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Modelagem e Escultura Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Rita Garcia Jimenez Revisão Textual: Prof. Ms. Claudio Brites Construção de Moldes, Fundição e Cópia 5 • Nomenclaturas e Normas • História • Moldes e Fundição • Artistas em destaque • Aplicações Pedagógicas · Perceber os materiais para confecção de moldes e fundição e suas potencialidades técnicas e expressivas. · Conhecer as técnicas do processo de construção do molde e da fundição. · Adquirir conhecimentos práticos e teóricos de construção de moldes e fundição. · Exercitar o raciocínio lógico e a sensibilidade estética. · Ser capaz de executar um projeto utilizando materiais e as ferramentas de forma correta. · Valorizar as práticas artísticas e contribuir para difusão do seu ensino. Nesta unidade – Construção de Moldes, Fundição e Cópia –, você entrará em contato com os processos de criação e construção de moldes para fazer fundições de peças. Está à sua disposição algumas técnicas para que possa experimentar e incluir em suas propostas pedagógicas. Além dos exemplos de aplicações, seria interessante que você experimentasse outros materiais, tipos de moldes e tentasse usar modelos bem diferentes para encontrar outras soluções para novos desafios que vão se apresentar. A parte histórica é bem importante, assim como os conceitos que devem ser apreendidos por você, então não deixe de ler com calma mais de uma vez o material e faça o exercício de sistematização e responda ao fórum sugerido em Materiais didáticos. Esperamos que você goste do conteúdo e desejamos a você um ótimo estudo! Construção de Moldes, Fundição e Cópia 6 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia Contextualização A construção de moldes para a fundição de peças é uma prática utilizada desde a Pré- história. Inicialmente, muito rudimentar, desenvolveu-se com o tempo, chegando a atingir grande complexidade com processos que possuem muitas etapas e requerem a presença de profissionais especializados, com conhecimento técnico e equipamentos específicos. Apesar disso, é possível fazer cópias de peças de complexidade média, de uma forma bastante simples. Nesta unidade, você encontrará o passo a passo de algumas técnicas possíveis de se fazer em casa e com poucos recursos e algumas sugestões de exercícios para fazer com grupos de diferentes idades. Mas, lembre-se, são apenas sugestões, adapte essas propostas ao seu grupo, pensando em outras temáticas, modelos e materiais. Não tenha medo de arriscar! Desejo a você um ótimo estudo! 7 Nomenclaturas e Normas Fundição é a reprodução de uma peça por meio de um processo de solidificação de um material líquido dentro de uma fôrma, para copiar sua forma interna. Para realizá-la, é necessário um modelo para ser copiado, um material em estado líquido que endureça e um molde. O modelo é a peça que será copiada. Pode ser uma peça que já exista e da qual se queira fazer cópias ou uma peça original, feita pelo artista ou encomendada por ele. Para copiar um modelo, é necessário fazer um molde. O molde é uma fôrma que possui a forma do modelo em negativo e que pode ser constituído de várias partes, dependendo da complexidade do modelo. O líquido usado para a fundição deve ter a capacidade de endurecer dentro do molde para que possa copiar a forma em negativo do modelo. Existem muitos materiais que podem ser escolhidos para essa finalidade, o importante é observar que a peça fundida terá suas qualidades estéticas e físicas – como resistência, textura, cor, flexibilidade, etc. As peças que resultam das fundições podem ser chamadas de cópias e múltiplos no caso de serem artísticas, e o conjunto de cópias é chamado de tiragem. Glossário: Tiragem é o nome que se dá a uma quantidade de exemplares de um original. A confecção de moldes e os processos de fundição dependem de muitas etapas e conhecimentos técnicos específicos. Há muitas possibilidades de materiais que podem ser usados tanto para os moldes como para fazer as fundições, assim como graus bastante elevados de complexidade de peças a serem copiadas. Quando é o caso, faz-se necessário um profissional especializado e equipamentos sofisticados. Existem cursos específicos para formar técnicos para fundição na área da metalurgia, a mais complexa de todas. No caso da metalurgia, a fundição é feita em metal e exige um fundidor profissional que conheça o processo profundamente e saiba trabalhar com os fornos e as altas temperaturas. Parece um sonho que uma matéria tão tenaz como o metal possa se traduzir, pelo fogo, em cores, feéricas e cintilantes; faz-se fluida como a água para depois retornar, quando fria, à dureza do metal (BERNARD apud SENAI-SP, p. 13). Existem códigos e normas para a reprodução de originais de obras de arte e nomenclaturas corretas. A França possui o Código de Ética das Fundições de Obras de Arte, redigido em 1993 pelo Sindicato-Geral dos Profissionais de Fundição da França. No Brasil, não existe um código específico para reger a reprodução de obras de arte fundidas em metal. 8 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia Segundo o código francês, as peças obtidas por fundição recebem nomenclaturas de acordo com algumas regras. Original Não pode ter mais do que 12 exemplares. Quatro são as provas do artista que devem ser numeradas em algarismos romanos como: PA I/IV, PA II/IV, PA III/IV e PA IV/IV. As outras 8, em algarismos arábicos: 1/8, 2/8, 3/8, 4/8, 5/8, 6/8, 7/8 e 8/8. Se forem feitos menos exemplares, diminui-se a quantidade de cópias do grupo de 8 e não se mexe nas provas do artista. Atenção Depois que o artista estabelece um número máximo de cópias, isso não pode mais ser alterado. Múltiplos Não há restrição para o número de exemplares e devem ser numerados sequencialmente com algarismos arábicos de um até a última peça, seguindo uma ordem numérica crescente, sobre o número máximo de cópias como, por exemplo: 1/100, 2/100, 3/100. Nesse caso, não existe original e nem a prova do artista Recusadas São as obras que não foram aceitas pelo artista e que deverão ser destruídas pelo fundidor. Reprodução São as cópias feitas do modelo e devem conter a palavra REPRODUÇÃO aparente na peça, seguida do ano de fundição em algarismos romanos. Arte em bronze As peças que forem vendidas como objetos de arte em bronze devem ser fabricadas com uma liga metálica com um mínimo de 65% de cobre, do seu peso total. Importante! É imprescindível que o artista decida a quantidade máxima de peças antes de iniciar o trabalho. Peça única Quando uma peça for fundida uma única vez, não podendo ser feitas as provas do artista, nem múltiplos. 9 História Os conhecimentos que o homem pré-histórico adquiriu com a construção de fornos para a queima de peças de barro foram usados para derreter o cobre em torno de 7000 a.C. Com o passar do tempo, os fornos para a queima de metais foram evoluindo, passando da fundição de uma pasta metálica ao estado líquido e para uma queima capaz de separar os metais de outros elementos nos quais estavam ligados. Os primeiros moldes foram feitos de pedra e possuíam apenas um lado. A pedra era esculpida no formato de machados e pontas de lanças e o metal líquido era vertido dentro dela. Na sequência, surgiram os moldes de dois lados para se fazer a fundição em cera perdida, na qual, ao esquentar o molde, a cera derrete e abre espaço para a fundição com o material líquido. Essa técnica foi descoberta no Oriente Médio a cerca de 5000 a.C. A descoberta dos processos de fundição foi um grande avanço para a escultura. A partir desse momento, tornou-se possível a fabricação de ferramentas em metal, as quais facilitaram e possibilitaram o desenvolvimento do desbaste. O cobre, material inicialmente usado para a fundição, apresentava um problema: fervia dentro do molde fechado. A solução foi encontrada com a descoberta do bronze, cerca de 3300 a.C., uma liga metálica composta de cobre, estanho e outros materiais– como a prata, o ouro e o chumbo – em proporções variáveis de acordo com os objetivos a serem alcançados. Já o ferro precisava de fornos que chegassem a 1500°C, o que dificultou seu uso nas fundições. Os chineses e os celtas foram os primeiros povos a fundir esse metal, cerca de 400 a.C. Onde não havia essa tecnologia, o ferro era retirado do forno em estado pastoso e depois era retrabalhado à forja. A forja é um método criado no qual o metal é aquecido em uma fornalha, preso em uma bigorna e trabalhado com um martelo. Com os avanços das técnicas de fundição, o homem desenvolveu um processo para a criação de peças ocas com a ajuda da cera. Sobre um bloco de massa refratária, como a argila, a forma da peça era modelada com cera. Sobre a forma pronta, se fazia uma nova camada de massa refratária. Feito isso, a peça ia para o forno, a cera derretia, deixando no interior da massa a forma impressa da peça. Retirava-se então o núcleo e estava pronta uma fôrma na qual seria vertido o metal. A Grécia desenvolveu uma técnica que passou a ser a base da fundição moderna, com a modelagem da peça sendo feita em argila, e não mais em cera, e o molde em gesso. Durante a Idade Média, a produção de objetos em metal consistiu na confecção de objetos religiosos, joias, armas e armaduras. Foi nesse período que surgiram os fornos hidráulicos capazes de chegar a altas temperaturas com seus foles. A Igreja Católica foi a primeira a se utilizar dessa tecnologia na construção de sinos e estátuas de grandes dimensões (Fig. 1). 10 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia Fig.1 – Loba Capitolina, século XII. Bronze A Loba Capitolina é uma escultura em tamanho natural e faz parte da narrativa do nascimento da cidade de Roma. Foi considerada por muito tempo uma obra etrusca, mas recentemente foi descoberto pelo método de datação por radiocarbono que ela é uma obra medieval. Hoje pode ser vista no Museu Capitolino, em Roma. Fig. 2 – Andrea Verrochio. Gran Cavallo para o Monumento equestre a Bartolomeo Colleoni, 1480-88. Bronze A obra Gran Cavallo (Fig. 2), de Andrea Verrochio (1435-1488) para o Monumento equestre a Bartolomeo Colleoni e a obra Perseu (fig. 3) de Benvenuto Cellini (1500-1571) marcam o Renascimento como um período importante para a retomada das conquistas da Antiguidade Clássica 11 Fig. 3 – Benvenuto Cellini. Perseu, 1553. Bronze. No século XIX, a produção de obras em metal passou a ter um consumo doméstico com a industrialização e a ascensão da burguesia. Artistas como Auguste Rodin (1840-1917) venderam os seus direitos para que as obras fossem produzidas em larga escala, como a obra O Beijo, feita em versão menor para ser comercializada (fig. 4). 12 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia Fig. 4 – Auguste Rodin. O Beijo, 1888-89. Bronze Foi um momento muito importante para a produção de monumentos históricos e nacionais que passaram a fazer parte das praças, bulevares e mansões. A Europa exportou escultores e fundidores, em épocas de pouca demanda, para outros países. O Brasil tem a maior coleção de fontes francesas, fora da França, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Os artistas modernos, como Pablo Picasso (1881-1973), Alberto Giacometti (1901-1966) e Henri Moore (1898-1986) utilizaram do método da cera perdida nas experiências estilísticas do século XIX. O desenvolvimento e a crescente utilização das novas linguagens artísticas colocaram em desuso a produção de obras em bronze. Devido a esse novo cenário, empresas dedicadas à fundição artística começaram a utilizar os moldes de sílica coloidal, conhecidos como casca cerâmica. 13 Molde e fundição Molde É uma fôrma que contém o negativo de uma peça que será reproduzida e a fundição é o processo que transforma um líquido em uma peça solidificada, cuja forma é a cópia de seu negativo presente no interior de um molde. Materiais O molde pode ser feito com um material rígido, o gesso ou um material flexível como o silicone (Fig. 5). Fig. 5 – Molde de gesso e de silicone. O gesso é um material barato, o que viabiliza a construção de moldes grandes, porém não suporta uma tiragem muito numerosa pela fragilidade do material. Para minimizar esse problema, o ideal é impermeabilizar o molde com um verniz ou goma-laca. O gesso é vendido em pó e deve ser preparado com água, na porção correta para que não fique úmido e pastoso. Quando seco, fica extremamente duro e sem flexibilidade, o que o torna inviável para a confecção de moldes de apenas uma parte para volumes com muitos detalhes e reentrâncias. A solução para usar esse material nesses casos é planejar o molde para ter várias peças, que se encaixaram perfeitamente e poderão ser soltas na hora de retirar a peça. Também pode ser usado para fazer fundições. O importante é lembrar que será sempre necessária a utilização do desmoldante para que a peça fundida não grude no molde. Glossário: Desmoldante é o material que irá permitir a desmoldagem da peça do molde. Preparação do gesso Para preparar o gesso, é necessário um recipiente com água e gesso em pó. Com a mão, polvilhe sobre a água o gesso de maneira uniforme por todo o recipiente (Fig. 6). Não toque na água. O gesso irá se acumular no fundo do recipiente e, aos poucos, irá subir até à superfície. Quando o gesso começar a ultrapassar o nível de água, será o momento certo de parar. Somente nesse momento deve-se misturar o gesso na água, bem devagar, dissolvendo o pó de maneira uniforme. Movimentos rápidos produzirão bolhas de ar, o que será prejudicial para a fundição. O ponto certo é quando ele estiver ainda líquido, mas um pouco cremoso. É importante que ele fique líquido o suficiente ainda para ser vertido no molde e conseguir preencher todas as suas partes internas. 14 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia Fig. 6 - Processo de preparação do gesso. O silicone já é um material bastante flexível, podendo ser adquirido em lojas especializadas, que oferecem qualidades diferentes de acordo com a finalidade desejada. Existem os específicos para altas temperaturas e para moldes que serão utilizados para alimentos. Ainda que a peça tenha muitas reentrâncias, a flexibilidade do silicone permitirá que a peça seja retirada do molde. O preço elevado desse material pode ser compensado pelas tiragens que ele permite, muito superiores às conseguidas com o gesso. A preparação do material também é mais complexa porque há que se misturar a ele um produto endurecedor. Esse material também pode ser usado para fazer as fundições tanto no molde de gesso como no molde de silicone, desde que se utilize o desmoldante. Preparação do silicone O silicone pode ser adquirido em embalagem de 1 kg, juntamente com um frasco de catalisador (25 g) (Fig. 7), produto necessário para fazer o silicone endurecer. A quantidade de catalisador a ser usada é uma gota para 1 ml de silicone. Para saber a quantidade de silicone, enche-se o molde com arroz até a altura desejada e depois em um copo medidor faz-se a leitura da quantidade em ml. Se der 100 ml de arroz, será usado 100 ml de silicone com 100 gotas de catalisador. A quantidade de cada produto é colocada em um recipiente e deve ser mexido até que todo o silicone tenha sido bem misturado ao catalisador. Dessa forma, o produto está pronto para ser usado. Fig. 7 – Silicone e catalisador e preparação. 15 O sabão pode ser utilizado como um desmoldante. Deve ser empregado em estado cremoso. Uma barra de sabão (Fig. 8) é desmanchada em água fervente em uma panela, até adquirir uma textura cremosa. A vaselina (Fig. 8) comprada em lojas de materiais de construção ou farmácias em formato de pasta também pode ser usada. O importante é passar qualquer um dos produtos com um pincel por todas as partes da peça e do molde e retirar os excessos com a mão ou um pano. Fig. 8 – Sabão em barra e vaselina em pasta. Para a fundição, muitos materiais podem ser usados além do gesso e do silicone. A parafina(Fig. 9), que é usada para fazer velas, pode ser uma alternativa. Derrete-se a parafina em banho-maria, controlando a temperatura para não subir demais. Para que a peça seja colorida, pode-se acrescentar giz de cera. Quando a parafina e o giz estiverem bem dissolvidos, o líquido já estará pronto para ser despejado no molde. Outros materiais alternativos podem ser usados para a fundição como o cimento: cera de abelha, glicerina entre outros. Se for utilizado material comestível, é importante que o silicone comprado para o molde seja específico para essa finalidade. Fig. 9 – Parafina em barra, em pó e em pedaço. 16 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia A resina (Fig. 10) é um material bastante interessante para se usar nas fundições, já que as peças podem ficar transparentes com elementos dentro, coloridas, opacas e ainda com bastante resistência. A resina usada para essa finalidade é a do tipo cristal epóxi, excelente por não ter cheiro. Preparação da resina A resina precisa ser misturada a um catalisador para endurecer. A cada 100 ml de resina são necessários 2% de catalisador. É importante mexer bem para que toda a mistura fique homogênea. A mistura ficará quente durante o processo de endurecimento, portanto, não é bom tocar. Quando fria, a peça já pode ser retirada do molde. Para ficar com um aspecto brilhante, a peça deve tomar um banho de tiner e depois ser lixada com lixas do tipo água – com as numerações 100, 200, 400 e 600. Fig. 10 – Resina e catalisador 17 Tipos de moldes Existindo a necessidade de fazer a cópia de uma peça, é importante considerar uma série de fatores para na escolha do tipo de molde mais adequado. Há de se levar em consideração o tamanho da peça, a sua complexidade e a quantidade necessária de cópias. Molde Perdido É o molde do qual só se faz uma única cópia, porque ele é quebrado no momento da retirada da peça. Podem ter uma ou várias peças, conforme a complexidade do modelo. Técnica 1 - Modele uma peça em argila e deixe endurecer por 24 horas (Fig. 11). Fig. 11 – Peça modelada em argila. 2 - Faça uma base de argila, coloque a peça sobre ela e preencha toda a sua volta, chegando com a argila até a metade da peça, de modo que metade dela fique dentro da argila e a outra metade completamente para fora. Deixe uma borda de dois centímetros ao redor de toda a peça, com exceção do fundo (Fig. 12). Fig. 12 – Colocação da base de argila sob a peça modelada. 18 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia 3 - Alise a argila da base com uma esponja para que fique bem uniforme. 4 - Com um teque redondo, faça uma cavidade circular em cada ponta da base (Fig. 13). Fig. 13 – Cavidade para encaixe das partes do molde. 5 - Faça algumas tiras de argila e coloque ao redor de toda a peça, fazendo uma parede de cerca de 4 cm de altura (Fig. 14). Fig. 14 – Preparação das paredes ao redor da peça. 6 - Encoste na base da peça um pedaço de madeira. Prepare uma porção de gesso com corante e verta sobre a peça. A camada deve ser bem fina, em torno de 3 mm. Deve-se jogar o gesso colorido bem devagar para não criar bolhas (Fig. 15). Fig. 15 – O silicone com corante é derramado sobre a peça. 19 7 - Faça uma nova camada de gesso sem corante bem espessa e deixe secar (Fig. 16). Fig.16 – Uma nova camada de gesso é derramada sobre a peça. 8 - Retire toda a base de argila que ficou do outro lado e limpe a borda de gesso. 9 - Passe um desmoldante com um pincel por toda extensão da borda de gesso (Fig. 17). Fig. 17 – O desmoldante é passado na borda de gesso ao redor da peça. 10 - Faça mais tiras de argila e coloque em toda a lateral da peça, construindo uma parede de cerca de 4 cm de altura. Apoie bem a peça sobre a mesa, de forma que ela fique nivelada. Faça novamente o gesso colorido e verta dentro do molde. Espere secar. Na sequência, faça o gesso sem cor para criar uma camada mais espessa. Espere secar novamente (Fig. 18). Fig. 18 – O outro lado do molde é preparado. 20 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia 11 - Retire as placas de argila da lateral da peça e com um teque metálico tire o que conseguir de argila da base da peça, onde ficou um orifício. Force a abertura do molde com as mãos (Fig. 19). Fig. 19 – Retirada da argila da extremidade do molde. 12 - Limpe todo o molde por dentro, retirando toda a argila que ficou grudada em suas paredes com água e um pincel e depois um pano. Nesse processo, o modelo é destruído (Fig. 20). Fig. 20 – A argila é retirada de dentro do molde. 21 13 - Passe um desmoldante nas duas partes do molde com um pincel, sem deixar nenhum tipo de volume. Não deixe excessos (Fig. 21). Fig. 21 – O desmoldante é passado na parte interna dos dois lados do molde. 14 - Coloque o molde de pé, com a base para baixo. Amarre o molde em dois locais e vede bem as laterais com uma massa de gesso. Dessa forma, o molde fica completamente selado. Deixe secar. 15 - Coloque o molde com a base para cima e bem apoiado de maneira que fique nivelado. 16 - Prepare o gesso e coloque dentro do molde. Coloque um pouco, gire a peça de modo que o líquido atinja todas as paredes internas. Verta o excesso em um recipiente (Fig. 22). Fig. 22 – O gesso é vertido dentro do molde. 22 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia 17 - Coloque mais um pouco e faça o mesmo processo. Repita mais uma vez até encher todo o molde. Deixe um furinho na base para que a secagem seja mais rápida (Fig. 23). Fig. 23 – Base do molde em gesso com furo para secagem. 18 - Com o formão e o martelo, bata sobre o gesso para quebrar o molde. Vá com cuidado para não atingir a parte azul, que está logo abaixo da primeira camada de gesso. Ao vê- la, você saberá que existe uma pequena camada de gesso sobre a peça fundida. Retire com calma toda a parte azul (Fig. 24). Fig. 24 – Retirada das paredes do molde. 19 - A sua peça fundida em gesso está pronta (Fig. 25). Fig. 25 – Peça fundida em gesso. 23 Molde simples de uma parte É um molde feito para reproduzir peças com relevo apenas de um lado, sendo o outro lado liso e reto, como os relevos ou peças do tipo painel. Técnica 1 - Elabore um desenho em uma folha de papel. Pense que ele será um relevo, então planeje alturas diferentes para as partes, imaginando diferentes planos. Para ajudar, você pode pintar os planos de cores diferentes. 2 - Faça uma placa de argila com cerca de 3 cm de espessura – com altura e largura a seu critério (Fig. 26). Fig. 26 – Placa de argila. 3 - Coloque o desenho sobre a placa de argila e passe o lápis sobre as linhas no papel para que fiquem marcadas sobre a argila (Fig.27). Fig. 27 – Desenho na placa de argila. 24 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia 4 - Com uma ferramenta, retire as partes de argila ao redor do desenho, de forma a construir os relevos, conforme as marcações feitas no projeto. Dê acabamento e deixe secar. 5 - Coloque quatro tiras de madeira ao redor da placa de argila, com cerca de 5 cm de altura. Deixe bem firme e se assegure que não ficou nenhuma fresta (Fig. 28). Fig. 28 – Tiras de madeira paredes do molde. 6 - Prepare gesso e verta sobre a placa uma camada bem fininha. Esse processo deve ser lento para não criar nenhuma bolha de ar. Feita essa camada, coloque mais gesso até cobrir toda a superfície e chegar à altura das bordas da moldura de madeira. Importante! O gesso deve ser vertido bem devagar e em estado líquido sobre a peça para não fazer bolhas sobre a imagem e ao mesmo tempo conseguir preencher todos os espaços, ainda que bem pequenos, do molde. 7 - Pegue com as duas mãos o molde e mexa para cima e para baixo algumas vezes, dê pequenas batidas sobre a mesa. Deixe secar. Atenção Depois de verter o líquido sobre o molde, é importante fazer alguns movimentos com ele para que o material se assente, ocupando todos os espaços e para que as bolhas que porventura tenham se formado, ao colocar o material, possam subir à superfície. 8 - Retire amoldura de madeira e a placa de gesso criada sobre a argila. 9 - Limpe-a bem com uma esponja e um pano bem macio. 10 - O molde está pronto. 11 - Coloque ao redor da placa de gesso novamente a moldura de madeira. 12 - Passe a vaselina sobre o gesso e verta outra camada de gesso por cima. Mexa o molde para retirar as bolhas de ar e deixe secar. 13 - Retire a moldura de madeira e a fundição em gesso está pronta. 25 Molde simples com duas partes ou mais É o molde feito para reproduzir peças que tenham volume por todos os lados. Se a peça tiver muitos volumes profundos, será necessário fazer o molde em várias partes, como um quebra-cabeças. Se isso não acontecer, a peça depois de fundida ficará presa no molde. Técnica para molde de duas partes 1 - Modele uma peça em argila. Dê acabamento e deixe secar até ficar em ponto de couro. Glossário Dureza em ponto de couro é ponto em que a argila está parcialmente endurecida, com um pouco de umidade. Sua cor muda, parecendo couro. 2 - Faça uma caixa de papelão rígido que tenha um tamanho maior que a peça. Dois dedos entre as extremidades da peça e a parede da caixa são suficientes. Calcule dois dedos acima da peça deitada. Na base da peça, encoste a parede da caixa. 3 - Faça uma placa de plastilina no fundo da caixa, coloque sua peça no centro da caixa, encostando a base em uma das paredes. 4 - Complete de plastilina toda a lateral da peça até sua metade. Alise com uma ferramenta e com a ajuda dos dedos a superfície da base, que será copiada pelo gesso. 5 - Prepare o gesso e verta sobre a superfície. Faça esse processo devagar, virando a caixa para que o gesso cubra toda a peça, e não crie bolhas. 6 - Coloque todo o gesso até chegar na altura da parede da caixa. Deixe secar. 7 - Retire a caixa e a parte de argila que dividiu a peça em duas partes. 8 - Limpe toda a plastilina que tenha ficado grudada na peça e no gesso. Não deixe resíduos. 9 - Volte a peça com o lado de gesso para dentro da caixa novamente, agora com o gesso para baixo e a parte da peça descoberta para cima. 10 - Passe um desmoldante com um pincel sem deixar excessos e verta gesso líquido por cima, tomando cuidado para não formar bolhas. Deixe secar. 11 - Tire o modelo de dentro do molde. Limpe-o bem e passe novamente desmoldante nos dois lados. 12 - Feche o molde e prenda as partes com fita ou tiras de borracha (Fig. 29). Fig. 29 – Fechamento do molde. 26 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia 13 - Ponha o molde na posição vertical com a parte aberta para cima e verta dentro dele o gesso líquido. Gire o molde algumas vezes para ter certeza que o gesso entrou em todas as partes e as bolhas que ficaram subiram à superfície. Deixe secar. 14 - Abra o molde, retire a peça fundida em gesso e retire as rebarbas. 15 - A peça está pronta. Molde Prensado É o molde no qual se aplica a argila ou massa em pequenos pedaços, apertando- os contra a parede, de forma que a espessura da peça fique uniforme. Pode ter uma ou várias partes. 1 - Faça uma peça modelada e proceda as etapas seguintes do molde simples de duas partes. 2 - Quando o molde estiver pronto, coloque pedaços de argila apertando-os sobre as paredes do molde, de maneira a ficar bem uniforme a espessura da camada de argila por toda a superfície (Fig. 30). Fig. 30 – Colocação da argila dentro do molde. 3 - Faça o procedimento nas duas partes. 4 - Alise o interior das duas partes. Passe uma esponja úmida para dar acabamento (Fig. 31). Fig. 31 – Acabamento por dentro da peça com esponja. 27 5 - Com uma ferramenta, recorte o excesso de argila nas bordas da peça, deixando-a reta (Fig. 32). Fig. 32 – Retirada do excesso de argila das bordas do molde. 6 - Faça pequenas ranhuras com uma ferramenta de ponta em toda a borda das duas partes e passe barbotina (Fig. 33). Fig. 33 – A borda da peça é preparada com ranhuras e sobre ela é colocada a barbotina. Glossário Barbotina é uma massa cremosa feita com a mistura de argila e um pouco de água. É usada para a colagem das partes da peça. É conhecida como cola de argila. É também utilizada para a fundição de peças de barro em fôrmas de gesso. 7 - Feche as duas partes do molde, apertando bem. 8 - Com um teque de madeira, reforce a emenda das partes até onde a ferramenta conseguir chegar. 28 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia 9 - A argila quando seca retrai naturalmente, então ela se descolará do molde e você saberá que o molde já está pronto para ser aberto. 10 - Abra o molde, retire a peça e acerte a costura das partes, colocando um rolinho bem na união. Faça o acabamento com um teque (Fig. 34). Fig. 34 – Acabamento na emenda das partes da peça. 11 - A peça está pronta. Molde Colado É o molde no qual a argila líquida é vertida dentro dele. Técnica 1 - Faça uma peça modelada e proceda as etapas seguintes do molde simples de duas partes. 2 - Prepare a barbotina e a argila líquida. 3 - Coloque o molde em pé, na posição vertical, deixando a peça nivelada e com a abertura para cima (Fig. 35). Fig. 35 – Molde na posição vertical e nivelado. 29 4 - Verta dentro do molde a argila líquida (Fig. 36). Fig. 36 – A barbotina é vertida dentro do molde. 5 - O molde de gesso irá absorver um pouco da água. Aos poucos vá completando o nível de barbotina que irá abaixar. Faça o procedimento várias vezes até perceber que a espessura ficou adequada. Retire o líquido que sobrar, vertendo-o dentro de um recipiente (Fig. 37). Fig. 37 – O excesso de barbotina é vertido para o recipiente. 6 - A argila ira secar das extremidades para dentro e, como se retrai, irá se separar das paredes do molde. Isto indicará que o molde já poderá ser aberto. 7 - A peça está pronta. 30 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia Artistas em destaque Marc Quinn (1964) Nascido em Londres, é um dos principais artistas de sua geração. Trabalha com diversas linguagens, como desenho e pintura, mas se destaca em escultura. A sua temática é contemporânea porque aborda questões muito sensíveis, como a deformação do corpo humano, a sua relação com a ciência e a percepção humana. Em 1995, Marc Quinn realizou um autorretrato utilizando como material para a fundição 4,5 litros do seu próprio sangue. Galeria Fig. 38 – Autorretrato, 1995. Sangue. Fig. 39 – Buck & Allanah, 2009. Bronze. Fig. 40 – Myth, 2007. Bronze pintado Ron Mueck (1958) De naturalidade australiana, hoje vive na Grã Bretanha. Iniciou a construção de personagens fazendo bonecos para a televisão. Como escultor, faz obras hiperrealistas que poderiam ser confundidas com pessoas reais, exceto por seus tamanhos grandes ou pequenos demais. Modela seus trabalhos com argila, faz seus moldes com fibra de vidro e depois funde em silicone. Para criar um maior realismo, implanta cabelos e pelos humanos. Galeria Fig. 41 – Autorretrato, 2001. Técnica mista. Fig. 42 – Mulher com galhos, 2009. Técnica mista. Fig. 43 – Casal debaixo do guarda-sol. 2013.Técnica mista. 31 Iran Teófilo do Espírito Santo (1963) Nasceu em Mococa (SP), estudou na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), onde foi aluno de Regina Silveira (1939) e de Nelson Leirner (1932). Em 1991, como artista residente da Winnipeg, Canadá, realizou uma exposição individual na Pug in Gallery e, em 1993, no Tamarind Institute, em Albuquerque, EUA. Seu trabalho se inspira na arquitetura e no design, como nas obras Lâmpadas e Buraco da Fechadura, ao construir objetos de uso cotidiano e de fácil identificação, elevando-os, com grande sofisticação, ao patamar de obra de arte. Galeria Fig. 44 – Water Glass, 2008 Fig. 45 – Sem Título, 2002. Fig. 46 – Lâmpada, 2004 32 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia Aplicações Pedagógicas É possível a produção de moldes e fundições por todos os públicos, de todas as idades, desde que se adequem às propostas de maneira que os grupos possam entender a finalidade e desenvolver, de forma adequada, todas as etapas do processo de maneira segura,para atingir um resultado estético interessante ou apenas desfrutar do exercício. Atividade I – Molde de uma parte Público: crianças entre 6 e 9 anos Modelo: uma peça para ser copiada com poucos detalhes Material para o molde: plastilina, silicone, vaselina e uma embalagem plástica Material para a fundição: gesso e água 1 - Escolha um objeto pequeno, cerca de 3 cm, que tenha apenas volume de um lado – como uma medalha, uma moeda ou um pingente – e que tenha poucos detalhes. 2 - Distribua para cada criança um pedaço de plastilina que seja um pouco maior do que a peça. Ajude-os a esticar e deixar a superfície bem lisa. A base deve ter 1,5 cm a mais do que a peça de cada lado. 3 - Solicite que coloquem a peça centralizada sobre a base, com a parte reta para baixo, e que apertem para que a peça não se mova durante o processo. 4 - Escolha uma embalagem plástica previamente – como a de iogurte, shampoo, margarina – e com uma tesoura corte o fundo dela e deixe as laterais com cerca de 4cm de altura. 5 - Force sobre a plastilina para que fique bem presa deixando a peça bem centralizada. 6 - Com a plastilina que sobrou ao redor, vede toda a lateral. 7 - Esse será o molde. 8 - Com um pincel, peça que as crianças passem vaselina na peça, lembrando-os de não deixaren nenhum excesso em cima da peça. 9 - Prepare com os alunos um pouco de silicone e peça que despejem, com cuidado, dentro do molde. 10 - Cada aluno deverá mexer seu molde para que as bolhas possam subir à superfície. 11 - Deixe secar por meia hora e peça que retirem a embalagem e depois a peça de dentro do molde. 12 - Para fazer uma fundição, prepare um pouco de gesso e peça que despejem sobre os moldes. Peça que batam um pouco o molde para as bolhas subirem. 13 - Depois que o gesso estiver seco, a fundição poderá ser retirada. 14 - Molde e peça. Está pronta. 15 - Converse com as crianças sobre todas as etapas do processo e sobre os possíveis problemas que possam ter acontecido.Incentive-os a fazer mais peças com o molde que fizeram e trabalhem acabamentos diferentes. 33 Atividade II – Molde de duas partes Público: crianças entre 10 a 17 anos Modelo: argila Material para o molde: plastilina, papel holler, fita aderente, vaselina, grão de arroz, copo medidor, silicone, catalisador. Material para a fundição: gesso e água 1 - Solicite que cada aluno modele em argila um boneco com poucos detalhes, com braços e pernas fechados e na linha do corpo. É importante que seja feito um bom acabamento e que as peças sequem bem. Qualquer imperfeição será copiada pelo molde. 2 - Com um pedaço de plastilina, faça uma base para colocar o boneco em cima. Ela deve ser 1,5 cm maior nas laterais e na parte da cabeça. Os pés devem ficar rentes a um dos lados da base. 3 - Complete com mais plastilina até cobrir todo o entorno da peça e chegar na metade. A peça ficará uma metade para dentro da plastilina e a outra metade completamente para fora. 4 - Passe vaselina com um pincel por toda peça, sem deixar excessos, para que esse volume não seja copiado pelo molde. 5 - Faça uma caixa de papel holler do tamanho da base, coloque a peça já presa à plastilina e feche bem todas as laterais, deixando aberta apenas a parte de cima. 6 - Para calcular a quantidade de silicone, peça que os alunos despejem uma quantidade de grãos de arroz dentro do molde, de maneira que ultrapasse a altura da peça em 1,5 cm. Essa altura será a espessura do molde, então não é aconselhável que fique muito fina. 7 - Verta o arroz, colocado dentro do molde, dentro de um copo graduado em milímetros. A quantidade marcada de arroz será a quantidade de silicone necessária para fazer o molde. 8 - Determinado o volume de silicone, solicite que coloquem o catalisador no silicone para que a peça possa endurecer. Para cada 1 ml de silicone, coloque uma gota de catalisador. 9 - Peça aos alunos que vertam a mistura dentro do molde bem devagar para não formar bolhas. Incentive-os a bater bem devagar o molde sobre a mesa para que as bolhas que se formaram possam subir à superfície. Porém, alerte-os para não bater com força, isso poderia fazer com que a peça se deslocasse da plastilina. 10 - Deixe secar. 11 - Peça que retirem o molde da caixa de papelão e a plastilina que está grudada na peça, não deixando ficar nenhum resíduo. 12 - A peça presa na parte de silicone, que acabaram de fazer, deve retornar à caixa de papelão. O silicone ficará na base da caixa e a peça para cima. 13 - Lembre-os de passar novamente a vaselina na peça e na borda do silicone. Caso isso não seja feito, o silicone despejado grudará no silicone feito anteriormente, formando um bloco único. 14 - Lembre-os do catalisador. Solicite que coloquem no silicone o catalisador e mexam bem. 15 - Os alunos deverão verter o silicone novamente, tomando todos os cuidados necessários, como feito anteriormente. 16 - Aí é só esperar secar e o molde estará pronto. 34 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia 17 - Solicite que os alunos abram a caixa de papelão novamente e abram o molde. A peça deverá ser retirada de dentro e o molde limpo. 18 - As duas partes do molde devem ser fechadas e colocadas dentro da caixa de papelão. 19 - Os alunos deverão escolher o material para fazer a fundição. Pode ser o próprio silicone ou algum outro material como o gesso. 20 - Como feito antes, peça que calculem a quantidade de material necessária para fazer a fundição da peça com os grãos de arroz. 21 - Com a quantidade necessária, verta dentro do molde. 22 - Os alunos deverão bater o molde devagar para as bolhas subirem à superfície. Deixe secar e retire a peça fundida de dentro do molde. 23 - A peça está pronta. Atividade III – Máscara Público: sem restrição Material para o molde: atadura gessada, vaselina, tesoura, água Material para a máscara: vaselina, papel de seda picado, papel sulfite picado, papel craft picado, cola branca, pincel 1 - Peça aos alunos que se organizem em grupos de três pessoas. Dois irão preparar o molde do rosto do terceiro. 2 - Solicite que os alunos cortem a atadura gessada em pedaços pequenos 2 cm x 2 cm, pedaços maiores 2 cm x 4 cm e outros intermediários e reservem. 3 - Com a ajuda de um voluntário, demonstre todo o processo, fazendo cada etapa lentamente e explicando para que os grupos entendam antes de começar o exercício. 4 - O aluno que servirá de modelo deverá passar vaselina em todo o rosto, da testa até a borda do queixo, principalmente nas sobrancelhas, cílios, barba e bigode – se for o caso. 5 - Os pedaços de atadura devem ser molhados um a um e colocados no rosto do modelo. É importante que os pedaços não fiquem mergulhados na água, isso faria com que o gesso se desprendesse da atadura. Peça que apenas molhem a atadura na água rapidamente. 6 - Ajude-os a começar pelo centro do rosto, lembrando-os que os pedaços menores devem ser colocados nas dobras do rosto – como por exemplo nas junções da bochecha e do nariz e nas dobras dos olhos. 7 - Aos poucos eles deverão chegar às extremidades. 8 - Observe para que o gesso não seja colocado em cima do cabelo e para baixo do queixo em direção ao pescoço – além de ser desnecessário, dificultará a retirada da máscara. 9 - Deixe secar. 10 - Auxilie os alunos na retirada dos moldes dos rostos, começando a soltá-los pelas bordas até que ele se destaque totalmente. 11 - Deixe secar sobre a mesa, colocando algo por baixo para que não deforme. 12 - Os alunos deverão passar vaselina na parte interna do molde e colocar os papéis de seda picados, um a um até cobrir toda a superfície. 35 13 - Terminada essa etapa, peça que passem, com um pincel, cola branca sobre uma pequena área de papel de seda e coloquem o papel craft picado para fazer uma nova camada. 14 - Eles deverão repetir o mesmo processo com uma camada de papel sulfite e novamente uma de papel craft. 15 - Quando todas as camadas estiverem secas, peça que retirem a máscara do molde e recortem os olhos, com uma tesoura de pontaou um estilete. 16 - Solicite que passem uma camada de cola sobre a primeira camada que foi feita com papel seda. Os papéis estarão um pouco soltos porque estavam presos apenas pela vaselina ao molde. 17 - Deixe secar. 18 - Para finalizar a máscara, os alunos deverão fazer uma nova camada de papel seda na parte externa e interna da máscara, pensando que será a camada de acabamento. Discuta com o grupo as possibilidades de cores do papel seda, as formas de cortar os pedacinhos e como colá-las para criar efeitos diferentes e criativos. 36 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia Material Complementar Vídeos: Fundição Artística Senai – Curso introdutório para fundição: www.youtube.com/watch?v=Z3bolWh95Xk Fundição Artística em Bronze – YouTube: www.youtube.com/watch?v=_oNAem9kk3g Molde de silicone: https://www.youtube.com/watch?v=fNKHssyoXbU Sites: Curso de Fundição Artística Curso Senai/ Osasco – Fundição Artística: http://metalurgia.sp.senai.br/3267/fundicao-artistica Portal Senai - Fundição artística por cera perdida: http://metalurgia.sp.senai.br/curso/62692/119/fundicao-artistica-por-cera-perdida Silicone Empresa Redelease: http://www.redelease.com.br/lojavirtual/borracha-de-silicone-para-moldes-1-030-kg-c-catalisador.html Empresa Siliarts: http://www.siliarts.com.br/borracha-de-silicone-1kg-gratis-catalisador-25gr-p1330 Marc Quinn Galeria Saatchi: http://www.saatchigallery.com/aipe/marc_quinn.htm Galeria Mary Boone: http://www.maryboonegallery.com/artist_info/quinn_info.html Ron Mueck Facebook: https://www.facebook.com/pages/Ron-Mueck/22193729909 Foundation Cartier: http://fondation.cartier.com/#/en/art-contemporain/26/exhibitions/866/ron-mueck/862/ron-mueck/ http://www.youtube.com/watch?v=Z3bolWh95Xk http://www.youtube.com/watch?v=Z3bolWh95Xk http://www.youtube.com/watch?v=_oNAem9kk3g http://www.youtube.com/watch?v=_oNAem9kk3g https://www.youtube.com/watch?v=fNKHssyoXbU http://metalurgia.sp.senai.br/3267/fundicao-artistica http://metalurgia.sp.senai.br/curso/62692/119/fundicao-artistica-por-cera-perdida http://www.redelease.com.br/lojavirtual/borracha-de-silicone-para-moldes-1-030-kg-c-catalisador.html http://www.siliarts.com.br/borracha-de-silicone-1kg-gratis-catalisador-25gr-p1330 http://www.saatchigallery.com/aipe/marc_quinn.htm http://www.maryboonegallery.com/artist_info/quinn_info.html https://www.facebook.com/pages/Ron-Mueck/22193729909 37 Referências BIRD, Michael. 100 ideias que mudaram a arte. São Paulo: Rosari, 2012. CHAVARRIA, J. Moldes. Lisboa: Editoria Estampa, 1999. FARTHING, S. Tudo Sobre Arte: os movimentos e as obras mais importantes de todos os tempos. Rio de Janeiro: Sextante, 2011. GOMBRICH, E. H. História da Arte. 16. Ed. Rio de Janeiro: Ltc-Livros Técnicos e Científicos, 2012. JANSON, H. W. Iniciação à História da Arte. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. MIDGLEY, Barry. Guia completa de Escultura, Modelado y cerâmica: tecnicas e materiales. Espanha: QED, 1995. RUHRBERG, K; HONNEF, F. Arte do século XX, v. 2. China: Taschen, 2010. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (São Paulo). Fundição Artística/SENAI-SP. São Paulo: SENAI-SP editora, 2012. WITTKOWER, R. Escultura. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 38 Unidade: Construção de Moldes, Fundição e Cópia Fonte das imagens Fig 01 = Wikimedia Commons Fig 02 = Wikimedia Commons Fig 03 = Wikimedia Commons Fig 04 = Wikimedia Commons Fig 05 = japudo.com.br Fig 06 = CHAVARRIA, J. Moldes. Lisboa: Editoria Estampa, 1999. Pg. 8 Fig 07 = paraffine.com.br Fig 08 = iStock/Getty Images Fig 09 = divertarte-loja.com Fig 10 = iStock/Getty Images Fig 11 até 37 = --- Fig 38 = Mark Longair/Wikimedia Commons Fig 39 = Alan Heardman/Wikimedia Commons Fig 40 = e-volvedmagazine.com Fig 41 = catracalivre.com.br Fig 42 = Jacinto Freixas Fig 43 = traffic-magazine.com Fig 44 = rioecultura.com.br Fig 45 = frieze.com Fig 46 = www.artadoo.com 39 Anotações