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apostila administrativo 3 bim contratos

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS 
1. A Administração Pública figura como uma das 
partes
a) na qualidade de Poder Público
b) não equiparada a particular
2. São regidos predominantemente pelo Direito 
Público
a) “predominantemente”; vide art. 54 da Lei 
8.666/93
b) “Direito Público”: cláusulas exorbitantes (LL 58)
CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS 
3. Suas cláusulas são fixadas unilateralmente 
pela própria Administração 
4. Só há voluntariedade na formação do vínculo 
contratual 
NOMENCLATURA
“CONTRATOS ADMINISTRATIVOS”
a) nomenclatura legal 
b) Lei 8.666/93: arts. 1° e 54
NOMENCLATURA
“CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO”
a) expressão utilizada na ementa da Lei 8.666/93
b) doutrina majoritária: 
- contratos regidos predominantemente pelo 
Direito Privado
- problema: art. 62, §3°, I c.c. art. 58 da Lei 8.666/93
CARACTERÍSTICAS GERAIS
1. Formalidade
a) diferença com “formalismo”
b) nulidade dos contratos verbais (art. 60, p.u.)
c) requisitos formais: art. 61 
d) formalidade que é requisito de “eficácia” (não 
de “validade”): publicação (art. 61, p.u.)
CARACTERÍSTICAS GERAIS
e) exigência do próprio instrumento de contrato 
(art. 62)
e1) obrigatório
- tomada de preços
- concorrência
- dispensa e inexigibilidade com valores 
equivalentes
CARACTERÍSTICAS GERAIS
e2) facultativo
- convite
- qualquer que seja o valor: quando há entrega 
imediata e integral dos bens adquiridos, sem 
obrigações futuras (art. 62, §4°)
CARACTERÍSTICAS GERAIS
2. Contrato de adesão
a) só há liberdade na formação do vínculo
b) impossibilidade de ser alegada “surpresa” 
quanto às cláusulas
- elas fazem parte do edital (art. 62, §1°)
- as “cláusulas necessárias” estão arroladas na 
lei (art. 55) 
CARACTERÍSTICAS GERAIS
3. Pessoalidade (contratos “intuito personae”) 
a) motivo: os contratos administrativos 
decorrem de licitação
b) extinção do contrato administrativo por 
inobservância da pessoalidade:
- subcontratação: art. 78, VI
- falecimento do contratado ou extinção da 
pessoa jurídica (art. 78, X) 
CARACTERÍSTICAS GERAIS
c) exceção (art. 72)
- expressa previsão dos limites da 
subcontratação
- no edital (apesar da omissão na Lei 8.666/93)
d) vedação absoluta (art. 13, §3°) 
- serviços técnicos especializados
CLÁUSULAS EXORBITANTES
1. “Exorbitam” as cláusulas comuns (de Direito 
Privado)
2. Caracterizam prerrogativas da Administração 
Pública
a) fundamento constitucional: Princípio da 
Supremacia do Interesse Público
b) fundamento legal: principalmente o art. 58 da 
Lei 8.666/93
CLÁUSULAS EXORBITANTES
3. Principais cláusulas exorbitantes 
a) modificação unilateral do contrato (art. 58, I)
b) rescisão unilateral do contrato (art. 58, II)
c) fiscalização (art. 58, III)
d) aplicação de sanções (art. 58, IV)
CLÁUSULAS EXORBITANTES
e) ocupação provisória / serviços essenciais (art. 
58, V)
f) relativização da “exceção do contrato não 
cumprido” (art. 78, XV)
g) possibilidade de exigir “garantias” (art. 56)
h) medidas de compensação (art. 3°, §11)
MODIFICAÇÃO UNILATERAL
1. Lei 8.666/91: art. 58, I:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos 
administrativos instituído por esta Lei confere 
à Administração, em relação a eles, a 
prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor 
adequação às finalidades de interesse público, 
respeitados os direitos do contratado;
MODIFICAÇÃO UNILATERAL
2. Finalidade (cogente): melhor atendimento do 
interesse público
3. Caracteriza relativização da “pacta sunt 
servanda” (aplicável a todos contratos 
administrativos; art. 54)
MODIFICAÇÃO UNILATERAL
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser 
alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes 
casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das 
especificações, para melhor adequação técnica aos seus 
objetivos; alteração qualitativa
b) quando necessária a modificação do valor contratual 
em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa 
de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; 
alteração quantitativa
MODIFICAÇÃO UNILATERAL
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas 
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que 
se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte 
e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, 
e, no caso particular de reforma de edifício ou de 
equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por 
cento) para os seus acréscimos.
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os 
limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
I – vetado
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre 
os contratantes. 
MODIFICAÇÃO UNILATERAL
4. Tipos de modificação ou “alteração” (art. 65, 
I)
a) alteração qualitativa (art. 65, I, “a”)
b) alteração quantitativa (art. 65, I, “b”)
MODIFICAÇÃO UNILATERAL
5. Limites para as alterações (art. 65, §§ 1° e 2°)
a) limite geral: 25% do valor atualizado (§ 1°, 
primeira parte)
b) limite especial: 50% só para acréscimo em 
reforma de edifício ou equipamento (§ 1°, 
segunda parte)
c) inexistência de limites: redução por acordo entre 
as partes (art. 65, §2°, II)
6. Materiais já adquiridos antes de supressão 
unilateral (art. 65, §4°)
MODIFICAÇÃO UNILATERAL
6. Cláusulas econômico-financeiras
a) estabelecem relação entre remuneração e 
encargos
b) não podem ser unilateralmente modificadas (art. 
58, §1°)
c) alteração unilateral das cláusulas regulamentares 
(não as econômico-financeiras): se gera aumento 
de encargos, impõe revisão do contrato (art. 58, 
§2° c.c. 65, §6°)
MODIFICAÇÃO UNILATERAL
d) revisão: busca recompor o equilíbrio 
econômico-financeiro
- decorrente de alterações contratuais unilaterais 
(art. 65, §6°)
- decorrente de alterações legais (art. 65, §5°)
- decorrente de fatos imprevisíveis (art. 65, II, “d”)
d2) reajuste: recompõe a inflação 
- índice e periodicidade previstos no contrato (art. 
55, III)
RESCISÃO UNILATERAL DO CONTRATO
1. Lei 8.666/93: art. 58, II: 
• Art. 58. O regime jurídico dos contratos 
administrativos instituído por esta Lei confere 
à Administração, em relação a eles, a 
prerrogativa de:
• II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos 
especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;
RESCISÃO UNILATERAL DO CONTRATO
2. Art. 58, II + art. 79, I + art. 78, I a XII e XVII 
(+VIII, inserido no art. 78 pela Lei 9.854/99) 
3. Os casos específicos são estudados na 
“extinção dos contratos administrativos”
4. Vários conceitos indeterminados
a) aumentam o poder da Administração
b) exemplos: arts. 78, III, IV, V e XII 
FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
1. Lei 8.666/93: art. 58, III: 
• Art. 58. O regime jurídico dos contratos 
administrativos instituído por esta Lei confere 
à Administração, em relação a eles, a 
prerrogativa de:
• III - fiscalizar-lhes a execução;
FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
2. Representante da Administração (art. 67)
a) obrigatório
b) contratação de terceiros
3. Preposto do contratado (art. 68)
a) obrigatório 
b) requisito: aceitação pela Administração
FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
4. Fiscalização não exclui nem reduz a 
responsabilidade do contratado (art. 70) 
APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES
1. Lei 8.666/93: art. 58, IV: 
• Art. 58. O regime jurídico dos contratos 
administrativos instituído por esta Lei confere 
à Administração, em relação a eles, a 
prerrogativa de:
• IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução 
total ou parcial do ajuste;
APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES
2. ”Defesa prévia” (art. 87, §2º)
a) qualquer que seja a sanção
b) 5 dias úteis 
3. Recurso administrativo (art. 109, I, ”f”) 
a) todas as sanções, exceto declaração de 
inidoneidade (contra a qual cabe só ”pedido de 
reconsideração”, cf. art. 109, III)
b) prazo: 5 ou 2 dias úteis (art. 109, I e §6º)
APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES
4. Espécies de sanções (art. 87)
a) advertência (art. 87, I)
b) multa por inexecução e por mora (art. 87, II e art. 
86)
c) suspensão e impedimentotemporários (art. 87, 
III)
d) declaração de inidoneidade (art. 87, IV) 
APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES
5. Advertência 
a) inexecuções parciais de pequena monta
b) só pode ser cumulada com multa (art. 87, §2°)
c) efeitos: 
- maior fiscalização por parte da Administração dali 
em diante
- aplicação de sanção mais grave no caso de 
reincidência
APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES
6. Multas 
a) tipos:
- de mora, ou seja, moratória (art. 86)
- por inexecução total ou parcial, ou seja, 
compensatória (art. 87, II)
b) podem ser cumuladas entre si ou com outras 
sanções (art. 86, §1°)
APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES
c) cobrança através de desconto
- da garantia prestada pelo contratado (moratória: 
art. 86, §2°; compensatória: 87, § 1°)
- de pagamentos futuros (moratória: art. 86, §3°; 
compensatória: 87, §1°)
d) cobrança judicial (moratória: art. 86, §3°; 
compensatória: 87, §1°)
- não há garantia (ou é insuficiente) e
- não há pagamento futuro (ou é insuficiente)
APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES
7. Suspensão temporário de participação em 
licitações e impedimento de contratar com a 
Administração (art. 87, III)
a) por que simultaneamente suspensão e 
impedimento?
b) prazo máximo: 2 anos
c) fixação discricionária no caso concreto
APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES
8. Declaração de inidoneidade para licitar ou 
contratar com a Administração Pública (art. 
87, IV)
a) competência exclusiva (art. 87, §3°)
b) além da ”defesa prévia” (art. 87, §2º), deve 
ser facultada ”defesa final” (§3º)
c) reabilitação e ressarcimento (art. 87, IV e §3°)
APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a 
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos 
determinantes da punição ou até que seja promovida a 
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a 
penalidade, que será concedida sempre que o contratado 
ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após 
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso 
anterior.
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de 
competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário 
Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do 
interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias 
da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida 
após 2 (dois) anos de sua aplicação. 
APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES
Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:
XI - Administração Pública - a administração direta e 
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, abrangendo inclusive as entidades com 
personalidade jurídica de direito privado sob controle do 
poder público e das fundações por ele instituídas ou 
mantidas;
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade 
administrativa pela qual a Administração Pública opera e 
atua concretamente;
APLICAÇÃO DIRETA DE SANÇÕES
9. Jurisprudência sobre suspensão e declaração de 
inidoneidade:
a) campo de incidência (arts. 6°, XI e XII c.c. 87, III e IV): 
aplica-se a todos os entes de todas as esferas da Federação 
(Superior Tribunal de Justiça; em sentido contrário: TCU)
b) efeitos prospectivos: não atingem os contratos em vigor 
(que podem ser rescindidos, se houver causa legal - vide 
art. 78 e incisos) (Superior Tribunal de Justiça)
8. Pregão: caso especial, aplica-se apenas à órbita da 
Federação que aplicou a pena (vide art. 7º da Lei 
10.520/02)
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
1. Lei 8.666/93: art. 58, V: 
• Art. 58. O regime jurídico dos contratos 
administrativos instituído por esta Lei confere à 
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
• V - nos casos de serviços essenciais, ocupar 
provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e 
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese 
da necessidade de acautelar apuração administrativa 
de faltas contratuais pelo contratado, bem como na 
hipótese de rescisão do contrato administrativo.
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
2. Tipos
a) acautelatória
- pode ou não gerar rescisão unilateral do contrato 
administrativo
b) garantidora da continuidade dos serviços 
públicos
- quando ocorre, o contrato já foi rescindido 
unilateralmente
3. Competência exclusiva no segundo tipo (art. 80, 
§3°)
EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO 
CUMPRIDO (relativização do CCB 476)
1. Lei 8.666/93: art. 78, XV
• Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
• XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos 
pagamentos devidos pela Administração decorrentes 
de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas 
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de 
calamidade pública, grave perturbação da ordem 
interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito 
de optar pela suspensão do cumprimento de suas 
obrigações até que seja normalizada a situação;
EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO 
CUMPRIDO (relativização do CCB 476)
2. Legislação anterior:
a) inaplicável a exceção no Direito Público
b) fundamento: Princípio da Continuidade do 
Serviço Público
EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO 
CUMPRIDO (relativização do CCB 476)
3. Regime da Lei 8.666/93
a) a exceção é aplicável após mais de 90 dias de 
atraso
b) exceções:
- calamidade pública
- grave perturbação da ordem interna
- guerra
- contratos de concessão e permissão de serviço 
público (Lei 8.987/95; art. 39, parágrafo único)
EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO 
CUMPRIDO (relativização do CCB 476)
c) o contrato não é automaticamente rescindido
d) o contratado pode optar:
- pela suspensão do cumprimento de suas obrigações
- pela rescisão (administrativa ou judicial)
4. Indenização: só danos emergentes (art. 79, §2°)
5. E no caso de inadimplemento do particular? 
- é possível a rescisão imediata (art. 78, I)
EXIGÊNCIA DE GARANTIA
1. Lei 8.666/93: art. 56
• Art. 56. A critério da autoridade competente, 
em cada caso, e desde que prevista no 
instrumento convocatório, poderá ser exigida 
prestação de garantia nas contratações de 
obras, serviços e compras.
EXIGÊNCIA DE GARANTIA
2. Exigência discricionária da Administração
a) lado positivo: segurança
b) lados negativos
- redução da competitividade
- aumento no valor das propostas (o valor das 
garantias são incluídas nos custos)
EXIGÊNCIA DE GARANTIA
3. Previsão obrigatória no instrumento de 
convocação: motivo 
4. Limites:
a) normal: 5% (art. 56, §2°) 
b) especial: 10% (art. 56, §3°)
 • alta complexidade técnica e
 • riscos financeiros consideráveis 
EXIGÊNCIA DE GARANTIA
5. Garantia e contratado-depositário (art. 56, 
§5°)
6. Escolha da modalidade de garantia (art. 56, 
§1°):
a) direito do contratado
b) a Administração tem que aceitar em qualquer 
caso?
EXIGÊNCIA DE GARANTIA
7. Modalidades de garantia (art. 56, §1°)
a) caução em dinheiro ou títulos da dívida pública
- importante reforma da Lei 11.079/2004 e os “títulos 
podres” 
b) seguro garantia (vide art. 6°, VI) 
c) fiança bancária
- não há benefício de ordem (é fiança comercial; não civil, 
vide art. 827 do CCB: “O fiador demandado pelo 
pagamento da dívida tem direito a exigir, até a 
contestação da lide, que sejam primeiro executados os 
bens do devedor”)
EXIGÊNCIA DE GARANTIA
8. Destino da garantia
a) contrato cumprido: art. 56, §4°
- restituição (dinheiro e títulos) ou liberação
b) rescisão unilateral do contrato pela 
Administração (art. 80, III)
- “execução” (“desconto”, só das multas, cf. arts. 
86, §§ 2º e 3º e 87, §1º)
COMPENSAÇÃO E FINANCIAMENTO
1. Lei 8.666/93: art. 3°, §11: 
§11. Os editais de licitação para a contratação de bens, 
serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa 
da autoridade competente, exigir que o contratado 
promova, em favor de órgão ou entidade integrante da 
administração pública ou daqueles por ela indicados a 
partir de processo isonômico, medidas de 
compensação comercial, industrial, tecnológica ou 
acesso a condições vantajosas de financiamento, 
cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo 
Poder Executivo federal. 
COMPENSAÇÃO E FINANCIAMENTO
2. Regulamentadas pelo Decreto 7.546/2011
3. Representam uso do “poderde barganha” 
pelo Estado
4. São cláusulas discricionárias e devem ser 
previamente justificadas
COMPENSAÇÃO E FINANCIAMENTO
5. Tipos: 
a) compensações comerciais, industriais ou 
tecnológicas (vide art. 2º, III, do Decreto)
b) condições vantajosas de financiamento
DURAÇÃO DOS CONTRATOS
1. Regras gerais
a) proibição de contratos com prazo 
indeterminado (art. 57, §3°)
b) vigência dos respectivos créditos 
orçamentários (art. 57, caput e CF, art. 167, I)
DURAÇÃO DOS CONTRATOS
ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 36 DA AGU: “A 
ADMINISTRAÇÃO PODE ESTABELECER A VIGÊNCIA POR 
PRAZO INDETERMINADO NOS CONTRATOS EM QUE SEJA 
USUÁRIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS DE ENERGIA 
ELÉTRICA, ÁGUA E ESGOTO, SERVIÇOS POSTAIS 
MONOPOLIZADOS PELA ECT (EMPRESA BRASILEIRA DE 
CORREIOS E TELÉGRAFOS) E AJUSTES FIRMADOS COM A 
IMPRENSA NACIONAL, DESDE QUE NO PROCESSO DA 
CONTRATAÇÃO ESTEJAM EXPLICITADOS OS MOTIVOS 
QUE JUSTIFICAM A ADOÇÃO DO PRAZO INDETERMINADO 
E COMPROVADAS, A CADA EXERCÍCIO FINANCEIRO, A 
ESTIMATIVA DE CONSUMO E A EXISTÊNCIA DE PREVISÃO 
DE RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS.”
DURAÇÃO DOS CONTRATOS
2. Exceções (todas discricionárias):
- Observações:
- não há necessidade de previsão no edital; motivo: 
decorre da lei a possibilidade de prorrogação 
(contra: Celso Antônio)
- o contratado tem mera expectativa de direito 
quanto às prorrogações, mesmo previstas em lei 
(STF)
DURAÇÃO DOS CONTRATOS
a) Plano Plurianual (art. 57, I)
- são os projetos de longo prazo (Marçal Justen 
Filho)
- fundamento constitucional: art. 167, §1°
- são também de 1 ano, mas podem ser ter 
maior duração ”se houver interesse da 
administração” e ”desde que isso tenha sido 
previsto no ato convocatório” (único caso 
expresso na LL)
DURAÇÃO DOS CONTRATOS
b) prestação de serviços contínuos (art. 57, II)
- objetivo: preços e condições mais vantajosos
- não se aplica a compras (“serviços contínuos”)
- prazo de 1 ano, com limite da duração em 60 
meses (5 anos)
- duração excepcional: mais 12 meses (art. 57, §4°)
DURAÇÃO DOS CONTRATOS
c) aluguel de equipamentos e programas de informática 
(art. 57, IV)
- prazo de até 48 meses a parti da vigência do contrato
- aluguel: natureza mutável dos produtos e serviços
d) alguns casos de dispensa de licitação (art. 57, V)
- até 120 meses (10 anos)
- motivo: segurança nacional
PRORROGAÇÃO DOS CONTRATOS
1. Inexistência de prorrogação tácita (art. 57, §2°)
2. Requisitos:
a) manutenção do equilíbrio econômico-financeiro (art. 57, 
§1°) 
b) presença de um dos motivos legais (art. 57, §1°, I a VI)
c) justificação prévia e por escrito (art. 57, §2°)
 
RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO
1. Responsabilidade das partes
a) “O contrato deverá ser executado fielmente pelas 
partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as 
normas desta Lei, respondendo cada uma pelas 
consequências de sua inexecução total ou parcial.” 
(art. 66)
- responsabilidade subjetiva da Administração e do 
contratado
RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO
• b) ” O contratado é obrigado a reparar, corrigir, 
remover, reconstruir ou substituir, às suas 
expensas, no total ou em parte, o objeto do 
contrato em que se verificarem vícios, defeitos 
ou incorreções resultantes da execução ou de 
materiais empregados” (art. 69)
• por isso, antes de rescindir contrato 
administrativo, em regra a Administração deve 
oportunizar a correção de irregularidades
RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO
c) “O contratado é responsável pelos danos 
causados diretamente à Administração ou 
terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na 
execução do contrato, não excluindo ou 
reduzindo essa responsabilidade a fiscalização 
ou o acompanhamento pelo órgão 
interessado.” (art. 70)
- responsabilidade subjetiva do contratado
RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO
c) “O recebimento provisório ou definitivo não 
exclui a responsabilidade civil pela solidez e 
segurança da obra ou do serviço, nem 
ético-profissional pela perfeita execução do 
contrato, dentro dos limites estabelecidos 
pela lei ou pelo contrato.” (art. 73, §2°)
ENCARGOS
1. Encargos do contratado
a) encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais 
e comerciais (art. 71)
b) ensaios e testes (art. 75)
ENCARGOS
2. Encargos da Administração 
a) encargos previdenciários: solidariedade com 
o contratado (art. 71, §2°)
b) encargos trabalhistas, fiscais e comerciais: 
excluídos da responsabilidade da 
Administração (art. 71, §1°)
ENCARGOS
c) encargos trabalhistas: situação especial
c1) antiga redação da Súmula 331 do TST: 
- “IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por 
parte do empregador, implica na responsabilidade 
subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas 
obrigações, inclusive quanto aos órgãos da 
administração direta, das autarquias, das fundações 
públicas, das empresas públicas e das sociedades de 
economia mista, desde que hajam participado da 
relação processual e constem também do título 
executivo judicial.”
ENCARGOS
c2) Supremo Tribunal Federal: ADC 16/DF, 2010:
- o §1°do art. 71 é constitucional
- é possível condenar a Administração, 
subsidiariamente, desde que provada conduta no 
mínimo culposa no caso concreto
- OBS: reafirmada a tese no RE 760.931-RG, j. 
26.4.2017 (importância: inviabilizou Rcl com base 
na ADC)
ENCARGOS
- Nova redação da Súmula 331 do TST:
“V - Os entes integrantes da Administração Pública 
direta e indireta respondem subsidiariamente, nas 
mesmas condições do item IV, caso evidenciada a 
sua conduta culposa no cumprimento das obrigações 
da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na 
fiscalização do cumprimento das obrigações 
contratuais e legais da prestadora de serviço como 
empregadora. A aludida responsabilidade não 
decorre de mero inadimplemento das obrigações 
trabalhistas assumidas pela empresa regularmente 
contratada.”
RECEBIMENTO DO OBJETO
1. Regra (art. 76): não recebimento “em 
desacordo” com o contrato
2. Formas de recebimento (art. 73, I e II)
a) provisório 
b) definitivo
3. Nenhuma delas exclui a responsabilidade do 
contratado (art. 73, §2º)
RECEBIMENTO DO OBJETO
4. Recebimento de obra ou serviço (art. 73, I) 
a) recebimento provisório (alínea ”a”): “pelo 
responsável por seu acompanhamento e 
fiscalização, mediante termo circunstanciado 
[...].”
- “responsável” = fiscal (vide art. 67) 
RECEBIMENTO DO OBJETO
b) recebimento definitivo (alínea ”b”): “por 
servidor ou comissão designada pela autoridade 
competente, mediante termo circunstanciado, 
assinado pelas partes, após o decurso do prazo 
de observação, ou vistoria que comprove a 
adequação do objeto aos termos contratuais, 
observado o disposto no art. 69”
- “servidor ou comissão” = discricionariedade 
- “prazo de observação” = até 90 dias (§3º)
RECEBIMENTO DO OBJETO
5. Recebimento de compras ou locações de 
equipamentos (art. 73, II) 
a) recebimento provisório (alínea ”a”): “para 
posterior verificação da conformidade do 
material com a especificação.”
b) recebimento definitivo (alínea ”b”): “após a 
verificação da qualidade e quantidade do 
material e consequente aceitação”
RECEBIMENTO DO OBJETO
- a lei é omissa sobre prazos de recebimento (deve 
prevalecer o edital)
- não há exigência legal sobre quem deve receber
- exceção: compras de valor superior a R$ 
80.000,00
(comissão com no mínimo 3 membros; art. 15, §8º)
- o recebimento é por simples “recibo”, exceto 
compra de equipamento de grande vulto, 
quando se dá por “termo circunstanciado” (§1º 
do art. 73)
RECEBIMENTO DO OBJETO
6. Casos em que é dispensável o recebimento 
provisório
a) art. 74, I a III
b) o recebimento se faz por simples “recibo” 
(parágrafo único do art. 74)
7. Omissão da Administração quanto ao 
recebimento: aplica-se o §4º do art. 73
EXTINÇÃO DO CONTRATO
1. Tipos: 
a) extinção normal: arts. 66 a 76
- conclusão da objeto e término do prazo de duração
b) extinção anômala 
- anulação (arts. 59 e 49 §2º) e rescisão (arts. 77 a 80)
OBS: Por que não há “revogação” de contrato 
administrativo?
ANULAÇÃO
1. Dispositivoslegais: 
Art. 49. [...]
§ 1o A anulação do procedimento licitatório por 
motivo de ilegalidade não gera obrigação de 
indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo 
único do art. 59 desta Lei.
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório 
induz à do contrato, ressalvado o disposto no 
parágrafo único do art. 59 desta Lei.
ANULAÇÃO
 Art. 59. A declaração de nulidade do contrato 
administrativo opera retroativamente impedindo 
os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, 
deveria produzir, além de desconstituir os já 
produzidos.
 Parágrafo único. A nulidade não exonera a 
Administração do dever de indenizar o contratado 
pelo que esta houver executado até a data em que 
ela for declarada e por outros prejuízos 
regularmente comprovados, contanto que não lhe 
seja imputável, promovendo-se a responsabilidade 
de quem lhe deu causa.
ANULAÇÃO
2. “Indenizará” = pois o contrato é nulo e não 
gera remuneração (contrapartida por ato 
lícito)
3. “Prejuízos” = apenas dano emergente; a LL 
não cita uma única vez lucro cessante
4. “Contanto que não lhe seja imputável” = diz 
respeito aos prejuízos 
ANULAÇÃO
5. Contraditório e ampla defesa 
- CF: art. 5º, LV; Lei 8.666/93, art. 49, §3º e art. 
78, parágrafo único
6. Não há convalidação de contrato 
administrativo
- doutrinariamente, pela própria definição de 
”convalidação”
- e diante do silêncio da Lei 8.666/93 (silêncio 
eloquente) 
RESCISÃO
1. Previsão geral: art. 78, I a XVIII
2. Formas (art. 79):
a) rescisão unilateral (inciso I)
b) rescisão amigável (inciso II)
c) rescisão judicial (inciso III)
- requisitos comuns para as rescisões unilaterais e 
amigáveis: §1º do art. 79
RESCISÃO
3. Tipos quanto a culpa: 
a) por culpa do contratado: art. 78, I a XII, XVII e 
XVII (art. 79, I; + inc. XVIII, Lei 9854/99)
b) sem culpa do contratado, a princípio: art. 78, 
XII a XVII (vide §2º do art. 79)
b1) se houver culpa do contratado: perda dos 
direitos previstos no §2º do art. 79
RESCISÃO
4. Consequências da rescisão 
a) quando não há culpa do contratado
- art. 79, §2º
- são direitos do contratado 
b) quando há culpa do contratado
- art. 80 e incisos (são “consequências”, não 
“sanções”) 
- bem por isso, cumuláveis com sanções (art. 87)

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