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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 1. A Administração Pública figura como uma das partes a) na qualidade de Poder Público b) não equiparada a particular 2. São regidos predominantemente pelo Direito Público a) “predominantemente”; vide art. 54 da Lei 8.666/93 b) “Direito Público”: cláusulas exorbitantes (LL 58) CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 3. Suas cláusulas são fixadas unilateralmente pela própria Administração 4. Só há voluntariedade na formação do vínculo contratual NOMENCLATURA “CONTRATOS ADMINISTRATIVOS” a) nomenclatura legal b) Lei 8.666/93: arts. 1° e 54 NOMENCLATURA “CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO” a) expressão utilizada na ementa da Lei 8.666/93 b) doutrina majoritária: - contratos regidos predominantemente pelo Direito Privado - problema: art. 62, §3°, I c.c. art. 58 da Lei 8.666/93 CARACTERÍSTICAS GERAIS 1. Formalidade a) diferença com “formalismo” b) nulidade dos contratos verbais (art. 60, p.u.) c) requisitos formais: art. 61 d) formalidade que é requisito de “eficácia” (não de “validade”): publicação (art. 61, p.u.) CARACTERÍSTICAS GERAIS e) exigência do próprio instrumento de contrato (art. 62) e1) obrigatório - tomada de preços - concorrência - dispensa e inexigibilidade com valores equivalentes CARACTERÍSTICAS GERAIS e2) facultativo - convite - qualquer que seja o valor: quando há entrega imediata e integral dos bens adquiridos, sem obrigações futuras (art. 62, §4°) CARACTERÍSTICAS GERAIS 2. Contrato de adesão a) só há liberdade na formação do vínculo b) impossibilidade de ser alegada “surpresa” quanto às cláusulas - elas fazem parte do edital (art. 62, §1°) - as “cláusulas necessárias” estão arroladas na lei (art. 55) CARACTERÍSTICAS GERAIS 3. Pessoalidade (contratos “intuito personae”) a) motivo: os contratos administrativos decorrem de licitação b) extinção do contrato administrativo por inobservância da pessoalidade: - subcontratação: art. 78, VI - falecimento do contratado ou extinção da pessoa jurídica (art. 78, X) CARACTERÍSTICAS GERAIS c) exceção (art. 72) - expressa previsão dos limites da subcontratação - no edital (apesar da omissão na Lei 8.666/93) d) vedação absoluta (art. 13, §3°) - serviços técnicos especializados CLÁUSULAS EXORBITANTES 1. “Exorbitam” as cláusulas comuns (de Direito Privado) 2. Caracterizam prerrogativas da Administração Pública a) fundamento constitucional: Princípio da Supremacia do Interesse Público b) fundamento legal: principalmente o art. 58 da Lei 8.666/93 CLÁUSULAS EXORBITANTES 3. Principais cláusulas exorbitantes a) modificação unilateral do contrato (art. 58, I) b) rescisão unilateral do contrato (art. 58, II) c) fiscalização (art. 58, III) d) aplicação de sanções (art. 58, IV) CLÁUSULAS EXORBITANTES e) ocupação provisória / serviços essenciais (art. 58, V) f) relativização da “exceção do contrato não cumprido” (art. 78, XV) g) possibilidade de exigir “garantias” (art. 56) h) medidas de compensação (art. 3°, §11) MODIFICAÇÃO UNILATERAL 1. Lei 8.666/91: art. 58, I: Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado; MODIFICAÇÃO UNILATERAL 2. Finalidade (cogente): melhor atendimento do interesse público 3. Caracteriza relativização da “pacta sunt servanda” (aplicável a todos contratos administrativos; art. 54) MODIFICAÇÃO UNILATERAL Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: I - unilateralmente pela Administração: a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; alteração qualitativa b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; alteração quantitativa MODIFICAÇÃO UNILATERAL § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos. § 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: I – vetado II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. MODIFICAÇÃO UNILATERAL 4. Tipos de modificação ou “alteração” (art. 65, I) a) alteração qualitativa (art. 65, I, “a”) b) alteração quantitativa (art. 65, I, “b”) MODIFICAÇÃO UNILATERAL 5. Limites para as alterações (art. 65, §§ 1° e 2°) a) limite geral: 25% do valor atualizado (§ 1°, primeira parte) b) limite especial: 50% só para acréscimo em reforma de edifício ou equipamento (§ 1°, segunda parte) c) inexistência de limites: redução por acordo entre as partes (art. 65, §2°, II) 6. Materiais já adquiridos antes de supressão unilateral (art. 65, §4°) MODIFICAÇÃO UNILATERAL 6. Cláusulas econômico-financeiras a) estabelecem relação entre remuneração e encargos b) não podem ser unilateralmente modificadas (art. 58, §1°) c) alteração unilateral das cláusulas regulamentares (não as econômico-financeiras): se gera aumento de encargos, impõe revisão do contrato (art. 58, §2° c.c. 65, §6°) MODIFICAÇÃO UNILATERAL d) revisão: busca recompor o equilíbrio econômico-financeiro - decorrente de alterações contratuais unilaterais (art. 65, §6°) - decorrente de alterações legais (art. 65, §5°) - decorrente de fatos imprevisíveis (art. 65, II, “d”) d2) reajuste: recompõe a inflação - índice e periodicidade previstos no contrato (art. 55, III) RESCISÃO UNILATERAL DO CONTRATO 1. Lei 8.666/93: art. 58, II: • Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: • II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; RESCISÃO UNILATERAL DO CONTRATO 2. Art. 58, II + art. 79, I + art. 78, I a XII e XVII (+VIII, inserido no art. 78 pela Lei 9.854/99) 3. Os casos específicos são estudados na “extinção dos contratos administrativos” 4. Vários conceitos indeterminados a) aumentam o poder da Administração b) exemplos: arts. 78, III, IV, V e XII FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO 1. Lei 8.666/93: art. 58, III: • Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: • III - fiscalizar-lhes a execução; FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO 2. Representante da Administração (art. 67) a) obrigatório b) contratação de terceiros 3. Preposto do contratado (art. 68) a) obrigatório b) requisito: aceitação pela Administração FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO 4. Fiscalização não exclui nem reduz a responsabilidade do contratado (art. 70) APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES 1. Lei 8.666/93: art. 58, IV: • Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: • IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES 2. ”Defesa prévia” (art. 87, §2º) a) qualquer que seja a sanção b) 5 dias úteis 3. Recurso administrativo (art. 109, I, ”f”) a) todas as sanções, exceto declaração de inidoneidade (contra a qual cabe só ”pedido de reconsideração”, cf. art. 109, III) b) prazo: 5 ou 2 dias úteis (art. 109, I e §6º) APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES 4. Espécies de sanções (art. 87) a) advertência (art. 87, I) b) multa por inexecução e por mora (art. 87, II e art. 86) c) suspensão e impedimentotemporários (art. 87, III) d) declaração de inidoneidade (art. 87, IV) APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES 5. Advertência a) inexecuções parciais de pequena monta b) só pode ser cumulada com multa (art. 87, §2°) c) efeitos: - maior fiscalização por parte da Administração dali em diante - aplicação de sanção mais grave no caso de reincidência APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES 6. Multas a) tipos: - de mora, ou seja, moratória (art. 86) - por inexecução total ou parcial, ou seja, compensatória (art. 87, II) b) podem ser cumuladas entre si ou com outras sanções (art. 86, §1°) APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES c) cobrança através de desconto - da garantia prestada pelo contratado (moratória: art. 86, §2°; compensatória: 87, § 1°) - de pagamentos futuros (moratória: art. 86, §3°; compensatória: 87, §1°) d) cobrança judicial (moratória: art. 86, §3°; compensatória: 87, §1°) - não há garantia (ou é insuficiente) e - não há pagamento futuro (ou é insuficiente) APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES 7. Suspensão temporário de participação em licitações e impedimento de contratar com a Administração (art. 87, III) a) por que simultaneamente suspensão e impedimento? b) prazo máximo: 2 anos c) fixação discricionária no caso concreto APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES 8. Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública (art. 87, IV) a) competência exclusiva (art. 87, §3°) b) além da ”defesa prévia” (art. 87, §2º), deve ser facultada ”defesa final” (§3º) c) reabilitação e ressarcimento (art. 87, IV e §3°) APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. § 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se: XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas; XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente; APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES 9. Jurisprudência sobre suspensão e declaração de inidoneidade: a) campo de incidência (arts. 6°, XI e XII c.c. 87, III e IV): aplica-se a todos os entes de todas as esferas da Federação (Superior Tribunal de Justiça; em sentido contrário: TCU) b) efeitos prospectivos: não atingem os contratos em vigor (que podem ser rescindidos, se houver causa legal - vide art. 78 e incisos) (Superior Tribunal de Justiça) 8. Pregão: caso especial, aplica-se apenas à órbita da Federação que aplicou a pena (vide art. 7º da Lei 10.520/02) OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA 1. Lei 8.666/93: art. 58, V: • Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: • V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo. OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA 2. Tipos a) acautelatória - pode ou não gerar rescisão unilateral do contrato administrativo b) garantidora da continuidade dos serviços públicos - quando ocorre, o contrato já foi rescindido unilateralmente 3. Competência exclusiva no segundo tipo (art. 80, §3°) EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO (relativização do CCB 476) 1. Lei 8.666/93: art. 78, XV • Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: • XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação; EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO (relativização do CCB 476) 2. Legislação anterior: a) inaplicável a exceção no Direito Público b) fundamento: Princípio da Continuidade do Serviço Público EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO (relativização do CCB 476) 3. Regime da Lei 8.666/93 a) a exceção é aplicável após mais de 90 dias de atraso b) exceções: - calamidade pública - grave perturbação da ordem interna - guerra - contratos de concessão e permissão de serviço público (Lei 8.987/95; art. 39, parágrafo único) EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO (relativização do CCB 476) c) o contrato não é automaticamente rescindido d) o contratado pode optar: - pela suspensão do cumprimento de suas obrigações - pela rescisão (administrativa ou judicial) 4. Indenização: só danos emergentes (art. 79, §2°) 5. E no caso de inadimplemento do particular? - é possível a rescisão imediata (art. 78, I) EXIGÊNCIA DE GARANTIA 1. Lei 8.666/93: art. 56 • Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. EXIGÊNCIA DE GARANTIA 2. Exigência discricionária da Administração a) lado positivo: segurança b) lados negativos - redução da competitividade - aumento no valor das propostas (o valor das garantias são incluídas nos custos) EXIGÊNCIA DE GARANTIA 3. Previsão obrigatória no instrumento de convocação: motivo 4. Limites: a) normal: 5% (art. 56, §2°) b) especial: 10% (art. 56, §3°) • alta complexidade técnica e • riscos financeiros consideráveis EXIGÊNCIA DE GARANTIA 5. Garantia e contratado-depositário (art. 56, §5°) 6. Escolha da modalidade de garantia (art. 56, §1°): a) direito do contratado b) a Administração tem que aceitar em qualquer caso? EXIGÊNCIA DE GARANTIA 7. Modalidades de garantia (art. 56, §1°) a) caução em dinheiro ou títulos da dívida pública - importante reforma da Lei 11.079/2004 e os “títulos podres” b) seguro garantia (vide art. 6°, VI) c) fiança bancária - não há benefício de ordem (é fiança comercial; não civil, vide art. 827 do CCB: “O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor”) EXIGÊNCIA DE GARANTIA 8. Destino da garantia a) contrato cumprido: art. 56, §4° - restituição (dinheiro e títulos) ou liberação b) rescisão unilateral do contrato pela Administração (art. 80, III) - “execução” (“desconto”, só das multas, cf. arts. 86, §§ 2º e 3º e 87, §1º) COMPENSAÇÃO E FINANCIAMENTO 1. Lei 8.666/93: art. 3°, §11: §11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. COMPENSAÇÃO E FINANCIAMENTO 2. Regulamentadas pelo Decreto 7.546/2011 3. Representam uso do “poderde barganha” pelo Estado 4. São cláusulas discricionárias e devem ser previamente justificadas COMPENSAÇÃO E FINANCIAMENTO 5. Tipos: a) compensações comerciais, industriais ou tecnológicas (vide art. 2º, III, do Decreto) b) condições vantajosas de financiamento DURAÇÃO DOS CONTRATOS 1. Regras gerais a) proibição de contratos com prazo indeterminado (art. 57, §3°) b) vigência dos respectivos créditos orçamentários (art. 57, caput e CF, art. 167, I) DURAÇÃO DOS CONTRATOS ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 36 DA AGU: “A ADMINISTRAÇÃO PODE ESTABELECER A VIGÊNCIA POR PRAZO INDETERMINADO NOS CONTRATOS EM QUE SEJA USUÁRIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS DE ENERGIA ELÉTRICA, ÁGUA E ESGOTO, SERVIÇOS POSTAIS MONOPOLIZADOS PELA ECT (EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS) E AJUSTES FIRMADOS COM A IMPRENSA NACIONAL, DESDE QUE NO PROCESSO DA CONTRATAÇÃO ESTEJAM EXPLICITADOS OS MOTIVOS QUE JUSTIFICAM A ADOÇÃO DO PRAZO INDETERMINADO E COMPROVADAS, A CADA EXERCÍCIO FINANCEIRO, A ESTIMATIVA DE CONSUMO E A EXISTÊNCIA DE PREVISÃO DE RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS.” DURAÇÃO DOS CONTRATOS 2. Exceções (todas discricionárias): - Observações: - não há necessidade de previsão no edital; motivo: decorre da lei a possibilidade de prorrogação (contra: Celso Antônio) - o contratado tem mera expectativa de direito quanto às prorrogações, mesmo previstas em lei (STF) DURAÇÃO DOS CONTRATOS a) Plano Plurianual (art. 57, I) - são os projetos de longo prazo (Marçal Justen Filho) - fundamento constitucional: art. 167, §1° - são também de 1 ano, mas podem ser ter maior duração ”se houver interesse da administração” e ”desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório” (único caso expresso na LL) DURAÇÃO DOS CONTRATOS b) prestação de serviços contínuos (art. 57, II) - objetivo: preços e condições mais vantajosos - não se aplica a compras (“serviços contínuos”) - prazo de 1 ano, com limite da duração em 60 meses (5 anos) - duração excepcional: mais 12 meses (art. 57, §4°) DURAÇÃO DOS CONTRATOS c) aluguel de equipamentos e programas de informática (art. 57, IV) - prazo de até 48 meses a parti da vigência do contrato - aluguel: natureza mutável dos produtos e serviços d) alguns casos de dispensa de licitação (art. 57, V) - até 120 meses (10 anos) - motivo: segurança nacional PRORROGAÇÃO DOS CONTRATOS 1. Inexistência de prorrogação tácita (art. 57, §2°) 2. Requisitos: a) manutenção do equilíbrio econômico-financeiro (art. 57, §1°) b) presença de um dos motivos legais (art. 57, §1°, I a VI) c) justificação prévia e por escrito (art. 57, §2°) RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO 1. Responsabilidade das partes a) “O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.” (art. 66) - responsabilidade subjetiva da Administração e do contratado RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO • b) ” O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados” (art. 69) • por isso, antes de rescindir contrato administrativo, em regra a Administração deve oportunizar a correção de irregularidades RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO c) “O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.” (art. 70) - responsabilidade subjetiva do contratado RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO c) “O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.” (art. 73, §2°) ENCARGOS 1. Encargos do contratado a) encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais (art. 71) b) ensaios e testes (art. 75) ENCARGOS 2. Encargos da Administração a) encargos previdenciários: solidariedade com o contratado (art. 71, §2°) b) encargos trabalhistas, fiscais e comerciais: excluídos da responsabilidade da Administração (art. 71, §1°) ENCARGOS c) encargos trabalhistas: situação especial c1) antiga redação da Súmula 331 do TST: - “IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica na responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial.” ENCARGOS c2) Supremo Tribunal Federal: ADC 16/DF, 2010: - o §1°do art. 71 é constitucional - é possível condenar a Administração, subsidiariamente, desde que provada conduta no mínimo culposa no caso concreto - OBS: reafirmada a tese no RE 760.931-RG, j. 26.4.2017 (importância: inviabilizou Rcl com base na ADC) ENCARGOS - Nova redação da Súmula 331 do TST: “V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.” RECEBIMENTO DO OBJETO 1. Regra (art. 76): não recebimento “em desacordo” com o contrato 2. Formas de recebimento (art. 73, I e II) a) provisório b) definitivo 3. Nenhuma delas exclui a responsabilidade do contratado (art. 73, §2º) RECEBIMENTO DO OBJETO 4. Recebimento de obra ou serviço (art. 73, I) a) recebimento provisório (alínea ”a”): “pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado [...].” - “responsável” = fiscal (vide art. 67) RECEBIMENTO DO OBJETO b) recebimento definitivo (alínea ”b”): “por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69” - “servidor ou comissão” = discricionariedade - “prazo de observação” = até 90 dias (§3º) RECEBIMENTO DO OBJETO 5. Recebimento de compras ou locações de equipamentos (art. 73, II) a) recebimento provisório (alínea ”a”): “para posterior verificação da conformidade do material com a especificação.” b) recebimento definitivo (alínea ”b”): “após a verificação da qualidade e quantidade do material e consequente aceitação” RECEBIMENTO DO OBJETO - a lei é omissa sobre prazos de recebimento (deve prevalecer o edital) - não há exigência legal sobre quem deve receber - exceção: compras de valor superior a R$ 80.000,00 (comissão com no mínimo 3 membros; art. 15, §8º) - o recebimento é por simples “recibo”, exceto compra de equipamento de grande vulto, quando se dá por “termo circunstanciado” (§1º do art. 73) RECEBIMENTO DO OBJETO 6. Casos em que é dispensável o recebimento provisório a) art. 74, I a III b) o recebimento se faz por simples “recibo” (parágrafo único do art. 74) 7. Omissão da Administração quanto ao recebimento: aplica-se o §4º do art. 73 EXTINÇÃO DO CONTRATO 1. Tipos: a) extinção normal: arts. 66 a 76 - conclusão da objeto e término do prazo de duração b) extinção anômala - anulação (arts. 59 e 49 §2º) e rescisão (arts. 77 a 80) OBS: Por que não há “revogação” de contrato administrativo? ANULAÇÃO 1. Dispositivoslegais: Art. 49. [...] § 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei. § 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei. ANULAÇÃO Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos. Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que esta houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa. ANULAÇÃO 2. “Indenizará” = pois o contrato é nulo e não gera remuneração (contrapartida por ato lícito) 3. “Prejuízos” = apenas dano emergente; a LL não cita uma única vez lucro cessante 4. “Contanto que não lhe seja imputável” = diz respeito aos prejuízos ANULAÇÃO 5. Contraditório e ampla defesa - CF: art. 5º, LV; Lei 8.666/93, art. 49, §3º e art. 78, parágrafo único 6. Não há convalidação de contrato administrativo - doutrinariamente, pela própria definição de ”convalidação” - e diante do silêncio da Lei 8.666/93 (silêncio eloquente) RESCISÃO 1. Previsão geral: art. 78, I a XVIII 2. Formas (art. 79): a) rescisão unilateral (inciso I) b) rescisão amigável (inciso II) c) rescisão judicial (inciso III) - requisitos comuns para as rescisões unilaterais e amigáveis: §1º do art. 79 RESCISÃO 3. Tipos quanto a culpa: a) por culpa do contratado: art. 78, I a XII, XVII e XVII (art. 79, I; + inc. XVIII, Lei 9854/99) b) sem culpa do contratado, a princípio: art. 78, XII a XVII (vide §2º do art. 79) b1) se houver culpa do contratado: perda dos direitos previstos no §2º do art. 79 RESCISÃO 4. Consequências da rescisão a) quando não há culpa do contratado - art. 79, §2º - são direitos do contratado b) quando há culpa do contratado - art. 80 e incisos (são “consequências”, não “sanções”) - bem por isso, cumuláveis com sanções (art. 87)
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