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RELATÓRIO PPA DILMA-TEMER 2016-2019

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PLANEJAMENTO E POLÍTICA ECONÔMICA 
BRASILEIRA 
RELATÓRIO SOBRE O PLANO PLURIANUAL 2016 – 2019 
DILMA/TEMER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uberlândia 
2019 
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PLANEJAMENTO E POLÍTICA ECONÔMICA 
BRASILEIRA 
RELATÓRIO SOBRE O PLANO PLURIANUAL 2016 – 2019 
DILMA/TEMER 
 
 
 
 
 
Discentes 
Allan Aparecido Cardoso Pereira 
Emiliza Rosemberg Mendes Didier 
Jovana Camila Fornazier de Freitas 
Marcos José Ferreira de Souza Júnior 
Mario Henrique Oliveira Andrade 
Vitor Morita de Morais 
 
 
Docente 
Hugo Carcanho loIasco Pereira 
 
 
 
 
Uberlândia 
2019 
3 
 
SUMÁRIO 
I. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 
I.I. ESTRUTURA E METODOLOGIA DO PPA ................................................. 4 
I.II. DIMENSÃO ESTRATÉGICA ....................................................................... 5 
I.III. VISÃO DE FUTURO ................................................................................... 6 
I.IV. CENÁRIO MACROÊCONOMICO ............................................................. 6 
II. PLANEJAMENTO PLURIANUAL (PPA): DISCUSSÃO CONCEITUAL . 7 
III. A ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO POR TRÁS DO PPA E 
OBJETIVOS ................................................................................................................... 9 
III.I. EIXOS ESTRATÉGICOS ............................................................................ 9 
III.II. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS .............................................................. 10 
IV. AS PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS DO PPA E PPA EM GRANDES 
NÚMEROS .................................................................................................................... 12 
V. DISCUSSÃO FINAL E CONCLUSÕES ......................................................... 18 
VI. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 20 
 
 
4 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
O PPA de 2016-2019 referente ao segundo mandato de Dilma Rousseff, é um 
conjunto de projetos de âmbito nacional para o desenvolvimento, que propõem a 
conciliação do crescimento econômico com a distribuição de renda e inclusão social. Pode 
ser tido como um novo plano com inovações ao planejamento do governo federal. 
A estratégia principal desse Plano é direcionar a atuação do Estado na promoção 
de um modelo inclusivo de desenvolvimento para melhorar a distribuição da renda e a 
manutenção dos níveis de emprego em um contexto de crise econômica internacional. Ele 
procura dar sequência ao projeto de desenvolvimento inclusivo presente nos últimos três 
PPAs. 
Tendo em vista esta proposta do aperfeiçoamento da inclusão social, os desafios 
apresentados são, em resumo, o de consolidação dos direitos conquistados quanto ao 
aperfeiçoamento das políticas públicas na busca pela melhor distribuição das 
oportunidades e do acesso a bens e serviços públicos de qualidade por toda a população 
brasileira. 
Ademais, o PPA 2016-2019 definiu as escolhas estratégicas para atender às novas 
demandas de uma sociedade que tem mudado e evoluído ao longo do tempo. Dessa forma, 
para enfrentar esses desafios e aproximar ainda mais as políticas públicas da realidade e 
reivindicações da sociedade, foram empreendidas ações no fortalecendo do caráter de 
espaço institucional e de participação da sociedade civil. 
 
I.I. ESTRUTURA E METODOLOGIA DO PPA 
 
O PPA, por definição, deve apresentar os objetivos e metas da administração 
pública para o período de quatro anos, identificando as prioridades do governo alinhadas 
com os planejamentos setoriais. O Plano em questão apresenta um perfil mais estratégico 
e focado do que seus antecessores. O governo tem buscado também aperfeiçoar e 
consolidar uma melhor participação social na elaboração e gestão do mesmo, fortalecendo 
e qualificando o planejamento. 
5 
 
As mudanças do PPA Dilma 2 concentraram-se em dois pontos. O primeiro foi 
reforçar as estratégias do Plano, estruturando-o em uma dimensão estratégica, contendo 
uma visão de futuro e um conjunto de eixos e diretrizes estratégicas. O plano buscou 
colocar em evidência o projeto estratégico do governo com Programas Temáticos, 
expressando os caminhos de ações para o alcance dos resultados esperados para o plano. 
O segundo ponto teve como foco qualificar o conteúdo dos programas temáticos, 
que passam a expressar com maior clareza as escolhas estratégicas para cada área por 
meio de seus objetivos e metas. 
“A construção do PPA 2016–2019 alcançou um novo patamar, no que diz respeito 
aos diálogos sociais, ao ampliar o processo de consulta durante a fase de elaboração, com 
envolvimento direto dos Ministérios, e ao promover a continuidade da participação na 
fase de acompanhamento da execução do Plano.” (PPA, 2016). As atividades de 
discussão para a elaboração do PPA 2016-2019 ocorreram tanto entre órgãos 
governamentais quanto em conjunto com a sociedade civil, contando com apoio da 
Secretaria Geral da Presidência da República. 
O esforço de construção do Plano Plurianual 2016-2019 resultou em 54 Programas 
Temáticos, que apontam os caminhos a serem percorridos pela ação do governo federal 
até 2019, por meio de seus 303 Objetivos e 1118 Metas. 
 
I.II. DIMENSÃO ESTRATÉGICA 
 
Na dimensão estratégica do Plano Plurianual estão as principais linhas estratégicas 
definidas pelo governo federal para a implementação de políticas públicas (no período de 
quatro anos). Tal dimensão é composta pela visão de futuro, pelo cenário 
macroeconômico, pelos eixos estratégicos e pelas diretrizes estratégicas que orientam a 
elaboração da estrutura programática, especialmente dos programas temáticos, que 
compõem a dimensão tática do PPA ao lado dos programas de gestão, manutenção e 
serviços ao Estado. 
 
6 
 
I.III. VISÃO DE FUTURO 
 
A visão de futuro do país é dividida em dois pontos. O primeiro é buscar uma 
sociedade mais inclusiva, democrática e mais igualitária, com educação de qualidade, 
respeito e valorização da diversidade e que tenha superado a extrema pobreza. O segundo 
é o alcance de uma economia mais sólida, dinâmica e sustentável, capaz de expandir e 
renovar competitivamente sua estrutura produtiva com geração de empregos de qualidade 
e com respeito ao meio ambiente. 
O Plano que nos serve como objeto de estudo persiste com a ideia proposta há 
mais de uma década, com dois objetivos definidos como inseparáveis: o crescimento 
econômico e a redução das desigualdades sociais e regionais. 
Os pilares de sustentação sugerem à expansão do mercado de consumo e produção 
de massa por meio, principalmente, do aumento das transferências diretas no âmbito da 
seguridade social e das políticas de inclusão e de redução das desigualdades; de medidas 
que facilitam a ampliação do crédito; e do aumento dos salários reais permitido, 
particularmente, pela política de valorização do salário mínimo, pelos incentivos à 
formalização e pela expansão dos serviços públicos universais. 
Além disso, a promoção do investimento, público e privado, coordenado pelo 
governo, em infraestrutura econômica e social. O impulso de demanda associado a esses 
caminhos tem sido acompanhado pelo fomento à ciência e tecnologia e pelo crédito de 
produção que, em conjunto com o aumento das escalas produtivas e da qualificação da 
mão-de-obra e a redução dos custos logísticos, induzem o investimento privado 
necessário para atender aquela demanda e permitir a reprodução do modelo. 
 
I.IV. CENÁRIO MACROÊCONOMICO 
 
Sobre o cenário econômico antes da implantação do Plano, faz-se imprescindível 
destacar certos eventos; como a crise internacional de 2008, a consolidação do PPA de 
2012-2015 (Dilma 1), do modelo de desenvolvimento com inclusão social, enfrentou um 
quadro macroeconômico desafiador.Com isso, buscou-se preservar as conquistas sociais 
e do nível de emprego, colocando em prática políticas macroeconômicas as quais 
absorviam os choques sofridos. 
7 
 
Com a queda nos preços das commodities, ficou limitado o potencial de 
crescimento da economia. O baixo crescimento da economia mundial reduziu o 
dinamismo do comércio internacional e criou obstáculos à trajetória de expansão das 
exportações brasileiras. Internamente houve episódios de seca em várias regiões 
específicas do país, criando uma pressão sobre os preços de energia e dos alimentos. As 
ações de absorção aos choques mantiveram a taxa de desemprego em queda e a de 
investimento entre os patamares mais elevados da série histórica. 
No entanto, por conta da redução de receitas e da expansão de despesas, em 2014 
o resultado primário do setor público consolidado inverteu de sinal com um déficit em 
relação ao PIB. 
Para 2016, primeiro ano do PPA, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias 
(LDO), encaminhado ao Congresso Nacional em maio de 2015, inicialmente fixou a meta 
de resultado primário para o setor público não-financeiro em 2,0% do PIB. A meta de 
resultado primário indicativa para 2016 reencaminhada ao Congresso Nacional foi 
reduzida para 0,34% do PIB para o setor público consolidado, sendo 0,49% do PIB para 
o Governo Central, ocorrendo uma reprogramação do reequilíbrio fiscal. 
A reprogramação também indica uma racionalização de despesas e recomposição 
de receitas, melhora do resultado primário ao longo do tempo até 2,0% do PIB para o 
setor público não-financeiro em 2018 e 2019 (com 1,65% do PIB de esforço do Governo 
Central). Com uma leve alta até 2017, tanto a dívida líquida como a dívida bruta 
estabilizam em percentual do PIB e passam a cair no último biênio do PPA. 
 
II. PLANEJAMENTO PLURIANUAL (PPA): DISCUSSÃO 
CONCEITUAL 
 
No livro Orçamento Público de Giacomoni – especificamente os capítulos 11 e 12 
– discute-se sobre o processo de planejamento e orçamento, sendo que no Brasil, a 
Constituição Federal concebe duas modalidades de planos. O Plano estudado neste 
relatório será a modalidade do Plano Plurianual (período de 2016 a 2019), referente à 
programação da administração pública e formulado como guia para as autorizações 
orçamentárias. 
8 
 
As principais características do Plano Plurianual concedidas pela Constituição são 
três. A primeira delas é de acordo com a abrangência do conteúdo do plano, os quais 
estabelecem de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas da administração 
pública federal para as despesas de capital. A segunda característica é sobre a elaboração 
de planos e programas, seja nacional, setorial ou regional, devem estar de acordo com o 
que foi estabelecido com o Plano Plurianual. Por fim, a terceira característica é que 
nenhum investimento cujo orçamento ultrapasse o que foi planejado financeiramente 
deve ser iniciado sem a autorização do plano. 
Essa integração entre o Plano Plurianual e orçamento foi concebido pela 
Constituição de 1988 com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que além de fornecer 
orientações para a elaboração dos orçamentos anuais, destaca as prioridades e metas da 
programação plurianual. Este processo integrado se inicia com a elaboração e revisão do 
Plano Plurianual (PPA), após esse passo se inicia a elaboração e aprovação de lei de 
diretrizes orçamentárias e posteriormente a proposta orçamentária anual (LOA). Com 
isso, o próximo caminho é sobre a discussão e votação para a aprovação da lei 
orçamentária e finalmente a execução deste orçamento. 
Feito o orçamento anual, este constituirá como um instrumento no curto prazo de 
operacionalização dos programas sociais e regionais de médio prazo, os quais cumprem 
o marco fixado pelos planos nacionais em que estão definidos os grandes objetivos e 
metas, os projetos estratégicos e as políticas básicas. Nesse sentido, os principais 
elementos e informações a serem utilizados na elaboração da proposta orçamentária são 
buscados em componentes do sistema de planejamento. 
Conclui-se, portanto, que o Plano Plurianual é constituído por planejamentos de 
toda a administração pública, orientando a elaboração de demais planos e programas do 
governo, com o próprio orçamento anual. De maneira que a lei geral que institui o plano 
estabelecerá em seu conteúdo de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da 
administração pública federal as despesas de capital com prazos e vigências, e para 
programas de duração continuada. 
Dessa forma, segundo o autor, o Plano do segundo mandato de Dilma Rousseff 
teve início em um cenário de crise na economia, principalmente devido à situação fiscal 
do país. O projeto do PPA foi elaborado sem ressaltar os efeitos que as limitações 
9 
 
financeiras produziriam sobre os objetivos e metas do plano. Em uma análise, foi 
concluído que a metodologia e a organização foram similares a do plano anterior. 
A mensagem empresarial fez referência a duas mudanças: o reforçamento do 
caráter estratégico do plano (com visão de futuro, cenário macroeconômico e um conjunto 
de eixos e diretrizes estratégicas, previamente debatidas) e ao conteúdo dos Programas 
Temáticos, que passaram a expressar melhor as escolhas estratégicas de cada área por 
objetivos e metas. 
 
III. A ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO POR TRÁS DO PPA E 
OBJETIVOS 
 
III.I. EIXOS ESTRATÉGICOS 
 
O PPA 2016-2019 reforça o ajuste pela solicitação de desenvolvimento 
econômico e social, com redução da desigualdade e criação de várias oportunidades, 
seguindo a evolução gradual determinada pelos PPAs anteriores. 
Quadro 1 – Trajetória das estratégias dos PPAs 2004-2015 (crescimento econômico 
com inclusão social) 
 
 
Fonte: Planos Plurianuais do governo federal. 2016 
Elaboração: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão 
 
10 
 
Assim, o PPA em questão se apresenta nos seguintes eixos estratégicos: 
Quadro 1I – Eixos Estratégicos do PPA 2016-2019 
 
 
Fonte: Planos Plurianuais do governo federal. 2016 
Elaboração: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão 
 
III.II. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS 
 
Existe um conjunto de diretrizes que são compreendidas em cada eixo estratégico. 
Para tanto, existe um vínculo entre as diretrizes e os eixos para diversos programas 
temáticos. São apresentadas 28 diretrizes no PPA 2016-2019. No entanto, tendo em vista 
que muitas delas são bem específicas e detalhadas, serão citadas apenas algumas que se 
destacam das demais, como por exemplo: 
• Combate à pobreza e redução das desigualdades; 
• Promoção do emprego e do trabalho decente, com garantia de direitos 
trabalhistas, qualificação profissional e o fortalecimento do sistema 
público de emprego. 
• Fortalecimento da segurança pública e redução de homicídios; 
• Promoção da ciência, da tecnologia e da inovação e estímulo ao 
desenvolvimento produtivo; 
• Fortalecimento das micro e pequenas empresas e dos 
microempreendedores individuais; 
11 
 
• Ampliação da atuação do Brasil no comércio internacional de bens e 
serviços; 
• Investimentos na melhoria do transporte de passageiros e de carga; 
• E a promoção de investimentos para ampliação da oferta de energia e da 
produção de combustíveis, com ênfase em fontes renováveis. 
De forma articulada, as 28 diretrizes estratégicas e os 4 eixos estratégicos 
resultaram na elaboração de 54 programas temáticos. Tais programas apontam os 
caminhos a serem percorridos pelo Governo Federal até 2019, apoiando-se em 573 
indicadores e 303 objetivos, com 1.132 metas e 3.114 iniciativas. 
Os programas temáticos estruturam o PPA 2016-2019 com declarações e 
compromissos orientadores do orçamento. Eles expressam os recortes de políticas 
públicas tais como reconhecidos pelo governo em uma linguagem mais acessível à 
sociedade. Dessa maneira, é possível ilustrar o planejamento do desenvolvimento 
nacional equilibrado sem perdas sociais.Figura 1 – Estrutura do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado 
 
Fonte: Secretaria de Planejamento e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, 
Desenvolvimento e Gestão (Seplan/MP); 2019 
12 
 
Cada programa possui objetivos, metas, iniciativas e empreendimentos 
individualizados, que, no seu conjunto, expressam o que será feito, em qual intensidade, 
quais os resultados pretendidos e como serão alcançados. Os objetivos asseguram o 
vínculo com as ações orçamentárias detalhadas nas LOAs e com os financiamentos extra 
orçamentários, nos casos previstos. 
 
IV. AS PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS DO PPA E PPA EM 
GRANDES NÚMEROS 
 
O PPA 2016-2019 teve sua formulação para o segundo mandato da ex-presidente 
Dilma Rousseff, portanto, abrangeria um período de muitas dificuldades para a economia 
brasileira, assim como já ocorria no período que o antecedia. O caráter recessivo da 
economia, naquele momento, apontava para uma “piora antes da melhora”, e que as 
estimativas de melhorias eram bastante cautelosas, dadas as expectativas de recuperação 
lenta após os anos de recessão econômica. 
Desta forma, foram planejadas diversas medidas, inclusas no Plano Plurianual 
2016-2019, que envolviam créditos, subsídios, concessão de renúncias fiscais e 
direcionamentos dos chamados “gastos tributários” para uma série de setores da 
economia. O racional por trás do PPA 2016-2019, portanto, envolve a participação ativa 
do governo federal para a busca da recuperação econômica naquele momento. 
O orçamento para o PPA 2016-2019 estimou gastos e dispêndios globais em torno 
do valor de R$8,217 trilhões, aqui incluso o gasto tributário incorporado. De acordo com 
a receita Federal do Brasil, o Gasto Tributário é toda desoneração tributária que funciona 
como alternativa à política pública, não diretamente relacionado ao orçamento, mas 
indiretamente ao sistema tributário, visando atender objetivos econômicos e sociais. Esse 
tipo de gasto pode apresentar caráter compensatório, quando compensa a população pela 
insuficiência de algum serviço governamental, ou caráter incentivador, quando estimula 
o desenvolvimento de algum setor ou região. 
Os recursos do PPA dividiram-se em dois tipos de composição, sendo eles i) 
Programas temáticos, responsáveis por 84% do orçamento, determinados por políticas 
públicas específicas, de acordo com a entrega de bens e serviços estipulados pelo governo 
13 
 
e ii) Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado, que se traduz naquelas 
ações de apoio, gestão e manutenção dos serviços governamentais, responsável por 16% 
do orçamento. 
À exceção das ações provenientes dos Programas do tipo Operação Especial1, todo 
o orçamento geral da União está diretamente relacionado ao PPA. Em relação às fontes 
de financiamento o PPA 2016-2019 prevê aquelas que são orçamentárias e as extra 
orçamentárias. Para a primeira, são previstos orçamentos fiscais e seguridade social, além 
de investimentos em empresas estatais; já as fontes extra orçamentárias se referem ao 
crédito, gasto tributário, e demais fontes. 
Os recursos extra orçamentários são definidos de acordo com as metas globais de 
cada tipo de programa; créditos e demais fontes acabam por serem definidos como 
financeiros não constantes do orçamento geral da união, também são aqueles créditos 
necessários para a atuação governamental na prestação de serviços e entregas de bens 
públicos, além de serem aquelas fontes originadas de bancos públicos e agencias oficiais 
de fomento. Assim, temos que 28% de todos os recursos do PPA têm esses pontos como 
fontes. 
• Agropecuária Sustentável: 35%; 
• Moradia Digna: 24%; 
• Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços: 10%; 
• Energia Elétrica: 7%; 
• Fortalecimento e Dinamização da Agricultura Familiar: 5%; 
• Desenvolvimento Regional e Territorial: 4%; 
• Comércio Exterior: 3%; 
• Promoção do Trabalho Decente e Economia Solidária: 3%; 
• Mobilidade Urbana e Trânsito: 2%; 
• Ciência, Tecnologia e Inovação: 2%; 
• Demais: 6%; 
 
1 Programas do tipo operação especial não compõem o PPA, sendo responsáveis por: refinanciamento da 
dívida interna; refinanciamento da dívida externa; serviços da dívida interna; serviços da dívida externa etc. 
14 
 
Destacamos que o crédito direcionado e políticas públicas federais, de acordo com 
os números para o período do plano do crédito rural (R$ 800 bilhões), do crédito para a 
habitação (R$ 541 bilhões) e do crédito de longo prazo para investimento do Banco 
nacional de desenvolvimento econômico e social - BNDES (R$ 440 bilhões), representam 
a concentração dessas fontes de crédito. 
Importante ressaltar que os Programas Temáticos têm como objetivo o elo entre 
Plano e Orçamento, objetivos esses que, por sua vez, e unidos ao orçamento, representam 
a intenção de dispêndio do governo em cada escolha de política pública. Ao retomarmos 
o PPA por Programas Temáticos, temos a seguinte distribuição do orçamento: 
• Previdência Social: 53%; 
• Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS): 10%; 
• Petróleo e Gás: 6%; 
• Promoção do Trabalho Decente e Economia Solidária: 6%; 
• Consolidação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS): 5%; 
• Educação de Qualidade para todos: 5%; 
• Inclusão social por meio do Bolsa Família, do Cadastro Único e da 
articulação de políticas sociais: 3%; 
• Demais: 12%. 
Com isso, tiramos algumas conclusões. É possível verificar a forte concentração 
dos recursos orçamentários na área social, observada a estratégia de desenvolvimento 
inclusivo, sendo eles: previdência social, Fortalecimento do sistema único de saúde 
(SUS), petróleo e Gás, promoção do trabalho decente e economia solidária, Consolidação 
do sistema único de Assistência social (SUAS), educação de Qualidade para todos e 
Inclusão social por meio do Bolsa Família, do Cadastro único e da Articulação de políticas 
sociais. 
Em relação ao Gasto Tributário, tivemos que as previsões para o período do Plano 
seriam de renúncias fiscais para os seguintes pontos: 
• Zona Franca de Manaus, Áreas de Livre Comércio e Amazônia ocidental: 
R$121,3 bilhões; 
• Sudene: R$11,5 bilhões; 
15 
 
• Sudam: R$7,8 bilhões; 
• Aposentadorias por moléstia grave ou acidentes: R$ 39,6 bilhões; 
• Bens de informática: R$24,3 bilhões; 
• Inovações tecnológicas: R$8,8 bilhões; 
• Exportações da produção rural: R$ 27,7 bilhões; 
• Indenizações por rescisão de contrato de trabalho: R$ 22,5 bilhões; 
• Medicamentos: R$ 22,7 bilhões; 
• Programa de inclusão digital: R$ 21,6 bilhões; 
• Financiamentos habitacionais: R$ 17,9 bilhões; 
• Entidades sem fins lucrativos da assistência social: R$ 17,5 bilhões. 
Agora, tratamos do orçamento para a área Social e Segurança Pública. Como dito 
previamente, os recursos para essa área correspondem a 55% do total dos Programas 
Temáticos para o PPA, somando um total estimado de R$3,766 trilhões para o período 
do Plano, sendo R$2,234 trilhões somente para a Previdência Social (59% dessa área). 
Excluindo a Previdência, temos a seguinte distribuição: 
• Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS): 29%; 
• Promoção do Trabalho Decente e Economia Solidária: 22%; 
• Consolidação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS): 16%; 
• Educação de Qualidade para Todos: 13%; 
• Inclusão social por meio do Bolsa Família, do Cadastro Único e das 
Articulações de Políticas Sociais: 8%; 
• Fortalecimento e Dinamização da Agricultura Familiar: 9%; 
• Demais: 4%. 
Notam-se valores expressivos, também, para os programas de saúde, (R$ 442 
bilhões), trabalho (R$ 332 bilhões), Assistência social (R$ 243 bilhões), educação (R$ 
197 bilhões), Agricultura Familiar (R$ 133 bilhões) e Bolsa Família (R$ 123 bilhões). 
Destacamos que o meio rural recebe o programa dedicado à Agricultura Familiar, 
com metas como a efetivação de 7,8 milhões de operações do crédito rural para as linhas 
do PRONAF, além de 1,8 milhão deoperações da linha de microcrédito orientado ao 
mesmo programa; a prestação de serviços de ATER para 1,7 milhão de famílias e o 
16 
 
atendimento a 350 mil famílias em situação de pobreza. Para o programa de reforma 
Agrária temos o assentamento de 120 mil famílias para o período do PPA. 
No âmbito social, também tivemos o programa trabalho decente e economia 
solidária, com metas de promoção da qualificação profissional de 760 mil trabalhadores 
no âmbito do sistema público de emprego, trabalho e renda. Além disso, o PPA inclui o 
benefício de 4 milhões de trabalhadores por meio da concessão de crédito do programa 
de Geração de emprego e renda – PROGER. Para finalizar, importante mencionar o 
planejamento de atendimento de 18,6 milhões clientes em operações de microcrédito 
produtivo orientado, juntamente ao apoio e fortalecimento de 20 mil ações de 
empreendedorismo social. 
Para a Infraestrutura, o PPA 2016-2019 reservou cerca de 21% dos recursos dos 
Programas Temáticos. Esses recurso podem ser caracterizados como i) programa de 
infraestrutura urbana, respondendo por 52% (R$ 750 bilhões) dos valores destinados, e 
que incluem a Moradia Digna, Mobilidade urbana e trânsito, saneamento Básico, Gestão 
de riscos e de desastres e planejamento urbano; e ii) Programas Petróleo e Gás; Energia 
Elétrica; Combustíveis; Transporte Terrestre; transporte Aquaviário; Aviação Civil; 
Comunicações para o desenvolvimento, a Inclusão e a democracia; e Geologia, 
Mineração e transformação Mineral, que somam cerca de 48% dos recursos (R$ 686 
bilhões). 
Em relação ao conhecido programa de subsídios e créditos imobiliários dos 
governos Dilma e Lula, o Minha Casa Minha Vida, a intenção seria de alcançar a entrega 
de 3 milhões de moradias durante o período do PPA 2016-2019. 
As Políticas de Desenvolvimento Produtivo e Ambiental respondem por 20% do 
orçamento dos Programas Temáticos, sendo distribuído da seguinte forma: 
• Agropecuária Sustentável: 65%; 
• Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços: 19%; 
• Ciência, Tecnologia e Inovação: 7%; 
• Comercio Exterior: 6%; 
• Simplificação da Vida da Empresa e do Cidadão: Bem Mais Simples 
Brasil: 1%; 
17 
 
• Recursos Hídricos: 1%; 
• Demais: 1%. 
Nesse ponto, é importante destacar o planejamento de estímulos em créditos extra 
orçamentários de instrumentos de estímulo ao investimento empresarial próximo ao valor 
de R$1,162 trilhões (85% do total) para o período do PPA. 
Ainda sobre o crédito, aquele que é direcionado ao setor rural recebe maior 
destaque, com cerca de R$ 800 bilhões para os 4 anos do Plano voltados para custeio, 
comercialização e investimentos. As linhas do BNDES para investimento na indústria, 
comércio e serviços e para as exportações (R$ 87,3 bilhões, R$ 81,5 bilhões e R$ 63,2 
bilhões, respectivamente), também dão suporte aos objetivos e metas para o 
desenvolvimento produtivo. 
Por fim, os chamados “Temas Especiais” representam 5% do orçamento para os 
Programas Temáticos do PPA, com um total aproximado de R$ 300 bilhões. A 
distribuição estimada se dá com a seguinte forma: 
• Desenvolvimento Regional e Territorial: 78%; 
• Defesa Nacional: 17%; 
• Política Nuclear: 1%; 
• Política Externa: 1%; 
• Demais: 3%. 
O programa desenvolvimento regional e territorial (R$256 bilhões) tem como 
objetivo reduzir as assimetrias no território e conta com metas como i) organizar a 
estratégia de intervenção do governo federal; ii) apoiar 239 territórios rurais com um 
conjunto de políticas públicas integrada; iii) beneficiar 15 mil famílias com ações voltadas 
ao combate à pobreza no semiárido do nordeste; e iv) emitir gratuitamente 1 milhão de 
documentos civis, trabalhistas, jurídicos e fiscais em territórios rurais. 
Já o programa de Defesa Nacional (RS 55,7 bilhões) corresponde a tudo aquilo 
que envolve investimentos para capacitação de recursos humanos para a Defesa Nacional, 
além de focar em compras e manutenções de equipamentos militares. 
18 
 
Para a Política Externa, as linhas de crédito do segmento são voltadas para 
estímulos de inserção do mercado brasileiro no comércio exterior, especialmente no que 
tange a integração na da Associação Latino Americana de Integração (ALADI) e a 
consolidação do Mercado Comum do Sul (Mercosul). 
 
V. DISCUSSÃO FINAL E CONCLUSÕES 
 
Como previsto no artigo 165 da Constituição Federal, O Plano Plurianual (PPA) 
é um instrumento de âmbito nacional, destinado a organizar, viabilizar, esclarecer e 
apresentar a ação pública em um determinado período de tempo (no caso do Brasil, 4 
anos). Seu principal objetivo é sumarizar e apresentar os fundamentos e os objetivos da 
República vigente. 
É através dele que se declara o conjunto de políticas públicas do governo e os 
quais métodos, ações e percursos o governo utilizará para viabilizar suas metas previstas. 
Em suma, o PPA serve para definir as políticas públicas do Governo Federal, reafirmando 
assim, os compromissos firmados durante a eleição. 
O PPA, sozinho, não é suficiente para definir todas as ações que o Governo 
Federal poderia vir a tomar, visto que é necessário estabelecer uma relação sólida com as 
demais esferas governamentais brasileiras, como as estaduais e as municipais. “Vincula-
se, igualmente, ao conteúdo do PPA, a questão da integração deste com os demais planos 
da administração pública.” (GIACOMONI, 2010). 
A estratégia de crescimento econômico na qual o PPA se baseia na premissa de 
que a governança política deve ser composta por um planejamento do desenvolvimento 
nacional equilibrado. Tal planejamento deve se apoiar na estratégia nacional, nos planos 
nacionais, setoriais e regionais e no próprio PPA. “O PPA passa a se constituir na síntese 
dos esforços de planejamento de toda a administração pública, orientando a elaboração 
dos demais planos e programas de governo, assim como do próprio orçamento anual.” 
(GIACOMONI, 2010). 
É possível concluir que parte significativa do PPA 2016-2019 foi interrompida 
devido às dificuldades de ação do governo federal, que se encontrou em meio a uma crise 
19 
 
não somente econômica, mas também política. O cenário de recessão na economia se 
agravou durante o primeiro ano de implementação do PPA, reduzindo ainda mais a 
arrecadação do governo federal, o que dificultou o andamento dos projetos e alcance dos 
objetivos e metas. Além disso, é claro, o processo de impeachment da ex-presidente 
Dilma Rousseff entregou a consolidação do PPA ao novo governo que seria formado 
naquele momento, e que teria linhas ideológicas e visões diferentes daquelas que 
fundamentaram o PPA. Desta forma, somado ainda ao novo governo eleito em 2018, a 
situação política acabou por dificultar ainda mais o prosseguimento do Plano que se 
encerra em 2019. 
 
20 
 
VI. REFERÊNCIAS 
 
CÂMARA DOS DEPUTADOS. PPA 2016-2019 - Relatório Anual de Avaliação 2018. 
Disponível em: 
https://www.camara.leg.br/internet/comissao/index/mista/orca/ppa/ppa_2016_2019_avalia
cao2018/Relatorio.pdf. Acesso em: 8 nov. 2019. 
 
GIACOMONI, James. Orçamento público. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2010. p. 205-261. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E 
GESTÃO. O que é o PPA? Disponível em: 
http://www.planejamento.gov.br/servicos/faq/planejamento-governamental/plano-
plurianual-ppa/o-que-eacute-o-ppa. Acesso em: 8 nov. 2019. 
 
PPA. Plano Plurianual 2016–2019. Disponível em: http://bibspi.planejamento.gov.br/. 
Acesso em: 8 nov. 2019. 
 
SUDAM. ESTRATÉGIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E 
SOCIAL - MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E 
GESTÃO. Disponível em: 
http://www.sudam.gov.br/conteudo/menus/retratil/prda/arquivos/2019/estrategia-nacional-
de-desenvolvimento-economico-e-social.pdf. Acesso em: 9 nov. 2019.

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