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2 Universidade do Oeste Paulista Reitora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima Vice-Reitora Ana Cristina de Oliveira Lima Pró-Reitora Administrativa Maria Regina de Oliveira Lima Pró-Reitor Acadêmico José Eduardo Creste Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Adilson Eduardo Guelfi Pró-Reitora de Extensão e Ação Comunitária Angelita Ibanhes de Almeida Oliveira Lima Núcleo de Educação a Distância Dayene Miralha de Carvalho Sano Marcelo Vinícius Creres Rosa Maria Eliza Nigro Jorge Mário Augusto Pazoti Sonia Sanae Sato Ilustração e Arte Luciana da Mata Crema Projeto Gráfico e Diagramação Luciana da Mata Crema Revisão Renata Rodrigues dos Santos Colaboração Vanessa Nogueira Bocal Edição UNOESTE – Rodovia Raposo Tavares, km 572 – Campus II – Bairro Limoeiro Presidente Prudente/SP © Copyright 2013 Unoeste - Todos os direitos reservados Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qual- quer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade do Oeste Paulista. 3 Sobre o Autor Valdecir Cahoni Rodrigues Graduado em Administração pela Faculdade de Ilha Solteira (FAISA). Especialis- ta em Gestão de Pessoas e Psicologia Organizacional pelo Centro Universitário Toledo, especialista em Administração com ênfase em Gestão Ambiental pela Faculdade de Ilha Solteira, especialista em Avaliação do Ensino e da Aprendiza- gem pela Unoeste. Mestre em Administração pela Universidade Paulista (UNIP), de São Paulo. Atua como professor na Unoeste nos cursos de Administração e Gestão Comercial. 4 Apresentação Seja bem-vindo! Preparei este material com o objetivo de apresentar a você a importância de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) no ambiente empresarial. Juntos, vamos descobrir quais os conceitos de Gestão Ambiental e os benefícios em se implantar um SGA em uma organi- zação. Para tanto, vamos realizar um levantamento histórico da questão ambiental, possibili- tando que você entenda a origem dos problemas ambientais existentes e ainda compreenda o desenvolvimento da raça humana até os dias atuais. Minha finalidade é fazer com que você possa entender que nada acontece por acaso quando o assunto é meio ambiente, mas que todos os problemas que enfrentamos hoje são resultados das ações de nossos antepassados. Destaco ainda que o programa de Sistema de Gestão Ambiental, quando implan- tado em uma organização, tem como objetivo torná-la competitiva perante as demais. É possível nos tornarmos sustentáveis sem danificarmos o meio onde vivemos. Nesta nossa disciplina, que a partir de agora iniciamos, convido você a várias reflexões sobre os acontecimentos passados, fatos pelos quais estamos passando e ainda a termos uma visão do futuro. Para o seu sucesso, é necessário que você se dedique ao máximo em seus estu- dos. Participe dos fóruns, pergunte, critique, dê sua opinião. Faça todas as atividades obri- gatórias e leituras sugeridas. Assista aos vídeos indicados, pois eles trazem informações importantíssimas sobre o assunto abordado. Jamais desanime nos obstáculos encontrados. Tenho certeza de que os obstáculos terão sido válidos quando você estiver desempenhando a função de Gestor Ambiental em uma organização. Um grande abraço! 5 Sumário Capítulo 1 Meio Ambiente 1.1 A evolução histórica da questão ambiental ........................................................................................ 8 1.2 Industrialização .............................................................................................................................................10 1.3 A tomada da consciência ambiental ....................................................................................................13 Capítulo 2 Gestão Ambiental 2.1 Conceitos básicos de Gestão Ambiental ............................................................................................26 2.1.1 Gestão Ambiental na Empresa ............................................................................................................29 2.1.2 Gestão Ambiental no Brasil ..................................................................................................................32 2.2 Sistema de Gestão Ambiental .................................................................................................................33 2.2.1 Histórico .......................................................................................................................................................33 2.2.2 Sistema de Gestão Ambiental nas Organizações ........................................................................35 2.2.3 Fases de desenvolvimento de um Sistema de Gestão Ambiental .........................................36 Capítulo 3 NRS ISO 14000 3.1 Normas da série NBR ISO 14000 ...........................................................................................................47 3.2 Construção de um Sistema de Gestão Ambiental ..........................................................................52 3.2.1 Integração dos sistemas de gestão ...................................................................................................60 3.3 Ciclo PDCA .....................................................................................................................................................64 3.4 Rotulagem ambiental .................................................................................................................................66 3.4.1 Normas ISO de rotulagem ambiental ..............................................................................................67 Capítulo 4 Gestão Ambiental e Competitividade 4.1 Competitividade ...........................................................................................................................................73 4.2 Métodos de Gestão Ambiental ..............................................................................................................78 4.2.1 Estímulos Internos ....................................................................................................................................78 4.2.2 Estímulos Externos ...................................................................................................................................80 Referências.............................................................................................................................................................83 6 Capítulo 1 Meio Ambiente 7 Introdução É inegável a dependência que os seres humanos têm do meio ambiente para sua sobrevivência. Dele, retira-se tudo, desde os alimentos até a matéria-prima utilizada para produzir a maior parte dos bens consumidos, o que, consequentemente, aumenta a nossa qualidade de vida. Na procura por melhorar cada vez mais a qualidade de vida do homem, as indús- trias começaram a produzir em grandes quantidades, sem se preocupar com o descarte cor- reto de seus resíduos. Com o tempo, essa atitude resultou em ar e rio poluídos, degradação ambiental, até interferir na saúde das pessoas. A industrialização que, por um lado, trazia o desenvolvimento para um país; por outro, começou a ser alvo de muitas críticas por parte das comunidades que viviam próxi- mas as indústrias. Mas, ao longo do tempo, as pessoas foram se conscientizando sobre a necessi- dade de mudar essa situação. A partir de tal momento, as indústrias perceberam que era preciso mudar sua atitude frente ao meio ambiente. Não basta somente extrair recursos naturais, mas também preservar o que temos. Nesse contexto, este capítulo tem como objetivo fazer um retrospecto histórico desde os primórdios da sociedade até a tomada de consciência pela sociedade. 8 1.1 A evolução histórica da questão ambiental Todas as vezes que ligamos a televisão,pegamos um jornal ou revista para ler encontramos alguma notícia sobre o meio ambiente. Geralmente, o foco das informações é mostrar a destruição que os seres humanos ou as organizações estão causando ao ambiente onde vivemos, usufruímos e tanto precisamos para continuar nossas gerações. Mesmo sendo um assunto muito falado, você consegue conceituar o que é meio ambiente? Para ajudar nessa tarefa, coloco aqui um pensamento de Barbieri (2007). Segun- do o autor, meio ambiente é tudo o que envolve ou cerca os seres vivos. A palavra ambiente vem do latim e o prefixo ambi dá a ideia de “ao redor de algo” ou de “ambos os lados”. Sendo assim, meio ambiente não é apenas o espaço onde os seres vivos existem ou podem existir, mas a própria condição para a existência de vida na Terra. Mas você já parou para se perguntar: por que nossa geração se preocupa tanto com o meio ambiente? Não é do meio ambiente que as organizações tiram suas Pare e Reflita matérias-primas para a produção de produtos que aumentam nossa qualidade de vida? De- pois de tantos séculos fazendo uso do meio ambiente, por que somente agora a sociedade e as empresas estão demonstrando tanta preocupação? Essas são algumas de muitas perguntas que neste momento, muito provavelmen- te, você ainda não tenha condições de responder com precisão, mas que em breve terá as devidas respostas. Então, para ter respostas a essas questões precisamos entender em primeiro lugar a história do ser humano. A princípio, temos que levar em consideração que o ser humano é o único entre todas as espécies de animais existentes que apresenta a maior adaptação ao ambiente natural. Você sabia que o homem é o único que não tem seus predadores natu- rais? Em breve, você descobrirá que o homem é o seu próprio predador. Desde a pré-história o homem descobriu que para sobreviver àquele ambiente hostil era necessário se agrupar. Além disso, percebeu que precisava criar ferramentas para utilizar na caça e não morrer de fome. Outra descoberta importante foi perceber que juntan- do as forças com outras pessoas eles tinham um poder muito maior. Utilizaram esse poder para caçar grandes animais. Relatos históricos mostram que eles encurralavam manadas inteiras em desfiladeiros profundos e com lanças matavam centenas de animais. 9 Percebe-se que naquele momento começava a degradação do meio ambiente. Embora tal atitude em matar os animais fosse o único meio de sobrevivência, foi ali que os seres humanos começaram a criar a cultura de aniquilamento dos animais para sobreviver e que ao longo da história deixou de ser apenas por sobrevivência e passou a ser por esporte ou benefícios financeiros. Vivendo em grupos, outras necessidades surgiram para manter a sobrevivência. Passaram, então, a construir represas maiores, tecer fibras vegetais, construir abrigos e aper- feiçoaram seus métodos de caça e pesca, tornando-se os maiores predadores entre os ani- mais. Notou que aos poucos a raça humana foi interferindo ainda mais no ambiente? Com o tempo, o ser humano, além da caça e da pesca, começou a plantar o seu próprio alimento. Para isso, necessitava de espaço para cultivar os alimentos. Depois que começou a plantar não tinha mais a necessidade de ficar mudando de uma região para outra à procura de novos alimentos. Com isso, surgiram as primeiras vilas e cidades. A concentração humana em determinados locais fez crescer as aldeias, vilas e cidades, surgindo a necessidade de atender essas pessoas. Foi preciso produzir mais, caçar mais, pescar mais. Essas necessidades eram supridas com a ocupação de uma maior área natural. Você já parou para pensar de onde vieram as pedras para construir as pirâmides? Quantos rios tiveram seus cursos desviados para atender às necessidades das concentrações humanas? Quantas florestas tiveram que ser destruídas para utilizar a madeira para a cons- trução de casas e pontes? Todos esses fatores intensificaram a destruição do meio ambiente. Animais que até então eram abundantes começaram a entrar em extinção. Quando não eram extintos para matar a fome do povo eram caçados para servir de atração nas arenas que existiam nas cidades. O ambiente natural foi dando lugar a um ambiente propício ao homem. Mas não podemos esquecer de que esse ambiente provocou também a adaptação dos organismos que existiam nos ambientes naturais. Devido a essa mudança, muitas epidemias apareceram e provocaram a morte de milhões de pessoas. Então, são esses fatores os maiores destruidores do meio ambiente? Engana-se quem pensa assim. A maior revolução ainda estava por acontecer. O homem tinha muito caminho pela frente para se desenvolver. Teve início, assim, uma nova fase da raça humana, a industrialização. 10 Considerado um dos principais fatores responsáveis pela alteração no meio am- biente, a Revolução Industrial promoveu o maior crescimento econômico já visto em todo o planeta e proporcionou a maior geração de riqueza entre a humanidade. Mas se gerou ri- queza, não trouxe uma melhor qualidade de vida? Com certeza, mas trouxe também muitos outros malefícios para o homem. Interessados apenas na obtenção da riqueza, não havia preocupação dos homens com a grande quantidade de energia e de recursos naturais que eram gastos; afinal, havia muito a ser explorado. Dias (2007) mostra que a industrialização trouxe vários problemas ambientais, como: alta concentração populacional, devido à urbanização acelerada; con- sumo excessivo de recursos naturais, sendo que alguns não renováveis (petróleo e carvão mineral, por exemplo); contaminação do ar, do solo, das águas; e desflorestamento, entre muitos outros. Analisando esses fatores, percebemos que o meio ambiente vem sendo degra- dado há muitos séculos. Mas somente agora, nas duas últimas décadas, é que a produção mundial cresceu exorbitantemente. Além disso, as pessoas começaram a prestar mais aten- ção e valorizar o meio ambiente. Para haver desenvolvimento tem que haver indústrias, e as indústrias trouxeram a contaminação do meio ambiente. A maioria delas precisa de água para o seu processo de produção. Sendo assim, nada mais óbvio do que construir as indústrias próximas aos rios para a captação da água. Não há nada de errado em instalar uma indústria próxima a um rio. O erro é que os resíduos que sobram do processo produtivo (sólido, líquido ou gasoso) sejam descartados sem tratamento ou uma destinação correta. Sabe de onde vem a água para abastecer a população das cidades vizinhas das indústrias? Dos rios onde as empresas jogam os seus resíduos. Isso mesmo, além de poluir o meio ambiente, afeta também a saúde humana. Para que você possa relembrar alguns dos principais casos de acidentes ambien- tais, verifique o quadro a seguir. 1.2 Industrialização 11 QUADRO 1 - Principais acidentes ambientais no século XX ano DesCrição 1947 Navio carregado de nitrato de amônia explode no Texas, causando mais de 500 mortes e deixando 3.000 feridos. 1956 Contaminação da baía de Minamata, Japão. Foram registrados casos de disfunções neuro- lógicas em famílias de pescadores, gatos e aves. A contaminação acontecia desde 1939 devido a uma companhia química instalada às margens. Moradores morreram devido às altas concentrações de mercúrio, que causavam a chamada doença de Minamata. 1966 Na cidade de Feyzin, França, um vazamento de GLP causa a morte de 18 pessoas e deixa 65 intoxicadas. 1976 No dia 10 de julho, em Seveso, cidade italiana perto de Milão, a fábrica Hoffmann-La Ro- che liberou densa nuvem de um desfolhante conhecido como agente laranja, que, entre outras substâncias, continha dioxina, altamente venenosa. Em torno de 733 famílias foram retiradas da região. 1978 Na cidade de San Carlos, Espanha, caminhão-tanque carregado de propano explode cau-sando 216 mortes e deixando mais de 200 feridos. 1984 No dia 2 de dezembro, um vazamento de 25 toneladas de isocianato de metila, ocorrido em Bhopal,Índia, causou a morte de 3.000 pessoas e a intoxicação de mais de 200.000. O acidente foi causado pelo vazamento de gás da fábrica da Union Carbide. 1984 Em San Juanico, México, incêndio de GLP seguido de explosão causa 650 mortes e deixa 6.400 feridos. 1986 No dia 26 de abril, um acidente na usina de Chernobyl, na antiga URSS, causado pelo desligamento do sistema de refrigeração com o reator ainda em funcionamento, provo- cou um incêndio que durou uma semana, lançando na atmosfera um volume de radiação cerca de 30 vezes maior que o da bomba atômica de Hiroshima. A radiação espalhou-se, atingindo vários países europeus e até mesmo o Japão. 1986 Em Basiléia, Suíça, após incêndio em uma indústria foram derramadas 30 toneladas de pesticidas no Rio Reno, causando a mortandade de peixes ao longo de 193 km. 1989 Na madrugada de 24 de março de 1989, o navio-tanque Exxon-Valdez, ao se desviar de um iceberg, bateu num recife e a seguir encalhou no estreito do Príncipe William, no Alasca. O rombo aberto no casco deixou vazar cerca de 44 milhões de litros de petróleo. O vazamento de óleo, o pior da história dos EUA, atingiu uma área de 260 km², poluindo águas, ilhas e praias da região. Morreram milhares de animais – peixes, baleias e leões marinhos. Fonte: Dias, (2007, p. 8). Esses são apenas alguns casos mundiais que podemos citar para que você possa entender que nas últimas décadas os problemas tem se agravado. Todos eles deixaram um rastro de destruição e morte, seja de animais ou do próprio ser humano. Muitos problemas causados por esses acidentes levarão décadas até serem solucionados por completo e em alguns casos jamais haverá uma erradicação, passando o problema de geração para geração. Nesse momento você pode estar pensando que todos esses casos foram em ou- tros países e que no Brasil não temos esses problemas. Pelo contrário, em países como o nos- so, que estamos em fase de desenvolvimento e por falta de tecnologia avançada em alguns setores, geralmente os acidentes das empresas brasileiras se tornam ainda mais perigosos. No Brasil, podemos citar como exemplo o acidente ocorrido no aterro Mantovani, em uma área do Município de Santo Antônio de Posse, na região Metropolitana de Cam- 12 pinas (SP), onde mais de 50 empresas multinacionais depositaram toneladas de resíduos tóxicos de forma inadequada entre 1973 e 1987. Calcula-se que mais de 500 mil toneladas de material tóxico tenha contaminado rios e pessoas da comunidade. Um dos casos mais famosos e que muitas pessoas lembram é da empresa Shell, em Paulínia (SP). Acompanhe no quadro a seguir o desenrolar de toda a história. períoDo aConteCimentos 1970 A Shell instala em Paulínia sua fábrica de pesticidas, que funciona até a década de 80. 1995 A Shell protocola no Ministério Público a autodenúncia de contaminação da área. 1996 Laudo do laboratório americano Lancaster informa que os níveis de contaminação são 16 vezes maiores do que os permitidos para a saúde humana. 2000 Em julho, o Ministério Público denuncia a contaminação. Em agosto, a Cetesb, Ministério Público e Secretaria do Meio Ambiente de Paulínia sugerem a interdição de 800m² do bairro. 2001 Em fevereiro, a Shell começa a fornecer água para 200 moradores e a comprar hortaliças produzidas nas chácaras. Em março, exames detectam metais como chumbo e titânio no organismo dos morado- res. A empresa negocia a adoção do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a área, mas discorda dos resultados dos exames. Em abril, a Cetesb acusa a Shell de ter omitido informações sobre a contaminação. Em maio, os moradores rejeitam o plano de recuperação da área proposto pela Shell. Em julho, a Polícia Civil conclui inquérito apontando crime ambiental cometido pela Shell. Em agosto, o assunto vira tema de uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, em Brasília. Em novembro, a Shell começa a comprar as chácaras contaminadas. 2002 Em fevereiro, ação pública movida pelo Ministério Público e pela Associação dos Morado- res pede a remoção de todos os moradores do Recanto dos Pássaros. Pede também que a Shell assuma os exames de saúde dos moradores e custeie os tratamentos. No começo do segundo semestre, o início da demolição dos imóveis é impedido pelos moradores, que alegam que os telhados das casas estão tomados pelas partículas dos produtos tóxicos eliminados pela fábrica. 2003 Em fevereiro, a justiça determina que o Recanto dos Pássaros seja inteiramente desocu- pado. No mesmo mês, a prefeitura interdita a gleba e passa a controlar a entrada dos visitantes. Em outubro, a Cetesb determina que a Shell construa uma barreira hidráulica para evitar que contaminação chegue ao Rio Atibaia. 2004 O advogado de um grupo de ex-moradores entra na justiça conta a Shell, exigindo inde- nização por danos morais (R$ 700 mil) e materiais (pagamento de plano e tratamento de saúde vitalícios) Em julho, três ex-trabalhadores da Shell denunciam o SUS e a Prefeitura de Paulínia por omissão no tratamento médico. 2005 Ministério da Saúde conclui relatório que acusa a Shell e a Basf de negligência, imperícia e imprudência nas atividades antigas e atuais da área. QUADRO 2 - Caso Empresa Shell Fonte: Dias, (2007, p. 10). Percebeu o tempo que levou para a conclusão do caso? Quantas pessoas envol- vidas? Um bairro todo precisou ser removido, centenas de pessoas, além de perderem suas casas, estavam contaminadas. Esse é apenas um de dezenas de fatos assim que aconteceram no Brasil. 13 Diante de tudo isso a pergunta a se fazer é: a população nada fazia? O governo não tomava medidas para evitar casos como esses? Somente a partir de catástrofes, como a de Paulínia, que a população começou a se conscientizar do problema ambiental. A partir daquele momento, forçado pela opinião pública, é que o governo começou a tomar medi- das para que casos como o da Shell não aconteçam mais. A partir desses eventos e com o envolvimento da sociedade, geralmente por inter- médio de ONGs (Organizações Não Governamentais), as empresas começaram a notar que os consumidores estavam dispostos a pagar mais por produtos ambientalmente corretos. Com a intensificação do crescimento econômico mundial aumentavam também os problemas ambientais na maioria dos países em rápido desenvolvimento. Esse crescimento fez com que os acidentes ocorridos aparecessem com maior visibilidade para a população. Mesmo assim, até o ano de 1962, os problemas ambientais sempre foram abor- dados de forma muito superficial. Somente com a publicação do livro Primavera Silenciosa, por Rachel Carson, é que ocorreu uma grande repercussão, levando a um debate que mobili- zou a opinião pública sobre o assunto abordado (DIAS, 2007). Naquele mesmo ano, em razão da repercussão do livro, o Senado americano foi obrigado a proibir a utilização do DDT nos Estados Unidos. O livro tornou-se um marco histó- rico, pois a partir de sua publicação muitos países começaram uma intensa inspeção nas terras, rios, mares e ares preocupados com danos causados ao meio ambiente. A partir disso, as autoridades mundiais começaram a tomar consciência do proble- ma existente e começaram a se organizar, procurando soluções. Em abril de 1968, em Roma, na Itália, estiveram reunidos vários cientistas, educadores, industriais e funcionários públicos, representando 10 países, com o único objetivo de discutir os dilemas atuais e futuros do ho- mem (DIAS, 2007). No mesmo ano, a Assembleia das Nações Unidas decidiu pela realização de uma Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, marcada para 1972, na cidade de Esto- colmo, na Suécia. Ainda em 1968, a Unesco promoveu uma conferência, em Paris, sobre a conserva- ção e o uso racional dos recursos da biosfera, que estabeleceu as bases para o lançamento do Programa Homem e a Biosfera (MAB), em 1971. Percebe-se que em pouco tempo todos começaram a se mobilizar preocupados 1.3 A tomada da consciência ambiental 14 com oproblema que o homem vinha causando ao meio ambiente. O crescimento econômico que até então era conseguido a qualquer preço começava a ser questionado. Do ponto de vista ambiental, questionava-se cada vez mais o mito da abundância do capital natural, e constatava-se que o modelo de crescimento econômico adotado tinha provocado o agravamento da deterioração ambiental, com o aumento da contaminação e a possibilidade do esgotamento dos recursos naturais (DIAS, 2007). Com o lançamento do programa (MAB) e sua realização em 1971, vários represen- tantes se juntaram com o objetivo de estabelecer uma cooperação científica internacional para conceber e aperfeiçoar um plano de utilização racional e conservação dos recursos naturais da biosfera. Segundo Dias (2007, p. 14), os objetivos do programa eram: Proporcionar os conhecimentos fundamentais das ciências naturais e das ciên- cias sociais necessários para a utilização racional e a conservação dos recursos da Biosfera e para o melhoramento da relação global entre o homem e o meio, assim como para prever as consequências das ações de hoje sobre o mundo de amanhã, aumentando assim a capacidade do homem para ordenar eficazmente os recursos da biosfera. O resultado do programa foi tão positivo que em 1976 foi criada uma rede mun- dial de áreas protegidas denominadas Reservas da Biosfera. Essas áreas protegidas tinham como objetivo conciliar a conservação da diversidade biológica com a exploração racional dos recursos naturais. No Brasil também não foi diferente, pois foram criadas várias reservas ambientais. Vamos conhecer quais são as nossas reservas? 15 Mata Atlântica Este bioma ocupa uma área de 1.110.182 km², corresponde a 13,04% do território nacional e que é constituída principalmente por mata ao longo da costa litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. A Mata Atlântica passa pelos territórios dos esta- dos do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, e parte do território dos estados de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. A Mata Atlântica apresenta uma variedade de formações, engloba um diversificado conjunto de ecossistemas florestais com estrutura e composições florísticas bastante diferenciadas, acompanhando as características climáticas da região onde ocorre. Cerca de 70% da população brasileira vive no território da Mata Atlântica, as nascentes e mananciais abastecem as cidades, esse é um dos fatores que tem contribuído com os pro- blemas de crise hídrica, associados à escassez, ao desperdício, à má utilização da água, ao desmatamento e à poluição. A biodiversidade da Mata Atlântica é semelhante à da Amazônia. Os animais mais conhe- cidos da Mata Atlântica são: mico-leão-dourado, onça-pintada, bicho-preguiça e capivara. Fonte: Instituto Brasileiro de Florestas, (2012). Parada Obrigatória Quer saber mais sobre a Mata Atlântica? Assista ao vídeo 1 sobre a história da Mata Atlântica e socialize com seus colegas sua opi- nião sobre o que foi apresentado. Midiateca A Mata Atlântica não é a única reserva ambiental brasileira, por isso vamos co- nhecer a história do Cinturão Verde de São Paulo. A seguir, há um texto selecionado para apresentar um pouco desse lugar para você. 16 Cinturão Verde de São Paulo Em 1993, a Unesco reconheceu a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo como parte integrante da RB da Mata Atlântica, mas com identidade própria dadas às pe- culiaridades do entorno de uma das maiores metrópoles do mundo. Além de São Paulo, a RB do Cinturão Verde envolve outros 71 municípios onde se concentram 10% de toda a população brasileira. As ações da RBCVSP se concentram em dois focos principais: o “Programa de Jovens” que promove a inserção social e cursos ecoprofissionalizantes para jovens de regiões periurbanas e o estudo dos serviços ambientais (água, clima, carbono, etc.) gerados pela Mata Atlântica no entorno das cidades. Esses estudos compõem um dos projetos piloto da “Avaliação do Milênio” que envolve a análise dos ecossistemas em nível global. Fonte: Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, (2012). Parada Obrigatória É interessante você perceber que as reservas não estão localizadas em pontos distantes da sociedade e o Cinturão Verde é prova disso. Pode-se afirmar, então, que meio ambiente e homem tem condições de conviver lado a lado. Posto isso, agora vamos conhe- cer o Cerrado brasileiro. Cerrado é o nome dado às savanas brasileiras caracterizadas por árvores baixas, arbus- tos espaçados e gramíneas, e pode ser classificado como cerradão, cerrado típico, campo cerrado, campo sujo de cerrado ou campo limpo, sendo que o cerradão é o único que apresenta formação florestal. Presente nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Goiás, o cerrado cobre cerca de 197 milhões de hectares do território brasileiro, sendo o segundo bioma mais produtivo do país. Formações de cerrado podem ser encontradas em outras regiões do país como áreas de transição para outros ecossistemas. Essas áreas de transição de cerrado são chamadas de ecótonos ou periféricas e estão nas divisas com a Caatinga, a Amazônia e a Mata Atlântica. A principal marca do bioma cerrado são seus arbustos de galhos retorcidos e o clima bem definido, com uma estação chuvosa e outra seca. Entretanto, na região do cerrado encon- tram-se três das maiores bacias hidrográficas do país, sendo esse bioma o berço de rios caudalosos como o São Francisco. Acredita-se, pois, que as peculiaridades da flora (troncos tortuosos e com casca espessa) se devam à falta de alguns micronutrientes específicos e não à falta de água necessariamente. Fonte: Infoescola, (2012). Parada Obrigatória 17 Vamos saber mais sobre o Cerrado? Faço a sugestão para você assistir ao vídeo 2. Em seguida, socialize seus comentários com seus colegas sobre o que achou do vídeo. Midiateca Com certeza, ao ler sobre o Cerrado você conseguiu imaginar aquela paisagem típica. Outro lugar de cenário bem marcante é a Caatinga, onde Lampião e seu bando fize- ram história com o cangaço. Para conhecê-la, leia o texto selecionado para você entender melhor sobre o tema. Caatinga O bioma Caatinga é o principal ecossistema existente na Região Nordeste, estendendo-se pelo domínio de climas semiáridos, numa área de 73.683.649 ha, 6,83% do território na- cional; ocupa os estados da BA, CE, PI, PE, RN, PB, SE, AL, MA e MG. O termo Caatinga é originário do tupi-guarani e significa mata branca. É um bioma único, pois, apesar de estar localizado em área de clima semiárido, apresenta grande variedade de paisagens, relativa riqueza biológica e endemismo. A ocorrência de secas estacionais e periódicas estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa a vegetação sem folhas. A folhagem das plantas volta a brotar e fica verde nos curtos períodos de chuvas. A Caatinga é dominada por tipos de vegetação com características xerofíticas – formações vegetais secas, que compõem uma paisagem cálida e espinhosa – com estratos compos- tos por gramíneas, arbustos e árvores de porte baixo ou médio (3 a 7 metros de altura), caducifólias (folhas que caem), com grande quantidade de plantas espinhosas (exemplo: leguminosas), entremeadas de outras espécies como as cactáceas e as bromeliáceas. A Caatinga tem sido ocupada desde os tempos do Brasil-Colônia com o regime de ses- marias e sistema de capitanias hereditárias, por meio de doações de terras, criando-se condições para a concentração fundiária. De acordo com o IBGE, 27 milhões de pessoas vivem atualmente no polígono das secas. A extração de madeira, a monocultura da cana- -de-açúcar e a pecuária nas grandes propriedades (latifúndios) deram origem à exploração econômica. Na região da Caatinga, ainda é praticada a agricultura de sequeiro. Os ecossistemas do bioma Caatinga encontram-se bastante alterados, com a substituiçãode espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens. O desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária que, além de destruir a co- bertura vegetal, prejudica a manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água, e o equilíbrio do clima e do solo. Aproximadamente 80% dos ecossistemas originais já foram antropizados. Fonte: IBAMA, (2012). Parada Obrigatória 18 Vamos saber mais sobre a Caatinga? Assista ao vídeo 3 e lembre-se de socializar com seus colegas de curso as suas descobertas sobre o tema. Midiateca Acredito que você tenha ficado surpreso ao saber da diversidade de vegetação que pode ser encontrada na Caatinga. Prosseguindo com nossos estudos, o próximo tema é a Amazônia Central, também conhecida pela biodiversidade imensa. Vale a pena saber um pouco mais sobre esse lugar tão importante. Amazônia Central A Reserva da Biosfera da Amazônia Central está localizada na área do Projeto Corredor Ecológico Central da Amazônia, no interior do Estado do Amazonas. A Reserva tem por elemento estrutural de seus territórios o conjunto de Áreas Protegidas contínuas, formado pelo Parque Nacional do Jaú, pela Estação Ecológica de Anavilhanas, pelas Reservas Ecoló- gicas do Rio Negro, Javari-Solimões e de Juami-Japurá, pela Reserva Biológica de Uatumã, pela Floresta Nacional de Tefé e pelas Reservas de Desenvolvimento Sustentável de Mami- rauá e Amanã, entre outras de menor extensão territorial. Seu principal objetivo é o da conservação dessas porções estratégicas de cobertura flo- restal de imensa biodiversidade. Uma importante iniciativa que patrocina é o do apoio ao reconhecimento da importância estratégica da sabedoria das populações tradicionais para o conhecimento dessa diversidade biológica e de seus usos terapêutico e com outras finalidades. Com isso, a par de promover a exploração econômica de seus produtos ma- deiráveis, pelo manejo sustentável de suas Florestas Nacionais, apoia as atividades para a conservação da biodiversidade, para o fortalecimento da bioprospecção, da biotecnologia e de bionegócios. Fonte: Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, (2012). Parada Obrigatória O Brasil possui seis reservas em seu território. Infelizmente como você pôde cons- tatar ao assistir os vídeos, mesmo se tratando de reservas, muitas ainda continuam sendo devastadas desenfreadamente e, na maioria das vezes, as devastações são para obter bene- fícios econômicos. Essas reservas foram criadas somente a partir do momento em que a população se deu conta de que não há como um país se desenvolver sem cuidar do meio ambiente. 19 Dias (2007, p. 15) mostra o resultado que o Clube de Roma chegou após fazer uma análise do problema ambiental: Se mantiverem as atuais tendências de crescimento da população mundial, indus- trialização, contaminação ambiental, produção de alimentos e esgotamento dos re- cursos, este planeta alcançará os limites de seu crescimento no curso dos próximos cem anos. O resultado mais provável será um súbito e incontrolável declínio tanto da população como da capacidade industrial. Você quer saber mais sobre o Clube de Roma e quais os fatores que podem con- duzir a uma crise mundial jamais vista? Assista ao vídeo 4 e socialize com seus colegas de curso sobre a importância do Clube de Roma para o meio ambiente. Midiateca Grandes foram os avanços durante a década de 1970. A sociedade se mobilizou, os governos se juntaram para discutir a problemática, as organizações mostraram-se inte- ressadas em encontrar soluções e mudar a sua atitude frente ao desenvolvimento. Já na década de 1980, dando continuidade ao que se vinha fazendo anteriormen- te, foi criada a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), em 1983. A comissão tinha como compromisso apresentar um trabalho que consistiria numa agenda global para mudança. Além disso, Dias (2007, p. 18) acrescenta que a comissão tinha por objetivo: Propor estratégias ambientais que viabilizem o desenvolvimento sustentável por vol- ta do ano 2000 em diante; Recomendar formas de cooperação na área ambiental entre os países em desenvol- vimento e entre os países em estágios diferentes de desenvolvimento econômico e social que os levem a atingir objetivos comuns, consideradas as inter-relações de pessoas, recursos, meio ambiente e desenvolvimento; Encontrar meios e maneiras para que a comunidade internacional possa lidar mais eficientemente com as preocupações ambientais; Contribuir com a definição de noções comuns relativas a questões ambientais de longo prazo e os esforços necessários para tratar com êxito os problemas da prote- ção e da melhoria do meio ambiente, uma agenda de longo prazo a ser posta em prática nos próximos decênios. Quer saber mais? Assista ao vídeo 5 sobre o modelo de desenvolvimento econômico. É um retrato sobre a relação dos países desenvolvidos versus os países não desenvolvidos. Midiateca 20 O documento elaborado pela CMMAD é considerado um dos mais importantes sobre a questão ambiental e o desenvolvimento dos últimos anos, sendo referência e base importante para os debates que aconteceram na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), que foi realizada em 1992 no Rio de Janeiro. Nessa conferência se popularizou o conceito de desenvolvimento sustentável, tornando as questões ambientais e de desenvolvimento ligadas entre si (DIAS, 2007). Como não poderia deixar de ser, já na década de 1990, o meio ambiente ocupava um patamar privilegiado na agenda global, tendo se tornado um assunto quase obrigatório nos inúmeros encontros internacionais. Naquela década ocorreram debates, atividades, fó- runs e encontros que resultaram em um consenso mundial dos perigos que corria o planeta caso se mantivesse o modelo de crescimento insustentável que estava em vigor (DIAS, 2007). A CNUMAD, que ocorreu na década de 1990, concentrou-se em identificar as po- líticas que geravam os efeitos ambientais negativos. Como produto desse encontro, foram assinados cinco documentos que direcionariam as discussões sobre o meio ambiente. Agenda 21 A Agenda 21 é o principal resultado da Conferência das Nações Unidas para o Meio Am- biente e o Desenvolvimento (UNCED/Rio-92). Esse documento foi discutido e negociado exaustivamente entre as centenas de países ali presentes, sendo, portanto, um produto diplomático contendo consensos e propostas. Agenda 21 é um documento estratégico, um programa de ações abrangente para ser adotado global, nacional e localmente, visando fomentar em escala planetária, a partir do século XXI, um novo modelo de desenvolvimento que modifique os padrões de consumo e produção de forma a reduzir as pressões ambientais e atender as necessidades básicas da humanidade. A esse novo padrão, que concilia justiça social, eficiência econômica e equilí- brio ambiental, convencionou-se chamar de Desenvolvimento Sustentável. A Agenda 21 Global é atualmente o documento mais abrangente e de maior alcance no que se refere às questões ambientais, contemplando em seus 40 capítulos e 4 seções te- mas que vão da biodiversidade, dos recursos hídricos e de infraestrutura, aos problemas de educação, de habitação, entre outros. Por essa razão tem sido utilizada na discussão de políticas públicas em todo o mundo, tendo em vista a sua proposta de servir como um guia para o planejamento de ações locais que fomentem um processo de transição para a sustentabilidade. Fonte: Prefeitura Municipal de Campos de Goitacazes, (2012). Parada Obrigatória 21 Vamos saber mais sobre a Agenda 21? Assista ao vídeo 6 e aprenda um pouco mais sobre esse documento tão significativo para as questões ambientais. Midiateca Prosseguindo com nossos estudos, vamos conhecer mais um documento gerado a partir das discussões da CNUMAD na década de 1990. Agora é a vez de abordar a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB). Então, leia com atenção o texto apresentadoa seguir. A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) é um tratado da Organização das Na- ções Unidas e um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente. A Convenção foi estabelecida durante a notória ECO-92 – a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 – e é hoje o principal fórum mundial para questões relacionadas ao tema. Mais de 160 países já assinaram o acordo, que entrou em vigor em dezembro de 1993. A Convenção está estruturada sobre três bases principais – a conservação da diversidade biológica, o uso sustentável da biodiversidade e a repartição justa e equitativa dos benefí- cios provenientes da utilização dos recursos genéticos – e se refere à biodiversidade em três níveis: ecossistemas, espécies e recursos genéticos. A Convenção abarca tudo o que se refere direta ou indiretamente à biodiversidade – e ela funciona, assim, como uma espécie de arcabouço legal e político para diversas outras convenções e acordos ambientais mais específicos, como o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança; o Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura; as Diretrizes de Bonn; as Diretrizes para o Turismo Sustentável e a Biodiver- sidade; os Princípios de Addis Abeba para a Utilização Sustentável da Biodiversidade; as Diretrizes para a Prevenção, Controle e Erradicação das Espécies Exóticas Invasoras; e os Princípios e Diretrizes da Abordagem Ecossistêmica para a Gestão da Biodiversidade. Fonte: Ministério do Meio Ambiente, (2012). Parada Obrigatória Precisamos citar também o Convênio sobre as mudanças climáticas, que está em vigor desde 1994 e atualmente conta com 192 países signatários. Ele consiste em reunir países membros da Organização das Nações Unidas (ONU), visando estabilizar as concentrações de gases de efeito de estufa em níveis que não impliquem alterações climáticas perigosas. 22 Mais um documento a ser destacado é referente aos Princípios para a Gestão Sustentável das Florestas, que tem como objetivo gerir as florestas de maneira sustentável. Declaração do Rio de Janeiro sobre o meio ambiente A Declaração do Rio de Janeiro foi elaborada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada na cidade do Rio de Ja- neiro, em 1992, também conhecida por Rio 92. Ela nasceu com o objetivo de estabelecer uma nova e justa parceria global mediante a criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, a sociedade e os indivíduos, trabalhando pela criação de acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a integridade do sistema global de meio ambiente e desenvolvimento. Ao todo, são 27 princípios do documento, entre eles o do “desenvolvimento sustentável”, o da “preocupação” e o do “poluidor pagador”. Fonte: Mudanças Climáticas, (2012). Parada Obrigatória Até nos dias de hoje os debates ambientais têm fomentado a união dos países. Sejam países desenvolvidos ou em desenvolvimento, a única intenção é juntar-se para achar soluções que possam melhorar o meio ambiente e ainda continuar se desenvolvendo. As organizações preocupadas com essa nova tendência de conscientização am- biental dos consumidores começaram a tomar medidas para mudar a imagem da empresa. Para isso, passaram a investir em projetos para reduzir o desgaste do meio ambiente e em novas técnicas para minimizar o uso de energia que até então era 100% retirada do meio ambiente. Foi nesse contexto que surgiu o conceito de Gestão Ambiental. 23 Resumo Neste capítulo, abordamos o meio ambiente e sua importância para uma socie- dade que procura desenvolvimento, mas com responsabilidade. Antigamente, o homem retirava do meio ambiente o seu sustento sem ter a preocupação se um dia poderia ficar sem os recursos naturais. Com o crescimento e o desenvolvimento da população, muitos mais recursos foram sendo necessários para manter as pessoas. Com isso, surgiram as cidades povoa- das. Para manter a população, foram criadas as indústrias, que retiram do meio ambiente a matéria-prima para sua produção. À procura de um desenvolvimento político, social e econômico, as indústrias fo- ram devastando o meio ambiente sem precedentes e somente começaram a prestar atenção em seus atos quando a sociedade passou a cobrar um novo modelo de gestão, em que deve ser levado em consideração o meio ambiente. Forçados pela sociedade, os governos começaram os debates sobre o tema, que culmina em nossa época com grandes programas de desenvolvimento sustentável. A socie- dade exerce um forte papel tanto sobre os governos quanto as organizações. 24 Capítulo 2 Gestão Ambiental 25 Introdução No capítulo anterior, fizemos uma análise do desenvolvimento da consciência ambiental por parte da sociedade. Chamamos a atenção para fatos que aconteceram no passado que levaram as pessoas a se preocupar com o meio ambiente. A industrialização tornou-se fator importante de desenvolvimento econômico de um país, mas trouxe consigo o uso desenfreado dos recursos naturais. Com a tomada da consciência ambiental, gover- nos, comunidade e organizações juntaram forças para achar soluções, de forma que possam continuar crescendo sem degradar o meio ambiente. Assim, surgiu a Gestão Ambiental, a ser aplicada dentro das organizações como forma de amenizar os problemas causados no meio ambiente. 26 2.1 Conceitos básicos de Gestão Ambiental Com o intuito de manter e ganhar novos consumidores, as empresas começaram a desenvolver um novo instrumento de gestão para promover um desenvolvimento indus- trial sustentável. Por intermédio desse instrumento chamado Gestão Ambiental, a empresa planeja suas políticas para o futuro. O termo Gestão Ambiental é utilizado para se denominar a gestão empresarial orientada para evitar, na medida do possível, problemas para o meio ambiente, ou seja, é a gestão cujo objetivo é conseguir que os efeitos ambientais não ultrapassem a capacidade de carga do meio onde se encontra a organização. Podemos dizer que Gestão Ambiental é o braço da administração que reduz o impacto das atividades econômicas sobre a natureza (DIAS, 2007; PEARSON EDUCATION DO BRASIL, 2011). Em outras palavras, é possível afirmar que por intermédio da Gestão Ambien- tal as organizações podem continuar crescendo e continuar competitivas sem prejudicar o meio ambiente. Para que você possa entender na prática o que é Gestão Ambiental, vamos exemplificar. Imagine que uma empresa de celulose resolveu montar uma nova indústria para ampliar os seus negócios. Qual o primeiro passo do gestor ambiental da indústria? O seu primeiro passo será analisar os efeitos que a nova fábrica produzirá no local, ou seja, energia a ser consumida, água para a produção, mão de obra, descartes dos resíduos industriais e muitos outros efeitos que a indústria produzirá no meio ambiente. E somente isso não bas- ta. Deverá ainda acompanhar a opinião da sociedade sobre a instalação da nova indústria nas proximidades da comunidade, colhendo críticas e sugestões. Somente depois de todas essas ações é que o órgão responsável decidirá se a indústria poderá ou não se instalar na- quela região. Caso seja aceita e a indústria seja instalada na região, o próximo passo é moni- torar o impacto ambiental para que não haja esgotamento dos recursos naturais na região onde está instalada a indústria de celulose. Imaginemos ainda que, após cinco décadas de funcionamento, a indústria decide encerrar suas atividades naquela região. Encerra-se tam- bém o compromisso com a comunidade? De maneira alguma. Quando a fábrica for desati- vada, é preciso tomar medidas para minimizar os efeitos disso, evitando-se, por exemplo, o aumento súbito dos índices de desemprego (PEARSON EDUCATION DO BRASIL, 2011). A pergunta que faço agora para vocêé: quem é o responsável por todas essas 27 tomadas de decisões e ações dentro da organização? A resposta é simples: o gestor am- biental, ou seja, você junto a sua equipe de trabalho, que em breve estará dentro de uma organização e será responsável por todas essas decisões e ações. O gestor ambiental é indispensável; conhecedor da legislação, ele planeja as ati- vidades dentro dos moldes exigidos por lei, evitando para a empresa ações judiciais e outros problemas decorrentes da exploração irresponsável da natureza e da comunidade local. Além disso, o gestor também escolhe equipamentos menos poluidores para diminuir o im- pacto ambiental provocado pela empresa. Para mostrar a importância do Gestor Ambiental em uma organização, convido você a ler o texto a seguir publicado pelo site Brasil Profissões. Quer saber mais sobre a profissão do gestor ambiental? Assista ao vídeo 7 e socialize sua opinião com seus colegas sobre a importância da função de gestor ambiental. Midiateca Gestor ambiental “Profissional que trabalha com a gestão ambiental e com a elaboração de projetos de desenvolvimento sustentável” O que é ser um gestor ambiental? O gestor ambiental é o profissional que trabalha com a elaboração de projetos de gestão ambiental que visem à preservação do meio ambiente aliada ao progresso, ou seja, é con- siderado um administrador do meio ambiente. O profissional promove o desenvolvimento sustentável, projetando a exploração natural por meio de técnicas não poluentes, analisa as condições da região e coordena sua ocupação, tentando ao máximo diminuir os efeitos da poluição e da presença humana. O gestor ambiental também pode participar de projetos de tratamento de dejetos industriais, de armazenamento e de reciclagem do lixo, além de planejar a drenagem da água da chuva. Em lugares já degradados, esse profissional tem o objetivo de tentar recuperar o meio ambiente, e trabalhar junto a educação e a conscien- tização da população. Quais as características necessárias para ser um gestor ambiental? Para ser um gestor ambiental é necessário que o profissional seja consciente sobre seu papel na sociedade e sobre sua responsabilidade ambiental. Conhecimentos adquiridos durante o curso de física, química e biologia também são imprescindíveis. Outras caracte Parada Obrigatória 28 rísticas interessantes são: • Gosto pela natureza • Visão de projeto • Capacidade de observação • Capacidade de organização • Dinamismo • Responsabilidade • Raciocínio rápido • Sensibilidade • Realismo • Determinação • Metodologia Principais atividades de um gestor ambiental • Elaborar, implementar e manter projetos de gestão ambiental. • Aprimorar os sistemas de gestão e administração ambiental já existentes. • Analisar a região e planejar sua ocupação de modo a preservar o meio ambiente. • Elaborar produtos ou serviços ambientalmente compatíveis a realidade da região. • Elaborar o aproveitamento das matérias-primas. • Promover o desenvolvimento sustentável de uma região, planejando a exploração natural de modo a não comprometer o meio ambiente. • Elaborar projetos de tratamento e eliminação de dejetos industriais. • Elaborar a eliminação de dejetos sólidos. • Trabalhar com o armazenamento do lixo e com técnicas de tratamento. • Trabalhar com a reciclagem e processos de reaproveitamento de materiais. • Realizar a medição e a avaliação dos resultados dos projetos implementados. • Elaborar projetos de recuperação e manutenção de áreas degradadas. • Elaborar projetos de drenagem da água da chuva. • Trabalhar com a educação ambiental e com a conscientização da população nesse sentido. • Incentivar o investimento no setor ambiental. Mercado de trabalho O mercado de trabalho para o profissional dessa área é amplo, principalmente agora, com a preocupação ambiental em primeiro plano, pois a humanidade está tomando a cons- ciência de que a sobrevivência depende de cuidados tomados em relação a isso. Apesar de tudo, o setor ainda deveria ser mais incentivado, pois ainda há muito que fazer nesse sentido. Empresas públicas e privadas investem em projetos de gestão ambiental e de pre- servação natural, embora ainda não seja o bastante. Os profissionais dessa área são muito requisitados, tanto no setor privado quanto no setor público. ONGS (Organizações não governamentais) ligadas ao meio ambiente também empregam profissionais da área. Fonte: Brasil Profissões, (2012). 29 Hoje, algumas faculdades já oferecem cursos de graduação ou de tecnologia em Gestão Ambiental e as pessoas saem com o título de gestor ambiental. Percebemos pelo texto apresentado que muitas são as vantagens de fazer um curso de Gestão Ambiental, pois é bem amplo o mercado de trabalho. Já que entendemos a importância da Gestão Ambiental, agora vamos analisar a Gestão Ambiental na Empresa. Pensar no meio ambiente antes de tomar qualquer decisão numa organização tornou-se rotina obrigatória para qualquer administrador. A globalização dos negócios, a internacionalização dos padrões de qualidade ambiental, a conscientização crescente dos atuais consumidores e a disseminação da educação ambiental nas escolas permitem antever que a exigência dos futuros consumidores em relação à preservação do meio ambiente e à qualidade de vida deverão intensificar-se. Todos esses fatores fazem com que as organiza- ções tomem uma postura responsável frente à questão ambiental (DONAIRE, 2008). Quando analisamos os principais problemas existentes no meio ambiente, per- cebemos, em sua maioria, que os principais responsáveis são as organizações, pois são elas que retiram seus insumos do meio ambiente para transformá-los em bens que satisfazem as necessidades ou apenas os desejos das pessoas. Isso nos leva a concluir que são as empresas as principais responsáveis pelo esgotamento e alterações ocorridas nos recursos naturais. Tornou-se impossível uma organização desenvolver-se sem ter um programa de gestão ambiental. Além de ter se tornado lei por parte do governo, ainda há o fato dos pró- prios consumidores terem se tornado mais exigentes, procurando realizar suas aquisições de empresas socialmente responsáveis. Mas, infelizmente, nem todo administrador pensa no meio ambiente antes de tomar suas decisões. Alguns reagem apenas quando os problemas surgem; outros se limitam a cumprir as obrigações legais, enxergando na preservação am- biental um fardo que devem suportar. Gestores com esse pensamento não sabem aproveitar as oportunidades que a gestão ambiental pode trazer para as organizações, como a “onda verde”, melhorando a imagem da empresa e conquistando novos consumidores. 2.1.1 Gestão Ambiental na Empresa 30 Marketing verde ou ecológico pode ser considerado como uma estratégia das organiza- ções que procuram atender e satisfazer seus consumidores por intermédio de produtos ou serviços ambientalmente corretos (DIAS, 2007). Importante Na visão de Barbieri (2007), em um programa de Gestão Ambiental devem ser incluídas três dimensões para ser eficiente: • Dimensão Espacial. • Dimensão Institucional. • Dimensão Temática. A figura a seguir sintetiza as três dimensões baseadas na visão do autor. FIGURA 1 - Dimensões da Gestão Ambiental Fonte: Elaboração própria, (2012). Vamos entender o significado e a importância de cada uma dessas dimensões analisando como exemplo a empresa Brasileira Aracruz Celulose. Para seu conhecimento, a Aracruz é líder mundial no ramo em que atua e toda a sua produção é destinada à fabricação de papéis. Vamos utilizá-la como modelo para exemplificar as três dimensões. Dimensão espacial A fim de abrandar os efeitos negativos da extração de madeira, a Aracruz Celulo- se desenvolve um plano de manejo florestal composto por diversas técnicas, entre as quais o plantio em “mosaico” – as plantações de eucalipto são intercaladas com reservas de mata nativa, de maneira que, vista de cima, a área forma uma espécie de “mosaico”. Ao todo, em 31 suas propriedadesespalhadas por quatro estados brasileiros – Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul –, a empresa mantém quase 300 mil hectares cultivados, entre- meados a 170 mil hectares de florestas nativas. Percebe-se que a empresa demonstra preocupação com o efeito da extração da madeira. Imagina você saindo de viagem com sua família e de repente se depara com uma das fazendas da Aracruz e nota somente um espaço vazio, todo devastado com a extração da madeira ali existente. Com certeza, esta não seria uma das imagens que a empresa desejaria que ficasse gravada em sua memória. Agora imagine ao contrário, se essas áreas estiverem intercaladas com reservas permanentes, você ficará menos incomodado com a paisagem. Dimensão temática Para garantir um impacto mínimo sobre o meio ambiente, a Aracruz não se pre- ocupa apenas com as florestas, mas também com a biodiversidade. Recentemente, foi de- senvolvida uma pesquisa que usava as aves como bioindicadoras, isto é, a presença das aves foi o critério estabelecido para avaliar a saúde do ecossistema local, o que tornou possível medir o efeito das atividades econômicas sobre a biodiversidade. Todas as ações implan- tadas pela Aracruz são no intuito de criar e manter uma imagem de empresa sustentável perante a sociedade. Dimensão Institucional A empresa conta com uma equipe de especialistas em meio ambiente, mas, de qualquer modo, a preocupação ecológica perpassa todos os níveis hierárquicos, fazendo-se presente desde o planejamento até a execução das atividades. O gestor ambiental também pode ser visto como integrante da gestão da qualidade. Afi- nal, sua atuação contribui para objetivos comuns: aperfeiçoar os processos, aumentar a satisfação do cliente, abrir novos mercados e melhorar a imagem da empresa (PEARSON EDUCATION DO BRASIL, 2011). Saiba mais Apesar de pertencer a um setor extrativista com tradição predatória, a Aracruz dá exemplo quando o assunto é sustentabilidade. Ela já é uma das poucas empresas brasileiras que integram o Índice Dow Jones de Sustentabilidade, provando que lucratividade e preser- vação ambiental podem ser complementares. 32 2.1.2 Gestão Ambiental no Brasil Muitas iniciativas para amenizar os problemas ambientais são de cunho global, mas se não houver o compromisso no âmbito nacional de nada adianta. Os acordos globais propõem diretrizes básicas, mas a implementação e o controle dessas medidas dependem do empenho dos governos locais, ou seja, presidentes, governadores e até mesmo os pre- feitos. Você consegue de imediato pensar em algum problema nacional que nos afeta ou poderá nos afetar? Pense na Floresta Amazônica. O seu vasto território traz desafios especiais para o combate ao desmatamento. O que está sendo feito para amenizar esse problema? Visto que é propriedade nacional, quem é responsável por cuidar da floresta? Essas são algumas das inúmeras perguntas que podemos fazer quando levamos em consideração a Floresta Ama- zônica. Para ser eficaz, a proteção dos recursos biológicos dependerá das nossas políticas públicas e do envolvimento da iniciativa privada. A Floresta Amazônica é apenas um dos milhares de exemplos de destruição am- biental que podemos citar no caso do Brasil. Desde a sua colonização, os portugueses ex- ploravam desenfreadamente os recursos naturais. Você consegue lembrar-se de uma dessas atividades que demonstram a destruição do meio ambiente na colonização? É só lembrar-se do Pau-Brasil. A metrópole Portuguesa extraia desenfreadamente a madeira para obter lucros. Outro exemplo citado diariamente pelos meios de comunicação é o Rio Tietê, na cidade de São Paulo. Sua poluição provém de resíduos industriais que eram jogados em seu leito. Décadas já se passaram, uma fortuna foi gasta pelos cofres públicos, e até hoje não conseguiram despoluir o rio, que poderia ser o cartão postal da capital paulista. Agora que já vimos um pouco sobre gestão ambiental, gestão ambiental dentro das organizações e gestão ambiental no Brasil só nos resta estudar o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). 33 2.2 Sistema de Gestão Ambiental O que faz com que tantas mudanças relacionadas ao meio ambiente estejam ocorrendo globalmente? A resposta é simples: com a conscientização ambiental da opinião pública, os governantes mundiais são obrigados a tomar medidas por intermédio da criação de leis em prol da conservação do meio ambiente. Sistema de Gestão Ambiental: conjunto de ações administrativas e operacionais que visam a evitar ou mitigar os efeitos negativos sobre a natureza (PEARSON EDUCATION DO BRA- SIL, 2011, p. 116). Parada Obrigatória Mas isso não deve ser apenas uma atitude isolada. É preciso formular uma políti- ca integrada, dando conta de todos os impactos decorrentes das atividades econômicas da organização. Surge, então, o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Vamos retroceder algumas décadas em nosso tempo para que possamos enten- der de onde surgiu toda essa preocupação com o meio ambiente. 2.2.1 Histórico Você lembra o que aconteceu na Revolução Industrial? A partir da Revolução Industrial o Brasil passou por um intenso ritmo de industrialização. O fenômeno da indus- trialização fez com que a população muda-se dos campos para as cidades e isso aumentou as áreas urbanas. Consequentemente aumentou também os impactos no meio ambiente. As indústrias eram localizadas nas cidades e a comunidade sempre residia perto delas para faci- litar sua ida até o trabalho. Sabe qual foi o resultado? As indústrias poluíam o ar e começou a ficar complicado para as pessoas sobreviverem ao redor dessas indústrias. Preocupado com essa situação, em 1973, o governo criou a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) e também a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CE- TESB). A partir daí foram criados vários órgãos governamentais para atuar contra a poluição industrial. Já na década de 1980 foi criado no Canadá o programa de atuação responsável, sob o nome de Responsible Care Program. É considerado um programa que traz grandes 34 contribuições para a solução dos problemas ambientais. No Brasil, a partir de 1986, tornou-se obrigatório para a instalação de novas uni- dades industriais o estudo do impacto ambiental. Segundo Dias (2007), o Programa de Atu- ação Responsável é promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), e conta com a adesão de uma centena de empresas brasileiras. O programa está baseado em seis áreas: princípios diretivos; códigos de práticas gerenciais; comissões de lideranças executivas; conselhos comunitários consultivos; avaliação de progresso; e difusão na cadeia produtiva. No quadro a seguir podemos verificar os princípios diretivos. QUADRO 3 - Princípios diretivos do programa de atuação responsável promovido pela Abiquim prinCípios Diretivos 1. Assumir o gerenciamento ambiental como expressão de alta prioridade empresarial, através de um pro- cesso de melhoria contínua em busca da excelência. 2. Promover, em todos os níveis hierárquicos, o senso de responsabilidade individual com relação ao meio ambiente, segurança e saúde ocupacional, bem como o senso de prevenção de todas as fontes potenciais de risco associadas às suas operações, produtos e locais de trabalho. 3. Ouvir e responder às preocupações da comunidade sobre seus produtos e as suas operações. 4. Colaborar com órgãos governamentais e não governamentais na elaboração e aperfeiçoamento de legis- lação adequada à salvaguarda da comunidade, locais de trabalho e meio ambiente. 5. Promover a pesquisa e o desenvolvimento de novos processos e produtos ambientalmente compatíveis. 6. Avaliar previamente o impacto ambiental de novas atividades, processos e produtos e monitorar os efeitos ambientais de suas operações. 7. Buscar continuamente a redução de resíduos, efluentes e emissões para o ambiente oriundos das suas operações. 8. Cooperar para a solução dos impactos negativos ao meio ambiente decorrentesda disposição de produ- tos ocorridos no passado. 9. Transmitir às autoridades, aos funcionários, aos clientes e à comunidade informações adequadas quanto aos riscos à saúde, à segurança e ao meio ambiente de seus produtos e operações e recomendar medidas de proteção e de emergência. 10. Orientar fornecedores, transportadores, distribuidores, consumidores e o público que transportem, ar- mazenem, usem, reciclem e descartem os seus produtos com segurança. 11. Exigir que os contratados que trabalham nas instalações da empresa obedeçam aos padrões adotados pela contratante em matéria de segurança, saúde ocupacional e meio ambiente. 12. Promover os princípios e as práticas da atuação responsável, compartilhando experiências e oferecendo assistência a outras empresas para produção, manuseio, transporte, uso e disposição de produtos. Fonte: Barbieri, (2007, p. 72). Embora de início a ideia fosse apenas uma atuação nas empresas químicas, essa atitude levou empresas de outros ramos a se interessarem por essa atitude e a partir daí muitas mudanças ocorreriam no ambiente empresarial. Esses princípios diretivos têm como finalidade aprimorar as atividades e produtos da indústria, tornando-os melhores e mais seguros, de modo a não prejudicarem a saúde nem poluírem o meio ambiente. Esses eventos marcaram o começo da preocupação com o meio ambiente. A par- 35 tir deles as organizações começaram a tomar medidas para melhorar a imagem perante os consumidores. 2.2.2 Sistema de Gestão Ambiental nas Organizações É por intermédio do Sistema de Gestão Ambiental que os gestores podem pro- porcionar o desenvolvimento sustentável da organização sem prejudicar o meio ambiente. Por meio dele também podem prever e satisfazer as expectativas de desempenho ambien- tal, assegurando a conformidade contínua com as exigências tanto nacionais quanto inter- nacionais (HEMENWAY; GILDERSLEEVE 1995). Alguns anos depois do programa de atuação responsável, foi criada uma ampla agenda para o desenvolvimento sustentável na indústria na Segunda Conferência Mundial da Indústria sobre a Gestão do Meio Ambiente (WICEM II), realizada em Roterdã, na Holan- da. Nessa conferência, um grande número de corporações assinou a Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, elaborada pela Câmara de Comércio Internacional (CCI). Essa carta marcou o início de uma nova era para a preservação do meio ambiente. É a partir dela que surgiu a carta empresarial para o desenvolvimento sustentável com 16 princípios, conforme mostrado no quadro a seguir: QUADRO 4 - Carta empresarial para o desenvolvimento sustentável prinCípios 1. Prioridade na empresa: reconhecer a gestão do ambiente como uma das principais prioridades na em- presa e como fator dominante do desenvolvimento sustentável; estabelecer políticas, programas e procedi- mentos para conduzir as atividades de modo ambientalmente seguro. 2. Gestão integrada: integrar plenamente em cada empresa essas políticas, seus programas e procedimen- tos, como elemento essencial de gestão em todos os seus domínios. 3. Processo de aperfeiçoamento: aperfeiçoar continuamente as políticas, os programas e o desempenho ambiental das empresas, levando em conta os desenvolvimentos técnicos, o conhecimento científico, os requisitos dos consumidores e as expectativas da comunidade, tendo como ponto de partida a regulamen- tação em vigor; e aplicar os mesmos critérios ambientais no plano internacional. 4. Formação do pessoal: formar, treinar e motivar o pessoal para desempenhar suas atividades de maneira responsável em face do ambiente. 5. Avaliação prévia: avaliar os impactos ambientais antes de iniciar nova atividade ou projeto e antes de desativar uma instalação ou abandonar um local. 6. Produtos e serviços: desenvolver e fornecer produtos ou serviços que não produzam impacto indevido sobre o ambiente e sejam seguros em sua utilização prevista, que apresentem o melhor rendimento em termos de consumo de energia e de recursos naturais, que possam ser reciclados, reutilizados ou cuja dis- posição final não seja perigosa. 7. Conselhos de consumidores: aconselhar e, em casos relevantes, propiciar a necessária informação aos consumidores, aos distribuidores e ao público, quanto aos aspectos de segurança a considerar na utilização, no transporte, na armazenagem e na disposição dos produtos fornecidos; e aplicar considerações análogas à prestação de serviços. 8. Instalações e atividades: desenvolver, projetar e operar instalações tendo em conta a eficiência no consu- mo da energia e dos materiais, a utilização sustentável dos recursos renováveis, a minimização dos impactos ambientais adversos e da produção de resíduos e o tratamento ou a disposição final desses resíduos de forma segura e responsável. 36 9. Pesquisas: realizar ou patrocinar pesquisas sobre impactos ambientais das matérias-primas, dos produtos, dos processos, das emissões e dos resíduos associados às atividades da empresa e sobre os meios de mini- mizar tais impactos adversos. 10. Medidas preventivas: adequar a fabricação, a comercialização, a utilização de produtos ou de serviços, ou a condução de atividades, em harmonia com os conhecimentos científicos e técnicos, para evitar a degra- dação grave ou irreversível do ambiente. 11. Empreiteiros e fornecedores: promover a adoção destes princípios pelos empreiteiros contratados pela empresa, encorajando e, em casos apropriados, exigindo a melhoria de seus procedimentos de modo compatível com aqueles em vigor na empresa; e encorajar a mais ampla adoção deste princípio pelos fornecedores. 12. Planos de emergência: desenvolver e manter, nos casos em que exista risco significativo, planos de ação para situações de emergência, em coordenação com os serviços especializados, as principais autoridades e a comunidade local, tendo em conta os possíveis impactos transfronteiriços. 13. Transferência de tecnologias: contribuir para a transferência de tecnologia e métodos de gestão que respeitem o ambiente, tanto nos setores industriais como nos de administração pública. 14. Contribuição para o esforço comum: contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas, de pro- gramas empresariais, governamentais e intergovernamentais, e de iniciativas educacionais que valorizem a consciência e a proteção ambiental. 15. Abertura ao diálogo: promover a abertura ao diálogo com o pessoal da empresa e com o público, em antecipação e em resposta às respectivas preocupações quanto ao risco e aos impactos potenciais das ativi- dades, dos produtos, resíduos e serviços incluindo os de significado transfronteiriço ou global. 16. Cumprimento de regulamentos e informações: aferir o desempenho das ações sobre o ambiente, pro- ceder regularmente a auditorias ambientais e avaliar o cumprimento das exigências internas da empresa, dos requisitos legais e destes princípios; e periodicamente fornecer as informações pertinentes ao Conselho de Administração, aos acionistas, ao pessoal, às autoridades e ao público. Fonte: Valle (2002, p. 153 apud DIAS, 2007, p. 88). O que você achou dos princípios? Resolvem os problemas ambientais? Se anali- sarmos cada um deles vamos verificar que se colocados em prática temos uma solução para todos os problemas vividos tanto pelas organizações quanto pela sociedade. Claro que vá- rios fatores podem influenciar o resultado final, mas é baseado nesses princípios que muitas organizações hoje conseguiram vincular competitividade a sustentabilidade. Agora que já sabemos o que originou as primeiras medidas tomadas e que gerou os resultados que temos hoje, vamos verificar as fases do desenvolvimento de um Sistema de Gestão Ambiental. 2.2.3 Fases de desenvolvimento de um Sistema de Gestão Ambiental Para falarmos sobre essas fases, vamos utilizar Barbieri (2007). Ele explica que a empresa dispõe de três abordagens para cuidar da natureza, conforme a figura a seguir. FIGURA 2 - As três abordagens para cuidar da natureza Fonte: Adaptado deBarbieri, (2007). 37 Começamos tratando do controle da poluição. Nesse estágio, não há apenas uma preocupação genuína com a natureza, mas sim a necessidade de responder às demandas sociais e às obrigações impostas por lei. Lembra-se de que anteriormente já fizemos uma reflexão de que muitas medidas foram tomadas pelas organizações devido às leis impostas pelos governos? Em vez de apresentar um conjunto articulado de medidas, as empresas buscam somente executar ações isoladas para não serem multadas. Assim, acabam apenas reduzindo o descarte de poluentes na natureza e procedendo a alterações sutis no modelo de produção. Podemos dizer que empresas que têm esse tipo de atitude estão enxergando a sustentabilidade como uma ferramenta para tornarem-se competitivas? De maneira alguma. Infelizmente, ainda há muitos gestores que não conseguem ver no Sistema de Gestão Am- biental um processo de crescimento e divulgação para a sua empresa. Empresas preocupadas com o meio ambiente e que conseguem enxergar que têm a possibilidade de tirar vantagens do Sistema de Gestão Ambiental, além de tomarem medidas para sanar os problemas que vêm causando ao meio ambiente, procuram também mudar os seus processos de produção. Barbieri (2007) mostra que muitas organizações ainda costumam lançar mão de recursos que minimizam os efeitos negativos dos seus processos e produtos sobre o meio ambiente. Para isso, elas contam com dois tipos de tecnologia: FIGURA 3 - Tipos de tecnologia Fonte: Adaptado de Barbieri, (2007). Para que você possa entender do que estamos tratando, vamos verificar cada tipo de tecnologia. Tecnologia de remediação: donas de uma postura reativa, algumas empresas só dispõem de tecnologias ambientais de remediação, pois não se antecipam aos problemas. Seus cuidados ecológicos se limitam à correção; uma vez ocorrido um acidente ambiental, é acionado um procedimento para minimizar os danos. Esse tipo de tecnologia pode trazer 38 muitos prejuízos para as organizações. Você lembra-se de um caso que podemos citar em que era usada a tecnologia de remediação? Temos vários, mas vamos citar um até então recente. Em 2010, a petrolífera BP foi responsável por um dos maiores vazamentos de petróleo da história dos Estados Unidos. O acidente na plataforma no Golfo do México cus- tou caro: para conter o estrago causado pelas dezenas de milhares de barris despejados no oceano diariamente após a explosão, a BP afirmou ter desembolsado, apenas até junho de 2010, nada menos do que 2,35 bilhões de dólares. Esse valor não é nada quando comparar- mos com as outras obrigações a serem cumpridas pela petrolífera. Eles tiveram que criar um fundo de 20 bilhões de dólares para indenizar as vítimas e ainda outros bilhões em multas. Mas isso ainda é algo recuperável. O grande problema é a imagem da empresa. As ações da BP na bolsa despencaram e o prejuízo foi gigantesco. Esse é um exemplo de que utilizar somente as técnicas de remediação não dão bons resultados. Mas há casos em que a técnica de remediação pode dar resultados positivos? Claro que sim. Imagina o plantio direto que é utilizado para combater a degradação do solo. Essa prática mantém a palha e os outros restos da colheita anterior sobre a terra que será plantada, evitando o seu desgaste. Tecnologia end of pipe control (controle final do processo): essa tecnologia implanta dispositivos que detêm a poluição antes que ela seja liberada na natureza. Para tanto, as empresas devem lançar mão de equipamentos sofisticados e caros. Por exemplo: a fim de evitar que seus resíduos se espalhem, algumas fábricas transformam gases e líquidos poluentes em resíduos sólidos. Parece um processo simples, mas enga-se quem pensa dessa maneira. O descarte final desses dejetos deve seguir as regras criadas pelo órgão ambiental competente e de- pende de sua aprovação. Não se trata de um processo simples e barato; pelo contrário, mais gastos são acrescentados ao custo de produção, podendo, inclusive, aumentar o preço final da mercadoria. Agora você percebe o porquê de muitas empresas optarem pela tecnologia de remediação? Além de não quererem altos investimentos, não querem correr o risco de terem que aumentar o valor dos seus produtos, pois geralmente trabalham com o marketing de menores preços. Notamos, então, que é importante e necessário o controle de poluição indepen- dentemente do tipo de tecnologia a ser usada. Vamos agora para a prevenção da poluição. 39 Prevenção da poluição: muitas empresas descobriram que podem ganhar muito mais evitando gerar a poluição. Para isso, utilizam materiais e fontes de energia mais efi- cientes, promovendo reduções e controle da poluição, pois ainda assim a produção deixa algumas sobras que devem ser tratadas e descartadas. Nesse momento, podemos nos perguntar: a prevenção traz alguma vantagem para a organização? Claro! Vamos deixar Barbieri (2007) explicar essa resposta. Segundo ele, a prevenção pode reduzir gastos com materiais, energia e descarte, diminuindo os custos com o tratamento dos dejetos. Mas esses ainda não são os maiores ganhos. Você sabe dizer qual é a maior vantagem da prevenção da poluição? É a imagem que a empresa cria perante a comunidade local, a sociedade em geral e, particularmente, com os seus consumidores. Hoje, temos um nicho de mercado que são pessoas que compram somente produtos ou contratam serviços de empresas socialmente corretas. Vamos refletir um pouco sobre o parágrafo anterior. Se a prevenção promove uma economia expressiva de materiais, podemos concluir que é possível produzir mais produtos com uma quantidade menor de insumos. Sendo assim, vamos aumentar a produção com menos insumos retirados do meio ambiente, promovendo um desenvolvimento sustentável. Para poupar recursos é necessário: FIGURA 4 - Atitudes para poupar recursos naturais Fonte: Adaptado de Barbieri, (2007). A redução é o melhor caminho para uma empresa. Se você conseguir reduzir a energia e a água utilizadas no processo de fabricação, isso significa que a empresa tornou o processo mais eficiente, ou seja, produzindo mais com menos. Mas não vamos nos enga- nar. Isso não acontece por acaso. Deve ser uma meta da empresa e para ser alcançada deve substituir equipamentos e materiais convencionais por outros mais eficazes. Você consegue imaginar neste momento uma empresa que se preocupa com a redução? Bem, vamos citar um exemplo para lhe ajudar. 40 A Pepsi, fabricante de refrigerantes, ficou conhecida pela sua sustentabilidade. A empresa vem combinando responsabilidade socioambiental e lucratividade em sua imagem. Seu objetivo de redução de custos se sobrepõe a uma série de melhorias ambientais para reduzir o consumo de energia, a geração de efluentes e os resíduos de embalagem. Seu objetivo de redução de riscos imbrica com várias medidas para lidar, a longo prazo, com diversas questões referentes ao abastecimento e à qualidade da água, de grande importân- cia para as comunidades onde se situam suas fábricas e para seus principais fornecedores. Essas ações responsáveis beneficiam os vizinhos e os parceiros de negócios da PepsiCo., ao mesmo tempo em que aumentam o valor para os acionistas e criam condições saudáveis e sustentáveis para as operações da empresa, nas décadas vindouras (PEARSON EDUCATION DO BRASIL, 2011). Com certeza você já tomou, toma ou ainda irá tomar um refrigerante fabricado pela Pepsi. Não se sente orgulhoso em saber que a empresa que fabrica o seu refrigerante se preocupa com o meio ambiente? Você não estaria disposto a pagar alguns centavos a mais por esse refrigerante sabendo dessa atitude? Pois bem, você faz parte do nicho dos consumidores que as empresas estão buscando. Agora que analisamos a redução na fonte, o nosso próximo passo é tratarmos do reuso. Você já ouviu falar desse termo? Virou moda os gestores falarem de reuso dentro das organizações. E não
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