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DIREITO ELEITORAL PARA O TRE-RJ
Analista e Técnico
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• Código Eleitoral;
• Lei das Eleições;
• Lei de Inelegibilidade;
• Lei 6.091/74;
• Lei 7.021/82.
Esse assunto é recorrente em provas de concurso! Não deixe de estudar.
Boa aula.
2 - Tipos Previstos na Legislação
Em relação a esse assunto não temos outra alternativa a não ser sistematizar
os tipos penais previstos na legislação eleitoral. Notamos que as questões
centram a cobrança no teor dos dispositivos penais, sem maiores
aprofundamentos. Desse modo, nosso estudo será dirigido a compreensão dos
tipos. Como é uma matéria cansativa e, em razão disso, nossa capacidade de
absorção torna-se reduzida, sugere-se a revisão desse assunto ao menos uma
vez antes da prova.
Há, ainda, algumas questões que exigem posicionamento dos tribunais
superiores, especialmente do TSE e do STF. Em função disso, traremos os
principais julgados relativos à matéria.
2.1 - Conceitos Introdutórios
Antes de iniciarmos o estudo dos tipos penais-eleitorais previstos na legislação,
vamos trazer de forma objetiva alguns conceitos gerais de direito penal, tais
como tipo objetivo, tipo subjetivo, consumação etc. Esses conceitos são
relevantes em razão da estrutura utilizada para análise dos tipos nesta aula.
É importante destacar, antes de iniciarmos, que esses conceitos são estudamos
de forma pormenorizada em Direito Penal. Não é nossa pretensão aqui analisar
esses dispositivos com profundidade, mas apenas trazer alguns conceitos gerais,
para auxiliar na memorização das informações relativas à nossa aula.
Tipo Objetivo
O tipo constitui um conjunto de elementos que descrevem as informações
previstas na lei penal. No tipo são descritas as formas possíveis de violação do
bem jurídico tutelado.
O tipo objetivo consiste no comportamento descrito no preceito da norma
incriminadora, sem análise da intenção do agente.
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O tipo objetivo descreve a conduta, o objeto do crime e o respectivo resultado.
Além disso, o tipo objetivo poderá definir as circunstâncias externas do fato, bem
como eventuais circunstâncias relativas ao agente.
Tipo Subjetivo
O tipo subjetivo, por sua vez, refere-se à atitude psíquica interna do agente,
segundo cada tipo objetivo. Constituem componentes da figura típica exigidos
para a compreensão do significado do tipo praticado, por intermédio de um juízo
de valor.
Analisar o tipo subjetivo envolve o estudo do dolo. De acordo com a teoria
finalista da ação, dolo é o elemento subjetivo do tipo; é a vontade de
concretizar as características objetivas do tipo.
Teorias sobre o dolo
Existem três teorias a respeito do conteúdo do dolo:
a) Teoria da vontade, segundo a qual dolo é a vontade de praticar uma ação
consciente, um fato que se sabe contrário à lei.
Exige, para sua configuração, que quem realiza a ação tenha consciência de sua
significação, estando disposto a produzir o resultado.
b) Teoria da representação, segundo a qual dolo é a vontade de praticar a
conduta, em que o agente prevê a possibilidade de o resultado ocorrer,
sem, entretanto, desejá-lo. É suficiente que o resultado seja previsto pelo
sujeito.
c) Teoria do assentimento (ou do consentimento), segundo a qual basta para o
dolo basta a previsão ou consciência do resultado, não exigindo que o
sujeito queira produzi-lo. É suficiente o assentimento do agente ao resultado.
O Brasil adotou:
• a teoria da vontade  para que exista dolo é preciso consciência e
vontade de produzir o resultado (dolo direto);
• a teoria do assentimento - quando o agente aceita o risco de produzir o
resultado (dolo eventual).
Sujeito Passivo
O sujeito passivo é o titular do bem jurídico protegido pela norma penal.
Deve-se mencionar que o Estado será sempre sujeito passivo, ao menos, no
aspecto formal do bem jurídico, dado o interesse jurídico em punir aquele que
cometer delitos.
Contudo, a depender do tipo considerado, poderá ser sujeito passivo (material
ou eventual) o titular do bem jurídico diretamente lesado pela conduta do agente.
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Desse modo, vejamos:
Inscrição Fraudulenta do Eleitor
TIPO OBJETIVO In crever fraudulentamente eleitor no cada tro eleitoral.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO Quanto ao momento de consumação, existe divergência na jurisprudência:
1ª corrente: basta a protocolização do Requerimento de Alistamento do
Eleitor (RAE)
2ª corrente: é necessária a inscrição do eleitor no rol dos alistados, quando
há, efetivamente, o alistamento.
Prevalece o entendimento de que é necessária a inscrição do eleitor no rol dos
alistados, conforme a segunda correte.
TENTATIVA É possível, quando há, por exemplo, o protocolo da RAE com tentativa de
fraudar, contudo, o juiz, ao analisar o pedido a indefere.
PENA Reclusão: 5 anos
e
Multa: 5 a 15 dias-multa
Ainda quanto ao tipo em análise devemos lembrar que a jurisprudência do TSE
também considera incurso no art. 289 quem realizar a transferência mediante
fraude. Vejamos, nesse sentido, o Acórdão TSE nº 15.177/19981:
RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTOS. TRANSGRESSAO A NORMA ELEITORAL:
INDUZIMENTO. INSCRICAO ELEITORAL: TRANSFERENCIA. TIPICIDADE: ART. 284 E 290,
CE.
1- NAO SE CONHECE DE RECURSO ESPECIAL QUE NAO INDICA O PRECEITO LEGAL QUE
REPUTA VIOLADO OU A DIVERGENCIA DE JULGADOS.
2- INDUZIMENTO DE TERCEIROS PARA TRANSFERENCIA DE TITULO ELEITORAL, SOB
PROMESSA DE VANTAGENS. ART. 289 E 290, CE.
1 RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 15177, Acórdão nº 15177 de 16/04/1998, Relator(a) Min.
MAURÍCIO JOSÉ CORRÊA, Publicação: DJ - Diário de Justiça, Data 22/05/1998, Página 72 RJTSE
- Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 10, Tomo 1, Página 241.
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2.1- A JURISPRUDENCIA DA CORTE E NO SENTIDO DE QUE A EXPRESSAO "INSCRICAO",
CONTIDA NO ART. 290 DO CODIGO ELEITORAL, E GENERO DO QUAL A "TRANSFERENCIA"
E ESPECIE. TIPICIDADE DA CONDUTA.
2.2- A ACAO TIPICA DE INDUZIR CORRESPONDE A CARACTERIZACAO DE CRIME
UNISSUBSISTENTE, DE MODO QUE A PRATICA DESSA CONDUTA, POR SI SO, E CAPAZ DE
ACARRETAR A SUA CONSUMACAO, INDEPENDENTEMENTE DO FATO DE TER SIDO
DEFERIDA A INSCRICAO OU TRANSFERENCIA.
RECURSO ESPECIAL NAO CONHECIDO.
Induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta
Vejamos o art. 290, do Código Eleitoral, que nos traz o tipo penal:
Art. 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo deste
Código:
Pena – reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
Assim, vejamos o quadro sinóptico:
Induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta
TIPO OBJETIVO Induzir para que seja realizada a inscrição do eleitor com alguma fraude que
infrinja o dispositivo legal.
TIPO SUBJETIVO Dolo genérico, não havendo modalidade.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e a pessoa de boa-fé que acredita que são verdadeiras as informações
prestadas.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Trata-se de crime formal, para o qual basta o induzimento.
TENTATIVA Não admitida em regra.
PENA Reclusão: até 2 anos
e
Multa: 15 a 30 dias-multa
Crime de menor potencial ofensivo, pois a pena máxima é de 02 anos.
Quanto a esse tipo, algumas informações jurisprudenciais são de suma
importância.
1º. Segundo entendimento do TSE, exarado no Ac.-TSE nº 68/2005, induzir
alguém abrange as condutas de instigar, de incitar ou de auxiliar terceiro a
alistar-se fraudulentamente, aproveitando-se de sua ingenuidade ou de sua
ignorância.
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2º. O crime de falsidade ideológica eleitoral (art. 350, do CE) não é meio
necessário nem fase normal de preparação para a prática do delito de
induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta. Os crimes descritos são autônomos
e podem ser praticados sem que um dependa do outro, de acordo com a doutrina
do TSE no REspe nº 233102.
Recurso especial. Falsidade ideológica para fins eleitorais. Acórdão recorrido que aplicou o
princípio da consunção. Crime previsto no art. 350 do Código Eleitoral, absorvido pelo delito
tipificado no art. 290 do mesmo diploma legal: impossibilidade. O princípio da consunção
tem aplicação quando um crime é meio necessário ou fase normal de preparação ou de
execução de outro crime e nos casos de antefato ou pós-fato impuníveis, o que não ocorre
nos autos. O tipo incriminador descrito no art. 350 do Código Eleitoral trata de crime formal,
que dispensa a ocorrência de prejuízos efetivos, sendo suficiente a potencialidade lesiva da
conduta. Afastada a possibilidade de aplicação do princípio da consunção ao delito imputado
ao réu, não há que se falar em prescrição em abstrato da pretensão punitiva estatal. Recurso
provido.
3º O tipo descrito neste artigo deve ser afastado quando houver o concurso de
vontades entre o eleitor e o suposto autor da conduta, conforme decisão do REspe
nº 1983.
AÇÃO PENAL PÚBLICA - DIVISIBILIDADE. Ao contrário da ação penal privada, a ação penal
pública é divisível.
ELEITOR - INSCRIÇÃO. O tipo do artigo 290 do Código Eleitoral pressupõe o induzimento
do eleitor, ou seja, o fato de o agente, valendo-se da boa-fé, levá-lo à inscrição.
VOTO - OBTENÇÃO OU DAÇÃO - PRÁTICA CRIMINOSA. A teor do disposto no artigo 299 do
Código Eleitoral, pratica crime quem dá, oferece, promete, solicita ou recebe, para si ou
para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para
conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Em síntese, o tipo
alcança não só aquele que busca o voto ou a abstenção, mas também o que solicita ou
recebe vantagem para a prática do ato à margem da cidadania.
TESTEMUNHA - CORRÉU. O sistema processual exclui a possibilidade de ter-se como
testemunha copartícipe da prática criminosa, não conduzindo a divisibilidade da ação penal
pública - o fato de o Ministério Público haver acionado apenas alguns dos envolvidos - a
transmudar os demais em testemunhas.
Inscrição fraudulenta efetuada pelo juiz
Vejamos o tipo penal do art. 291, do CE:
Art. 291. Efetuar o Juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando:
Pena – reclusão até 5 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Façamos a análise dos elementos do tipo.
Inscrição fraudulenta efetuada pelo juiz
2 Recurso Especial Eleitoral nº 23310, Acórdão de 18/08/2011, Relator(a) Min. CÁRMEN LÚCIA
ANTUNES ROCHA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 06/09/2011, Página 70.
3 Recurso Especial Eleitoral nº 198, Acórdão de 26/02/2013, Relator(a) Min. MARCO AURÉLIO
MENDES DE FARIAS MELLO, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 101, Data
31/5/2013, Página 48.
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TIPO OBJETIVO Realizar, o juiz, a inscrição fraudulenta do eleitor.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e o alistando, se de boa-fé
SUJEITO ATIVO O juiz.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio (pois pode ser cometido
somente pelo juiz), comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Ocorre com a realização da inscrição. É irrelevante o recebimento do título ou
o exercício do voto.
TENTATIVA Há controvérsia na doutrina quanto à possibilidade de tentativa.
PENA Reclusão: até 5 anos
e
Multa: 5 a 15 dias-multa
Negativa ou retardamento de inscrição eleitoral
O tipo vem previsto no art. 292, do Código Eleitoral:
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a inscrição
requerida:
Pena – pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Assim, vejamos:
Negativa ou retardamento de inscrição eleitoral
TIPO OBJETIVO Negativa ou retardo por parte da autoridade judiciária, sem justificativa, da
inscrição requerida.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e o alistando.
SUJEITO ATIVO O juiz.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio (pois pode ser cometido
somente pelo juiz), comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Ocorre com a mera negativa ou com o retardamento da inscrição.
TENTATIVA Há controvérsia na doutrina quanto à possibilidade de tentativa.
PENA Multa: 30 a 60 dias-multa
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Perturbação do alistamento
Trata-se do tipo previsto no art. 293, do CE.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:
Pena – detenção de 15 dias a 6 meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Vejamos os elementos do tipo:
Perturbação do alistamento
TIPO OBJETIVO Ato de perturbar ou de impedir o alistamento eleitoral de qualquer forma.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado, aquele que teve seu alistamento perturbado ou impedido, e o servidor
da justiça eleitoral que foi perturbado ou impedido de realizar a inscrição
eleitoral do alistando.
SUJEITO ATIVO Em tese pode ser realizado por qualquer pessoa, crime comum.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO A mera perturbação já consuma o tipo.
TENTATIVA É admitida tanto no caso de perturbação quanto de impedimento.
PENA Detenção: 15 dias a 6 meses
ou
Multa: 30 a 60 dias-multa
Retenção indevida de título eleitoral
O tipo penal-eleitoral vem disposto no art. 295 no seguinte sentido:
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
A Lei 9.504 também disciplina a matéria em seu art. 91, parágrafo único.
Art. 91, parágrafo único: "a retenção de título eleitoral ou do comprovante do alistamento
eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de
prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil a dez
mil Ufirs."
Vejamos o quadro abaixo:
Retenção indevida de título eleitoral
TIPO OBJETIVO Contra a vontade do eleitor, efetuar a retenção do título eleitoral.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e o eleitor que teve seu título retido.
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Pena – detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Passemos à análise do tipo penal-eleitoral:
Desordem nos trabalhos eleitorais
TIPO OBJETIVO Promover desordem, de modo a prejudicar os trabalhos eleitorais.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e as pessoas envolvidas nos serviços eleitorais.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, uma
vez que exige que o resultado, qual seja a desordem que prejudique os
serviços, de fato ocorra.
CONSUMAÇÃO O crime está consumado com a instauração da desordem que prejudique os
serviços.
TENTATIVA Admissível.
PENA Detenção: até 2 meses
e
Multa: 60 a 90 dias-multa
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.
Impedimento ao exercício do sufrágio
Vejamos o tipo previsto no art. 297, do Código Eleitoral.
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Vejamos o quadro a seguir:
Impedimento ao exercício do sufrágio
TIPO OBJETIVO Atrapalhar ou impedir o exercíciodo sufrágio.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e o eleitor.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, se a
conduta for de impedir, e formal, se a conduta visar embaraçar o exercício do
sufrágio.
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CONSUMAÇÃO Com o efetivo impedimento ou com o mero embaraço.
TENTATIVA Não é admissível, tendo em vista que a tentativa de impedir acarretaria no
embaraço que já é previsto no tipo.
PENA Detenção: até 6 meses
e
Multa: 60 a 100 dias-multa
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.
Prisão ou detenção indevida de eleitor no período de votação
Vejamos o art. 298, do Código Eleitoral:
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de Mesa Receptora, Fiscal, Delegado de partido
ou candidato, com violação do disposto no art. 236:
Pena – reclusão até quatro anos.
Vamos nos atentar para o que dispõe o art. 236, referenciado acima.
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito)
horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em
flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou,
ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
§ 1º Os membros das Mesas Receptoras e os Fiscais de partido, durante o exercício de suas
funções, não poderão ser, detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma
garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do Juiz
competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a
responsabilidade do coator.
Vamos analisar o tipo em sua integralidade:
Prisão ou detenção indevida de eleitor no período de votação
TIPO OBJETIVO
Efetuar a prisão ou a detenção de: eleitor, membro de mesa receptora, fiscal,
delegado de partido ou candidato no período de 5 dias antes e 48 horas após
o encerramento das eleições.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e a pessoa presa ou detida.
SUJEITO ATIVO
Há divergência na doutrina:
1º crime próprio – pois somente pode ser pratica pela polícia ou autoridade
judiciária.
2º crime comum – pois não existe indicação de quem poderia efetuar a prisão
ou detenção.
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A 1ª corrente prevalece, pois o art. 236 menciona a autoridade.
CLASSIFICAÇÃO O pre ente tipo penal cla ifica e como próprio, comi ivo e permanente, poi
o crime se mantém enquanto durar a prisão ou detenção.
CONSUMAÇÃO Ocorre com a prisão ou detenção.
TENTATIVA É admitida.
PENA
Reclusão: até 4 anos
Lembre-se que, no caso de reclusão, a pena mínima é de 1 ano.
Corrupção Eleitoral
Trata-se de um dos tipos mais importante e recorrente em provas de concurso.
O tipo penal-eleitoral vem previsto no art. 299, do CE.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Façamos a análise completa do tipo:
Corrupção Eleitoral
TIPO OBJETIVO
Dar, oferecer, solicitar e até mesmo receber dinheiro, dádiva ou qualquer outra
vantagem para obter ou dar voto ou abstenção.
TIPO SUBJETIVO Dolo específico, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado, o eleitor e os demais candidatos.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Não há necessidade de aceitação da vantagem, a mera incidência em uma das
condutas indicadas no tipo já é suficiente.
TENTATIVA Não é admitida.
PENA
Reclusão: até 4 anos
e
Multa: 5 a 15 dias-multa.
Lembre-se que, no caso de reclusão, a pena mínima é de 1 ano.
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Primeiramente cabe destacar que a esse crime não se aplica o princípio da
insignificância, segundo o qual uma ação qualificada penalmente como crime é
considerada irrelevante, uma vez que não causa qualquer lesão à sociedade, ao
ordenamento jurídico ou à própria vítima. Trata-se do entendimento exarado pelo
TSE no julgamento do AgR-AI nº 106724:
Agravo regimental em agravo de instrumento. Inviabilidade de reexame de fatos e provas
na instância extraordinária. Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Inocorrência de
prescrição. Ausência dos requisitos exigidos para a aplicação do princípio da insignificância.
Crime continuado. Aplicabilidade do art. 71 do Código Penal. Dissídio jurisprudencial não
configurado. Similitude fática entre os julgados não verificada. Manutenção da decisão
atacada. Agravo regimental ao qual se nega provimento.
Portanto, lembrem-se:
Precisamos ainda tratar das peculiaridades do artigo na jurisprudência do TSE.
 “A regra segundo a qual o corréu não pode figurar, no processo em que o é, 
como testemunha há de ser tomada de forma estrita, não cabendo partir para
ficção jurídica, no que, envolvido na prática criminosa – compra de votos, art.
299 do Código Eleitoral –, não veio a ser denunciado." Trata-se da decisão do
TSE no HC nº 78048.
 A configuração da corrupção eleitoral não exige pedido expresso de voto, mas
sim a comprovação da finalidade de obter ou de dar voto ou prometer abstenção.
Isso é o que foi decidido no ED-REspe nº 58245, do TSE.
 O art. 41-A, da Lei nº 9.504/1997, não alterou a disciplina da corrupção
eleitoral e não implicou abolição do crime de corrupção eleitoral aqui tipificado.
Vejamos o julgamento do TSE no Ag nº 6.553:
A absolvição na representação por captação ilícita de sufrágio, na esfera cível-eleitoral,
ainda que acobertada pelo manto da coisa julgada, não obsta a persecutio criminis pela
prática do tipo penal descrito no art. 299, do Código Eleitoral.
 O TSE tem entendido que, para a configuração do crime de corrupção eleitoral
é necessário o dolo específico que exige o tipo penal, qual seja, a finalidade de
obter ou dar voto ou prometer abstenção.
 De acordo com o Ag nº 8.905 do TSE, o crime de corrupção eleitoral é crime
formal que não admite a forma tentada, sendo o resultado mero exaurimento da
conduta criminosa.
 O TSE entende que para a configuração do ilícito penal exige-se que o corruptor
eleitoral passivo seja pessoa que possa votar.
4 Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 10672, Acórdão de 28/10/2010, Relator(a)
Min. CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 226,
Data 25/11/2010, Página 41.
Princípio da Insignificância
NÃO se aplica ao caso de Corrupção
eleitoral
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TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
E tado e o eleitor que ofre a coação.
SUJEITO ATIVO O servidor Público, observe-se que pode ou não integrar a Justiça Eleitoral.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e formal, pois não
é necessário que haja o voto.
CONSUMAÇÃO Com a coação séria, capaz de provocar o constrangimento ao eleitor
TENTATIVA Não é admitida, em regra, por tratar-se de crime formal. Contudo, parte da
doutrina entende ser possível a tentativa se utilizado o meio escrito.
PENA
Detenção: até 6 meses
e
Multa: 60 a 100 dias-multa.
Se o agente é membro da Justiça Eleitoral a pena é agravada de 1/5 a 1/3.
Coação violenta de eleitores
De acordo com o art. 301, do CE,incide nesse tipo quem:
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Desse modo:
Coação violenta de eleitores
TIPO OBJETIVO
Coagir alguém a votar em determinado partido ou candidato com uso de
violência ou grave ameaça.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e o eleitor que sofre a coação.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO
O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal, tendo em
vista que o próprio tipo informa que não é necessária a consecução do
resultado.
CONSUMAÇÃO Com o uso da violência ou grave ameaça de modo a coagir o eleitor.
TENTATIVA É admissível.
PENA
Reclusão: até 4 anos
e
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Multa: 5 a 15 dias-multa.
Cabe mencionar, ainda, o entendimento do TSE no AgR-REspe nº 51635985, no
sentido de que não se exige que o crime acima tenha sido praticado
necessariamente durante o período eleitoral. Vejamos a ementa do julgado:
Ação penal. Coação. Votação. Denúncia.
1. Para modificar o entendimento da Corte de origem - que considerou atendidos os
requisitos dos arts. 41 do Código de Processo Penal e 357, § 2º, do Código Eleitoral, em
face da demonstração de indícios de materialidade e autoria do delito previsto no art. 301
do Código Eleitoral -, concluindo pelo recebimento de denúncia contra prefeito, seria
necessário o reexame do conjunto fático-probatório, o que é vedado em sede de recurso
especial, a teor da Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal.
2. O tipo do art. 301 do Código Eleitoral refere-se ao uso de violência ou grave ameaça
para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que
os fins visados não sejam conseguidos.
3. A circunstância de ausência de poder de gestão de programa social não afasta a eventual
configuração do delito do art. 301 do Código Eleitoral diante do fato alusivo à ameaça a
eleitores quanto à perda de benefício social, caso não votassem no candidato denunciado.
Agravo regimental não provido.
Concentração ilegal de eleitores
Vejamos o tipo expresso no art. 302, do Código Eleitoral.
Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o
exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma:
Pena – reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa.
Assim:
Concentração ilegal de eleitores
TIPO OBJETIVO
Com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto, promover a
concentração de eleitores no dia da eleição.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO Estado, o eleitor e os candidatos prejudicados.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
5 Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 5163598, Acórdão de 17/02/2011,
Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico,
Data 11/04/2011, Página 37-38.
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CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Com a mera concentração com intuito crimino o.
TENTATIVA É admissível.
PENA
Reclusão: de 4 anos a 6 anos.
e
Multa: 200 a 300 dias-multa.
Observe-se que a Lei nº 6.091/1974, em seu art. 11, III, revogou a parte final
desse artigo, a qual previa “inclusive o fornecimento gratuito de alimento e 
transporte coletivo”, por considerar como crime tal prática, dilatando o período 
de proibição de transporte de eleitores desde o dia anterior até o posterior à
eleição.
De acordo com o julgamento do TSE no HC nº 70543, o crime de concentração
ilegal de eleitores não alcança o transporte de cidadãos no dia da realização de
plebiscito.
Majoração de preços na eleição
O tipo vem previsto no art. 303, do CE.
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de eleições,
tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de
matéria eleitoral:
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Vamos analisar os elementos do tipo:
Majoração de preços na eleição
TIPO OBJETIVO Majorar o preço de produtos e serviços necessários para que se possa realizar
o pleito eleitoral.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado, o eleitor e os candidatos ou partidos políticos eventualmente
prejudicados.
SUJEITO ATIVO
Qualquer pessoa que forneça os produtos ou serviços de transporte e de
alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de material
eleitoral.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.
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CONSUMAÇÃO Ocorre com o aumento propositado dos preços
TENTATIVA É admi ível, embora de difícil ocorrência fática.
PENA Multa: 250 a 300 dias-multa.
Ocultação ou recusa de fornecimento de bens e serviços nas eleições
Esse tipo pode ser observado da análise do art. 304, do CE.
Art. 304. Ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento,
normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder
exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato:
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Desse modo:
Ocultação ou recusa de fornecimento de bens e serviços nas eleições
TIPO OBJETIVO
O ato de ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar o fornecimento de bens ou
serviços no dia das eleições
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e os consumidores eventualmente prejudicados.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO
O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera
conduta.
CONSUMAÇÃO Com a ocultação, sonegação ou recusa de fornecimento.
TENTATIVA É admissível, embora de difícil ocorrência fática.
PENA Multa: 250 a 300 dias-multa.
Intervenção de autoridade estranha à mesa receptora
Trata-se do tipo penal-eleitoral previsto no art. 305.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, salvo o Juiz Eleitoral, no seu
funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Os elementos do tipo são os seguintes:
Intervenção de autoridade estranha à mesa receptora
TIPO OBJETIVO
Intervir no funcionamento da mesa receptora, autoridade estranha, salvo o
juiz eleitoral.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
e
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SUJEITO
PASSIVO
Estado e aqueles que integram a mesa receptora.
SUJEITO ATIVO Qualquer autoridade, exceto o juiz eleitoral.
CLASSIFICAÇÃO
O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e de mera
conduta.
CONSUMAÇÃO Com a mera intervenção da autoridade estranha.
TENTATIVA É admissível
PENA
Detenção: até 6 meses
e
Multa: 60 a 90 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Inobservância da ordem de votação.
Esse é o tipo exposto no art. 306, do Código Eleitoral.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar:
Pena – pagamento de 15 a 30 dias-multa.
A ordem a ser observada no dia da votação, tendo em vista certas prioridades,
está prevista no art. 143, do CE.
Art. 143. Às 8 (oito) horas, supridas as deficiências declarará o Presidente iniciados os
trabalhos, procedendo-se em seguida à votação, que começará pelos candidatos e eleitores
presentes.
§ 1º Os membros da Mesa e os Fiscais de partido deverão votar no correr da votação, depois
que tiverem votado oseleitores que já se encontravam presentes no momento da abertura
dos trabalhos, ou no encerramento da votação.
§ 2º Observada a prioridade assegurada aos candidatos, têm preferência para votar o Juiz
Eleitoral da Zona, seus auxiliares de serviço, os eleitores de idade avançada, os enfermos e
as mulheres grávidas.
Outros casos de prioridades foram criados pelas Resolução nº 22.154/2006 e nº
22.712/2008 para:
a) promotores eleitorais;
b) policiais militares que estejam em serviço;
c) pessoas portadoras de necessidades especiais;
d) lactante.
Além disso, o estatuto do idoso prevê prioridade garantida aos maiores de 60
anos.
Passemos à análise do tipo:
Inobservância da ordem de votação
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TIPO OBJETIVO
Deixar de observar a ordem em que os eleitores devem ser convocados a
votar.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e os eleitores que possuem prioridade de voto e forem preteridos.
SUJEITO ATIVO Os mesários e o juiz eleitoral.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO Quanto por ordem do mesário ou do juiz o eleitor é colocado em ordem diversa
daquela em que deveria votar.
TENTATIVA É admissível.
PENA Multa: 15 a 30 dias-multa.
Fornecimento de cédula já assinada
Vejamos o tipo previsto no art. 307.
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer forma marcada:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Com o advento da votação eletrônica esse crime se tornou de pouca incidência,
pelo fato de que, em caso de falha da urna eletrônica, é possível a utilização da
cédula. Nesse caso, então, o crime se torna perfeitamente possível.
Façamos uma análise detalhada dos elementos do tipo:
Fornecimento de cédula já assinada
TIPO OBJETIVO Fornecer ao eleitor cédula assinada ou marcada de alguma forma.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO Estado e o eleitor que receber a cédula assinada.
SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora.
CLASSIFICAÇÃO
O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e formal, pois não
é exigida a fraude ao voto.
CONSUMAÇÃO Com o recebimento da cédula em condições inadequadas. Sequer é necessário
que o eleitor deposite essa cédula na urna.
TENTATIVA É admissível.
PENA
Reclusão: até 5 anos.
e
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Multa: 5 a 15 dias-multa.
Fornecimento de cédula em momento inoportuno
Pelas mesmas razões expostas no crime anterior, esse delito somente ocorrerá
em caso de falha da urna eletrônica e realização da votação por meio de cédulas
de papel. Vejamos o tipo do art. 308.
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que não a de entrega
da mesma ao eleitor:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Vamos desmembrar o tipo penal-eleitoral:
Fornecimento de cédula em momento inoportuno
TIPO OBJETIVO Rubricar e fornecer a cédula em momento inoportuno
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e o eleitor que receba a cédula.
SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora.
CLASSIFICAÇÃO
O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e formal, pois não
é exigido o resultado do voto.
CONSUMAÇÃO
Com o recebimento da cédula em condições inadequadas. Sequer é necessário
que o eleitor deposite essa cédula na urna.
TENTATIVA É admissível.
PENA
Reclusão: até 5 anos.
e
Multa: 60 a 90 dias-multa.
Exercício irregular do voto
Trata-se da disciplina do art. 309.
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena – reclusão até três anos.
Exercício irregular do voto
TIPO OBJETIVO Tentar votar, ou efetivamente votar, mais de uma vez no lugar de outro eleitor.
TIPO SUBJETIVO Dolo.
SUJEITO
PASSIVO
Estado, candidato ou o eleitor em lugar do qual foi realizado o voto.
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SUJEITO ATIVO O eleitor ou qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO
O pre ente tipo penal cla ifica e como comum, comi ivo e material, quando
se tratar do voto efetivo, e de mera conduta, quando se tratar da tentativa de
voto no lugar de outrem.
CONSUMAÇÃO Com a tentativa de realizar o voto já se incide no crime.
TENTATIVA Não é possível, pois o tipo já criminaliza a figura da tentativa.
PENA Reclusão: até 3 anos.
Práticas irregulares na votação
O art. 310, do CE, dispõe o seguinte:
Art. 310. Praticar, ou permitir o membro da Mesa Receptora que seja praticada, qualquer
irregularidade que determine a anulação de votação, salvo no caso do art. 311:
Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Veremos o que é abordado no art. 311 em seguida, no momento vamos focar no
exame do presente dispositivo legal.
Práticas irregulares na votação
TIPO OBJETIVO
Praticar qualquer irregularidade que cause a anulação da votação ou, ao
membro da mesa receptora, permitir que seja praticada irregularidade que
determine a anulação da votação.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e o eleitor em caso de anulação da votação.
SUJEITO ATIVO Membros da mesa receptora.
CLASSIFICAÇÃO
O presente tipo penal classifica-se como próprio (de acordo com o
entendimento majoritário), comissivo e material, pois exige-se que a votação
seja anulada.
CONSUMAÇÃO
Diz-se que ocorre com a anulação dos votos, embora tal entendimento não
seja totalmente pacífico.
TENTATIVA É admissível
PENA
Detenção: até 6 meses
ou
Multa: 90 a 120 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Voto fora da seção
Agora sim vamos realizar o estudo do art. 311, que é excetuado no artigo acima.
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Art. 311. Votar em Seção Eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos expressamente
previstos, e permitir, o Presidente da Mesa Receptora, que o voto seja admitido:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-multa para o eleitor e de 20 a
30 dias-multa para o Presidente da Mesa.
Esse tipo é de difícil ocorrência em nosso sistema de votação atual, tendo em
vista os aspectos eletrônicos de votação. De qualquer modo, segue o
desmembramento do artigo.
Voto fora da seção
TIPO OBJETIVO
Votar em seção eleitoral a qual não está inscrito. Além disso, o tipo objetivo
prevê a conduta do Presidente da mesa receptora em permitir o voto.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado.
SUJEITO ATIVO O eleitor ao votar e o Presidente da mesa ao permitir o voto.
CLASSIFICAÇÃO
O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e material, pois
exige-se o voto.
CONSUMAÇÃO Com a efetiva realização do voto.
TENTATIVA É admissível
PENA
Detenção: até 1 mês
ou
Multa: 5 a 15 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Violação ou tentativa de violação ao sigilo do sufrágio
O tipo objetivo previsto no art. 312 é extremamente direto, vejamos:
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena – detenção até dois anos.
Violação ou tentativa de violação ao sigilo do sufrágio
TIPO OBJETIVO Violar o sigilo do voto ou tentar violar.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, candidatos ou o eleitor cujo sigilo foi violado.
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CLASSIFICAÇÃO
O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e material ao violar
e de mera condutano caso de tentativa de violação.
CONSUMAÇÃO Ocorre com a mera tentativa de violação.
TENTATIVA A tentativa já é uma conduta criminalizada.
PENA
Detenção: até 02 anos.
Infração de menor potencial ofensivo.
Omissão de expedição de boletim de apuração de urna
Trata-se do previsto no art. 313, do Código Eleitoral.
Art. 313. Deixar o Juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de apuração
imediatamente após a apuração de cada urna e antes de passar à subseqüente, sob
qualquer pretexto e ainda que dispensada a expedição pelos Fiscais, Delegados ou
candidatos presentes:
Pena – pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a contagem for procedida pela Mesa
Receptora incorrerão na mesma pena o Presidente e os Mesários que não expedirem
imediatamente o respectivo boletim.
O parágrafo único trata-se de obrigação inclusa pelo art. 68, § 1º, da Lei 9.504.
Art. 68. O boletim de urna, segundo modelo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral,
conterá os nomes e os números dos candidatos nela votados.
§ 1º O Presidente da Mesa Receptora é obrigado a entregar cópia do boletim de urna aos
partidos e coligações concorrentes ao pleito cujos representantes o requeiram até uma hora
após a expedição.
Passemos ao exame da conduta criminalizada.
Omissão de expedição de boletim de apuração de urna
TIPO OBJETIVO
Deixar de expedir o boletim de apuração imediatamente após a apuração de
cada urna.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
O Estado.
SUJEITO ATIVO Os mesários ou o juiz eleitoral.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO Com o mero ato de deixar de enviar o boletim.
TENTATIVA Por ser crime omissivo não comporta tentativa.
PENA Multa: 90 a 120 dias-multa.
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Omissão no recolhimento das cédulas apuradas da urna
Vejamos, agora, o art. 314.
Art. 314. Deixar o Juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas apuradas na respectiva
urna, fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apuração de cada Seção e antes de passar
à subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a providência pelos Fiscais,
Delegados ou candidatos presentes:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a contagem dos votos for procedida pela
Mesa Receptora incorrerão na mesma pena o Presidente e os Mesários que não fecharem e
lacrarem a urna após a contagem.
Assim:
Omissão no recolhimento das cédulas apuradas da urna
TIPO OBJETIVO
Deixar de recolher as cédulas apuradas na urna, fechá-la e lacrá-la, assim que
findar a apuração.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado.
SUJEITO ATIVO Os integrantes da Mesa e o juiz eleitoral.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO Ocorre com o ato omissivo.
TENTATIVA Não é admissível, tendo em vista que é crime omissivo.
PENA
Detenção: até 02 meses.
ou
Multa: 90 a 120 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Alteração de mapas ou boletins de apuração ou votação
O art. 315 disciplina o seguinte:
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida por qualquer
candidato ou lançar nesses documentos votação que não corresponda às cédulas apuradas:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Cabe, ainda, trazer mais dois dispositivos legais. Vejamos o art. 15 da Lei nº
6.996.
Art. 15 - Incorrerá nas penas do art. 315 do Código Eleitoral quem, no processamento
eletrônico das cédulas, alterar resultados, qualquer que seja o método utilizado.
Também está relacionado ao dispositivo o art. 72, da Lei nº 9.504/97.
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:
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I - obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço eleitoral,
a fim de alterar a apuração ou a contagem de votos;
II - desenvolver ou introduzir comando, instrução, ou programa de computador capaz de
destruir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa ou
provocar qualquer outro resultado diverso do esperado em sistema de tratamento
automático de dados usados pelo serviço eleitoral;
III - causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na votação ou na
totalização de votos ou a suas partes.
Como sabemos, a apuração dos votos por meio de cédulas em papel é
extremamente incomum no sistema eletrônico e ocorre apenas em caso de
falhas. Dessa forma, esse tipo penal também se torna pouco corriqueiro. De todo
o modo, vamos julgar o tipo.
Alteração de mapas ou boletins de apuração ou votação
TIPO OBJETIVO
Alterar a votação obtida por qualquer candidato ou lançar votação que não
corresponda às cédulas apuradas nos mapas ou nos boletins de apuração.
TIPO SUBJETIVO Dolo.
SUJEITO
PASSIVO Estado, candidato ou o eleitor que não teve seu voto apurado.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, muito embora caiba à Junta Eleitoral totalizar os votos.
CLASSIFICAÇÃO
O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e material.
Observe-se que parte da doutrina classifica como crime formal.
CONSUMAÇÃO Ocorre com a efetiva alteração dos dados incorretos.
TENTATIVA É admitida
PENA
Reclusão: até 5 anos.
e
Multa: 5 a 15 dias multa.
Recusa à consignação de protestos em ato de eleição ou de apuração
Vejamos o art. 316.
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apuração os protestos
devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instância superior:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Vejamos, ainda, de forma relacionada e sem excluir o tipo previsto acima, o art.
70, da Lei das Eleições.
Art. 70. O Presidente de Junta Eleitoral que deixar de receber ou de mencionar em ata os
protestos recebidos, ou ainda, impedir o exercício de fiscalização, pelos partidos ou
coligações, deverá ser imediatamente afastado, além de responder pelos crimes previstos
na Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.
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Assim:
Recusa à consignação de protestos em ato de eleição ou de apuração
TIPO OBJETIVO
Deixar de receber ou de mencionar os protestos ou deixar de remetê-los à
instância superior.
TIPO SUBJETIVO Dolo.
SUJEITO
PASSIVO Estado e aquele que formulou o protesto.
SUJEITO ATIVO Mesários ou integrantes da Junta Eleitoral.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO Ocorre com o não recebimento ou falta de menção dos protestos ou, ainda,
com a falta de envio dos protestos à instância superior.
TENTATIVA Não é admitida por ser crime omissivo.
PENA
Reclusão: até 5 anos.
e
Multa: 5 a 15 dias multa.
Violação ou tentativa de violação do sigilo de urna
Trata-se do tipo penal-eleitoral disposto no art. 317, do CE.
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros:
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Assim:
Violação do Sigilo de Urna
TIPO OBJETIVO
Violar o sigilo de urna eletrônica ou dos invólucros. Abrange, também, o tipo
objetivo e a tentativa de violação do sigilo da urna ou invólucros.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO Estado.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO
A consumação ocorre com a tentativa ou com a violação efetiva do sigilo da
urna.
TENTATIVA É admitida.
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PENA
Reclusão: 3 a 5 anos.
Multa: não há
Contagem Indevida de Votos
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 318, do CE:
Art. 318. Efetuar a Mesa Receptora a contagem dos votos da urna quando qualquer eleitor
houver votado sob impugnação (art. 190):
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Trata-se de um tipo penal pouco utilizado tendo em vista o processamento
eletrônico de votos. Contudo, como poderá ser utilizado excepcionalmente – com
em casos em que a votação se dê por cédulas – devemos analisá-lo.
Assim:
Contagem Indevida de Votos
TIPO OBJETIVO
Efetuar, a mesa receptora, a contagem dos votos da urna quando houver
qualquer voto sob impugnação.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado.
SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO
Havendo impugnação, a mesa receptora deverá suspender a contagem dos
votos. Caso o voto seja computado antes de analisada a impugnação haverá a
consumação do tipo.
TENTATIVA É admitida.
PENA
Detenção: até 1 mês.
ou
Multa: 30 a 60 dias-multa.
Subscrição múltipla de ficha para registro de partido
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 319, do CE:
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou mais partidos:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 10 a 30 dias-multa.
Primeiramente, por “ficha de registro” devemos ler a assinatura nas listas para 
apoiamento mínimo. O apoiamento mínimo é uma das condições para a criação
de partidos políticos. Assim, ao se criar um partido político é necessária a colheita
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Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais partidos:
Pena – pagamento de 10 a 20 dias-multa.
Esse tipo possui relação com a previsão do art. 22, § único, da Lei nº 9.096/1995
(Lei dos Partidos Político), que estabelece o dever que o eleitor possui de informar
à Justiça Eleitoral a nova filiação. Se não o fizer, terá cancelada a filiação mais
antiga, o qual não elide a apuração da responsabilidade penal em razão do tipo
penal que estamos estudando.
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais
recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.
Assim:
Múltipla Filiação Partidária
TIPO OBJETIVO Inscrever filiado simultaneamente em dois ou em mais partidos políticos.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e demais partidos políticos.
SUJEITO ATIVO
Há uma divergência doutrinária.
1ª corrente: afirma que se trata de crime comum e, em razão disso, poderá
ser cometido por qualquer eleitor.
2ª corrente: afirma que se trata de crime próprio uma vez que não poderá ser
cometido por qualquer pessoa, mas pelo eleitor.
Não há um posicionamento que prevaleça.
CLASSIFICAÇÃO
O presente tipo penal classifica-se como comum ou próprio (segundo as
correntes acima), comissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO Haverá a consumação com a assinatura da ficha.
TENTATIVA Não é admitida.
PENA
Detenção: até 1 mês.
ou
Multa: 10 – 30 dias-multa.
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.
Colheita Indevida de Apoio para Registro de Partido Político
Vimos um pouco mais acima que o eleitor que assina duas vezes a lista de
apoiamento mínimo incorre no tipo penal do art. 319, do CE. Aqui é o inverso.
Vejamos o que dispõe o art. 321, do CE:
Art. 321. Colher assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 20 a 40 dias-multa.
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Colheita Indevida de Apoio para Registro de Partido Político
TIPO OBJETIVO Colher a a inatura do eleitor em mai de uma ficha de regi tro de partido.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, pois se trata de crime comum
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Ocorrerá a consumação com a mera colheita da assinatura do eleitor, ainda
que não se venha utilizar a ficha para registro do partido político no TSE.
TENTATIVA É admitida.
PENA
Detenção: até dois meses.
ou
Multa: 20 a 40 dias-multa.
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.
Divulgação de Fatos Inverídicos na Propaganda
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 322, do CE:
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou
candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
Pena – detenção de dois meses a um ano ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou
televisão
Divulgação de Fatos Inverídicos na Propaganda
TIPO OBJETIVO
Divulgar na propaganda eleitoral fatos que sabe inverídicos em relação a
partidos políticos ou a candidatos, que sejam capazes de exercer influência na
decisão do eleitor.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado, eleitores, candidatos ofendidos e partidos políticos.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, pois se trata de crime comum
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Ocorrerá com a consumação com a divulgação da propaganda.
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TENTATIVA É admitida.
PENA
Detenção: 2 me e a 1 ano.
ou
Multa: 120 a 150 dias-multa.
Ao contrário do padrão dos tipos penais, nesse caso foi fixada a pena
mínima.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.
Ademais, a pena será agravada se o crime for cometido pela imprensa, rádio
ou televisão.
Para finalizar, é importante ressaltar que o TSE entende que somente propaganda
paga veiculada em confronto com o dispositivo acima é capaz de gerar a
tipificação penal. Nesse sentido, vejamos a ementa do AgR-REspe nº
35.977/20096:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CRIME ELEITORAL. ART. 323 DO
CÓDIGO ELEITORAL. ATIPICIDADE. DIVULGAÇÃO. OPINIÃO. CANDIDATO. IMPRENSA
ESCRITA. PROPAGANDA. NÃO CONFIGURAÇÃO.
1. O art. 323 do Código Eleitoral refere-se à divulgação de fatos inverídicos na propaganda,
conceito que deve ser interpretado restritivamente, em razão do princípio da reserva legal.
2. O art. 20, § 3º, da Resolução TSE nº 22.718/2008 estabelece que Não caracterizará
propaganda eleitoral a divulgação de opinião favorável a candidato, a partido político ou a
coligação pela imprensa escrita, desde que não seja matéria paga, mas os abusos e os
excessos, assim como as demais formas de uso indevido dos meios de comunicação, serão
apurados e punidos nos termos do art. 22 da Lei Complementar nº 64/90.
3. Na espécie, os textos jornalísticos publicados na imprensa escrita não eram matérias
pagas, razão pela qual ainda que tivessem eventualmente divulgado opiniões sobre
candidatos não podem ser caracterizados como propaganda eleitoral, impedindo, por
consequência, a tipificação do crime previsto no art. 323 do Código Eleitoral.
4. Agravo regimental não provido.
Calúnia Eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 324, do CE:
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda,
imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção de seis meses a dois anos e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
6 Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 35977, Acórdão de 15/10/2009, Relator(a)
Min. FELIX FISCHER,Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 7/12/2009, Página 15
RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume 20, Tomo 4, Data 15/10/2009, Página 301
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Assim:
Calúnia Eleitoral
TIPO OBJETIVO
Caluniar alguém na propaganda eleitoral imputando falsamente fato definido
como crime.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO Estado e o ofendido.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Consuma-se com a divulgação da propaganda e com o conhecimento por
terceiros.
TENTATIVA É admitida, exceto pela forma verbal.
PENA
Detenção: 6 meses a 2 anos.
ou
Multa: 10 a 40 dias-multa.
Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido
contra:
1. Presidente da República;
2. Chefe de Governo Estrangeiro;
3. Funcionário público em razão de suas funções;
4. Na presença de várias pessoas;
5. Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa.
Difamação Eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 325, do CE:
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Assim:
Difamação Eleitoral
INCORRE EM CALÚNIA ELEITORAL
AQUELE QUE, SABENDO SER FALSA
A IMPUTAÇÃO, A PROPALAR OU A
DIVULGAR.
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TIPO OBJETIVO
Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado e o ofendido.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO
Consuma-se o delito com a divulgação da informação difamatória na
propaganda visando à propaganda eleitoral, desde que chegue ao
conhecimento de terceiros.
TENTATIVA É admitida, exceto se realizada de forma verbal.
PENA
Detenção: de 3 meses a 1 ano.
e
Multa: 5 a 30 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido
contra:
1. Presidente da República;
2. Chefe de Governo Estrangeiro;
3. Contra funcionário público em razão de suas funções;
4. Na presença de várias pessoas;
5. Utilizando-se de meios que facilite a divulgação da ofensa.
Conforme dissemos, a conduta não precisa ser praticada contra candidato, deverá
apenas ser veiculada com finalidade de propaganda eleitoral. Nesse sentido,
vejamos o HC nº 187.635/20108, pelo qual firmou a desnecessidade de que a
ofensa seja praticada contra candidato para a tipificação do crime previsto neste
artigo.
HABEAS CORPUS. CRIME ARTS. 325 E 326 DO CÓDIGO ELEITORAL. OFENSA VEICULADA
NA PROPAGANDA ELEITORAL. TIPICIDADE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL.
1. Para a tipificação dos crimes de difamação e injúria eleitorais, previstos nos arts. 325 e
326 do Código Eleitoral, não é preciso que a ofensa seja praticada contra candidato, uma
8 Habeas Corpus nº 187635, Acórdão de 14/12/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES
PASSARINHO JUNIOR, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 033, Data
16/02/2011, Página 44-45.
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vez que a norma descreve as condutas de difamar e injuriar alguém, sem especificar
nenhuma qualidade especial quanto ao ofendido.
2. O que define a natureza eleitoral desses ilícitos é o fato de a ofensa ser perpetrada na
propaganda eleitoral ou visar a fins de propaganda.
3. Na espécie, as ofensas foram veiculadas na propaganda eleitoral por rádio, o que
determina a competência da Justiça Eleitoral para apurar a prática dos delitos tipificados
nos arts. 325 e 326 do Código Eleitoral.
4. Ordem denegada.
Mesmo entendimento foi firmado no HC nº 114080/2011, segundo o qual a
incursão na difamação eleitoral relaciona-se ao contexto eleitoral em que ela é
veiculada, não possuindo relação com o sujeito da conduta.
Vejamos também a Ementa do RHC nº 761.681/20119, segundo a qual o
deferimento do direito de resposta e a interrupção da divulgação da ofensa não
evitam a apuração do tipo ora estudados, caso haja difamação ou divulgação de
fatos inverídicos na propaganda eleitoral:
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ARTS. 323 E 325 DO CÓDIGO ELEITORAL.
DIFAMAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE FATOS INVERÍDICOS NA PROPAGANDA ELEITORAL.
TRANCAMENTO AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE.
1. O deferimento do direito de resposta e a interrupção da divulgação da ofensa não elidem
a ocorrência dos crimes de difamação e de divulgação de fatos inverídicos na propaganda
eleitoral, tendo em vista a independência entre as instâncias eleitoral e penal.
2. Para verificar a alegação dos impetrantes de que não houve dolo de difamar, injuriar ou
caluniar, mas tão somente de narrar ou criticar, seria imprescindível minuciosa análise da
prova dos autos, providência incabível na estreita via do habeas corpus, marcado por
cognição sumária e rito célere.
3. Na espécie, não é possível verificar, de logo, a existência de nenhuma das hipóteses que
autorizam o trancamento da ação penal, pois não está presente causa de extinção da
punibilidade e a denúncia descreve fato que, em tese, configura crime eleitoral, apontando
prova da materialidade do ilícito e indícios de autoria.
4. Recurso desprovido.
Injúria Eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 326, do CE:
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O Juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio
empregado, se considerem aviltantes:
9 Recurso em Habeas Corpus nº 761681, Acórdão de 17/05/2011, Relator(a) Min. FÁTIMA NANCY
ANDRIGHI, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 01/07/2011, Página 92.
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Infração de menor potencial ofensivo.
Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido
contra:
6. Pre idente da República;
7. Chefe de Governo Estrangeiro;
8. Funcionário público em razão de suas funções;
9. Na presença de várias pessoas;
10. Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa.
Ademais, é possível a caracterização da injúria eleitoral de acordo com o art. 326
§2º, do CE. Esse dispositivo se aplica sempre que, além da injúria eleitoral,
houver também ofensa física.
Para finalizar, é importante destacar que o TSE entende desnecessário que a
ofensa seja praticada contra candidato para a tipificação do crime de injúria
eleitoral. Vejamos, a título ilustrativo, a ementa do HC nº 187.635/201010.
HABEAS CORPUS. CRIME ARTS. 325 E 326 DO CÓDIGO ELEITORAL. OFENSA VEICULADA
NA PROPAGANDA ELEITORAL. TIPICIDADE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL.
1. Para a tipificação dos crimes de difamação e injúria eleitorais, previstos nos arts. 325 e
326 do Código Eleitoral, não é preciso que a ofensa seja praticada contra candidato, uma
vez que a norma descreve as condutas de difamar e injuriar alguém, sem especificar
nenhuma qualidade especial quanto ao ofendido.
2. O que define anatureza eleitoral desses ilícitos é o fato de a ofensa ser perpetrada na
propaganda eleitoral ou visar a fins de propaganda.
3. Na espécie, as ofensas foram veiculadas na propaganda eleitoral por rádio, o que
determina a competência da Justiça Eleitoral para apurar a prática dos delitos tipificados
nos arts. 325 e 326 do Código Eleitoral.
4. Ordem denegada.
Antes de seguirmos, façamos uma observação. Os últimos três tipos penais
(calúnia eleitoral, difamação eleitoral e injúria eleitoral) possuem uma
causa de aumento de pena?
A fundamentação dessa causa de aumento consta do art. 327, do CE. V ejamos:
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326, aumentam-se de um terço, se
qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.
10 Habeas Corpus nº 187635, Acórdão de 14/12/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES
PASSARINHO JUNIOR, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 033, Data
16/02/2011, Página 44-45.
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Multa: 90 a 120 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias.
Impedimento ao exercício da propaganda
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 332, do CE:
Art. 332. Impedir o exercício de propaganda:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Assim:
Impedimento ao exercício da propaganda
TIPO OBJETIVO Impedir o exercício de propaganda.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado, candidato, partido ou coligação prejudicados.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material.
CONSUMAÇÃO Consuma-se com a prática de quaisquer dos verbos previstos no tipo objetivo.
TENTATIVA É admitida.
PENA
Detenção: até 6 meses.
e
Multa: 30 a 60 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Aliciamento comercial de eleitores
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 334, do CE:
Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias, prêmios e
sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores:
Pena – detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o responsável for
candidato.
Assim:
Aliciamento comercial de eleitores
TIPO OBJETIVO
Utilizar organização comercial, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios
para a propaganda ou aliciamento.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
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SUJEITO
PASSIVO
Estado, candidato, partido ou coligação prejudicados.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material.
CONSUMAÇÃO Consuma-se o tipo penal quando houver a utilização de organização comercial
para os fins descritos no tipo.
TENTATIVA É admitida.
PENA
Detenção: de 6 meses a 1 ano.
e
Cassação do registro, se o condenado for candidato.
Infração de menor potencial ofensivo.
Realizar propaganda em língua estrangeira
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 335, do CE:
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira:
Pena – detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo importa a
apreensão e perda do material utilizado na propaganda.
Assim:
Realizar propaganda em língua estrangeira
TIPO OBJETIVO Fazer propaganda em língua estrangeira.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO PASSIVO Estado e, se for o caso, aquele eleitor que não conhece o idioma estrangeiro.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material.
CONSUMAÇÃO Consuma-se com a divulgação da propaganda em língua estrangeira.
TENTATIVA É admitida, exceto pela forma verbal.
PENA
Detenção: 3 a 6 meses.
e
Multa: 30 a 60 dias-multa.
Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias.
Infração de menor potencial ofensivo.
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Participação em atividades partidárias por aqueles que não detêm direitos
políticos
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 337, do CE:
Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gozo dos seus direitos
políticos, de atividades partidárias, inclusive comícios e atos de propaganda em recintos
fechados ou abertos:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emissoras de rádio ou
televisão que autorizar transmissões de que participem os mencionados neste artigo, bem
como o diretor de jornal que lhes divulgar os pronunciamentos.
Assim:
Participação em atividades partidárias por aqueles que não detêm direitos políticos
TIPO OBJETIVO Participação de estrangeiros ou de pessoas com restrição aos direitos políticos
em atividades partidárias.
TIPO
SUBJETIVO
Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO Estado.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO
Consuma-se com a participação em alguma atividade partidária, ainda que não
seja no período eleitoral.
TENTATIVA É admitida por meio escrito.
PENA
Detenção: até 6 meses.
e
Multa: 90 a 120 dias-multa.
Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias.
Infração de menor potencial ofensivo.
Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emissoras de rádio ou de
televisão que autorizar transmissões de que participem os mencionados nesse
artigo, bem como o diretor de jornal que divulgar os pronunciamentos.
Descumprimento de prioridade postal
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 338, do CE:
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no art. 239:
Pena – pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Assim:
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Descumprimento de prioridade postal
TIPO OBJETIVO
Não garantir ao funcionário de empre a po tal a prioridade concedida ao
partidos políticos para a remessa de propaganda nos 60 dias que antecedem o
pleito.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO Estado e os candidatos partidos políticos prejudicados.
SUJEITO ATIVO Funcionário de empresa postal.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO
A consumação do delito ocorre com o descumprimento do dever legal de
assegurar a prioridade nos 60 dias que antecedem o pleito eleitoral.
TENTATIVA Não é admitida.
PENA Multa: 30 a 60 dias-multa.
Fabricação, aquisição, fornecimento, subtração ou guarda indevida de material
de uso exclusivo da Justiça Eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 340, do CE:
Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuitamente, subtrair
ou guardar urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso exclusivo da Justiça Eleitoral:
Pena – reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o
crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
Assim:
Fabricação, aquisição, fornecimento, subtração ou guarda indevida de material de
uso exclusivo da Justiça Eleitoral
TIPO OBJETIVO Fabricar, adquirir, fornecer, subtrair ou guardar materiais da Justiça Eleitoral.TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO
Trata-se de crime de perigo, para o qual é suficiente a realização de uma, ou
mais, das condutas descritas no tipo para fins de consumação.
TENTATIVA É admitida.
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PENA
Reclusão: até 3 anos
e
Multa: 3 a 15 dias-multa.
Se o agente for integrante da Ju tiça Eleitoral, a penalidade erá agravada
entre 1/5 e 1/3.
Destruição, supressão ou ocultação de material eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 339, do CE:
Art. 339. Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documentos relativos à
eleição:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o
crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
Assim:
Destruição, supressão ou ocultação de material eleitoral
TIPO OBJETIVO Destruir, suprimir ou ocultar urna ou documento eleitorais.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO Estado.
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO
Consuma-se o delito com a efetivação do prejuízo à eleição em razão da prática
perpetrada.
TENTATIVA É admitida.
PENA
Reclusão: 2 a 6 anos
e
Multa: 5 a 15 dias-multa.
A penalidade será agravada caso seja praticada por membro ou funcionário da
Justiça Eleitoral, o qual pratica o ato prevalecendo-se do cargo.
Retardamento das publicações eleitorais
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 341, do CE:
Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer outro funcionário de
órgão oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões, citações ou intimações da Justiça
Eleitoral:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
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Assim:
Retardamento das publicações eleitorais
TIPO OBJETIVO
Retardar a publicação ou não publicar as decisões, as citações ou as intimações
da Justiça Eleitoral.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO Estado e aquele que for prejudicado pelo atraso na publicação.
SUJEITO ATIVO Servidor público responsável pela publicação.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Consuma-se o delito com o mero atraso na publicação ou com a não
publicação.
TENTATIVA Não é admitida.
PENA
Detenção: até 1 mês
ou
Multa: 30 a 60 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembrem-se que, no caso de detenção, a pena mínima será sempre de 15
dias.
Omissão da denúncia a cargo de representante do Ministério Público
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 342, do CE:
Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal, denúncia ou deixar
de promover a execução de sentença condenatória:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Assim:
Omissão da denúncia a cargo de representante do Ministério Público
TIPO OBJETIVO Não apresentar denúncia ou deixar de promover a execução de sentença.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado.
SUJEITO ATIVO O representante do Ministério Público.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.
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CONSUMAÇÃO
Em regra, a consumação ocorre quando o prazo para a apresentação da
denúncia expira.
TENTATIVA Não é admitida.
PENA
Detenção: até 2 meses
ou
Multa: 60 a 90 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembrem-se que no caso de detenção a pena mínima será sempre de 15 dias.
Omissão da autoridade judiciária em representar contra o membro do Ministério
Público
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 343, do CE:
Art. 343. Não cumprir o Juiz o disposto no § 3º do art. 357:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Vejamos, inicialmente, o que prevê o dispositivo referido no caput:
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará
contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
Notem que se trata da atitude que a autoridade judiciária deve tomar diante da
verificação da incidência no crime disposto no art. 342, do CE.
Assim:
Omissão da autoridade judiciária em representar contra o membro do Ministério
Público
TIPO OBJETIVO
Deixar de representar com membro do Ministério Público que não apresentou
a denúncia no prazo.
TIPO
SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO
Estado.
SUJEITO ATIVO
O Juiz que deixou que deixou de realizar a representação contra o membro do
Ministério Público.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta.
CONSUMAÇÃO
Consuma-se o crime quando o juiz deixa de cumprir o seu dever legal no tempo
indicado.
Devemos atentar, ainda, para o §5º, do art. 357, do CE, que dispõe: “§
5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do
Ministério Público se o Juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício”. Ou 
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seja, o juiz tem o prazo de 10 dias para representar contra o Ministério
Público.
TENTATIVA Não é admitida.
PENA
Detenção: até 2 meses
ou
Multa: 60 a 90 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembrem-se que no caso de detenção a pena mínima será sempre de 15 dias.
Recusa ou abandono do serviço eleitoral
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 344, do CE:
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Assim:
Recusa ou abandono do serviço eleitoral
TIPO OBJETIVO Sem justa causa, recursar ou abandonar o serviço eleitoral.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO
PASSIVO Estado.
SUJEITO ATIVO Aqueles que estejam à serviço da Justiça Eleitoral
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e formal.
CONSUMAÇÃO
Consuma-se o crime com a recusa ou com o abandono do serviço eleitoral.
Não é necessário qualquer prejuízo ao serviço eleitoral para a consumação do
crime.
TENTATIVA Não é admitida.
PENA
Detenção: até 2 meses
ou
Multa: 90 a 120 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Lembrem-se que no caso de detenção a pena mínima será sempre de 15 dias.
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Atentem-se para a jurisprudência do TSE, segundo a qual o não comparecimento
de mesário no dia da votação não configura o crime ora estudado, pois é prevista
punição administrativa no art. 124, do CE, o qual não contém ressalva quanto à
possibilidade de cumulação com sanção de natureza penal.
Descumprimento dos deveres eleitorais
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 345, do CE:
Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer funcionário dos órgãos da Justiça
Eleitoral, nos prazos legais, os deveres impostos por este Código, se a infração não estiver
sujeita a outra penalidade:
Pena – pagamento de 30 a 90 dias-multa.
Assim:
Descumprimento dos deveres eleitorais
TIPO OBJETIVO
Não cumprir, nos prazos legais, os deveres impostos pelo CE, se a infração não
estiver sujeita

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