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Avaliação On-Line 1 (AOL 1) - Desafio Colaborativo Tópico da discussão Olá estudantes! Sejam todos bem vindos ao desafio de nossa disciplina! O intuito é podermos conversar e refletir em grupo sobre os assuntos abordados nas aulas. Vamos lá? Os heredogramas são diagramas que mostram as relações entre os membros de uma família. O heredograma a seguir mostra a herança de uma característica recessiva em seres humanos. Os indivíduos que têm a característica são homozigotos para um alelo recessivo a. A genética clássica apresentou aos médicos uma longa lista de doenças causadas por genes mutantes. O estudo dessas doenças começou logo após a redescoberta do trabalho de Mendel. Atualmente, alguns hospitais têm profissionais conhecidos como conselheiros genéticos. Para aprofundar seu conhecimento sobre o assunto, leia o artigo “Aconselhamento genético” de João Monteiro de Pina-Neto, médico geneticista, disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572008000500004>. O artigo indica os aspectos gerais dessa ação e função, além dos aspectos éticos. Qual a sua opinião sobre esse contexto, na era pós-genômica? Você acha importante esse aconselhamento? Explique seus motivos e compartilhe conosco e comente a publicação dos colegas. Bom debate! O ACONSELHAMENTO GENÉTICO NA ERA PÓS-GENÔMICA O aconselhamento genético é o processo pelo qual o conhecimento sobre os aspectos genéticos das doenças é compartilhado por profissionais treinados com aqueles que correm um risco aumentado ou que sofrem de um distúrbio hereditário ou que o transmitem aos seus filhos ainda não nascidos (RIBEIRO, 1996; BRUNONI, 2002; PINA-NETO, 2008). Um conselheiro genético para Bertollo et al (2013) fornece informações sobre a herança de doenças e seus riscos de recorrência; aborda as preocupações dos pacientes, familiares e prestadores de cuidados de saúde; e apoia os pacientes e suas famílias que lidam com essas doenças. A era pós-genômica refere-se ao período de tempo após a conclusão do projeto genoma humano até os dias atuais. O nome refere-se ao fato de que a epistemologia genética da ciência contemporânea progrediu além da visão centrada em genes da era genômica anterior (PERBAL, 2015). É definido pela ampla disponibilidade da sequência do genoma humano e do genoma completo de muitos organismos de referência. Com o surgimento de testes e tecnologias genéticas, os conselheiros genéticos enfrentam o desafio de traduzir o conhecimento científico emergente em informações práticas para pacientes, clínicos e formuladores de políticas de saúde pública (BERTOLLO et al, 2013). Os novos testes e tecnologias também estão associados a novas considerações psicossociais e éticas. Novas diretrizes são necessárias para cada nova descoberta do impacto genômico no fenótipo, patologia e doença, enquanto as síndromes "antigas" e a patologia "antiga" continuam a exigir atenção. Na nova era pós-projeto do genoma humano, os conselheiros genéticos serão parte integrante da tradução das descobertas genômicas em impacto benéfico nas doenças humanas, nos cuidados de saúde e nos benefícios médicos. As necessidades de aconselhamento genético devem ser projetadas para a pesquisa genômica desde o início. Com esse potencial aumentado, surgem expectativas crescentes de famílias e profissionais sobre as respostas que um diagnóstico fornecerá. No entanto, as limitações permanecem e uma proporção de indivíduos continuará sem diagnóstico. Além disso, alguns indivíduos receberão diagnósticos novos ou muito raros, sobre os quais muito pouco se sabe em termos de prognóstico e tratamentos eficazes. Os testes genéticos estão se tornando mais populares, em alguns casos sem o envolvimento da clínica genética. Além disso, devido ao aumento de encaminhamentos para a genética clínica, a coleta inicial de informações das famílias que historicamente tem sido o papel do conselheiro genético e uma oportunidade de avaliar como as famílias estão lidando varia entre os serviços. Portanto, a oportunidade de aconselhamento pré-teste por um especialista em genética está diminuindo. Com a grande quantidade de informações que podem ser geradas a partir de testes genômicos, vejo o valor real do papel do conselheiro genético no período pós-teste, onde o contexto emocional e familiar pode ser explorado. Na era das tecnologias genéticas avançadas, as expectativas nunca foram maiores sobre o potencial diagnóstico de indivíduos (NOVOA; BURNHAM, 2011). No entanto, um diagnóstico não fornecerá necessariamente todas as respostas procuradas. Além disso, a busca por um diagnóstico pode estar prejudicando a capacidade da família de aceitar a condição do filho. Sem o apoio adequado, o processo de enfrentamento e adaptação pode ser prolongado ou até malsucedido. Para Hannum et al (2015) os conselheiros genéticos têm as habilidades necessárias para fornecer o apoio necessário para lidar com as incertezas que as famílias enfrentam, ajudar a identificar áreas onde o apoio de colegas pode ser encontrado e aumentar o controle percebido, facilitando a adaptação para melhorar o funcionamento individual e familiar. Acredito que esse tipo de serviço é a própria essência sobre a qual a profissão de Aconselhamento Genético foi construída e é de vital importância para essas famílias que esse apoio seja integrado aos testes genômicos, para que suas necessidades psicossociais não sejam negligenciadas pela enxurrada de informações genômicas. Referencias: BERTOLLO, Eny Maria Goloni et al. O processo de aconselhamento genético. Arq Cienc Saude, v. 20, n. 1, p. 30-6, 2013. BRUNONI, Décio. Aconselhamento genético. Ciência & Saúde Coletiva, v. 7, n. 1, p. 101- 107, 2002. HANNUM, J. S. S. et al. Aconselhamento genético: análise e contribuições a partir do modelo de aconselhamento psicológico. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 35, n. 3, p. 797- 808, 2015. NOVOA, Maria Concepción; BURNHAM, Teresinha Fróes. Desafios para a universalização da genética clínica: o caso brasileiro. Revista panamericana de salud publica, v. 29, p. 61- 68, 2011. PERBAL, Laurence. The case of the gene. EMBO reports, v. 16, n. 7, p. 777-781, 2015. PINA-NETO, João Monteiro de. Aconselhamento genético. Jornal de Pediatria, v. 84, n. 4, p. S20-S26, 2008. RIBEIRO, Erlane Marques. Aconselhamento genético. An. Acad. Nac. Med, p. 26-8, 1996.
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