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TEORIA ATOS DO COMERCIO - DIREITO EMPRESARIAL

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O Direito Comercial nasceu e se evoluiu através das dificuldades de conceituar 
o comércio e de diferenciar a atividade comercial das atividades produtivas não 
comerciais. Seu desenvolvimento se deu em três fases: subjetiva-
corporativista; objetiva; e subjetiva-moderna. 
A primeira fase, conhecida como subjetiva-corporativista, era caracterizada por 
uma tônica subjetiva que ligava o mercador a uma corporação de ofício 
mercantil. Em seu conceito, o comerciante era aquele que praticava a 
mercancia, subordinando-se à corporação de mercadores e sujeitando-se às 
decisões dos cônsules dessas corporações. 
A segunda fase foi denominada objetiva, era a fase da Teoria dos Atos do 
Comércio cuja origem é francesa. Tinha como traço marcante o objeto da ação 
do agente, ou seja, o próprio ato do comércio que caracterizava a profissão dos 
mercadores. Segundo Vivante, "comerciante é aquele que pratica com 
habitualidade e profissionalidade os atos do comércio". 
A terceira fase é a empresarial, a fase subjetiva moderna de origem italiana 
adotada pelo Código Civil Brasileiro, cujo conteúdo vem sendo construído nos 
últimos cem anos. De acordo com o artigo 966 e parágrafo único do Código 
Civil, "considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens e serviços, 
excluída a profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, 
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da 
profissão constituir elemento de empresa". 
A Teoria dos Atos do Comércio, denominada também de fase Napoleônica, 
teve seu início no liberalismo econômico, um momento em que todos os 
cidadãos poderiam realizar a atividade econômica, desde que seus atos 
estivessem previstos em lei. Assim, a qualificação do comerciante não tinha 
mais sua importância no sujeito da ação, mas na prática de atos denominados 
comerciais. 
Através do conceito objetivo estabelecido pelo Código Comercial Francês, 
qualquer pessoa capaz que praticassem os atos de comércio de forma habitual 
e profissional, poderia ser qualificada como comerciante, mesmo que não fosse 
previamente aceita como membro da corporação de comerciantes. 
Essa fase foi marcada pela Revolução Francesa, período em que a burguesia 
assumiu o poder político, e para proteger a propriedade burguesa, foi criado o 
Código de Napoleão. Sobre a influência dessa época se construiu o Código 
Comercial Brasileiro de 1850, estabelecendo quais eram os atos comerciais por 
natureza ou profissionais. 
Os atos do comércio foram classificados de forma enumerativa, na qual se 
relacionou as atividades consideradas mercantis pelo Código Napoleônico de 
1807, e de forma descritiva, relação que exemplificava essas atividades. 
Porém, eles não eram determinados claramente, pois se prendiam as relações 
da vida civil, sendo difícil de ser caracterizados devidamente. 
Assim, ocorreu uma transição radical. A Teoria dos Atos do Comércio foi 
substituída pela Teoria da Empresa, que é mais fácil de ser conceituada, 
devido ao enquadramento da atividade econômica organizada que independe 
de qualificação comercial ou civil. 
Essa teoria originou-se na legislação italiana de 1942, que fez desaparecer o 
Código Comercial como legislação separada, unificando o direito obrigacional 
no Código Civil (Livro II, "Do direito da Empresa", CC/2002). Não definia a 
empresa, mas somente o empresário, fazendo com que os doutrinadores 
buscassem um conceito jurídico. 
Alberto Asquini, jurista italiano, disse que não existe um conceito unitário de 
empresa, ocorrendo uma falta de definição legislativa devido à diversidade das 
definições de empresa. Ele criou a Teoria Poliédrica da Empresa, afirmando 
que esta pode ser estudada por vários ângulos. Assim, destacou quatros perfis 
ou idéias baseando-se no sistema adotado pela lei italiana. 
O primeiro aspecto é o perfil subjetivo, que caracteriza aquele que exerce a 
empresa, ou seja, o empresário. Este é uma pessoa física ou jurídica, que 
exerce em nome próprio uma atividade econômica organizada, com a 
finalidade de produzir, de forma profissional, para o mercado e não para o 
consumo pessoal. Esse aspecto foi adotado pelo Código Civil Brasileiro de 
2002 (artigo 966). 
O segundo é o perfil funcional, no qual a empresa surge como uma força em 
movimento, que é a atividade empresarial dirigida para uma determinada 
abrangência produtiva. Essa atividade é apta a produzir efeitos jurídicos. 
O terceiro aspecto é o perfil objetivo ou patrimonial, sendo a empresa vista 
como um patrimônio, um estabelecimento empresarial, ou um complexo de 
bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, utilizados pelo empresário 
para exercer sua atividade. 
O quarto e o último é o perfil corporativo ou institucional, no qual a empresa é 
considerada um resultado da organização do pessoal, constituída pelo 
empresário e por seus colaboradores. 
Enquanto na Teoria dos Atos do Comércio, não importava o conceito subjetivo 
que determinava a qualidade do comerciante, mas o conceito objetivo que 
visava descrever a atividade realizada pelo comerciante, na Teoria da Empresa 
não se considerava a atividade do comerciante que intermediava a produção e 
consumo, e nem os atos definidos como comerciais, mas a qualidade daquele 
que exerce a atividade empresarial. 
Na fase objetiva, ocorre uma distinção entre os campos civil e comercial que se 
dá pela adoção de adjetivos qualificadores: atos civis e atos comerciais, 
atividade civil e atividade comercial, e sociedades civis e sociedades 
comerciais. Já na subjetiva-moderna, não existe mais a relação dicotômica 
civil-comercial: a atividade será empresarial ou não empresarial e as 
sociedades serão empresariais ou simples (não empresariais). 
Os atos do comércio possuem um conceito francês de comerciante, é um 
sistema de comercialidade, já o conceito da empresa é de origem italiana, é um 
sistema de empresarialidade. Neste último, são estabelecidas regras próprias à 
atividade definida em lei como empresarial, e não mais àquele que pratica os 
atos de comércio com habitualidade e profissionalidade. 
Ao classificar pessoas físicas ou jurídicas como comerciantes, a Teoria dos 
Atos do Comércio enfocava a prática habitual dos atos reputados como 
comerciantes historicamente ou por força da lei. Já a Teoria da Empresa, 
considera a atividade empresária como o exercício profissional de uma 
atividade econômica, organizada, e que produza ou circule bens e serviços. 
 
REFERÊNCIA 
HENTZ, Luiz Antonio Soares. Direito da empresa no código civil de 2002: teoria 
do direito comercial de acordo com a Lei n. 10.406, de 10.1.2002. 2ª ed. São 
Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2003. 
NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa, volume 1. 4ª ed. 
rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2005. 
 
 
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/teoria-dos-atos-do-
comercio-e-teoria-da-empresa/9029#ixzz4tuJqkOmt 
http://www.webartigos.com/artigos/teoria-dos-atos-do-comercio-e-teoria-da-empresa/9029#ixzz4tuJqkOmt
http://www.webartigos.com/artigos/teoria-dos-atos-do-comercio-e-teoria-da-empresa/9029#ixzz4tuJqkOmt

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