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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM GESTÃO DE PROJETOS Resenha Crítica de Caso Otávio Silva da Rocha Trabalho da disciplina: Gerenciamento De Pessoas Tutor: Prof. Marcelino Tadeu De Assis Rio de Janeiro http://portal.estacio.br/ 2 2019 MARY CAROLINE TILLMAN NA EGON ZEHNDER: CAÇANDO TALENTOS NO SÉCULO XXI Referencias: A professora Francesca Gino e o Professor Bradley Staats (Universidade da Carolina do Norte, Kenan Flagler Business School) prepararam este caso. O desenvolvimento deste caso foi financiado por Harvard Business School. Este estudo de caso teve sua última revisão em de fevereiro de 2016. Este estudo de caso narra a experiencia vivida por Mary Caroline Tillman, uma das sócias, e líder da atividade de serviços financeiros global da empresa Egon Zehnder (EZ). Uma empresa especializada em prestar assessoria executiva com foco no desenvolvimento profissional, e recrutamento e seleção. O início do caso desenvolve-se a partir do questionamento feito por Mary Caroline sobre o planejamento que estava sendo realizado pela EZ para sucessão do CEO de uma empresa de prestação de serviços financeiros, a Dunnock Bank, que possuía sede no Reino Unido. O Dunnock Bank era representado por um grupo de conselheiros que procuravam três candidatos capazes de sucederem o seu CEO. Havia expectativa de que essa sucessão ocorresse nos próximos três ou cinco anos. Egon P.S. Zehnder, fundou a Egon Zehnder Internacional em 1964, e posteriormente foi renomeada de EZ. Após a conclusão de seu curso de MBA, Zehnder trabalhou com publicidade e em uma empresa de recrutamento e seleção de executivos a Spencer Stuart. Zehnder decidiu abrir sua empresa, pois haviam discordâncias filosóficas com Spencer Stuart sobre os princípios que regiam a empresa. Um dos diferenciais de sua empresa para seus concorrentes era pagamento de salário fixo para seus consultores não os remunerando apenas pelo seu desempenho. A empresa focava suas buscas por profissionais com carreiras consolidadas, profissionais bem-sucedidos no mercado. Para manter o diferencial oferecido aos seus clientes a empresa cobrava um adiantamento fixo, sendo este o pagamento de salário aos consultores e parceiros da empresa. Diferente de outras empresas o objetivo da EZ era de colocar-se como um parceiro estratégico de confiança para os seus clientes. Isso trazia mais segurança os clientes, criando um vínculo maior do que o relacionamento entre prestador de serviço e cliente. Haviam sete valores principais: ser uma empresa profissional, pessoal, capaz, colegial, focada nos clientes, comprometida com a diversidade e inclusão, e orgulhosa de seu legado. Nos anos subsequentes, Zehnder foi expandindo seu negócio, abrindo escritórios em todo mundo maximizando as atividades da empresa. 3 No ano de 2014, a EZ já tinha mais de 400 consultores e mais de 400 pesquisadores trabalhando em 68 escritórios em 41 países. Em 1978, a empresa passou a ser estruturada como uma sociedade. A empresa foi dividida em partes iguais aos sócios, e em um curto espaço de tempo passou a ocupar o grupo das cinco maiores empresas de recrutamento de executivos do mundo. A sociedade foi distribuída em partes iguais a entre todos os sócios, proporcionando-lhes o direito de um voto igual. À medida que fossem se aposentando os sócios devolveriam sua participação. Vendendo suas partes de volta a EZ de acordo com o valor praticado no mercado. Ser sócio era uma posição muito privilegiada, os sócios eram escolhidos de forma criteriosa. Os processos seletivos eram intensos, extensos e complexos. Após passarem por um criterioso processo de avaliação que foca em habilidades cognitivas, construção de relações de trabalho, método Gettign Things Done etc. Os candidatos que eram proativos, com ímpeto, energia e um senso de urgência que traz resultados e aptidão pessoal, eram direcionados para entrevistas diretamente com Zehnder. A partir do momento que se tornavam colaboradores sua mentalidade era moldada buscando a permanência destes. O que ficava entendido é que se chagaram a entrar, é porque tinham muito com o que somar com à organização. Os salários eram atrativos e baseados em taxas fixas, os bônus eram pagos a partir do desempenho geral da empresa. Os consultores eram contratados geralmente após um bom desempenho deles em outros campos relacionados. O Objetivo da empresa era na contratação de pessoas de alto nível, com formação superior, podendo ser MBA ou PhD. Essas exigências serviam para que consultores pudessem ter diálogos produtivos em uma conversa com um CEO de uma organização. Tudo fazia com que a empresa evitasse construir uma estrutura fortemente piramidal de bancos de investimento tradicionais e empresas de consultoria administrativa. Antes de ser contratada pela EZ, Mary Caroline Tillman, havia passado 13 anos na em uma empresa chamada JP Morgan, trabalhando como diretora operacional executiva da divisão de bancos de investimentos. A EZ exigia uma serie de critérios para a entrada de novos candidatos. Os que cumpriam os requisitos exigidos se aproximavam de ao percentual de 90% das escolhas de seus clientes. Um nível de acuracidade invejável para qualquer empresa do seu ramo de negócio. Seus concorrentes frequentemente tentavam recrutar seus consultores e parceiros, porém não costumavam ter sucesso em suas investidas. O relato de um funcionário da empresa dizia que “Os consultores da EZ pensam nos seus trabalhos, eles não o consideram transicional. Este é um lugar onde nunca paramos de aprender.” Em modo geral o trabalho da EZ era dividido em duas categorias: • Recrutamento de executivos e • Avaliação e desenvolvimento, O recrutamento de executivos era a principal atividade da empresa. Em 2014, 80% da receita da empresa foi de responsabilidade dessa atividade. O recrutamento era realizado através de cinco etapas, que incluíam: 4 1. Definição e avaliação das necessidades, 2. Identificação dos candidatos, 3. Avaliação dos candidatos, 4. Conclusão e 5. Integração. Depois de o cliente contratar a EZ, o principal passo era entender os objetos da organização no recrutamento e então, estabelecer uma explicitação inicial. Com os propósitos identificados, os consultores da EZ determinariam a estratégia de consulta adequada para garantir que a firma identificasse os melhores candidatos. Eram feitas entrevistas e avaliações dos históricos de referências dos mesmos, e essas entrevistas e análises eram feitas geralmente por dois associados da equipe. Foi investido tempo, dinheiro e capital intelectual pela EZ no desenvolvimento do seu modelo de competências, e com a passar dos anos, ela desencobriu nove competências-chave, bem como meios de avaliação para cada uma delas. Estas competências chave incluíam orientação estratégica, introspecção de mercado, liderança durante mudanças, impacto do cliente, orientação comercial, orientação dos resultados, colaboração e influência, liderança de equipes e construção de competências organizacionais. A EZ focava nas quatro ou cinco competências que eram mais relevantes para a posição dependendo do tipo de competência ou avaliação. Tillman estava diante de uma situação delicada, ao confrontar o planejamento de sucessão do cargo de CEO da Dunnock Bank, que a Egon Zehnder estava realizando. Mary possuía mais um nome para ocupar a terceira vaga e sabia que seria amplamente questionada por sua opinião, pois duas das posições provavelmente seriam ocupadas pelos atuais chefes dos setores globais de varejo e banco de investimento, e para a terceira posição Andrew Jennings era apontado como favorito. Foi então que uma das sócias chamada Karen Strella juntamente com um consultor abordaram Mark Byford, sugerindo criação de ummodelo potencial e em busca de apoio financeiro para tal. O objetivo era criar um modelo que identificasse a capacidade de criar valor sustentável. Os testes iniciais foram feitos internamente. O modelo de potencial final era constituído de quatro dimensões, seu desenvolvimento foi baseado e fundamentado em pesquisas psicológicas. As dimensões eram as seguintes: curiosidade, introspecção, engajamento e determinação, dimensões essas que apontavam pessoas que mesmo sem possuírem uma vasta experiência, poderiam superar as competências cognitivas que lhes faltassem. Em várias situações, o modelo de competência confrontava o modelo de potencial, ambos eram colocados à prova. Em suma o modelo de potencial acabava se sobressaindo. Na avaliação do modelo de potencial, por outros membros da EZ era destacado como o entendimento e avaliação de candidatos exigia um equilíbrio delicado entre a análise e a intuição. Mesmo o modelo com base em entrevistas fosse extremamente prático para as avaliações dos executivos, a empresa também queria experimentar o modelo em outras funções, onde o tempo das entrevistas era inviável. Com base nesse modelo que Mary encontrou Catherine Schuler, que havia sido líder de empresas menores para a Dunnock em mercados emergentes. Schuler demonstrou um forte potencial no período das avaliações, e 5 estava em direção contraria ao conceito de experiência que estava empregada antes. Tillman estava ciente que seria alvo de grandes questionamentos por parte dos conselheiros. Justamente para respaldar- se, avaliava junto de seus argumentos, se era viável assumir o desenvolvimento de Catherine, e analisava se tal escolha evitaria que em um período futuro esse trabalho tivesse de ser feito visando o público externo. As avaliações se a semelhavam a pesquisas em várias formas, porém o processo tinha o foco interno. Os consultores da EZ entrevistavam executivos e outras pessoas, a fim de avaliar o seu desempenho passado, disponibilidade atual e potencial futuro, bem como avaliações de personalidade. Após a coleta de todas as informações, eram elaborados relatórios sobre as pessoas, e o objetivo não era apenas identificar os talentos, pontos fortes e fracos, mas também ajudar as pessoas a evoluírem e aprender. Ao fazer uma avaliação dos pontos fracos e fortes deste estudo de caso evidencio que processo de recrutamento e seleção para executivo implantado pela EZ foi de extrema importância para empresa e seus clientes. A EZ fundada 1964 passou por muitas mudanças e adaptações no decorrer dos anos. Vejo como sendo uma das mais importantes o desenvolvimento do seu modelo de potencial, que possibilitou fazer uma avaliação mais profunda e precisa dos candidatos. Onde o potencial passa a ser levado em consideração, e não somente as competências cognitivas como de feito costumeiramente por algumas organizações. As organizações tem carência de profissionais que se adaptem a essas mudanças, porém o texto deixa claro que para as organizações se manterem, fortes e resilistes as condições que o mercado atual impõe. É necessário que seus colaboradores também tenham esse perfil. O Modelo de Potencial por se tratar de um modelo baseado em pesquisas psicológicas e não somete intuição do recrutador. Possibilita que as empresas encontrem talentos que estejam dispostos a crescer e se desenvolverem junto à organização. Existem momentos em que sua inteligência cognitiva não é suficiente para resolver algumas situações adversas, é preciso fazer uso de inteligência emocional. O que as organizações devem continuar fazendo é buscar profissionais e talentos que estejam mais próximos e alinhados com os seus objetivos e ideais. Uma boa forma de fazer esse trabalho e capacitando suas áreas de RH, ou contratando empresas como a EZ, que tem conhecimento e experiência para encontrar profissionais e talentos que supram as necessidades da empresa. 6
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