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Departamento Regional de São Paulo Cabos de Aço ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” TREINAMENTO Treinamento Cabos de Aço SENAI-SP, 2003 Trabalho organizado pela Escola SENAI “Almirante Tamandaré”, a partir dos conteúdos extraídos do catálogo 2000 de cabos de aço e superlaços da CIMAF CABOS S/A. 1ª edição, 2003 Coordenação Geral Luiz Gonzaga de Sá Pinto Equipe Responsável Coordenação Celso Guimarães Pereira Estruturação Ilo da Silva Moreira Revisão Marcelo Aparecido Beloto SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo Escola SENAI “Almirante Tamandaré” Av. Pereira Barreto, 456 CEP 09751-000 São Bernardo do Campo - SP Telefone: (011) 4122-5877 FAX: (011) 4122-5877 (ramal 230) E-mail: senaitamandare@sp.senai.br Sumário Página 4 Lubrificação dos cabos 6 Pré-formação 8 Resistência dos cabos de aço 10 Diâmetro de um cabo de aço 11 Manuseio 13 Inspeção e substituição dos cabos de aço 18 Laços para içamento de cargas em geral 27 Tabelas Cabos de Aço 4ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Lubrificação dos Cabos A lubrificação dos cabos é muito importante, para sua proteção contra a corrosão e também para dimunuir o desgaste por atrito pelo movimento relativo de suas pernas, dos arames e do cabo de aço contra as partes dos equipamentos como por exemplo polias e tambores. Os cabos são lubrificados interna e externamente durante o processo de fabricação com um lubrificante composto especialmente para cabos. Esta lubrificação é adequada somente para um período de armazenagem e início das operações do cabo de aço. Para uma boa conservação do cabo, recomenda-se relubrificá-lo periodicamente. Caso não seja realizado um plano de lubrificação adequado, o cabo se deteriorará rapidamente como segue: - ocorrência de oxidação com porosidade causando perda de área metálica e, conseqüentemente, perda da resistência do cabo; - os arames começam a ficar quebradiços devido ao excesso de corrosão e quebram-se facilmente; - como os arames do cabo movimentam-se relativamente uns contra os outros, durante o uso, ficam sujeitoss a um desgaste, causando a perda de resistência do cabo provocada pela perda da área metálica; - a porosidade também provoca desgaste interno dos arames, resultando em perda de resistência. A lubrificação de um cabo de aço é tão importante quanto a lubrificação de um amáquina. Nunca utilize óleo queimado para lubrificar um cabo de aço, pois contém pequenas partículas metálicas que irão se atritar com o cabo, além de ser um produto ácido e conter poucas das características que um bom lubrificante deve possuir. Cabos de Aço 5ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Um lubrificante adequado para cabo de aço deve possuir as seguintes características: 1) Ser quimicamente neutro; 2) Possuir boa aderência; 3) Possuir uma viscosidade capaz de penetrar entre as pernas e os arames; 4) Ser estável sob condições operacionais; 5) Proteger contra a corrosão; 6) Ser compatível com o lubrificante original. Antes da relubrificação o cabo deve ser limpo com escova de aço para remover o lubrificante velho e crostas contendo partículas abrasivas. Nunca usar solventes, pois removem a lubrificação interna, além de deteriorar a alma de fibra. Logo após a limpeza, o cabo deve ser lubrificado. Devido ao pequeno espaço entre os arames das pernas e das pernas no cabo, o lubrificante aplicado externamente não vai penetrar completamente no cabo. Como regra geral, a maneira mais eficiente e econômica de relubrificação á através de um método que aplique o lubrificante continuamente durante a operação do cabo como: imersão, gotejamento e pulverização. O ponto escolhido para aplicação do lubrificante deve ser, preferencialmente, onde o cabo passa por polias e tambor, momento em que ocorre uma maior abertura entre as pernas na parte superior do cabo, favorecendo a sua penetração. Na tabela a seguir, apresentamos alguns lubrificantes, para relubrificação em campo. Cabos de Aço 6ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” APLICAÇÃO ESPECIFICAÇÃO PROPRIEDADES FORNECEDOR - Molifarma 798 Composto graxoso - Mobil - Beslux Cables - Rocol RD-105 A base de bissulfeto de molibdênio - Brugarolas - Morgante Ponte rolante, guincho, elevador de obra, gruas e laços. - GBA 250 FL A base asfáltica - Lubrax - Texaco Cabos de aço para pesca - GCA-2 - Cassis 1234 - Chassi Ca-2 - Cassi 2 A base de cálcio - Lubrax - Esso - Texaco - Ipiranga Elevador de passageiros - Aguila 2 - LPS-2 Óleo de média viscosidade - Brugarolas - Tapmatic NOTAS: - O desempenho do lubrificante da tabela, foram analisados em campo. Outras especificações similares podem ser usadas. - Estes lubrificantes não serão comercializados pelo fabricante. Pré-formação Os cabos de aço podem ser fornecidos tanto pré-formados como não pré-formados, mas na maioria das utilizações o cabo pré-formado é considerado muito superior ao não pré-formado. A diferença entre um cabo pré-formado e um não pré-formado consiste na fabricação do primeiro é aplicado um processo adicional, que faz com que as pernas e os arames fiquem torcidos na forma helicoidal, permanecendo colocados dentro do cabo na sua posição natural, com um mínimo de tensões internas. Cabos de Aço 7ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” As principais vantagens do cabo pré-formado podem ser enumeradas da seguinte maneira: 1) No cabo não pré-formado os arames e as pernas têm a tendência de endireitar-se, e a força necessária para mantê-los em posição provoca tensões às quais se adicionam as tensões provocadas em serviço quando o cabo é curvado em uma polia ou em um tambor. As tensões internas provocam pressões entre os arames e as pernas que se movimentam reciprocamente no momento em que o cabo é curvado, causando a fricção interna. No cabo pré-formado as tensões internas são mínimas, e, por conseguinte, a fricção interna e o conseqüente desgaste interno do cabo é mínimo. Os cabos de aço pré-formados, por terem tensões internas mínimas, possuem também maior resistência a fadiga do que os cabos não pré-formados. 2) O manuseio é muito facilitado pela ausência de tensões e fricções internas. 3) O equilíbrio do cabo é garantido, tendo cada perna tensão igual a outra, dividindo-se a carga em partes iguais entre as pernas. 4) O manuseio é mais seguro, sendo o cabo isento de tensões, não tendo, pois, a tendência de escapar da mão. Em segundo lugar, se um arame quebra pelo desgaste, ele ficará deitado na sua posição normal, não se dobrando para fora, o que tornaria perigoso o seu manuseio. 5) Não há necessidade de amarrar as pontas do cabo. Como todos os arames e as pernas têm a forma helicoidal, que corresponde à sua posição natural dentro do cabo, este pode ser cortado sem que as pontas se abram ou os arames mudem de posição. Cabo pré-formado Cabo não pré-formado Cabos de Aço 8ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Resistência dos cabos de aço A carga de ruptura teórica do cabo é obtida através da resistência dos arames multiplicada pelo total da área da seção de todos os arames. A carga de ruptura efetiva do cabo é obtida através da carga teórica do mesmo multilplicada pelo fator de encablamento. Este fator varia conforme as diversas classes de cabos de aço. A carga de ruptura prática ou real é determinada em laboratório, no ensaio de ruptura do cabo de aço. Fator de encablamento Factor Classe do cabo Wire rope class 0,96 Cordoalha de 3 a 7 arames 3 and 7 wires strand 0,94 Cordoalha de 19 arames 19 wires strand 0,86 6X7 0,825 6X19, 8X19 E 8X37 (DELTA FILLER) 0,80 6X37 0,72 18X7 E 34X7 A carga indicada na tabela representa sempre a carga de ruptura mínima efetiva do cabo. Propriedades Carga de trabalho e fatores de segurança Carga de trabalho é a massa máxima que o cabo de aço está autorizado a sustentar. A carga de trabalho de um cabo de uso geral, especialmente quando ele é movimentado, não deve, via de regra, exceder a um quinto da carga de rupturamínima efetiva do mesmo. Cabos de Aço 9ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” O fator ou índice de segurança é a relação entra a carga de ruptura mínima efetiva do cabo e a carga aplicada. No caso acima mencionado, esse fator seria 5. Um fator de segurança adequado garante: - Segurança da operação, evitando rupturas. - Duração do caboe, conseqüentemente, economia. Damos a seguir os fatores de segurança mínimos para diversas aplicações: Aplicações Applications Fatores de segurança Safety factors Cabos e cordoalhas estáticas Guys 3 a 4 Cabo para tração no sentido horizontal Traction Wire rope 4 a 5 Guinchos, guindastes, escavadeiras Cranes, shovels and draglines excavators 5 Pontes rolantes Overlhead traveling cranes 6 a 8 Talhas elétricas e outras Eletric hoists and others 7 Guindastes estacionários Derricks 6 a 8 Laços Slings 5 a 6 Elevadores de obra Cranes 8 a 10 Elevedores de passageiros Passengers elevators 12 Os valores da tabela são referenciais, sendo que cada aplicação possuem valores normalizados. Cabos de Aço 10ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Diâmetro de um cabo de aço O diâmetro nominal do cabo é aquele pelo qual é designado. O diâmetro prático do cabo, deve ser obtido medindo-se dois pontos distanciados, no mínimo 30 vezes o diâmetro, em dois planos cada ponto, onde o paquímetro deve ser posicionado conforme figura abaixo: O diâmetro será a média de quatro valores medidos. Nota: Deve-se evitar a medida próximo às extremidades do cabo de aço (mínimo 10 vezes o diâmetro do cabo). A tolerância no diâmetro do cabo de aço atende as normas de fabricação, indicadas no quadro abaixo: NORMA STANDART TOLERÂNCIA (%) TOLERANCE (%) ABNT NBR 6327 -1a + 5 DIÂMETRO NOMINAL (mm) NOMINAL DIAMETER (mm) -1a + 4 API SPEC 9A DIÂMETRO NOMINAL (pol) NOMINAL DIAMETER (Inche) -0a + 5 Cabos de Aço 11ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Caso surjam dúvidas quanto á conformidade do cabo de aço com a tolerância superior, o cabo pode ser medido ao se aplicar a ele uma tensão de no mínimo 10% e no máximo 20% da sua carga de ruptura mínima efetiva. Nota: Aplicações especificas, podem ter tolerâncias de diâmetros especiais, definida pelo cliente ou pelo fabricante. Manuseio O cabo deve ser manuseado com cuidado a fim de evitar estrangulamento (nó), provocando uma torção prejudicial, como se vê no exemplo abaixo: Fig. 1 - O começo de um nó. Nunca se deve permitir que um cabo tome a forma de um laço, como demonstrado acima. Porém, se o laço for desfeito (aberto) imediatamente um nó poderá ser evitado. Cabos de Aço 12ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Fig. 2 - Com o laço fechado, o dano já esta feito. O valor e a resistência do cabo estão reduzidos ao mínimo, estando o mesmo completamente estragado. Fig. 3 - O resultado mesmo que os arames individuais não tenham sido prejudicados, o cabo perdeu a forma correta. Com os arames e as pernas fora da posição, esta parte do cabo está sujeita à tensão desigual (causando desgaste excessivo às pernas deslocadas). Mesmo que um nó esteja aparentemente endireitado, o cabo nunca pode render serviço máximo, conforme a capacidade garantida. O uso de um cabo com este defeito torna-se perigoso, podendo causar grandes acidentes. Cabos de Aço 13ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Inspeção e Substituição dos cabos de aço A inspeção em cabos de aço é de vital importância para uma vida útil adequada e segura. A primeira inspeção que deve ser feita em um cabo de aço é a inspeção de recebimento, que deve assegurar que o material esteja conforme solicitado e possua certificado da qualidade emitido pelo fabricante. Alem disso, os cabos de aço, quando em serviço, devem ser inspecionados freqüentemente pelo operador do equipamento e periodicamente por uma pessoa qualificada. A inspeção freqüente deve ser realizada diariamente para os cabos de aço do equipamento de movimentação de carga e antes de cada uso para os laços. Esta inspeção tem como objetivo uma análise visual para detectar danos no cabo de aço que possam causar riscos durante o uso. Qualquer suspeita quanto às condições de segurança do material, deverá ser informada e o cabo inspecionado por uma pessoa qualificada. A freqüência da inspeção periódica para os cabos de aço do equipamento deve ser determinada pelo tipo de equipamento, condições ambientais e de operação, resultados de inspeções anteriores e tempo de serviço do cabo. Para os laços de cabo de aço esta inspeção deve ser feita a intervalos não excedendo a seis meses. Deve ser mais freqüente quando se aproxima o final da vida útil do cabo. Os resultados da inspeção periódica devem ser registrados. Sempre que ocorrer um incidente que possa ter causado danos ao cabo ou quando o mesmo tiver ficado fora de serviço por longo tempo, deve ser inspecionado antes do inicio do trabalho. Na inspeção de um cabo de aço vários fatores que possam afetar a perda da sua resistência, deverão ser levados em consideração. A avaliação de um cabo de aço deve ser feita pelos seguintes fatores: 1. Número de arames rompidos A ruptura de arames normalmente ocorre por abrasão ou por fadiga de flexão. Cabos de Aço 14ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Pode ocorrer tanto nos arames externos quanto internos, caso o cabo possua alma de aço. As rupturas externas podem ocorrer no topo das pernas ou na região de contato entre as pernas (vale) sendo esta, junto com as rupturas de arames da alma, as mais críticas. Deve-se anotar o número de arames rompidos e localização da ruptura em um passo ou em um comprimento equivalente a seis vezes o diâmetro do cabo. Observar se as rupturas estão distribuídas uniformemente ou se estão concentradas em uma ou duas pernas apenas. Neste caso há o perigo dessas pernas se rompem antes do cabo. 2. Arames gastos por abrasão O desgaste por abrasão nos arames externos é causado pelo atrito do cabo, sob pressão, com os canais das polias e do tambor e pode ser acelerado por deficiências de lubrificação. Mesmo que os arames não cheguem a se romper, o seu desgaste reduz a resistência do cabo através da redução da área metálica, tornando o seu uso perigoso. Uma forma de avaliar o desgaste por abrasão de um cabo de aço é através da medição do seu diâmetro. 3. Corrosão A corrosão diminui a resistência à tração através da redução da área metálica do cabo, além de acelerar a fadiga. Pode ser externa, detectada visualmente, ou interna, mais difícil de ser detectada, porém, alguns indícios podem indicar a sua existência: . variação no diâmetro do cabo: nos pontos em que o cabo dobra nas polias, geralmente ocorre a redução do diâmetro, ou nos cabos estáticos, às vezes ocorre um aumento no diâmetro devido ao aumento da oxidação; . perda de afastamento entre as pernas: freqüentemente combinada com arames rompidos nos vales das pernas. Cabos de Aço 15ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” 4. Desequilíbrio dos cabos de aço Em cabos com uma só camada de pernas e alma de fibra (normalmente cabos de 6 ou 8 pernas + AF) pode haver uma avaria típica que vem a ser uma ondulação do cabo provocada pelo afundamento de 1 ou 2 pernas do mesmo, e que pode ser causada por 3 motivos: a) Fixação deficiente, que permite um deslizamento de algumas pernas, ficando as restantes supertensionadas. b) Alma de fibra de diâmetro reduzido. c) Alma de fibra que se deteriorou, não dando apoio às pernas do cabo. No primeiro caso há o perigo das pernas supertensionadas se romperem. Nos outros dois casos não há um perigo iminente, porém haverá um desgaste desigual no cabo e, portanto, um baixo rendimento. Nos cabos de várias camadas de pernas, como nos cabos não rotativos e cabos com alma de aço, há o perigo da formação de “gaiolas de passarinho” e “hérnias”, defeitos estes que podem ser provocados por manuseio incorreto e instalação deficiente do cabo, dando lugar a torções ou distorções do mesmo. Estes defeitos são graves, obrigando a substituição imediata dos cabos de aço. 5. DeformaçõesAs deformações nos cabos de aço ocorrem principalmente devido ao mau uso ou irregularidades no equipamento em contato com o cabo e, ainda, por métodos inadequados de fixação, no caso dos laços. Quando estas deformações forem acentuadas poderão alterar a geometria original do cabo e provocar um desequilíbrio de esforços entre as pernas e conseqüentemente a ruptura do cabo. As deformações mais comuns são: Cabos de Aço 16ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” a) Ondulação: ocorre quando o eixo longitudinal do cabo de aço assume a forma de uma hélice. Nas situações onde esta anomalia for acentuada, pode transmitir uma vibração no cabo de aço que, durante o trabalho causará um desgaste prematuro, assim como arames partidos. b) Amassamento: o amassamento no cabo de aço normalmente é ocasionado pelo enrolamento desordenado pelo tambor. Nas situações onde o enrolamento e desordenado não pode ser evitado, deve-se optar pelo uso de cabo com alma de aço. c) Gaiola de passarinho: esta deformação é típica em cabo de aço com alma de aço nas situações onde ocorre um alivio repentino de tensão. Esta irregularidade é critica e impede a continuidade do uso do cabo. Cabos de Aço 17ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” d) Alma saltada: é uma característica causada também pelo alivio repentino de tensão do cabo e provoca um desequilíbrio de tensão entre as pernas do cabo, impedindo desta forma a continuidade do uso do cabo. e) Dobra ou nó (dog leg): é caracterizada por uma descontinuidade no sentido longitudinal do cabo que em casos extremos diminui a resistência à tração do cabo. Normalmente causada por manuseio ou instalação inadequados do cabo de aço. 6. Substituição dos cabos Mesmo que um cabo trabalhe em ótimas condições, chega um momento em que, após atingir sua vida útil normal, necessita ser substituído em virtude do seu desgaste, de arames rompidos, etc. Cabos de Aço 18ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Em qualquer instalação, o problema consiste em se determinar qual o rendimento máximo que se pode obter de um cabo antes de substituí-lo, sem colocar em perigo a segurança do equipamento. Existem instalações em que o rompimento de um cabo põe em risco vidas humanas, como o caso de elevadores e teleféricos de passageiros. Não existe uma regra precisa para se determinar o momento exato da substituição de um cabo de aço. A decisão de um cabo permanecer em serviço, dependerá da avaliação de uma pessoa qualificada que deverá comparar as condições do cabo inspecionado com os critérios de descarte definidos por normas especificas para cada aplicação. Recomendamos a norma NBR ISO 4309 para cabos de aço usados em pontes rolantes, pórtiços, gruas e guindastes e a NBR 13543 para laços de cabos de aço. Laços para içamento de cargas em geral Os laços para içamento de cargas possuem olhais confeccionados com trançado flamengo e presilhas de aço, conforme Norma ABNT NBR 11900. Parte da resistência do olhal é dada pelo trançado e não depende exclusivamente da presilha. O trançado do olhal é feito abrindo-se a ponta do cabo em duas metades, separando-se as pernas três a três. Uma metade é curvada para formar um olhal e, em seguida, a outra metade é entrelaçada no espaço vazio da primeira. Mesmo antes de ser colocada a presilha de aço, o olhal já é capaz de suportar uma carga superior à carga de trabalho do laço. Cabos de Aço 19ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Principais vantagens do laço 1) Olhal mais resistente e seguro, 2) carga centrada, 3) presilha de aço de pequenas dimensões e de superfície lisa, Resultado: MÁXIMA SEGURANÇA Os laços são fabricados com cabos de aço da classe 6 X 19 ou 6 X 37, torção regular, com alma de fibra ou aço e com resistência à tração dos arames de pelo menos 180 kgf/mm2. O uso de laços, com alma de fibra, é recomendado para ambientes com temperatura até 100ºC. Acima desta temperatura é recomendado o uso de alma de aço. Cabos de Aço 20ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Inspeção em laços As recomendações abaixo, têm como referência a norma NBR 13543 - Dez 1995. A - Inspeção de Recebimento Deve assegurar que o material esteja conforme solicitado e possua certificado da qualidade emitido pelo fabricante. Além desta inspeção os laços, quando em serviço, devem ser inspecionados freqüentemente pelo operador do equipamento e periodicamente por uma pessoa qualificada. B - Inspeção Visual Os laços devem ser inspecionados visualmente quanto a defeitos ou deteriorações, antes de cada série de movimentação. Devem também sofrer uma inspeção completa de rotina por pessoa qualificada. Havendo dúvidas quanto às condições de segurança do material, este deve ser colocado fora de serviço e sujeito a inspeção completa. A inspeção visual deve ser feita para detectar as seguintes irregularidades: - arames partidos; - distorção do cabo; - danos no trancamento, nas presilhas ou acessórios; - desgaste excessivo; - danos por calor; - corrosão. C - Inspeção Completa Deve ser feita a intervalos não excedendo a seis meses. Este intervalo deve ser reduzido quando necessário, em função das condições de serviço. Cabos de Aço 21ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” D - Critérios de Descarte Arames Partidos: Arames partidos podem causar ferimentos ao usuário, como também reduzir a resistência do cabo. Normalmente surgem por danos mecânicos, embora possam surgir por corrosão. Arames partidos, distribuídos uniformemente, podem não ter efeitos marcantes na resistência do laço, mas podem indicar a existência de corrosão ou danos mecânicos. Geralmente, a perda de resistência causada por corrosão ou danos mecânicos em todo o cabo é mais crítica que a perda de resistência resultante de arames partidos. Para evitar ferimentos nos usuários, os arames expostos devem ser retirados do cabo, quebrando-os na base. Rupturas distribuídas aleatoriamente: após a inspeção completa, recomenda-se substituir o laço em serviço quando forem detectados: a) dez arames partidos, distribuídos aleatoriamente em qualquer comprimento de seis vezes o diâmetro do cabo; b) cinco arames partidos em uma mesma perna em qualquer comprimento de seis vezes o diâmetro do cabo; c) mais de um arame rompido no interior do cabo, em qualquer comprimento de seis vezes o diâmetro do cabo. Rupturas localizadas: os laços devem ser descartados quando: a) houver três ou mais arames partidos agrupados proximamente; b) a quantidade de arames partidos na união do cabo de aço com a presilha ultrapassar o estabelecido a seguir: classe 6 X 19 - 1 arame classe 6 X 37 - 2 arames Redução no diâmetro do cabo: O cabo deve ser substituído quando ocorrer uma redução de 10% no valor de seu diâmetro nominal. Cabos de Aço 22ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Corrosão: A corrosão pode ocorrer quando os laços forem armazenados inadequadamente ou usados em condições especialmente corrosivas, como na movimentação de cargas dentro e fora de banhos ácidos e alcalinos. O efeito da corrosão é identificado facilmente com a perda da flexibilidade e o aumento da rugosidade. Embora uma leve corrosão superficial não afete a resistência do cabo, ela pode ser uma indicação de corrosão interna de efeitos imprevisíveis. Quando houver suspeitas de corrosão interna ou corrosão debaixo do amarrilho do trançado manual, o laço deve ser colocado fora de serviço e submetido a uma inspeção. Deformação do cabo: O laço deve ser descartado quando ocorrer dobra, amassamento e colapso da alma. Entretanto, em certas circunstâncias, deformações permanentes podem ocorrer sem necessariamente afetar a resistência do laço, como, por exemplo, quando o cabo é dobrado sob o efeito de uma carga pesada sobre um diâmetro pequeno. No caso de dúvidas quanto à aceitação da deformação, o laço deve ser submetido a uma inspeção. Danos por calor: Quando exposto à temperatura excessiva durante muito tempo, o laço pode ter a sua resistência significativamente reduzida. Evidências de sobreaquecimentopodem ser a descoloração dos arames perda de lubrificação ou vestígio de arco elétrico. Quando estas condições forem identificadas, o laço deve ser retirado de serviço e submetido à inspeção. Acessórios, Presilhas ou Trançados Na inspeção dos acessórios, presilhas ou trançados, deve-se observar o seguinte: a) evidências de abertura, distorção ou trincas do gancho; b) distorção a desgaste do anel de carga ou fechamento dos sapatilhos; c) trincas na presilha; d) abrasão ou amassamento severo da presilha ou do trançado; Cabos de Aço 23ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” e) presilha ou trançado se soltando; f) rompimento da base do olhal devido ao uso de pino de diâmetro excessivo ou certos tipos de sapatilho; g) arames partidos na superfície externa do olhal, causados, por exemplo, pelo uso de pino de pequeno diâmetro e olhal sem sapatilho; h) efeito de fricção na superfície de contato do olhal sem sapatilho. Cuidados na movimentação de carga A - Fixação do laço O olhal ou acessório do laço deve estar devidamente acomodado no gancho, nunca na sua extremidade e deve estar livre de torções e nós. Os conjuntos de laços são sujeitos à variação de esforços que aumentam quando o ângulo entre as pernas é aumentado. O ângulo de cada perna não deve exceder a 60ºC com a vertical. Sempre deve ser tomado cuidado para assegurar que a carga a ser movimentada seja capaz de resistir ao esforço aplicado com segurança. O lugar onde a carga será posicionada deve ser preparado. Deve-se assegurar que o piso tenha resistência para absorver o peso, levando em consideração partes que podem ser danificadas. Pode ser necessário providenciar um apoio de madeira ou material similar para evitar que o laço fique preso ou proteger a carga ou piso ou para dar estabilidade na carga quando a mesma for posicionada. B - Antes do levantamento da carga Planeje a movimentação antes de seu início. Faça uma inspeção no material para detectar se no mesmo existe alguma anormalidade, como: deformações, fios rompidos, distorção, cortes, desgastes, etc... É necessário assegurar que a carga seja adequada para levantamento com o laço. Cabos de Aço 24ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” O peso da carga a ser levantada deve ser verificado. É essencial que o peso da carga seja desconhecido. Se a carga não possuir a identificação do peso, o mesmo deve ser obtido através de manuais, desenhos, etc. Se esta informação não estiver disponível, o peso da carga deve ser avaliado. Após a escolha do método de levantamento, deve-se escolher o material de levantamento mais adequado, compatível com a carga, ambiente e condições de movimentação. A pessoa responsável pelo levantamento, deve assegurar que o laço esteja em boas condições. O laço danificado ou deteriorado, a tal ponto que não seja considerado seguro para o uso, deve ser descartado imediatamente. A pessoa responsável pelo levantamento deve assegurar-se que a carga fique balanceada quando levantada. Os laços devem ser fixados nos pontos projetados para o levantamento da carga. Se estes pontos não estiverem marcados na carga deve-se utilizar a posição do centro de gravidade. O tipo de laço e o método de levantamento utilizado deve assegurar que a carga não escorregue. Assegure-se que a carga a ser levantada não contenha elementos soltos. O laço não deve ser fixado no elemento de amarração da carga, exceto quando o elemento for projetado para este fim. Deve-se assegurar que a carga esteja livre para se movimentar sem qualquer tipo de obstrução. Levantar a carga em alguns centímetros e verificar se a carga está firme e na posição adequada. Se a carga inclinar, deve-se abaixa-la e reposicioná-la. Isto pode ser feito por reposicionamento dos pontos de fixação ou por uso de encurtadores ou esticadores em uma ou mais pernas, que deverão ser usados de acordo com as instruções do fabricante do acessório. C - Durante a movimentação da carga Acelerações e desacelerações fortes devem ser evitadas, pois, provocam o aumento de tensão nas pernas do laço devido às forças dinâmicas que são acionadas nestas condições. Em algumas situações, é remendado o uso de um cabo de controle para prevenir balanços perigosos ou rotação da carga durante a movimentação e posicionamento. Cabos de Aço 25ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” CUIDADO: As mãos e outras partes do corpo devem ser mantidas afastadas do laço para prevenir contusões, como por exemplo, a parte superior do laço, quando carga estiver pronta para o levantamento. Lembre-se ao manusear cabos de aço, sempre use luvas. O operador não deve abandonar a sua posição junto aos controles quando uma carga estiver suspensa em qualquer área onde haja acesso a pessoas. Deve-se assegurar também, que todas as pessoas envolvidas na operação possam se ver e se comunicar. Todo o pessoal deve estar afastado do cargo; caso contrário; cuidados especiais devem ser tomados quando se der início ao levantamento e ao controle da carga . Nunca deixar a carga suspensa desassistida ou movimentar a carga com pessoas sobre a mesma. No uso de conjunto de laços, quando alguma perna não for utilizada a mesma deve ser fixada no anelão. A carga deve se presa pelo laço de tal maneira que não tombe ou caia durante o levantamento. O ponto de fixação deve ficar diretamente acima do centro de gravidade de tal forma que a carga seja levantada ou abaixada uniformemente. Cuidados com os laços O laço ou partes do mesmo não devem ficar presos sob a carga ou serem arrastados pelo chão. Os laços devem ser mantidos em local limpo, seco bem ventilado, à temperatura ambiente e mantidos sem suportes adequados ou prateleiras. Não devem ser deixados no chão, onde podem ser danificados. É conveniente que os laços que deixarem de ser usados durante algum tempo sejam limpos, secos e protegidos contra a corrosão. Cabos de Aço 26ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Ao serem descartados, os laços devem ser cortados, pois no momento de necessidade, poderão ser reutilizados, podendo causar acidentes. Tensões nos laços Variações das tensões nos laços segundo os ângulos de inclinação: As tabelas de cargas de trabalho dos laços, são calculadas para um fator de segurança 5:1 e para os ângulos de inclinação mais usuais. Exemplo: para determinarmos o diâmetro do laço necessário para elevação de uma carga de 5 t com um ângulo de inclinação de 30º, basta procurar diretamente na tabela do laço Tipo C5 ou C6, págs. 125 e 127, capaz de levantar 5,2 t. Cabos de Aço 27ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Tabelas Cabos de Aço 28ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Os superlaços tipo C, com ou sem sapatilho protetor nos olhais, destinam-se a movimentação de cargas em diversos setores da indústria, como: siderúrgicas, estaleiros, montagens, usinas de açúcar, entre outros. Cabos de Aço 29ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Superlaços tipo C-2 Cabos de Aço 30ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Superlaços tipo C-2, com ou sem sapatilho protetor nos olhais: Cabos de Aço 31ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Superlaço tipo C-5 Cabos de Aço 32ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Conjunto de dois superlaços presos a um anel, equipado com ganchos C-5 ou manilhas C-6. Recomendado para içamento e transporte de cargas de responsabilidade, com máxima segurança. Cabos de Aço 33ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Superlaços Tipo C-7 Cabos de Aço 34ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Conjunto de quatro superlaços presos a um anel, equipado com ganchos C-7 ou manilhas C-9. Recomendado para içamento e transporte de cargas de responsabilidade, cokm máxima segurança. Cabos de Aço 35ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” Laços tipo F Os laços sem fim, montados manualmente, com diâmetro do cabo uniforme em toda a sua circunferência, são ideais para equipamentos transportadores ou quando trabalhar sobre polias. Grommet Os laços tipo F (Grommet) estão limitados a um comprimento de circunferência que varia de acordo com o diâmetrodo cabo. Acima desse comprimento de circunferência os laços devem ser do tipo emenda curta. O comprimento mínimo do Grommet deve ser de 100 vezes o diâmetro do cabo de aço. Os laços sem fim emenda curta, com aumento do diâmetro do cabo no local da emenda de no máximo duas vezes, são ideais para içamento de cargas pesadas e volumosas, tais como: transformadores, turbinas e outros. Cabos de Aço ESCOLA SENAI “ALMIRANTE O comprimento mínimo de cabo de aço. 36 TAMANDARÉ” Laço tipo F emenda curta um laço com emenda curta deve ser de 240 vezes o diâmetro do Cabos de Aço 37ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” As cargas de trabalho dos laços sem fim são baseadas em diâmetros de curvatura mínimos, nos pontos de contato das cargas, de 8 a 10 vezes o diâmetro do cabo. Bibliografia CIMAF CABOS S/A, Cabos de Aço, Superlaços, Catálogo de outubro de 2000. Departamento Regional de São Paulo ESCOLA SENAI “ALMIRANTE TAMANDARÉ” TREINAMENTO cabosdeaço.pdf Lubrificação dos Cabos Resultado: MÁXIMA SEGURANÇA Inspeção em laços A - Inspeção de Recebimento B - Inspeção Visual C - Inspeção Completa
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