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Teoria de Freud do desenvolvimento psicossexual

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Teoria de Freud do desenvolvimento psicossexual 
 
Ao longo de seus estudos, Freud defendeu que estava na infância a principal causa dos problemas psíquicos dos adultos 
e que grande parte deles giravam em torno de conflitos de cunho sexual. Contrariando os pensadores da época, ele argumen-
tou a existência de uma sexualidade humana desde o nascimento. Nesse sentido, é importante esclarecer que, para a 
Psicanálise a sexualidade vai muito além da genitalidade, da relação sexual e da reprodução. Sua ênfase está no sentido do 
prazer, da descoberta do próprio corpo e das questões ligadas ao desejo e a fantasia que permeiam a relação com os pais, 
expressas em diferentes fases. 
 O conceito psicanalítico de sexualidade proposto por Freud, traz uma identidade específica e diferente de tudo aquilo que até 
então já se havia falado sobre o tema. Freud elabora seu conceito, no qual a sexualidade aparece como força, ou seja: sexo é 
energia. Essa energia vital está ligada precisamente aos instintos, que por sua vez possuem um papel importante na estrutura 
orgânica dos seres humanos, atuando tanto no meio interno como no externo da vida do homem. (SILVA; BRÍGIDO, 2016, p. 126). 
Compreendendo a sexualidade como parte fundamental da personalidade humana e considerando que ela está 
presente desde o nascimento até a morte, Freud elaborou a teoria do desenvolvimento psicossexual, que compreende cinco 
fases (oral, anal, fálica, latência e genital). Em seu entendimento, os aspectos 
cruciais da personalidade se formam até o quinto ano de vida e as fases 
psicossexuais acompanham o desenvolvimento biológico da criança. Em cada 
uma delas, há o predomínio do investimento libidinal em determinada área do 
corpo, denominada zona erógena. 
• Fase ORAL: se estende do nascimento até cerca de 1 ano. A principal zona erógena é a boca e o prazer é obtido por 
meio da sucção (e da mordida após o nascimento dos dentes). É possível perceber neste período que o bebê tende a levar tudo 
à boca, é por meio dela que ele explora o seu ambiente. A boca vai se tornando o centro do prazer através da alimentação, do 
contato com objetos como chupeta, mordedor, da sucção dos lábios etc. Nessa fase, a criança só se interessa pela gratificação 
de seu prazer de forma egocêntrica, constituindo o narcisismo infantil. Essa fase desempenha papel importante na constituição 
da personalidade, principalmente quanto à imagem que o indivíduo tem sobre si. 
• Fase ANAL: se estende de 1 a 3 anos. Tem como zona erógena o ânus. Nesta época, a criança começa a ter o controle 
da função excretora; se inicia, portanto, o treinamento dos hábitos de higiene. É uma fase marcada pelas birras, pois a criança 
percebe que tem certo controle sobre seu próprio corpo e consequentemente sobre os pais. Como a criança já faz uma 
diferenciação entre ela e o mundo externo, ela utiliza a excreção (retendo ou expelindo) como um ato dirigido ao “outro”. As 
exigências sociais, nesse período, podem tornar essa fase conflituosa para criança, tendo repercussões na formação da 
personalidade, especialmente nas vivências futuras de prazer e desprazer, de organização e disciplina. 
• Fase FÁLICA: se estende dos 4 aos 5 anos. A libido se organiza em torno dos genitais. É comum a curiosidade pelo 
corpo do outro (meninos têm curiosidade de saber como é o corpo da menina e vice-versa) e a manipulação dos genitais 
(masturbação). A criança, que antes não tinha vergonha de mostrar seus genitais, passa a desenvolvê-la. Nesta fase é que ocorre 
o Complexo de Édipo e se instaura o Superego. 
 
Nesta etapa, o menino percebe a presença do pênis e manipula-o obtendo a satisfação libidinal. A menina ressente-se 
por não possuir algo que os meninos têm. Em ambos os casos a mãe é o primeiro objeto de amor, ocorrendo gradativamente 
a diferenciação de investimento para a figura paterna. 
Com relação ao menino, ele mantém um desejo incestuoso pela mãe. O pai é percebido como rival que lhe impede o 
acesso ao objeto desejado (mãe). Temendo ser punido com a perda dos órgãos genitais (angústia da castração) e do lugar 
fálico (de poder) em que se encontra, o menino terá que recalcar o desejo incestuoso pela mãe e identificar-se como pai, 
escolhendo-o como modelo de papel masculino. Assim, internalizando regras e normas impostas pela autoridade paterna, 
manterá sua integridade sexual e adotará papéis masculinos. 
A situação feminina é distinta. A menina percebe em si a ausência do pênis. Então, desenvolve um sentimento de 
inferioridade, tendo inveja e desejando o órgão masculino. Ela atribui à mãe a culpa por ter sido gerada deste modo, e rivaliza 
com ela. Ao mesmo tempo, precisa se identificar com a figura materna a fim de obter o amor do pai. Posteriormente, esse 
desejo pelo pai deve se dissipar a fim de que a menina possa sair da situação edípica e seguir com suas escolhas de objetos de 
amor, fora dessa relação pai e mãe. 
Na superação do Édipo ocorre um grande deslocamento de energia da libido que leva consigo para o inconsciente as 
vivências infantis das fases orais, anais e fálicas, e portanto, os sentimentos incômodos e proibidos experimentados nessas 
etapas. Este é um momento crucial para a constituição do superego na personalidade infantil, correspondendo à etapa seguinte. 
• Período de LATÊNCIA: se estende dos 5 anos até a puberdade. é o período em que a libido permanece voltada para 
atividades que não tem um caráter sexual. É o que Freud denominou de sublimação. Deste modo, brincadeiras, esportes, artes e 
atividades escolares ganham um papel de destaque na vida da criança. Coincide com o ingresso da criança no ensino 
fundamental, no qual ela pode se destacar em atividades de natureza física ou intelectual, dada a concentração de energia 
libidinal que ali se forma. 
A partir do início da puberdade com todas as transformações orgânicas e hormonais ocorridas, meninos e meninas 
retornam aos interesses de ordem sexual. Agora, a sexualidade é genital, e não fálica, estando voltada para as relações 
exteriores à família. Pode ser um período de muitos conflitos, gerando fenômenos que muitos denominam de síndrome da ado-
lescência (ABERASTURY e KNOBEL, 1981), posto que há um retorno dos sentimentos e desejos recalcados no inconsciente no 
período da latência. 
• Fase GENITAL: se estende da adolescência até o fim da vida. Marcada por mudanças biológicas significativas. 
Desponta o interesse sexual voltado ao outro, que pode ser do sexo oposto (heterossexualidade) ou do mesmo sexo 
(homossexualidade). O desenvolvimento adequado desta fase possibilita o estabelecimento de relacionamentos amorosos 
maduros. 
A passagem de uma fase à outra pode se dar de distintas maneiras. O modo como o indivíduo vivencia uma fase irá 
impactar o desenvolvimento das posteriores. Em cada uma delas há conflitos que devem ser "resolvidos" e a fase mais 
complexa, em se tratando disso, é a fálica. É quando acontece o Complexo de Édipo, termo criado por Freud para descrever a 
disputa (inconsciente) que a criança estabelece com seu progenitor de mesmo sexo e pelo amor do progenitor do sexo oposto 
(CÓRIA-SABINI, 1986; SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).

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