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Por que os autores afirmam que Sorocea bonplandii não pode substituir M. ilicifolia? Artigo: Venda livre de Sorocea bomplandii Bailon como Espinheira Santa no município de Rio de Janeiro - RJ” Não existem estudos comparativos de eficácia entre as duas espécies, nem estudos que assegurem a falta de toxicidade crônica de Sorocea bomplandii, o que se pode tornar um risco para aqueles que inadvertidamente consomem esta espécie, pensando se tratar de Espinheira Santa (a verdadeira). Introdução ao estudo da sistemática vegetal Porquê uma classificação biológica? ●Tendência para organizar em grupos ou classificar ● é uma função de um conjunto de critérios por nós definido Cerca de 1,5 milhões de organismos diferentes no planeta Para nos referirmos ou estudarmos qualquer um desses organismos, temos de o identificar ou atribuir-lhe um nome Classificação biológica Facilita a nossa compreensão da enorme diversidade biológica e das relações evolutivas entre espécies Ao longo dos tempos, a forma de nomear, ou identificar, os seres vivos e o modo como os organizamos, ou classificamos, tem evoluído - acompanhando o desenvolvimento científico Sistemática A ciência da diversidade dos organismos Δ Abrange a descoberta e a interpretação da diversidade biológica, assim como a síntese destas infomações sob a forma de sistemas de classificação preditivos. Δ É desvendar os ramos da árvore da vida, documentando e relatando as modificações que ocorreram durante a evolução dos organismos, além de buscar identificar os processos responsáveis por esta diversidade. A Sistemática consiste de quatro elementos básicos: Descrição, Identificação, Nomenclatura e Classificação. A escola mais aceita da sistemática atualmente é baseada no critério de que as classificações devem refletir a história evolutiva dos organismos, adicionando a Reconstrução Filogenética como um de seus elementos Sistemática Filogenética Δ Descrição: produzida em forma escrita pela listagem detalhada de todos os atributos estruturais do organismo Δ Identificação: processo de determinação de um nome a um espécime. Este nome está associado a um material testemunho, o tipo nomenclatural, que é designado quando se elabora a descrição da espécie Δ Nomenclatura: Grande parte das regras de nomenclatura que hoje são utilizadas tiveram origem nos trabalhos de Lineu Consiste na ordenação em níveis hierárquicos de acordo com suas características. Δ Classificação Classificação biológica ao longo da história ● É o método pelo qual os biólogos agrupam e categorizam os organismos em tipos biológicos. ● A classificação biológica é uma forma de classificação científica. ● A classificação biológica é atualmente estudada no âmbito da ciência da Sistemática A classificação biológica moderna tem as suas origens nos trabalhos do sueco Carolus Linnaeus que agrupou, de uma forma hierárquica, as espécies de acordo com as suas caraterísticas morfológicas. (Carolus Linnaeus, 1707-1778) Teophrastus, pai da Botânica Subjetivos A sistemática filogenética, método de reconstrução de árvores evolutivas criado por Willi Hennig em 1955 Considerada um novo paradigma que revolucionou as classificações biológicas quando comparado às escolas de sistemática anteriores Sistemas Filogenéticos na atualidade: Os estudos taxonômicos da atualidade utilizam inúmeras ferramentas, incluindo a incorporação da biologia molecular e métodos que visam compilar os estudos da filogenia dos diversos grupos. O sistema de classificação de plantas atual mais utilizado hoje é o APG III (Angiosperm Phylogeny Group, 2009) --APG IV (2016). Esse sistema da classificação, proposto por Walter S. Judd e colaboradores na década de 90, reformulou os sistemas de classificação das angiospermas, considerando apenas grupos que compartilham o mesmo ancestral. A sistemática filogenética possibilita um sistema de referência muito mais estável e preditivo. Atualmente a atitude dos sistematas está mudando e as classificações deixaram de ser produto de um único pesquisador. Estas passaram a ser desenvolvidas por equipes multidisciplinares que utilizam diferentes conjuntos de caracteres dos mesmos organismos. Como exemplo temos o Angiosperm Phylogeny Group - nova classificação das angiospermas. Nomenclatura botânica ● Para a comunicação ou acesso à identidade e aspectos filogenéticos dos organismos→ os grupos devem receber nomes; ● A disciplina que trata de dar nomes aos taxa* é a Taxonomia → Nomenclatura botânica ● Os critérios para nomear espécies estão reunidos em um Código de Nomenclatura. *taxa = plural de táxon = grupo de organismo Sistema Moderno de Denominação de Seres Linnaeus(1707-1778) Autor das obras: ● Philosophia Botanica - explica fundamentos da botânica ● Species Plantarum ● Systema Naturae Professor, médico e naturalista, foi quem desenvolveu o sistema binomial para dar nome às espécies de organismos, e estabeleceu as grandes categorias que são usadas no sistema hierárquico de classificação biológica. ● Em Species Plantarum (“As espécies de plantas”), Lineu descreveu cada espécie em latim → frase limitada a 12 palavras – Polinômios Os polinômios eram a forma corrente de descrição de espécie – a primeira palavra designava o gênero ao qual pertencia, e as restantes descreviam a espécie Ex.: erva-dos-gatos = Nepeta floribus interrupte spicatus pedunculatis = (Nepeta com flores em espiga pedunculada ininterrupta). Lineu incluiu o sistema de binômios na nomenclatura, incluindo como uma denominação abreviada ao lado do polinômio Logo o nome abreviado passou a ser mais usado – Nepeta cataria O nome de uma espécie consiste de duas partes: ● A primeira é o nome do gênero (nome genérico) O nome genérico pode ser escrito isolado, quando se referir a todo o grupo de espécies que formam o gênero, por ex.: gênero de Bignoniaceae Jacaranda. ● A segunda é o epíteto específico (que determina a espécie) O epíteto específico não faz sentido quando sozinho, pois o mesmo epíteto pode ser associado a diversos gêneros, por ex.: Terminalia brasiliensis (Combretaceae) e Smilax brasiliensis (Smilacaceae) Para evitar confusão, o epíteto específico sempre é precedido no mínimo pela abreviação do gênero ao qual ele pertence. Ex.: T. brasiliensis, S. brasiliensis Terminalia brasiliensis Categorias hierárquicas Os nomes científicos de categorias hierárquicas superiores à espécies → Uninomiais (uma única palavra); ● O ICBN reconhece 7 categorias principais (reino, divisão/filo, classe, ordem, família, gênero e espécie); – Categorias adicionais podem existir, utilizando os prefixos sub- (abaixo) e supe (acima). Exemplo: sub-classe. Os nomes das categorias supragenéricas são latinizados em plural e geralmente a terminação da palavra indica a categoria a qual o taxon pertence. As regras importantes… As terminações dos nomes designam as categorias taxonômicas em plantas. • Por exemplo em Angiospermas: • Divisão ou filo: ophyta (Magnoliophyta) • Subdivisão: -ophytina • Classe: opsida (Liliopsida) • Sub-classe: idae (Liliidae) • Ordem: ales (Orchidales) • Família: aceae (Orchidaceae) • Sub-família: oideae (Orchidoideae) Segue o sistema de classificação introduzido por Linnaeaus: ● Cada táxon tem apenas um nome válido ● Nomes científicos devem ser todos em latim ou latinizados - Independente da sua origem ● Nomes científicos das espécies são binominais, sendo primeiro o nome do gênero (inicial maiúscula) e segundo da espécie (epíteto) (inicial minúscula) -- ● Devem aparecer no texto em itálico ou sublinhado (geralmente em itálico) ● Os nomes referem-se a diferentes características morfológicas, ecológicas, químicas, distribuição geográfica ou ser homenagem à pessoa que a descobriu ● O binômio é seguido pelo nome da pessoa que identificou e descreveu a planta. Um epíteto deve ser validamentepublicado Ex.: Protium hebetatum Eschweilera alata A.C. Sm. Rosa alba L. Nomes populares: por que não usá-los? ● Somente nomes cientificos são universais (não variam de acordo com região). Ex.: macaxeira, aipim, mandioca = Manihot esculenta Crantz ● Nomes comuns não são consistentes. Um único nome comum pode se referir a mais de um táxon. Ex.: Acariquara = Minquartia guianensis Geissospermum sp. Matamatá = diferentes sp de Lecythidaceae (gênero Eschweilera) Nomes populares não dão ideia hierárquica dos grupos, enquanto os nomes cientificos remetem automaticamente à sua posição hierárquica. Para saber mais ... Consulte o Código Internacional de Nomenclatura Botânica, para conhecer quais são as regras que regem a nomenclatura botânica e aplicá-las adequadamente Algumas bases de dados com informações botânicas: ● The Plant List: http://www.theplantlist.org/ ● Trópicos – Missouri Botanical Garden: https://www.tropicos.org/home Os grupos vegetais atuais Briófitas Plantas vasculares sem sementes – Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas Angiospermas é o grupo fortemente representado entre as plantas de aplicação medicinal, Briófitas As briófitas (Bryophyta) representam o grupo vegetal entre representantes completamente aquáticos e os avasculares terrestres. A ausência de rigidez na parede celular manteve estas plantas com um corpo bastante pequeno. Apresentam uma fase esporofítica, efêmera e outra gametofítica, que é dominante. O esporófito apresenta-se sempre não ramificado, enquanto o gametófito pode apresentar-se como um talo ou com ramificações dicotômicas. • Carecem de organização tecidual; não possuem raízes; a absorção é feita pela superfície do corpo ou através da simbiose com fungos e cianobactérias. • São totalmente dependentes da água para a reprodução sexuada Pteridófitas • As plantas vasculares sem sementes, Pteridófitas, são aquelas que apresentam organização de tecidos e órgãos com funções bem definidas. • É o grupo onde surge pela primeira vez a lignina, que proporciona rigidez às paredes celulares • Tecidos condutores (xilema e floema) → proporcionando o alongamento do corpo destes vegetais São vegetais que também dependem da água para a reprodução sexuada Fase esporofítica é a dominante, diferentemente das briófitas A principal característica diagnóstica das pteridófitas é a presença de bácula, na formação das folhas Selaginelas e as cavalinhas (Equisetum arvense) → com aplicação medicinal • Equisetum arvense Gimnospermas As gimnospermas são consideradas as plantas que efetivamente dominaram o ambiente terrestre, por não dependerem da água para a reprodução sexuada. Grãos de pólen que carregam até a estrutura de reprodução feminina os gametas masculinos. Além de grãos de pólen, as estruturas femininas apresentam óvulos que originarão as sementes, após fecundados. Sementes A formação das sementes foi um importante passo evolutivo que os vegetais tiveram para a conquista do ambiente terrestre, pois além de proteger o embrião, as sementes correspondem a um excelente mecanismo de dispersão geográfica para as espécies vegetais. • Embora tenham estruturas especializadas para a reprodução sexuada independente da água, os óvulos ficam desprotegidos sobre as escamas em estruturas chamadas estróbilos, originando sementes também desprotegidas, denominadas “sementes nuas” Entre as Gimnospermas, são encontrados vegetais muito altos, já que tem um sistema condutor bem desenvolvido Entre as gimnospermas, há alguns representantes medicinais: Ginkgo biloba, Taxus brevifolia, algumas espécies de Podocarpaceae extrai o taxol, possui uma alta atividade antitumoral Angiospermas • Angiospermas -- onde são encontrados muitos recursos terapêuticos vegetais. • Maior parte dos estudos e do próprio controle de qualidade é feita com representantes deste grupo. • A principal característica deste grupo é a presença da flor e frutos Compartilham tantas características únicas que é evidente que são monofiléticas (derivadas de um único ancestral comum). Compreendem inúmeras linhas evolutivas, algumas com apenas poucos membros, e duas muito grandes, as classes Monocotyledonae (monocotiledôneas), com pelo menos 90.000 espécies e as Eudicotyledonae (eudicotiledôneas), com pelo menos 200.000 espécies As monocotiledôneas incluem plantas familiares como gramas, lírios, íris, orquídeas, taboas e palmeiras, bem como arroz e bananas. As eudicotiledôneas são mais diversificadas, incluindo quase todas as árvores e os arbustos que conhecemos (com exceção das coníferas) e muitas ervas (plantas não lenhosas) Antigamente essas plantas eram agrupadas com as eudicotiledôneas como “dicotiledôneas”, porém sabemos hoje que esse é um sistema artificial de classificação que, simplesmente, salienta as diferenças das monocotiledôneas das demais angiospermas. As monocotiledôneas têm como características diagnósticas: os grãos de pólen com uma abertura (monoaperturado) peças florais cíclicas (em número de 3 ou múltiplos de 3 - trimeria) Um cotilédone nas sementes Feixes vasculares encontram-se mais espalhados pelo corpo do caule Flores trímeras (compostas por três elementos) ou múltiplos São representantes das monocotiledôneas: gengibre, alho ... As eudicotiledôneas tem como características diagnósticas gerais: Grão de pólen com três aberturas (triaperturado) Peças florais cíclicas em número de 5 ou múltiplos de 5 - pentameria) Sementes com dois cotilédones Identifique nas ilustrações a seguir as monocotiledôneas com a letra M e as eudicotiledôneas com a letra E: Boa noite!
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