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Direito-Administrativo-5ª-Edição-Volume-Único-1

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APOSTILA 
Direito Administrativo | 5ª ed. 
 
SUMÁRIO 
 
1. DIREITO ADMINISTRATIVO 4 
2. LEGISLAÇÃO BÁSICA 5 
3. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 6 
4. FUNÇÕES/ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS 8 
5. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 8 
a) Outros Princípios Constitucionais 10 
b) Princípios Doutrinários 10 
6. ATOS ADMINISTRATIVOS 12 
a) Elementos 12 
b) Atributos 14 
c) Extinção 16 
d) Formas De Extinção Do Ato Administrativo 16 
e) Discricionariedade E Vinculação Do Ato Administrativo 18 
● Ato Administrativo Vinculado 18 
● Ato Administrativo Discricionário 18 
f) Improbidade Administrativa 19 
● Sujeitos Do Ato De Improbidade 20 
● Tipificação Dos Atos De Improbidade Administrativa 21 
7. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 25 
a) Órgãos Públicos 31 
b) Terceiro Setor 32 
8. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 32 
9. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 35 
a) Meios De Intervenção 37 
b) Desapropriação 38 
10. RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL DO ESTADO 40 
11. LICITAÇÃO 42 
a) Dever De Licitar 43 
b) Princípios Do Procedimento Licitatório 43 
 
 
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Direito Administrativo | 5ª ed. 
 
c) Princípios Correlatos 45 
d) Tipos De Licitação 46 
e) Fases Da Licitação 46 
● Fase Interna 47 
● Fase Externa 48 
● Desempate Nas Licitações 48 
f) Modalidades De Licitação 49 
g) Pregão 51 
h) Dispensa E Inexigibilidade De Licitação 52 
i) Aspectos Gerais 53 
12. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 54 
a) Legislação Aplicável 54 
b) Espécies 54 
c) Formalidade 55 
d) Cláusulas Dos Contratos Administrativos 55 
● Contratos De Terceirização 57 
e) Contratos Administrativos Sem Espécie 58 
13. BENS PÚBLICOS 61 
14. AGENTES PÚBLICOS 62 
15. PROCESSO ADMINISTRATIVO NA ÁREA FEDERAL 66 
16. CONCURSO PÚBLICO 68 
17. ESTATUTO DA CIDADE 69 
18. LEI ANTICORRUPÇÃO 69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo | 5ª ed. 
 
 
 
 
1. DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Conceitos iniciais 
Direito Administrativo: ​ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas 
jurídicas administrativistas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não 
contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza 
pública. 
Estado:​ pessoa jurídica de direito público interno, com capacidade adquirir direitos e obrigações. 
Estado de Direito:​ O Estado cria lei e, ao mesmo tempo, se submete a elas. 
Elementos do Estado: Povo, Território e Governo Soberano. São indissociáveis e indispensáveis 
para o Estado independente. 
Poderes do Estado: estão previstos no art. 2º da CF/88, quais sejam, Executivo, Legislativo e 
Judiciário. 
Formas de Estado:​ estado unitário (Ex. Uruguai) ou federado (Ex. Brasil) 
Governo: é o conjunto de Poderes e órgãos responsáveis pela função política do Estado, de 
comando, direção e fixação de diretrizes e planos para atuação estatal. 
Formas de Governo: ​República (eletividade, temporariedade e dever de prestar contas) ou 
Monarquia (hereditariedade, vitaliciedade e ausência do dever de prestar contas). 
Sistema de Governo: ​Presidencialismo (Ex. Brasil) ou Parlamentarismo (Ex. Inglaterra). 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo | 5ª ed. 
 
 
 
Administração Pública 
 
 
 
 
2. LEGISLAÇÃO BÁSICA 
● Constituição Federal – arts. 37 a 41; 
● Código Civil - Arts. 43, 949-952 (Responsabilidade Civil do Estado) e arts. 98-103 (Bens Públicos) 
● Lei 4.132/62 - Dispõe acerca da Desapropriação por interesse social. (vide principalmente arts. 1º ao 
5º) 
● Decreto-Lei 3365/41 - Dispõe acerca da Desapropriação por utilidade pública. (vide principalmente 
arts. 3º-7º, 10º, 11, 15-15B, 20 e 35) 
● Lei 9.784/99 – Lei que rege o Processo Administrativo Federal (vide especialmente os arts. 13 e 53 a 
55); 
● Lei 8.666/93 – Lei de Licitações e Contratos (vide especialmente os arts. 3, 17, 24, 25 e 58); 
● Lei 8.112/90 – Estatuto dos Servidores Civis da União (vide especialmente os arts. 8 e ss); 
● Lei 8.987/95 – Concessões e Permissões de Serviços Públicos (vide especialmente os arts. 6, 35 e ss); 
● Lei 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa; 
● Lei 12.232/10 – Licitação para contratação de Agências de Propaganda/Publicidade (vide 
especialmente o art. 2º). 
 
 
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● Lei nº 11.079 - Trata acerca das PPP”s - Parcerias Público-Privadas. (vide especialmente os arts. 2º, 
4º6º,8º, 9º e 13. 
3. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
Regime a que se submete a Administração Pública é o de observar as normas de caráter público, 
cuja finalidade única dos atos praticados pelo Administrador Público deve atender precipuamente 
o interesse da coletividade. 
As normas de natureza pública tanto podem conferir ​prerrogativas ou ​sujeições ​à Administração 
Pública. 
Prerrogativas: concede ao Agente Público o Poder de Polícia, ​isto é,o poder que o Administrador 
Público possui de coagir os administrados a aceitar a imposição da vontade do Estado através de 
uma limitação ao direito subjetivo do particular. 
 
Sujeições: ​a emissão dos atos administrativos devem se vincular à finalidade pública, sob pena 
de serem declarados nulos de pleno direito, em virtude de uma ilegalidade que causa um vício 
insanável na formulação do ato, de modo a comprometer toda a sua estrutura. 
 
Portanto, o regime jurídico administrativo está fundamentado sob os princípios da: 
● Supremacia do interesse público sobre o privado, 
● Indisponibilidade do interesse público. 
 
Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Particular ​constitui o requisito basilar da 
Administração Pública, e significa que o interesse da coletividade se sobrepõe ao interesse do 
particular. Exemplo disso são as desapropriações, quando o interesse público prevalece ao 
interesse de propriedade assegurado ao particular, ressalvando-se o direito à indenização 
prevista em lei. É conhecido também como princípio da finalidade pública. 
 
Indisponibilidade do interesse público ​quer dizer que o interesse público é indisponível e 
irrenunciável.Assim, os bens, direitos, interesses e serviços públicos não se acham à livre 
disposição dos órgãos públicos, ou do agente público, mero gestor da coisa pública, a quem 
apenas cabe curá-los e aprimorá-los para a finalidade pública a que estão vinculados. O detentor 
desta disponibilidade é o Estado. Por essa razão há necessidade de lei para alienar bens, 
outorgar a concessão de serviços públicos. "Serão observados critérios de atendimento a fins de 
 
 
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interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo 
autorização emlei" (Lei 9.784/99, parágrafo único, II). 
 
O que seria interesse público? Ele é um conceito jurídico indeterminado. Todavia,a 
doutrina traz importante distinção entre interesse público primário e secundário, 
vejamos: 
 
a) Interesse Público primário: são os interesses diretos do povo, os interesses gerais 
imediatos. 
b) Interesses públicos secundários: (i) interesses próprios do Estado, na qualidade de pessoa 
jurídica, de caráter meramente patrimonial (aumentar receitas ou diminuir gastos); e (ii) os 
atos internos de gestão administrativa. 
 
DICA: O interesse público secundário só será legítimo quando não contrariar ao 
interesse público primário. 
 
 
 
4. FUNÇÕES/ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS 
Os três poderes do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário), executam as funções: 
● Função administrativa, 
● Função legislativa, 
● Função jurisdicional 
Estas funções são ​típicas ​e ​atípicas​: 
A ​função típica/principal/própria ​do poder legislativo é a de legislar, só que às vezes o poder 
legislativo é ​atípico/secundário/impróprio​, como, por exemplo, o julgamento feito pelo poder 
legislativo no caso de impeachment. 
 
 
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A ​função típica do judiciário é a jurisdicional, só que também pode exercer uma ​função atípica​, 
como, por exemplo, a administrativa, como quando ocorre no caso de servidor requerendo férias. 
O executivo pode exercer ​função atípica de legislativa, como, por exemplo, ocorre em medida 
provisória. 
O direito administrativo rege toda e qualquer atividade de administração, seja ela do Executivo, do 
Legislativo ou do Judiciário, já que os dois últimos poderes também exercem ​atipicamente 
atividades administrativas. Exemplos: Legislativo contratando servidores, judiciário licitando para 
celebração de contratos. 
Assim, a ​função ​administrativa, tem por objetivo realizar concreta, direta e imediatamente os fins 
desejados pelo Estado, que são aqueles expressos em lei, ou seja, frutos da atividade legislativa. 
 
 
 
5. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Os princípios da Administração Pública estão prevista no artigo 37 da Constituição Federal: 
Art. 37.A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ​(Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998). 
 
DICA: Lembre do mnemônico ​LIMPE - ​L​egalidade, ​I​mpessoalmente, ​M​oralidade, 
P​ublicidade e ​E​ficiência. 
 
Legalidade: ​administração pode fazer apenas o que a lei permite ou determina. O silêncio da lei 
ou a ausência da lei para a Administração significa uma proibição. É o princípio basilar para 
concretização do Estado de Direito. 
¹Legalidade (agir conforme a lei) X Legitimidade (observar também os demais 
princípios). 
 ²Restrições à legalidade: estado de defesa, estado de sítio e medidas provisórias. 
 
 
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Impessoalidade: proibição de discriminação ou privilégio. Objetividade na defesa do interesse 
público. Igualdade de tratamento aos administradores e neutralidade do agente. Instrumentos 
previstos na CF: licitação e concurso público. 
 
Moralidade: ​O princípio da moralidade deve ser entendido como a obrigação que o administrador 
público tem de pautar sua conduta em estreita observância da lei e das regras constantes em 
regulamentos e códigos de ética da própria Administração Pública. 
 
A improbidade é chamada de imoralidade administrativa qualificada pelo enriquecimento ilícito, 
prejuízo ao erário ou ofensa aos princípios da administração pública. 
Ex. A Súmula Vinculante nº 13 do STF traz a vedação ao nepotismo. 
Publicidade: Trata-se de uma exigência constitucional que tem como principal objetivo tornar 
transparente os atos do administrador público para a sociedade. Aos atos da administração 
pública deve ser dada ampla divulgação, de forma que o administrado possa cumprir a 
determinação ou impugná-la. A Administração Pública deve dar ampla divulgação de seus atos, 
programas, contratos, obras etc. Publicidade é diferente de publicação. Publicar é uma das 
formas de se dar a publicidade. 
A Lei nº ​12.527/2011 regulamenta o direito constitucional de acesso às informações 
públicas. 
Eficiência: inserido pela Emenda Constitucional 19/98 como ​princípio expresso da melhor atuação 
possível diante dos recursos disponíveis. Exigência de rendimento funcional. O princípio da 
eficiência está ligado com resultado. 
ATENÇÃO: ​Nenhum princípio é absoluto, a FGV já cobrou uma questão tentando 
induzir o candidato a erro ao afirmar que, em nome da eficiência, um servidor público 
poderia ignorar o disposto na lei (princípio da legalidade). Ele não pode! O princípio da 
eficiência tem como limite o princípio da legalidade. 
 
 
 
 
 
 
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OUTROS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Celeridade processual: ​Duração razoável dos processos judicial e administrativo. ​(​CF/88, art.5º, 
inc. ​ LXXVIII) 
Participação:​ Lei deve garantir participação do usuário na administração. 
Contraditório: ​A Constituição previu este princípio para que as duas partes, num litígio, tenham 
ciência do que está sendo tratado em juízo. É aplicado a todos os processos administrativos, 
punitivos ou não punitivos. (CF/88, art. 5º, LV ) 
Ampla defesa: ​É o direito de se defender do que tomou ciência, ​utilizando de todos os meios 
lícitos. 
Devido processo legal: É aplicável nos seus dois aspectos – formal (necessidade do cumprimento 
de um rito para tomada de uma decisão) e legal material (obriga administração adotar uma 
decisão adequada). 
 
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS 
 
Embora não estejam previstos na Constituição são reconhecidos e aplicáveis à Administração 
Pública. São eles: 
Princípio da autotutela : Trata-se de um controle interno. É a administração pública controlando os 1
seus próprios atos, sem necessidade de ordem judicial, com a finalidade de poder corrigir atos 
eivados de vício de ilegalidade (anulação), ou ainda, por conveniência e oportunidade 
(revogação). Tal atuação pode ocorrer mediante provocação ou de ofício e não afasta eventual 
controle judicial (só ocorre mediante provocação e se restringe a analisar a legalidade dos atos 
vinculados ou discricionários). 
Vide Súmulas 346 e 473 do STF. 2 3
1Lei n. 9.784/99. “Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade e 
pode revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. 
2 STF. Súmula 346. A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. 
3 STF. Súmula 473. A administraçãopode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, 
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
 
 
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Princípio da obrigatória motivação: Dever de explicação escrita dos pressupostos de fato e de 
direito, facilita o controle da legalidade e moralidade. Tantos as decisões discricionárias, quanto 
as vinculadas deve ser motivadas. 
A exoneração de ocupante de cargo de comissão ou função de confiança dispensa 
motivação, por expressa disposição constitucional (art. 37, inc II da CF/88). 
Princípio da razoabilidade e proporcionalidade: ​De acordo com o ​princípio da razoabilidade​, a 
administração tem que agir com moderação e bom senso. 
 
Quanto ao ​princípio da proporcionalidade​, significa o dever de adequação entre meios e fins no 
que diz respeito à aplicação de punições. 
Com a finalidade de punir alguém, a administração não pode usar um meio 
inadequado. Uma sanção muito grave é um meio inadequado para punir uma conduta 
leve. 
 
Princípio da Segurança Jurídica: ​possui o aspecto objetivo de buscar a estabilidade das relações, 
respeitando as situações consolidadas no tempo e amparadas pela boa-fé do cidadão, vedando 
decisões surpresas que venham a prejudicar o administrado. Atua como limitador da autotutela e 
do princípio da legalidade. 
Ex. prescrição, decadência, proteção do ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada. 
 
 
 
6. ATOS ADMINISTRATIVOS 
“É toda manifestação unilateral da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por 
fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor 
obrigações aos administrados ou a si própria” (Hely Lopes Meirelles). 
 
 
 
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ELEMENTOS 
Os elementos essenciais à formação do ato administrativo são: 
● Competência 
● Finalidade 
● Forma 
● Motivo 
● Objeto 
DICA: Lembre do mnemônico ​ComFiForMOb - Com​petência, ​Fi​nalidade, ​For​ma, 
M​otivo, ​Ob​jeto. 
 
Competência:​ É o poder atribuído ao agente para o desempenho específico de suas funções. 4
Quando este atua, mas é incompetente para exercê-lo, ocorre outra modalidade de Abuso de 
Poder, chamada de Excesso de Poder, violando o elemento do ato, competência. 
Exemplo​: Agente da Polícia Militar atua fora da sua circunscrição, viola a competência no que diz 
respeito ao requisito territorialidade. 
 
Pode ser delegada e avocada, desde que não exista impedimento legal. 
A delegação consiste na transferência de funções de um agente a outro, 
normalmente de plano hierárquico inferior. Já a avocação, é o ato pelo qual a 
autoridade hierarquicamente superior chama para si o exercício de funções que a norma 
originariamente atribui a um subordinado. 
 
Finalidade: É o objetivo de interesse público a atingir, decorre do princípio da impessoalidade e é 
um elemento vinculado. A finalidade do ato é aquela que a lei indica explícita ou implicitamente. 
Os atos serão nulos quando satisfizerem pretensões que não coincidem com o interesse público. 
A alteração da finalidade caracteriza desvio de poder, conhecido por desvio de finalidade. 
Tredestinação é a alteração da finalidade, podendo essa ser lícita ou ilícita. 
4 Agente é aquele que pratica o ato. 
 
 
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No caso de desapropriação de um terreno para construir uma escola, mas por causa de uma 
enxurrada, ao invés de se construir uma escola constrói-se um hospital. Nesse caso ocorreu o 
que a doutrina denomina de ​Tredestinação Lícita​, neste caso embora o objeto do ato tenha sido 
alterado, este ato continuou a atender ao interesse público. 
No entanto, sempre que a ​finalidade mediata (genérica) for violada, ou seja, o interesse público 
não for atendido, surgirá um ​Abuso de Poder na Modalidade Desvio de Poder​, também chamado 
de ​Desvio de Finalidade​, exsurgindo a figura da ​Tredestinação Ilícita​, onde o objeto foi alterado e 
o interesse público violado. 
Exemplo​: Desapropria-se um terreno para construir uma escola, mas ao invés disso,vende-se o 
terreno para um particular. Nesse caso, o objeto do ato foi alterado e ainda assim, violou o 
interesse público. 
 
Forma​: É o revestimento exteriorizador do ato. Enquanto a vontade dos particulares pode 
manifestar-se livremente, a da Administração exige forma legal, isto é, forma escrita. 
Excepcionalmente existem: 
● Atos Administrativos Visuais - (Sinal de Tráfego–Placas de Trânsito – Faixa de Pedestre, dentre 
outros) 
● Atos Administrativos Sonoros (Apito do Agente de Trânsito – Sirenes de Ambulâncias e Polícia) 
 
Motivo: É a situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato 
administrativo. Pode vir expresso em lei (vinculado), como pode ser deixado ao critério do 
administrador (discricionário). 
Teoria dos Motivos Determinantes: quando a Administração motiva o ato, sendo, ou não 
obrigatória a motivação, ele só será válido se esses motivos forem verdadeiros. Sendo assim, 
caso seja comprovada a não ocorrência da situação declarada (pressuposto de fato), ou a 
inadequação entre a situação ocorrida e o motivo descrito na lei (pressuposto de direito), o ato 
será nulo. 
Exemplo​: Dispensa de um servidor ocupante de cargo em comissão. A CF/88, diz que o cargo 
em comissão é aquele declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Portanto, não há 
 
 
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necessidade de motivação do ato exoneratório, mas, se forem externados os motivos, o ato só 5
será válido se os motivos forem verdadeiros. 
 
Objeto​: É o conteúdo do Ato. Todo ato administrativo produz um efeito jurídico. 
Exemplo​: No ato de demissão de servidor o objeto é a quebra da relação funcional do servidor 
com a Administração Pública. 
 
ATRIBUTOS 
Em regra, todo Ato Administrativo possui os seguintes requisitos: 
● Presunção de Legalidade 
● Presunção de Legitimidade 
● Presunção de Veracidade 
● Auto-executoriedade 
● Imperatividade/Coercibilidade 
● Tipicidade 
 
DICA: ​Utilize o mnemônico ​3PATI 
 
Presunção de Legalidade:​ ​o ato está de acordo com a lei, presunção relativa ​iuris tantum​. 
Presunção de Legitimidade:​ todo ato está de acordo com o interesse público. 
Presunção de Veracidade: o ato está embasado na verdade, por isso que o agente público não 
reconhece firma, pois ele possui Fé Pública. 
5Motivação se trata da exigência de explicitação, de enunciação dosmotivos. Todas as decisões tomadas pela 
Administração devem (poder/dever) ser fundamentadas de maneira clara a entender quais as razões que 
levaram a expedição daquele determinado ato. 
Exceções ao Princípio da Motivação​: A Exoneração ​ad nutum​, que se refere àquela aplicável aos 
ocupantes de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a Administração motivar ato que 
poderia não ser motivado, estará vinculada aos motivos que 
explicitou. Os motivos vinculam todo o ato, e se não forem respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo 
Judiciário (Teoria dos Motivos Determinantes). Ex. agente destituído por improbidade, esta deverá ser provada. 
 
 
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APOSTILA 
Direito Administrativo | 5ª ed. 
 
Em decorrência desse princípio há presunção relativa de veracidade dos atos administrativos e 
consequente inversão do ônus da prova. 
Ex. Multa de trânsito, cabe ao administrado provar que não cometeu determinada infração. 
Auto-Executoriedade: O ato administrativo pode ser praticado e produz seus regulares efeitos 
sem autorização do Judiciário, desde que haja previsão legal e/ou comprovada urgência . 
Ex: carro rebocado por estacionar em local proibido (coerção direta) e multa (coerção indireta). 
Exceção​: Multa resistida: Neste caso não pode ser cobrada pela Administração, é necessário que 
o Judiciário seja provocado,perdendo assim, sua auto- executoriedade. 
 
 
 
Ex. A multa por estacionar em local proibido é apenas exigível, já o ato de rebocar o veículo que 
está obstruindo a rua é executório. 
Imperatividade/Coercibilidade: O Ato Administrativo não se configura como um pedido, mas como 
ordem e deve ser cumprido independentemente da vontade do particular. Ex: Agente Sanitário. 
Exceções​: Atos de Gestão – Atos Declaratórios e Atos Negociais. 
Tipicidade: ​O administrador só poderá agir em consonância com o previamente estabelecido em 
Lei. 
 
EXTINÇÃO 
A extinção do ato administrativo se dá por: 
● Anulação; 
● Revogação; 
 
 
 
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APOSTILA 
Direito Administrativo | 5ª ed. 
 
A anulação ou invalidação de ​atos ilegais produz efeitos ​ex tunc​. O agente identificando erro ou 
irregularidade tem que fazer algo (princípio da supremacia do interesse público e indisponibilidade 
do interesse público). 
De acordo com o art. 54 da Lei 9.784/99, decai em 5 anos (cinco) o direito da administração para 
anular atos, salvo em casos de má-fé. 
A revogação de ​atos inconvenientes ou inoportunos produz efeitos ​ex nunc​, isto é, tem efeitos 
desde o ato revogatório em diante. A revogação pressupõe um fato novo, deve ser motivado. 
 
 ANULAÇÃO REVOGAÇÃO 
Fundamento Ilegalidade Conveniência e 
Oportunidade 
Titularidade ▪ Administração por 
iniciativa própria ou provocada 
por terceiros 
▪ Judiciário 
Só a Administração Pública 
Efeitos da decisão Ex tunc – seus efeitos 
retroagem até o momento em 
que o ato foi editado. 
Ex nunc ​– a decisão não 
retroage, não interfere no 
passado. 
Prazo 05 (cinco) anos Não há prazo para 
revogação 
 
 
FORMAS DE EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 
Cinco são as forma de extinção de um ato administrativo: 
● Pelo ​cumprimento de seus efeitos​ ou advento do termo; (forma natural). 
● Pela ​perda do sujeito​; (sujeito da relação jurídica constituída pelo ato). 
● Pela ​perda do objeto​; (objeto da relação jurídica constituída pelo ato - extinção objetiva). 
● Renúncia​; (beneficiário do ato renuncia o direito constituído pelo ato). 
● Retirada​; (administração pratica outro ato que retira o primeiro). 
 
A ​retirada é uma forma de extinção de um ato administrativo, ocasionada pela prática de outro ato 
administrativo que retira do mundo jurídico o primeiro. A ​retirada ​apresenta cinco fundamentos 
distintos: 
 
 
 
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Direito Administrativo | 5ª ed. 
 
Caducidade: A caducidade é a retirada do ato administrativo em virtude de norma superveniente. 
Trata-se da hipótese da edição de norma jurídica que torne inadmissível a situação antes 
permitida pela norma anterior. 
Desta forma, o ato administrativo editado com base na norma anterior deve ser retirado do mundo 
jurídico. 
 
Cassação: ​A cassação é a retirada do ato administrativo em virtude do descumprimento, por parte 
do beneficiário do ato, de algum de seus requisitos previamente estabelecidos por lei. 
O beneficiário do ato, ao descumprir algum dos requisitos determinados pela lei, tornou 
impossível a continuidade da situação jurídica permitida pelo ato. 
 
Contraposição: ​Também conhecida pela denominação "derrubada", a contraposição é retirada do 
ato administrativo em virtude da edição de outro ato com efeitos contrapostos. 
 
Trata-se de dois atos administrativos diferentes, que geralmente se fundam em competências 
diversas e possuem efeitos contrapostos. 
 
Exemplo​: Nomeação e exoneração de um servidor público - o efeito posterior derruba o efeito do 
ato anterior. 
 
Anulação ou Invalidação: ​A anulação, também conhecida por invalidação, é a retirada do ato 
administrativo com base em critérios de legalidade. 
 
Trata-se da retirada do ato administrativo tendo em vista o reconhecimento de sua ilegalidade. 
 
Revogação: A revogação é a retirada do ato administrativo com base em critérios de oportunidade 
e conveniência, ou seja, trata-se da retirada do ato administrativo tendo em vista o 
reconhecimento de sua inoportunidade e inconveniência. 
 
Diferentemente da anulação, trata-se de um ato legal, mas que por motivos de conveniência e 
oportunidade, a administração deseja a retirada do ato administrativo. 
 
 
DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 
Para tornar possível o desempenho da função administrativa, a administração pública é dotada de 
certos poderes que lhe conferem uma posição de supremacia sobre os administrados. 
 
 
 
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Direito Administrativo | 5ª ed. 
 
ATO ADMINISTRATIVO VINCULADO 
 
Todos os elementos são vinculados. 
Visando coibir eventuais abusos ou arbitrariedades, estes "poderes especiais" encontram-se 
estritamente vinculados à lei (princípio da legalidade) que ora os restringem, ora os ampliam. 
 
A conduta do administrador público, na maioria dos casos, não é livre, mas sim, regrada por 
normas específicas que lhe determinam quando, como e de que forma de agir. 
 
Quando a conduta do administrador encontra-se totalmente regulada pela lei, dizemos que o 
poder da administração é vinculado​. 
 
O ato administrativo vinculado ocorre na hipótese em que o ordenamento jurídico estabelece 
todas as condições para a prática do ato administrativo, não havendo liberdade de escolha. 
 
ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO 
 
Existem casos em que a lei não estabelece todas as condições para a prática do ato 
administrativo, assegurando ao administrador certa margemde escolha para a prática do ato. 
 
Nestes casos, em que a conduta do administrador não se encontra totalmente regulada pela lei, 
havendo a possibilidade que diante do caso concreto, este decida pela opção mais viável, 
dizemos que o poder da administração é discricionário. 
 
Isso não quer dizer, entretanto, que a escolha do administrador será totalmente livre, eis que 
também neste caso, o critério a ser utilizado encontra-se regulado na lei. Ou seja, a escolha do 
ato administrativo irá obedecer a critérios de oportunidade, conveniência e justiça que em seu 
conjunto deverão atender o interesse público. 
 
A discricionariedade deve observar os limites e condições estabelecidas pela lei, e existe nas 
seguintes hipóteses: 
 
a) Quando a lei expressamente diz, ou seja, quando a lei confere ao administrador a 
possibilidade de escolha; 
 
 
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b) Quando a lei é omissa, ou seja, quando a lei não é capaz de prever todas as situações 
concretas a ser enfrentadas pela administração; 
c) Quando a lei atribui uma competência, mas não diz como exercê-la; 
 
Toda autorização é ato administrativo discricionário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
A improbidade administrativa abrange atos de grave desonestidade e ineficiência funcional. 
 
Conceito​: 
São considerados atos de improbidade administrativa os atos administrativos, as condutas 
dolosas ou culposas, sejam elas omissivas ou comissivas, que importam em enriquecimento 
ilícito, que geram prejuízo ao erário público, que ​concedam, apliquem ou mantenham benefício 
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o ​caput ​e o ​§ 1º do art. 8º-A da Lei 
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003​, ou que atentem contra os princípios da 
Administração Pública. 
A Constituição da República de 1988 trata da improbidade administrativa no art. 37, §4º - 
elencando as sanções impostas à prática de ato de improbidade administrativa. 
 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm#art8a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm#art8a%C2%A71
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Contudo, é a Lei nº 8.429/92 que trata diretamente da improbidade administrativa, definindo seus 
sujeitos, o ato de improbidade, as penalidades cabíveis, a ação judicial aplicada à prática do ato 
de improbidade, de forma esclarecedora e bem definida. 
 
Regime Jurídico: 
 
A improbidade administrativa possui um regime jurídico próprio, submetendo-se ao direito 
administrativo sancionador, que a tutela definindo os ilícitos e cominando as sanções por meio da 
Lei nº 8.429/92. ​ ​Importante destacar que as sanções constantes nesta lei são de natureza civil. 
 
SUJEITOS DO ATO DE IMPROBIDADE 
Antes de adentrar neste tema, faça a leitura do art. 1º da Lei 8.429/92. 
 
Sujeitos Passivos​: 
 
a) A Administração direta, indireta ou fundacional (ou seja, Autarquias, Fundações Públicas e 
Privadas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, do Território; 
 
b) A empresa incorporada ao patrimônio público ou entidade para cuja criação ou custeio o erário 
haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual; 
 
c) O patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de 
órgão público e entidades para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com 
menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual. 
 
Sujeitos Ativos: 
✓ Os agentes públicos, servidores ou terceiros. 
Agentes públicos são considerados todos aqueles que, definitiva ou transitoriamente, com ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação, ou seja, qualquer forma de 
investidura ou vínculo exerce alguma função pública (mandato, cargo, emprego) em nome dos 
sujeitos passivos do ato de improbidade. 
Terceiros são aqueles que induzam ou concorram para a prática do ato ou dele se beneficiem sob 
qualquer forma direta ou indireta. 
 
 
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Os terceiros (particulares) só responderão por improbidade administrativa 
conjuntamente com o agente público, ou seja, particulares não ocupam o pólo ativo 
sozinhos. 6
 
Em junho de 2019 o STJ editou a seguinte súmula: 
Súmula 634 
Assunto: Prescrição igual para particulares e agentes públicos com previsão na lei de 
improbidade administrativa. 
Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na lei de impropriedade 
administrativa para os agentes públicos. 
 
TIPIFICAÇÃO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
A Lei 8.429/92 dividiu, então, em quatro os tipos de atos de improbidade administrativa, 
enumerando-os por meio dos artigos 9º, 10 e 11 da Lei nº 8.429/92: 
● Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito (ver art. 9º)​. 
● Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário (art. 10). 
● Atos de Improbidade Administrativa que concedam ou apliquem indevidamente benefícios 
tributários e financeiros. 
● Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública 
(art.11). 
 
 
Sanções aplicáveis à prática de atos de improbidade administrativa: 
As sanções contempladas no art. 12 da Lei nº 8.429/92 atingem os direitos fundamentais dos 
acusados da prática do ato ímprobo, tais como: a perda da função pública, e a suspensão dos 
direitos políticos​. 
6 REsp L Nº 1.405.748-RJ 
 
 
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https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2255112/mod_resource/content/0/acordaoSTJimprobidade.pdf
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Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito​: 
 
Sanções: 
● Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio​; 
● Ressarcimento integral do dano, quando houver​; 
● Perda da função pública​; 
● Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos​; 
● Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial​; 
● Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de dez anos. 
 
Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário: 
 
Sanções: 
● Ressarcimento integral do dano​; 
● Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância​; 
● perda da função pública​; 
● Suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos​; 
● Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano​; 
 
 
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● Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de cinco anos. 
 
Atos de Improbidade Administrativa que concedam, apliquem ou mantenham benefício 
tributário ou financeiro contrariando o disposto na que dispõe acerca do ISS (LC 116/03): 
 
Sanções: 
● Perda da função pública; 
● Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos; 
● Multa civil de até 3x o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. 
 
Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração 
Pública: 
 
Sanções: 
● Ressarcimento integral do dano, se houver​; 
● Perda da função pública​; 
● Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos​; 
● Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente​; 
● Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de três anos. 
 
Procedimento Administrativo: 
A representação pode ser feita por qualquer pessoa e deverá ser direcionada à autoridade 
administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de 
ato de improbidade. 
Deve ser escrita ou reduzida a termo, assinada, conter a qualificação do representante, as 
informações sobre o fato, sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. 
O não cumprimento destas formalidades, leva à rejeição pela autoridade administrativa, em 
despacho fundamentado. Contudo, esta rejeição não impede a representação ao Ministério 
Público. Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração 
dos fatos, para uma posterior ação judicial em caso de fundamentação da representação. 
 
 
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Ação judicial pela prática de ato de improbidade administrativa: 
A ação judicial aplicada à prática do ato de improbidade possui natureza de Ação Civil Pública. 
Transcorre pelo rito ordinário, deve ser proposta pelo Ministério Público ou pessoa jurídica 
interessada, compete ao juízo de primeiro grau, da Justiça Estadual ou Federal. 
O prazo prescricional é de 05 (cinco) anos após o término do exercício do mandato, de cargo em 
comissão ou de função de confiança e nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego, 
dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com 
demissão a bem do serviço público. 
 
O STJ entende que em se tratando de pessoa ocupante de cargo político, tendo essa 
se reelegido, o prazo só começará após o fim do último mandato. 7
 
É vedado qualquer transação, acordo ou conciliação. 
 
 
 
7 Resp. 1.647.209 - MT 
 
 
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https://www.conjur.com.br/dl/resp-1647209-og.pdf
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7. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
O Estado utiliza-se de algumas formas para exercer a função administrativa: 
a) Desconcentração: atividade distribuída dentro da própria Pessoa Jurídica, criando órgãos. 
Há exercício do controle hierárquico. 
Ex. A União distribui competências entre seus Ministérios. 
b) Descentralização: ​as competências administrativas são exercidas por pessoas jurídicas 
autônomas, criadas pelo Estado para tal finalidade. Só há exercício do controle finalístico. 
 
 
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Exemplos: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia 
mista. 
Ex. A União por lei cria uma Universidade Federal (Autarquia ou Fundação Pública) 
 
A descentralização pode ocorrer por: 
Por serviços,funcional, técnica ​ou por outorga : o Poder Público transfere a titularidade e a 
execução do serviço. A outorga só pode ser feita através de lei e para as Pessoas Jurídicas de 
Direito Público da Administração Indireta ou para os consórcios públicos. Nesses casos o controle 
exercido é apenas finalístico, não existe subordinação, nem prazo determinado. 
Por colaboração ou delegação: Transfere-se somente a execução do serviço e o Poder Público 
mantém a titularidade. Também nesse caso não há controle hierárquico. Pode ser feita a qualquer 
um e possui prazo certo. A Delegação pode ser feita: 
a) Por lei (legal): quando for para Pessoas Jurídicas de Direito Privado da Administração 
Indireta (Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista); ou 
b) Por contrato (contratual): quando a delegação for para particulares (concessionárias, 
permissionárias, organizações sociais e todos que prestem atividade administrativa). 
Como a titularidade permanece com o Poder Público, ele pode a​l​terar unilateralmente 
as condições de sua execução, aplicar sanções ou retomar a execução do serviço 
antes do prazo estabelecido. 
 
ATENÇÃO: Não há exercício do poder hierárquico em nenhuma forma de 
descentralização. 
 
A administração pública compreende a: 
● Administração Pública Direta 
● Administração Pública Indireta 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA​: são os entes políticos, ou seja, têm competência para 
legislar: União, Distrito Federal, Estados e Municípios. 
 
 
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA​: são pessoas jurídicas que integram a administração 
indireta nas quatro esferas de governo (federal, estadual, municipal e distrital). Todas elas se 
submetem aos princípios da administração pública. São elas: 
Entidade Aquisição de Personalidade Jurídica Natureza Jurídica 
Autarquias Vigência da lei criadora. Direito Público 
Fundações Públicas Vigência da lei criadora Direito Público 
Fundações Públicas Registro do ato constitutivo* Direito Privado 
Emp. Públicas e Sociedades 
de Economia Mista 
Registro do ato constitutivo* Direito Privado 
*A lei apenas autoriza a sua criação. 
 
Autarquia​ (Decreto-Lei 200/67, art. 5, I) - Pessoa jurídica de direito público. 
● São criadas por lei específica (art. 37, XIX, CF). 
● São criadas para desenvolver atividade típica da administração. 
● Os bens das autarquias são bens públicos – imprescritíveis, impenhoráveis e inalienáveis. 
● Responsabilidade civil das autarquias, em regra, é objetiva. 
● Têm prerrogativas processuais – prazo em dobro para contestar e recorrer, créditos são 
objetos de execução fiscal. 
● Paga seus débitos através de precatórios (regime de fazenda pública). 
● Tem imunidade tributária recíproca. 
● Tem que fazer licitação para contratar terceiros. 
● Prescriçãoquinquenal das dívidas e direitos em favor de terceiros. 
● Não sujeição à falência; 
● Exemplos: INSS, IBAMA, INCRA. 
 
Os Conselhos Profissionais, com exceção da OAB, são considerados autarquias e 
podem cobrar anuidade através da dívida ativa, todavia, seus débitos não são pagos 
via precatório. 
 
 
 
 
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Fundação pública 
A conceituação de fundação pública mais encontrada é a disposta no art. 5º, IV do Decreto-Lei nº 
200/67, com redação dada pela Lei nº 7.596/87, nos seguintes termos: 
“Fundação pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins 
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que 
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, 
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por 
recursos da União e de outras fontes"​. 
 
As fundações públicas devem se destinar às atividades de assistência social, assistência médica 
e hospitalar, educação e ensino, pesquisa e atividades culturais, todas de relevo coletivo o que 
justifica a vinculação de bens e recursos públicos para sua realização. 
● São autorizadas por lei específica. 
● Criada para desenvolver atividades sociais. 
● Têm prerrogativas processuais. 
● Tem imunidade tributária recíproca. 
● Tem que fazer licitação para contratar terceiros. 
 
Empresas​ ​Estatais 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista são EMPRESAS ESTATAIS, isto é, 
sociedades empresariais que o Estado tem controle acionário e que compõem a Administração 
Indireta. 
 
Empresa pública : ​Pessoa Jurídica de Direito Privado, constituída por capital exclusivamente 8
público, aliás, sua denominação decorre justamente da origem de seu capital, isto é, público, e 
poderá ser constituída em qualquer uma das modalidades empresariais. Podem prestar serviço 
público, mas também podem explorar atividade econômica. 
8 Decreto Lei 200/67. “Art. 5º [...]. II - Empresa pública: a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, 
com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que o 
governo seja levado a exercer por força de contingência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas 
admitidas em direito." 
 
 
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Sociedade de Economia Mista : ​Criada pelo Estado e dotada de personalidade jurídica de direito 9
privado, a sociedade de Economia Mista, presta seus serviços no campo da atividade econômica 
privada, sob a forma de uma sociedade anônima, no qual o sócio majoritário será à União Federal 
ou algum outro ente da Administração Pública, observado os termos e limites fixados pela 
legislação e pela Constituição Federal. Somente poderá ser constituída na forma de S/A. 
 
Características comuns entre Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: 
● Criação e extinção autorizadas por lei; 
● Personalidade jurídica de direito privado; 
● Sujeição ao controle Estatal; 
● Destinadas a prestação de serviços públicos ou desempenho de atividades de natureza 
econômica. 
 
Principais diferenças entre Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: 
 Empresa Pública Sociedades de Economia 
Mista 
CAPITAL 100 % público Maioria público (pode ter 
capital privado) 
FORMA Qualquer forma societária. Sociedade Anônima (apenas) 
COMPETÊNCIA (Foro 
Processual) 
Justiça Federal 
Ex. Caixa econômica 
Justiça Estadual 
Ex. Banco do Brasil e 
Petrobras 
 
 
¹O STF decidiu que os Correios (ECT), por exercer serviço público indelegável, 
possui regime de Fazenda Pública. 
9 Decreto Lei 200/67. “Art. 5º.[...]. III - Sociedade de Economia Mista: a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas 
ações com direito a voto pertencem, em sua maioria, à União ou a entidade da Administração Indireta”. 
 
 
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² O regime jurídico a que se submetem as empresas estatais é híbrido e estará vinculado a sua 
finalidade, se prestarem serviços, terão as garantias inerentes a Fazenda Pública, se exercerem 
atividades econômicas, estarão mais sujeitas às regras de direito privado. 
 
 
Agência reguladora 
As agências reguladoras são autarquias especiais, que são criadas para fiscalizar a prestação de 
serviços públicos praticados pela iniciativa privada. Além de controlar a qualidade na prestação do 
serviço, estabelecem regras para o setor . 10
É uma ​autarquia sob regime especial​, assim como o CADE, a CVM, o BACEN. 
Pode haver agência reguladora federal, estadual e municipal. 
As Agências Reguladoras possuem autonomia. 
O dirigente tem mandato fixo. Porém pode perdê-lo por ​renúncia​, ​processo administrativo ou 
decisão judicial transitado em julgado​. 
Quando o dirigente sai do cargo cumpre a quarentena, isto é, fica um período de 4 a 12 meses 
sem que possa trabalhar no poder público ou nas empresas que ele ajudou a fiscalizar, nesse 
período ele recebe remuneração como se estivesse na ativa. Essa restrição foi criada com 
objetivo de evitar a ocorrência da Teoria da Captura . 11
Exemplo de Agências Reguladoras​: ANATEL, ANP, ANVISA, ANTAC, ANEEL etc. 
 
Agência executiva 
São Autarquias ou Fundações Públicas que precisam se reorganizar e para isso firmam um 
contrato de gestão se comprometendo a cumprir um planejamento de reestruturação. 
Este Contrato de Gestão é celebrado entre uma Autarquia ou Fundação Pública e o Poder 
Público, concedendo assim, mais autonomia ou recurso público. 
O título “Agência Executiva” só vingará até findar o contrato de gestão, então o ente que se tornou 
agência executiva tornará a ser autarquia ou fundação pública.Exemplo: INMETRO. 
10 Os particulares não se submetem a essas regras, apenas as pessoas jurídicas reguladas. 
11 Teoria da Captura:​ consiste na situação pela qual a agência reguladora passar a servir de instrumento para 
viabilizar e legitimar a consecução de interesses privados dos segmentos regulados, ou seja, o dirigente atuaria 
favorecendo aqueles que deveria regular. 
 
 
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Consórcio público (Lei n. 11.107/05) 
Pessoa jurídica formada pelo conjunto de entes da Federação, com objetivo de prestar serviços 
de interesse comum, possuem natureza jurídica de Autarquia Interfederativa e forma de 
Associação Pública (se públicos) ou de Associação Civil sem fins lucrativos, se de natureza 
privada. 
É constituído por contrato. 
Processo de Formação: 
Os entespolíticos se unem e formalizam o protocolo de intenções, ​que é encaminhado para o 
legislativo de cada ente e ratificado por lei, a partir desse momento converte-se no contrato de 
consórcio público e passa a ter personalidade jurídica própria e integra a administração indireta 
de todos os entes políticos integrantes (se for de direito público). 
#SELIGA: Para que o município participe de consórcio público de que a União faça parte é 
necessário que estado que ele integra também participe, ou seja, é vedado, por exemplo, que o 
município de Manaus participe de um consórcio público de que faça parte a União, sem que o 
estado do Amazonas também participe desse consórcio público. 
 
ÓRGÃOS PÚBLICOS 
“Órgãos públicos ou órgãos administrativos são unidades de atuação, que englobam um conjunto 
de pessoas e meios materiais ordenados para realizar uma atribuição predeterminada”. 
Os órgãos não possuem personalidade jurídica e, portanto, não podem contrair obrigações nem 
exercer direitos em nome próprio. Sendo assim, atuam em nome da pessoa jurídica de que faz 
parte. 
Resultam da forma ​desconcentrada de atuar do Estado e estão sujeitos ao controle hierárquico da 
pessoa política ao qual estão vinculados. 
Ex. A União exerce controle hierárquico sobre seus Ministérios e os Estados e Municípios sobre 
suas Secretarias. 
Tanto a Administração direta, quanto a Administração Indireta podem possuir órgãos 
públicos vinculados a elas. 
 
 
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Ex. Uma Universidade Pública (autarquia) pode possuir um órgão a ela vinculado e sobre ele 
exercerá controle hierárquico. 
TERCEIRO SETOR 
Nome atribuído a entidades da iniciativa privada que exercem atividades não lucrativas e de 
interesse social. Na prática, são as ONGs. 
a) O governo federal atribui 2 qualificações diferentes para tais entidades: 
b) Organizações sociais → celebram contrato de gestão), e 
c) Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs) → assinam termo de 
parceria. 
Não se pode confundir o ​terceiro setor ​com entidades paraestatais, que são os serviços sociais 
ligados ao serviço sindical (exemplo: SESC, SENAI, SESI, SENAC etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
8. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 
 
São as mais importantes competências da administração. 
 
Abuso de poder: é a utilização ilegítima de uma competência. Abuso de poder é um gênero, que 
comporta duas espécies: 
Excesso de poder: a atividade é exercida dentro da competência, mas o agente ultrapassa os 
limites legais. 
 
 
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Desvio de poder, desvio de finalidade, tredestinação: quando o agente usa os poderes do cargo 
em benefício próprio. Exemplo: policial removido pelo governador por causa de um romance com 
a filha do governador. 
Poder normativo​: Regulamento é o ato que é exercido pela forma de Decreto​. ​É uma competência 
dada em caráter privativo aos chefes do poder executivo (presidente, governador e prefeito), para 
que criem decretos e regulamentos (atos administrativos gerais e abstratos) para dar fiel 
execução à lei, ou seja, normas de caráter secundário. 
Excepcionalmente e por expressa disposição constitucional (CF/88, art. 84, VI) 
compete ao Chefe Executivo editar Decretos autônomos, normas primárias, para 
extinção de cargos públicos vagos e organização administrativa, desde que não 
importe em geração de despesas ou crie ou extinga Órgãos Públicos. 
Poder disciplinar ​- É uma competência para aplicar sanções a servidores públicos que pratiquem 
infrações funcionais, neste caso decorre do poder hierárquico, ou para aplicar sanções àqueles 
que pactuaram contratos públicos com a Administração. O poder disciplinar não é permanente, ou 
seja, não é exercido o tempo todo, é um poder de aplicação episódica, só se manifestando quanto 
o agente público ou aquele que possui um vínculo especial com o poder público, praticam 
infrações. 
 
OBSERVAÇÃO​: Uma conduta irregular do agente público pode ensejar três 
processos diferentes e independentes :​penal,civil e ​administrativo​. Porém, existe um 
dois casos em que a decisão de um processo interfere nos outros dois: ​absolvição no 
processo criminal por negativa de autoria​ ou ​ausência de materialidade​. 
 
Poder hierárquico - É exercido em caráter permanente pela administração direta e indireta sobre 
seus órgãos públicos e pelas chefias sobre agentes públicos. 
IMPORTANTE: entidades da administração indireta (autarquias, fundações, sociedades de 
economia mista) são vinculadas, mas não subordinadas a ministérios. 
Existem dois institutos que decorrem do poder hierárquico: 
● Delegação de competência e 
● Avocação de competência. 
 
 
 
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Delegação pode ser feita por agente ou órgão público ao subordinado (delegação vertical) ou a 
um não subordinado (delegação horizontal). A delegação é sempre de parte da competência e 
pode ser revogada a qualquer tempo (natureza precária, não gera direito adquirido) pela 
autoridade delegante. 
Em regra as competências administrativas são delegáveis, com três exceções: competências 
exclusivas, decisão de recursos hierárquicos e edição de atos normativos. 
 
ATENÇÃO: Com a delegação, ​praticado o ato por autoridade, no exercício de 
competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida 
judicial. 12
 
Avocação​. A autoridade superior pode avocar competências de um subordinado, ou seja, chamar 
para si – só existe avocação vertical. 
 
Poder de Polícia:​ ​é conceituado pelo art. 78 do CTN. 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando 
direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão 
competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei 
tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
 
CICLO DE POLÍCIA 
Fases Possibilidade 
 de Delegação 
12 Súmula nº 510 do STF. 
 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ACP/acp-31-66.htm#art7segunda
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1- Norma de Polícia Indelegável 
2- Consentimentode Polícia Delegável 
3- Fiscalização de Polícia Delegável 
4- Sanção de Polícia Indelegável 
 
O STF entende que Conselhos Profissionais exercem Poder de Polícia e são integrantes da 13
Administração Indireta. 
 
Prescrição das sanções de polícia: 
 
 
 
 
9. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 
Direito de propriedade: direito fundamental protegido pela Constituição – art. 5, ​caput​, e XXII e art. 
22. Representa, também, um dever – art. 5, XXIII, CF/88, na medid. 
 
13 ​ADI 1717-6/DF 
 
 
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http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266741
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Função social 
Urbana: atendimento das diretrizes estabelecidas no plano diretor (Art. 182, § 2º, da CF/88) - 
diploma legal que estabelece regras para que uma cidade possa crescer de forma ordenada. 
Penalidade progressiva em caso de descumprimento do plano diretor (Art. 182, § 4º, da CF/88). 
1 - Notificação para que se adeque às regras do plano diretor. 
2 - IPTU progressivo 
3 - Desapropriação por descumprimento da função social, pago através de Títulos da Dívida 
Pública resgatáveis em até 10 anos. 
 
Rural: Art. 186, da CF/88. Penalidade: Art. 184, CF/88 – desapropriação para reforma agrária, 
sendo paga em títulos da dívida agrária (resgatáveis em até 20 anos). 
 
Diferença entre Poder de Polícia e Servidão Administrativa 
Poder de Polícia​: ​(Conceituado no art. 78, do CTN) . 14
● Limita liberdade e propriedade. . 
● É sempre geral. 
● Não indeniza. 
● É indelegável a particulares. 
Exemplos​: fiscalização ambiental; regras sobre o direito de construir. 
 
Servidão Administrativa 
● Limita só a propriedade. 
● Atinge bem determinado. 
● Pode ser indenizável. 
Exemplos​: placa com nome da rua na fachada do imóvel; servidão para passagem de fios e 
cabos pelo imóvel. 
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MEIOS DE INTERVENÇÃO 
Desapropriação: transfere-se a propriedade de forma compulsória e de maneira originária para o 
patrimônio público, após o devido processo legal e, via de regra, mediante indenização. 
Fato gerador​: por razões de utilidade ou interesse público, ou ainda por descumprimento da 
função social da propriedade. 
● Quando por interesse público:​ indenização prévia, justa e em dinheiro. 
● Quando por descumprimento da função social: indenização em títulos da dívida pública ou 
agrária. 
 
Confisco: transfere-se a propriedade de forma compulsória para o patrimônio público. Só pode 
incidir se encontrarem em uma propriedade uma plantação ilegal de psicotrópicos ou submetendo 
empregados a regime de trabalho análogo ao de escravos. Neste caso, não há direito a 
indenização (art. 243 da CF/88). 
Requisição: modalidade de intervenção autoexecutória na qual o Estado utiliza de bens móveis, 
imóveis ou de serviços particulares em caso de iminente perigo público. 
O art. 5º, inc. XXV da CF/88 assegura “indenização ulterior, se houver dano”. 
Ocupação: modalidade de intervenção por meio da qual o Estado ocupa, em situação de 
normalidade, a propriedade privada para prestação de serviços públicos ou execução de obras 
públicas. 
 ​Exemplo​: ocupação para ponto de votação em uma eleição. 
 
Servidão: ​é o direito real de uso que permite ao Estado o uso da propriedade de terceiros, sem 
retirá-la do seu titular. A restrição ao uso é específica, onerosa e, em regra, perpétua. ​Exemplo​: 
passagem de rede elétrica por algumas propriedades. 
Limitação: restrições quanto ao uso. A restrição é geral (atinge a todos) e gratuita (não dá direito à 
indenização). ​Exemplo​: respeito ao zoneamento na construção de um edifício ou de uma casa. 
Tombamento: ​é a intervenção estatal restritiva que tem por objetivo proteger o patrimônio cultural 
brasileiro. Restrição ao uso, de bens móveis ou imóveis, públicos ou privados, para preservação 
de determinadas características, podendo ser instituído por qualquer dos entes políticos. Sua 
 
 
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instituição pode ocorrer por meio administrativo, legislativo (edição de uma lei) ou ação civil 
pública. 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
O Direito brasileiro reconhece o direito à propriedade privada do cidadão, todavia, condiciona este 
reconhecimento ao atendimento da "​função social da propriedade​" . 15
Uma das formas em que o Poder Público intervém na Propriedade Privada é através da 
desapropriação. 
A desapropriação deve ser entendida como o meio utilizado pela Administração Pública para 
transferir, de forma compulsória, bem móvel ou imóvel, declarado de interesse público, mediante 
justa e prévia indenização em dinheiro. 
Bens que não podem ser desapropriados​: 
a) Quanto à limitação ao poder expropriatório do Estado deve-se ter em mente que este 
encontra limitação nos direitos personalíssimos. 
Desta forma, não podem ser desapropriados, o direito à vida, o direito ao alimento, o direito ao 
corpo, o direito à liberdade intelectual, o direito à liberdade de invenção, o direito à liberdade civil, 
o direito à honra, o direito à imagem, dentre outros. 
b) Também o dinheiro, ou seja, a moeda corrente do país não pode ser expropriada, todavia, 
as moedas raras ou a moeda estrangeira são passíveis de desapropriação. 
c) Em se tratando das terras para reforma agrária, não podem ser desapropriadas as terras 
produtivas, nem as terras pequenas ou médias, se o proprietário não possuir outra. 
d) Em se tratando de bens públicos, também há restrição ao poder expropriatório. 
 
Os Estados, por exemplo, não pode​m​ expropriar bens da União e nem de outros Estados. 
 
Neste caso, a regra é a seguinte: "​entidades de grau inferior não pode expropriar bens de 
entidades de grau superior​". 
 
15 O interesse da coletividade sobrepõe ao do cidadão comum e justifica a atuação do Estado quando este decide 
intervir na propriedade particular. 
 
 
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ATENÇÃO: ​As questões costumam fazer pegadinhas quanto a esse ponto. No que 
pertine a desapropriação, o Estado não pode desapropriar bens da União e os 
municípios não podem desapropriar bens do estados e dos municípios. Todavia, tal 
regra não se aplica ao tombamento, sendo assim, um município pode tombar um bem 
da União ou de um estado. 
e) Em relação às autarquias, a limitação ao poder expropriatório reside na hierarquia da 
autarquia, ou seja, bens de uma Autarquia Federal não podem ser expropriados de uma 
Autarquia Estadual, por exemplo. 
Esta regra, todavia, não se aplica em relação às empresas públicas ou as sociedades de 
economia mista, vez que somente se exige a autorização da pessoa política de maior grau, para 
que a pessoapolítica de grau inferior possa expropriar quotas, ações ou direitos representativos 
do capital social da dita entidade. 
 
Destinação dos Bens: 
Os bens expropriados destinam-se às entidades públicas que promoveram a desapropriação 
desse ou aos particulares em colaboração com o poder público, mediante concessão ou 
permissão. 
Atualmente, os Tribunais têm permitido que estes bens sejam destinados a entidades particulares 
desde que filantrópicas ou sem fins lucrativos. 
Tredestinação lícita – (Desapropriação) É um fenômeno de quando um bem privado é 
desapropriado para determinada finalidade pública mas acaba sendo utilizado para finalidade 
diversa mas também pública. 
 Exemplo: uma casa é desapropriada para virar creche, mas vira um asilo. 
 
Agentes da Desapropriação: 
Os agentes da desapropriação podem ser divididos em dois grandes grupos: 
a) Agentes ativos​– são aqueles que detêm a competência para executar a desapropriação. 
b) Agentes passivos​– são aqueles que sofrem a desapropriação. 
 
 
 
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10. RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL DO ESTADO 
A responsabilidade civil do Estado corresponde à obrigação atribuída ao ​Poder Público ​de reparar 
danos causados por seus agentes públicos ou prestadores de serviços públicos a terceiros, no 
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las. 
 
Disposição Legal: 
Constituição da República, Art. 37, § 6º: 
 
"As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado 
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo e culpa." 
● A responsabilidade do Estado incide sobre as pessoas jurídicas de direito público e de 
direito privado prestadoras de serviços públicos se seus agentes causarem dano atuando 
na qualidade de servidor ou a pretexto desta; 
● As ​pessoas jurídicas de direito público que podem ser responsabilizadas são a ​União, 
Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias e fundações​. 
● As ​pessoas jurídicas de direito privado ​que podem ser responsabilizadas são ​as 
prestadoras de serviços públicos​, como por exemplo, a concessionárias e permissionárias 
que recebem delegação do Estado para prestarem serviços públicos. 
● O art. 37, § 6º dispõe sobre a responsabilidade do Estado por danos causados ​por seus 
agentes​, nesta qualidade. Portanto, toda pessoa que recebe a incumbência de agir em 
nome do Estado é considerada seu agente. 
● A CF/88 não vinculou expressamente a responsabilidade do Estado à demonstração de 
culpa ou dolo, ou seja, via de regra a sua responsabilidade é objetiva, bastando que reste 
comprovado o fato administrativo, o dano e o nexo de causalidade; 
● Cabe ação de regresso do Estado contra o agente causador do dano se provar ter este 
agido com dolo ou culpa; 
● Adota-se a responsabilidade objetiva baseada no risco administrativo . 16
16Em termos de responsabilidade civil, notadamente sobre a responsabilidade civil do estado, o que prevalece 
atualmente no direito brasileiro é a ​responsabilidade objetiva fundada no risco da atividade administrativa e na 
solidariedade social​. O fim da administração pública é o interesse público. Por isso, pratica atos que beneficiam 
toda a coletividade. Se a atividade estatal que beneficia toda a coletividade causa danos a um dos administrados, 
esta coletividade se junta repartindo os prejuízos e repara o dano. É o risco pela atividade administrativa. 
Entretanto, deve-se observar que a teoria do risco administrativo admite ​causas excludentes de responsabilidade 
do Estado​, quais sejam: ​a culpa exclusiva da vítima, caso fortuito e força maior, bem como a culpa 
concorrente. 
 
 
 
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● Excepcionalmente, como nos casos de acidentes radioativos e queda de aeronaves, 
aplica-se a Teoria do Risco Integral, na qual não se admite causas excludentes do nexo de 
causalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Código Civil, Art. 43: 
"As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus 
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado o direito regressivo contra os 
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo." 
 
Requisitos para Responsabilidade Civil do Estado​: 
 
A vítima para ser indenizada deve provar que o dano é originado de atuação estatal. 
 
É necessária a comprovação dos seguintes requisitos: 
 
Ato lesivo​ - a vítima/administrado deve comprovar que o ato foi praticado por um agente público 
na qualidade de servidor, que ocasionou o dano. Além disso o agente público deve ter praticado o 
ato no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las. 
Dano​ - a vítima/administrado deve comprovar que sofreu uma lesão a um direito subjetivo. 
Nexo de causalidade​ - o dano deve ser consequência da atuação do Estado. 
Como a teoria do risco administrativo admite a existência de excludentes e atenuantes vinculadas 
à ideia de causalidade, para que o Estado não seja obrigado a indenizar o particular, deve provar 
que a casuística não decorreu de fato exclusiva da vítima, fato de terceiro ou caso fortuito e força 
maior. 
Ação de Regresso: 
 
 
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É cabível ação de regresso do Estado contra o agente causador do dano se provar ter este agido 
com dolo ou culpa. Verifica-se então, que se o agente não participa ou pratica o ato lesivo com 
culpa ou dolo, não pode ser réu em ação de regresso. 
Na hipótese do Estado não conseguir identificar o agente público causador do dano, não poderá 
ingressar com ação de regresso. 
Aplica-se na ação de regresso a Teoria da Dupla Garantia . 17
Alguns exemplos de Responsabilidade Civil do Estado: 
● Morte de preso no interior de presídio ; 18
● Omissão de manutenção de estrada; 
● Acidente aéreo (concessionária); 
● Erro médico em hospital público; 
● Atropelamento causado por motorista a serviço do município. 
 
O STF definiu, recentemente, em sede de Repercussão Geral, que o Estado 
responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no 
exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso 
contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade 
administrativa. 19
 
 
 
11. LICITAÇÃO 
Licitação é um procedimento administrativo utilizado pelo Poder Público com o objetivo de 
selecionar a melhor proposta, para celebração de contratos com a Administração Pública. 
A Licitação tem por finalidade​: 
17 Essa teoria tem por objetivo proteger, tanto o particular, quanto o agente público, na medida em que a 
responsabilidade do Estado é objetiva e a do agente público subjetiva. Sendo assim, é mais vantajoso ao particular 
ingressar em face do Estado

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