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16/08/2020 1 Prof. Dr. ÍGOR PRADO DE BARROS LIMA Campina Grande, 2020 Aula – Bioenergética: Respiração celular (Glicólise, Ciclo do Ácido Cítrico, Cadeia Transportadora de elétrons e Fosforilação) DISCIPLINA: BIOQUÍMICA APLICADA As células vivas realizam trabalho constantemente. Necessitam de energia para manter estruturas altamente organizadas, sintetizar componentes celulares, gerar muitos outros processos. A BIOENERGÉTICA é o estudo quantitativo das relações de energia e conversões energéticas em sistemas biológicos. 1 2 16/08/2020 2 DESTINOS DO PIRUVATO Fermentação alcoólica Glicólise anaeróbica Produção de cerveja e biocombustíveis GLICÓLISE Glycolysis (do Grego glyk = Doce + Lysis = quebra). A via glicolítica é utilizada para a quebra da glicose com o objetivo de fornecer energia (na forma de ATP) e intermediários para outras vias metabólicas. A GLICÓLISE é o centro do metabolismo dos carboidratos, pois praticamente todos os carboidratos podem ser convertidos em glicose. O Piruvato é o produto final da glicólise. 3 4 16/08/2020 3 Na atualidade podemos definir a Glicólise como a seqüência de reações que converte a Glicose em Piruvato, havendo a produção de energia sob a forma de ATP. 2 Piruvato (3) GLICÓLISE GLICÓLISE AERÓBICA – série de 10 reações que requer a presença de oxigênio para reoxidar o NADH. Propicia a descarboxilação oxidativa do piruvato em acetil-CoA, um combustível importante do Ciclo de Krebs. GLICÓLISE ANAERÓBICA – Ocorre em células com carência de oxigênio e em tecidos que não tem mitocôndrias, é descrita pela conversão da glicose em lactato e permite a produção contínua de ATP. GLICÓLISE 5 6 16/08/2020 4 GLICÓLISE AERÓBICA GLICÓLISE AERÓBICA Série de 10 reações. 7 8 16/08/2020 5 GLICÓLISE AERÓBICA Série de 10 reações. 9 10 16/08/2020 6 I. Dupla fosforilação da glicose, à custa de 2 ATP, originando outra hexose, a frutose, com dois grupos fosfato. II. Clivagem da frutose, produzindo duas trioses fosforiladas, que são interconvertíveis. III.Oxidação e nova fosforilação das trioses fosfato, formando duas moléculas de um intermediário bifosforilado. IV.Transferência grupos fosfato deste intermediário para 4 ADP, formando 4 ATP e 2 piruvato. 11 12 16/08/2020 7 GLICÓLISE ANAERÓBICA Alternativamente, a glicose pode ser convertida em piruvato, que é reduzido pelo NADH para formar lactato. Essa conversão é denominada glicólise anaeróbica, pois pode ocorrer sem a participação do oxigênio. A glicólise anaeróbia é chamada de FERMENTAÇÃO A acidose láctica é o acúmulo de ácido láctico provocado pela glicólise anaeróbica como fonte emergencial de ATP. PODE SER PROVOCADA POR: Exercitar-se por tempo muito longo. Câncer. Insuficiência hepática. Medicamentos, como salicilatos. Falta de oxigênio prolongada causada por choque. Insuficiência cardíaca. Anemia severa. Acidose Lática GLICÓLISE ANAERÓBICA 13 14 16/08/2020 8 DESTINOS DO PIRUVATO Exercício muscular intenso. Diminuição da concentração do ATP e consequente acúmulo de ácido lático nas fibras musculares, devido à glicólise anaeróbia. Fermentação alcoólica Ciclo de Krebs Glicólise anaeróbica Produção de cerveja e biocombustíveis DESTINOS DO PIRUVATO Fermentação alcoólica Glicólise anaeróbica Produção de cerveja e biocombustíveis Fase aeróbica é a RESPIRAÇÃO CELULAR 15 16 16/08/2020 9 RESPIRAÇÃO CELULAR A respiração celular acontece em três estágios. Na mitocôndria, o piruvato sofre uma descarboxilação, transformando-se em um Acetil-CoA. Reação Irreversível. NAD reduzido – NADH e liberação de um CO2. 17 18 16/08/2020 10 Por meio de uma sequência cíclica de reações (Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Tricarboxílico) é liberado CO2 com concomitante produção de grande quantidade de NADH e FADH2. Da oxidação destas coenzimas (NADH e FADH2) pelo Oxigênio (Cadeia Respiratória) deriva-se grande produção de ATP (90%). OXIDAÇÃO COMPLETA DOS NUTRIENTES Ciclo desempenha diversos papéis no metabolismo. É a via final para a qual converge o metabolismo oxidativo de carboidratos, AA e ácidos graxos, seus esqueletos carbonados sendo convertidos em CO2 e H2O. Essa oxidação fornece energia para a produção da maior parte do ATP. CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO 19 20 16/08/2020 11 O ciclo é uma série de oito reações que oxida o grupo acetil do acetil-CoA, formando 2 moléculas de CO2, e a energia livre liberada é conservada nos compostos reduzidos, NADH e FADH2; Uma volta completa produz 3 NADH, 1 FADH2, um composto de alta energia (GTP ou ATP) e 2 CO2. Seu nome é devido ao produto da primeira reação, o citrato. 21 22 16/08/2020 12 Citrato-sintase REAÇÕES DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO Acetil-CoA Oxaloacetato Citrato Citrato Isocitrato Aconitase REAÇÕES DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO 23 24 16/08/2020 13 Primeiro NAD reduzido dentro do ciclo – NADH. Liberação do primeiro CO2. Isocitrato desidrogenase Isocitrato α-cetoglutarato REAÇÕES DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO Segundo NAD reduzido – NADH. Libera o segundo CO2. Succinil-CoAα-cetoglutarato α-cetoglutarato desidrogenase REAÇÕES DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO 25 26 16/08/2020 14 Produção de um GTP a partir de GDP + Pi. Succinil-CoA Succinato Succinil-CoA sintase REAÇÕES DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO Produz a coenzima reduzida FADH2. FumaratoSuccinato Succinato desidrogenase REAÇÕES DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO 27 28 16/08/2020 15 Fumarato Malato Fumarase REAÇÕES DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO Terceiro NADH do ciclo. OxalacetatoMalato Malato desidrogenase REAÇÕES DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO 29 30 16/08/2020 16 REAÇÕES DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO 3 NADH X 2 6 NADH 1 NADH = 3 ATP 6 x 3 = 18 ATP FADH2 X2 2 FADH2 1 FADH = 2 ATP 2 x 2 = 4 ATP GTP X 2 2 GTP 2 GTP Total 24 ATP CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO 31 32 16/08/2020 17 Embora o ciclo do ácido cítrico seja fundamental ao metabolismo gerador de energia, sua função não está limitada à conservação energética. Intermediários do ciclo servem como precursores para uma ampla variedade de produtos. A velocidade global do ciclo do ácido cítrico é controlada pela: Taxa de conversão do piruvato a acetil-CoA e Fluxo das enzimas citrato-sintase, isocitrato-desidrogenase e α-cetoglutarato- desidrogenase. 33 34 16/08/2020 18 CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Moléculas ricas em energia (Glicose) – metabolizadas por uma série de reações de oxidação, levando por fim à produção de CO2 e H2O. CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Os intermediários metabólicos das reações doam elétrons a coenzimas específicas (NAD+ e FAD) formando coenzimas reduzidas ricas em energia, NADH e FADH2. 35 36 16/08/2020 19 REAÇÕES DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO Essas coenzimas (NADH e FADH2) devem ser reoxidadas por 2 razões: Para que voltando a forma oxidada (NAD+ e FAD) possam participar outra vez das vias de degradação dos nutrientes (ex. glicólise, ciclo do ácido cítrico). Para que a energia conservada nestas coenzimas possa ser empregada pelas células para sintetizar ATP. CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA 37 38 16/08/2020 20 As células aeróbias produzem a maior parte do seu ATP por oxidação das coenzimas pelo oxigênio (Respiração Celular), efetuada por uma Cadeia de Transporte de elétrons (“Cadeia respiratória”). CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA As coenzimas reduzidas NADH e FADH2 podem doar um par de elétrons a grupo de carreadores de elétrons, denominados cadeia transportadora de elétrons. A medida que os elétrons fluem através da cadeia transportadora de elétrons, perdem sua energia livre, sendo captada e armazenada para a produção de ATP a partir de ADP e fosfato inorgânico.CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Esse processo é denominado FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA. 39 40 16/08/2020 21 Cada transportador da cadeia de elétrons pode receber elétrons de um doador (NADH, FADH2) e subsequentemente doar para o próximo na cadeia, finalmente combinando-se com o oxigênio e prótons para formar água. CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS 41 42 16/08/2020 22 A transferência de elétrons ao longo da cadeia de transporte é energeticamente favorecida pois: NADH é um forte doador de elétrons (Agente Redutor). O2 é um ávido aceptor de elétrons (Agente Oxidante). O transporte de elétrons é acoplado ao transporte de prótons (H+). Tal processo cria um gradiente elétrico: mais carga + (positivas) fora da membrana mitocondrial do que dentro Bomba de prótons. CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS Bomba de prótons: o transporte de elétrons é acoplado ao transporte de prótons (H+). Tal processo cria um gradiente elétrico (mais carga + fora da membrana mitocondrial do que dentro). CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS 43 44 16/08/2020 23 ATP sintetase: Sintetiza ATP utilizando energia do gradiente de prótons gerada; A hipótese propõe que após os prótons terem sido transferidos para o lado citosólico da membrana interna mitocondrial, podem reentrar na matriz mitocondrial pela ATP sintetase, resultando na síntese de ATP a partir de ADP + Pi. FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS 45 46 16/08/2020 24 CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS 47 48 16/08/2020 25 Fim das rotas metabólicas de produção de energia em organismos aeróbicos; Representa o estágio 3 do processo; Acoplamento da oxidação de NADH e FADH2 e síntese de ATP. É o principal sítio de produção de ATP; FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA O transportador de elétrons NADH para o oxigênio através da cadeia de transporte de elétrons produz (52.580 cal), energia mais do que suficiente para produzir 3 ATP a partir de 3 ADP + 3 Pi (3 x 7.300 = 21.900 cal). As calorias restantes são liberadas em forma de calor. O transporte de um par de elétrons do FADH2 ou FMNH para o oxigênio é necessário para gerar 2 ATP a partir de 2 ADP e Pi. FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA 49 50 16/08/2020 26 A fosforilação oxidativa é regulada pelas necessidades celulares de energia. As concentrações de ATP e ADP estabelecem a velocidade de transporte de elétrons pela cadeia respiratória, por uma série de controles interconectados sobre a respiração, a glicólise e o ciclo do ácido cítrico. REGULAÇÃO DA FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Bibliografia complementar CAPÍTULO 16 e 19 - NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2014, 1298 p. CAPÍTULO 9, 10 e 11 - MARZOCCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica Básica, 4ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 51 52
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