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Av2 3MA - Processo Civil (UNINASSAU)

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QUESTÃO N. 01 (2.0 PONTOS)
Zeca propôs ação de cobrança contra Mércia, afirmando que lhe emprestou R$10.000,00 (dez
mil reais), porém afirma que referido valor não lhe foi pago no prazo acordado. Considerando
que você tenha sido contratado(a) como advogado para ofertar a defesa de Mércia, responda:
a) Como um advogado constrói uma defesa de mérito direta? Dê exemplo à luz do caso
concreto.
R: A defesa de mérito direta vai de encontro com os fatos e os fundamentos jurídicos narrados pelo autor. Busca mostrar que os fatos não aconteceram conforme descrito ou que as consequências jurídicas pretendidas pelo autor não são as mais adequadas ao caso concreto. No caso da ação de cobrança, alegar a inexistência do débito seria uma defesa de mérito direta.
b) O que você poderá alegar, se desejar ofertar uma defesa de mérito indireta? Dê exemplo à
luz do caso concreto.
R: Alegar fato novo, impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Um exemplo do caso concreto seria confirmar a existência do débito, porém, alegando ter realizado o seu pagamento no tempo e modo devido.
c) Disserte como será realizada a distribuição do ônus de prova, se a defesa de mérito for direta e se a defesa de mérito for indireta. Fundamente.
R: Quando o autor ajuíza determinada ação, ele tem a obrigação de provas os fatos constitutivos de seu direito. Contudo, quando for elaborada uma defesa de mérito indireta, vez que o réu traz ao processo fatos novos que impedem, extinguem ou modifiquem o direito do autor, o ônus de prova passa a ser dele (réu), conforme art. 373 do CPC.
d) Explique que tipo de sentença o juiz poderá proferir, se o ônus de prova não restar satisfeito
por aquele a quem foi atribuído o ônus probatório.
R: Se o autor não satisfaz o ônus de prova, o juiz deverá proferir sentença de mérito improcedente. Se o réu não satisfaz o ônus de prova, quando lhe incumbe, o juiz deverá proferir sentença de mérito procedente, favorecendo o autor.
QUESTÃO N. 02 (2.0 PONTOS) A fase de saneamento e ordenação do processo é extremamente importante para a regularidade procedimental. Isto posto, responda aos seguintes questionamentos: 
a) Em quais hipóteses o juiz dispensará a decisão de saneamento e ordenação do processo para julgar o feito antecipadamente?
R: Hipóteses do art. 485 e 487, inciso II e III. A primeira possibilidade é a extinção do processo sem a resolução do mérito, a segunda é a extinção do processo com a resolução do mérito fundada no art. 487, II e III, a terceira é a extinção do processo pelo julgamento antecipado do mérito fundado no art. 355, I e II, e a quarta é a hipótese do julgamento antecipado parcial do mérito, previsto no art. 356 do CPC. 
b) Por que a decisão de saneamento e ordenação do processo é relevante? Quais questões são declaradas e decididas pelo juiz nesse momento? Explique a importância de cada uma delas. 
R: Porque é o momento em que o juiz cumpre providências preliminares a fim de eliminar os vícios, irregularidades ou nulidades processuais e preparar o processo para receber a sentença. São cinco questões a serem declaradas e decididas pelo juiz nesse momento:
I) Resolver as questões processuais pendentes, se houver – importante para que, do ponto de vista formal, o processo esteja absolutamente pronto e regular para a posterior fase instrutória e derradeiramente à fase decisória.
II) Delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos – otimiza a instrução probatória, mostrando quais fatos controvertidos realmente interessam ser provados para a formação do convencimento do juiz.
III) Definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 – importante para que o contraditório seja respeitado e que a parte não seja surpreendida ao final da instrução com a informação de que o ônus da prova era seu.
IV) Delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito – evita que as partes percam seu tempo e energia com discussões jurídicas inúteis.
V) Designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento – importante para as produções de provas orais, onde as partes oferecem seus depoimentos pessoais, o perito e demais pessoas envolvidas dão seus testemunhos.
c) A decisão de saneamento e ordenação do processo é sempre unilateral ou pode ser construída democraticamente? Fundamente a sua resposta.
R: Pode ser construída democraticamente, em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações, conforme §3º do art. 357 do CPC. Trata-se do saneamento compartilhado, um ato colegiado entre o juiz e as partes.
QUESTÃO N. 03 (2.0 PONTOS) 
Lucas propõe ação indenizatória por danos materiais contra Tadeu, afirmando que o réu ultrapassou o sinal vermelho e, por isso, revela-se responsável pelo prejuízo de R$10.000,00 (dez mil reais) decorrente da batida em seu veículo. Regularmente citado, Tadeu afirma ao seu advogado que não foi ele o responsável pela batida de trânsito, posto que teria sido Lucas que ultrapassou o sinal vermelho. 
Isto posto responda: 
a) O advogado de Tadeu deverá necessariamente propor uma ação própria para requerer a indenização a favor de seu cliente? Fundamente. 
R: Não necessariamente, apesar de possível. Por meio da reconvenção na contestação, o advogado de Tadeu poderá propor uma ação dentro do mesmo processo (conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa) requerendo a indenização a favor de seu cliente, conforme art. 343 do CPC, dando uma maior celeridade à resolução do conflito. Entretanto, caso não utilize a ação reconvencional no momento oportuno, poderá ajuizar ação própria para requerer sua pretensão.
b) Sabendo que a petição inicial estabelece limites objetivos e subjetivos para o juiz, explique o que são esses limites (objetivos e subjetivos) e como estes poderão ser alargados pelo réu através da reconvenção. 
R: Limites objetivos se trata do pedido e causa de pedir, limites subjetivos se trata das partes. Como a reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro ou pelo réu em litisconsórcio com terceiro, conforme art. 343, §§3 e 4, os limites objetivos e subjetivos podem acabar sendo alargados pelo réu.
c) Se o advogado de Tadeu propor ação própria, essa nova demanda sofrerá deslocamento de competência? Fundamente sua resposta. Eventual deslocamento de competência depende de alegação pela parte ré ou pode ser realizada de ofício? Fundamente.
R: Como existe conexão entre as duas ações autônomas, estas serão reunidas perante o juízo prevento, conforme os arts. 55 e 58 do CPC, salvo se um deles já houver sido sentenciado. O art. 286, I diz que serão distribuídas por dependência as causas que se relacionarem por conexão. Logo, o juiz poderá conhecer de ofício. Entretanto, se não o fizer, pode ser alegada como preliminar de contestação, conforme art. 337, VIII, CPC.
QUESTÃO N. 04 (2.0 PONTOS) 
Considerando o rito processual que poderá ser desenvolvido após a oferta de contestação, marque a alternativa CORRETA. E fundamente, por escrito, por que cada uma das demais alternativas estão erradas. 
a) Depois da contestação, ao réu é possível apresentar novas alegações de defesa livremente, ainda que não se trate de matéria de ordem pública. 
b) Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas como preliminares, o juiz já poderá analisá-las e decidi-las, independentemente de abrir contraditório a favor do autor. 
c) Se o réu não contestar a ação, mas o juiz verificar a inocorrência do efeito da revelia (não atribuir a presunção de veracidade aos fatos alegados pelo autor), poderá o magistrado sanear o processo, se necessário, e abrir a fase de produção provas.
d) Se o réu alegar fato que se qualifique como fato novo (impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor), o promovente será ouvido no prazo de 30 (trinta) dias, prazo no qual poderá apresentar impugnação à contestação. 
e) A contestação do réu pode apresentar defesa processual (preliminar) e defesa de mérito. A defesa
de mérito pode ser direta ou indireta. A defesa direta é aquela que o réu apresenta fatos novos (impeditivos, modificativos ou extintivos) ao direito do autor, passando o réu a ter o ônus de prova quanto a esses fatos. Por sua vez, a defesa indireta é a que o réu nega os fatos alegados pelo autor, razão porque o ônus da prova passa a ser do demandante
RESPOSTAS
A) Errado. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: relativas de direito ou a fato superveniente; competir ao juiz conhecer delas de ofício; por expressa previsão legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição, conforme arts. 336 e 342 do CPC.
B) Errado. O juiz deverá observar o contraditório prévio sempre, exceto nas hipóteses dos incisos do art. 9º.
C) Correto.
D) Errado. O autor será ouvido no prazo de 15 dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova, conforme art. 350 do CPC.
E) Errado. A defesa indireta é aquela que o réu apresenta fatos novos (impeditivos, modificativos ou extintivos) ao direito do autor, passando o réu a ter o ônus de prova quanto a esses fatos. Por sua vez, a defesa direta é a que o réu nega os fatos alegados pelo autor, razão porque o ônus da prova passa a ser do demandante.
QUESTÃO N. 05 (2.0 PONTOS) 
A sentença é capaz de constituir a coisa julgada material, quando o juiz julgar o mérito do pedido realizado pelo autor. Nessas hipóteses, a decisão, se transitar em julgado, será definitiva. Entretanto, existe hipótese de uma decisão interlocutória ser de mérito e fazer nascer a coisa julgada material? Explique de forma fundamentada, dando exemplos.
R: Sim. É possível o julgamento antecipado parcial do mérito no CPC. O art. 356 traz as hipóteses de quando o juiz poderá proferir decisão interlocutória de mérito: quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se incontroverso ou estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. Esta decisão, enquanto não transitada em julgado, será provisória, no sentido de que pode ser substituída, em caso de provimento de recurso de agravo de instrumento. Se não for interposto, transita em julgado, fazendo coisa julgada material. Por exemplo, podemos colocar a situação do taxista que se envolveu no acidente de trânsito e pleiteou por danos morais e materiais. Um dos pedidos já pode ser analisado pelo juiz, mas não pode proferir sentença sobre outro, que vai passar pela fase de produção de provas. Nesse caso, ele pode proferir uma decisão interlocutória de mérito analisando apenas um dos pedidos. Por não ter recorrido, ou não tendo mais recursos, a decisão de mérito se tornará imutável e indiscutível após o trânsito em julgado, conforme art. 502 do CPC.

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