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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA NUTRIÇÃO – 7º PERÍODO NUTRIÇÃO CLÍNICA II PROFESSORA – VIVIANE MACEDO NOME: Janaina Viana Alves Vieira INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA PACIENTE SEXO – Feminino IDADE – 58 ANOS PESO – 79,10 Kg ALTURA – 1,56 M 1)Classifique o estado nutricional desta paciente. IMC = 79,1/(1,56) X (1,56) = 32,5 Kg/M2 – Obesidade grau 1. Paciente apresenta boa hidratação, P. A. pouco elevada, edema nos membros inferiores. Exames bioquímicos com altas taxas de uréia sérica, creatinina sérica, creatinina urina, ácido úrico e baixas taxas de sódio e do clearence de creatinina, dados sugestivos para doença renal, indico avaliação de profissional nefrologista. Os exames também mostram HT e HB baixo que é sugestivo para anemia. 2) Explique a causa das alterações da função renal e a conseqüência desta patologia. As causas desta doença são várias, os rins tornam-se incapazes de proceder à eliminação de certos resíduos produzidos pelo organismo. A insuficiência renal crónica torna-se avançada, quando a percentagem de rim funcional é inferior aos 20%; muitas vezes, só nesta fase surgem os primeiros sintomas. As alterações do equilíbrio dos electrólitos ou ácido-base, assim como a acumulação de produtos residuais, são indicadores de insuficiência renal. Na Insuficiência Renal Crónica (IRC) ocorre a perda lenta progressiva, irreversível das funções renais (é nesta fase que se aconselha os doentes a iniciarem um caminho pessoal de preparação para a diálise), a doença renal crónica é uma patologia progressiva, com elevada taxa de mortalidade, que ameaça tornar-se num grave problema de saúde pública com implicações sérias no Serviço Nacional de Saúde. As doenças que podem provocar uma insuficiência renal crónica são: · Glomerulonefrite · Pielonefrite · Rins poliquísticos · Diabetes · Hipertensão arterial Uma doença importante que leva à insuficiência renal crónica é a glomerulonefrite: inflamação dos glomérulos. O termo refere-se a uma diversidade de doenças inflamatórias que afetam os glomérulos. Outra causa importante é a diabetes mellitus de longa data (15-20 anos), que dá origem a lesões estruturais nos rins. Para além destas causas, há muitas outras, incluindo: infecções das vias urinárias ascendentes, que em certos casos podem disseminar-se à pélvis do rim e causar pielonefrite. A hipertensão durante um período de tempo prolongado pode causar endurecimento dos pequenos vasos sanguíneos dos rins, ou seja, nefrosclerose. Algumas doenças congênitas provocam a destruição dos rins, como é o caso da doença renal poliquística. Entre as doenças que afetam os rins, a diabetes e a hipertensão são as mais frequentes. Seguem-se depois a glomerulonefrite (inflamação nas unidades funcionais dos rins, os néfrons, onde ocorrem os processos de absorção, reabsorção e excreção de solutos, durante a produção da urina), as doenças renais intersticiais, as hereditárias e as de causas desconhecidas, que representam 20% dos casos. Complicações Independentemente da etiologia da doença de base, os principais desfechos em pacientes com DRC são as suas complicações (anemia, acidose metabólica, desnutrição e alteração do metabolismo de cálcio e fósforo), decorrentes da perda funcional renal, óbito (principalmente, por causas cardiovasculares) e perda de função renal. 3) Descreva sua conduta e monte um exemplo de plano alimentar de acordo com as necessidades. Justifique sua resposta. Recomendações Nutricionais As necessidades energéticas do doente em tratamento não são muito diferentes da população em geral. No entanto, para doentes obesos podem ser recomendados aportes calóricos mais baixos. Dieta Hipocalórica, hipoproteica, normoglicídica e normolipidica. Sugiro dieta hipoproteica para melhorar os sintomas urémicos e prevenir ou tratar muitas das implicações da IRC. Recomenda-se uma ingestão de 0,6 – 0,8g de proteína/Kg/dia, sendo que pelo menos 60% sejam de alto valor biológico, isto é, apesar de ser uma alimentação pobre em quantidade de proteínas, estas devem ser proteínas bem absorvidas pelo organismo, como por exemplo, proteínas animais: carne, peixe, ovos, leite e derivados. A melhoria dos sintomas ocorre porque a dieta hipoproteica também restringe a ingestão de fósforo e sódio. Recomendo dieta rica em carboidratos (50 – 60% do valor calórico total), devendo privilegiar o consumo dos Complexos, como o amido, hidrato de carbono complexo mais comum, existente nos cereais como pão, massa, batata e leguminosas. Em relação aos lípidos são geralmente recomendados 30 – 40% do valor calórico total, sendo mais ricos em gorduras monoinsaturadas. . Sódio, Potássio e Líquidos A hipertensão aumenta conforme a função renal se deteriora. Por este motivo, a redução da ingestão de sódio é necessária pois a paciente é hipertensa com edema nos membros superiores. Normalmente é recomendado uma ingestão máxima de 3g/dia, sendo o ideal entre 1 -2g/dia. O potássio e os líquidos não são normalmente restringidos, até que haja uma perda significativa da função renal. Paciente apresenta níveis normais de potássio, no entanto, é importante a monitorização regular dos doentes nestas fases para evitar a hipercaliémia e mais raramente a hipocaliémia. Cálcio e Fósforo A absorção intestinal de cálcio está comprometida com o aumento da progressão da IRC, devido à alteração do metabolismo da vitamina D. As dietas pobres em fósforo, são geralmente pobres em cálcio, portanto, poderá ser necessária a suplementação de vit. D. Os níveis elevados de fósforo estão diretamente ligados à progressão da IRC, sendo importante o controle da ingestão deste mineral. No entanto, as dietas hipoproteicas já são pobres em fósforo. Conforme a IRC progride poderá ser necessária a utilização de quelantes de fósforo, em adição à restrição alimentar deste mineral, para manter o nível adequado. Recomendações nutricionais para doentes com DRC em fase pré-dialítica. Nutriente Recomendações Proteínas 0.6-0.8 g/kg PCI*/dia(50% de alto valor biológico) Energia 30-35 kcal/kg PCI/dia se idade > 60 anos.< 30 kcal/kg PCI/dia se idade < 60 anos Carboidratos 50%-60% do total calórico Lípidos totais 30%-35% do total calorico25-35% do total calorico, se existir dislipidemiaLípidos saturados: 7%-10% do total calorico;ouLípidos Polinsaturados: 7%-10% do total caloricoAté 10% do total caloricoLípidos Monoinsaturados 10%-20% do total caloricoAté 20% do total calorico Sódio 800 - 2500 mg/dia(80 - 100 mmol sódio ou 5 g sal por dia ) Potássio Sem restrição a não ser que os níveis séricos sejamelevados. Se K+ >5.5 mmol/l recomenda-se 1.0 mmol/kg PCI Fósforo De acordo com valores analíticos. Se fósforo sérico> 4.6 mg/dl (> 1.49 mmol/l) recomendam-se 600-1000 mg/dia(19-31 mmol/l) Cálcio 1200 a 1400 mg/dia Líquidos Sem restriçãoVolume de urina de 24-horas + 750 ml, se edemas Magnésio 200 a 300 mg/dia (não suplementar) Ferro Individualizado Zinco Suplementar apenas se houver deficiência de zinco confirmada 4) Cite 5 orientações nutricionais relacionadas a função renal. · Incluir frutos, legumes e hortaliças na alimentação diária. · Aumentar o aporte alimentar em fibra (solúvel e insoluvel), como os produtos frutas, verduras, pão e cereais integrais entre outros alimentos. No entanto de ter em conta que os alimentos ricos em fibra têm uma quantidade mais elevada de fósforo e potássio. · Incluir peixes gordos na alimentação (2 a 3x por semana), como a cavala, sardinha, salmão, chicharro e atum fresco. · Limitar a ingestão de gorduras saturadas, preferindo carnes “brancas” magras, evitando a carne vermelha e outros alimentos com elevado conteúdo em gordura e minimizando a ingestão de gorduras hidrogenadas, nomeadamente produtos de confeitaria e pastelaria. · Minimizar o consumo de alimentos e bebidas com açúcar adicionado, como bolos, bolachas e refrigerantes. · Cozinhar os alimentos com pouco ou nenhum sal. · Assegurar um bom controlo glicémico caso seja diabético. · Insistir no fracionamento alimentar (5 a 6 refeições/dia) e preferir carboidratos de absorção lenta (cereais, massas, pão).
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