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Diretrizes nacionais do saneamento básico

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SANEAMENTO
Ronei Stein
Diretrizes Nacionais 
de Saneamento 
Básico – Parte II
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Definir saneamento básico segundo a Lei Federal nº. 11.445, de 5 de
janeiro de 2007
 Identificar as diretrizes nacionais para o saneamento básico.
 Nomear quais atividades e estruturas estão contempladas no abas-
tecimento de água, no esgotamento sanitário, na limpeza urbana
e manejo de resíduos sólidos e na drenagem e manejo das águas
pluviais urbanas
Introdução
Neste capítulo, serão discutidas as diretrizes nacionais do saneamento 
básico. Essas diretrizes são orientadas pela Lei nº. 11.445/2007 e estão 
diretamente vinculadas aos quatro eixos do saneamento: abastecimento 
de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e drenagem de águas 
superficiais.
Importância da Lei nº. 11.445/2007 
para o saneamento
De modo geral, saneamento é o conjunto de medidas que buscam preservar 
ou modifi car o meio ambiente para prevenir doenças e semear saúde. Com 
saneamento, é possível melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, a produtivi-
dade do indivíduo e otimizar a atividade econômica. No Brasil, o saneamento 
básico é um direito assegurado pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei 
nº. 11.445/2007, a Lei Federal de Saneamento Básico.
A Lei nº. 11.445/2007 trouxe novas diretrizes nacionais e definiu o plane-
jamento dos serviços básicos como instrumento fundamental para se alcançar 
o acesso universal ao saneamento básico. Todas as cidades devem formular as 
suas políticas públicas visando à universalização, sendo o plano municipal de 
saneamento básico (PMSB) o instrumento de estratégia e diretrizes. 
Os componentes do saneamento básico são o abastecimento de água, o 
esgotamento sanitário, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e a dre-
nagem e manejo das águas pluviais urbanas (INSTITUTO TRATA BRASIL, 
2018). Saneamento é um fator essencial para o desenvolvimento econômico 
e social de um país. Os serviços de água tratada, de coleta e tratamento dos 
esgotos levam à melhoria da qualidade de vidas das pessoas, sobretudo na 
saúde infantil, com redução da mortalidade infantil e melhorias na educação. 
Tembém levam à expansão do turismo, valorização dos imóveis, melhoria 
da renda do trabalhador, despoluição dos rios e preservação dos recursos 
hídricos, etc.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresenta algumas medidas para 
promover o saneamento básico:
  instalação e manutenção de esgotos sanitários;
  drenagem das águas pluviais;
  administração do nível de poluição do meio ambiente;
  planejamento para ocupação dos territórios levando em conta o 
saneamento;
  abastecimento da população com água potável;
  administração da quantidade de insetos e animais nocivos à saúde 
humana;
  coleta de lixo e sua adequação;
  saneamento dos lares, locais de trabalho e de lazer.
Aspectos relevantes da Lei nº. 11.445/2007
A Lei nº. 11.445/2007 cria as diretrizes básicas para a organização dos serviços 
de saneamento básico no Brasil. Entre as quais, pode-se destacar (BRASIL, 
2007):
Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II2
a) Definição: a lei define saneamento básico como o conjunto de serviços, 
infraestruturas e instalações operacionais de:
 ■ abastecimento de água potável, compreendendo desde a captação até 
as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; 
 ■ esgotamento sanitário, compreendendo a coleta, o transporte, o tra-
tamento e a disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde 
as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;
 ■ limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, compreendendo a 
coleta, o transporte, o transbordo, o tratamento e o destino final 
do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de 
logradouros e vias públicas; 
 ■ drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, compreendendo o 
transporte, a detenção ou a retenção para o amortecimento de vazões 
de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas 
nas áreas urbanas.
b) Titularidade: a lei não aborda diretamente a questão da titularidade 
dos serviços de saneamento básico. A esse respeito, determina apenas 
que o titular deve prestar os serviços diretamente ou deve:
 ■ delegar a organização, a regulação, a fiscalização dos serviços a 
outros entes da federação por meio de consórcios públicos e convênios 
de cooperação entre os entes federados; 
 ■ delegar a prestação dos serviços a ente que não integre a adminis-
tração do titular por meio de contrato, sendo vedada a disciplina 
mediante convênios, termos de parceria ou outros instrumentos de 
natureza precária.
c) Entidade Reguladora: a lei prevê a criação de uma entidade regula-
dora, que deve editar normas sobre as dimensões técnicas, econômicas 
e sociais de prestação dos serviços. A entidade reguladora deve ter 
autonomia administrativa, orçamentária e financeira para que possa 
atuar com independência decisória e transparência.
Além disso, de acordo com Pereira Júnior (2008), a Lei nº. 11.445/2007 
apresenta alguns dispositivos quanto à regularização dos serviços de sanea-
mento básico:
  Reconhecimento da necessidade de que os serviços de saneamento 
tenham sustentabilidade econômica.
  Visão equilibrada da função social do saneamento. O saneamento é 
importante para a saúde pública, para o meio ambiente e para o bem-
3Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II
-estar geral da sociedade, mas, como um “serviço público”, tem de ter 
sustentabilidade econômica para garantir sua prestação com qualidade, 
confiabilidade e continuidade.
  Possibilidade de resolução gradual dos problemas ambientais decorrentes 
da deficiência ou ausência de serviços de saneamento básico.
  Regulamentação da prestação regionalizada de serviços de saneamento 
básico, criando condições legais estáveis para a atuação de entidades e 
empresas estaduais, municipais e privadas em vários municípios, com 
ganhos de escala e otimização de recursos logísticos, administrativos, 
técnicos e operacionais.
  Elaboração de planos de saneamento básico, compatibilizando os quatro 
serviços que o compõem, além da elaboração de mecanismos de controle 
social e de sistema de informações sobre os mesmos.
  Formalização por contrato de toda relação entre titular e prestadores 
de serviços e entre prestadores de etapas complementares do mesmo 
serviço.
  Planejamento e regulação de todos os serviços. A lei fornece o conteúdo 
mínimo da regulação e permite que o planejamento seja elaborado 
mediante cooperação de outras entidades, inclusive prestadores de 
serviços. Também permite e delegação da regulação a outras entidades, 
inclusive de outros entes da federação, e a consórcios de municípios.
  Estabelecimento de diretrizes econômicas e sociais, as quais incluem 
as regras gerais para a cobrança dos serviços de saneamento — tarifas, 
taxas e tributos, além das formas de quantificação dos serviços, como 
o volume de água consumida e de esgoto coletado e a quantidade de 
lixo coletado.
  Estabelecimento de diretrizes técnicas para a prestação de serviços 
de saneamento básico: requisitos mínimos de qualidade, regularidade 
e continuidade. A lei centraliza na União a definição de parâmetros 
mínimos de potabilidade da água para o abastecimento público, o que 
já é feito pelo Ministério da Saúde. Estabelece condições específicas 
para o licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgotos 
e de resíduos gerados pelos processos de tratamento de água. Torna 
obrigatória a ligação de toda edificação nas redes públicas de água e 
de esgotos.
  Controle social dos serviços de saneamento básico, remetendo aos 
titulares dos serviços a definição da forma como esse controle será 
organizado e exercido.
Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II4
Diretrizes nacionais para o saneamento básico
A superação das desigualdades sociais no acesso aos serviços públicos desaneamento básico é questão fundamental para alavancar a área e cumprir 
seu objetivo de universalização no atendimento à população, conforme esta-
belecido nas diretrizes nacionais e na Política Federal de Saneamento Básico 
(BRASIL, 2007). 
Conforme art. 48 da Lei nº. 11.445/2007, a União deve respeitar as seguintes 
diretrizes (BRASIL, 2007):
  prioridade para as ações que promovam a equidade social e territorial 
no acesso ao saneamento básico;
  aplicação dos recursos financeiros, de modo a promover o desenvolvi-
mento sustentável, sua eficiência e eficácia;
  estímulo ao estabelecimento de adequada regulação dos serviços;
  utilização de indicadores epidemiológicos e de desenvolvimento so-
cial no planejamento, implementação e avaliação das suas ações de 
saneamento básico;
  melhoria da qualidade de vida e das condições ambientais e de saúde 
pública;
  colaboração para o desenvolvimento urbano e regional;
  garantia de meios adequados para o atendimento da população rural 
dispersa, inclusive mediante à utilização de soluções compatíveis com 
suas características econômicas e sociais peculiares;
  fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico, à adoção de 
tecnologias apropriadas e à difusão dos conhecimentos gerados;
  adoção de critérios objetivos de elegibilidade e prioridade, levando 
em consideração fatores como nível de renda e cobertura, grau de 
urbanização, concentração populacional, disponibilidade hídrica, riscos 
sanitários, epidemiológicos e ambientais;
  adoção da bacia hidrográfica como unidade de referência para o pla-
nejamento de suas ações;
  estímulo à implementação de infraestruturas e serviços comuns a mu-
nicípios, mediante mecanismos de cooperação entre entes federados.
  estímulo ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de equipamentos e 
métodos economizadores de água.
5Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II
 Em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), ele deve 
ser elaborado obrigatoriamente pelo titular dos serviços municipais de sa-
neamento básico. Trata-se de instrumento fundamental para que os gestores 
públicos possam controlar ou conceder os serviços de abastecimento de água, 
esgotamento sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e limpeza 
urbana e manejo dos resíduos sólidos. 
A Lei nº. 11.445/2007 define como funções essenciais da gestão dos serviços 
públicos de saneamento básico o planejamento, a regulação, a prestação e a 
fiscalização dos serviços e o controle social. O plano de saneamento básico 
será revisto periodicamente, em prazo não superior a quatro anos. O PMSB 
é o documento básico do planejamento, contemplando os modelos de gestão, 
as metas, os projetos e as respectivas tecnologias e as estimativas dos custos 
dos serviços. Ele deverá ser elaborado de acordo com os princípios/diretrizes 
da lei. Estas diretrizes são, de acordo com a Fundação Nacional de Saúde — 
FUNASA (BRASIL, 2012):
  universalização do acesso com integralidade, segurança, qualidade e 
regularidade na prestação dos serviços;
  promoção da saúde pública, segurança da vida e do patrimônio, proteção 
do meio ambiente;
  articulação com as políticas de desenvolvimento urbano, saúde, proteção 
ambiental e interesse social;
  adoção de tecnologias apropriadas às peculiaridades locais e regionais;
  uso de soluções graduais e progressivas e integração com a gestão 
eficiente de recursos hídricos;
  gestão com transparência baseada em sistemas de informação, processos 
decisórios institucionalizados e controle social;
  promoção da eficiência e sustentabilidade econômica, considerando a 
capacidade de pagamento dos usuários.
Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II6
O Quadro 1 apresenta os princípios de uma política básica de saneamento.
Princípio Definição
Universalidade As ações e serviços públicos de saneamento básico, além de 
serem, fundamentalmente, de saúde pública e de proteção 
ambiental, são também essenciais à vida, um direito social 
básico e um dever do Estado. Assim, o acesso aos serviços 
de saneamento básico deve ser garantindo a todos os 
cidadãos mediante tecnologias apropriadas à realidade 
socioeconômica, cultural e ambiental.
Integralidade 
das ações
As ações e os serviços públicos de saneamento básico devem 
ser promovidos de forma integral, em face da grande inter-
relação entre os seus diversos componentes, principalmente, 
o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo 
de águas pluviais, o manejo de resíduos sólidos e o controle 
ambiental de vetores e reservatórios de doenças. Muitas 
vezes, a efetividade, a eficácia e a eficiência de uma ação 
de saneamento básico dependem da existência dos outros 
componentes.
Igualdade A igualdade diz respeito aos direitos iguais, independentemente 
de etnia, credo, situação socioeconômica. Ou seja, 
considera-se que todos os cidadãos têm direitos iguais no 
acesso a serviços públicos de saneamento básico de boa 
qualidade.
Participação e 
controle social
A participação social na definição de princípios e diretrizes de 
uma política pública de saneamento básico, no planejamento 
das ações, no acompanhamento da sua execução e na 
sua avaliação constitui-se um ponto fundamental para 
democratizar o processo de decisão e implementação das 
ações de saneamento básico. Essa participação pode ocorrer 
com o uso de diversos instrumentos, como conferência e 
conselhos.
 Quadro 1. Princípios e elementos para a realização do plano municipal de saneamento 
básico
(Continua)
7Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II
 Fonte: Adaptado de Brasil (2012).
Princípio Definição
Titularidade 
municipal
Uma vez que os serviços públicos de saneamento básico são de 
interesse local e o poder local tem a competência para organizá-
los e prestá-los, o município é o titular do serviço. Uma política 
de saneamento básico deve partir do pressuposto de que o 
município tem autonomia e competência para organizar, regular, 
controlar e promover a realização dos serviços de saneamento 
básico de natureza local, no âmbito de seu território; pode 
fazê-lo diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, 
associado com outros municípios ou não, respeitando as 
condições gerais estabelecidas na legislação nacional sobre o 
assunto. A gestão municipal deve se basear no exercício pleno da 
titularidade e da competência municipal na implementação de 
instâncias e instrumentos de participação e controle social sobre 
a prestação dos serviços em âmbito local, qualquer que seja a 
natureza dos prestadores, tendo como objetivo maior promover 
serviços de saneamento básico justos do ponto de vista social.
Gestão pública Os serviços públicos de saneamento básico são, por sua natureza, 
públicos, prestados sob regime de monopólio, essenciais e vitais 
para a vida humana, em face da sua capacidade de promover 
a saúde pública e fazer o controle ambiental. Esses serviços, 
conforme o art. 4º, são indispensáveis para a elevação da 
qualidade de vida das populações urbanas e rurais. Contribuem 
também para o desenvolvimento social e econômicos. Sendo 
um direito social e uma medida de saúde pública, a gestão dos 
serviços deve ser de responsabilidade do poder público.
Articulação 
ou integração 
institucional
As ações dos diferentes componentes e instituições da área 
de saneamento básico são, geralmente, promovidas de forma 
fragmentada no âmbito da estrutura governamental. Essa prática 
gera, na maioria das vezes, pulverização de recursos financeiros, 
materiais e humanos. A articulação e integração institucional 
representam importantes mecanismos de uma política pública 
de saneamento básico, uma vez que permitem compatibilizar 
e racionalizar a execução de diversas ações, planos e projetos, 
ampliando a eficiência, efetividade e eficácia de uma política. 
A área de saneamento básico tem interface com as de saúde, 
desenvolvimento urbano e rural, habitação, meio ambiente e 
recursos hídricos, entre outras. Aconjugação de esforços dos 
diversos organismos que atuam nessas áreas oferece um grande 
potencial para a melhoria da qualidade de vida da população.
 Quadro 1. Princípios e elementos para a realização do plano municipal de saneamento 
básico
(Continuação)
Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II8
Atividades e estruturas contempladas no 
saneamento básico
Mesmo que nos dias atuais tenhamos uma lei para reger o saneamento básico, 
é direito e dever de cada cidadão atentar às boas práticas e formas de garantir 
o avanço do desenvolvimento de uma vida saudável e que abranja não só uma 
parte da população, mas o todo. De acordo com a Lei nº. 11.445/2007, entre 
as ações de saneamento há aquelas que nós chamamos de “básicas”, compre-
endendo o abastecimento de água, a acesso a rede coletora e tratamento de 
esgoto, o acesso a coleta e destinação de resíduos sólidos e a drenagem de 
águas pluviais. 
Cada um desses serviços tem peculiaridades próprias, e devem ser tratados 
com tecnologias atualizadas e compatíveis com o grau de desenvolvimento de 
cada município. Independentemente do estágio socioeconômico, o zelo e os 
cuidados pela boa funcionalidade desses sistemas indicam o estágio cultural, 
organizacional e de desenvolvimento de seus habitantes. A ausência desses 
serviços tem como resultados condições de saúde precárias e incidência de 
doenças, principalmente de veiculação hídrica. Mas o que engloba essas 
categorias? A seguir, você vai ver um pequeno resumo de cada uma.
Distribuição de água potável
A água é um componente essencial do nosso corpo e desempenha um papel 
vital na manutenção do nosso equilíbrio. De acordo com Von Sperling (2005) 
e Marengo (2008), entre os principais usos da água estão o abastecimento 
doméstico, o abastecimento industrial, a irrigação, a dessedentação do homem 
e dos animais, a preservação da fl ora e da fauna, a recreação e lazer, a criação 
de espécies, a geração de energia elétrica, a navegação, a harmonia paisagística 
e a diluição e transporte de despejos. 
Na América Latina, a agricultura se destaca como principal consumidora 
de água. A área industrial ocupa o segundo lugar, seguida do uso doméstico. 
O consumo diário de água é muito variável ao redor do globo. Além da dis-
ponibilidade do local, o consumo médio de água está fortemente relacionado 
ao nível de desenvolvimento do país e ao nível de renda das pessoas. Uma 
pessoa necessita de, pelo menos, 40 litros de água por dia para beber, tomar 
banho, escovar os dentes, lavar as mãos, cozinhar, etc.
9Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II
Em território brasileiro encontram-se 12% da água doce do mundo, porém ela não 
está igualmente distribuída. No Norte encontram-se 68,5% dos recursos hídricos, já no 
Nordeste, apenas 3,3% de água são encontrados, Sudeste 6%, Sul 6,5% e Centro-oeste 
15,7% (TOMAZ, 2001; BOTEGA, 2007).
No Brasil, a região hidrográfica amazônica detém 73,6% dos recursos hídricos su-
perficiais. Ou seja, a vazão média dessa região é quase três vezes maior que a soma 
das vazões das demais regiões hidrográficas. A segunda maior região, em termos de 
disponibilidade hídrica, é a do Tocantins/Araguaia, com 13.624 m3 /s (7,6%), seguida da 
região do Paraná, com 11.453 m3 /s (6,4%). As bacias com menor vazão são, respecti-
vamente: Parnaíba, com 763 m3 /s (0,4%); Atlântico Nordeste Oriental, com 779 m3 /s 
(0,4%) e Atlântico Leste, com 1.492 m3 /s (0,8%).
Coleta e tratamento de esgoto
Esgoto consiste em resíduos líquidos provenientes de diversas atividades que, 
em sua maioria, utilizam água em áreas como cozinha e sanitários. Os esgotos 
domésticos contém aproximadamente 99,9 % de água, sendo o restante (0,1 %) 
composto de sólidos orgânicos e inorgânicos, bem como de microrganismos 
(bactérias, fungos, protozoários, vírus e helmintos). Apesar da baixa porcen-
tagem de poluentes, necessitam ser tratados antes de serem lançados no meio 
ambiente (ROSA; FRACETO; MOSCHINI-CARLOS, 2012).
As unidades de tratamento de esgoto são conhecida como ETE (Estação de 
Tratamento de Esgoto), onde a água suja passa por vários tipos de tratamento, 
que variam de empresa para empresa. O sistema de coleta é caracterizado 
pelas instalações prediais de esgotos sanitários e pelos componentes de uma 
rede pública de coletores de esgotos (Figura 1).
Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II10
Figura 1. Sistema de esgoto sanitário.
Fonte: HIDROSAM (2018).
Muitas zonas rurais ou imóveis isolados das grandes cidades ainda sofrem com a falta 
de tratamento correto de esgoto. A fossa séptica pode ser uma importante aliada para 
solucionar esse problema. dela é um reservatório subterrâneo para o qual o esgoto 
é destinado. Essa unidade trata o esgoto, realizando a separação físico-química da 
matéria sólida e, posteriormente, conduz os materiais, já livres de contaminação, a um 
sumidouro — poços profundos que permitem a entrada dos efluentes. 
Coleta e manejo de resíduos sólidos
A coleta seletiva é o primeiro e o mais importante passo para encaminhar os 
vários tipos de resíduos para reciclagem ou destinação fi nal ambientalmente 
correta, pois o resíduo separado corretamente deixa de ser lixo. A coleta 
seletiva de lixo é de extrema importância para a sociedade. Com ela, todos os 
resíduos são devidamente descartados e evita-se a poluição do solo e dos lençóis 
11Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II
freáticos, além da poluição das ruas e esgotos, que pode causar enchentes e, 
consequentemente, grandes prejuízos aos cofres públicos e aos moradores das 
cidades (ROSA; FRACETO; MOSCHINI-CARLOS, 2012).
Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas
O sistema de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas pode ser defi nido 
como o conjunto de obras, equipamentos e serviços projetados para receber o 
escoamento superfi cial das águas da chuva que caem nas áreas urbanas. A água 
da chuva é coletada nas ruas, estacionamentos e áreas verdes e encaminhada 
aos córregos, lagos ou rios. Para manter o sistema em funcionamento, algumas 
ações simples são essenciais:
  evitar o descarte de lixo nas ruas;
  não fazer ligações de esgoto na rede pluvial;
  manter áreas permeáveis nos lotes.
A Figura 2 ilustra uma possível consequência da ineficiência da drenagem 
de águas pluviais urbanas. 
Figura 2. As enchentes podem ser uma consequência da drenagem de águas 
pluviais urbanas ineficiente.
Fonte: AMFPhotography/Shutterstock.com
Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II12
Segundo Castro et al. (2003), a principal causa das enchentes é a ocor-
rência de chuvas intensas e concentradas. Entretanto, também podem estar 
relacionadas com causas indiretas, como o assoreamento dos rios, a redução 
da capacidade de infiltração do solo, o estrangulamento dos leitos dos rios e 
o rompimento de barragens. Frank e Sevegnani (2009) comentam que não são 
apenas os eventos intensos que provocam enchentes — elas estão relacionadas 
também com a saturação de umidade do solo, devido a precipitações com 
intensidades menores.
1. Conforme o art. 2º da Lei nº. 
11.445/07, os serviços públicos 
de saneamento básico serão 
prestados com base nos seguintes 
princípios fundamentais:
a) utilização de tecnologias 
apropriadas, considerando 
apenas a capacidade de 
pagamento dos usuários.
b) abastecimento de água, 
esgotamento sanitário, limpeza 
urbana e manejo dos resíduos 
sólidos realizados de formas 
adequadas à saúde pública e à 
proteção do meio ambiente.
c) disponibilidade, em todas as 
áreas rurais, de serviços de 
drenagem e de manejo das 
águas pluviais adequados à 
saúde pública e à segurança 
da vida e do patrimônio 
público e privado.
d) integração das infraestruturas 
e produtos com a gestão 
eficiente dos recursos hídricos.
e) adoção de métodos, técnicas 
e processos que considerem 
apenas as peculiaridades locais.
2. Para efeitos da Lei nº. 11.445/2007, 
considera-se saneamento básico o 
conjunto de serviços, infraestruturas 
e instalaçõesoperacionais de:
a) abastecimento de água potável, 
constituído pelas atividades, 
infraestruturas e instalações 
necessárias ao abastecimento 
público de água potável, desde 
a captação até as ligações 
prediais e os respectivos 
instrumentos de medição.
b) limpeza urbana e manejo de 
resíduos sólidos: conjunto de 
atividades, infraestruturas e 
instalações operacionais de 
coleta e tratamento e destino 
final do lixo doméstico e do 
lixo originário da varrição 
e limpeza de logradouros 
e de vias públicas.
c) drenagem e manejo das 
águas pluviais urbanas, sendo 
o conjunto de atividades, 
infraestruturas e instalações 
operacionais de drenagem 
urbana de águas pluviais, 
tratamento e disposição final 
das águas pluviais drenadas 
nas áreas urbanas.
d) a universalização, sendo a 
ampliação progressiva do 
13Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II
acesso de todos os domicílios 
ocupados ao saneamento básico, 
localizados em zonas rurais.
e) localidades de pequeno porte, 
como vilas, aglomerados rurais, 
povoados, núcleos, lugarejos, 
exceto as aldeias, assim definidos 
pela Fundação Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE).
3. Para efeitos da Lei nº. 11.445/2007, 
assinale a alternativa que define 
corretamente esgotamento sanitário.
a) O esgotamento sanitário é 
constituído pelas atividades, 
infraestruturas e instalações 
operacionais de coleta, 
transporte, tratamento e 
disposição final adequados 
dos esgotos sanitários, 
desde as ligações prediais 
até o seu lançamento final 
no meio ambiente.
b) O esgotamento sanitário é 
constituído pelas atividades, 
infraestruturas e instalações 
operacionais de coleta e 
disposição final adequados 
dos esgotos sanitários, 
desde as ligações prediais 
até o seu lançamento final 
no meio ambiente.
c) O esgotamento sanitário é 
constituído pelas atividades, 
infraestruturas e instalações 
operacionais de coleta, 
transporte, tratamento 
dos esgotos sanitários, 
desde as ligações prediais 
até o seu lançamento final 
no meio ambiente.
d) O esgotamento sanitário é 
constituído pelas atividades, 
infraestruturas e instalações 
operacionais de tratamento 
dos esgotos sanitários desde 
as ligações prediais até a 
metade do processo.
e) O esgotamento sanitário é 
constituído pelas atividades, 
infraestruturas e instalações de 
transporte desde as ligações 
prediais até o seu lançamento 
final no meio ambiente.
4. Conforme Capítulo IV, Do 
Planejamento, da Lei nº. 11.445/07, 
art. 19, a prestação de serviços 
públicos de saneamento básico 
observará o plano, que poderá 
ser específico para cada serviço 
e terá a seguinte abrangência:
a) o plano não poderá ser 
específico para cada serviço, e 
deve sim abranger, no mínimo, 
o diagnóstico da situação e de 
seus impactos nas condições 
de vida, utilizando sistema 
de indicadores sanitários, 
epidemiológicos, ambientais e 
socioeconômicos, e apontando 
as causas das deficiências 
detectadas; os objetivos e metas 
de curto e longo prazos para a 
universalização; os programas, 
projetos e ações necessários para 
atingir os objetivos e as metas; 
as ações para emergências e 
contingências; os mecanismos 
e procedimentos para a 
avaliação sistemática da eficácia 
das ações programadas.
b) o plano poderá ser específico 
para cada serviço, e deve 
sim abranger, no mínimo, o 
diagnóstico da situação e de 
seus impactos nas condições 
de vida, utilizando sistema 
de indicadores sanitários, 
epidemiológicos, ambientais e 
Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II14
socioeconômicos, e apontando 
as causas das deficiências 
detectadas; os objetivos e metas 
de curto e longo prazos para a 
universalização; os programas, 
projetos e ações necessárias para 
atingir os objetivos e as metas; 
as ações para emergências e 
contingências; os mecanismos e 
procedimentos para a avaliação 
sistemática da eficiência e 
eficácia das ações programadas.
c) o plano poderá ser específico 
para cada serviço, e deve, 
sim, abranger, no mínimo, o 
diagnóstico da situação e de seus 
impactos nas condições de vida, 
utilizando sistema de indicadores 
sanitários, epidemiológicos, 
ambientais e socioeconômicos, 
e apontando as causas das 
deficiências detectadas; os 
objetivos e metas de curto, 
médio e longo prazos para a 
universalização; os programas, 
projetos e ações necessárias para 
atingir os objetivos e as metas; 
as ações para contingências; os 
mecanismos e procedimentos 
para a avaliação sistemática 
da eficiência e da eficácia 
das ações programadas.
d) o plano deve incluir o 
diagnóstico da situação e de 
seus impactos nas condições 
de vida, utilizando sistema 
de indicadores sanitários, 
epidemiológicos, ambientais e 
socioeconômicos, e apontando 
as causas das deficiências 
detectadas; os objetivos e 
metas de curto prazo para a 
universalização; os programas, 
projetos e ações necessárias para 
atingir os objetivos e as metas; 
as ações para emergências; os 
mecanismos e procedimentos 
para a avaliação sistemática 
da eficiência e da eficácia 
das ações programadas.
e) o plano deve incluir o 
diagnóstico da situação e de seus 
impactos nas condições de vida, 
utilizando sistema de indicadores 
sanitários, epidemiológicos, 
ambientais e socioeconômicos, 
e apontando as causas das 
deficiências detectadas; os 
objetivos e metas de curto, 
médio e longo prazos para a 
universalização; os programas, 
projetos e ações necessárias para 
atingir os objetivos e as metas; 
as ações para emergências e 
contingências; os mecanismos e 
procedimentos para a avaliação 
sistemática da eficiência e 
eficácia das ações programadas.
5. Conforme Capítulo IX, Da Política 
Federal de Saneamento Básico, 
da Lei nº. 11.445/07, art. 48, a 
União, no estabelecimento de sua 
política de saneamento básico, 
observará as seguintes diretrizes:
a) adoção de uma referência para 
o planejamento das ações, 
exceto a bacia hidrográfica.
b) prioridade para as ações 
que promovam a equidade 
social e territorial no acesso 
ao saneamento básico.
c) melhoria da qualidade de vida 
e das condições ambientais.
d) utilização de indicadores 
epidemiológicos e de 
desenvolvimento social no 
planejamento das suas ações 
de saneamento básico.
15Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II
e) fomento ao desenvolvimento 
científico e tecnológico e 
à adoção de tecnologias 
apropriadas.
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Política e plano municipal de saneamento básico. 
Brasília, DF: FUNASA, 2012. 
BRASIL. Lei nº. 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o 
saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 
11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; 
revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Brasília, DF, 
2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11445.htm>. Acesso em: 13 jun. 2018.
BOTEGA, G. C. C. Estudo e proposta de reciclagem das águas em indústria alimentícia. 
Lajeado, RS: Centro Universitário Univates, 2007.
CASTRO, A. L. C. et al. Manual de desastres: desastres naturais. Brasília, DF: Ministério 
da Integração Nacional, 2003. v. 1.
FRANK, B.; SEVEGNANI, L. (Org.). Desastre de 2008 no Vale do Itajaí: água, gente e política. 
Blumenau, SC: Agência de Água do Vale do Itajaí, 2009.
HIDROSAM. Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente. 2018. Disponível 
em: <http://www.hidrosam.com.br/noticias/detalhe/saneamento-basico-e-sua-
relacao-com-meio-ambiente>. Acesso em: 13 jun. 2018.
INSTITUTO TRATA BRASIL. A importância da política de saneamento básico. 2018. Dispo-
nível em: http://www.tratabrasil.org.br/blog/2016/06/06/a-importancia-da-politica-
de-saneamento-basico/. Acessado em: 19 de maio de 2018.
MARENGO, J. A., Água e mudanças climáticas. São Paulo: Instituto de Estudos Avançados 
da Universidade de São Paulo, 2008.
PEREIRA JÚNIOR, J. de S. Aplicabilidade da lei 11.445/2007: diretrizes nacionais parao saneamento básico. Brasília, DF, 2008. Disponível em: <http://www.daaerioclaro.
sp.gov.br/arquivos/regulacao/04-A-aplicacao-da-Lei-de-Saneamento-2.pdf>. Acesso 
em: 21 maio 2018.
ROSA, A. H.; FRACETO, L. F.; MOSCHINI-CARLOS, V. (Org.). Meio ambiente e sustentabi-
lidade. Porto Alegre: Bookman, 2012.
TOMAZ, P. Economia de água: para empresas e residenciais. São Paulo: Navegar, 2001.
VON SPERLING, M. V. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 
3. ed. Belo Horizonte: UMFG, 2005. (Princípios do tratamento biológico de águas 
residuárias, 1).
Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II16
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