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A nova lei consolida algumas práticas já adotadas nas contratações 
públicas, mas também traz inovações. Para que você se mantenha 
informado, elaboramos este material com as principais novidades.
A NOVA LEI 
DE LICITAÇÕES 
E CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS
— 2 —
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 ■ Nova modalidade de licitação: diálogo competitivo (art. 28). 
Destinada às soluções que importem em inovação tecnológica/
técnica, adaptação de soluções disponíveis no mercado ou em 
caso de impossibilidade de especificação técnica precisa pela 
Administração. As partes dialogam para encontrar a melhor 
solução (fase do diálogo), que é eleita e especificada no futuro 
edital de licitação (fase competitiva).
 ■ Critério de julgamento de maior retorno econômico (art. 33, 
VI), que já era previsto no RDC, para os contratos de eficiência, 
que buscam a maior economia para a Administração Pública 
e cuja remuneração é dada em percentual sobre a economia 
efetivamente gerada. 
 ■ Contratação integrada e semi-integrada (art. 45), já previstas 
no RDC. A elaboração do projeto básico (integrada) ou do 
projeto executivo (semi-integrada) fica a cargo do licitante.
 ■ Modos de disputa aberto e fechado (art. 55), já previstos 
no decreto do pregão eletrônico. O lance intermediário, antes 
existente apenas no pregão eletrônico, passará a valer também 
no pregão presencial (art. 55, § 3º).
 ■ Alteração do critério para definição de propostas 
inexequíveis. São inexequíveis as propostas cujos valores 
forem inferiores a 75% do valor orçado pela Administração (art. 
58, § 4º).
 ■ Critérios de desempate das propostas (art. 59). A lei do RDC 
já previa alguns critérios de desempate, ao passo em que a Lei 
nº 8.666/93 previa o sorteio (art. 45 § 2º). O inciso IV disciplina o 
desenvolvimento de Programas de Integridade como critério de 
desempate, estimulando práticas de prevenção à corrupção.
Em 10.12.2020, o Senado aprovou o Projeto de Lei nº 4.253/2020 
(PL 4.253/2020), substitutivo da Câmara dos Deputados ao Projeto 
de Lei do Senado nº 559/2013, que cria um novo marco legal para 
substituir a Lei das Licitações e Contratos Administrativos (Lei nº 
8.666/93), a Lei do Pregão (Lei nº 10.520/2002) e o Regime 
Diferenciado de Contratações -RDC (Lei nº 12.462/2011). 
A Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos será aplicável 
à Administração Pública Direta, às autarquias e fundações da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. As 
contratações das estatais (empresas públicas, sociedades de 
economia mista e suas subsidiárias) permanecerão regidas pela 
Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016).
O PL 4.253/2020 consolida algumas práticas já adotadas nas 
contratações públicas e traz importantes inovações, como, (i) a 
criação de novos princípios (por exemplo, o princípio da 
segregação de funções), (ii) a implementação de novas 
modalidades de contratação (como o diálogo competitivo) e a 
extinção de outras (convite e tomada de preço), (iii) a inversão de 
fases na licitação, com o julgamento das propostas antes da 
habilitação, (iv) a possibilidade de o contrato identificar os riscos 
contratuais e prever matriz de alocação de riscos, entre diversas 
outras novidades.
Destacamos abaixo as principais novidades, seguindo a cronologia 
dos artigos.
 ■ Critérios objetivos e subjetivos de aplicação da Lei. Há 
previsão expressa de que não se subordinam ao regime da lei 
os contratos de operação de crédito, gestão de dívida pública 
e contratações sujeitas a normas previstas em legislação 
própria (art. 3º). O projeto ainda prevê a possibilidade de se 
estabelecerem condições específicas em caso de licitações e 
contratos que envolvam recursos provenientes de empréstimo 
ou doação de agência oficial de cooperação estrangeira ou 
organismo financeiro de que o Brasil seja parte.
 ■ Princípios (art. 5º). Além daqueles constantes da Lei nº 
8.666/93, estabelecem-se os seguintes novos princípios: 
eficiência, interesse público, planejamento, transparência, 
eficácia, segregação de funções, motivação, segurança jurídica, 
razoabilidade, competitividade, proporcionalidade, celeridade, 
economicidade e desenvolvimento nacional sustentável. 
Destaque para o princípio da segregação de funções (art. 7º, 
§1º), que consiste na separação de funções de autorização, 
aprovação, execução, controle e contabilização das operações, 
evitando o acúmulo de funções por parte de um mesmo servidor. 
Há ainda previsão expressa de aplicação da LINDB (Decreto-Lei 
n° 4.657/1942).
 ■ Agentes Públicos (arts. 7º ao 10). Previsão de caráter 
moralizante (com restrições e impedimentos) e técnico (incentivo 
a apoio técnico). Responsabilização individual do agente de 
contratação que conduz a licitação (excludente: se “induzido 
a erro pela atuação da equipe de apoio”) e responsabilidade 
solidária, quando a figura do agente de contratação é substituída 
por comissão de três membros (excludente: membro que 
consignou por escrito a sua posição divergente).
 ■ Fase de julgamento das propostas previamente à fase de 
habilitação, como regra geral (art. 17). Já era adotado no 
pregão e no RDC. Fase recursal única (art. 164, §1º).
 ■ Matriz de risco (art. 22) para promover a alocação eficiente 
dos riscos de cada contrato. Exigência obrigatória em obras e 
serviços de grande vulto (superiores a R$ 200 milhões – art. 6º, 
XXII) e para contratação integrada ou semi-integrada. 
 ■ Extintas as modalidades de licitação convite e tomada de 
preço (art. 28). Abandono do critério de valor para fixação das 
modalidades.
A NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
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 ■ Encerramento da Licitação (art. 70). Compilação das 
hipóteses de revogação e anulação de licitação previstas em 
outras normas (Lei nº 8.666/93, Decreto nº 10.204/2019 e 
Lei nº 12.462/2011). Com relação às hipóteses de anulação 
da licitação, o PL 4.253/2020 adota a expressão “poderá” em 
substituição ao termo “deverá”, constante da Lei nº 8.666/93 e 
do Decreto nº 10.024/2019. 
 ■ Processo de Contratação Direta (arts. 71 e 72). Há maior 
detalhamento da documentação exigida, com mais critérios 
técnicos e previsão expressa para a divulgação do ato 
autorizador da licitação em sítio eletrônico oficial.
 ■ Inexigibilidade de Licitação (art. 73). O projeto (i) alterou a 
redação quanto à comprovação da exclusividade, ampliando o 
rol de documentos hábeis a tanto (inciso I e § 1º); (ii) ampliou 
o rol exemplificativo de hipóteses de inexigibilidade de licitação 
(i.e. aquisição ou locação de imóvel – inciso V) e (iii) incluiu o 
conceito de empresário exclusivo (inciso II, § 2º).
 ■ Dispensa de Licitação (art. 74) – (i) alteração da redação 
das hipóteses de dispensa previstas na Lei nº 8.666/93, 
especialmente nos parâmetros dos valores para contratação – 
no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços de 
manutenção de veículos automotores (inciso I), o valor-teto de 
R$ 15.000,00 para dispensa aumentou para R$ 100.000,00; e, 
no caso de outros serviços e compras (inciso II), o valor-teto de 
R$ 8.000,00 passou para R$ 50.000,00); (ii) fixação de limite 
temporal para a hipótese de dispensa em razão de ausência 
de êxito em procedimento licitatório (inciso III); (iii) fixação 
do limite temporal de um ano para a conclusão das obras e 
serviços contratados sob o regime de dispensa nos casos de 
emergência ou de calamidade pública (inciso VIII) e (iv) restrição 
da dispensa de licitação para a contratação de associações de 
pessoas com deficiência (inciso XIV).
 ■ Alienação de bens da Administração Pública (arts. 75 e 
76) – (i) previsão expressa de que a modalidade licitatória para 
a alienação de bens é o leilão; (ii) previsão de dispensa de 
licitação para as hipóteses de legitimação fundiária e legitimação 
de posse tratadas na Lei nº 13.465/2017 e (iii) previsão do 
direito de preferência ao licitante que comprove a ocupação 
prévia do imóvel objeto da licitação.
 ■ Credenciamento (Artigo 78) – (i) primeira lei, em âmbito 
nacional,a tratar detalhadamente do credenciamento; 
(ii) estabelecimento das hipóteses de contratação por 
esse instrumento auxiliar (paralela e não excludente, com 
seleção a critério de terceiro e em mercados fluídos) e (iii) 
estabelecimento de regras gerais que deverão ser observadas 
no credenciamento.
 ■ Pré-qualificação (arts. 79 e 80) – (i) hipóteses de pré-
qualificação objetiva (bens) e subjetiva (licitante), de maneira 
semelhante às Leis nº 12.462/2011 e 13.303/2016, além 
de seguir as diretrizes das referidas normas sobre esse 
procedimento auxiliar; (ii) dispensa, na pré-qualificação, de 
documentos que já constem no registro cadastral (art. 79, §1º, 
I); (iii) previsão expressa de que somente constarão no edital as 
informações mínimas necessárias para a definição do objeto da 
contratação (art. 79, §1º, I); (iv) necessidade de divulgação da 
modalidade da futura licitação e os critérios de julgamento (art. 
79, § 3º, II); (v) fixação de prazo máximo para a avaliação de 
documentos pelo órgão ou comissão responsável (art. 79 § 4º); 
(vi) os bens e serviços pré-qualificados integrarão o catálogo de 
bens e serviços da Administração Pública (art. 79 § 5º) e (vii) a 
pré-qualificação será válida até o vencimento dos documentos 
apresentados (art. 79, § 8º, III).
 ■ Procedimento de Manifestação de Interesse “PMI” (art. 80) – 
(i) previsão de ressarcimento, por parte do vencedor da licitação, 
dos dispêndios correspondentes aos estudos, levantamentos 
e investigações realizados pela iniciativa privada (art. 80, § 1º); 
(ii) a realização das pesquisas pela iniciativa privada (ii.a) não 
atribuirá direito de preferência em relação à licitação, (ii.b) não 
obrigará o poder público a realizar a licitação, (ii.c) não implicará, 
por si só, direito de ressarcimento e (ii.d) deverá ser remunerada 
apenas pelo vencedor da licitação, vedada a cobrança ao 
poder público (art. 80, § 2º); (iii) o edital poderá restringir o 
procedimento de manifestação de interesse a startups que se 
dediquem ao desenvolvimento de novos produtos baseados em 
solução tecnológica inovadora (art. 80, § 4º). 
 ■ Sistema de Registro de Preços “SRP” (arts. 81 a 85) – (i) o 
edital de licitação deverá mencionar as quantidades máximas 
e mínimas que poderão ser adquiridas em relação a cada item 
(art. 81, I e II), bem como o critério de julgamento da licitação, 
que será o de menor preço ou o de maior desconto sobre 
tabela de preços praticada no mercado (art. 81, V); (ii) o edital 
deverá prever preços diferentes em relação a cada item (art. 
81, III); (iii) possibilidade de o licitante oferecer proposta em 
quantitativo inferior ao máximo previsto no edital (art. 81, IV); 
(iv) possibilidade de o SRP ser utilizado para a contratação 
de obras e serviços de engenharia, desde que obedecidos os 
critérios de pesquisa de mercado, controle, validade e registro 
em ata (art. 81, § 5º, I a VI). Da mesma forma, a Administração 
também só poderá contratar serviços de engenharia por meio do 
SRP desde que atendidos os requisitos de existência de projeto 
padronizado, sem complexidade técnica ou operacional, bem 
como ante a necessidade permanente ou frequente de obra ou 
serviço a ser contratado (art. 84, I e II).
A NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
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 ■ Registro Cadastral (arts. 86 a 87). Os órgãos e entidades 
da Administração Pública deverão utilizar o sistema de 
registro cadastral unificado disponível no Portal Nacional de 
Contratações Públicas (PNCP) para efeito de cadastro unificado 
de licitantes, na forma disposta em regulamento (artigo 86).
 ■ Performance bond (at. 101). Na contratação de obras e 
serviços de engenharia, o edital poderá exigir a prestação de 
seguro garantia e prever a obrigação de a seguradora assumir 
a execução do contrato e concluir o seu objeto em caso de 
inadimplemento pelo contratado segurado. Caso a seguradora 
não assuma a execução do contrato, esta deverá pagar ao 
poder público a importância segurada indicada na apólice. 
 ■ Alocação de riscos (art. 102). O contrato poderá identificar os 
riscos contratuais e prever matriz de alocação de riscos, com 
indicação daqueles que serão assumidos pelo ente contratante 
ou pelo contratado e daqueles a serem compartilhados. 
Preferencialmente serão atribuídos ao contratado os riscos que 
possuam cobertura oferecida por seguradoras.
 ■ Duração. Duração distinta para contratos de natureza diferente 
(arts. 104 a 113). Com relação a contratos de serviços e 
fornecimentos contínuos, a Administração poderá celebrá-los 
por prazo de até cinco anos, com possibilidade de prorrogação 
sucessiva até o limite máximo de dez anos. Ainda, o art. 105, 
III, do PL 4.253/20 prevê nova hipótese de rescisão do contrato, 
na qual a Administração poderá optar pela rescisão sem ônus 
quando não dispuser de créditos orçamentários para a sua 
continuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe 
oferece vantagem.
 ■ Prazo indeterminado (art. 108) e prorrogação automática 
(art. 110). Ao passo que a Lei nº 8.666/93 veda a celebração 
de contrato com prazo de vigência indeterminado, o PL 
4.253/20 prevê que a Administração poderá celebrar contratos 
por prazo indeterminado nos casos em que seja usuária de 
serviço público oferecido em regime de monopólio. Quando a 
contratação estabelecer a conclusão de um escopo predefinido 
e o seu objeto não houver sido concluído no período firmado no 
contrato, o prazo de vigência contratual será automaticamente 
prorrogado.
 ■ Reequilíbrio econômico-financeiro (art. 123). Enquanto a 
Lei nº 8.666/93 contém apenas previsão genérica acerca da 
possibilidade de repactuação para manutenção do equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato, o PL 4.253/20 contempla 
uma hipótese expressa: o caso de a execução de obras ou 
serviços de engenharia ser obstada pelo atraso na conclusão 
de procedimentos de desapropriação, desocupação, servidão 
administrativa ou licenciamento ambiental, por circunstâncias 
alheias ao contratado. A hipótese de elevação extraordinária do 
preço de insumo com impacto em todo o custo de produção foi 
rejeitada pelo relator do projeto. O PL 4.253/20 prevê também a 
possibilidade de se exigir ressarcimento do responsável técnico 
que, por falhas no projeto, tenha causado danos e ensejado 
alterações de contratos de obras e serviços de engenharia.
 ■ Alteração unilateral (art. 129). Possibilidade de 
restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro inicial, 
caso haja alteração unilateral do contrato que diminua (e não 
apenas aumente) os encargos do contratado. Ressalta-se que 
a Administração deverá restabelecer o equilíbrio econômico-
financeiro no mesmo termo aditivo referente à alteração 
unilateral do contrato.
 ■ Extinção do contrato e equilíbrio econômico-financeiro 
(art. 130). O PL 4.253/20 prevê que a extinção do contrato 
não configura óbice para o reconhecimento do desequilíbrio 
econômico-financeiro. Ressalta-se que o pedido de 
restabelecimento do equilíbrio deverá ser formulado durante a 
vigência do contrato, antes de eventual prorrogação.
 ■ Aditamento (art. 131). Possibilidade de antecipação dos efeitos 
do termo aditivo, nos casos de justificada necessidade, sem 
prejuízo de a formalização ocorrer no prazo máximo de um mês.
 ■ Alteração dos valores contratuais em relação às 
contratações integrada e semi-integrada (art. 131). 
Diferentemente do que dispõe o artigo 9º, § 4º da Lei nº 
12.462/2011, o PL 4.253/20 faz referência à hipótese de 
contratação semi-integrada (e não apenas à contratação 
integrada). Novas hipóteses em que se autoriza a alteração 
dos valores contratuais: (i) por necessidade de alteração do 
projeto nas contratações semi-integradas e (ii) por ocorrência 
de evento superveniente alocado na matriz de riscos, como de 
responsabilidade da Administração.
 ■ Repactuação de preços (art. 134). Novas regras acerca da 
repactuação dos preços dos contratos para serviços contínuos 
em regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou compredominância de mão de obra.
 ■ Novas hipóteses de extinção do contrato (art. 136). Três 
novas hipóteses: (i) atraso na obtenção da licença ambiental, 
impossibilidade de obtê-la ou alteração substancial do 
anteprojeto que dela resultar, ainda que obtida no prazo previsto; 
(ii) atraso na liberação das áreas sujeitas à desapropriação, à 
desocupação ou à servidão administrativa ou impossibilidade de 
liberação dessas áreas e (iii) não cumprimento das obrigações 
relativas à reserva de cargos prevista em lei, bem como em 
outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para 
reabilitado da Previdência Social ou para aprendiz. 
A NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
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 ■ Extinção do contrato (art. 137). Além da extinção unilateral 
do contrato pela Administração, o PL 4.253/20 dispõe que a 
extinção poderá ser consensual, por conciliação, por mediação 
ou por comitê de resolução de disputas, desde que haja 
interesse da Administração, e determinada, não apenas por 
decisão judicial, mas também por decisão arbitral.
 ■ Extinção por ato unilateral da Administração (art. 138). 
Além das consequências já previstas na Lei nº 8.666/93, o PL 
4.253/20 dispõe que a extinção do contrato poderá acarretar 
a execução da garantia contratual para (i) ressarcimento 
da Administração Pública por prejuízos decorrentes da não 
execução; (ii) pagamento de verbas trabalhistas, fundiárias e 
previdenciárias, quando cabível; (iii) pagamento de valores das 
multas e (iv) exigência da assunção da execução e conclusão 
do objeto do contrato pela seguradora, quando cabível.
 ■ Remuneração variável. O instituto da remuneração variável 
foi previsto anteriormente pelas Leis nº 12.462/2011 e nº 
11.079/2004, além do Decreto nº 7.581/2011. A novidade trazida 
pelo PL 4.253/20 em relação a essas normas foi o § 1º do art. 
143, o qual estabelece que “[o] pagamento poderá ser ajustado 
em base percentual sobre valor economizado em determinada 
despesa, quando o objeto do contrato visar à implantação de 
processo de racionalização, hipótese em que as despesas 
correrão à conta dos mesmos créditos orçamentários, na forma 
de regulamentação específica.” 
 ■ Hipóteses de nulidade (art. 146). A decisão sobre a suspensão 
da execução ou anulação do contrato somente será adotada na 
hipótese em que se revelar medida de interesse público, com 
avaliação de uma série de aspectos, como impactos econômicos 
e financeiros decorrentes do atraso na fruição dos benefícios 
do objeto do contrato, riscos sociais, ambientais e à segurança 
da população local, custo total e estágio de execução física e 
financeira dos contratos, entre outros. 
 ■ Meios alternativos de resolução de controvérsias (art. 
150). Poderão ser utilizados meios alternativos de prevenção e 
resolução de controvérsias: a conciliação, a mediação, o comitê 
de resolução de disputas e a arbitragem. O PL 4.253/20 não 
trata do local e do idioma dos procedimentos.
 ■ Sanções (art. 155). Em atenção aos princípios da razoabilidade, 
proporcionalidade e necessidade de dosimetria na aplicação 
de penalidades, foram estabelecidos critérios objetivos para 
a aplicação das sanções. O PL 4.253/2020 dispõe sobre 
situações passíveis de aplicação de advertência, bem como 
percentuais máximos e mínimos para o cálculo da sanção de 
multa. A abrangência da sanção de impedimento de licitar e 
contratar foi expressamente limitada ao âmbito da Administração 
Pública do ente federativo responsável pela aplicação da 
sanção. A declaração de inidoneidade, por sua vez, abrangerá a 
Administração Pública de todos os entes federativos.
 ■ Apuração conjunta com a Lei Anticorrupção (art. 158). 
Quando os mesmos atos/infrações também configurarem 
violação à Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013), deverão ser 
apurados e julgados conjuntamente. Há ainda previsão expressa 
no sentido de que eventual acordo de leniência celebrado no 
âmbito da Lei Anticorrupção também poderá isentar as sanções 
administrativas previstas no PL 4.253/2020.
 ■ Desconsideração da personalidade jurídica (art. 159). O 
PL 4.253/2020 prevê a possibilidade da desconsideração da 
personalidade jurídica para a extensão dos efeitos das sanções 
aplicadas.
 ■ Maior controle das contratações públicas (art. 168). Criação 
de práticas contínuas e permanentes de gestão de riscos e 
de controle preventivo para contratações públicas, inclusive 
mediante adoção de recursos de tecnologia da informação, e 
estabelecimento de linhas de defesa: (i) primeira, composta 
por servidores e empregados públicos, agentes de licitação e 
autoridades que atuam com governança; (ii) segunda linha de 
defesa, integrada por unidades de assessoria jurídica e controle 
interno do órgão e (iii) terceira linha de defesa, integrada pelo 
órgão central de controle interno da Administração e tribunal de 
contas. A implementação das práticas de controle dependerá 
de regulamento a ser editado pela alta administração do 
órgão, observados a segurança jurídica e os princípios da 
administração pública. 
 ■ Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) (art. 174). 
Criação de site oficial destinado à (i) divulgação centralizada e 
obrigatória dos atos e (ii) realização facultativa de contratações 
pelos entes. 
 ■ Crimes do Código Penal (art. 178). Revogação imediata dos 
crimes previstos pela Lei nº 8.666/93, acrescentando novo 
capítulo ao Código Penal. A maioria dos dispositivos mantém a 
redação dos tipos penais previstos atualmente, com a majoração 
de várias das penas, acrescentando-se o crime de “omissão 
grave de dado ou de informação por projetista”. Embora tenha 
sido mantida a penalidade de multa do mínimo de 2% do valor 
do contrato, foram abolidos (i) o limite antes previsto de 5% e (ii) 
a menção expressa ao valor da vantagem efetivamente obtida 
ou potencialmente auferível pelo agente, como base de cálculo.
A NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
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 ■ Diálogo competitivo em procedimentos específicos (arts. 
179 e 180). Alteração da Lei nº 8.987/95 e da Lei nº 11.079/2004 
para que se passe a prever expressamente a modalidade de 
diálogo competitivo, introduzida pelo PL 4.253/20 nos casos de 
concessão de serviço público, concessão de serviço público 
precedida da execução de obra pública e de parceria público-
privada.
 ■ Convênios, acordos e ajustes (art. 184). Ainda que tenha 
mantido a previsão de aplicação subsidiária de suas normas 
para convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos 
congêneres, celebrados por órgãos e entidades da 
Administração Pública, o PL 4.253/20 confiou a regulamento a 
ser editado pelo Poder Executivo federal a disciplina específica 
desses instrumentos. 
 ■ Aplicação subsidiária (art. 186). Aplicação subsidiária da 
Nova Lei de Licitações às Leis nºs 8.987/95, 11.079/2004 e 
12.232/2010.
 ■ Aplicação de regulamentos editados pela União (art. 
187). Possibilidade de Estados, Distrito Federal e Municípios 
aplicarem os regulamentos editados pela União para execução 
da Nova Lei de Licitações.
 ■ Vigência e disposições específicas sobre a aplicação da 
Nova Lei de Licitações (art. 191). A Nova Lei de Licitações 
entrará em vigor a partir de sua publicação. O contrato cujo 
instrumento tenha sido assinado antes da entrada em vigor 
da Nova Lei de Licitações continuará a ser regido de acordo 
com as regras previstas na legislação revogada. O contrato 
relativo a imóvel do patrimônio da União ou de suas autarquias 
e fundações continuará regido pela legislação pertinente, 
aplicada a Nova Lei de Licitações subsidiariamente. Até o 
decurso do prazo de dois anos, a Administração poderá optar 
por licitar de acordo com a Nova Lei de Licitações ou de acordo 
com as leis nºs 8.666/93, 10.520/2002 e 12.462/2011. A opção 
escolhida deverá ser indicada expressamente no edital, vedada 
a aplicação combinada. 
O PL 4.253/20 aguarda sanção presidencial.
SÓCIO RESPONSÁVEL
Ricardo Pagliari Levy
COORDENADORAS
Brigida do E. S. Meloe Cruz
Elina Cunha Friedl
COLABORADORES
Anna Carolina Guimarães
Fernando Rissoli Lobo Filho
Silvia H. P. G. Johonsom Di 
Salvo
Heloísa Figueiredo F. de 
Andrade Vianna
Andressa Benedetti
Gabriel F. Lopes de Carvalho
Marcio Bellora Saraceni
São Paulo
R. Hungria, 1.100 
01455-906 
São Paulo - SP 
t. +55 (11) 3247 84000
Rio de Janeiro
R. Humaitá, 275 
16°andar 
22261-005 
Rio de Janeiro - RJ 
t. +55 (21) 2506 1600
Brasília
SAFS. Quadra 2 Bloco B 
Ed. Via Office, 3° andar 
70070-600 
Brasília - DF 
t. +55 (61) 3312 9400
Palo Alto
228 Hamilton Avenue, 
3rd floor 
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