Buscar

Fascículo 01

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Objetivos
• Explicitar a importância da atuação de agentes ambientais para contenção das mudanças 
climáticas. 
• Analisar a evolução histórica das Conferências do Clima (COP) e promover uma reflexão 
crítica sobre os resultados da COP 16. 
• Discutir as atuais metas brasileiras frente aos diferentes setores econômicos. 
• Destacar as principais tecnologias disponíveis na atualidade para proteção dos ecossistemas 
e populações humanas frente as mudanças climáticas. 
Introdução
As constantes e significativas agressões ao meio ambiente repercutem diretamente na vida das 
pessoas. Se torna cada vez mais urgente e necessária atingir uma integração harmônica entre o 
homem e a natureza. Este curso se propõe a discutir temas que despertarão a reflexão crítica sobre 
problemas socioambientais do Brasil, procurando sensibilizar os leitores para a importância do 
engajamento e atuação como agentes ambientais. O propósito é gerar uma grande mobilização 
comunitária para multiplicar novos conhecimentos para o maior número de pessoas que estão 
preocupados com o presente e o futuro do nosso planeta.
Nesse sentido, a formação de agentes ambientais é um passo fundamental para alicerçar um mundo 
melhor. Mas o que faz um agente ambiental? Agentes ambientais são representantes da sociedade 
civil em ações de fiscalização do meio ambiente e deve, dentre outras tarefas:
Tarefa dos agentes ambientais
• Orientar a comunidade sobre as práticas de proteção, preservação e conservação dos 
recursos naturais. 
• Prevenir situações que possam causar danos ao meio ambiente. 
• Contribuir para o monitoramento e avaliação das condições ambientais locais, garantindo a 
qualidade do meio ambiente. 
• Atuar como agente de controle social numa sociedade democrática. 
A ação legal dos agentes ambientais está amparada pela Resolução do CONAMA, Nº 3, de 
16/03/1998, que define critérios para a co-participação da sociedade civil em ações de fiscalização 
de unidades de conservação e demais áreas protegidas. 
Merece destaque uma iniciativa do IBAMA com a criação do programa de Agentes Ambientais 
Voluntários, que vem contribuindo para a formação de grande número de “fiscais do meio 
ambiente”. 
Como participar do programa Agentes Ambientais Voluntários
• Ser maior de 18 anos e pertencer a uma entidade civil ambientalista ou afim, sem fins 
lucrativos. Caso não seja filiado a nenhuma entidade, você poderá identificar uma através do 
site da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG). 
• Caso já seja filiado a uma entidade civil ambientalista ou afim, sem fins lucrativos, você 
deverá procurar a unidade do IBAMA mais próxima e formalizar o pedido de parceria. Ao 
fazê-lo, você deverá apresentar um plano de trabalho simplificado, com informações sobre o 
local e a natureza do serviço voluntário a ser prestado. É necessário anexar cópia de 
comprovante de endereço e do CNPJ da entidade.
Todas as temáticas ligadas ao meio ambiente confluem para a intervenção política das nações. No 
caso do Brasil, esse compromisso político já foi assumido com o estabelecimento de metas para 
colaborar na contenção do aquecimento global e contribuir na construção de um futuro melhor. 
javascript:;
javascript:;
Desse modo, inicia-se o curso revisitando as principais constatações históricas dos 15 anos de 
Conferência Mundial do Clima, as metas do Brasil e análise das principais tecnologias para 
proteção dos ecossistemas e populações humanas.
Reflexão
Esta breve introdução tem o propósito de dar uma ideia da importância da atuação do agente 
ambiental para a conservação das condições de vida no planeta Terra. Nos últimos 350 anos, os 
avanços dos conhecimentos científicos e tecnológicos e o desenvolvimento do capitalismo foram 
responsáveis pela degradação do meio ambiente.
Você vai nos acompanhar ao longo dos fascículos, aprofundando conhecimentos sobre o que fazer, 
como fazer, por que adotar determinadas atitudes, desenvolver um conjunto de competências e 
aprender uma variedade de habilidades para exercer de forma consciente e comprometida o papel de 
agente ambiental.
A história das Conferências Mundiais do Clima 
Para entender o tema do meio ambiente e a intervenção política das nações, é necessário voltar ao 
ano de 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 
Estocolmo (Suécia), promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). A conferência reuniu 
113 países e 400 Organizações Não Governamentais (ONGs) do mundo inteiro, tornando-se um 
ponto de partida para discussões sobre a temática do meio ambiente no mundo. 
Vinte anos depois, em 1992, a ONU convocou nova reunião internacional no Rio de Janeiro 
(Brasil). Conhecida como Eco-92, Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra, a conferência teve como um 
de seus principais resultados o acordo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) que 
causam o aquecimento global. O objetivo da Conferência era buscar meios que permitissem o 
desenvolvimento socioeconômico aliado à conservação da natureza. Foi consolidado o conceito de 
desenvolvimento sustentável, e houve uma popularização das questões ambientais no Brasil e em 
diversos países, conscientizando as nações ricas a ajudarem os países em desenvolvimento na 
implementação de uma economia sustentável. 
Como consequência da Eco-92 forma elaborados os seguintes documentos oficiais 
• A Carta da Terra. 
• Três convenções: Biodiversidade, Desertificação, Mudanças Climáticas. 
• Uma declaração de princípios sobre florestas. 
• A Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento. 
• A Agenda 21 (base para que cada país elabore seu plano de preservação do meio ambiente).
Assinada inicialmente por 154 países, a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças 
Climáticas (UNFCCC) entrou em vigor em 1994, quando os países signatários passaram a se reunir 
anualmente. No ano seguinte, 1995, em Berlim (Alemanha), foi realizada a primeira Conferência 
das Partes da Convenção (COP). 
A COP vem sendo realizada em diferentes partes do mundo objetivando que ações diplomáticas 
tragam a solução para o problema climático. Essas Convenções sempre são esperadas com enorme 
expectativa por diversos governos, ONGs, empresas e pessoas interessadas em saber como o mundo 
vai resolver a ameaça do aquecimento global à sobrevivência da espécie humana. 
Principais resultados das conferências
COP 1 Realizada em 1995, em Berlim (Alemanha). Estabeleceu dois anos de análises e 
avaliações sobre o combate as emissões de GEE. Esta fase resultou em um catálogo de 
javascript:;
javascript:;
javascript:;
instrumentos, onde os países membros podiam compor um conjunto de iniciativas que 
correspondessem às suas necessidades.
COP 2 Realizada em 1996, em Genebra (Suíça). Foi aprovado o relatório do Painel 
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), com objetivo de criar a melhor 
base para lidar com decisões políticas sobre o aquecimento global. Nessa conferência foi 
acertado que cada país deveria ter a liberdade para escolher as soluções mais relevantes de 
acordo com a sua situação.
COP 3 Realizada em 1997, em Kyoto (Japão). Foi aceito o Protocolo de Kyoto, e pela primeira 
vez foram incluídas metas obrigatórias para a diminuição das emissões de GEE de 2008 a 
2012. Trinta e sete países industrializados ratificaram o protocolo.
COP 4 Realizada em 1998, em Buenos Aires (Argentina). Esta COP estabeleceu um período de 
dois anos para esclarecer e desenvolver ferramentas para a implementação do Protocolo de 
Kyoto, visto que havia muitas questões pendentes desde a última Convenção.
COP 5 Realizada em 1999, em Bonn (Alemanha). A conferência foi dominada por discussões 
técnicas sobre mecanismos do Protocolo de Kyoto.
COP 6 Realizada em 2000, em Haia (Holanda). Foi marcada por incertezaquanto a aplicação de 
sanções aos países que não reduzissem as emissões de GEE. Os países da União Europeia 
se recusaram a assinar uma proposta de compromisso, fazendo as negociações 
fracassarem.
COP 6 Realizada em 2001, em Bonn, (Alemanha). As negociações são retomadas como uma 
continuação da COP 5.
COP 7 Realizada em 2001, em Marrakesh (Marrocos). As negociações a respeito do Protocolo de 
Kyoto estavam quase completas e os resultados foram reunidos em um documento 
chamado “Acordos de Marrakesh”.
COP 8 Realizada em 2002, em Delhi (Índia). Os países da União Europeia, liderados pelo 
presidente da Dinamarca, tentaram sem sucesso obter uma declaração que pedia mais ação 
das partes em relação à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças 
Climáticas.
COP 9 Acontecida em 2003, em Milão (Itália). O foco dessa Conferência foi esclarecer alguns 
dos últimos detalhes técnicos sobre o Protocolo de Kyoto.
COP 10 Acontecida em 2004, em Buenos Aires (Argentina). Dá início as discussões em relação ao 
que acontecerá quando o Protocolo de Kyoto expirar em 2012.
COP 11
MOP1 
Realizada em 2005, em Montreal (Canadá). Ocorreu juntamente com a 1ª Conferência das 
Partes servindo de Reunião das Partes do Protocolo de Kyoto (COP/MOP1). Ambas 
representam uma nova etapa do regime internacional de combate ao efeito estufa, na qual 
se espera que os países desenvolvidos venham a ter metas mais significativas de redução 
das emissões de GEE e os países em desenvolvimento tenham opções de promover o 
desenvolvimento sustentável, reduzindo também suas emissões, seja através da 
transferência de tecnologias, mecanismos de mercado ou programa e ações voluntárias.
javascript:;
javascript:;
javascript:;
COP 12
MOP2 
Realizada em 2006, em Nairóbi (Quênia). Prorrogação dos compromissos assumidos pelos 
países para o período posterior a 2012; revisão do texto do Protocolo Kyoto para que os 
países em desenvolvimento também assumissem compromissos de redução de emissões 
de GEE e a implantação do Fundo de Adaptação.
COP 13
MOP3 
Realizada em 2007, em Bali (Indonésia). O mais recente relatório do IPCC apresentou 
sinais inequívocos do aquecimento global, o que resultou na elaboração de documento 
buscando uma atuação mais rápida nessa área e, pela adoção do Plano de Ação de Bali. 
Este plano trouxe o cenário para as negociações de um novo acordo na Conferência de 
Copenhague.
COP 14 Realizada em 2008, em Poznan (Polônia). As partes chegaram a um acordo sobre o 
programa de trabalho e plano de reunião para a Conferência de Copenhague e sobre a 
operacionalização do Fundo de Adaptação, que vai apoiar medidas de adaptação concretas 
nos países menos desenvolvidos. Em relação ao desmatamento, os países em 
desenvolvimento com florestas comemoraram o fato de um consenso de que o mecanismo 
de Redução de Emissões decorrentes de Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) 
deve entrar no acordo final a ser definido em 2009. A divergência entre as nações impediu 
a elaboração de um novo acordo climático global, com a definição de cortes no total das 
emissões.
COP 15 Realizada em 2009, em Copenhague (Dinamarca). Reuniu chefes de 193 países com o 
objetivo de estabelecer um acordo com peso de lei internacional, capaz de traçar metas de 
redução das emissões de gases de efeito estufa e dar prosseguimento ao Protocolo de 
Kyoto (que expira em 2012). Seu principal objetivo foi aprovar um novo acordo climático 
que reduziria substancialmente as emissões de gases de efeito estufa após 2012, o que não 
ocorreu já que a Lei de Clima e Energia dos EUA ainda não estava aprovada. Também se 
discutiu parte do acordo de diretrizes para ações de adaptação às mudanças climáticas e a 
transferência de tecnologias dos países ricos às nações em desenvolvimento. Mereceu 
destaque países como a Noruega, que anunciou a meta mais elevada, um corte de 40% nas 
suas emissões até 2020 em relação a 1990. Em seguida, veio o Reino Unido (34%), Japão 
(25%) e União Europeia (20%), que poderia elevar sua meta a 30%, se os outros países 
desenvolvidos fizessem o mesmo através de acordo oficial.
 
Reflexão
Como você observou, as Conferências da ONU sobre meio ambiente tiveram um papel fundamental 
para chegarmos ao conjunto de compromissos que foram firmados por grande parte dos países. 
A história dessas conferências mostra que acordos sobre limitações de emissão de poluentes, 
proteção ambiental, conservação da biodiversidade não são fáceis de serem firmados, uma vez que 
há muitos interesses em jogo. Os países desenvolvidos não abrem mão de vantagens competitivas, 
nem aceitam fazer concessões econômicas. 
Os países em desenvolvimento, por sua vez, não concordam em condicionar seu desenvolvimento a 
critérios e princípios ambientais limitantes. O desenvolvimento sustentável ainda é um desafio em 
escala global.
Protocolo de Kyoto
Em dezembro de 1997, cerca de 10.000 delegados, observadores e jornalistas participou desse 
evento realizado em Kyoto, Japão. A conferência culminou na decisão, por consenso, de adotar um 
Protocolo segundo o qual os países industrializados reduziriam suas emissões combinadas de GEE 
em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990 até o período entre 2008 e 2012. Esse 
compromisso, com vinculação legal, promete produzir uma reversão da tendência histórica de 
crescimento das emissões iniciadas nesses países há cerca de 150 anos. 
O Protocolo de Kyoto foi aberto para assinatura em 16 de março de 1998, entrando em vigor 90 
dias após a sua ratificação por pelo menos 55 Partes da Convenção, incluindo os países 
desenvolvidos que contabilizavam pelo menos 55% das emissões totais de dióxido de carbono em 
1990. Enquanto isso, as Partes da Convenção sobre Mudança do Clima continuariam a observar os 
compromissos assumidos sob a Convenção e a preparar-se para a futura implementação do 
Protocolo. 
A emissão destes poluentes deve ocorrer em vários setores econômicos e ambientais e os países 
devem colaborar entre si para atingirem as metas. Aumento no uso de fontes de energias limpas 
(biocombustíveis, energia eólica, biomassa e solar).
Ações sugeridas pelo Protocolo de Kyoto
• Aumento no uso de fontes de energias limpas (bicombustíveis, energia eólica, biomassa e 
solar). 
• Proteção de florestas e outras áreas verdes. 
• Otimização de sistemas de energia e transporte, visando o consumo racional. 
• Diminuição das emissões de metano, presentes em sistemas de depósito de lixo orgânico. 
• Definição de regras para a emissão dos créditos de carbono (certificados emitidos quando há 
a redução da emissão de gases poluentes).
A COP 16 em síntese
A COP 16 foi realizada no período de 29 de novembro a 10 de dezembro de 2010 em Cancun, 
contando com 25 mil participantes de 194 países. 
No primeiro momento a presidente da COP apelou aos representantes governamentais para avançar 
em áreas onde consenso era possível, especialmente com relação à definição de um marco legal 
para as negociações e enfatizou que o processo deve garantir transparência. 
As negociações foram norteadas pela tentativa de obrigar os países desenvolvidos a reduzir ainda 
mais as emissões de gases do efeito estufa. Apesar do clima de otimismo do governo mexicano, no 
início foi difícil prever se haveria algum acordo definitivo para obrigar os países ricos a definirem 
metas mais ousadas para os cortes na emissão do CO2 entre 2012 e 2020. Existia também a 
expectativa da conferência poder se transformar na primeira reunião sobre o clima a permitir a 
criação de novos instrumentos que combatam o aquecimento no planeta também nos países em 
desenvolvimento.
Após duas semanas de discussões, os países participantes da COP 16, aprovaram dois documentos 
sendo que apenas a Bolívia posicionou-se contra os mesmos. Apesar de algumas ressalvas, osresultados, assim como a transparência nas negociações comandadas pela presidente da Cúpula, 
foram saudados por ambientalistas.
O melhor resultado da conferência foi evitar que o Protocolo de Kyoto fosse enterrado 
prematuramente, porque o Japão, a Inglaterra e outros países se cansaram de fazer esforços para 
cumprir as metas fixadas neste documento, enquanto os Estados Unidos e a China (os maiores 
emissores mundiais de gases de efeito estufa, que respondem por mais de 50% do total) não fizeram 
o mesmo. 
Abandonar o Protocolo de Kyoto - que se encerra em 2012 - sem substituí-lo por outro seria um 
desastre, porque os mecanismos do Protocolo deixariam de ser atrativos e o valor dos certificados 
de reduções de emissões, que são objeto de transações comerciais, cairia à zero. Atualmente, esse 
mecanismo movimenta bilhões de dólares, que beneficiam muitos países em desenvolvimento, entre 
eles o Brasil. A solução encontrada em Cancún foi adiar o problema para a COP 17, a ser realizada 
em 2011 em Durban, na África do Sul. Enquanto isso, o Protocolo de Kyoto continua válido. 
Outro resultado da Conferência foi o reconhecer a necessidade de cortar as emissões de gases de 
efeito estufa de modo a evitar que a temperatura da Terra aumente mais de 1,5º C. O valor usado 
como referência até agora era de 2º C. A decisão, contudo, necessita ainda de estudos para serem 
avaliados em 2015. As etapas a serem cumpridas para que isso ocorra não foram estipuladas e 
provavelmente não ocorrerá na COP 17, em Durban, em 2011. Uma possibilidade é que ocorra em 
2012, no Rio de Janeiro, local natural para a COP 18, quando será comemorado o 20º aniversário da 
Convenção do Clima. 
Mesmo com todos os entraves, outro progresso foi o fortalecimento do Fundo Verde do Clima, 
criado por ocasião da COP 15. Trata-se de um fundo de financiamento que visa fomentar ações de 
combate ao aquecimento global nos países em desenvolvimento. Inicialmente serão destinados US$ 
28 milhões por meio de repasses até 2012 e a partir de 2020 a verba será de US$ 100 bilhões por 
ano. Quanto à administração do Fundo, os países ricos querem que o Banco Mundial esteja à frente, 
porém muitos países preferem que fique a cargo de um novo organismo a ser criado pelas Nações 
Unidas. Até agora as contribuições financeiras foram pequenas e incluem programas já em 
andamento, de modo que não se sabe realmente quanto é "dinheiro novo". 
Além disso, também foi aprovado um mecanismo para compensar os países tropicais, como o 
Brasil, pela redução de suas taxas de desmatamento, a Redução de Emissões por Desmatamento e 
Degradação florestal (REDD). 
Outras medidas adotadas foram o estabelecimento de ações concretas para proteger as florestas, o 
fortalecimento da cooperação internacional de tecnologia e o amparo a populações vulneráveis a se 
adaptarem às mudanças do clima e suas consequências, como migração climática.
 Os ambientalistas pronunciaram-se moderadamente satisfeitos com os resultados da conferência da 
ONU. Porém o consenso é que o acordo alcançado não bastará para combater de forma eficaz as 
mudanças do clima global. O Greenpeace classificou o documento de encerramento como um sinal 
de esperança. Já a Aliança para Meio Ambiente e Proteção da Natureza da Alemanha (BUND) 
registrou pequenos avanços na direção certa, ressaltando o fundo para o clima. 
Metas Brasileiras na COP 16
Da atmosfera de euforia que rondava a COP 15 realizada em 2009, em Copenhague, na Dinamarca, 
pouco restou para Cancún. O desfecho da COP 15 foi considerado um fracasso de negociações. As 
expectativas da comunidade internacional para o encontro de 2010 eram baixas, enquanto o Brasil 
chegou bastante otimista: o país se vê como participante que não só promete, mas que já fez muito. 
Há de fato razões para o Brasil chegar de cabeça erguida diante dos demais participantes. O mundo 
se admirou quando, voluntariamente, ao final da COP 15, o presidente Lula comunicou a meta 
voluntária de redução de emissões de carbono até 2020 por meio de cinco ações: controle do 
desmatamento na Amazônia e no Cerrado, siderurgia, energia e agricultura. No fim de outubro de 
2010, o presidente Lula anunciou que a meta de redução de 80% do desmatamento na Amazônia 
será alcançada já em 2016, com quatro anos de antecedência. Mas é possível assegurar que a 
redução de até 38,9% das emissões brasileiras, como anunciado na COP 15, acontecerá nas demais 
áreas diante do boom econômico brasileiro?
Tem muita coisa para ser feita no Brasil e a gente vai fazer. O desafio é mudar a mentalidade e 
pensar sempre sob uma perspectiva de que nós vamos implantar primeiro as ações que possam 
significar um desenvolvimento de baixo carbono. Não estamos pensando em criar uma restrição ao 
desenvolvimento, mas criar novas oportunidades de desenvolvimento que sejam de baixo carbono, 
sem sacrifício da população, sem sacrifício do desenvolvimento (Branca Bastos, MMA)
Depois de um vácuo de anos, o governo brasileiro apresentou em outubro de 2010 o segundo 
inventário das emissões nacionais. O relatório mostra que a emissão dos gases do efeito estufa 
javascript:;
aumentou 60% entre 1990 e 2005, passando de 1,4 Gt para 2,192 Gt. O desmatamento continua 
sendo a principal fonte de gases: 61% do total de emissões. A agricultura aparece em seguida, com 
19%, e o setor de energia é responsável por outros 15%. 
Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC)
Durante a COP 16, o presidente Lula assinou o decreto Nº 7.390 que regulamenta a Política 
Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) no país. Com isso, o Brasil tornou-se o primeiro país a 
apresentar um cenário concreto de redução de emissões. Com a PNMC, o governo pretende 
implementar um conjunto de medidas para que o país chegue em 2020 com uma emissão máxima 
de 2,1 bilhões de toneladas de CO2 equivalente (dióxido de carbono), por ano. 
O decreto define como principais estratégias: corte de 36% a 39% até 2020 sobre o que seria 
emitido se nada fosse feito. Isso significa que o máximo que o Brasil vai emitir em 2020 será 2 
bilhões de toneladas dos gases do efeito estufa. Em 2010, as emissões estavam em torno de 1,8 
bilhão, segundo o consultor do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Azevedo. Se nada fosse feito, a 
um crescimento da economia estimado de 5% ao ano, este número chegaria a 3,2 bilhões. 
Vale lembrar que a meta de redução para 2020 é apenas 6% menor do que o índice de 2005, quando 
o Brasil era o terceiro país com maior emissão de gases do efeito estufa, atrás de China e EUA, 
segundo dados do World Resources Institute. 
O decreto prevê ainda que 12 setores da economia nacional incorporem medidas para que a meta 
nacional seja alcançada. Cada setor terá que apresentar um plano de ação até o final de 2011. Esses 
planos serão revisados a cada três anos e poderão servir de base para um mercado nacional de 
créditos de carbono. 
As projeções de emissões nacionais de gases de efeito estufa (GEE) levaram em conta quatro 
setores: mudança de Uso da Terra, Energia, Agropecuária e Processos Industriais e Tratamento de 
Resíduos. 
A expansão da oferta hidroelétrica, da oferta de fontes alternativas renováveis, notadamente centrais 
eólicas, pequenas centrais hidroelétricas e bioeletricidade, da oferta de biocombustíveis, e 
incremento da eficiência energética são pontos considerados fundamentais para que o país atinja 
seus objetivos climáticos.
Por fim, é necessário que todos torçam e colaborem ativamente para que estas medidas acordadas e 
outras adicionais sejam implementadas, com a brevidade possível, pois já estamos sofrendo as 
consequências dos danos causados ao planeta. Não se trata somente da responsabilidade das 
autoridades, mas de cada um de nós, tomando medidas de economia dos recursos escassos, 
aumentando a reciclagem possível dos materiais, preservando parte da natureza, divulgandoos bons 
exemplos já em uso, evitando o uso de materiais poluentes. O todo vai ser resultado da ação 
individual de cada um de nós.
Reflexão 
O Protocolo de Kyoto representa um grande avanço no que se refere à proteção ambiental. Com 
validade até 2012, o grande desafio das Conferências realizadas nos últimos anos, tem sido elaborar 
um novo documento que tenha aceitação da maioria dos países. Embora não tenha obtido a 
aprovação de alguns países importantes como os Estados Unidos, o Protocolo de Kyoto chamou a 
atenção do mundo para os problemas ambientais e conseguiu frear a emissão de alguns poluentes.
A COP 16 deu continuidade as negociações em torno de um novo Protocolo, embora os avanços 
sejam lentos e de difíceis negociações. O Brasil se antecipou e foi um dos primeiros países do 
mundo a estabelecer metas para emissões de poluentes. Isso aconteceu em 2009, com a criação da 
Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC). 
javascript:;
Tecnologias de preservação ambiental
A seguir serão apresentadas e discutidas as principais tecnologias disponíveis na atualidade para 
proteção dos ecossistemas e populações humanas frente às mudanças climáticas, baseadas 
respectivamente na energia, nos transporte e na engenharia.
Energia
O consumo mundial de energia aumentou a uma taxa anual de 1,3% entre 1990 e 1998, mas se 
considerar somente os países em desenvolvimento suas taxas se situam entre 2,3 a 5,5% ao ano para 
o mesmo período. Mesmo com essas altas taxas, os países em desenvolvimento contribuem com 
cerca de 30% das emissões de poluentes anuais comparado com mais de 50% dos países 
industrializados. 
Se contabilizar as emissões de modo cumulativo desde a Revolução Industrial, ou se fizer 
considerações de emissões em termos per capita, por unidade de produto econômico (PIB), as 
contribuições dos países em desenvolvimento são bem mais modestas. 
O assunto é complexo, os desafios enormes, mas vale a pena discutir algumas barreiras e, 
especialmente, oportunidades que uma transição energética para combustíveis renováveis e 
tecnologias mais limpas e eficientes podem oferecer a países em desenvolvimento, como o Brasil, a 
China e a Índia que são os potenciais responsáveis a aumentar as emissões de GEE. 
O Brasil é um caso interessante para ser analisado, visto que o sistema energético brasileiro é 
vulnerável à mudança climática. Todas as simulações para as diferentes fontes, salvo a cana-de-
açúcar, mostram uma tendência à queda na oferta de energia. A vulnerabilidade do Brasil é mais 
intensa quanto maior é sua dependência de fontes renováveis de energia, sobretudo a 
hidreletricidade, que hoje responde por mais de 85% da produção de energia elétrica no país. 
Algumas características do sistema energético e das perspectivas que o país possui estão descritas 
abaixo:
Eletricidade: a interligação dos sistemas elétricos, conhecida como Sistema Interligado Nacional 
(SIN), permite transferir energia elétrica de uma região para outra, aproveitando as diferenças de 
estações chuvosas. O sistema baseia-se em grandes reservatórios planejados para armazenamento 
plurianual (normalmente cinco anos) e turbinas de reserva para geração de energia adicional nos 
períodos chuvosos. Dessa forma, as grandes hidrelétricas brasileiras conseguem atender à curva de 
carga não apenas numa base contínua, mas também nas horas de pico e nas horas intermediárias. Os 
sistemas hidrelétricos interligados são complementados por usinas térmicas. 
Eólica: o maior potencial eólico brasileiro está situado em áreas litorâneas do Nordeste e já se conta 
com cerca de 4 GW de capacidade (1/3 de Itaipu) de projetos aprovados. A grande parte dos 
empreendimentos se localiza em pontos bastante fracos da rede elétrica nordestina, locais onde não 
se previa a inserção de unidades geradoras de eletricidade e que podem comprometer a qualidade do 
fornecimento para toda a rede. A tecnologia de geração eólica já se encontra bastante desenvolvida 
no mercado internacional, mas será necessário adaptá-las e desenvolver procedimentos para poder 
prever o comportamento da geração eólica e inserir na operação do sistema interligado nacional. 
Biomassa: o Brasil possui o maior programa de biomassa líquida do mundo - o Pró-alcool. Muitas 
das tecnologias para o uso energético da biomassa já são dominadas no País, mas ainda não existe 
um mercado estável, sendo necessária maior participação da indústria nacional. Existem ainda, 
oportunidades de avanços tecnológicos nessa área que podem colocar o país em condições de 
destaque e com possibilidades de exportar. 
Esses dados mostram que ainda existem barreiras importantes a serem ultrapassadas. O acesso e 
equidade no consumo de energia é um problema nacional e global, indicando as disparidades 
econômicas que persistem. No Brasil e no resto do mundo os subsídios oferecidos à energia fóssil 
javascript:;
javascript:;
javascript:;
são enormes e importantes setores econômicos estão baseados em atividades de extração, produção 
e uso de carvão, petróleo e gás natural. Isso pode ser verificado nas oscilações de preços 
internacionais de petróleo e suas imediatas repercussões nas economias mundiais. 
Em 2001, o Brasil regulamentou a Lei de Eficiência Energética que estabelece índices máximos de 
consumo de energia para equipamentos produzidos ou comercializados no país. Este é um 
importante instrumento para garantir aos consumidores brasileiros o acesso a tecnologias com 
menor consumo de energia e também para induzir um constante aprimoramento tecnológico dos 
produtos nacionais. 
É necessário, no entanto, que o setor público possua uma alta capacidade de liderança e 
competência técnica para utilizar os instrumentos mencionados e coordenar atividades entre o setor 
produtivo, consumidores, governo e centros de pesquisa. Essa capacidade se traduzirá em uma 
percepção de estratégias de transição para uma economia menos intensiva em energia e para um 
novo sistema energético.
Transporte
Depois do setor energético, o de transportes é o que mais contribuiu para o aumento da emissão de 
GEE, entre 1970 e 2004, informa o IPCC (2007). O setor cresce 2% por ano e responde por 23% 
das emissões de CO2 do planeta. 
A boa notícia é que em todo o mundo surgem tecnologias e exemplos de como o setor pode deixar 
de ser um dos vilões das mudanças climáticas. Ônibus movidos a hidrogênio, carros elétricos, 
biocombustíveis, melhoria de transportes coletivos (metrôs, por exemplo) e também investimento 
em ferrovias e hidrovias já começam a ser incluídos em planejamentos de transportes de vários 
países. O quadro 1 apresenta informações sobre os principais tipos de combustíveis utilizados no 
Brasil para transporte, com descrição geral, prós, contras e qual a viabilidade da continuidade de sua 
utilização. 
 
Transporte Descrição Prós Contras Viabilidade
Hidrogênio Pode ser 
queimado em 
motores a 
combustão ou 
usado em células 
combustíveis que 
o misturam com 
oxigênio para 
produzir 
eletricidade.
É limpo - o único 
subproduto é água 
pura - e é o 
elemento mais 
abundante que 
existe em todo o 
universo.
A produção de 
hidrogênio 
consome energia 
intensamente, na 
maioria das vezes 
utilizando 
combustíveis 
fósseis ou 
biomassa. A 
facilidade de 
combustão torna 
arriscado o 
armazenamento e o 
transporte.
É muito cedo para 
estimar o custo de 
produção. Segundo 
alguns órgãos 
internacionais serão 
preciso 
investimentos de 
US$ 55 bilhões em 
pesquisa e 
desenvolvimento.
Eletricidade Meios de 
transporte podem 
utilizar 
eletricidade 
armazenada em 
baterias ou em 
Mecanicamente 
simples e os novos 
motores são muito 
eficientes. A rede 
elétrica atual pode 
ser a base da rede 
Depende emgrande 
parte de como a 
eletricidade é 
produzida. O nível 
geral de emissões 
pode ser mais alto 
Custo por 
quilômetro muito 
mais baixo do que o 
dos derivados de 
petróleo, mas o 
preço das baterias 
javascript:;
dispositivos de 
armazenamento 
de última geração 
chamados super 
capacitadores.
de abastecimento. do que a dos 
derivados de 
petróleo se for 
produzida a partir 
de uma fonte que 
usa carbono em 
grande escala.
torna os carros mais 
caros. Também 
necessita de uma 
nova infraestrutura.
BiocombustívelCombustíveis 
produzidos a 
partir de plantas 
ou resíduos de 
matéria orgânica. 
Etanol, produzido 
a partir da cana-
de-açúcar ou do 
milho substitui a 
gasolina e o óleo 
diesel.
Vários carros atuais 
já usam misturas 
contendo 
biocombustíveis. A 
próxima geração de 
combustíveis já 
será produzida 
utilizando resíduos 
de biomassa como 
sementes.
O cultivo e a 
colheita de 
biocombustíveis 
utilizam carbono - 
talvez até mais do 
que economizam. 
São cultivados em 
terras aráveis que 
poderiam estar 
sendo utilizadas 
para produção de 
alimentos.
Custo comparável 
ao da gasolina - 
pode ser menor, 
dependendo do 
preço do barril do 
petróleo. O impacto 
na produção de 
alimentos tem que 
ser medido.
Alternativa Alternativas 
incluem a queima 
ou aquecimento 
(pirólise) de lixo 
urbano. A pirólise 
produz gás ou 
óleo combustível, 
e gera mais calor.
A maior vantagem 
de vários 
combustíveis 
alternativos é que 
eles são produzidos 
a partir de algo que 
acabaria em um 
depósito de lixo.
O processo pode 
gerar um resíduo 
denso. A 
quantidade de CO2 
economizada varia, 
dependendo do 
método de 
combustão e do 
tipo de combustível 
utilizado.
A tecnologia de 
aproveitamento de 
lixo ainda está nos 
primeiros estágios 
de desenvolvimento, 
mas especialistas 
acreditam que 
poderá se tornar 
competitiva em 10 
anos.
Usando tecnologia para combater as mudanças climáticas: engenharia
Cientistas de todo o mundo vêm buscando maneiras de modificar o meio ambiente do planeta como 
forma de controlar o aquecimento global - o processo é conhecido por geoengenharia.
Uma maneira de fazer isso é simplesmente aumentar a quantidade de luz do sol que é refletida de 
volta ao espaço, através da alteração da refletividade (albedo) da Terra. Isto poderia ser feito 
utilizando enormes refletores espaciais flexíveis (1) a serem colocados no espaço em órbita da 
Terra. Ou através de "aerossóis estratosféricos" que poderiam ser aplicados na camada superior da 
atmosfera (2) para retornar parte da luz incidente ao espaço. Espelhos refletores instalados no solo 
(3) poderiam obter efeito semelhante.
Uma solução alternativa seria reduzir diretamente o carbono existente na atmosfera que entre outras 
coisas leva ao aumento da temperatura do planeta. Outra proposta citada com frequência é a captura 
de dióxido de carbono existente no ar através do uso de "árvores artificiais", seguido de liquefação 
do gás e armazenamento, provavelmente em reservatórios subterrâneos.
Segundo a Royal Society, da Grã-Bretanha, não existe uma solução mágica única de geo-engenharia 
na qual os esforços de desenvolvimento deveriam se concentrar, em termos de custo relativo à 
eficácia. Aerossóis estratosféricos parecem ser a alternativa mais eficiente que requer menos 
investimento, e que poderia ser aplicada num futuro próximo, mas o risco para o meio ambiente 
ainda não é conhecido.
A opção de alterar a capacidade refletora dos desertos é mais eficiente do que a fertilização dos 
oceanos, mas ambas podem provocar inesperadas alterações em delicados ecossistemas.
Reflexão 
Os conhecimentos científicos e tecnológicos nas áreas de energia, transporte e engenharia permitem 
que se desenvolvam políticas ambientais menos agressivas ao planeta. 
A criação de modelos alternativos e sustentáveis, sem limitar o crescimento econômico é uma das 
estratégias adotadas hoje por muitas organizações não governamentais e até mesmo algumas 
organizações governamentais. Pesquisas veem mobilizando grande número de estudiosos e 
resultados já podem ser observados em várias áreas.
Síntese do Fascículo
Este fascículo introduz o estudo sobre a importância do conhecimento acerca de conceitos que 
norteiam o tema mudanças climáticas visando fundamentar a atuação de agentes ambientais. Para 
tanto, procura analisar a evolução histórica das Conferências do Clima (COP), destacando os 
principais resultados obtidos em cada uma e os entraves causados por países que encontram 
dificuldades de assumir compromissos de redução dos agentes poluentes.
Neste percurso, a Eco-92 e o Protocolo de Kyoto de 1998 representam marcos importantes na 
evolução das políticas ambientais para proteção do Planeta. 
No que se refere a COP 15, seu principal objetivo era aprovar um novo acordo climático que 
reduziria substancialmente as emissões de GEE após 2012, quando termina o primeiro período de 
compromissos do Protocolo de Kyoto. Mereceram destaque as metas brasileiras, pois o governo 
federal decidiu ser mais ousado na proposta que apresentou em Copenhague, incluindo metas 
específicas para diminuir emissões Amazônia, no cerrado, na agropecuária, na área de energia e na 
siderurgia. 
Porém o resultado prático da COP 15 foi considerado um dos maiores fracassos da diplomacia 
mundial. Mas, por outro ela serviu para mobilizar milhões de pessoas em todo o mundo. 
Organizações de todos os setores da sociedade produziram ações relacionadas ao evento que 
demonstraram o desejo de construção de uma sociedade mais sustentável do que a atual, 
culminando em 2010 com a COP 16, que apesar de algumas ressalvas, os resultados, assim como a 
transparência nas negociações foram saudados por ambientalistas. Se destaca a participação do 
Brasil, visto o mesmo ter aprovado um decreto que regulamenta a política nacional de mudanças 
climáticas, sendo o primeiro país a apresentar um cenário concreto de redução de emissões. 
Paralelamente a isso, se espera que população mundial tenha a consciência que a solução virá 
através do uso de diferentes e avançadas tecnologias, que devem ter o seguinte tripé: energia, 
transporte e engenharia. 
Por fim, em 2011, as esperanças do planeta estarão centralizadas em Durban, na África do Sul, onde 
será realizada a COP 17. Mas é sempre válido lembrar que cada um de nós precisa fazer a própria 
parte, todos os dias. 
Exercícios
1. O que é REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) e o que pode 
representar para a conservação das florestas brasileiras? 
2. Pesquise e relate do que se trata a Agenda 21. 
3. Discuta sobre a possibilidade de alcançar um acordo na COP 17 sem a participação dos 
Estados Unidos. 
4. Um site publicou uma resenha sobre as mudanças climáticas e uma das frases 
disponibilizadas dizia: “A elevada concentração, na atmosfera, de CO2 e outros gases que 
supostamente causam o efeito de estufa não interferem na saúde humana”. Você concorda ou 
discorda? Explique. 
5. Após 2012, termina o primeiro período de compromissos do Protocolo de Kyoto. Caso você 
fosse convidado a integrar uma cúpula de estudiosos sobre o clima, quais as regras de um 
novo Protocolo você estipularia?
Referências
BBC Brasil. COP 15. Site: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ 2009. Disponível em 20 de setembro 
de 2010.
BRASIL. Protocolo de Kyoto. Editado e traduzido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia com o 
apoio do Ministério das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil. C&T Brasil, 1997.
CNI – Confederação Nacional da Indústria. Contribuições do Setor Industrial Brasileiro para a 15ª 
Conferência de Clima em Copenhague. Brasília-DF. 2009.
GONÇALVES, J. A. Minuto pelo Clima – De Olho na COP 15. Site: 
http://www.oc.org.br/minutopeloclima/?p=87.2009. Disponível em 15 de setembro de 2010.
JANNUZZI, G. M. Energia e Mudanças Climáticas: barreiras e oportunidades para o Brasil. Revista 
ComCiência. v. 35. ago. 2002.
pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Quioto
SCHAEFFER, R.; SZKLO, A. S.; LUCENA, A. F. P.; SOUZA, R. R.; BORBA, B. S. M. C.; 
COSTA, I. V. L.; PEREIRA JÚNIOR, A. O.; CUNHA, S. H. F. Mudanças Climáticas e a Segurança 
Energética no Brasil. Rio de Janeiro: Assessoria de Comunicação da Coppe/UFRJ, 2008.
www.abong.org.br/
www.ibama.gov.br/
www.mma.gov.br/conama/
www.mma.gov.br/sitio/
Autores
Germana Costa Paixão é médica veterinária pela Universidade Estadual do Ceará e Mestre em 
Patologia pela Universidade Federal do Ceará. Professora da UECE, coordena o curso de Ciências 
Biológicas à distância da Universidade Aberta do Brasil (UAB/UECE). 
Desenvolve pesquisas em aerobiologia, com especial enfoque na participação dos fungos na 
micobiota aérea. É coordenadora do curso Agentes ambientais e compromisso com as metas 
brasileiras e autora deste fascículo.
Lydia Dayanne Maia Pantoja é bióloga e mestre em microbiologia médica. Professora de 
microbiologia e parasitologia da Universidade Estadual do Ceará, atua como tutoraà distância do 
curso de Ciências Biológicas da Universidade Aberta do Brasil (UAB/UECE).
Publica artigos científicos na área de microbiologia, com ênfase em microbiologia ambiental. 
Participa como autora deste fascículo
http://www.mma.gov.br/sitio/
http://www.mma.gov.br/conama/
http://www.ibama.gov.br/
http://www.abong.org.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Quioto
http://www.oc.org.br/minutopeloclima/?p=87
	Objetivos
	Introdução
	Tarefa dos agentes ambientais
	Como participar do programa Agentes Ambientais Voluntários
	Reflexão
	A história das Conferências Mundiais do Clima 
	Como consequência da Eco-92 forma elaborados os seguintes documentos oficiais 
	Principais resultados das conferências
	Reflexão
	Protocolo de Kyoto
	Ações sugeridas pelo Protocolo de Kyoto
	A COP 16 em síntese
	Metas Brasileiras na COP 16
	Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC)
	Reflexão 
	Tecnologias de preservação ambiental
	Energia
	Transporte
	Usando tecnologia para combater as mudanças climáticas: engenharia
	Reflexão 
	Síntese do Fascículo
	Exercícios
	Referências
	Autores

Outros materiais