Buscar

Regulação da Absorção Intestinal de Glicose

Prévia do material em texto

ARTIGO: REGULAÇÃO DA ABSORÇÃO INTESTINAL DA GLICOSE
Os métodos homeostáticos que manipulam os níveis de glicose plasmática são fundamentais no controle e tratamento de patologias como a obesidade, a diabetes, e a síndrome metabólica. A glicose é um dos substratos mais essenciais para o organismo humano, pois o corpo necessita de uma dose diária, sobretudo para satisfazer as necessidades metabólicas do cérebro, sua fonte corresponde aos glicídios, que provem da dieta. Os glicídios após digeridos enzimaticamente, se tornam unidades mais simples de monossacarídeo, no qual quando transportado através do intestino é influenciado pela sua qualidade e quantidade presente no lúmen intestinal. 
O transporte transmembrar da glicose e outros açúcares é levado por proteínas transportadoras, nas quais uma é formada por transporte ativo que requer ATP e depende de SGLT e a outra por transporte de glicose por difusão facilitada, GLUT, em que não requer o uso de energia. Através desses transportadores, o gradiente eletroquímico do íon sódio gerado pela bomba de sódio e potássio é utilizado para transportar a glicose contra seu gradiente de concentração. 
Conforme o modelo clássico de absorção intestinal de glicose, esta é captada ativamente do lúmen para o interior do enterócito pelo SGLT1, esse possui um sítio de ligação para o sódio, e essa ligação induz uma mudança de conformação no transportador, tornando- o acessível a glicose. Desse modo, cada molécula de glicose transportada, gera dois íons sódio. Depois, a glicose acumulada é liberada passivamente do enterócito para a circulação sanguínea através de duas vias distintas, a que envolve o GLUT2 e a outra que envolve vesículas intracelulares. Esse mecanismo tem sido posto em causa por muito investigadores ainda. 
Após a refeição, os produtos decorrentes da digestão de glicídios, sobretudo dissacarídeos, atingem a membrana apical do jejuno, 30 minutos após sua ingestão. Nessa altura, atingem-se concentrações fisiológicas à superfície da membrana apical. De acordo com a hipótese do GLUT2 apical, alguns minutos após a glicose ser transportada pelo SGLT1, ocorre um rápido recrutamento e inserção de transportadores GLUT2, provenientes de vesículas intracelulares. O mecanismo de transporte cooperativo entre o SGLT1 e o GLUT2 opera somente quando estão presentes altas concentrações de glicose no lúmen intestinal, ou seja, durante a digestão de uma refeição rica em glicídios, promovendo desse modo uma absorção facilitada de glicose várias vezes superior. Nessa situação, o GLUT2 constitui a principal via de absorção intestinal de glicose. Pelo contrário, antes de uma refeição, quando os níveis de glicose luminais são baixos, a presença de GLUT2 na membrana apical é reduzida e o GLUT2 basolateral opera na direção oposta, fornecendo glicose da corrente sanguínea para o enterócito, o que contribui para o equilíbrio energético do mesmo. em suma, o GLUT2 e o SGLT1 atuam em conjunto no processo de absorção intestinal da glicose, regulando no plasma os níveis de glicose no enterócito e possivelmente no plasma.

Continue navegando

Outros materiais