Buscar

PLANEJAMENTO estetico dentes anteriores

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Cristian Higashi
João Carlos Gomes
Sidney Kina
Oswaldo Scopin de Andrade
Ronaldo Hirata
Planejamento estético 
em dentes anteriores
A odontologia estética encontra-se em contínuo avanço e tem sido cada vez mais pra-
ticada nos últimos anos em virtude dos procedimentos adesivos e do desenvolvimento 
de materiais restauradores que buscam a reprodução das características naturais das 
estruturas dentais.
A estética para o ser humano é um conceito altamente subjetivo, pois se encontra 
relacionada a fatores sociais, culturais e psicológicos que se alteram em função do 
tempo, dos valores de vida e da idade do indivíduo. Devido a isto, a avaliação das 
expectativas do paciente e o entendimento das possíveis soluções terapêuticas são 
essenciais antes de iniciar qualquer planejamento.
Atualmente o cirurgião-dentista possui diversas opções restauradoras para os 
dentes anteriores. Procedimentos diretos ou indiretos, com resinas compostas ou ce-
râmicas, variáveis que muitas vezes dificultam o correto diagnóstico de qual técnica 
e qual material são mais adequados para cada situação clínica.
O conceito da Odontologia Restauradora atual preconiza que, para qualquer 
tipo de procedimento, o profissional deve sempre optar pelo tratamento mais conser-
vador, isto é, com maior preservação de estrutura dental sadia.
O plano de tratamento deve ser realizado de modo que permita formular um 
bom prognóstico a médio e longo prazo, não apenas em termos de estética, como 
também considerando os aspectos biológicos e funcionais.
Nenhum tipo de tratamento poderá ter êxito sem o estabelecimento de um corre-
to diagnóstico e adequado planejamento. Esta etapa é, provavelmente, uma das mais 
7
140
O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a
importantes e imprescindíveis para a obtenção de 
excelência (Baratieri, 2002).
Este capítulo objetiva apresentar algumas 
estratégias clínicas que visam facilitar o planeja-
mento e execução das restaurações estéticas em 
dentes anteriores, possibilitando trabalhar com 
uma maior previsibilidade de resultados e máxima 
preservação da estrutura dental.
ABORDAGEM INICIAL
O primeiro contato com o paciente que 
procura um tratamento odontológico estético 
tem por finalidade compreender as necessidades 
primordiais deste paciente, isto é, entender qual 
é o principal problema que o incomoda. Assim, o 
profissional deve ouvir atentamente as explicações 
do mesmo, buscando definir a personalidade do 
paciente, o nível de expectativa e o grau de exi-
gência com relação ao tratamento a ser realizado 
(Fradeani, 2006).
Uma seqüência de procedimentos pode ser 
feita para obter informações essenciais para a 
elaboração de um planejamento estético indi-
vidualizado, a começar por um exame clínico 
detalhado, que deve ser complementado com a 
requisição de radiografias, fotografias e modelos 
de estudo.
Radiografia e fotografia digital
A requisição de um levantamento radiográfi-
co periapical é uma documentação extremamente 
importante, pois dentre as suas várias funções, 
possibilita a verificação de possíveis lesões cariosas, 
acompanhamento de restaurações ou próteses den-
tárias antigas, além de possibilitar a observação da 
situação endodôntica e periodontal do paciente.
Em uma análise estética de dentes anteriores 
existem muitas informações a serem observadas, 
que dificilmente podem ser anotadas durante a 
primeira consulta clínica. A obtenção de fotografias 
em diferentes ângulos pode auxiliar o profissional 
a analisar com tranqüilidade detalhes estéticos na 
ausência do paciente (Gürel, 2003). Além do au-
xílio na montagem do plano de tratamento inicial, 
as fotografias podem ser úteis para diversas outras 
situações. É uma forma muito interessante de trans-
mitir para o paciente, informações sobre os pro-
blemas clínicos encontrados, podendo ampliar as 
imagens para uma melhor visualização. Diante de 
um momento crítico de decisão, como previamente 
à cimentação de laminados cerâmicos, estas foto-
grafias podem auxiliar na decisão de escolhas quan-
to à cor e forma das peças protéticas. Observando 
as imagens o paciente consegue opinar com maior 
clareza sobre quais alterações serão necessárias. 
Pode ser um excelente meio de comunicação com 
o laboratório de prótese (Magne, Belser, 2003), em 
que permite ao ceramista ter a visualização da face, 
do sorriso e do contorno de lábios do paciente, 
favorecendo a confecção de restaurações perso-
nalizadas e algumas fotografias específicas podem 
ser importantes nas correções cerâmicas a serem 
feitas. Atualmente, com a evolução das câmeras 
digitais, esta etapa está bastante facilitada, pois 
permite a visualização e veiculação quase imediata 
das imagens registradas, no entanto é necessário 
objetividade e padronização do número e ângulos 
das fotografias, a fim de realizar somente o registro 
das imagens que realmente serão aproveitadas, pois 
ao contrário, esta etapa pode se um passo descon-
fortável e irritante para o paciente.
Algumas fotografias podem ser padronizadas 
para a análise estética inicial dos dentes anterio-
res. Desta forma, oito fotos deverão ser realizadas 
(Figuras 7.1 a 7.8).
As imagens registradas, juntamente com os 
modelos de estudo conferem uma condição mais 
favorável para uma análise estética minuciosa a 
ser conduzida sem a presença do paciente.
141
CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES
■ Figura 7.1
Lábio em repouso e a boca entreaberta, para avaliar a ex-
posição dos incisivos superiores.
■ Figura 7.2
Lábio em repouso e boca entreaberta (foto de perfil), para 
a visualização do posicionamento dos dentes e do volume 
dos lábios.
■ Figura 7.3
Sorriso frontal, de pré-molar a pré-molar, utilizada para 
observar a altura e largura do sorriso; inter-relação das bor-
das incisais dos dentes superiores com o lábio inferior.
■ Figura 7.4
Dentes em MIH (máxima intercuspidação habitual), de 
canino a canino com o auxílio de um afastador de lábios, 
para avaliar o posicionamento e simetria entre os dentes 
anteriores.
142
O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a
■ Figuras 7.5 a 7.7
Com o auxílio de um afastador de lábios e um fundo escuro, 
permitem avaliar as formas e os contornos dentais e verificar 
as proporções entre os dentes anteriores.
7.5 7.6
7.7
■ Figura 7.8
Fotografia em “close-up” dos incisivos superiores para reg-
istro de pequenos detalhes, como a textura, definição dos 
mamelos, cristas marginais e áreas de translucidez, presen-
tes principalmente nos dentes de pacientes jovens.
143
CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES
Modelos de estudo e 
enceramento diagnóstico
A obtenção de modelos de estudo da arcada 
superior e inferior permitem uma visualização 
tridimensional dos dentes e tecidos adjacentes, 
impossível de se obter clinicamente. Através dos 
modelos pode-se observar detalhes gengivais, posi-
cionamento, inclinações, formas dentais e relações 
dos dentes em conjunto e com os seus antagonis-
tas (Conceição, 2005).
Quando múltiplas alterações estiverem indi-
cadas, um enceramento diagnóstico deve ser rea-
lizado sobre os modelos de estudo para facilitar 
a visualização da forma, posição e proporção das 
futuras restaurações, que devem ser realizadas de 
acordo com o melhor arranjo funcional e estético 
possível. Este enceramento é muito interessante 
para os pacientes com dificuldade de imaginar 
todas as possíveis modificações que podem ser 
realizadas em seu sorriso após o tratamento res-
taurador. Além de facilitar a comunicação entre 
profissional e paciente, o enceramento diagnósti-
co pode ser muito útil durante os procedimentos 
diretos e indiretos. Sua aplicabilidade clínica será 
melhor comentada posteriormente.
Ensaios diagnósticos intra-orais 
ou mock-up
A previsão do resultado final de um tratamen-
to é essencial quando do planejamento de uma 
reabilitação estética substancial (Magne, 1999).
Um planejamento restauradorem modelos de 
estudo e um ensaio restaurador intra-oral permite 
ao profissional trabalhar com maior previsibilidade 
de resultados e conseqüentemente com uma menor 
margem de erros em casos mais difíceis, quando 
múltiplas alterações deverão ser realizadas. Even-
tualmente, pode não ser necessário para problemas 
isolados envolvendo apenas um ou dois dentes.
Inicialmente é extremamente importante re-
definir a morfologia dental desejada através do 
enceramento diagnóstico. Quando há a necessidade 
de alteração da forma, comprimento ou posição do 
dente no arco, o ensaio pode ter grande valia para 
a visualização prévia do resultado final desejado 
(Figuras 7.9 a 7.14). Dependendo da situação clí-
nica encontrada e dos conhecimentos e habilidades 
do profissional, esta simulação pode ser realizada 
diretamente sobre os dentes, inserindo resinas 
compostas em áreas específicas para obtenção do 
melhor resultado estético e funcional possível.
■ Figuras 7.9 e 7.10
Enceramento diagnóstico para redefinição da morfologia dos dentes a serem restaurados.
7.9 7.10
144
O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a
■ Figuras 7.11 a 7.14
Enceramento diagnóstico para redefinição da morfologia dos dentes a serem restaurados.
7.11 7.12
7.13 7.14
É importante salientar que estes ensaios intra-
orais ou “restaurações de diagnósticos” devem 
ser realizados sem o condicionamento dos tecidos 
dentais, para depois de cumprida a sua finalidade 
poder ser facilmente removido.
Uma outra forma de se realizar este ensaio 
é a utilização de uma resina composta para res-
taurações provisórias, genericamente denominada 
bis-acryl, que se polimeriza quimicamente ao ser 
automisturada em pistolas com pontas semelhan-
tes às utilizadas nos sistemas de silicone de adição. 
Algumas marcas comerciais com o Structur 2 SC 
(Voco), Ultra-Trim (Bosworth) e Systemp C&B 
(Ivoclar Vivadent) podem ser encontradas no mer-
cado odontológico, disponíveis em diversas cores. 
Primeiramente faz-se uma moldagem do encera-
mento diagnóstico com silicone por condensação 
de uso laboratorial, posteriormente, a matriz obti-
da desta moldagem (Figura 7.15) é preenchida 
com uma resina bis-acryl (Figura 7.16), levada aos 
dentes não preparados, e mantida em posição até 
a completa polimerização. Ao final do tempo de 
polimerização, remove-se a matriz e pode-se ava-
liar o ensaio diagnóstico em posição (Figuras 7.17 
e 7.18). Neste caso, se algum desgaste dental for 
necessário, será realizado somente após a aprova-
ção da forma, tamanho e comprimento dental por 
parte do profissional e do paciente. É muito válido 
principalmente para os casos em que apenas um 
aumento do volume dental é necessário, muito 
freqüente em pacientes adultos ou idosos com 
incisivos desgastados ou envelhecidos.
145
CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES
■ Figura 7.15
Matriz obtida pela moldagem do enceramento diagnóstico, 
utilizada para a confecção do ensaio intra-oral.
■ Figura 7.16
A matriz de silicone é preenchida com uma resina bis-acryl, 
que deve ser levada aos dentes e mantida em posição por 
um tempo de aproximadamente 5 minutos.
■ Figura 7.17
Situação inicial.
■ Figura 7.18
Situação logo após a confecção do ensaio diagnóstico, pre-
viamente aos procedimentos de acabamento e polimento. 
Observe que este ensaio permite uma correta visualização 
do resultado final esperado, sem a necessidade de des-
gastes dentais prévios.
Após a conclusão do ensaio restaurador é ne-
cessário que o paciente e o profissional avaliem o 
resultado obtido e havendo a necessidade, ajustes 
e modificações intra-orais poderão ser realizados 
de acordo com as características e anseios de cada 
paciente.
146
O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a
INDICAÇÕES CLÍNICAS PARA 
RESTAURAÇÃO EM DENTES 
ANTERIORES
A reprodução das características dos dentes 
naturais sempre foi um dos grandes objetivos das 
técnicas e materiais restauradores.
Após a preconização do condicionamento do 
esmalte dental com ácido fosfórico por Buonoco-
re, em 1955, e o advento das resinas compostas 
com Bowen, em 1963, soluções restauradoras 
extremamente conservadoras e reversíveis torna-
ram-se possíveis.
A busca constante da estética natural, jun-
tamente com a evolução continuada de técnicas 
adesivas avançadas e formulações poliméricas 
e cerâmicas garantiu ao clínico e ao paciente a 
oportunidade para alcançar resultados funcionais 
e estéticos em longo prazo (Christensen, 1991; 
Meijering, 1997; Rucker, 1990; Welbury, 1991). 
Várias são as alternativas de abordagem clí-
nica dos problemas relacionados com a forma, 
posição e alinhamento, simetria e proporção, 
textura superficial e cor dos dentes anteriores 
(Heymann, 1987).
As indicações atuais dos procedimentos ade-
sivos são relativas, não existe mais a possibilidade 
que ocorria com as técnicas e materiais mais anti-
gos de indicações e contra-indicações autoritárias 
e seguras. Hoje quem define a indicação é o pró-
prio profissional, em vista de cada situação clínica 
(que é extremamente particular) e com base em 
conhecimentos científicos (Hirata, 1999).
Dentro desta abordagem, o limite entre as 
indicações para facetas diretas e indiretas será 
tênue, variando de acordo com o caso clínico em 
questão.
Tratamento restaurador direto
O recontorno cosmético com resinas compos-
tas é a técnica mais simples de restauração direta, 
não requer qualquer espécie de preparo, exige 
simplesmente o condicionamento ácido total do 
dente. A resistência e retenção são providas pela 
adesão ao esmalte. Representa a alternativa de 
escolha em casos em que não existem alterações 
de cor profundas, ou dentes cujo posicionamento 
não exige correção por meio de desgastes. Essa 
técnica representa a base do recontorno cosmético 
por aposição de resinas compostas, cujo objetivo 
principal é o reposicionamento do dente no arco, 
podendo também esta técnica ser empregada para 
o fechamento de diastemas e restaurações de 
dentes conóides. Desde que respeitadas as suas 
limitações, principalmente com relação à seleção 
do caso e a sensibilidade da técnica, os recon-
tornos cosméticos são restaurações que podem 
proporcionar ou devolver a harmonia do sorriso 
de forma excepcional.
As resinas compostas oferecem resultados 
de tratamentos adequados para pacientes jovens. 
Em adultos são apropriadas quando o volume, a 
extensão ou o número de restaurações é limitado 
(Magne, Belser, 2003).
Aqueles casos em que já existe um comprome-
timento razoável da cor, com escurecimento médio 
ou elevado, a alternativa restauradora invariavel-
mente exigirá um preparo do remanescente dental, 
visando uma espessura e campo de trabalho para 
a execução de uma faceta. Outros casos que exi-
girão preparo são dentes com extrema vestibulari-
zação, onde para o correto alinhamento no arco, 
exige-se um desgaste da superfície vestibular.
Para os dentes escurecidos, o clareamento 
dental prévio sempre deve ser proposto como tra-
tamento inicial.
Em situações isoladas, com a presença de pro-
blemas localizados, referentes a apenas um dente 
conóide ou fraturado ou escurecido, com muita 
estrutura dental remanescente, talvez a técnica 
direta seja mais recomendada pela versatilidade e 
possibilidade de reprodução mais fiel dos dentes 
vizinhos.
As restaurações diretas possuem a grande 
vantagem de ser unicamente dependente do profis-
sional, um procedimento centralizado; o resultado 
será, portanto, diretamente proporcional à técnica 
e ao conhecimento daquele que estiver executan-
do, sendo também uma faca de dois gumes.
Outra vantagem do processo direto é o custo 
do procedimento, que é relativamente mais baixo 
do que aqueles que envolvem parte laboratorial. 
O número de sessões para execução (sessão única) 
também mostra ser uma vantagem importante, 
apesar de esta ser relativamente longa.
A resistência e a estabilidade de cor das resi-
nas compostas, apesarde inferiores em relação às 
cerâmicas, são satisfatórias e dependerão do caso 
em que as restaurações foram indicadas e como 
foram executadas e ajustadas. O tempo estimado 
de vida infelizmente não pode ser calculado devi-
do ao caráter multifatorial envolvido.
147
CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES
Tratamento restaurador indireto
Quando vários dentes anteriores apresentam 
perda significativa da estrutura coronal, as res-
taurações cerâmicas são indicadas (Magne, Belser, 
2003).
Casos clínicos em que problemas generaliza-
dos são observados, bem como grande número 
de restaurações extensas, com manchamentos, 
alterações de forma observados em vários dentes, 
estes são sérios candidatos ao facetamento indi-
reto. Descolorações por tetraciclina, resistentes 
ao clareamento, podem também ser efetivamente 
tratadas com laminados cerâmicos, podendo 
apresentar elevada satisfação com relação à 
cor após 2,5 anos de acompanhamento clínico 
(Chen, 2005).
Na necessidade de reposição de guia anterior, 
provavelmente as facetas indiretas sejam mais in-
dicadas, pela maior resistência mecânica oferecida. 
Lembre-se que um correto ajuste dos movimentos 
excursivos influencia diretamente a longevidade e 
preservação da área incisal.
Pacientes com expectativas altas, com senti-
dos apurados para estética, que apresentam face-
tas de resinas compostas insatisfatórias realizadas 
anteriormente, solicitando resultados com outros 
materiais mais estáveis, com menos manchamen-
tos e melhor estética são casos para facetamento 
indireto.
A grande vantagem da natureza da técnica 
indireta é a fabricação das peças de forma extra-
oral, otimizando os resultados estéticos e os pro-
cedimentos de acabamento e polimento.
Os laminados cerâmicos apresentam diversas 
vantagens, pois reúnem algumas das qualidades 
dos compósitos, como a capacidade de ser cola-
do ao substrato dental; e das cerâmicas, como a 
estabilidade de cor, alta resistência e durabilidade, 
expansão térmica e rigidez semelhante ao esmalte 
dental.
Estudos in vivo demonstram um elevado po-
tencial para o estabelecimento de uma excelente 
adaptação marginal, manutenção da integridade 
periodontal e alto grau de satisfação pelos pacien-
tes (Peumans et al., 2000).
UTILIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO 
INICIAL PARA O TRATAMENTO 
RESTAURADOR
O planejamento inicial é fundamental na bus-
ca pelos melhores resultados estéticos e funcionais 
dos procedimentos restauradores. A utilização de 
algumas técnicas aliadas a este planejamento per-
mite a execução do trabalho com maior previsi-
bilidade de resultados e com máxima preservação 
da estrutura dental.
Uso do enceramento diagnóstico 
e matriz palatina para confecção 
de restaurações diretas
Um bom tipo de matriz para dentes anteriores 
fraturados, restaurações classe IV extensas, redu-
ção e/ou fechamento de diastemas e recontornos 
cosméticos pode ser obtido a partir de um ensaio 
restaurador diagnóstico (Figura 7.19), por meio de 
uma moldagem com a parte densa de um silico-
ne por adição ou condensação. Essa matriz é na 
verdade um “guia de silicone”, que pode ser feita 
diretamente na boca ou a partir de um modelo 
de gesso (Baratieri et al., 2002). Para ambos os 
casos devem-se primeiramente realizar um ensaio 
diagnóstico, como citado anteriormente. Após a 
reconstrução dos dentes a serem restaurados, na 
boca ou no modelo de gesso (enceramento diagnós-
tico), uma moldagem, sem moldeira, com a parte 
densa de um silicone por adição ou condensação 
deverá ser feita, envolvendo todo o dente (Figura 
7.20). Pode-se também utilizar silicones polimeri-
zados por condensação, de uso laboratorial, como 
o Zetalabor (Zhermack), Silon IP (Dentsply) ou 
Perfil Lab (Vigodent), sendo estes muito rígidos e 
excelentes para este fim. Após a presa do material 
de moldagem, o molde deverá ser retirado e, com 
auxílio de uma lâmina de bisturi nº 12 ou 15 (fea-
ther), recortado no sentido mesio-distal, removendo 
apenas a porção vestibular, de modo que o rebordo 
incisal permaneça na matriz de silicone (Behle, 
2000) (Figura 7.21). Após o recorte do molde, este 
deve ser levado em posição para verificar e testar o 
assentamento correto (Figura 7.25).
148
O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a
■ Figura 7.19
Planejamento inicial com enceramento diagnóstico sobre os 
modelos de estudo do paciente.
■ Figura 7.20
Moldagem do enceramento diagnóstico com um silicone de 
uso laboratorial Zetalabor (Zhermack). Observe o completo 
envolvimento de todo o dente.
■ Figura 7.21
Recorte da matriz no sentido mesio-distal, preservando so-
mente a região palatina e incisal.
■ Figura 7.22
Posicionamento da matriz palatina no modelo de gesso 
encerado.
■ Figuras 7.23 e 7.24
Caso inicial antes e após a remoção das restaurações antigas, respectivamente. Foi utilizada uma técnica de isolamento abso-
luto modificado.
7.23 7.24
149
CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES
Uma das grandes vantagens de se trabalhar 
com este tipo de matriz é a segurança do correto 
posicionamento dos bordos incisais e proximais, 
onde a partir da região palatina outras camadas 
de resinas são inseridas pela técnica incremental 
policromática (Figuras 7.26 a 7.28).
■ Figura 7.25
Verificação intra-oral do correto assentamento da matriz 
palatina.
■ Figuras 7.26 a 7.28
Restauração pela técnica incremental policromática com 
inserção das resinas a partir da região palatina. Note que 
a utilização matriz permite a visualização prévia do cor-
reto posicionamento e comprimento da restauração final 
planejada.
7.26 7.27
7.28
150
O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a
7.29 7.30
7.31 7.32
■ Figuras 7.29 a 7.32
Resultado final obtido.
Uso do enceramento diagnóstico 
em preparos dentais para 
laminados cerâmicos
Para o desgaste da superfície do esmalte é 
essencial restabelecer o volume original do dente. 
Para isto, o uso de um enceramento diagnóstico e 
uma correspondente matriz de silicone é imperati-
vo a esta consideração (Magne, 1999).
Para os procedimentos indiretos, a forma 
e a espessura do preparo dental são variáveis 
possíveis para o sucesso das restaurações cerâ-
micas e diferentes geometrias de preparos podem 
ser encontradas na literatura. Dentre as várias 
técnicas de preparo descritas, independente do 
autor e tipo de tratamento proposto, um dos 
objetivos principais é a máxima preservação das 
estruturas dentais sadias, desta forma, pode-se 
utilizar uma matriz para nortear a espessura de 
desgaste. Esta matriz é obtida pela moldagem do 
enceramento diagnóstico e deve ser recortada no 
sentido horizontal, de forma a utilizar somente a 
face vestibular da mesma. Posiciona-se a matriz 
nos dentes antes de iniciar o procedimento de 
preparo para verificar sua estabilidade e correto 
assentamento, porém quando o posicionamento 
dos dentes não permitir que isto ocorra, alguns 
desgastes prévios serão necessários (Figuras 7.33 
a 7.35). Durante o preparo dental esta mesma 
matriz deve ser novamente posicionada para 
avaliar os locais específicos a serem desgastados, 
permitindo assim preparos mais conservadores. 
O espaço necessário na região incisal pode ser 
controlado com uma matriz palatal (Figura 7.36) 
e após a finalização de todo preparo é necessário 
o posicionamento da matriz para verificar se há 
uma espessura adequada para a confecção da res-
tauração (Figura 7.37). Portanto, a quantidade de 
desgaste da estrutura dental é calculada tendo em 
vista o resultado final da restauração cerâmica e 
não em relação ao que está presente no paciente, 
como era realizado na técnica convencional da 
silhueta. Resulta-se assim em preparos minima-
mente invasivos e com máxima preservação da 
estrutura dental sadia (Figura 7.38).
151
CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES
■ Figuras 7.33 a 7.35 *
Desgastes dentais necessários para o correto assentamento 
da matriz (setas).7.33 7.34
7.35
■ Figura 7.36*
Espaço de aproximadamente 2 mm necessários para a 
região incisal dos laminados cerâmicos.
■ Figura 7.37 *
Verificação da espessura necessária para a confecção da 
restauração. 
* (Mesmo paciente das Figuras 7.9 a 7.18).
■ Figura 7.38 *
Preparos dentais finalizados.
152
O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a
■ Figuras 7.40 e 7.41 *
Visão final dos provisórios para laminados cerâmicos, após a remoção dos excessos e glazeamento.
Uso do enceramento diagnóstico 
para confecção de provisórios 
diretos
Uma restauração provisória adequada é ne-
cessária para proteção dental contra as injúrias 
térmicas e infiltrações bacterianas. Para os casos 
de laminados cerâmicos, o objetivo dos provisó-
rios, além dos já citados acima, é prover a função 
e estética planejada no início do tratamento, pos-
sibilitando uma comunicação direta com o pa-
ciente e o laboratório a fim de melhorar pequenos 
detalhes que podem influenciar no resultado final 
da restauração.
Os provisórios diretos podem ser confeccio-
nados da mesma forma que os ensaios restaura-
dores de diagnóstico (Figuras 7.15 a 7.18), isto é, 
utilizando as resinas denominadas bis-acryl, com 
a mesma matriz obtida do enceramento diagnós-
tico. Ela é levada aos preparos e mantida em 
posição até a completa polimerização da resina. 
Ao final do tempo de polimerização, remove-se a 
matriz (Figura 7.39) e se realiza os acabamentos 
e polimentos necessários nas restaurações provisó-
rias, que estão unidas entre si e serão cimentadas 
provisoriamente com cimentos translúcidos como 
o Temp Bond Clear (SDS Kerr) ou Provitemp 
(Biodinâmica), proporcionando assim uma maior 
previsibilidade dos resultados finais relacionados 
à forma dos laminados cerâmicos a serem con-
feccionados. Um glazeamento final (polimento 
através da aplicação de uma resina líquida) des-
tes provisórios pode ser feito com uma resina 
fotopolimerizável própria para este procedimento, 
como o Biscover (Bisco) utilizado para aumentar o 
brilho, a estabilidade de cor e o polimento destas 
restaurações (Figuras 7.40 a 7.42). É importante 
salientar que este produto não se polimeriza com-
pletamente com ativação por algumas luzes de 
aparelhos LED, sendo necessário a fotoativação 
com luz halógena.
■ Figura 7.39 *
Após aproximadamente 5 minutos, tempo necessário para 
a polimerização da resina bis-acryl, remove-se a matriz e se 
realiza os acabamentos e correções necessárias.
7.40 7.41
* (Mesmo paciente das Figuras 7.9 a 7.18).
153
CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES
Após a cimentação dos provisórios, é normal 
o paciente queixar-se do excessivo volume dental. 
Para isto, ele deve ser informado que o objetivo 
da avaliação estética dos provisórios requer uma 
análise clínica de vários dias e conseqüentemente 
deve-se “provar” as restaurações provisórias por 1 
a 2 semanas, para em uma outra consulta discutir 
alterações possíveis a serem feitas.
Se alterações forem posteriormente realizadas, 
uma melhor forma de transferir estas alterações 
para o laboratório é por meio de uma moldagem 
final dos provisórios com alginato ou silicone por 
condensação. Este é o melhor meio de transferir 
a correta posição incisal, forma e posicionamento 
dos dentes para o laboratório e deve ser enviado 
juntamente com as fotografias intra e extra-orais 
do paciente.
ÚLTIMAS CONSIDERAÇÕES
Um correto conhecimento das técnicas e 
materiais restauradores é essencial para o plane-
jamento e execução de restaurações estéticas em 
dentes anteriores.
O protocolo de tratamento descrito neste 
capítulo possibilita uma melhor interação entre 
o profissional, o paciente e o laboratório, através 
das fotografias e dos modelos de estudo encera-
dos. Demonstrou que a utilização do enceramento 
diagnóstico com o auxílio das matrizes de silicone 
facilita a confecção de restaurações diretas, auxilia 
no planejamento de laminados cerâmicos e permi-
te a realização de preparos dentais tendo em vista 
o resultado final estético desejado.
■ Figura 7.42 *
Caso finalizado.
* (Mesmo paciente das Figuras 7.9 a 7.18).
154
O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a
Referências
 1. Baratieri LN et al. Caderno de Dentística: restau-
rações adhesivas diretas com resinas compostas em 
dentes ateriores. São Paulo, Livraria Editora Santos, 
2002.
 2. Behle C. Placement of direct composite veneers utili-
zing a silicone buildup guide and intraoral mock-up. 
Pract Periodontics Aesthet Dent v. 12, n. 3, p. 259-
66, apr. 2000.
 3. Bowen RL. Properties of silica-reinforced polymer 
for dental restorations. J Am Dent Assoc Chicago v. 
66, n. 1, p. 57-64, jan. 1963.
 4. Buonocore MG. A simple method of increasing the 
adhesion of acrylic filling materials to enamel surfa-
ces. J Dent Res v. 34, n. 6, p. 849-853, dec. 1955.
 5. Chen J et al. Clinical evaluation of 546 tetracycline-
stained teeth treated with porcelain laminate veneers. 
J Dent v. 33, n. 1, p. 3-8, jan. 2005.
 6. Conceição EN et al. Restaurações Estéticas: compó-
sitos, cerâmicas e implantes. Porto Alegre, Artmed, 
2005.
 7. Christensen GJ, Christensen RP. Clinical obser-
vations of porcelain veneers: a three year report. 
J Esthet Dent v. 3, n. 5, p. 174-9, sep./oct. 1991.
 8. Dietschi D, Dietschi JM. Current developments in 
composite materials and techniques. Pract Perio-
dontics Aesthet Dent v. 8, n. 7, p. 603-13, Sep. 
1996.
 9. Fradeani M. Análise Estética: uma abordagem sis-
temática para o tratamento protético. São Paulo, 
Quintessence Editora Ltda, 2006.
 10. Gürel G. The science and art of porcelain laminate 
veneers. Baden-Baden, Quintessence Books, 2003.
 11. Heymann HO. The artistry of conservative esthetic 
dentistry. J Am Dent Assoc (Special Issue) p. 14E-
23E, Dec.1987.
 12. Hirata R, Carniel CZ. Solucionando alguns proble-
mas clínicos comuns com uso de facetamento direto 
e indireto: uma visão ampla. JBC J Bras Clin Estét 
Odontol v. 3, n. 15, p. 7-17, 1999.
 13. Magne P, Belser U. Restaurações adesivas de porcela-
na na dentição anterior – uma abordagem biomiméti-
ca. Quintessence Editora Ltda, São Paulo, 2003.
 14. Magne P et al. Crack propensity of porcelain la-
minate veneers: A simulated operatory evaluation. 
J Prosthet Dent v. 81, n. 3, p. 327-34, mar. 1999.
 15. Meijering AC et al. Pacients’ satisfaction with diffe-
rent types of veneer restorations. J Dent v. 25, n. 6, 
p. 493-97, nov. 1997.
 16. Peumans M et al. Porcelain veneers: a review of the 
literature. J Dent v. 28, n. 3, p. 163-77, mar. 2000.
 17. Rucker ML et al. Porcelain and resin veneers clini-
cally evaluated: 2-year results. J Am Dent Assoc v. 
121, n. 5, p. 594-6, nov. 1990.
 18. Welbury RR. A clinical study of a microfilled com-
posite resin for labial veneers. Int J Paediatr Dent v. 
1, n. 1, p. 9-15, 1991.

Outros materiais