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PLANEJAMENTO E POLÍTICA ECONÔMICA BRASILEIRA RELATÓRIO SOBRE O PLANO PLURIANUAL 2016 – 2019 DILMA/TEMER Uberlândia 2019 2 PLANEJAMENTO E POLÍTICA ECONÔMICA BRASILEIRA RELATÓRIO SOBRE O PLANO PLURIANUAL 2016 – 2019 DILMA/TEMER Discentes Allan Aparecido Cardoso Pereira Emiliza Rosemberg Mendes Didier Jovana Camila Fornazier de Freitas Marcos José Ferreira de Souza Júnior Mario Henrique Oliveira Andrade Vitor Morita de Morais Docente Hugo Carcanho loIasco Pereira Uberlândia 2019 3 SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 I.I. ESTRUTURA E METODOLOGIA DO PPA ................................................. 4 I.II. DIMENSÃO ESTRATÉGICA ....................................................................... 5 I.III. VISÃO DE FUTURO ................................................................................... 6 I.IV. CENÁRIO MACROÊCONOMICO ............................................................. 6 II. PLANEJAMENTO PLURIANUAL (PPA): DISCUSSÃO CONCEITUAL . 7 III. A ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO POR TRÁS DO PPA E OBJETIVOS ................................................................................................................... 9 III.I. EIXOS ESTRATÉGICOS ............................................................................ 9 III.II. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS .............................................................. 10 IV. AS PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS DO PPA E PPA EM GRANDES NÚMEROS .................................................................................................................... 12 V. DISCUSSÃO FINAL E CONCLUSÕES ......................................................... 18 VI. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 20 4 I. INTRODUÇÃO O PPA de 2016-2019 referente ao segundo mandato de Dilma Rousseff, é um conjunto de projetos de âmbito nacional para o desenvolvimento, que propõem a conciliação do crescimento econômico com a distribuição de renda e inclusão social. Pode ser tido como um novo plano com inovações ao planejamento do governo federal. A estratégia principal desse Plano é direcionar a atuação do Estado na promoção de um modelo inclusivo de desenvolvimento para melhorar a distribuição da renda e a manutenção dos níveis de emprego em um contexto de crise econômica internacional. Ele procura dar sequência ao projeto de desenvolvimento inclusivo presente nos últimos três PPAs. Tendo em vista esta proposta do aperfeiçoamento da inclusão social, os desafios apresentados são, em resumo, o de consolidação dos direitos conquistados quanto ao aperfeiçoamento das políticas públicas na busca pela melhor distribuição das oportunidades e do acesso a bens e serviços públicos de qualidade por toda a população brasileira. Ademais, o PPA 2016-2019 definiu as escolhas estratégicas para atender às novas demandas de uma sociedade que tem mudado e evoluído ao longo do tempo. Dessa forma, para enfrentar esses desafios e aproximar ainda mais as políticas públicas da realidade e reivindicações da sociedade, foram empreendidas ações no fortalecendo do caráter de espaço institucional e de participação da sociedade civil. I.I. ESTRUTURA E METODOLOGIA DO PPA O PPA, por definição, deve apresentar os objetivos e metas da administração pública para o período de quatro anos, identificando as prioridades do governo alinhadas com os planejamentos setoriais. O Plano em questão apresenta um perfil mais estratégico e focado do que seus antecessores. O governo tem buscado também aperfeiçoar e consolidar uma melhor participação social na elaboração e gestão do mesmo, fortalecendo e qualificando o planejamento. 5 As mudanças do PPA Dilma 2 concentraram-se em dois pontos. O primeiro foi reforçar as estratégias do Plano, estruturando-o em uma dimensão estratégica, contendo uma visão de futuro e um conjunto de eixos e diretrizes estratégicas. O plano buscou colocar em evidência o projeto estratégico do governo com Programas Temáticos, expressando os caminhos de ações para o alcance dos resultados esperados para o plano. O segundo ponto teve como foco qualificar o conteúdo dos programas temáticos, que passam a expressar com maior clareza as escolhas estratégicas para cada área por meio de seus objetivos e metas. “A construção do PPA 2016–2019 alcançou um novo patamar, no que diz respeito aos diálogos sociais, ao ampliar o processo de consulta durante a fase de elaboração, com envolvimento direto dos Ministérios, e ao promover a continuidade da participação na fase de acompanhamento da execução do Plano.” (PPA, 2016). As atividades de discussão para a elaboração do PPA 2016-2019 ocorreram tanto entre órgãos governamentais quanto em conjunto com a sociedade civil, contando com apoio da Secretaria Geral da Presidência da República. O esforço de construção do Plano Plurianual 2016-2019 resultou em 54 Programas Temáticos, que apontam os caminhos a serem percorridos pela ação do governo federal até 2019, por meio de seus 303 Objetivos e 1118 Metas. I.II. DIMENSÃO ESTRATÉGICA Na dimensão estratégica do Plano Plurianual estão as principais linhas estratégicas definidas pelo governo federal para a implementação de políticas públicas (no período de quatro anos). Tal dimensão é composta pela visão de futuro, pelo cenário macroeconômico, pelos eixos estratégicos e pelas diretrizes estratégicas que orientam a elaboração da estrutura programática, especialmente dos programas temáticos, que compõem a dimensão tática do PPA ao lado dos programas de gestão, manutenção e serviços ao Estado. 6 I.III. VISÃO DE FUTURO A visão de futuro do país é dividida em dois pontos. O primeiro é buscar uma sociedade mais inclusiva, democrática e mais igualitária, com educação de qualidade, respeito e valorização da diversidade e que tenha superado a extrema pobreza. O segundo é o alcance de uma economia mais sólida, dinâmica e sustentável, capaz de expandir e renovar competitivamente sua estrutura produtiva com geração de empregos de qualidade e com respeito ao meio ambiente. O Plano que nos serve como objeto de estudo persiste com a ideia proposta há mais de uma década, com dois objetivos definidos como inseparáveis: o crescimento econômico e a redução das desigualdades sociais e regionais. Os pilares de sustentação sugerem à expansão do mercado de consumo e produção de massa por meio, principalmente, do aumento das transferências diretas no âmbito da seguridade social e das políticas de inclusão e de redução das desigualdades; de medidas que facilitam a ampliação do crédito; e do aumento dos salários reais permitido, particularmente, pela política de valorização do salário mínimo, pelos incentivos à formalização e pela expansão dos serviços públicos universais. Além disso, a promoção do investimento, público e privado, coordenado pelo governo, em infraestrutura econômica e social. O impulso de demanda associado a esses caminhos tem sido acompanhado pelo fomento à ciência e tecnologia e pelo crédito de produção que, em conjunto com o aumento das escalas produtivas e da qualificação da mão-de-obra e a redução dos custos logísticos, induzem o investimento privado necessário para atender aquela demanda e permitir a reprodução do modelo. I.IV. CENÁRIO MACROÊCONOMICO Sobre o cenário econômico antes da implantação do Plano, faz-se imprescindível destacar certos eventos; como a crise internacional de 2008, a consolidação do PPA de 2012-2015 (Dilma 1), do modelo de desenvolvimento com inclusão social, enfrentou um quadro macroeconômico desafiador.Com isso, buscou-se preservar as conquistas sociais e do nível de emprego, colocando em prática políticas macroeconômicas as quais absorviam os choques sofridos. 7 Com a queda nos preços das commodities, ficou limitado o potencial de crescimento da economia. O baixo crescimento da economia mundial reduziu o dinamismo do comércio internacional e criou obstáculos à trajetória de expansão das exportações brasileiras. Internamente houve episódios de seca em várias regiões específicas do país, criando uma pressão sobre os preços de energia e dos alimentos. As ações de absorção aos choques mantiveram a taxa de desemprego em queda e a de investimento entre os patamares mais elevados da série histórica. No entanto, por conta da redução de receitas e da expansão de despesas, em 2014 o resultado primário do setor público consolidado inverteu de sinal com um déficit em relação ao PIB. Para 2016, primeiro ano do PPA, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), encaminhado ao Congresso Nacional em maio de 2015, inicialmente fixou a meta de resultado primário para o setor público não-financeiro em 2,0% do PIB. A meta de resultado primário indicativa para 2016 reencaminhada ao Congresso Nacional foi reduzida para 0,34% do PIB para o setor público consolidado, sendo 0,49% do PIB para o Governo Central, ocorrendo uma reprogramação do reequilíbrio fiscal. A reprogramação também indica uma racionalização de despesas e recomposição de receitas, melhora do resultado primário ao longo do tempo até 2,0% do PIB para o setor público não-financeiro em 2018 e 2019 (com 1,65% do PIB de esforço do Governo Central). Com uma leve alta até 2017, tanto a dívida líquida como a dívida bruta estabilizam em percentual do PIB e passam a cair no último biênio do PPA. II. PLANEJAMENTO PLURIANUAL (PPA): DISCUSSÃO CONCEITUAL No livro Orçamento Público de Giacomoni – especificamente os capítulos 11 e 12 – discute-se sobre o processo de planejamento e orçamento, sendo que no Brasil, a Constituição Federal concebe duas modalidades de planos. O Plano estudado neste relatório será a modalidade do Plano Plurianual (período de 2016 a 2019), referente à programação da administração pública e formulado como guia para as autorizações orçamentárias. 8 As principais características do Plano Plurianual concedidas pela Constituição são três. A primeira delas é de acordo com a abrangência do conteúdo do plano, os quais estabelecem de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital. A segunda característica é sobre a elaboração de planos e programas, seja nacional, setorial ou regional, devem estar de acordo com o que foi estabelecido com o Plano Plurianual. Por fim, a terceira característica é que nenhum investimento cujo orçamento ultrapasse o que foi planejado financeiramente deve ser iniciado sem a autorização do plano. Essa integração entre o Plano Plurianual e orçamento foi concebido pela Constituição de 1988 com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que além de fornecer orientações para a elaboração dos orçamentos anuais, destaca as prioridades e metas da programação plurianual. Este processo integrado se inicia com a elaboração e revisão do Plano Plurianual (PPA), após esse passo se inicia a elaboração e aprovação de lei de diretrizes orçamentárias e posteriormente a proposta orçamentária anual (LOA). Com isso, o próximo caminho é sobre a discussão e votação para a aprovação da lei orçamentária e finalmente a execução deste orçamento. Feito o orçamento anual, este constituirá como um instrumento no curto prazo de operacionalização dos programas sociais e regionais de médio prazo, os quais cumprem o marco fixado pelos planos nacionais em que estão definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e as políticas básicas. Nesse sentido, os principais elementos e informações a serem utilizados na elaboração da proposta orçamentária são buscados em componentes do sistema de planejamento. Conclui-se, portanto, que o Plano Plurianual é constituído por planejamentos de toda a administração pública, orientando a elaboração de demais planos e programas do governo, com o próprio orçamento anual. De maneira que a lei geral que institui o plano estabelecerá em seu conteúdo de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal as despesas de capital com prazos e vigências, e para programas de duração continuada. Dessa forma, segundo o autor, o Plano do segundo mandato de Dilma Rousseff teve início em um cenário de crise na economia, principalmente devido à situação fiscal do país. O projeto do PPA foi elaborado sem ressaltar os efeitos que as limitações 9 financeiras produziriam sobre os objetivos e metas do plano. Em uma análise, foi concluído que a metodologia e a organização foram similares a do plano anterior. A mensagem empresarial fez referência a duas mudanças: o reforçamento do caráter estratégico do plano (com visão de futuro, cenário macroeconômico e um conjunto de eixos e diretrizes estratégicas, previamente debatidas) e ao conteúdo dos Programas Temáticos, que passaram a expressar melhor as escolhas estratégicas de cada área por objetivos e metas. III. A ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO POR TRÁS DO PPA E OBJETIVOS III.I. EIXOS ESTRATÉGICOS O PPA 2016-2019 reforça o ajuste pela solicitação de desenvolvimento econômico e social, com redução da desigualdade e criação de várias oportunidades, seguindo a evolução gradual determinada pelos PPAs anteriores. Quadro 1 – Trajetória das estratégias dos PPAs 2004-2015 (crescimento econômico com inclusão social) Fonte: Planos Plurianuais do governo federal. 2016 Elaboração: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão 10 Assim, o PPA em questão se apresenta nos seguintes eixos estratégicos: Quadro 1I – Eixos Estratégicos do PPA 2016-2019 Fonte: Planos Plurianuais do governo federal. 2016 Elaboração: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão III.II. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS Existe um conjunto de diretrizes que são compreendidas em cada eixo estratégico. Para tanto, existe um vínculo entre as diretrizes e os eixos para diversos programas temáticos. São apresentadas 28 diretrizes no PPA 2016-2019. No entanto, tendo em vista que muitas delas são bem específicas e detalhadas, serão citadas apenas algumas que se destacam das demais, como por exemplo: • Combate à pobreza e redução das desigualdades; • Promoção do emprego e do trabalho decente, com garantia de direitos trabalhistas, qualificação profissional e o fortalecimento do sistema público de emprego. • Fortalecimento da segurança pública e redução de homicídios; • Promoção da ciência, da tecnologia e da inovação e estímulo ao desenvolvimento produtivo; • Fortalecimento das micro e pequenas empresas e dos microempreendedores individuais; 11 • Ampliação da atuação do Brasil no comércio internacional de bens e serviços; • Investimentos na melhoria do transporte de passageiros e de carga; • E a promoção de investimentos para ampliação da oferta de energia e da produção de combustíveis, com ênfase em fontes renováveis. De forma articulada, as 28 diretrizes estratégicas e os 4 eixos estratégicos resultaram na elaboração de 54 programas temáticos. Tais programas apontam os caminhos a serem percorridos pelo Governo Federal até 2019, apoiando-se em 573 indicadores e 303 objetivos, com 1.132 metas e 3.114 iniciativas. Os programas temáticos estruturam o PPA 2016-2019 com declarações e compromissos orientadores do orçamento. Eles expressam os recortes de políticas públicas tais como reconhecidos pelo governo em uma linguagem mais acessível à sociedade. Dessa maneira, é possível ilustrar o planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado sem perdas sociais.Figura 1 – Estrutura do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado Fonte: Secretaria de Planejamento e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (Seplan/MP); 2019 12 Cada programa possui objetivos, metas, iniciativas e empreendimentos individualizados, que, no seu conjunto, expressam o que será feito, em qual intensidade, quais os resultados pretendidos e como serão alcançados. Os objetivos asseguram o vínculo com as ações orçamentárias detalhadas nas LOAs e com os financiamentos extra orçamentários, nos casos previstos. IV. AS PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS DO PPA E PPA EM GRANDES NÚMEROS O PPA 2016-2019 teve sua formulação para o segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, portanto, abrangeria um período de muitas dificuldades para a economia brasileira, assim como já ocorria no período que o antecedia. O caráter recessivo da economia, naquele momento, apontava para uma “piora antes da melhora”, e que as estimativas de melhorias eram bastante cautelosas, dadas as expectativas de recuperação lenta após os anos de recessão econômica. Desta forma, foram planejadas diversas medidas, inclusas no Plano Plurianual 2016-2019, que envolviam créditos, subsídios, concessão de renúncias fiscais e direcionamentos dos chamados “gastos tributários” para uma série de setores da economia. O racional por trás do PPA 2016-2019, portanto, envolve a participação ativa do governo federal para a busca da recuperação econômica naquele momento. O orçamento para o PPA 2016-2019 estimou gastos e dispêndios globais em torno do valor de R$8,217 trilhões, aqui incluso o gasto tributário incorporado. De acordo com a receita Federal do Brasil, o Gasto Tributário é toda desoneração tributária que funciona como alternativa à política pública, não diretamente relacionado ao orçamento, mas indiretamente ao sistema tributário, visando atender objetivos econômicos e sociais. Esse tipo de gasto pode apresentar caráter compensatório, quando compensa a população pela insuficiência de algum serviço governamental, ou caráter incentivador, quando estimula o desenvolvimento de algum setor ou região. Os recursos do PPA dividiram-se em dois tipos de composição, sendo eles i) Programas temáticos, responsáveis por 84% do orçamento, determinados por políticas públicas específicas, de acordo com a entrega de bens e serviços estipulados pelo governo 13 e ii) Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado, que se traduz naquelas ações de apoio, gestão e manutenção dos serviços governamentais, responsável por 16% do orçamento. À exceção das ações provenientes dos Programas do tipo Operação Especial1, todo o orçamento geral da União está diretamente relacionado ao PPA. Em relação às fontes de financiamento o PPA 2016-2019 prevê aquelas que são orçamentárias e as extra orçamentárias. Para a primeira, são previstos orçamentos fiscais e seguridade social, além de investimentos em empresas estatais; já as fontes extra orçamentárias se referem ao crédito, gasto tributário, e demais fontes. Os recursos extra orçamentários são definidos de acordo com as metas globais de cada tipo de programa; créditos e demais fontes acabam por serem definidos como financeiros não constantes do orçamento geral da união, também são aqueles créditos necessários para a atuação governamental na prestação de serviços e entregas de bens públicos, além de serem aquelas fontes originadas de bancos públicos e agencias oficiais de fomento. Assim, temos que 28% de todos os recursos do PPA têm esses pontos como fontes. • Agropecuária Sustentável: 35%; • Moradia Digna: 24%; • Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços: 10%; • Energia Elétrica: 7%; • Fortalecimento e Dinamização da Agricultura Familiar: 5%; • Desenvolvimento Regional e Territorial: 4%; • Comércio Exterior: 3%; • Promoção do Trabalho Decente e Economia Solidária: 3%; • Mobilidade Urbana e Trânsito: 2%; • Ciência, Tecnologia e Inovação: 2%; • Demais: 6%; 1 Programas do tipo operação especial não compõem o PPA, sendo responsáveis por: refinanciamento da dívida interna; refinanciamento da dívida externa; serviços da dívida interna; serviços da dívida externa etc. 14 Destacamos que o crédito direcionado e políticas públicas federais, de acordo com os números para o período do plano do crédito rural (R$ 800 bilhões), do crédito para a habitação (R$ 541 bilhões) e do crédito de longo prazo para investimento do Banco nacional de desenvolvimento econômico e social - BNDES (R$ 440 bilhões), representam a concentração dessas fontes de crédito. Importante ressaltar que os Programas Temáticos têm como objetivo o elo entre Plano e Orçamento, objetivos esses que, por sua vez, e unidos ao orçamento, representam a intenção de dispêndio do governo em cada escolha de política pública. Ao retomarmos o PPA por Programas Temáticos, temos a seguinte distribuição do orçamento: • Previdência Social: 53%; • Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS): 10%; • Petróleo e Gás: 6%; • Promoção do Trabalho Decente e Economia Solidária: 6%; • Consolidação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS): 5%; • Educação de Qualidade para todos: 5%; • Inclusão social por meio do Bolsa Família, do Cadastro Único e da articulação de políticas sociais: 3%; • Demais: 12%. Com isso, tiramos algumas conclusões. É possível verificar a forte concentração dos recursos orçamentários na área social, observada a estratégia de desenvolvimento inclusivo, sendo eles: previdência social, Fortalecimento do sistema único de saúde (SUS), petróleo e Gás, promoção do trabalho decente e economia solidária, Consolidação do sistema único de Assistência social (SUAS), educação de Qualidade para todos e Inclusão social por meio do Bolsa Família, do Cadastro único e da Articulação de políticas sociais. Em relação ao Gasto Tributário, tivemos que as previsões para o período do Plano seriam de renúncias fiscais para os seguintes pontos: • Zona Franca de Manaus, Áreas de Livre Comércio e Amazônia ocidental: R$121,3 bilhões; • Sudene: R$11,5 bilhões; 15 • Sudam: R$7,8 bilhões; • Aposentadorias por moléstia grave ou acidentes: R$ 39,6 bilhões; • Bens de informática: R$24,3 bilhões; • Inovações tecnológicas: R$8,8 bilhões; • Exportações da produção rural: R$ 27,7 bilhões; • Indenizações por rescisão de contrato de trabalho: R$ 22,5 bilhões; • Medicamentos: R$ 22,7 bilhões; • Programa de inclusão digital: R$ 21,6 bilhões; • Financiamentos habitacionais: R$ 17,9 bilhões; • Entidades sem fins lucrativos da assistência social: R$ 17,5 bilhões. Agora, tratamos do orçamento para a área Social e Segurança Pública. Como dito previamente, os recursos para essa área correspondem a 55% do total dos Programas Temáticos para o PPA, somando um total estimado de R$3,766 trilhões para o período do Plano, sendo R$2,234 trilhões somente para a Previdência Social (59% dessa área). Excluindo a Previdência, temos a seguinte distribuição: • Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS): 29%; • Promoção do Trabalho Decente e Economia Solidária: 22%; • Consolidação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS): 16%; • Educação de Qualidade para Todos: 13%; • Inclusão social por meio do Bolsa Família, do Cadastro Único e das Articulações de Políticas Sociais: 8%; • Fortalecimento e Dinamização da Agricultura Familiar: 9%; • Demais: 4%. Notam-se valores expressivos, também, para os programas de saúde, (R$ 442 bilhões), trabalho (R$ 332 bilhões), Assistência social (R$ 243 bilhões), educação (R$ 197 bilhões), Agricultura Familiar (R$ 133 bilhões) e Bolsa Família (R$ 123 bilhões). Destacamos que o meio rural recebe o programa dedicado à Agricultura Familiar, com metas como a efetivação de 7,8 milhões de operações do crédito rural para as linhas do PRONAF, além de 1,8 milhão deoperações da linha de microcrédito orientado ao mesmo programa; a prestação de serviços de ATER para 1,7 milhão de famílias e o 16 atendimento a 350 mil famílias em situação de pobreza. Para o programa de reforma Agrária temos o assentamento de 120 mil famílias para o período do PPA. No âmbito social, também tivemos o programa trabalho decente e economia solidária, com metas de promoção da qualificação profissional de 760 mil trabalhadores no âmbito do sistema público de emprego, trabalho e renda. Além disso, o PPA inclui o benefício de 4 milhões de trabalhadores por meio da concessão de crédito do programa de Geração de emprego e renda – PROGER. Para finalizar, importante mencionar o planejamento de atendimento de 18,6 milhões clientes em operações de microcrédito produtivo orientado, juntamente ao apoio e fortalecimento de 20 mil ações de empreendedorismo social. Para a Infraestrutura, o PPA 2016-2019 reservou cerca de 21% dos recursos dos Programas Temáticos. Esses recurso podem ser caracterizados como i) programa de infraestrutura urbana, respondendo por 52% (R$ 750 bilhões) dos valores destinados, e que incluem a Moradia Digna, Mobilidade urbana e trânsito, saneamento Básico, Gestão de riscos e de desastres e planejamento urbano; e ii) Programas Petróleo e Gás; Energia Elétrica; Combustíveis; Transporte Terrestre; transporte Aquaviário; Aviação Civil; Comunicações para o desenvolvimento, a Inclusão e a democracia; e Geologia, Mineração e transformação Mineral, que somam cerca de 48% dos recursos (R$ 686 bilhões). Em relação ao conhecido programa de subsídios e créditos imobiliários dos governos Dilma e Lula, o Minha Casa Minha Vida, a intenção seria de alcançar a entrega de 3 milhões de moradias durante o período do PPA 2016-2019. As Políticas de Desenvolvimento Produtivo e Ambiental respondem por 20% do orçamento dos Programas Temáticos, sendo distribuído da seguinte forma: • Agropecuária Sustentável: 65%; • Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços: 19%; • Ciência, Tecnologia e Inovação: 7%; • Comercio Exterior: 6%; • Simplificação da Vida da Empresa e do Cidadão: Bem Mais Simples Brasil: 1%; 17 • Recursos Hídricos: 1%; • Demais: 1%. Nesse ponto, é importante destacar o planejamento de estímulos em créditos extra orçamentários de instrumentos de estímulo ao investimento empresarial próximo ao valor de R$1,162 trilhões (85% do total) para o período do PPA. Ainda sobre o crédito, aquele que é direcionado ao setor rural recebe maior destaque, com cerca de R$ 800 bilhões para os 4 anos do Plano voltados para custeio, comercialização e investimentos. As linhas do BNDES para investimento na indústria, comércio e serviços e para as exportações (R$ 87,3 bilhões, R$ 81,5 bilhões e R$ 63,2 bilhões, respectivamente), também dão suporte aos objetivos e metas para o desenvolvimento produtivo. Por fim, os chamados “Temas Especiais” representam 5% do orçamento para os Programas Temáticos do PPA, com um total aproximado de R$ 300 bilhões. A distribuição estimada se dá com a seguinte forma: • Desenvolvimento Regional e Territorial: 78%; • Defesa Nacional: 17%; • Política Nuclear: 1%; • Política Externa: 1%; • Demais: 3%. O programa desenvolvimento regional e territorial (R$256 bilhões) tem como objetivo reduzir as assimetrias no território e conta com metas como i) organizar a estratégia de intervenção do governo federal; ii) apoiar 239 territórios rurais com um conjunto de políticas públicas integrada; iii) beneficiar 15 mil famílias com ações voltadas ao combate à pobreza no semiárido do nordeste; e iv) emitir gratuitamente 1 milhão de documentos civis, trabalhistas, jurídicos e fiscais em territórios rurais. Já o programa de Defesa Nacional (RS 55,7 bilhões) corresponde a tudo aquilo que envolve investimentos para capacitação de recursos humanos para a Defesa Nacional, além de focar em compras e manutenções de equipamentos militares. 18 Para a Política Externa, as linhas de crédito do segmento são voltadas para estímulos de inserção do mercado brasileiro no comércio exterior, especialmente no que tange a integração na da Associação Latino Americana de Integração (ALADI) e a consolidação do Mercado Comum do Sul (Mercosul). V. DISCUSSÃO FINAL E CONCLUSÕES Como previsto no artigo 165 da Constituição Federal, O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento de âmbito nacional, destinado a organizar, viabilizar, esclarecer e apresentar a ação pública em um determinado período de tempo (no caso do Brasil, 4 anos). Seu principal objetivo é sumarizar e apresentar os fundamentos e os objetivos da República vigente. É através dele que se declara o conjunto de políticas públicas do governo e os quais métodos, ações e percursos o governo utilizará para viabilizar suas metas previstas. Em suma, o PPA serve para definir as políticas públicas do Governo Federal, reafirmando assim, os compromissos firmados durante a eleição. O PPA, sozinho, não é suficiente para definir todas as ações que o Governo Federal poderia vir a tomar, visto que é necessário estabelecer uma relação sólida com as demais esferas governamentais brasileiras, como as estaduais e as municipais. “Vincula- se, igualmente, ao conteúdo do PPA, a questão da integração deste com os demais planos da administração pública.” (GIACOMONI, 2010). A estratégia de crescimento econômico na qual o PPA se baseia na premissa de que a governança política deve ser composta por um planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado. Tal planejamento deve se apoiar na estratégia nacional, nos planos nacionais, setoriais e regionais e no próprio PPA. “O PPA passa a se constituir na síntese dos esforços de planejamento de toda a administração pública, orientando a elaboração dos demais planos e programas de governo, assim como do próprio orçamento anual.” (GIACOMONI, 2010). É possível concluir que parte significativa do PPA 2016-2019 foi interrompida devido às dificuldades de ação do governo federal, que se encontrou em meio a uma crise 19 não somente econômica, mas também política. O cenário de recessão na economia se agravou durante o primeiro ano de implementação do PPA, reduzindo ainda mais a arrecadação do governo federal, o que dificultou o andamento dos projetos e alcance dos objetivos e metas. Além disso, é claro, o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff entregou a consolidação do PPA ao novo governo que seria formado naquele momento, e que teria linhas ideológicas e visões diferentes daquelas que fundamentaram o PPA. Desta forma, somado ainda ao novo governo eleito em 2018, a situação política acabou por dificultar ainda mais o prosseguimento do Plano que se encerra em 2019. 20 VI. REFERÊNCIAS CÂMARA DOS DEPUTADOS. PPA 2016-2019 - Relatório Anual de Avaliação 2018. Disponível em: https://www.camara.leg.br/internet/comissao/index/mista/orca/ppa/ppa_2016_2019_avalia cao2018/Relatorio.pdf. Acesso em: 8 nov. 2019. GIACOMONI, James. Orçamento público. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2010. p. 205-261. MINISTÉRIO DA ECONOMIA PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E GESTÃO. O que é o PPA? Disponível em: http://www.planejamento.gov.br/servicos/faq/planejamento-governamental/plano- plurianual-ppa/o-que-eacute-o-ppa. Acesso em: 8 nov. 2019. PPA. Plano Plurianual 2016–2019. Disponível em: http://bibspi.planejamento.gov.br/. Acesso em: 8 nov. 2019. SUDAM. ESTRATÉGIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL - MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E GESTÃO. Disponível em: http://www.sudam.gov.br/conteudo/menus/retratil/prda/arquivos/2019/estrategia-nacional- de-desenvolvimento-economico-e-social.pdf. Acesso em: 9 nov. 2019.
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