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31. Empresas Estatais

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SOBRE ESTE MATERIAL 
Olá, tudo bem com você? Este é um material exclusivo da Escola do Mazza 
(www.escoladomazza.com.br), feito com muito carinho para você. 
Este e-book é parte do conteúdo dos meus cursos na Escola. 
O objetivo deste material é oferecer uma base sólida em Direito Administrativo para sua 
aprovação nos concursos públicos mais concorridos do Brasil. 
Estude direitinho porque este e-book esgota completamente o assunto de que ele trata e 
você nunca mais vai errar nada nesse tema, seja qual for o concurso que deseja prestar 
O Direito Administrativo costuma ser uma das maiores disciplinas dos editais e, por várias 
razões, os candidatos temem nossa matéria. Mas não será o seu caso. Vamos trabalhar um 
conteúdo bastante completo e profundo, como você nunca viu, mas de forma bastante 
didática, resolvendo seu problema com a matéria. 
Não são poucos os obstáculos que uma preparação em altíssimo nível em Direito 
Administrativo apresenta: falta de um código sistematizando a disciplina, diplomas 
normativos caóticos e de má qualidade, divergência doutrinária, jurisprudência confusa. 
Isso sem falar que você ainda tem todas as demais matérias para estudar. Não é fácil. Mas 
vou te ajudar. 
O ponto de partida para construção dos meus materiais é sempre o que tem sido perguntado 
recentemente pelas bancas. Meu objetivo é que você passe rapidamente no concurso dos 
seus sonhos estudando o essencial e indispensável para atingir esse objetivo. Não precisa 
saber tudo, nem aprofundar exageradamente como se fosse uma pós-graduação, mas tem 
que saber exatamente o que cai na prova. E quanto a isso não se preocupe porque essa é a 
minha parte. 
Vamos combinar assim: você faz a sua parte dando 100% ao estudar e a minha parte é dar 
meus 100% oferecendo um conteúdo incrível e focado na sua aprovação. 
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Eu PRECISO QUE VOCÊ PASSE. 
Outra coisa: fiz esse material gratuito com muito carinho pra você, ele é seu. Preciso que 
você repasse este material aos seus amigos que também precisam ser aprovados. Pode 
circular este e-book à vontade, pra mim isso será excelente pra divulgar meu trabalho. 
Obrigado 
Mazza 
Instagram: @professorMazza 
Youtube: Canal do Mazza 
 
Conheça os cursos da Escola: (www.escoladomazza.com.br) 
 
 
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QUEM SOU EU 
Eu sou Alexandre Mazza, tenho 44 anos. Sou casado com a Tatiana, que é Procuradora do 
Estado/SP, e temos duas filhas, a Duda (12) e a Luísa (8). 
Sou bacharel (1998), Mestre (2003) e Doutor (2009) em Direito Administrativo pela PUC/SP, 
tendo como orientador no Mestrado e Doutorado o Professor Celso Antônio Bandeira de 
Mello. Tive também o privilégio de estudar no exterior fazendo meu Pós-Doutorado em 
Coimbra (2018) e Salamanca (em conclusão). No meu Mestrado escrevi sobre o Regime 
Jurídico das Agências Reguladoras; no Doutorado defendi a tese sobre a Relação Jurídica de 
Administração Pública, ambos trabalhos publicados em livro pelas Editoras Malheiros e 
Saraiva, respectivamente. 
No Pós-Doutorado em Coimbra/Portugal pesquisei sobre a intersecção entre Direito 
Administrativo e a teoria dos Direitos Humanos, sustentando que todas as decisões da 
Administração Pública contrárias aos Direitos Humanos são juridicamente inexistentes 
autorizando desobediência civil pelos particulares. Em Salamanca/Espanha, minhas 
pesquisas são sobre Direito Administrativo na perspectiva dos direitos sociais. 
Embora eu tenha me dedicado bastante à formação acadêmica, minha grande paixão sempre 
foi dar aula. Logo que me formei em 1998, um mês depois eu já era professor de cursinho. 
Todo o restante da minha vida profissional – como livros, palestras, pesquisas, 
aperfeiçoamento – surgiu em função das minhas aulas e dos alunos. Meu objetivo central é 
ser um professor cada vez melhor, ensinando os temas mais sofisticados de maneira clara e 
objetiva. 
Tenho cerca de 20 livros publicados, sendo os mais conhecidos o Manual de Direito 
Administrativo e o Manual de Direito Tributário, ambos pela Editora Saraiva, feitos para 
aprovação em concursos públicos. 
É importante te dizer isso: sempre dei aula em cursinho. Há 20 anos essa é minha maior 
paixão: ajudar os alunos a conseguir aprovação nos concursos mais concorridos do Brasil. E 
quero te ajudar também! 
Exerci algumas outras atividades na área jurídica: fui assessor parlamentar do Presidente da 
Câmara Municipal de São Paulo; advoguei dando consultoria a um grande escritório na área 
de contratos de infraestrutura; já dei centenas de palestras em praticamente todos os 
Estados brasileiros (só faltam 3 para fechar o Brasil todo!). Mas eu gosto mesmo é de dar 
aula. 
Nos últimos anos tenho investido também na utilização de estratégias diferenciadas para 
memorização de conteúdo jurídico, como audiolivros, paródias jurídicas, além do uso 
intensivo das redes sociais para difundir gratuitamente conteúdo a alunos de todo Brasil. 
Conte sempre comigo,
Eu PRECISO QUE VOCÊ PASSE!
 
Abs,
do seu professor de Direito Administrativo, 
Alexandre Mazza 
 
 
 
 
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1. EMPRESAS ESTATAIS 
Agora que já estudamos as pessoas jurídicas de direito público e as personificações 
contratuais, faltam as entidades de direito privado integrantes da Administração Indireta. 
Vamos juntos. 
Denominam-se empresas estatais as pessoas jurídicas de direito privado não fundacionais 
integrantes da Administração Pública Indireta. São elas: 
 
a) empresas públicas; 
b) sociedades de economia mista; 
c) subsidiárias. 
 
Desse modo, o nome “empresas estatais” designa um gênero de entidades estatais regidas 
predominantemente pelo direito privado. 
 
A prova da Magistratura do Tocantins/2007 considerou INCORRETA a assertiva: 
“As empresas públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividade 
econômica em regime de monopólio submetem-se ao regime jurídico próprio das 
empresas privadas”. 
COMENTÁRIO: A banca considerou incorreta a assertiva porque empresas públicas 
e sociedades de economia mista têm regime predominantemente privado, mas 
sujeito a algumas regras de direito público como, por exemplo, dever de licitar, 
realização de concurso público e controle pelos tribunais de contas. Não se trata, 
desse modo, de um regime igual ao das empresas privadas 
Embora possuem diferentes entre si, empresas públicas, sociedades de economia mista e 
subsidiárias têm em comum as seguintes características: 
a) controle pelos Tribunais de Contas, Poder Legislativo e Judiciário; 
b) dever de realizar licitação. Cabe ressaltar, porém, que as empresas estatais 
exploradoras de atividade econômica não precisam licitar para a contratação de bens e 
serviços vinculados às suas atividades finalísticas, sob pena de inviabilizar a sua força 
competitiva; 
c) contratação de pessoal via concurso público; 
d) proibição de acumulação de cargos, empregos ou funções públicas; 
 
 
 
 
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e) pessoal sujeito a regime celetista de emprego público, com exceção dos dirigentes, 
sujeitos ao regime comissionado (empregos “de confiança”); 
f) remuneração dos empregados não sujeita ao teto constitucional, exceto se 
receberem recursos públicos para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em 
geral; 
g) segundo o STF é inconstitucional a exigência de aprovação prévia, no âmbito do Poder 
Legislativo, como requisito para nomeação de seus dirigentes pelo Chefe do Executivo; 
h) não se sujeitam ao regime falimentar (art. 2º, I, da Lein. 11.101/2005). 
1.1 Empresas públicas 
As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração 
Indireta, criadas mediante autorização legislativa, com totalidade de capital público e regime 
organizacional livre. 
Exemplos: Caixa Econômica Federal (CEF), Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Empresa Brasileira de 
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária 
(Infraero). 
O art. 5º, II, do Decreto-Lei n. 200/67 conceito empresas públicas como: “entidades dotadas 
de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da 
União, criadas por lei para exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a 
exercer por força de contingência, ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se 
de quaisquer das formas admitidas em direito”. 
Segundo a doutrina, o conceito de empresa pública do Decreto-Lei n. 200 contém três erros 
principais: 
a) “capital exclusivo da União”: o capital da empresa pública deve ser exclusivamente 
público, podendo sua origem ser federal, distrital, estadual ou municipal; 
 
Veja como a prova da Defensoria Pública/BA elaborada pelo Cespe considerou 
CORRETA a afirmação corrigindo o equívoco conceitual do DL 200/67: “O capital 
das empresas públicas é totalmente público, podendo pertencer a diversos entes 
públicos”. 
b) “criadas por lei”: nos termos do art. 37, XIX, da CF/88, as empresas públicas e sociedades 
de economia mista não são criadas por lei, mas “autorizadas por lei específica”; 
 
Perceba que a prova da Magistratura/GO considerou ERRADA a assertiva que 
contempla o conceito do DL/200: “A empresa pública da União é pessoa jurídica 
 
 
 
 
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de Direito Privado, criada por lei específica mediante proposta do Presidente da 
República”. 
c) “para exploração de atividade econômica”: empresas públicas podem explorar atividade 
econômica (como a Caixa Econômica Federal) ou prestar serviço público (como os Correios). 
Por todas essas razões, é preciso tomar muito cuidado com o conceito legislativo de empresa 
pública do DL 200/67 já que está evidentemente desatualizado. 
1.1.1 Regime jurídico 
O regime jurídico das empresas públicas possui as seguintes características fundamentais: 
a) criação autorizada por lei específica: nos termos do art. 37, XIX, da CF a instituição 
autorizada por lei específica envolve três fases: 1) promulgação de lei autorizadora; 2) 
emanação de decreto regulamentando a lei; 3) registro dos atos institutivos em cartório ou 
na Junta Comercial. Isso decorre do art. 45 do Código Civil: “começa a existência legal das 
pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, 
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-
se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”. Pela mesma razão, a 
extinção de empresa pública segue semelhante procedimento: 1) lei autorizando; 2) decreto 
regulamentando a extinção; 3) baixa dos atos institutivos no registro competente; 
b) totalidade de capital público: nas empresas públicas não existe dinheiro privado 
integrando o capital social; 
c) forma organizacional livre: nos termos do art. 5º do Decreto-Lei n. 200/67, a estrutura 
organizacional das empresas públicas pode adotar qualquer forma societária admitida pelo 
Direito Empresarial, tais como sociedade anônima, limitada etc; 
d) competência da Justiça Federal: de acordo com o art. 109 da CF/88, compete à Justiça 
Federal julgar as causas de interesse da União, entidade autárquica ou empresa pública 
federal. No caso das empresas públicas distritais, estaduais ou municipais, em regra, as 
demandas são de competência das varas especializadas da Fazenda Pública na justiça comum 
estadual. 
1.2 Sociedades de economia mista 
São pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Indireta, criadas 
mediante autorização legislativa, tendo controle societário nas mãos do Estado (maioria do 
capital votante) e organizadas obrigatoriamente como sociedades anônimas. 
Exemplos: Petrobras, Banco do Brasil, Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), 
Telebras, Eletrobras e Furnas. 
O art. 5º, III, do Decreto-Lei 200/67 conceitua sociedade de economia mista como: 
“a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a 
exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com 
 
 
 
 
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direito a voto pertençam em sua maioria à União ou à entidade da Administração 
Indireta”. 
O conceito de sociedade de economia mista contido no Decreto-Lei 200/67 contém duas 
impropriedades: são criadas mediante autorização legislativa (e não por lei); podem prestar 
serviços públicos (além da exploração de atividade econômica). 
Além disso, quando o DL 200/67 afirma que a maioria do capital votante pertence à União ou 
entidade da Administração Indireta, está restringindo o conceito às sociedades de economia 
mista federais. 
Por óbvio, as sociedades de economia mista estaduais, distritais ou municipais têm maioria 
do capital votante pertencendo aos Estados, Distrito Federal e Municípios, respectivamente, 
ou às respectivas entidades descentralizadas. 
1.2.1 Regime jurídico 
As sociedades de economia mista têm as seguintes peculiaridades em seu regime jurídico: 
a) criação autorizada por lei: a personalidade nasce somente com o registro dos atos 
constitutivos em cartório, assim como ocorre com as empresas públicas, não sendo criadas 
diretamente pela lei; 
b) controle societário estatal: pelo menos 50% mais uma das ações com direito a voto devem 
permanecer com o Estado. Mas não basta isso. Para ser sociedade de economia mista é 
obrigatória a presença minoritária de capital votante privado. No que diz respeito às ações 
sem direito a voto, a legislação não faz qualquer exigência em relação aos seus detentores, 
podendo inclusive todas pertencer à iniciativa privada. Na hipótese de o Estado possuir 
minoria do capital votante, estaremos diante de empresa privada com participação estatal, 
entidade não pertence à Administração Pública; 
c) estrutura organizacional de sociedade anônima: por exigência legal, as sociedades de 
economia devem ser estruturadas como S/As; 
d) competência da justiça comum estadual: as sociedades de economia mista, mesmo as 
federais, têm suas causas decididas pela justiça estadual (art. 109 da CF). 
 
A prova da Magistratura/PR considerou ERRADA a assertiva: “É competente a 
Justiça Federal para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista 
cujo acionista controlador seja a União Federal”. 
COMENTÁRIO: A afirmação está errada porque a CF/88 atribuiu à Justiça Comum 
Estadual a competência para decidir causas das sociedades de economia mista 
federais. Na verdade, são as únicas entidades que integram a Administração 
Pública Federal que foram subtraídas da competência da Justiça Federal 
 
 
 
 
 
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Empresa Pública Sociedade de Economia Mista 
Conceito: art. 5º, II, do DL 200/67 Conceito: art. 5º, III, do DL 200/67 
PJ de direito privado PJ de direito privado 
Integra a Administração Indireta Integra a Administração Indireta 
Todo capital estatal Controle societário estatal 
Forma livre Sociedade Anônima 
As federais têm causas julgadas perante a Justiça 
Federal 
Competência da Justiça Comum Estadual 
As estaduais, distritais e municipais têm causas 
julgadas, como regra, em Varas da Fazenda Pública 
As estaduais, distritais e municipais têm causas 
julgadas em Varas Cíveis 
1.3 Demais características das estatais 
As outras características das empresas públicas e sociedades de economia mista dependem 
da atividade preponderante da entidade: 
1) prestadoras de serviço público: imunes a impostos; seus bens são públicos 
(impenhoráveis, inalienáveis, imprescritíveis e não-oneráveis);responsabilidade objetiva 
(sem culpa ou dolo); execução por precatórios; a entidade federativa é responsável 
subsidiária pelas condenações indenizatórias; sujeitas à impetração de mandado de 
segurança; maior influência do Direito Administrativo. Exemplos: Empresa Brasileira de 
Correios e Telégrafos – ECT e Metrô/SP. 
 
A prova da Procuradoria da República considerou INCORRETA a assertiva: “Os bens 
das empresas públicas prestadoras de serviços públicos estão sempre sujeitos a 
penhora”. 
COMENTÁRIO: Está incorreta porque os bens das estatais prestadoras de serviços 
públicos são impenhoráveis, como no caso da ECT e do Metrô/SP. 
2) exploradoras de atividade econômica: sem imunidade tributária; bens privados; 
responsabilidade subjetiva (exige prova de culpa ou dolo); execução comum (sem 
precatório); o Ente Federativo não é responsável por garantir o pagamento da indenização; 
não se sujeitam à impetração de mandado de segurança contra atos relacionados à sua 
atividade-fim; menor influência do Direito Administrativo. Exemplos: Banco do Brasil e 
Petrobras. 
 
 
 
 
 
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As estatais de direito privado (empresas públicas, sociedades de economia mista 
e subsidiárias) nunca são titulares de serviço público. Ao contrário do que ocorre 
com as PJs de direito públicos, as PJs de direito privado prestadoras de serviço 
público recebem da lei delegação da prestação, e não do serviço público em si. 
Assim, por exemplo, os Correios têm titularidade da prestação do serviço postal, 
mas a titularidade do serviço postal pertence à União. 
 
Prestadoras de Serviços Exploradoras de Atividade Econômica 
Imunes a impostos Sem imunidade 
Bens públicos Bens privados 
Responsabilidade objetiva Responsabilidade subjetiva 
Execução por precatório Execução comum 
Ente Federativo responde subsidiariamente 
Ente Federativo não tem responsabilidade pelos 
danos causados 
Sujeitam-se à impetração de Mandado 
de Segurança 
Não se sujeitam à impetração de Mandado de 
Segurança contra atos relacionados à sua atividade-
fim 
Maior influência do Direito Administrativo Menor influência do Direito Administrativo 
Obrigadas a licitar 
Obrigadas a licitar, exceto para bens e serviços 
relacionados com suas atividades finalísticas 
1.4 Subsidiárias e controladas 
As subsidiárias são pessoas jurídicas estatais de direito privado criadas para integrar um 
grupo empresarial encabeçado por outra estatal (holding ou empresa-matriz). Um excelente 
exemplo é a Petrobras. Atualmente, a Petrobras possui dezenas de empresas subsidiárias a 
ela vinculadas, com destaque para: 
a) Transpetro; 
b) Petrobras Distribuidora; 
c) Petroquisa; 
d) Petrobras Biocombustível; 
e) Gaspetro. 
 
 
 
 
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19 
Assim, as subsidiárias são especializações dentro das especializações na medida em que 
exercem atividades especializadas na área de atuação de uma controladora estatal (também 
especialista em determinado setor). 
A Transpetro, por exemplo, é especializada em transportes no grupo Petrobras (especialista 
na indústria do petróleo). 
Evidenciando que as subsidiárias também integram a Administração Pública, o art. 37, XX, da 
CF/88 disciplina a sua forma de criação: 
“depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das 
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas 
em empresa privada”. 
De acordo com entendimento do STF é dispensável autorização legislativa específica para a 
criação de empresa subsidiária, bastando previsão geral na lei da estatal primária (matriz) 
autorizando que sejam criadas novas subsidiárias (ADIn 1.649/DF). 
 
A prova de Advogado da Casan elaborada pela AOCP considerou CORRETA a 
afirmação: “A criação de subsidiárias pelas empresas públicas e sociedades de 
economia mista, bem como sua participação em empresas privadas, depende de 
autorização legislativa, exceto se já houver previsão para esse fim na própria lei 
que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei 
criadora é a própria medida autorizadora”. 
As empresas subsidiárias integram a Administração Pública indireta com a qualidade de 
empresas públicas ou sociedades de economia mista, conforme estabelecido em seus atos 
institutivos. 
A prova de Defensor Público/PR elaborada pela FCC considerou ERRADA a 
afirmação: “São entes da Administração Indireta as autarquias, as fundações 
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista, e as subsidiárias 
destas duas últimas. As subsidiárias não dependem de autorização legislativa 
justamente por integrarem a Administração Pública Indireta”. 
COMENTÁRIO: A afirmativa está errada porque é necessária autorização legislativa 
para criar subsidiárias, mas basta autorização geral da lei da estatal primária. 
Havendo a autorização geral, está dispensada uma nova autorização por lei 
específica para cada nova entidade 
Subsidiárias não devem ser confundidas com as controladas. 
Empresas controladas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas fora da estrutura 
estatal, mas adquiridas integralmente ou com parcela de seu capital social assumido por 
empresa estatal. Como são criadas por particulares, sem qualquer necessidade de 
autorização legal, as controladas não integram a Administração Pública. 
 
 
 
 
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Exemplo: a Agip do Brasil hoje é empresa controlada pela Petrobras. 
Segue abaixo interessante quadro ilustrando o número e o tipo de empresas estatais 
atualmente existentes em âmbito federal1: 
 
 
 
 
As 88 subsidiárias acima indicadas são vinculadas e controladas por seis estatais (Petrobras, 
Eletrobras, Banco do Brasil, BNDES, CEF e ECT). As outras 46 são empresas estatais (empresas 
públicas e sociedades de economia mista) diretamente vinculadas à União (não são 
subsidiárias). Dessas, 18 são estatais dependentes do Tesouro (não podem remunerar seus 
 
1 Fonte: site Migalhas no endereço https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI303892,81042-
STF+Governo+pode+privatizar+subsidiarias+de+estatais+sem+licitacao+e 
 
 
 
 
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dirigentes acima do teto constitucional: art. 37, § 9o, da CF)2. Enquanto que 28 estatais 
federais são “não-dependentes” do Tesouro Nacional, ou seja, sustentam-se com o próprio 
negócio (não se sujeitam ao teto constitucional previsto no art. 37, § 9o, da CF). 
1.5 Autorização legislativa e licitação para alienação do controle societário das 
estatais 
Em 6/6/2019, no julgamento conjunto das ADIs ADIns 5.624, 5.846, 5.924, e 6.029, o STF 
firmou a orientação no sentido que a alienação do controle societário das empresas públicas 
e sociedades de economia mista exige autorização legislativa e licitação. 
Quanto à alienação do controle de subsidiárias e controladas, porém, a operação pode ser 
realizada sem necessidade de autorização legislativa e sem licitação, desde que siga 
procedimento que observe os princípios da administração pública, respeitada, sempre, a 
exigência de necessária competitividade. 
1.6 Fundações governamentais de direito privado 
Agora nós vamos tratar de um assunto controvertido: as fundações criadas pelo Estado mas 
com regime de direito privado. Vamos juntos. 
Existe uma polêmica doutrinária sobre a possibilidade de o Estado criar fundações com 
personalidade jurídica de direito privado. 
Celso Antônio Bandeira de Mello rejeita não aceita a instituição de fundações estatais 
submetidas ao direito privado, pois a instituição delas seria uma manobra inconstitucional 
para fugir dos controles impostos pelas regras de Direito Público. Segundo Bandeira de Mello, 
as fundações estatais constituem espécie de autarquia, caracterizando-se, portanto, sempre 
como pessoas jurídicas de direito público. 
A corrente majoritária adotada em provas e concursos públicos, todavia, admite a 
coexistência de fundações estatais tanto de direito público quanto de direito privado. 
Nesse sentido, o art. 5º, IV, do DL 200/67 aceita as fundações governamentais de direito 
privado ao conceituarfundação público como “a entidade dotada de personalidade jurídica 
de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o 
desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito 
público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos 
de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes”. 
Além do conceito do DL 200/67, o art. 37, XIX, da Constituição Federal, também trata de 
fundações estatais de direito privado: 
 
2 Art. 37, § 9º, da CF: “O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas 
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de 
despesas de pessoal ou de custeio em geral”. 
 
 
 
 
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“somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de 
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei 
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”. 
 
Boa parte da controvérsia sobre as fundações estatais envolve problemas 
terminológicos. É preciso tomar um cuidado redobrado com os nomes que usamos 
para fazer referência às fundações criadas pelo Estado. Para o gênero fundacional 
convém falar “fundações governamentais” ou “fundações estatais”, terminologias 
que indicam a origem estatal mas não falam do regime aplicável. Os qualificativos 
“públicas” ou “privadas” devem ser reservados para designar as espécies pois 
indicam o regime jurídico. Fundações “públicas” só podem ser as de direito 
público, enquanto que as fundações “privadas” são as regidas pelo direito privado. 
Ainda assim, o nome “fundações privadas” causa confusão com as fundações 
instituídas por particulares. Sempre melhor se referir às espécies como fundações 
“de direito público” (ou “públicas”) e fundações “governamentais/estatais de 
direito privado”. Perceba a imprecisão contida no DL 200/67 ao conceituar 
fundação “pública” como pessoa jurídica de direito privado. Portanto, as 
fundações podem ser particulares ou estatais. As fundações estatais são um 
gênero que se divide em fundações públicas (de direito público) e fundações 
governamentais de direito privado. 
 
Fundações Particulares Fundações Estatais 
1- Fundação Roberto Marinho; 
➢ Ex.: Rede Globo. 
1- Fundações públicas; 
➢ Ex.: Procon 
2- Fundações governamentais de direito privado; 
➢ Ex.: Fundação Padre Anchieta – TV e 
Rádio Cultura. 
Perceba que a fundação de que fala o art. 37, XIX, da CF/88 não é a fundação de direito 
público, espécie do gênero autarquia. A norma posiciona a fundação ao lado das empresas 
públicas e sociedades de economia mista, isto é, entre as pessoas jurídicas de direito privado, 
cuja criação cabe à lei específica somente autorizar. 
Desse modo, o ordenamento brasileiro reconhece a possibilidade de o Estado, ao criar uma 
fundação, escolher livremente entre a instituição de fundação pública, espécie do gênero 
autarquia, dotada de personalidade jurídica de direito público, ou optar pela criação de 
fundação governamental com regime de direito privado. 
As fundações governamentais de direito privado são pessoas jurídicas de direito privado, 
criadas via autorização legislativa, por meio de escritura pública, tendo estatuto próprio, e 
instituídas mediante a afetação de um acervo de bens a determinada finalidade pública. 
 
 
 
 
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Exemplo: Fundação Padre Anchieta, fundação governamental do Estado de São Paulo 
mantenedora da Rádio e TV Cultura. 
Um maior detalhamento normativo sobre as formas de atuação das fundações 
governamentais de direito privado tornou-se imprescindível para esclarecimento das 
incertezas em torno do polêmico instituto. Nesse sentido, a própria redação do art. 37, XIX, 
da Constituição Federal faz referência à necessidade de promulgação de lei complementar 
para definir as áreas de sua atuação. 
Pra te ajudar, vou esquematizar as diferenças existentes entre fundações públicas e 
fundações governamentais de direito privado. 
 
 
Fundações Públicas Fundações Governamentais 
Pessoas jurídicas de direito público Pessoas jurídicas de direito privado 
Pertencem à Administração Pública Indireta Pertencem à Administração Pública Indireta 
Criadas por lei específica Criadas por autorização legislativa 
A personalidade jurídica surge com a entrada em 
vigor da lei instituidora 
A personalidade jurídica surge com o registro dos 
atos constitutivos em cartório, após publicação de 
lei autorizando e do decreto regulamentando a 
instituição 
São extintas por lei específica São extintas com a baixa em cartório 
Espécie do gênero autarquia Categoria autônoma 
Podem titularizar serviços públicos Não podem titularizar serviços públicos 
1.7 Fundações de apoio 
Denominam-se fundações de apoio as pessoas jurídicas de direito privado, instituídas sob a 
forma de fundações privadas para auxiliar instituições federais de ensino superior e de 
pesquisa científica e tecnológica. Sua atuação dá suporte a projetos de pesquisa, ensino, 
extensão e desenvolvimento institucional, científico e tecnológico (art. 1º da Lei n. 8.958/94). 
Como todas as entidades fundacionais, as fundações de apoio sujeitam-se à fiscalização do 
Ministério Público. O regime de pessoal é trabalhista e seu funcionamento exige prévio 
registro e credenciamento no Ministério da Educação e do Desporto e no Ministério da 
Ciência e Tecnologia, renováveis bienalmente. 
Nos termos do art. 24, XIII, da Lei n. 8.666/93), as fundações de apoio podem ser contratadas 
por dispensa de licitação pelas instituições federais de ensino superior e de pesquisa científica 
e tecnológica. 
 
 
 
 
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1.8 Estatuto Jurídico das Empresa Estatais (Lei n. 13.303/2016) 
Muito bem. Agora nós vamos conhecer a nova lei federal que rege as empresas públicas, 
sociedades de economia mista e subsidiárias, a Lei 13.303/16, conhecida com Estatuto das 
Empresas Estatais. O Estatuto foi aprovado para regulamentar o art. 173, § 1º, da CF/88, 
segundo o qual: 
 
“§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de 
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção 
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos 
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os 
princípios da administração pública; 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a 
participação de acionistas minoritários; 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores” 
 
O Estatuto é aplicável a toda empresa pública, sociedade de economia mista e subsidiária da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, “ainda que a atividade econômica 
esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos” 
(art. 1º). 
Embora o art. 173, § 1º, da CF mencionasse o dever de criar um estatuto somente para as 
empresas estatais exploradoras de atividade econômica, a Lei n. 13.303/2016 estendeu sua 
abrangência e também para as prestadoras de serviços públicos, de todos os níveis 
federativos. 
Interessante que o Estatuto define empresa pública e sociedade de economia mista, de modo 
muito mais rigoroso do que o antigo DL 200/67. 
Para o Estatuto, empresa pública é “entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é 
integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios” 
(art. 3º). 
Considera sociedade de economia mista“a entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas 
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, 
aos Municípios ou a entidade da administração indireta” (art. 4º). 
 
 
 
 
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Outro avanço importante consta do art. 8º, que define requisitos mínimos de transparência 
para empresas públicas e sociedades de economia mista: 
I – elaboração de carta anual, subscrita pelos membros do Conselho de Administração, 
com a explicitação dos compromissos de consecução de objetivos de políticas públicas 
pela empresa pública, pela sociedade de economia mista e por suas subsidiárias, em 
atendimento ao interesse coletivo ou ao imperativo de segurança nacional que 
justificou a autorização para suas respectivas criações, com definição clara dos recursos 
a serem empregados para esse fim, bem como dos impactos econômico-financeiros da 
consecução desses objetivos, mensuráveis por meio de indicadores objetivos; 
II – adequação de seu estatuto social à autorização legislativa de sua criação; 
III – divulgação tempestiva e atualizada de informações relevantes, em especial as 
relativas a atividades desenvolvidas, estrutura de controle, fatores de risco, dados 
econômico-financeiros, comentários dos administradores sobre o desempenho, 
políticas e práticas de governança corporativa e descrição da composição e da 
remuneração da administração; 
IV – elaboração e divulgação de política de divulgação de informações, em 
conformidade com a legislação em vigor e com as melhores práticas; 
V – elaboração de política de distribuição de dividendos, à luz do interesse público que 
justificou a criação da empresa pública ou da sociedade de economia mista; 
VI – divulgação, em nota explicativa às demonstrações financeiras, dos dados 
operacionais e financeiros das atividades relacionadas à consecução dos fins de 
interesse coletivo ou de segurança nacional; 
VII – elaboração e divulgação da política de transações com partes relacionadas, em 
conformidade com os requisitos de competitividade, conformidade, transparência, 
equidade e comutatividade, que deverá ser revista, no mínimo, anualmente e aprovada 
pelo Conselho de Administração; 
VIII – ampla divulgação, ao público em geral, de carta anual de governança corporativa, 
que consolide em um único documento escrito, em linguagem clara e direta, as 
informações de que trata o inciso III; 
IX – divulgação anual de relatório integrado ou de sustentabilidade. 
 
 
Preste muita atenção nessa dica: A mais importante novidade trazida pela Lei 
13303/16 reside nos requisitos fixados para nomeação de dirigentes nas empresas 
estatais, inovação constante do art. 17 do Estatuto. Conforme explico logo abaixo, 
agora para ser nomeado dirigente de estatal são necessárias experiência 
comprovada no setor e formação superior compatível com o cargo. Com isso, o 
legislador promove uma muito bem-vinda redução na discricionariedade nessas 
 
 
 
 
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nomeações, que passam (em tese, rs) a ser pautadas mais por critérios técnicos 
do que por interesses político-partidários. 
A maior inovação trazida pelo Estatuto reside no estabelecimento de requisitos mais 
rigorosos para nomeação dos dirigentes nas empresas estatais. Nos termos do art. 17, os 
membros do Conselho de Administração e os indicados para os cargos de diretor, inclusive 
presidente, diretor-geral e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos de reputação 
ilibada e de notório conhecimento, devendo ser atendidos, alternativamente, um dos 
requisitos das alíneas a, b e c do inciso I e, cumulativamente, os requisitos dos incisos II e III: 
“I – ter experiência profissional de, no mínimo: 
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de atuação da empresa pública ou 
da sociedade de economia mista ou em área conexa àquela para a qual forem indicados 
em função de direção superior; ou 
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos: 
1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte ou objeto social 
semelhante ao da empresa pública ou da sociedade de economia mista, entendendo-se 
como cargo de chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não 
estatutários mais altos da empresa; 
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor 
público; 
3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da empresa pública ou da 
sociedade de economia mista; 
c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal em atividade direta ou 
indiretamente vinculada à área de atuação da empresa pública ou sociedade de 
economia mista; 
II – ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado; e 
III – não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas nas alíneas do inciso I 
do caput do art. 1º da Lei Complementar n. 64, de 18 de maio de 1990”. 
 
 
Mas as novidades do Estatuto não se resumem à nomeação dos dirigentes. Houve também 
expressivas mudanças em matéria de licitação e contratos. 
A Lei 13.303/2016 criou um sistema especial para as empresas públicas e sociedades de 
economia mista, inspirado no Regime Diferenciado de Contratação – o RDC (Lei 
12.462/2011). 
Merecem destaque as seguintes inovações, derrogatórias do regime geral previsto na Lei n. 
8.666/93: 
 
 
 
 
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a) expressiva ampliação dos limites para contratação direta por dispensa de licitação: agora 
os patamares de dispensa passam a ser de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para obras e serviços 
de engenharia e R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para os demais objetos (art. 29, I e II). A 
título de comparação, os limites normais previstos na Lei 8666/93 são de até R$ 33.000,00 
(trinta e três mil reais) para obras e serviços de engenharia e até R$ 17.600,00 (dezessete mil 
e seiscentos reais) para os demais objetos (art. 24, I e II, da Lei 8666/93); 
 
Os novos patamares fixados pela Lei 13303/11 para a contratação direta nas 
empresas estatais por dispensa de licitação promoveram um aumento de mais de 
três vezes nos limites gerais previstos no art. 24, I e II, da Lei 8666/93. Vale a pena 
reforçar então os novos valores: até R$ 100.000,00 (cem mil reais) para obras e 
serviços de engenharia e até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para os demais 
objetos. 
b) procedimento licitatório divido em dez fases: I – preparação; II – divulgação; III – 
apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de disputa adotado; IV – julgamento; 
V – verificação de efetividade dos lances ou propostas; VI – negociação; VII – habilitação; VIII 
– interposição de recursos; IX – adjudicação do objeto; X – homologação do resultado ou 
revogação do procedimento (art. 51); 
c) inversão das fases naturais do certame, de modo que o julgamento das propostas sempre 
antecede a habilitação; 
d) ampliação dos critérios de julgamento do certame: I – menor preço; II – maior desconto; 
III – melhor combinação de técnica e preço; IV – melhor técnica; V – melhor conteúdo 
artístico; VI – maior oferta de preço; VII – maior retorno econômico; VIII – melhor destinação 
de bens alienados (art. 54); 
e) criação de quatro procedimentos auxiliares da licitação: I – pré-qualificação permanente; 
II – cadastramento; III – sistema de registro de preços; IV – catálogo eletrônico de 
padronização (art. 63). 
1.9 Extinção do procedimento licitatório simplificado no âmbito da Petrobras 
A Lei 13.303/2016 revogou expressamente o art. 67 da Lei Geral do Petróleo (Lei n. 9.478/97), 
que previa um procedimento licitatório simplificado aplicável somente à Petrobras. Pela 
mesma razão, o Decreto n. 2.745/98, que regulamentou o referido procedimento, perdeu o 
objeto. Com isso, a Petrobras está sujeita ao regime da Lei n. 13.303/2016, juntamente com 
todas as demais empresas estatais federais, estaduais, distritais e municipais.

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