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004Teoria Geral do Processo

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TEORIA GERAL DO PROCESSO
SUJEITOS PROCESSUAIS
Anna Camila Andrade Piantino
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui, primeiramente, o papel das partes e seusSujeitos processuais
procuradores, compreendendo: conceito, deveres, responsabilidades, substituição das partes e direitos e deveres
dos advogados. Aprenda sobre as despesas, honorários e multas processuais, ônus processuais da atuação das
partes. Conheça também o papel da Advocacia Pública e da Defensora Pública no Código de Processo Civil. 1. 
Aprenda sobre o litisconsórcio, bem como as diferentes modalidades de intervenção de terceiros. Por fim,
compreenda o papel de juízes, auxiliares de justiça e membros do Ministério Público.
Bons estudos!
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1 Sujeitos do processo: das partes e seus procuradores
O processo é formado por três partes principais: Estado, autor e réu. Estes sujeitos são vinculados uns aos
outros, objetivando “(...) uma solução para o conflito de interesses estabelecido em torno da pretensão de direito
material de um dos litigantes e da resistência do outro.” (JÚNIOR, 2015, p. 425 e 426). Tal temática encontra-se
disciplinada no Código de Processo Civil (CPC), em seus artigos 70 a 187.
Assim, para o estudo dos sujeitos do processo, inicialmente analisa-se o conceito de parte, seus deveres,
responsabilidade e a possibilidade de substituição destas. Depois, analisa-se o papel dos procuradores no
processo, perpassando por seus direitos e deveres. Posteriormente, analisam-se as despesas honorários e multas
envolvendo a participação das partes. Por fim, analisa-se o papel da advocacia pública, bem como da Defensoria
Pública no Código de Processo Civil.
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1.1 Das partes: conceito e capacidade processual
As partes são as pessoas que fazem o processo e são sujeitos não apenas da lide, mas do processo como um todo,
seja de forma ativa ou passiva, tendo capacidade de influenciar os rumos do provimento jurisdicional. Nesse
sentido, Humberto Theodoro Júnior distingue dois conceitos possíveis para “parte”, conforme seu sentido
material e seu sentido formal (JÚNIOR, 2015, p. 426):
(...) como sujeito da lide, tem-se a parte em sentido material, e como sujeito do processo, a parte em
sentido processual. Como nem sempre o sujeito da lide se identifica com o que promove o processo,
como se dá, por exemplo, nos casos de substituição processual, pode-se definir a parte para o direito
processual como a pessoa que pede ou perante a qual se pede, em nome próprio, a tutela
jurisdicional.
Autor é a parte ativa que invoca a tutela jurídica do Estado, enquanto réu é a parte demandada, colocada na
posição passiva da relação. Ainda existem partes processuais que não são autores ou réus, mas que intervêm no
contraditório, os chamados terceiros intervenientes. Assim, define-se o conceito de parte, do ponto de vista
processual, como todos os sujeitos que atuam em contraditório na relação processual. (JÚNIOR, 2015)
Para participar da relação processual, é preciso ter a chamada - artigos. 70 a 76, nocapacidade processual
Código de Processo Civil. Segundo o artigo 70 do Código de Processo Civil: “Toda pessoa que se encontre no
exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo” (BRASIL, 2015). Aqui, tem-se a capacidade civil,
refletida na legitimidade . ad processum Caso haja incapazes, estes devem ser presentados por seus responsáveis
legais, segundo o artigo 71. Ainda, pode haver a integração da capacidade processual, que são as hipóteses em
que o juiz nomeia curador especial especificamente para suprir a incapacidade processual de alguém, nos
moldes do artigo 72 do Código de Processo Civil.
Por fim, pontua-se que no caso de verificar-se sujeito no processo que possua incapacidade processual ou tenha
irregularidade da sua representação, deve-se priorizar a possibilidade de sanar tal vício, sob pena de extinção ou
revelia, de acordo com o artigo 76.
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1.2 Das partes: deveres e responsabilidades
Os das partes e de qualquer pessoa que participe dos processos estão previstos no artigo 77, do Código deveres
de Processo Civil. São eles (BRASILl, 2015):
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de
fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do
direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar
embaraços à sua efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou
profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer
modificação temporária ou definitiva;
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
Por sua vez, o artigo 78 do referido diploma legal veda às partes, procuradores, juízes e qualquer pessoa que
participe do processo empregar expressões ofensivas no curso litigioso, seja de forma escrita ou oral. Segundo
Humberto Theodoro Júnior (2015), todos os deveres supra listados podem ser resumidos na observância dos
princípios da lealdade, probidade e boa-fé objetiva. Nesse sentido (JÚNIOR, 2015, p. 444 e 445):
Ocorre, outrossim, violação do dever de lealdade em todo e qualquer ato inspirado na malícia ou má-
fé e principalmente naqueles que procuram desviar o processo da observância do contraditório. Isso
se dá quando a parte desvia, astuciosamente, o processo do objetivo principal e procura agir de
modo a transformá-lo numa relação apenas bilateral, em que só os seus interesses devam prevalecer
perante o juiz.
A das partes encontra-se prevista nos artigos 79 e 80 do Código de Processo Civil. A má-fé doresponsabilidade
litigante gera o dever legal de indenizar as perdas e danos causados à parte prejudicada, segundo o artigo 79. A
litigância de má-fé encontra-se definida nas hipóteses listadas no artigo 80.
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Observa-se que a responsabilidade das partes pressupõe o elemento objetivo “dano” e o elemento subjetivo
“culpa”. Além do dever legal de indenizar à parte prejudicada, o litigante de má-fé ainda fica sujeito a multa,
conforme artigo 81 e 96 do Código de Processo Civil.
1.3 Substituição das partes
Em regra, a titularidade da ação pertence ao possível titular do direito material pretendido, conforme artigo 18
do Código de Processo Civil, que prevê: “Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando
autorizado pelo ordenamento jurídico” (BRASIL, 2015).
Já o parágrafo único do referido dispositivo legal prevê a hipótese da chamada substituição processual
 quando a parte processual é distinta da possível titular do direito pleiteado. A(legitimação extraordinária),
substituição processual é uma cisão entre a titularidade do direito subjetivo e a titularidade da ação. E possui
caráter excepcional, só ocorrendo em casos permitidos pelo ordenamento jurídico, onde então há a criação de
um vínculo jurídico especial (JUNIOR, 2015). Fredie Didier (2015) lista as oito principais características da
substituição processual, quais sejam:
1) o substituído pode intervir no processo conduzido pelo substituto (artigo 18); 
2) o substituo pode intervir como assistente litisconsorcial nas causas onde o substituído atua (art. 996,
parágrafo único); 
3) o legitimado atua como parte, não como representante;
4) a substituição processual pode se dar tanto no polo ativo quanto no polo passivo da demanda;
5) a coisa julgada produz efeitos ao substituído, salvo previsão legal em sentido contrário; 
6) o substituído processual também poderá sofrer sanções processuais;
7) em regra, o substituto processual possui apenas poderes relacionados à gestão do processo; e
8) a inexistência de substituição processual não leva à resolução do mérito da causa.
Como exemplos de casos de substituição processual, cita-se o conteúdo dos artigos 68; 109; 343, §6º e 1.228,
§§4º e 5º, todos do Código deProcesso Civil. Como regra, a substituição processual pode ocorrer nas hipóteses
previstas em lei, todavia, o ordenamento também autoriza a chamada “legitimação extraordinária atípica de
origem negocial” (DIDIER, 2015).
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1.4 Procuradores: direitos e deveres do advogado
Enquanto as partes possuem capacidade processual, seus procuradores possuem , quecapacidade postulatória
é a aptidão de realizar atos processuais de modo eficaz. A capacidade postulatória é um pressuposto processual e
sua ausência gera nulidade no processo ou revelia, conforme artigo 76 do Código de Processo Civil (JUNIOR,
2015).
A capacidade postulatória nada mais é que a , que pertence aos advogados regularmentecapacidade técnica
inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, segundo o artigo 103 do CPC, defensores públicos e membros do
Ministério Público. Em alguns casos excepcionais, como no caso dos Juizados Especiais Cíveis, não-advogados
também apresentam essa capacidade para atos específicos, devendo integrar sua incapacidade postulatória
designando procurador para quaisquer outros atos (DIDIER, 2015).
Conforme artigo 104 do CPC, os advogados precisam de para integrar a incapacidade técnica da procuração
parte, sendo que o artigo 105 do mesmo diploma legal contém os requisitos da procuração. A procuração é um
dos dos advogados.deveres
Por sua vez, o artigo 106 contém os , quais sejam, declarar nadeveres do advogado que atua em causa própria
petição inicial ou na contestação dados de identificação profissional e endereço para intimação, além de
comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. Os direitos dos advogados encontram-se previstos no artigo
107 do CPC e, em resumo, dizem respeito aos direitos de ter acesso adequado aos autos sem obstáculos
indevidos.
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1.5 Das despesas, honorários e multas
A tutela jurisdicional deve ser entendida como serviço público remunerado, assim, prevê o artigo 82 do Código
de Processo Civil que: “Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as
despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até
a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título” (BRASIL, 2015). Assim,
existe um ônus financeiro processual para as partes, que devem arcar com o pagamento de certos atos para que
estes possam ser realizados, sob pena de não realização destes. Aqui, cumpre distinguir “custas” processuais de “
despesas” processuais, conforme salienta Humberto Theodoro Júnior (JUNIOR, 2015, p. 456):
São custas as verbas pagas aos serventuários da Justiça e aos cofres públicos, pela prática de ato
processual conforme a tabela da lei ou regimento adequado. Pertencem ao gênero dos tributos, por
representarem remuneração de serviço público. Despesas são todos os demais gastos feitos pelas
partes na prática dos atos processuais, com exclusão dos honorários advocatícios, que receberam do
novo Código tratamento especial (art. 85).
Quando o juiz profere sentença, condena a parte sucumbente ao processuais, que épagamento de despesas
uma obrigação da parte (art. 82, §2º, CPC). Trata-se do , que atribui à parte vencida aprincípio da sucumbência
responsabilidade por todos os gastos processuais. É a ideia de que quem não tinha razão não deve acarretar
prejuízos econômicos a quem tinha. Caso haja mais de um sucumbente, aplica-se a regra do artigo 87, que
determina pagamento proporcional dos vencidos pelas despesas e honorários (JUNIOR, 2015).
Há ainda a possibilidade de ocorrer a chamada , quando o autor sai vitorioso comsucumbência recíproca
relação apenas a uma parte de sua pretensão, assim, tanto autor e réu podem ser considerados “vencedores”,
caso em que as despesas serão pagas proporcionalmente por ambos, segundo o artigo 86 do CPC. Existem ainda
algumas despesas que são um ônus e devem ser pagas antes do fim do processo, que determina ao autor o
pagamento de qualquer diligência que este faça, bem como dos atos determinados pelo juiz ou pelo Ministério
Público (art. 82, §1º, CPC). Ainda, deve o autor efetuar o chamado preparo inicial após a propositura da ação (art.
290, CPC).
Despesas periciais
O artigo 95, por sua vez, determina o pagamento adiantado das , que remuneram o assistentedespesas periciais
técnico. Cada parte será responsável pelo pagamento da perícia que houver requerido, salvo em casos de
beneficiário de justiça gratuita.
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Multas processuais
Além das despesas processuais, as partes ainda poderão ser obrigadas a arcar com , que sãomultas processuais
sanções pecuniárias por comportamentos atentatórios ao princípio do devido processo legal. Cita-se como
exemplos as multas previstas nos artigos 77, §§2º e 3º; 81; 96 e 515, I, todos do Código de Processo Civil
(JUNIOR, 2015).
Honorários de advogado
Por fim, as partes ainda devem arcar com os , que também são uma modalidade dehonorários de advogado
despesas processuais. A sentença ao final do processo que resolverá o pagamento de honorários (art. 85, CPC),
que são fixados pelo juiz conforme o valor da causa, não guardando relação com os valores firmados em contrato
entre parte e advogado (art. 85, §2º, CPC).
Cumpre ressaltar a redação do artigo 85, §14º, que esclarece que: “(...) os honorários constituem direito do
advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho,
sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial” (BRASIL, 2015).
1.6 Advocacia pública e a defensoria pública no CPC
O atual Código de Processo Civil prevê expressamente o papel da Advocacia Pública (artigos 182 a 184) e da
Defensoria Pública (artigos 185 a 187). A é uma instituição que defende os interessesAdvocacia Pública
públicos de todos os entes federativos, sendo que cada um constituirá sua própria Advocacia-Geral para que esta
os represente judicialmente. A Advocacia Pública representa não apenas os entes propriamente ditos, como
também todas as pessoas jurídicas que integram a administração direta e indireta (JUNIOR, 2015)
Por sua vez, a é órgão essencial à função jurisdicional, que tem papel de promoção dosDefensora Pública
direitos humanos, orientação jurídica e defesa de todos os necessitados, tanto em caráter individual, quanto em
caráter coletivo (art. 134, CR). Esta instituição exerce suas funções de maneira gratuita, conforme o artigo 185.
Ao contrário da Advocacia Pública, a Defensoria Pública possui prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais (artigo 183, §2º e artigo 186). Tanto os membros da Defensoria Pública, quanto os membros da
Advocacia Pública são civil e regressivamente responsáveis por prejuízos causados decorrentes de dolo ou
fraude no exercício de suas funções (artigo 184 e artigo 187).
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2 Sujeitos do processo: litisconsórcio
Para compreender litisconsórcio – que é a forma de cumulação subjetiva de ações previstas nos artigos 113 a
118 do Código de Processo Civil – é necessário estudar seus conceitos e fundamentos e, posteriormente, sua
classificação (ativo, passivo, misto, inicial, ulterior, unitário, simples, necessário e facultativo).
Assista aí
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2.1 Conceito e fundamento
Conforme constata-se a partir da redação do artigo 113 do Código de Processo Civil, litisconsórcio é a 
 no polo ativo ou passivo de uma relação jurídica (DIDIER, 2015). O litisconsórciopluralidade de sujeitos
ocorre nas seguintes hipóteses do referido artigo (BRASIL, 2015):
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
Em suma, o litisconsórcio ocorre nos casos em que o direito material pleiteado em um processo toca mais de um
titular ou obrigado. Os sujeitos neste cenário são chamadosde “litisconsortes”.
https://www.youtube.com/watch?v=bErIo53DpRQ&feature=emb_title
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2.2 Classificação
Primeiramente, o litisconsórcio pode ser ativo ou passivo, conforme o polo em que a pluralidade de sujeitos se
faça presente.
Litisconsórcio
ativo
Quando há pluralidade de autores.
Litisconsórcio
passivo
Quando há pluralidade de réus.
Litisconsórcio
misto
Quando a pluralidade de sujeitos ocorre em ambos os polos da relação.
Quanto ao momento em que ocorre o litisconsórcio, fala-se de quando este se forma nalitisconsórcio inicial
propositura da ação; e em ou quando este ocorre no curso do processo emlitisconsórcio incidental ulterior
razão de fato novo, a exemplo da hipótese prevista no artigo 109 do Código de Processo Civil (JUNIOR, 2015).
Quanto ao objeto do litigio e quanto à decisão, tem-se o quando a decisão da causa élitisconsórcio unitário
uniforme para todos os litisconsortes. Quando ela é diversa entre os sujeitos, tem-se o ou litisconsórcio simples
.comum
O litisconsórcio unitário encontra-se previsto de maneira expressa no artigo 116, e pode ser resumido como a
situação em que “vários são considerados um” (DIDIER, 2015, p. 450). Isso ocorre nos casos de relação jurídica
indivisível, onde se discute uma única relação jurídica (DIDIER, 2015). Por fim, o litisconsórcio pode ser
classificado em necessário ou facultativo quanto à sua obrigatoriedade em um dado processo. Litisconsórcio
 é aquele que deve existir obrigatoriamente, mesmo que os litigantes acordem em sentido contrário. Jánecessário
o é aquele fruto da vontade das partes. litisconsórcio facultativo Segundo o artigo 114, “(...) o litisconsórcio será
necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da
sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes” (BRASIL, 2015). Por esse artigo, constata-
se que todo litisconsórcio unitário passivo é necessário.
Pode-se dizer também que todo litisconsórcio necessário é passivo. Nesse sentido, importante frisar que não
existe litisconsórcio ativo necessário, pois o direito de ação não pode depender da vontade de terceiro. Assim,
em caso de litisconsórcio ativo unitário, todos os possíveis litisconsortes devem ser notificados e, uma vez
cientificados, cabe a cada sujeito decidir ingressar no processo ou não, conforme artigo 115 (DIDIER, 2015).
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Noutro giro, observa-se nem todo litisconsórcio unitário é necessário, sendo possível a existência de
litisconsórcio facultativo unitário. Em suma, são possíveis as seguintes combinações de classificações de
litisconsórcios (DIDIER, 2015, p. 456):
a) litisconsórcio necessário-unitário: no polo passivo, como regra, embora não seja absurda a
hipótese de um litisconsórcio unitário passivo facultativo (solidariedade passiva em obrigação
indivisível, por ex.);
b) litisconsórcio necessário-simples: quando a necessariedade se der por força de lei;
c) litisconsórcio facultativo-unitário, no polo ativo, quase que exclusivamente;
d) litisconsórcio facultativo-simples, que corresponde à generalidade das situações.
Assista aí
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/f951c19792ae6982fa9f2cc18a75ecf2
Fique de olho
Nem sempre a solidariedade obrigacional indica existência de litisconsórcio unitário. A
obrigação solidária pode implicar em litisconsórcio unitário ou simples, afinal, solidariedade
não é sinônimo de indivisibilidade (DIDIER, 2015).
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2.3 Regime de tratamento dos litisconsortes
O regime de tratamento dos litisconsortes varia conforme o litisconsórcio seja unitário ou simples. Assim, em
caso de litisconsórcio unitário, os litisconsortes serão tratados de maneira uniforme, enquanto no litisconsórcio
simples poderão ser tratados de maneira diversa.
Nesse sentido é a redação do artigo 117, CPC: “Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a
parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de
um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar” (BRASIL, 2015). Existem dois tipos de conduta das
partes ao longo do processo. Conduta determinante é aquela que leva a uma situação desfavorável, enquanto
conduta alternativa é a conduta que busca uma situação favorável. Nesse sentido, tratando-se de litisconsórcio, é
possível identificar três regras de tratamento dos litisconsortes, segundo Fredie Didier (2015).
Primeiro, a conduta determinante não pode prejudicar os demais litisconsortes. Tratando-se de litisconsórcio
unitário, a conduta determinante de um só influencia os demais se estes assim consentirem. Já no litisconsórcio
simples, os atos praticados por um litisconsorte só afetam a si mesmo. Segundo, a conduta alternativa só
beneficia todos os litisconsortes tratando-se de litisconsórcio unitário. Por fim, terceiro, a conduta alternativa
não beneficia todos os litisconsortes simples, conforme o artigo 117 do CPC (DIDIER, 2015)
Fique de olho
Nos casos em que, em um processo, os litisconsortes tenham diferentes procuradores, de
escritórios de advocacia distintos, o artigo 229 do Código de Processo Civil prevê prazos em
dobro para todas suas manifestações.
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3 Intervenção de terceiros
A intervenção de terceiros ocorre “(...) quando alguém ingressa, como parte ou coadjuvante da parte, em
processo pendente entre outras partes” (JUNIOR, 2015, p. 544). Em regra, ocorre sempre de maneira
voluntariamente, podendo o juiz coagir a intervenção de terceiro. Mas nunca de maneira inquisitorial, a exemplo
do artigo 115, parágrafo único do Código de Processo Civil (JUNIOR, 2015).
Ainda, segundo Fredie Didier (DIDIER, 2015, p. 476) a intervenção de terceiro “(...) é fato jurídico processual que
implica modificação de processo já existente. Trata-se de ato jurídico processual pelo qual terceiro, autorizado
por lei, ingressa em processo pendente, transformando-se em parte”. Como regra, a intervenção de terceiro pode
ocorrer somente quando este terceiro tenha com a causa uma vinculação jurídica, ou seja que de algum modo
será afetado pelos efeitos daquela decisão. Em outras palavras, deve haver um vínculo entre o terceiro e o objeto
litigioso de um dado processo (DIDIER, 2015).
No ordenamento brasileiro, existem atualmente cinco tipos de intervenção de terceiros no processo, sendo elas a
assistência (artigos 119 a 124), denunciação da lide (artigos 125 a 129), chamamento ao processo (artigos 130 a
132), incidente de desconsideração da personalidade jurídica (artigo 133 a 137) e (artigo 138).amicus curiae
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3.1 Assistência
Segundo o artigo 119 do CPC, a assistência ocorre quando um terceiro tem interesse jurídico no sucesso de uma
das partes de uma dada relação jurídica e, assim, decide ingressar no processo como terceiro interessado. Por
interesse jurídico, deve-se compreender a potencialidade do provimento causar prejuízo juridicamente
relevante a direito de terceiro interveniente. Destaca-se que o interesse jurídico não pode ser baseado em mero
afeto ou interesse econômico (DIDIER, 2015). Em regra, a assistência é voluntária, espontânea, pode ocorrer no
processo a qualquer grau, tempo e em qualquer tipo de procedimento. Existem dois tipos de assistência: simples
(adesiva) e litisconsorcial (qualificada) (JUNIOR, 2015).
• Assistência simples
Encontra-se previstas nos artigos 121 a 123 do CPC. É aquela que ocorre quando o assistente não 
defende direito próprio, querendo meramente colaborar com uma das partes, agindo como simples 
coadjuvante ( ) por interesse jurídico relevante. Assim, “(...) o interesse jurídico reflete-ad coadjuvandum
se na circunstância de mantereste, com o assistido, relação jurídica que poderá ser afetada pelo 
julgamento da causa. O assistente simples visa à vitória do assistido, tendo em vista o reflexo que a 
decisão possa ter em relação jurídica existente entre eles” (DIDIER, 2015, p. 481).
• Assistência litisconsorcial
Prevista no artigo 124, ocorre quando “(...) o terceiro assume a posição de assistente na defesa direta de 
direito próprio contra uma das partes” (JUNIOR, 2015, p. 549). Então, aqui, o terceiro assume uma 
posição não de assistência propriamente dita, mas de litisconsorte em uma relação que estava discutindo 
direito de seu interesse.
Humberto Theodoro Júnior cita o seguinte exemplo: 
É o que se passa, por exemplo, com o herdeiro que intervém na ação em que o espólio é parte
representada pelo inventariante. A sentença a ser proferida perante o espólio não terá apenas efeito
reflexo para o herdeiro, mas efeito direto e imediato sobre seu direito na herança litigiosa. O
assistente, na hipótese, não será apenas equiparado a litisconsorte, será efetivamente um
litisconsorte facultativo do espólio, na defesa de direito.
Na assistência litisconsorcial, o terceiro pode ser tanto cotitular da situação jurídica discutida, como titular
exclusivo desta. Aqui, trata-se de litisconsorte facultativo ulterior, aplicando-se todo regramento desse instituo
aqui (DIDIER, 2015).
•
•
- -16
3.2 Denunciação da lide
Trata-se de uma ação de regresso antecipada, onde um terceiro é chamado, de maneira provocada, a integrar o
processo, pois a demanda é dirigida a este. Esta pode ser promovida tanto pelo autor quanto pelo réu (artigo 125
do CPC) e é uma demanda incidente, regressiva, eventual e antecipada (DIDIER, 2015).
Possui caráter incidente por ser uma demanda nova em processo já existente, sem que ocorra formação de
processo novo. O processo já existente, assim, passa a ter duas demandas, a principal que se mantem e a
incidental fruto da denunciação (DIDIER, 2015).
Como exemplo, cita-se a situação em que o réu de um processo sabe que, caso venha o autor vença a demanda,
poderá cobrar o prejuízo ocasionado contra terceiro. Assim, ao invés de esperar o resultado final da ação, solicita
o ingresso do terceiro no processo desde já. A denunciação da lide pode ocorrer nas hipóteses previstas no artigo
125 do Código de Processo Civil, que são:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a
fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo
de quem for vencido no processo (BRASIL,2015).
O procedimento de dilação probatória encontra-se previsto no artigo 126, enquanto os artigos 127 e 128
preveem as posturas que o denunciado poderá adotar quando for cientificado da denunciação. Por fim, o artigo
129 trabalha a questão dos honorários advocatícios em relação à denunciação da lide.
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3.3 Chamamento ao processo
Segundo Humberto Theodoro Júnior (JUNIOR, 2015, p. 588), chamamento ao processo é a intervenção de
terceiro na qual “(...) o devedor demandado chama para integrar o mesmo processo os coobrigados pela dívida,
de modo a fazê-los também responsáveis pelo resultado do feito (art. 132).” Assim, em outras palavras, tem-se
aqui hipótese de co-obrigação, onde só o réu poderá solicitar a intervenção de terceiro, que também integrará o
polo passivo da relação.
O chamamento deve ser feito na contestação, em um prazo de 30 dias, conforme artigo 131 do Código de
Processo Civil. Já o artigo 130 traz as hipóteses de chamamento ao processo, sendo que os inciso I e II são
referentes ao réu fiador, enquanto o inciso III trata do devedor solidário que invoca os demais devedores
solidários para compor o polo passivo.
Já o artigo 132 trata expressamente do objetivo do chamamento ao processo, que nada mais é do que facilitar ao
réu demandar a prestação de terceiros quando isto lhe for devido. Assim, observa-se que este instituo foi criado
em benefício do réu, criando-se um litisconsórcio ulterior, passivo e facultativo (DIDIER, 2015).
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3.4 Incidente de desconsideração de personalidade jurídica
A desconsideração da personalidade jurídica foi consagrada pelo ordenamento jurídico atual no Código Civil
(artigo 50) e no Código de Defesa do Consumidor (artigo 28). O objetivo deste instituto é imputar aos sócios ou
administradores de uma pessoa jurídica a responsabilidade por ato ilícito praticado pela empresa. Assim, os
bens particulares dos sócios podem ser atingidos visando a reparação dos danos provocados por uma sociedade
(JUNIOR, 2015).
Nesse sentido, o atual Código de Processo Civil trouxe instituto de modo a regulamentar a maneira de efetiva-lo
no curso processual, colocando-o como uma modalidade de intervenção de terceiros. Através deste incidente,
provoca-se o ingresso de terceiro em juízo, buscando-se dirigir a responsabilidade patrimonial da pessoa
jurídica para ele (DIDIER, 2015).
Cumpre destacar que o CPC não prevê as hipóteses de incidente de desconsideração de personalidade jurídica
(IDPJ), que ainda serão definidas por lei específica. Todavia, regulamentou o modo como serão aplicadas do
ponto de vista processual.
Segundo o artigo 133, o IDCJ ocorrerá a pedido da parte ou do Ministério Público. Este pode ocorrer em qualquer
fase do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e até mesmo na execução (artigo 134, CPC).
Quando o incidente é instaurado, o sócio ou a pessoa jurídica deverá ser citado e manifestar-se no prazo de 15
dias (artigo 135, CPC).
O artigo 50 do Código Civil preconiza que caberá IDPJ nos casos em que ocorre abuso da personalidade jurídica,
ou seja, quando os sócios e administradores agem de maneira a gerar desvio de finalidade ou confusão
patrimonial.
Por sua vez, o artigo 133, §2º do CPC trata da chamada ”.“desconsideração inversa da personalidade jurídica
Aqui, tem-se a hipótese em que um sócio cria uma pessoa jurídica com o intuito de desviar seu patrimônio
pessoal. Assim, usa-se uma técnica processual em que se suspende a eficácia do ato constitutivo da pessoa
jurídica, de modo que seu patrimônio possa ser utilizado para responder pelas dívidas contraídas pelo sócio
(DIDIER, 2015).
Por fim, observa-se que o artigo 137 trata da hipótese em que, acolhido o pedido de desconsideração da
personalidade jurídica, o sócio inicia uma lapidação de seu patrimônio objetivando dissipar seus bens para que
estes não possam ser afetados pelo processo. Para estes casos, o CPC impõe a ineficácia dos atos.
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3.5 Amicus curiae
O (“amigo da corte”) é um instituto que objetiva melhorar a qualidade das decisões processuais.amicus curiae
Assim, trata-se da intervenção de um terceiro que, espontaneamente ou a pedido das partes, adentra o processo
para fornecer aprimoramento técnico-jurídico, opinando de forma fundamentada sobre o mérito discutido
(DIDIER, 2015).
Este instituto traz uma perspectiva pluralística ao processo, permitindo a participação de pessoa natural ou
jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, em um prazo de 15 dias contato a
partir da intimação (artigo 138, , CPC). Pode ocorrer tanto na primeira, quanto na segunda instância,caput
quanto nos tribunais superiores.
A necessidade de intervenção de pode ocorrer em casos de relevante matéria, temas específicos daamicus curiae
demanda, ou ainda de grande repercussão social. Os poderes do serão determinados pelo juiz ouamicus curiae
relator (artigo 138, §2º, CPC).
Já os parágrafos 1º e 3º do referido artigo tratam dos recursos em relação a presente modalidade de intervenção
de terceiro. O não pode opor recursos, salvo embargos de declaração (recurso utilizado em casosamicus curiae
de obscuridade ou erro material das decisões). Ainda, pode recorrer de decisão em caso de incidente de
resolução de demandas repetitivas.
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4 Sujeitos do processo: juiz e auxiliaresda justiça
Neste tópico, primeiramente analisa-se o papel processual dos juízes, perpassando por seus poderes, deveres,
reponsabilidades e garantias. Ainda, estuda-se as hipóteses de impedimento e suspeição. Finalmente, analisa-se
o papel dos auxiliares da Justiça. Tais conteúdos estão disciplinados no Código de Processo Civil, artigos 139 a
175.
4.1 Juiz: poderes, deveres e responsabilidades
Juízes são os sujeitos que exercem, em nome do Estado, o poder jurisdicional. Nos órgãos judiciários de primeiro
grau de jurisdição, atuam de modo monocrático (singular), enquanto nos graus superiores, atuam de forma
coletiva (colegiada), formando tribunais. Nos graus superiores, juízes são chamados de desembargadores ou
ministros (JUNIOR, 2015).
O maior poder e, não obstante, dever do juiz, é o de dirigir o processo, em observância aos princípios do devido
processo legal e do juiz natural, bem como dos cuidados enumerados no artigo 139 do Código de Processo Civil.
Por sua vez, o artigo 140 determina que o juiz tem o dever de atuar interpretativamente em caso de lacuna ou
obscuridade do ordenamento jurídico, não podendo se eximir de seu dever de decidir nessas hipóteses. Já o
artigo 141 impõe ao juiz o dever de se ater em sua decisão aos limites da demanda estipulados pelas partes.
Ainda, o artigo 142 determina que é um poder-dever do juiz zelar pela boa-fé processual.
Importante observar que, por óbvio, os poderes e deveres do juiz não se esgotam nos artigos supracitados, pois o
dever de zelar pelo respeito ao ordenamento jurídico é amplo. No próprio Código de Processo Civil é possível
identificar outros deveres, como é o caso dos artigos 370 e 371, que tratam da produção de provas (GONÇALVES,
2016)
Por fim, o artigo 143 trata das responsabilidades do juiz, que responderá, civil e regressivamente por perdas e
danos caso haja em suas funções com dolo ou fraude (inciso I), ou ainda se recusar, omitir ou retardar sem justa
causa o andamento processual, obstaculizando providências (inciso II).
Ressalta-se que a responsabilização pessoal dos juízes é excepcional e decorrente de previsão em lei, pois em
regra, estes não respondem pessoalmente por danos decorrentes da atividade judiciaria, mas sim o Estado
(artigo 5º, LXXV, CR) (GONÇALVES, 2015).
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4.2 Garantias constitucionais
A Constituição da República prevê três garantias especiais aos juízes, visando assegurar a independência
funcional destes, quais sejam, a vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio.
Vitaliciedade
Determina que estes não podem perder o respectivo cargo sem que haja sentença judicial nesse sentido (artigo
95, I, CR).
Inamovibilidade
Diz respeito a não remoção compulsória dos juízes, salvo em caso de relevante interesse público, bem como
votação por maioria absoluta do Conselho Nacional de Justiça (artigos 95, III; 93, VIII, CR). 
Irredutibilidade de subsídio
Encontra-se prevista no artigo 95, III, CR.
Ainda tratando das garantias constitucionais dos magistrados, o parágrafo único do artigo constitucional em
análise traça restrições aos juízes, visando a manutenção da imparcialidade necessária para o exercício do poder
de jurisdição. São estas:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (BRASIL, 1988).
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4.3 Impedimentos e da suspeição
Impedimentos são fatos graves por colarem em risco a imparcialidade dos juízes. Assim, caso um impedimento
seja constatado, deve-se transferir de ofício o processo, sob risco de nulidade absoluta (artigo 966, II, CPC).
Assim, tem-se o impedimento como uma objeção processual, que pode ser conhecida de ofício a qualquer tempo.
As causas de impedimento encontram-se listadas nos incisos do artigo 144, CPC (GONÇALVES, 2016).
Por sua vez, a trata de hipóteses menos gravosas em relação às hipóteses de impedimento, mas dasuspeição
mesma maneira atentam contra a imparcialidade dos magistrados. Sendo menos grave, caso um juiz suspeito
conduza um processo sem que as partes reclamem, não será caso de nulidade.
Caso haja suspeição, esta poderá ser decretada tanto de ofício pelo juiz ou arguida pelas partes. Reconhecida a
suspeição, todos os atos praticados pelo magistrado no processo em questão serão tidos como nulos. As
hipóteses de suspeição encontram-se previstas nos incisos do artigo 145, CPC (GONÇALVES, 2016).
Tanto no caso de impedimento, quanto no caso de suspeição, o juiz pode afastar-se do processo de modo
voluntário. Caso não o faça, a questão será apreciada pela instância superior ao do magistrado.
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4.4 Auxiliares da justiça
Os auxiliares da justiça são pessoas imprescindíveis para o funcionamento da função judiciária, ainda que não
exerçam a atividade jurisdicional propriamente dita. Os auxiliares de justiça são aqueles que prestam auxílio
tanto em caráter permanente, como é o caso dos servidores públicos, quanto em caráter eventual, como o caso
de alguns peritos.
O artigo 149 do Código de Processo Civil traz um rol exemplificativo de auxiliares de justiça:
“São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de
organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o
administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor,
o contabilista e o regulador de avarias.” (Brasil, 2015)
O é o mais importante auxiliar do juízo, sendo responsável por dar andamentoescrivão ou chefe de secretaria
ao processo, bem como de documentar atos que praticam em seu curso. Suas atribuições encontram-se previstas
no artigo 152 do CPC (JUNIOR, 2015).
Já o é responsável por cumprir os mandados determinados pelos juízes, relativos a diligênciasoficial de justiça
processuais, como citações, intimações e notificações. Suas atribuições encontram-se previstas no artigo 154,
CPC. Por sua vez, o é o auxiliar encarregado de guardar e conservar os bens colocados às ordens dodepositário
juízo, conforme artigo 159, CPC. Já os são os depositários com funções de gestor, como poradministradores
exemplo, praticar penhora (JUNIOR, 2015).
Os são os auxiliares responsáveis por traduzir documentos em línguas estrangeiras,interpretes ou tradutores
bem como empregar a língua brasileira de sinais (libras), nos moldes das funções previstas no artigo 162, CPC.
Por fim, destaca-se o papel imprescindível dos e como auxiliares de justiça, atuandoconciliadores mediadores
no sentido de buscar um adequado diálogo entre as partes processuais, de forma imparcial, visando a resolução
consensual de conflitos através do protagonismo das partes. Suas funções e responsabilidades encontram-se
previstas nos artigos 165 a 175, CPC.
• Escrivão ou chefe de secretaria
É o mais importante auxiliar do juízo, sendo responsável por dar andamento ao processo, bem como de 
documentar atos que praticam em seu curso. Suas atribuições encontram-se previstas no artigo 152 do 
CPC (JUNIOR, 2015).
• Oficial de justiça
É responsável por cumprir os mandados determinados pelos juízes, relativos a diligências processuais, 
•
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É responsável por cumprir os mandados determinados pelos juízes, relativos a diligências processuais, 
como citações, intimações e notificações. Suas atribuições encontram-se previstas no artigo 154, CPC.
• Depositário
É o auxiliar encarregado de guardar e conservar os bens colocados às ordens do juízo, conforme artigo 
159, CPC.
• Administradores
São os depositários com funções de gestor, comopor exemplo, praticar penhora (JUNIOR, 2015).
• Interpretes ou tradutores
São os auxiliares responsáveis por traduzir documentos em línguas estrangeiras, bem como empregar a 
língua brasileira de sinais (libras), nos moldes das funções previstas no artigo 162, CPC.
• Conciliadores e mediadores
Atuam como auxiliares de justiça, na busca de um adequado diálogo entre as partes processuais, de 
forma imparcial, visando a resolução consensual de conflitos através do protagonismo das partes. Suas 
funções e responsabilidades encontram-se previstas nos artigos 165 a 175, CPC.
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5 Sujeitos do processo: Ministério Público
O Ministério Público trata-se de um sujeito especial do processo, que possui como função institucional promover
a defesa dos interesses coletivos da sociedade, bem como a ordem jurídica e da democracia (art. 127, CR). Pode
atuar como parte, bem como fiscal da ordem jurídica ( ), a depender do caso (artigos 177 e 178, CPC).custos legis
O Ministério Público não é órgão do Poder Judiciário, muito menos pode ser visto como um quarto poder, pois é
órgão da Administração Pública. Sua função é dividida entre Ministério Público da União e Ministério Público
estadual. Por sua vez, o Ministério Público da União compreende: Ministério Público Federal, Ministério Público
do Trabalho, Ministério Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (art. 128, CR).
Nesse contexto, analisa-se aqui seus principais princípios institucionais, garantias constitucionais e atribuições
processuais.
5.1 Princípios institucionais
A atuação do Ministério Público é pautada sob três princípios fundamentais: unidade, indivisibilidade e
independência. Primeiramente, a diz respeito à unicidade do órgão, assim, todos seus agentes agemunidade
como uma só corporação do ponto de vista institucional.
Já a indivisibilidade diz respeito a que existe entre os membros do órgão, assim, “seussubstitutibilidade
diversos membros podem ser indiferentemente substituídos uns pelos outros em suas funções sem que disso
decorra alteração subjetiva nos processos em que o Ministério Público atua” (JUNIOR, 2015, p. 699).
Por fim, o princípio da determina que cada membro deve agir conforme sua própria consciênciaindependência
jurídica, não se submetendo ao controle do Poder Executivo, Legislativo, Judiciário, ou aos órgão superiores da
própria instituição (JUNIOR, 2015).
5.2 Garantias constitucionais
Visando o exercício adequado das funções instituídas ao Ministério Público, a Constituição da República
determinou um rol de garantias aos membros deste órgão, previstas em seus artigos 127 a 129.
Segundo Humberto Theodoro Júnior (2015), são estas: autonomia funcional e administrativa; estruturação em
carreira; ingresso na carreira mediante concurso de provas e títulos; vitaliciedade; inamovibilidade, salvo motivo
de interesse público e decisão de órgão colegiado; e irredutibilidade de vencimentos.
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5.3 Atribuições processuais: o papel do Ministério Público no CPC
Além de reforçar as atribuições do Ministério Público previstas na Constituição da República, o Código de
Processo Civil lista, em seu artigo 178, hipóteses em que o Ministério Público deverá atuar como fiscal da ordem
jurídica, quais seja, em casos de relevante interesse público ou social, em casos onde haja interesse de incapaz,
ou ainda em litígios coletivos relacionados ao direito à moradia refletida no direito real de posse.
O artigo 179 prevê que, atuando em , o Ministério Público poderá ter vista aos autos depois dascustos legis
partes, bem como deverá ser intimado de todos os atos que ocorram no processo. Ainda, poderá produzir provas
e requerer outras medidas processuais pertinentes.
Já o artigo 180 determina que o Ministério Público terá prazo em dobro para manifestar-se nos autos. Por fim, o
artigo 181 prevê a responsabilidade dos membros do referido órgão, que responderão quando agirem com dolo
ou fraude no exercício de suas funções.
Assista aí
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/86e5c78db34a3533d9f990ddf57c43a5
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• diferenciar o papel das partes e seus procuradores;
• compreender conceito, deveres, responsabilidades, substituição das partes e direitos e deveres dos 
advogados;
• aprender sobre as despesas, honorários e multas processuais, ônus processuais da atuação das partes;
• entender o papel da Advocacia Pública e da Defensora Pública no Código de Processo Civil;
• saber sobre o litisconsórcio, bem como as diferentes modalidades de intervenção de terceiros;
• conhecer o papel de juízes, auxiliares de justiça e membros do Ministério Público.
Referências
BRASIL. Constituição (1988). . Brasília: Senado, 1988.Constituição da República Federativa do Brasil
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BRASIL. Lei n. 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. 17Diário Oficial da União,
mar. 2015. Disponível em: Acessohttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
em: 13. nov. 2019.
DIDIER, Fredie. . 17. ed. Salvador: JusPODIVM, 2015. v. 1.Curso de Direito processual civil
GONÇALVES, M. V. R. . 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.Direito processual civil esquematizado
JÚNIOR, H. T. 56. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. v. 1.Curso de direito processual civil.
MARINONI; ARENHART; MITIDEIRO. . 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.Curso de processo civil
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
	Olá!
	1 Sujeitos do processo: das partes e seus procuradores
	1.1 Das partes: conceito e capacidade processual
	1.2 Das partes: deveres e responsabilidades
	1.3 Substituição das partes
	1.4 Procuradores: direitos e deveres do advogado
	1.5 Das despesas, honorários e multas
	1.6 Advocacia pública e a defensoria pública no CPC
	2 Sujeitos do processo: litisconsórcio
	Assista aí
	2.1 Conceito e fundamento
	2.2 Classificação
	Assista aí
	2.3 Regime de tratamento dos litisconsortes
	3 Intervenção de terceiros
	3.1 Assistência
	Assistência simples
	Assistência litisconsorcial
	3.2 Denunciação da lide
	3.3 Chamamento ao processo
	3.4 Incidente de desconsideração de personalidade jurídica
	3.5 Amicus curiae
	4 Sujeitos do processo: juiz e auxiliares da justiça
	4.1 Juiz: poderes, deveres e responsabilidades
	4.2 Garantias constitucionais
	4.3 Impedimentos e da suspeição
	4.4 Auxiliares da justiça
	Escrivão ou chefe de secretaria
	Oficial de justiça
	Depositário
	Administradores
	Interpretes ou tradutores
	Conciliadores e mediadores
	5 Sujeitos do processo: Ministério Público
	5.1 Princípios institucionais
	5.2 Garantias constitucionais
	5.3 Atribuições processuais: o papel do Ministério Público no CPC
	Assista aí
	é isso Aí!
	Referências

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