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Planejamento Tributário Profª M.Sc. Tatiane Romana 1 Unidade 02 Regime de Caixa e Regime de Competência A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido, poderá adotar o critério de reconhecimento de suas receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de serviços pelo regime de caixa ou de competência, observando-se as exigências descritas na IN SRF nº 104, de 1998. 2 Unidade 02 Regra geral, a pessoa jurídica apura a base de cálculo dos impostos e contribuições pelo regimento de competência, sendo exceção os rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa e os ganhos líquidos em renda variável, os quais devem ser acrescidos à base de cálculo do lucro presumido quando da alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação. Contudo, poderá a pessoa jurídica adotar o critério de reconhecimento das receitas das vendas de bens e direitos ou da prestação de serviços com pagamento a prazo ou em parcelas na medida dos recebimentos, ou seja, pelo regime de caixa, desde que mantenha a escrituração do livro Caixa e observadas as demais exigências impostas pela IN SRF nº 104, de 1998. 3 Unidade 02 DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS AOS SÓCIOS O art. 10 da Lei no 9.249/95 dispõe que os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, não ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de cálculo do imposto de renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliada no País ou no exterior. 4 Unidade 02 O § 2º do art. 238 da IN nº 1.700, de 2017, dispõe que no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, poderá ser distribuído, sem incidência de imposto: I - o valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita a pessoa jurídica; II - a parcela de lucros ou dividendos excedentes ao valor determinado no item I, desde que a empresa demonstre, através de escrituração contábil feita com observância da lei comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas para apuração da base de cálculo do imposto pela qual houver optado, ou seja, o lucro presumido ou arbitrado. 5 Unidade 02 Planejamento Tributário: consiste em um conjunto de atos lícitos e economicamente consistentes, anterior à ocorrência do fato gerador, visando direta e ou indiretamente à economia de tributos devidos. Planejamento Tributário não inclui: Atos ilícitos Simulações ou fraudes Abusos de qualquer natureza 6 Unidade 02 10 passos para realização de Planejamento Tributário: 1. instituir um Departamento Fiscal, organizado e dirigido por um profissional especializado que deverá estar sempre alinhado com as novidades da legislação tributária; 2. fazer um levantamento histórico da empresa, identificando a origem de todas as transações efetuadas, e escolher a ação menos onerosa para os fatos futuros; 3. verificar a ocorrência de todos os fatos geradores dos tributos pagos e analisar se houve cobrança indevida ou recolhimento a maior; 7 Unidade 02 4. verificar se houve ação fiscal sobre fatos geradores decaídos, pois os créditos constituídos após cinco anos são indevidos; 5. analisar, anualmente, qual a melhor forma de tributação do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro, calculando de que forma (real ou presumida) a empresa pagará menos 6. levantar o montante dos tributos pagos nos últimos cinco anos, para identificar se existem créditos fiscais não aproveitados pela empresa; 7. analisar os casos de incentivos fiscais existentes, tais como: isenções, redução de alíquotas entre outros; 8 Unidade 02 8. analisar qual a melhor forma de aproveitamento dos créditos existentes (compensação ou restituição); 9. conhecer todas as situações em que é possível o crédito tributário, principalmente com relação aos impostos e contribuições não acumulativas (ICMS, IPI, PIS, COFINS etc.); 10. aproveitar as lacunas deixadas na legislação e ficar atento às mudanças nas normas e aos impactos nos resultados das empresas. 9 Unidade 02 Tipos de Planejamento Tributário, podemos citar: Operacional = forma do registro dos fatos. Estratégico = implica mudança de características estratégicas da empresa. Preventivo = orientações, cumprir a legislação tributária, agir preventivamente. Corretivo = ao detectar anormalidade, procede-se ao estudo e alternativas de correção. Especial = surge em casos específicos, tais como: abertura de filial, novos produtos, reestruturação de empresa, reorganização, fusão, incorporação ou cisão, etc. 10 Unidade 02 Ferramentas do Planejamento Tributário : Legislação tributária Documentação contábil da empresa; Livros contábeis e fiscais Guias de recolhimentos e declaração de rendimentos, EFD Contribuições, DCTFs e PERDCOMP e outras declarações que são obrigações próprias do contribuinte. 11 Unidade 02 Condições necessárias para o Planejamento Tributário Legal • Conhecer todas as situações em que é possível o crédito tributário, principalmente com relação aos chamados impostos não cumulativos – ICMS e IPI; • Conhecer todas as situações em que é possível o diferimento (postergação) dos recolhimentos dos impostos, permitindo melhor gerenciamento do fluxo de caixa; • Conhecer todas as despesas e provisões permitidas pelo fisco como dedução de receita; • Ser oportuno e aproveitar as lacunas deixadas pela legislação, para tanto ficando atento às mudanças nas normas e aos impactos nos resultados da empresa. 12
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