresenta anatomia irregular, que, associado à rizólise, favorece a sua trepanação por instrumentos endodônticos. • A reabsorção radicular também é um fenômeno que dificulta o tratamento endodôntico e favorece a trepanação. Legenda: Radiografia de dente decíduo com reabsorção radicular mostrando a possibilidade de trepanação, quando do uso do instrumento endodôntico. (Imagem cedida pelo Professor O. L. Scheefer). • Um dos principais problemas da perfuração em endodontia é a relação com o germe do permanente. • Por isso, preconiza-se uma margem de segurança na hora da condutometria. Instrumento passando pela reabsorção interna, podendo atingir o germe do dente permanente. COMO EVITAR IATROGENIAS EM ENDODONTIA? Conhecimento amplo da anatomia dos dentes decíduos. Uma boa imagem radiográfica, para poder visualizar os pontos de reabsorção ectópica da raiz para não se inserir indevidamente o instrumento nesse local, provocando com isso acidentes desagradáveis como lesão no germe do permanente. Conhecimento das limitações e dificuldades do tratamento endodôntico em dentes decíduos. Planejamento. Diagnóstico correto http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882015000100005 http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-38882015000100005 Iatrogenia Ortodôntica em Odontopediatria ➢ Vários motivos devem ser analisados para explicar o crescente número de casos de iatrogenia ortodôntica em odontopediatria. ➢ Quadros de iatrogenia ortodôntica em odontopediatria, geralmente ocorrem devido: • a previsão incorretas de crescimento; • escolha incorreta de aparelhos ortodônticos; • falha técnicado dentista; • falta de controle do espaço e ancoragem, principalmente quando os dentes são extraídos por razões ortodônticas; • não alterar o plano de tratamento quando necessário; • não alcançar uma resolução da má oclusão; • acompanhamento inadequado durante a fase de retenção. QUAIS AS CONSEQUENCIAS DA IATROGENIA ORTODÔNTICA NA ODONTOPEDIATRIA? • Não realizar o tratamento adequado pode levar à um má resultado facial, gengival e dentário. • Além disso a oclusão e estabilidade podem ser comprometidas e inadequadas. QUAIS SÃO OS PROBLEMAS MAIS COMUNS? • Extração inadequada durante o tratamento; • Força excessiva e em direções inadequadas; • Escolha incorreta do aparelho; • Falha técnica, por parte do cirurgião-dentista; • Colaboração deficiente do paciente, temos que ter certeza de que a criança está usando o aparelho de forma adequada. Então passar as orientações de forma correta para os pais. RESULTADOS DA IATROGENIA Problemas periodontais, como por exemplo, forças intensas que conduzem à necrose da membrana periodontal, onde os vasos sanguíneos ficam comprimidos pela pressão do dente contra o processo alveolar e, consequentemente, surgem alterações patológicas. Reabsorção radicular Cárie COMO EVITAR ESSAS IATROGENIAS? Orientar aos responsáveis, uma vez que na área da ortodontia a cooperação do paciente é de suma importância. Manejo com a criança Análise Clínica O exame radiográfico é essencial, tanto para avaliação crânio-facial, quanto para avaliação do crescimento do paciente, quando necessário. Plano de tratamento adequado, e indicado corretamente. OUTROS MÉTODOS QUE PODEMOS UTILIZAR PARA EVITAR IATROGENIAS Controlar o número de pacientes: Acompanhando o início e o término de cada um. Tempo para diagnóstico e tratamento: Garantindo a qualidade do procedimento atingindo o tempo necessário para cada paciente; o dentista deve ter em mente que precisa de tempo para analisar o caso com cuidado e re-estudar se preciso para que os problemas sejam controlados. Controle de ausências: Para evitar que os pacientes faltem sem necessidade ou justificativa, é sempre bom enviar um lembrete digital ou por correio aos responsáveis. Referências Bibliográficas ✓ BARRETO, G. M., et.al., Iatrogenia em ortodontia e seus desafios, 2016. ✓ BELTRÃO, L. M., et. al., Iatrogenias ortodônticas: revisão de literatura, 2019. ✓ BOTELHO et al. Iatrogenias mais frequentes em dentística: por que não evitá-las?. RGO - Rev Gaúcha Odontol., Porto Alegre, v.59, suplemento 0, p. 19-24, jan./jun., 2011 ✓ CAVALCANTI et al. Prevalência de perda precoce de molares decíduos: estudo retrospectivo retrospectivo. Acta Sci. Health Sci, Maringá, v. 30, n. 2, p. 139-143, 2008. ✓ GUEDES PINTO, A.C. Odontopediatra. São Paulo: Santos. 9 ed. 2016 ✓ SILVA et al. Iatrogenia- Modalidade culposa ou excludente de ilicitude. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 103 p. 675 - 683 jan./dez. 2008. ✓ SILVA, A.V.C., et.a.l, Observação dos critérios para indicação de tratamento endodôntico em dentes decíduos na prática clínica, 2015. FIM... Obrigado à todos!
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