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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - Maria de Tal

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AO JUIZO DO 1º JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA - DF
 
 
Autos nº 000007777-8
	MARIA DE TAL, já qualificada, representada por seu advogado, com fundamento no artigo 1022, inciso I do Código de Processo Civil, opor: 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
	Da sentença proferida em que contende com a parte adversa, também já qualificada, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
 
I – DA SÍNTESE PROCESSUAL E DA DECISÃO EMBARGADA
	O embargante sofreu o ajuizamento de ação de obrigação de fazer c/c indenização por danos morais e materiais, cujo objeto é obrigar a demandada a fornecer a prova de segunda chamada com a inclusão apenas da mateia perdida de não a do semestre todo, requereu também a condenação pelos prejuízos patrimoniais e morais, materiais – referente aos gastos com idas e vindas à faculdade para resolver o imbróglio, no valor juntado à inicial de R$ 485,00 (transporte e xerox com regimento interno, requerimento administrativo) e mais R$ 15.000,00 a título de danos morais pelos transtornos ocasionados com tal situação. Designada audiência de instrução para o dia 19.12.2017. Colheu-se depoimento das partes. Não houve oitiva de testemunhas. Sendo assim a sentença foi proferida consoante os termos abaixo: 
“PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - A: MARIA DE TAL. Adv(s).: Nao Consta Advogado. R: INSTITUTO DE EDUCAÇÃO MM. Adv(s).: XXXX–Antônio José. Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS 1JECIVPLA 1º Juizado Especial Cível de Brasília Número dos autos: 000007777-8. PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. SENTENÇA
Dispensado o relatório, nos termos do artigo 38, da Lei 9.099/95. DECIDO. Todos os professores, cujas respostas foram juntadas pela autora, informaram que seria possível uma avaliação substitutiva (ID 10366051 p. 4; 10366059 p. 4). A autora não provou que tenha feito qualquer requerimento para a realização de segunda chamada e que esse tenha sido negado. Em verdade, ao que se depreende dos autos, é que a autora, em face de sua ausência, não queria estudar a matéria de todo o bimestre, pretendendo obter por meio do Poder Judiciário benesse (estudar a matéria apenas da prova perdida) não prevista no regimento da faculdade. Vou reproduzir nestes autos os mesmos argumentos utilizados para o julgamento de improcedência dos autos 0702507-13.2017.8.07.0005, ação movida também pela autora e por ela citada na petição ID 11786656, pois também se aplicam a este caso. Na lição de Maria Celina Bodin de Moraes, De fato, não será toda e qualquer situação de sofrimento, tristeza, transtorno ou aborrecimento que ensejará a reparação, mas apenas aquelas situações graves o suficiente para afetar a dignidade humana em seus diversos substratos materiais, já identificados, quais sejam, a igualdade, a integridade psicofísica, a liberdade e a solidariedade familiar ou social, no plano extrapatrimonial em sentido estrito[1]. Em verdade, o que se observa no mundo moderno é uma hipersensibilidade e falta de tolerância para a vida em sociedade. Qualquer coisa, por menor que seja, melindra as pessoas que se acham no direito de obter indenização por danos morais por qualquer situação desconfortável. São casos como o presente, os quais nunca deveriam chegar ao Judiciário, que fomentam a chamada indústria do dano moral. Há 20 anos, ninguém pensaria em propor uma ação como a presente, a qual é reflexo de uma cultura intolerante, individualista e vitimizadora. Ora, a própria autora reconhece que teria a possibilidade de fazer uma nova avaliação, mas não nos termos em que gostaria. E, mesmo que não existisse essa possibilidade, não haveria danos morais. Danos morais são destinados para situações graves o suficiente que afetem os direitos de personalidade de alguém. Não realizar uma prova e ter de estudar para uma avaliação com matéria mais ampla é situação que centenas de pessoas já passaram, sem qualquer reclamação, pois faz parte das ?regras do jogo?, ou seja, do regulamento a que se adere quando um estudante se matricula em uma instituição de ensino superior. A vida em sociedade exige das pessoas esse comprometimento, não sendo possível alterar as regras simplesmente porque um indivíduo acha que tem mais direito do que os demais. Todos têm o direito de ficar doente e, para isso, há a segunda chamada, ainda que a matéria seja mais ampla. A esse respeito, convém observar que estudar nunca fez mal a ninguém e a exigência da instituição de ensino de que o aluno estude mais para fazer uma avaliação substitutiva não lhe trará qualquer prejuízo. Ao contrário, sedimentará mais o seu conhecimento. Será mais difícil a avaliação? Sim, mas o profissional estará mais bem preparado, inclusive pela maturidade adquirida ao passar por uma prova mais dura. Não há aqui violação à isonomia, eis que todos os alunos que perdem provas serão submetidos às mesmas regras. Inviável, portanto, o acolhimento do pedido de danos morais. Quanto ao pedido de aplicação de segunda chamada, esse perdeu seu objeto quando a autora cancelou sua matrícula. Diante do exposto, julgo improcedente o pedido de danos morais. Em relação à obrigação de fazer, extingo o feito, sem apreciação de mérito, por perda superveniente do interesse de agir (art. 485, VI, 493, do CPC. Honorários fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, p. 2º, do CPC. Transitada em julgado, dê-se baixa e arquive-se. P. I. Brasília, 19 de dezembro de 2017, terça-feira, às 15:27h. Sentença prolatada em audiência. Fulana Cicrana, Juíza de Direito.
II – DA OBSCURIDADE
Como já se afirmou anteriormente, a decisão embargada foi obscura uma vez que não deixou claros os fundamentos jurídicos necessários para a prolação da sentença, uma vez que fica claro a sua pessoalidade ao justificar sua sentença onde o mesmo não se usa de fundamentos jurídicos e sim a sua opinião, sendo totalmente legal a proposição dos presentes embargos de declaração, conforme prevê o art. 1022, II, do cpc, senão vejamos.
Art. 1022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição
Desta feita não resta dúvidas da legalidade e necessidade de que seja sanada a obscuridade contida na decisão proferida para que haja o devido respeito ao devido processo legal, bem como o respeito à imparcialidade.
III – DA CONCLUSÃO
Diante de todo o exposto, requer sejam acolhidos os presentes embargos de declaração para suprimento da obscuridade encontrada no próprio teor da decisão, na qual não deixa claros os motivos legais para tal decisão, levando em conta que a sentença deve ser clara conforme artigo 489, § 1º, inciso I.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local ..., 27 de dezembro de 2017
ADVOGADO
OAB ...

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