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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO 
UNIASSELVI-PÓS 
 
ELIANA LIMA DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O DESENVOLVIMENTO ESCOLAR DAS CRIANÇAS COM DISLEXIA E 
SUAS DIFICULDADES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS 
2018 
ELIANA LIMA DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
O DESENVOLVIMENTO ESCOLAR DAS CRIANÇAS COM DISLEXIA E 
SUAS DIFICULDADES 
 
 
Relatório de Estágio, apresentado 
como requisito parcial para conclusão 
do Curso de Especialização em 
Neuropsicopedagogia em convênio 
entre as instituições Centro 
Universitário Leonardo da Vinci e 
UNIASSELVI – Sociedade de Pós-
Graduação Ltda. 
Orientador(a): Rafael de Azevedo 
Melo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS 
2018 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4 
2. A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA ................................................................................. 6 
2.1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 6 
2.2. COLETA DE DADOS E INTERPRETAÇÃO ......................................................... 9 
2.3. REGISTRO DAS INERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS ............................. 10 
2.3.1. INTERVENÇÃO ................................................................................................ 10 
3. APROXIMAÇÕES DIAGNÓSTICAS (análise dos resultados).............................. 11 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 12 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A instituição em que a criança a ser observada frequenta se chama 
IDAAM e fica localizada na Av. Djalma Batista, Manaus – Amazonas. As 
escolhas IDAAM oferecem serviço educacional para os mais diversos 
segmentos, desde educação infantil até o ensino médio, mas focaremos no 4º 
ano do ensino fundamental, que durante 5 dias em novembro de 2017, foram 
nosso ambiente de estudo. 
O período total de observação e coleta de dados foi de uma semana, logo 
após esse tempo, formaram-se propostas de intervenção que em seguida foram 
aplicadas. A criança selecionada para o estudo estava cursando o 4° ano do 
ensino fundamental e apresentava sintomas de dislexia. 
É injustificável a importância da inclusão de crianças portadoras de 
qualquer deficiência ou dificuldades em ambiente escolar, sendo estes uma das 
grandes preocupações e foco de atenção de muitos professores nas últimas 
décadas. 
É comum nos dias de hoje que vários profissionais da educação se 
deparem com os mais diferentes tipos de alunos, sem estar isento de deparar-
se com alunos com dificuldades ou transtornos de aprendizagem. O projeto tem 
como foco retratar as condições e desenvolvimento de crianças com uma dessas 
dificuldades, crianças com dislexia. 
A dislexia é explicada e como uma perturbação na aprendizagem da 
leitura pela dificuldade no reconhecimento da correspondência entre os símbolos 
gráficos e os fonemas, bem como na transformação de signos escritos em signos 
verbais. Também é dita como dificuldade para compreender a leitura, após lesão 
do sistema nervoso central, apresentada por pessoa que anteriormente sabia ler. 
 
Crianças que apresentam dislexia tem dificuldades no processo de 
aprendizagem quanto a sua escrita e leitura, prejudicando-as no ambiente 
escolar, além do aspecto social que estas dificuldades podem vir a acarretar com 
este transtorno no desenvolvimento. A habilidade fonológica vem sendo 
discutida nas últimas décadas como sendo uma habilidade importante para a 
aquisição da leitura. A maioria dos indivíduos com atraso em leitura e dislexia 
apresenta alterações nessas habilidade. 
Os estudos apresentados neste projeto, assim como o projeto em si, 
buscam divulgar informações e ajudar na compreensão da dificuldade de 
desenvolvimento escolar da criança com dislexia, ajudando a entender a 
importância de métodos de inclusão com as crianças que a possuem. 
Dislexia se tem como uma dificuldade de aprendizado da Linguagem, 
sendo afetados seu desenvolvimento nas áreas de leitura, soletração, escrita, 
em linguagem expressiva ou receptiva, em razão e cálculo matemáticos, como 
também na Linguagem Corporal e Social. A dislexia não tem como causa alguma 
falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade por parte do aluno, 
assim como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa 
primária. 
Dificuldades no aprendizado da leitura, com diferentes particularidades e 
em diferentes graus, é uma característica evidenciada em cerca de 80% dos 
disléxicos. Estudos mostram que a dislexia tem bases neurológicas, sendo 
apontados fatores genéticos, indicando que o disléxico tem mais desenvolvida a 
área especifica de seu hemisfério cerebral lateral-direito, condição que segundo 
estudiosos, justificaria os “dons” de alguns disléxicos como artes, atletismo, 
criatividade. 
 A dislexia não apresenta características físicas, sendo assim, a maior 
parte dos pais não reconhece a dislexia em suas crianças, esta sendo 
evidenciada apenas em ambiente escolar, no processo de letramento do aluno, 
mesmo assim, a escola não tem competência para diagnosticar a dislexia. 
Percebido alguns sintomas, a escola deve informar aos pais que levem o filho ao 
consultório de profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos ou até mesmo 
psicopedagógos para assim passarem por uma avaliação mais profunda. 
Tendo em base os estudos abordados por revistas científicas, a criança com 
dislexia tem uma grande diferença de avanço escolar, sendo assim, é importante a 
abordagem de maneiras que minimizem o impacto na vida da mesma, por isso, este 
trabalho busca divulgar e conscientizar os profissionais sobre características e 
dificuldades de crianças com dislexia, procurando minimizar as dificuldades 
apresentadas pelos alunos em ambiente escolar, analisando o processo de 
desenvolvimento escolar de uma criança com dislexia, identificando a 
importância da inclusão e o tratamento de crianças com dislexia e buscando 
compreender as técnicas que podem ser usadas por profissionais para auxiliar 
a criança disléxica no meio escolar. 
 
2. A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA 
2.1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
No ambiente escolar em que nos situamos nos dias atuais, é muito comum 
nos depararmos com diversos alunos com dificuldades de aprendizagem e até 
mesmo distúrbios. Muitos fatores vêm influenciando no crescimento desde fato 
e a limitação dos assuntos abordados na sala de aula podem vir a estar 
agravando isso. Cada criança tem suas particularidades de aprendizagem, como 
um tempo próprio e distintas dificuldades. 
Existem, no entanto, autores como Morais (2006) que estudam essas 
dificuldades de aprendizagem e tomam como fato que é algo difícil de ser 
explanado de forma totalitária. Ele separa as dificuldades em três: pedagógica, 
neurológica ou cognitivas. 
 Para Morais (2006, p. 25), a aprendizagem da leitura e da escrita 
demanda um conjunto de elementos que se interconectam de forma dinâmica e 
complexa, tais como capacidade linguística, motora, cognocente e biológica. “E 
não se pode esperar, portanto que, um determinado fator seja o único 
responsável pela dificuldade para aprender”. Levando em base o citado acima, 
Morais (2006, p. 24) afirma que: 
Todas as crianças têm possibilidades de aprender e gostam de fazê-lo 
e quando isso não ocorre é porque alguma coisa não está indo bem. 
Neste momento é necessário que, tanto o professor como os demais 
profissionais responsáveis pelo processo de aprendizagem, se 
questionem acerca dos fatores que podem estar contribuindo para que 
o aluno não consiga aprender. 
 
A dislexia ou a dificuldadena área de aprendizagem podem afetar 
diversas áreas como a capacidade para compreender, recordar ou transmitir 
informações, sendo que a criança disléxica pode vir a ter problemas até mesmo 
no seu meio social. Aprender faz parte do processo contínuo do indivíduo do seu 
nascimento até a morte, nesta perspectiva Barbosa (2001, p. 32) destaca que: 
Se a aprender é um processo que resulta de constante interação do 
indivíduo com o meio, a dificuldade para aprender se caracteriza por 
seu impedimento, momentâneo ou persistente, do indivíduo diante do 
obstáculo que surgem nessa interação (...) 
 
Sendo assim, aprender implica em dificuldade de aprender. Assim, a 
autora coloca que durante toda a vida o indivíduo está aprendendo e 
desenvolvendo suas habilidades, sem dificuldade não existe aprendizagem, os 
obstáculos nada mais são que mecanismos que mobilizam o indivíduo a criar e 
buscar soluções para superar as dificuldades que surgirão no seu cotidiano 
escolar e social. 
 No espaço escolar se encontram presentes diversas dificuldades de 
aprendizagem, no entanto, ainda existem muitas dúvidas por parte dos 
profissionais da educação, de como lidar com a criança com dislexia. 
 A escola como espaço de ensino-aprendizagem de fato necessita estar 
preparada com ações pedagógicas para atender todas as crianças nas suas 
especificidades. Contudo o espaço escolar deve oferecer condições, 
ferramentas, recursos pedagógicos e formação continuada aos educadores para 
que os mesmos possam mediar com os alunos uma aprendizagem significativa. 
Porém, nem sempre ocorre este primeiro encaminhamento por falta de 
informações ou conhecimentos do corpo docente. Estes têm dificuldades para 
diferenciarem as diversas dificuldades de aprendizagem com dificuldades de 
distúrbios de aprendizagem. 
Outro fator que prejudica o diagnóstico precoce é a falta de conhecimento 
da família sobre os distúrbios de aprendizagem. É importante que os professores 
ao ter conhecimento que haja um aluno diagnosticado com dislexia dentro da 
sala de aula trabalhe de forma diferenciada com ele, para que este tenha suas 
necessidades de aprendizagem pontualmente atendida. 
O compromisso da escola não se reduz ao processo de ensino, mas sim, 
ao resultado da aprendizagem holística, dentro da comunidade escolar. A 
responsabilidade pelas ações pedagógicas não se pode atrelar somente ao 
professor, mas a todo grupo escolar. Portanto, se uma criança não estiver 
aprendendo é preciso verificar as ações de ensinar que essa instituição está 
trabalhando. 
O trabalho compartilhado em conjunto entre coordenação, professores e 
família resulta em ações pedagógicas, que possibilitem o desenvolvimento 
integral do aluno com dislexia. 
Lima (2002) externa que é função da escola ampliar a experiência 
humana, portanto a escola não deve ser limitada ao que é significativo para o 
aluno naquele momento, mas criar situações de ensino que ampliem a 
experiência, aumentando os campos de significação. 
O disléxico precisa olhar e ouvir atentamente, observar os movimentos da 
mão quando escrever e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. 
Desta maneira, a criança disléxica associará a forma escrita de uma letra tanto 
com seu som como com os movimentos, pois falar, ouvir, ler e escrever, são 
atividades da linguagem. 
Fonseca (1995) exemplifica bem isso quando cita que uma coisa é a 
criança que não quer aprender a ler, outra é a criança que não pode aprender a 
ler com os métodos pedagógicos tradicionais. Não podemos assumir atitudes 
reducionistas que afirmam que a Dislexia não existe. De fato, a Dislexia é muito 
mais do que uma dificuldade na leitura. A Dislexia normalmente não aparece 
isolada, ela surge integrada numa constelação de problemas que justificam uma 
deficiente manipulação do comportamento simbólico que trata de uma aquisição 
exclusivamente humana. 
Muitos autores defendem o método fonético como o mais adequado na 
alfabetização de disléxicos e não disléxicos. Os métodos fonéticos favorecem a 
aquisição e o desenvolvimento da consciência fonológica que é a capacidade de 
perceber que o discurso espontâneo é uma sequência de sentenças e que estas 
são uma sequência de palavras (consciência da palavra); que as palavras são 
uma sequência de sílabas (consciência silábica) e que as sílabas são uma 
sequência de fonemas (consciência fonêmica), o que auxiliaria muito nas 
dificuldades dos alunos disléxicos. 
É importante conscientizar toda a comunidade escolar de que estas 
"facilidades" dadas aos disléxicos, na verdade, representam a única forma que 
estes têm para competir em igualdade de condições com seus colegas. Fique 
alerta se a criança apresentar alguns desses sintomas: 
Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem. Dificuldade em 
aprender rimas e canções. Falta de interesse por livros impressos. 
O fato de apresentar alguns desses sintomas não indica necessariamente 
que ela seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com 
certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção ou 
estimulação. 
 
2.2. COLETA DE DADOS E INTERPRETAÇÃO 
Pode-se observar através das dificuldades da mesma em acompanhar o 
conteúdo, que estava muito atrasada se comparada com seus colegas. 
Mostrava-se uma criança desatenta, mas participativa no grupo, quando não se 
tratava de assunto escolar, ou seja, quando eram assuntos voltados à escola ela 
se retraia. Era a última a mostrar que não tinha feito o que fora solicitado e 
quando no decorrer das atividades, a educadora questionava se ela estava 
conseguindo acompanhar o ritmo estabelecido, respondia que sim e fazia de 
conta que estava escrevendo, mas rabiscava letras repetidas nos livros sem dar 
espaçamento entre elas. 
Quando solicitado para ler de forma individual ou coletivamente escolhia 
histórias que conhecia e fazia a leitura dos desenhos. Quando lhe eram 
oferecidos outros livros ou revistas, a reação era que não gostava de ler e se 
negava. Mas, individualmente, com a educadora tendo muita insistência, tentava 
ler o que estava escrito no livro, lia as letras individuais, trocava o d pelo p, 
tentava juntar as letras, juntava as sílabas de forma correta, mas quando ia para 
a segunda e voltava para a primeira não sabia mais e dizia esqueceu. 
Além dessas observações, pôde-se notar na educação física e na sala de 
aula que não tinha noção de espaço, tempo, comando simples, como em cima, 
embaixo, para o lado, não os conseguia fazer. Ordens mais elaboradas, ou até 
mesmo brincadeiras que exigiam mais tempo de escuta para entender o que 
fazer, não conseguia realizar e ficava por último para ouvir a explicação 
novamente. 
 Rotta e Pedroso ressaltam que, “ Tem também importância a noção de 
esquema corporal, no caso a noção de direita e esquerda, que, quando 
comprometida, pode levar ao uso de inversões de letras e sílabas” (2006, p.161). 
Complementando, segundo Rotta e Pedroso (2006, p. 69) 
 A avaliação neurológica da criança disléxica inicia com a queixa principal 
que motiva os responsáveis a procurar orientação especializada sobre o 
distúrbio, para que suas dúvidas sejam sanadas. O mais comum é que a família 
se queixe de dificuldades para a alfabetização, comentando que a criança parece 
não ter interesse na leitura e/ou na escrita, uma vez que para outras atividades 
se mostra capaz. Por esses motivos, foi-se conversado com a educadora que 
fora do ano anterior e algumas ações observadas se repetiam de um ano para o 
outro. 
Segundo Rotta e Pedroso, “em alguns casos, os pais e professores 
pensam em falta de atenção, uma vez que, por apresentar dificuldades a criança 
perde o interesse” (2006, p.159). 
 
2.3. REGISTRO DAS INERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS 
2.3.1. INTERVENÇÃO 
No ambiente escolar, faz-se necessária uma intervenção direta nas 
habilidades de leitura, associada a atividades relacionadas ao processamentofonológico da linguagem. No entanto, todas as atividades de estimulação da 
linguagem escrita devem ser realizadas de forma lúdica, através de jogos e 
brincadeiras, para que a criança sinta prazer em ler e escrever. (GARCIA et al.,p. 
8, 2012) 
 Com relação às propostas de ações pedagógicas Capretz (2012) sugere 
que o professor ou o psicopedagogo ensine o disléxico a resumir o conteúdo das 
aulas para facilitar seu aprendizado; diz também, que o professor permita o uso 
de calculadora e gravadores de som durante as aulas para que o aluno possa 
melhor memorizar a aula e a matéria; aconselha que o aluno não faça longas 
cópias da lousa, pois isso não o estimula; e que haja menos deveres de casa 
envolvendo leitura, pois sozinho, dificilmente o aluno com dislexia irá conseguir 
ler com êxito. Estas dicas são fundamentais que o psicopedagogo transmita ao 
professor para que faça parte do trabalho em conjunto dele. 
Posto isto, cabe ao psicopedagogo buscar estratégias que possam intervir 
no processo de ensino/aprendizagem e garantir ao aluno o envolvimento durante 
as atividades, buscando alcançar o seu pleno desenvolvimento. Sendo assim 
houve a necessidade de pensar em atividades propostas para a intervenção, 
buscando meios para promover uma maior interação do aluno, foi decidido, 
então, que seriam trabalhados a leitura de uma história e logo após, seria 
trabalhado um jogo. O objetivo era oferecer um momento de aprendizagem 
descontraído e diferenciado das atividades de sala de aula. 
 
3. APROXIMAÇÕES DIAGNÓSTICAS (análise dos resultados) 
 
A leitura realizada pela aluna foi uma surpresa, em nenhum momento 
demonstrou estar lendo através da imagem, pelo contrario, seguiu com olhar 
firme voltado para a escrita e o dedo acompanhando cada palavra, na leitura de 
palavras maiores com sílabas complexas soletrava as sílabas até conseguir 
formar a palavra, demonstrou certa dificuldade na leitura e pronuncia de palavras 
com sílabas complexas3 com NH, GU, QU e ainda confusão entre M e N. Ao ler 
a palavra (MENINO) pronunciava N no lugar de M ao perceber que não fazia 
sentido, corrigia rapidamente dizendo (MENINO), outro critério que merece 
destaque o aluno não atribuía significado aleatório as palavras. 
Após a leitura foi proposto um jogo do alfabeto. O jogo acontece da 
seguinte forma: utilizam-se duas tampinhas de refrigerante e um dado, um dos 
participantes joga o dado, supondo que caia no número seis, o jogador deverá 
andar com a sua tampinha e parar no sexto quadrinho que corresponderá a uma 
cor e uma letra do alfabeto. Antes de iniciar, foram decididas as regras do jogo, 
ou seja, quando a tampinha parasse, deveria dizer a cor do quadradinho, a letra 
e uma palavra que inicia com a letra, em seguida também foi pedido para a aluna 
um registro escrito da palavra. 
No registro das palavras a aluna utilizou nomes próprios que fazem parte 
de sua família e ainda recorreu às histórias trabalhadas anteriormente. 
Considerando os estudos de Vygotsky em “O Papel do Brinquedo no 
Desenvolvimento” 
“O mais simples jogo com regras transforma-se imediatamente numa 
situação imaginária, no sentido de que, assim que o jogo é 
regulamentado por certas regras, várias possibilidades de ação são 
eliminadas. Assim como fomos capazes de mostrar, no começo, que 
toda situação imaginária contém regras de uma forma oculta, também 
demonstramos o contrário – que todo jogo com regras contém, de 
forma oculta, uma situação imaginária. O desenvolvimento a partir de 
jogos em que há uma situação imaginária às claras e regras ocultas 
para jogos com regras às claras e uma situação imaginária oculta 
delineia a evolução do brinquedo das crianças”.(VYGOTSKY, 1998, p. 
125/126) 
 
A citação acima justifica o acréscimo do jogo nas atividades de 
intervenção, o estabelecimento de regras permite ao aluno a criação de uma 
situação imaginária e consequentemente resultará em uma aprendizagem. 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O aluno disléxico deverá ter um acompanhamento especial, 
particularizado, sequencial e cumulativo, pois só assim terá condições de se 
desenvolver de maneira aceitável e alcançar amplo sucesso. Devemos sempre 
respeitar o ritmo do aluno que apresentar sinais deste mesmo distúrbio. 
Uma excelente estratégia é trabalhar a auto estima, induzindo-o a 
restabelecer a confiança em si próprio, valorizando o que ele tem prazer em fazer 
e faz bem feito. Devemos destacar os acertos, e não realçar os erros. Enfim o 
disléxico tem uma dificuldade, não uma impossibilidade e ao receber um 
tratamento adequado pode não apenas sobrepujar essa dificuldade, mas até 
utilizá-la como melhoramento para se destacar pessoal, social e 
profissionalmente. 
REFERÊNCIAS 
 
CAGLIARI, L.C. Alfabetização e lingüística. São Paulo: Scipione, 1995. 
CAPOVILLA,F.C., COLORNI, E.M.R., NICO, A. M., CAPOVILLA, A. A Leitura em 
voz alta, tomada de ditado, manipulação, fonêmica, e relações entre elas: efeitos 
de características de palavras (freqüência, regularidade, lexicalidade) e de nível 
de escolaridade. Anais do II Congresso de Neuropsicologia, 1995. 
COLL, César PALACIOS, Jesus e MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento 
psicológico e educação: necessidades educativas especiais e aprendizagem 
escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995 vol.3. 
CUBA DOS SANTOS, C. Dislexia específica de evolução. São Paulo: Sarvier, 
1987. 
FERREIRO, E. (1992) Os processos construtivos da apropriação da escrita. 
GARCIA, J.N. Manual de Dificuldade de Aprendizagem. Porto Alegre, Artmed, 
1998. 
GONZÁLEZ B. A. (1996) Exercícios corretivos e estimulantes baseados no teste 
ABC. 
GRÉGORE, J. (1997). O diagnóstico dos distúrbios de aquisição de leitura. 
In:____; 
HOUT, Anne Van, ESTIENNE, Françoise. (2001). Dislexias: descrição, 
avaliação, explicação e tratamento. Tradução de Cláudia Schilling. Porto Alegre: 
Artmed. 
IANHEZ, Maria Eugênia e NICO, Maria Ângela. Nem sempre é o que parece: 
como enfrentar a Dislexia e os fracassos escolares. São Paulo: Elsevier, 2002. 
JEAN PIAGET. Pensamento e Linguagem. SP, Martins Fontes, 1993. 
JOHNSON, D.J. e MYKLEBUST, H.M. Distúrbios de aprendizagem: princípios e 
práticas educacionais. Tradução Marília Zanella Sanvincente. 2ª Ed. São Paulo: 
Pioneira, 1987. 
COLLARES, C.A.L. e MOYSES, M.A. A historia não contada dos distúrbios de 
aprendizagem. Caderno CEDS número 28, Campinas: Papirus, 1993, pp.

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