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A influência dos modelos experimentais

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A influência dos modelos experimentais no tratamento de 
portadores de transtornos graves 
Roberto Alves Banaco1 2 
Denis Roberto Zamignani 1 
Carlos Eduardo Costa 3 
Marina Rafaela Dantas 4 1 
 
[2] Modelos experimentais de qualquer psicopatologia são análogos construídos 
em laboratório que visam mimetizar problemas humanos em sua sintomatologia, etiologia 
e tratamento (Abramson & Seligman, 1977; Keehn, 1979; Marks, 1977; Overmier, 1992; 
Silva, 2003). [3] Há vários tipos de modelos experimentais de psicopatologias. Os 
modelos experimentais médicos, químicos e genéticos abarcam problemas 
constitucionais e físicos dos sujeitos estudados, bem como as alterações que drogas 
possam produzir em comportamentos de indivíduos ditos normais (Deakin, 1991; Ellison, 
1979; Escorihuela & Fernández-Teruel, 1998; Fuller, 1979, Silva, 2003). Há também os 
modelos da análise do comportamento, que lidam com os problemas que são 
essencialmente reações normais a trajetórias históricas de contingências ambientais 
extremadas que dirigem o comportamento para padrões “disfuncionais” (Falk e Kupfer, 
1998; Sidman, 1960; Skinner, 1959a; b). 
[4] Admite-se que haja, portanto, pelo menos duas fontes da psicopatologia: 
aquela em que fatores físicos e predisposicionais façam emergir um padrão de 
comportamento “disfuncional” em uma situação normal, e a outra em que contingências 
extremas (em geral aversivas) levem um indivíduo - que habitualmente responde de uma 
maneira típica - a um responder que permita a sua classificação como um comportamento 
patológico. 
Questões ligadas ao entendimento das psicopatologias pela análise do 
comportamento foram discutidas longamente em outros artigos (Banaco, Zamignani, 
 
1 Nucleo Paradigma de Análise do Comportamento 
2 PUC-SP 
3 Universidade Estadual de Londrina 
4 Universidade Presbiteriana Mackenzie 
Martone, Vermes & Kovac, 2012; Banaco, Zamignani & Meyer, 2010; Gongora, 2003; 
Vilas Boas, Banaco e Borges, 2011) e não serão abordadas aqui. 
O pesquisador básico analisa situações relativamente simples (mais simples que a 
situação natural, a qual foi, em seu laboratório, simplificada à sua essência), guiado por 
conceitos já desenvolvidos pela Ciência que propõem modelos de relações. Essa é uma 
das atividades que chamamos de análise. 
 A partir da fase de exposição nesse âmbito, uma nova fase se instaura: a da 
avaliação do procedimento, (agora, já quase uma técnica) que rompe os muros do 
laboratório, sai do âmbito exclusivo dessa comunidade e é transposta agora para situações 
aplicadas. Procurando ainda inserir um controle experimental em situação natural, os 
pesquisadores da área aplicada replicam os procedimentos descritos no laboratório 
atuando agora sobre queixas específicas que se assemelharam àquilo que os modelos 
experimentais estudaram. Com base também em sólida e consistente coleta de dados a 
respeito dos problemas e dos resultados dessas aplicações, descrevem seus achados 
([5]ver Figura 2). Ao mesmo tempo em que prestam um serviço para a comunidade que 
lhes apresentou uma “queixa”, prestam também um serviço para os teóricos e 
pesquisadores básicos que lhes apresentaram um modelo e um procedimento. 
 
 
Casos graves: o exemplo da Depressão 
Analistas do comportamento têm reconhecido de longa data que um 
comportamento, por mais simples que seja, surge e é mantido por inúmeros determinantes 
(Skinner, 1953; Todorov, 2012). Se isto pode ser dito sobre um comportamento simples, 
a complexa combinação de comportamentos que compõe o diagnóstico de depressão deve 
ser descrita por múltiplas topografias, etiologias, funções e tratamentos (Dougher & 
Hackbert, 2003; Ferster, 1973). Tendo em vista esta complexidade, muitas linhas de 
pesquisa procuraram formular modelos experimentais que sejam análogos às várias 
manifestações encontradas na depressão. 
Os manuais psiquiátricos têm descrito vários subprocessos comuns na observação 
da depressão: [6] a abulia, a anedonia, a irritabilidade, a falta de iniciativa, o 
negativismo e a paralisia (e.g.: American Psychiatric Association – APA, 2002). Banaco 
(2013) afirmou que “Nenhum desses processos é a depressão, mas cada um deles 
compõe o quadro de depressão. Por sua vez, cada subprocesso descrito para a depressão 
tem sido estudado por uma área de investigação por analistas do comportamento”. 
Assim, o autor relaciona a abulia como um processo estudado por meio do modelo 
experimental de liberação de reforço livre; [7] a anedonia, pelo modelo do estresse 
crônico moderado (Chronic mild stress); irritabilidade pelo processo de extinção de 
comportamento; a falta de iniciativa também por processos de extinção e pelo desamparo 
aprendido; a paralisia pelo modelo de supressão condicionada. Há ainda um modelo 
interpretativo da anedonia aliada à irritabilidade e abulia, indicada por Skinner ao analisar 
a sociedade moderna (1987), que se apresenta como um excelente modelo de uma das 
manifestações do espectro da depressão denominada “distimia”. 
E, como não podia deixar de acontecer, muitos processos verbais indicados no 
fenômenos da depressão são abordados pela análise do comportamento. Por exemplo, 
pensamentos de menos valia, catastrofização de eventos, pensamentos suicidas – que vêm 
sendo abordados pela interpretação de quadros relacionais (Hayes, Strosahl & Wilson, 
1999). No entanto, eles ainda não foram abarcados por modelos experimentais; a 
interpretação, até o momento, tem sido apenas aplicada a ensaios clínicos. 
Cada um desses modelos experimentais abarcou (e abarca), portanto, um ou 
alguns aspectos do complexo conjunto de comportamentos que compõem a depressão, e 
têm sido bastante profícuos em sua identificação e em sugestões de intervenção analítico-
comportamental. 
Esses modelos serão apresentados a seguir. 
 
Desamparo aprendido 
 
Um dos modelos experimentais mais consagrados de depressão é, sem dúvida, o 
do desamparo aprendido, proposto por Maier, Overmeier e Seligman em um conjunto de 
experimentos (Overmeier & Seligman, 1967; Seligman & Maier, 1967) e popularizado 
por este último (LoLordo, 2001; Seligman, 1975). 
Esse modelo propõe uma preparação na qual um organismo qualquer (o modelo 
já foi estudado em uma infinidade de espécies animais - veja Mello, 2002 – e demonstrou 
extensa generalidade entre espécies) é exposto inicialmente a uma situação aversiva 
incontrolável – nada do que faça é capaz de retirá-lo da situação aversiva que termina 
depois de um certo tempo. Essa condição é repetida algumas vezes, permanecendo a 
incontrolabilidade sobre a condição aversiva. Em seguida esse organismo é colocado em 
uma situação de aprendizagem de respostas de fuga, ou seja, situações nas quais esteja 
presente uma estimulação aversiva escapável, tendo que o organismo emitir uma resposta 
que o remova daquela situação. Esta condição de aprendizagem é denominada de “teste”. 
O resultado da história de sucessivas apresentações à condição aversiva 
incontrolável (história de incontrolabilidade) [8] é que o organismo a ela submetido 
apresenta um desempenho de fuga que fica aquém daquele apresentado por organismos 
que não passaram por esta história: além de ser necessário um numero significantemente 
maior de tentativas para a aprendizagem da resposta de fuga, quando ela ocorre, a latência 
é muito maior em organismos que passaram pela história de incontrolabilidade do que 
nos outros organismos. O repertório comportamental do organismo que passou por 
incontrolabilidade pode ser descrito como passivo perante situações aversivas, impedindo 
a aprendizagem de novas respostas de fuga e esquiva. 
O fenômeno foi extensamente estudado (Hunziker, 2005) e rendeu algumas 
observações importantes. Uma destas observações indica que, se antes de ser exposto a 
uma história de incontrolabilidade, o organismo passar por uma condiçãode 
aprendizagem de fuga efetiva, ele pode se tornar imune ao desamparo aprendido (Yano e 
Hunziker, 2000).[9] A preparação básica se constitui da seguinte sequencia de eventos: 
a) uma exposição à aprendizagem de uma resposta de fuga; b) exposição à 
incontrolabilidade, conforme já descrito; c) teste de uma nova aprendizagem de resposta 
de fuga. Submetidos a essa sequencia de eventos, os organismos apresentaram medidas 
de aprendizagem no teste equiparáveis às dos organismos não submetidos à 
incontrolabilidade. 
Outros autores (Matute, 1994; 1995, por exemplo), compararam o modelo de 
desamparo aprendido de Seligman e colaboradores com o modelo de superstição 
desenvolvido por Skinner (1948), [9a] dado que ambos estudam os efeitos da história 
de contato com eventos incontroláveis sobre os organismos estudados. A diferença entre 
os dois modelos é que, no desamparo aprendido, a condição incontrolável diz resperito a 
eventos aversivos e no comportamento supersticioso, a relação incontrolável é com 
eventos apetitivos. Matute observou que a incontrolabilidade não era a característica 
principal para o desenvolvimento do fenômeno do desamparo aprendido: aparentemente, 
quando os eventos incontroláveis são aversivos, o fenômeno do desamparo emerge; já 
quando os eventos incontrolaveis são apetitivos, o que emerge é o comportamento 
supersticioso. Matute (1994; 1995) entrevistou os participantes humanos de suas 
pesquisas e notou que, quando a incontrolabilidade envolvia eventos apetitivos, os 
indivíduos atribuíam a si próprios e a seus comportamentos a ocorrência das modificações 
ambientais. A esse fenômeno, Matute atribuiu o termo “ilusão do controle”, um processo 
verbal descritivo que explicaria por que os indivíduos poderiam se manter fazendo coisas 
mesmo quando apenas a contiguidade – e não a contingência – entre respostas operantes 
e modificações no ambiente fossem observadas. Embora sua explicação possa ter 
contornos cognitivistas, Matute demonstrou que, se a incontrolabilidade envolve a 
liberação de eventos apetitivos, seu efeito é muito diverso do desamparo aprendido. 
Com efeito, mesmo com animais não verbais, são raras as demonstrações de 
desamparo aprendido quando a história de incontrolabilidade envolve estimulos 
apetitivos e o teste é feito com situações aversivas ou vice-versa (Capelari e Hunziker, 
2005). 
De qualquer maneira, o desamparo aprendido (e suas derivações) tem se mostrado 
um excelente modelo experimental e interpretativo para parte do fenômeno conhecido 
como depressão. Ele abarca a parte da abulia, da falta de iniciativa, dos relatos verbais de 
incapacidade para resolver problemas e da desesperança, que compõem o fenômeno 
depressivo. Seu estudo também permite a derivação de condutas, tanto terapêuticas, 
quanto preventivas. Podemos depreender, por exemplo, [10] que se forem propostos 
problemas soluveis para as pessoas em grande quantidade no início da vida, caso 
possíveis situações aversivas insoluveis ocorrerem em algum momento, é menos provável 
a ocorrência do desamparo aprendido e, mesmo se ele ocorrer, será depois de uma longa 
exposição à incontrolabilidade. Ainda, caso o indivíduo se engaje por mais tempo na 
busca por soluções de problemas, é possível que a situação aversiva incontrolável se 
dissipe, e os indivíduos possam continuar produzindo respostas de fuga. Já quando a 
história pregressa é de incontrolabilidade sobre eventos aversivos, mesmo quando o 
indivíduo é exposto a situações passíveis de solução, e quando haveriam respostas de fuga 
efetivas, o indivíduo permanece passivo, e deixa de apresentar a variabilidade necessária 
do comportamento para que encontre a saída do problema. Da mesma maneira, quando a 
história do indivíduo envolve a liberação de reforçadores, mesmo que a relação com seu 
comportamento não seja contingente, quando em uma situação problema, a pessoa tende 
a se manter por mais tempo na busca por soluções, o que, por sua vez, previne a instalação 
do processo depressivo. Instalar a “ilusão do controle”, ainda que supersticiosamente, 
pode prevenir a instalação do desamparo aprendido. 
 
Estresse crônico moderado 
Este modelo experimental de depressão teve origem em estudos de um grupo 
liderado por Paul Willner, à época um psicofarmacologista com interesse na psicobiologia 
da depressão. Depois de muitos estudos prévios, Willner e seus colaboradores (Willner, 
Towell, Sampson, Sophokleous, e Muscat, 1987) demonstraram que [11] organismos 
expostos a uma sequencia de estimulos aversivos moderados (e também incontroláveis), 
mesmo quando esses estímulos eram apresentados um apenas por vez, experimentavam 
um efeito bastante conhecido no estudo da depressão: eventos do mundo que 
anteriormente eram claramente reforçadores para os organismos passavam 
gradativamente a exercer menos e menos controle sobre suas escolhas livres durante a 
submissão ao protocolo de estresse crônico moderado. A esse efeito, os pesquisadores 
associaram o efeito de anedonia (perda do prazer) relatado por muitos pacientes 
deprimidos. 
O modelo, reproduzido em poucos laboratórios pelo mundo, prevê o seguinte 
procedimento: a animais alocados em gaiolas-viveiro individuais, apresenta-se durante 3 
semanas um teste de consumo de liquidos. Em uma garrafa, é apresentada água pura e em 
outra garrafa uma solução de água adoçada com sacarose, isenta de calorias. A preferência 
é medida pela quantidade de liquido ingerida de cada garrafa, ou de numero de lambindas 
em um “drinkometro”. Como resultado desse teste de preferência, invariavelmente os 
animais preferem (consomem um volume maior de) solução de água mais sacarose. 
Em seguida, uma série de condições medianamente aversivas (todas previamente 
testadas anteriormente por Willner e seus colaboradores, comprovando a intensidade 
moderada da aversividade da estimulação) são alternadas para os sujeitos do experimento. 
Dessa maneira, o protocolo do estresse crônico moderado (ou CMS como é conhecido na 
literatura, dada a nomenclatura Cronic Mild Stress em inglês) apresenta por algum tempo, 
um a um os seguintes estímulos: a inclinação da gaiola viveiro, que depois retorna à 
condição horizontal; em seguida, alternam-se luz estroboscópica; gaiola suja; barulho 
intermitente; iluminação contínua; garrafa de água vazia após privação; objeto estranho 
na gaiola; agrupamento de dois sujeitos; acesso restrito a comida após período de 
privação; odor na sala e privação de comida. Durante todo o intervalo de uma semana 
esses estímulos são alternados por um período, e em dias certos do protocolo novamente 
é tomada a medida de preferência entre água pura e solução de sacarose. Nesses testes, 
após a exposição ao estresse crônico moderado, gradativamente o que se observa, é que 
os animais preferem menos solução de sacarose e também consomem menor quantidade 
de água pura do que consumiam no início da tomada das medidas de preferência. Em 
seguida, retoma-se novamente a inclinação da gaiola e o ciclo semanal de protocolo de 
estresse se repete por seis semanas consecutivas. 
Acabado esse período de seis semanas de submissão ao protocolo de estresse, os 
animais são novamente deixados em repouso em suas gaiolas-viveiro e as medidas de 
preferência de consumo de líquidos continuam sendo tomadas. O que se observa, sob 
estas condições de repouso é que o animal continua tomando muito pouca água e não 
reverte a sua preferência anterior pela solução de sacarose (ou seja, não há reversão pós-
protocolo: o efeito se mantém mesmo após a retirada das condições aversivas). 
Esse efeito é bastante importante, dado que um dos sintomas mais claros e 
comprometedores da depressão é exatamente a anedonia, difícil de ser revertido. Sem a 
possibilidade de serem novamente reforçados por aspectos do mundo, o tratamento 
comportamental da depressão em indivíduos anedônicos se torna virtualmente 
impossível. 
Maisuma vez, a continuidade dos estudos a partir desse modelo de depressão 
gerou intervenções comportamentais para a prevenção e tratamento do efeito observado. 
Em uma série de pesquisas do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia 
Experimental: Análise do Comportamento, realizados no Laboratório de Psicologia 
Experimental ambos na PUC-SP, foram descobertas relações importantes entre as ações 
do organismo e seu ambiente para que o efeito do estresse crônico moderado (CMS – do 
inglês chronic mild stress) pudesse ser controlado. 
Thomaz (2001) demonstrou que o efeito da anedonia podia ser revertido [12] 
nos períodos após a submissão ao CMS, caso a escolha medida no teste de preferência 
exigisse um responder operante mais custoso do que simplesmente lamber os bicos das 
garrafas que continham os líquidos. Para demonstrar isso, Thomaz exigiu que alguns 
animais de sua pesquisa produzissem água ou solução de sacarose em uma caixa operante 
com duas barras. Cada uma dessas barras produzia um tipo de gotas de líquido sob 
esquema FR 15 (concorrente FR15 FR15) nos períodos pré e pós submissão ao CMS. 
Outros animais, em grupo controle, passando por condições idênticas às descritas pelo 
modelo, não reverteram suas preferências nas semanas subsequentes à exposição ao 
protocolo. 
Dando continuidade a essa linha de pesquisas, Dolabela (2004) e Rodrigues 
(2005), que continuaram exigindo o responder nas barras em conc FR15 FR15 mesmo 
durante a submissão do protocolo de estresse, conseguiram demonstrar [12a] que sob 
essas condições, o efeito da anedonia se apresentou muito mais tarde nas seis semanas do 
protocolo (Dolabela, 2004), ou sequer se apresentou (Rodrigues, 2005). Não é demais 
acrescentar que os estudos tiveram seus grupos controles, os quais, sob as mesmas 
condições de escolha de Willner e colaboradores (1987), apresentaram o efeito de 
anedonia, sem reversão pós protocolo. 
Esses achados também são promissores, embora ainda tenham que ser 
desenvolvidos mais experimentos para melhorar o entendimento dos processos 
observados. Por exemplo, [12b] Cardoso (2008) e Cardoso e Banaco (2009) 
demonstraram que quando utilizado como esquema operante de medida de preferência de 
liquidos um esquema concorrente VI VI, os animais, embora produzissem todos os 
reforçadores possíveis durante a sessão (água e solução de sacarose), emitiram mais 
respostas no manipulando que produzia água pura e apresentaram uma perda de peso 
significativa em relação ao sujeito controle que permaneceu na gaiola viveiro sem ser 
submetido ao protocolo de estresse. Esse dado coloca em cheque novamente a medida de 
preferência: se medida por taxa de respostas, a preferência parece recair sobre água pura, 
embora os sujeitos tenham produzido a totalidade de liquidos possiveis durante o teste de 
preferência. 
Adicionalmente, coloca em discussão os efeitos da submissão ao protocolo de 
estresse sobre o peso corporal. De fato, Pereira (2009) desenvolveu um estudo 
demonstrando que tanto a privação quanto a submissão ao CMS produzem perda de peso 
corporal, e, quando combinadas, produzem efeitos ainda mais dramáticos. O destaque 
maior sobre a perda de peso parece ter se dado sobre a manipulação “iluminação 
contínua”, que altera o ciclo de alimentação dos animais. 
Thomaz (2009) e Oliveira (2009) também submeteram seus sujeitos à escolha em 
esquemas concorrentes e observaram que as escolhas de liquidos demonstravam a 
manutenção da preferência pela solução de sacarose; no entanto também demonstraram 
que a atividade geral dos organismos submetidos ao protocolo de estresse diminuiu 
durante a sua permanência. As autoras também demonstraram em seus trabalhos que os 
pesos de seus sujeitos diminuiram durante a exposição ao CMS, ainda que a ingestão de 
alimentos permanecesse constante. 
[13] Esses dados todos em conjunto são muito significativos: eles apontam que 
exigir comportamentos operantes de certo custo para a obtenção de reforçadores 
(especialmente sob condições de intermitência) parece prevenir a produção de anedonia 
sob condições de estresse crônico. Por outro lado, não previne a diminuição de atividade 
geral, e nem a perda de peso decorrente do estresse, mesmo com ingestão normal de 
alimentação. Também sugerem que as medidas de preferência devem continuar a serem 
desenvolvidas, e que o modelo pode ser expandido de várias maneiras para continuar 
solucionando questões ligadas à depressão 
 
Extinção 
Uma das interpretações mais consagradas na análise do comportamento sobre o 
fenômeno da depressão é aquela proposta por Ferster (1973). Embora esse autor não tenha 
exatamente proposto um modelo experimental da depressão, ele valeu-se de uma extensa 
e consolidada literatura sobre extinção do comportamento para apresentar uma profícua 
análise de parte dos fenômenos depressivos, em seus processos. Ferster segue a 
interpretação da psicopatologia já apresentada anteriormente por Skinner (1959 a, b) e 
por Sidman (1960) e propõe que a depressão, tal qual qualquer outra “psicopatologia” 
não se dê em dimensões do “tudo ou nada”, mas que seja observada em diferentes pessoas 
em graus variados. [14] Dessa maneira, é possível conceber que a depressão acometa 
também a todos em graus e frequencias diferentes, sendo criados, para tratamentos, alguns 
critérios a partir de observações clínicas e julgamentos técnicos que podem variar 
segundo a cultura e o tempo histórico das sociedades (APA, 2002). Em sua busca para a 
delimitação do problema da depressão Ferster relata que a busca por descrições já obtidas 
em literatura clínica e deduzidas da experiência comum podem ser de grande valia para 
os pesquisadores. 
No entanto, já apontando uma análise funcional do problema da depressão, Ferster 
chama a atenção para que se observem déficits e excessos comportamentais, mas em 
relação ao repertório anterior do indivíduo que estiver sob observação. Assim, se, e 
somente se, anteriormente a pessoa conversava com os outros, gostava de reuniões 
sociais, contava histórias divertidas, e agora não apresenta mais essas respostas nessa 
frequencia ou intensidade, é que se pode interpretar que haja um déficit comportamental 
(o sujeito como seu próprio controle). 
Em sua análise Ferster também vale-se da interpretação cognitivista da depressão 
elaborada à época por Beck (1967), e a reinterpreta segundo os dados das pesquisas sobre 
extinção. Beck apontava que um dos aspectos fundamentais da depressão era a 
diminuição na gratificação. Ferster [14a]sugere que a diminuição na gratificação 
poderia ser interpretada como redução em alguma medida dos reforçadores (frequencia, 
intensidade, qualidade, etc), e que isso produziria uma diminuição também na taxa de 
respostas, que por sua vez diminuiriam os valores dos reforços, que diminuiriam a taxa 
de respostas... 
A interpretação de Ferster aborda dois aspectos da depressão [15]: o da 
irritabilidade e o da ausência de respostas. Todos os processos de extinção por suspensão 
de reforçadores têm demonstrado que durante o início de sua instalação ocorrem: aumento 
da taxa de respostas, o aparecimento de respostas agressivas ao manipulando ou à fonte 
de reforçadores, uma quebra na sequencia de cadeias de respostas que anteriormente 
produziam reforçadores, até que ocorra, gradativamente, grandes períodos sem ocorrência 
de respostas (Catania, 1999; Keller e Schoenfeld, 1950; Millenson, 1975; Skinner, 1953). 
Esses processos são todos observados em alguns casos de depressão. 
Catania (1999) também lembra de outro tipo de extinção: aquele no qual a relação 
entre obtenção de reforçadores e o responder é quebrada. Esse tipo de extinção não produz 
respostas agressivas, no entanto também produz baixa na frequencia do responder. Esses 
dados levaram Skinner (1987) a apresentar uma curiosa interpretação de uma das 
manifestações do fenômeno depressivo: a distimia. 
Em seu texto,Skinner primeiramente faz uma distinção entre o que é reforçador e 
o que é prazeroso (esse assunto é de especial importância para o estudo da depressão, já 
que estamos falando de ausência do responder e de anedonia). Em sua explicação Skinner 
afirma que muitos aspectos do mundo são reforçadores e são prazerosos por razões 
ligadas à evolução, destruindo definitivamente a aparente tautologia denunciada por 
críticos do behaviorismo skinneriano: as coisas são reforçadoras porque são prazerosas e 
são prazerosas porque reforçam. 
Segundo Skinner (1987), “quando nos sentimos agradados não estamos 
necessariamente sentindo um aumento na probabilidade de repetirmos a resposta que 
produziu o ‘agrado’. (...) Um evento reforçador é aquele que aumenta a probabilidade da 
resposta que o produziu (...) mas práticas culturais corroeram ou destruíram certas 
relações entre organismo e ambiente” (p. 17). Ou seja, sentimos agrado pela ocorrência 
de vários aspectos do ambiente, mas não somos reforçados (ou seja, não aumenta a nossa 
probabilidade de responder) pela ocorrência desses eventos. 
As cinco práticas culturais que corroeram a relação entre resposta-reforçador 
descritas por Skinner são: a) a alienação do trabalhador do produto do seu trabalho 
(produz-se coisas que não são utilizadas por quem as produz); b) pessoas pagam outras 
pessoas para fazerem o que precisam (e perdem a parte reforçadora do trabalho); c) 
seguem-se muitos conselhos e entra-se muito pouco em contato direto com as 
contingências (assim evitam-se muitos problemas, mas deixa-se de ser reforçado pela 
descoberta); d) observando regras e obedecendo leis, as pessoas evitam punição, sejapelos 
seus conhecimentos (rigidez), seja pelo governo ou pela religião, cujas conseqüências 
para o seguimento de regras são indiretas e usualmente adiadas longamente; e) nosso 
repertório é por demais contemplativo e pouco ativo na produção de reforçadores: as 
pessoas olham para coisas bonitas, ouvem músicas bonitas, e assistem a entretenimentos 
excitantes, mas os únicos comportamentos reforçados são olhar, ouvir e assistir. 
Assim Skinner termina sua proposta analítica dizendo que a despeito dos 
privilégios que a cultura ocidental proporciona para as pessoas com o mínimo esforço 
(muitas vezes apenas pressionando botões ou pedindo verbalmente a outros), as pessoas 
tornam-se [16] entediadas, indiferentes e deprimidas. A distimia constiui-se 
exatamente nisso: a pessoa tem tudo o que supostamente precisa, mas sente-se 
constantemente irritadiça, mau humorada, infeliz. Com sua interpretação Skinner sugere 
que sua instalação pode estar ligada à falta de uma relação de contingência entre o que a 
pessoa faz e a produção de reforçadores que obtém. 
 
Supressão condicionada e processos respondentes 
Embora a supressão condicionada seja habitualmente utilizada como um modelo 
experimental da ansiedade, resolveu-se descreve-la como um modelo de depressão dada 
a comorbidade observada entre os dois fenômenos: depressão e ansiedade. 
O modelo de supressão condicionada utiliza-se da sobreposição de eventos 
aversivos associados por processos respondentes sobrepostos a processos de produção de 
reforçadores apetitivos [17]. A preparação foi inicialmente proposta por Estes e 
Skinner (1941), que sobre um responder mantido por reforçamento por alimento em 
intervalo variável sobrepuseram a associação entre um tom que durava certo tempo e um 
choque elétrico aplicado ao final desse intervalo. O que se observou é que depois de dois 
ou três pareamentos entre tom e choque elétrico, a mera apresentação do tom tornava-se 
capaz de produzir no organismo a ela submetido uma paralisia que diminuia a produção 
do reforçador por redução do responder. A esse fenômeno os autores deram o nome de 
“supressão condicionada”. Note que este processo é bastante diverso da extinção, embora 
também tenha como resultado uma diminuição de taxa de reforços. 
Mas, segundo a literatura (Stein, Sidman e Brady,1958), apenas quando a perda 
do total de reforçadores não é maior do que dez por cento do total programado é que se 
observa o fenômeno da supressão condicionada. Muitas outras discussões foram feitas na 
literatura a respeito do modelo de supressão condicionada (para ver uma breve revisão da 
literatura a esse respeito veja Regis Neto, Banaco, Borges e Zamignani, 2012). 
O modelo de supressão condicionada talvez possa lançar luz sobre alguns aspectos 
da depressão, especialmente do subtipo de depressão chamado de depressão ansiosa. 
Caracterizada por um quadro misto de depressão e ansiedade, suas principais 
manifestações, além dos sintomas típicos da depressão, são os pensamentos catastróficos, 
angústia e várias respostas autonômicas de ansiedade. Vale lembrar que parte do 
fenômeno da supressão condicionada envolve a submissão a uma condição incontrolável, 
embora previsível: assim que o sinal é apresentado, o choque será apresentado 
inevitavelmente. Podemos depreender, portanto, que o indivíduo submetido a sucessivos 
eventos aversivos incontroláveis possa apresentar parte dos efeitos observados no 
desamparo aprendido, juntamente com os comportamentos ansiosos. 
 
 
Procedimentos e técnicas com origem em modelos experimentais para lidar com 
depressão 
 
[18] Em modelos experimentais, alguns autores propuseram tratamentos para 
produzirem mudanças em estados depressivos. Por exemplo, Seligman, Maier e Geer, 
(1968) tentaram a exposição forçada ao reforçamento, em cachorros que estavam em 
desamparo. A situação de teste exigia que para fugir do choque elétrico o animal devesse 
saltar em uma shuttle-box. Prendendo por arreios o animal e puxando-o para o outro lado 
da shuttle-box, sem barreira, de forma a que ele experienciasse o término do choque 
elétrico do outro lado da caixa experimental, os autores relataram grande sucesso na nova 
aquisição da resposta de saltar. Klein e Seligman (1976) demonstraram que déficits 
comportamentais em depressão e desamparo aprendido são reversíveis se os sujeitos 
forem expostos a experiências bem sucedidas. 
As estratégias terapêuticas da análise do comportamento para lidar com a 
depressão, como não podiam deixar de ser, baseiam-se em planejamento de situações nas 
quais o indivíduo seja exposto a reforçamento positivo. Dessa forma, procura-se 
basicamente recuperar as ações positivamente reforçadas na historia de vida dos 
indivíduos, com a tentativa de fornecer a controlabilidade perdida sobre a produção de 
reforçadores (preferencialmente por reforçamento intrínseco), e com o incentivo de busca 
por solucionar problemas que surjam ou já estejam instaurados (reforçamento negativo). 
[19] Deve-se começar com atividades simples, cujos reforçamentos sejam 
garantidos: preferencialmente atividades de lazer, com baixo custo da resposta e que 
forneçam reforçamento contínuo. Alcançado o aumento do nivel geral de atividade, deve-
se aumentar gradativamente a complexidade da atividade, o custo da resposta e a 
intermitência da liberação do reforçador. 
Deve-se considerar, também, que haja “ganho secundário” pelo comportamento 
típico da depressão: este tipo de reforçamento pode explicar a persistência dos sintomas 
e a manutenção de comportamentos depressivos, mesmo sob medicação ou sob 
intervenção comportamental. Uma análise funcional mais estendida pode ser necessária 
sob essas condições para que se possam programar alguns procedimentos. O primeiro 
deles seria a diminuição das respostas de esquiva por contraste comportamental: como 
algumas respostas ligadas à depressão não podem deixar de ter atenção e/ou cuidados 
seria importante se utilizar de aumento geral na taxa de reforçamento (DRO) de respostas 
diferentes daquelas ligadas ao queixar-se. Isto pode produzir uma diminuição na 
freqüência de respostas de queixa, o que, por sua vez, produz diminuição na estimulação 
aversiva. Se produzir maior reforçamento por respostasdiversas do queixar-se é possível 
que a intervenção coloque a pessoa gradativamente fora do diagnóstico de depressão. 
Outra estratégia é a utilização do Princípio de Premack (1965), que propõe que 
uma resposta cuja probabilidade de ocorrência é muito alta pode ser apresentada como 
conseqüência para uma resposta a ser instalada (que tenha uma menor probabilidade de 
ocorrência). No caso da depressão, o que se deve fazer é exigir, por exemplo, um período 
curto de atividades, geralmente a respostas que proporcionam estimulação sensorial (por 
exemplo, brincar, andar de bicicleta, etc.), por um curto intervalo e em seguida 
proporcionar outro intervalo de respostas de alta probabilidade, tal qual ficar em 
isolamento. 
Mikulas (1977) reúne em seu livro várias condições sob as quais os parâmetros de 
reforçamento são eficazes: 
a) Quantidade e intensidade do reforçador (quanto maior for a quantidade 
ou a intensidade do reforçador, maior o efeito de fortalecimento); 
b) Considerar saciação ou a necessidade de repetidas apresentações do 
reforçador para que o procedimento apresente resultados; 
c) Problemas decorrentes da imediaticidade do reforçamento: reforço 
atrasado pode dificultar a instalação da resposta; 
d) Esquema de reforçamento: Contínuo – importante na instalação de 
repertório novo; Intermitente – importante na manutenção e 
fortalecimento da resposta 
 
[20] Um segundo objetivo torna-se necessário: produzir variabilidade de 
comportamento. É sobre a variação comportamental que o ambiente será capaz de 
selecionar nova respostas pelo reforçamento. Supondo-se a hipótese da depressão ter sido 
instalada por ambientes extremados, é considerável a possibilidade de que as respostas 
atuais do repertório da pessoa deprimida não sejam mais efetivas nesse ambiente. Como 
variar tem sido demonstrado como uma classe de respostas importante para a aquisição 
de novas respostas (Hunziker, 2006) e é sensível às mudanças nas variáveis ambientais, 
a intervenção terapêutica deve estar diretamente relacionada com noção da variabilidade. 
Inicialmente o terapeuta deve funcionar como ambiente selecionador e programar para 
que a seleção da variabilidade se dê em ambiente natural. Os estudos sobre variabilidade 
mostram que variabilidade de comportamento é efeito do reforçamento e da manipulação 
de estímulos antecedentes (Carvalho Neto e Barbosa, 2010; Delage e Carvalho Neto, 
2006; Zamignani e Jonas, 2007). 
As estratégias tradicionais de entrevista podem ser pouco favoráveis para produzir 
variabilidade na terapia. Estimulação suplementar (filmes, livros, fotos, viagens de 
fantasias, relatos de sonhos, músicas, poesias) pode tanto facilitar a entrevista, como pode 
ocasionar maior variabilidade e Aumentar a oportunidade de reforçamento social por 
parte do terapeuta. Especialmente em casos de depressão, o atendimento em ambiente 
extra-consultório pode aumentar as oportunidades de estimulação, permite maior 
variabilidade em interações sociais e pode favorecer a modelagem e o fortalecimento do 
repertório social e de respostas de enfrentamento (Zamignani e Jonas, 2007). 
A aplicação do reforçamento, dada a variabilidade, deve ser dirigida para atingir 
outro objetivo: selecionar o comportamento desejado. Neste caso, deve-se utilizar do 
conceito de modelagem por aproximações sucessivas, e posteriormente (em alguns casos) 
reforçamento diferencial, quando se necessita de uma especificidade maior das respostas 
(Catania, 1999). No início do processo de intervenção, dada a variabilidade deve-se 
utilizar de conseqüências sociais potencialmente reforçadoras para toda e qualquer 
resposta. O foco do reforçamento inicial pode ser a própria resposta de procurar a terapia. 
Aos poucos deve-se direcionar o reforçamento para as respostas-alvo. 
Uma vez que uma resposta já esteja instalada, o reforçamento não deve ser 
interrompido, para que a manutenção do comportamento desejado se dê. É quando se 
utiliza agora de reforçamento intermitente para o favorecimento da manutenção e o 
fortalecimento, produzindo respostas mais resistentes à extinção. Os cuidados a serem 
tomados nesta fase é a observação para que não ocorra a distensão da razão, e para isso 
deve-se aumentar a intermitência gradualmente. 
Finalmente, deve-se propiciar a indução (“generalização”) da resposta ao 
ambiente natural, considerando as condições presentes no ambiente para sustentar a 
mudança do cliente. 
 
Prevenção da depressão com base no apresentado até aqui 
A partir dos modelos apresentados, deve-se prevenir os casos de depressão com 
base em vários processos que, se persistentes na história do indivíduo, podem originar a 
depressão. [21] Baseados em Ferster, deve-se esperar que uma história de ausência de 
reforçadores e, por conseguinte, o reforço diferencial de respostas de esquiva, aumentem 
consideravelmente o risco de desenvolvimento de um repertório deprimido. Isso implica 
que, para a prevenção da depressão, tenhamos que desenvolver no indivíduo um 
repertório comportamental que seja mantido mais freqüentemente por reforçamento 
positivo do que por reforçamento negativo. 
Essa implicação pode exigir uma cultura diferente daquela em que vivemos hoje. 
Primeiramente, que sejam aceitas, culturalmente falando, as diferenças individuais. 
Comparações normativas e desenvolvimentistas devem ser desestimuladas e as aceitação 
das melhorias no repertório de cada um em comparação com ele mesmo estimuladas 
(questões tais como normal X anormal; desenvolvido X atrasado, etc. devem ser 
desestimuladas). Esta mudança deve ser difícil em nossa cultura (Banaco, Nico e Kovac, 
2013), mas é essencialmente importante para que possamos prevenir mais frequentes e 
mais graves casos de depressão. 
Além disso, deve-se dar atenção aos comportamentos desejáveis (que procuram 
solução para problemas) e extinção para os não desejáveis (os de queixa e pedidos de 
ajuda quando a pessoa é capaz de fazer o que deve ser feito). 
Isso vai ao encontro da proposta derivada do modelo de desamparo aprendido: a 
procura e a experimentação de respostas para a solução de problemas pode produzir a 
imunização contra o desamparo. Experiências iniciais com choque escapável 
demonstraram que o indivíduo pode: 
1) aprender que, em alguns casos, as repostas e o término da aversividade sejam 
independentes; 
2) permitir que se discrimine entre situações nas quais a aversividade é escapável 
e aquelas nas quais é inescapável. 
Os dados sobre imunização contra o desamparo sugerem que a história de vida 
das pessoas que resistem à depressão têm uma extensiva experiência de controle e 
possibilidade de ação sobre a fonte de reforçamento. Essas pessoas que são susceptíveis 
a depressão tiveram vidas desprovidas de domínio. 
Além disso, as condições de reforçamento positivo também vão ao encontro dos 
estudos sobre condições medianamente aversivas e crônicas. Os dados das pesquisas são 
claros: se o acesso aos reforçadores forem contingentes a respostas (e não simplesmente 
liberados livremente), embora não previna a anedonia durante o período de submissão às 
condições aversivas, permite a volta à susceptibilidade ao reforço assim que a condição 
estressora é suspensa. 
 
Considerações finais 
Os modelos experimentais têm se mostrado uma área de pesquisa extremamente 
importante para a revelação de variáveis que podem determinar as psicopatologias 
decorrentes de condições aversivas extremadas. No caso da depressão, muitos processos 
diferentes e complementares podem estar envolvidos em sua instalação e manutenção. O 
estudo dos modelos experimentais, aliado à interpretação da teoria do reforço como um 
todo, são um excelente exercício de síntese comportamental. Cada um dos modelos 
apresentados parece desvendar um aspecto do fenômeno, demonstrando gradativamente 
o modo especial com que suas partes interagem, não apenas como uma junção de 
acontecimentos.A tecnologia desenvolvida pela análise do comportamento, por sua vez, é 
beneficiada pelo conhecimento construído a partir do estudo dos modelos experimentais, 
além de outras modalidades de pesquisa e dos avanços teóricos delas derivados. 
Oferecendo recursos para uma interpretação bem fundamentada desses processos, essas 
fontes oferecem subsídio para o contínuo aprimoramento na prestação de serviços, em 
busca do desenvolvimento de tecnologias de intervenção coerentes e eficazes para o 
enfrentamento dos problemas clínicos. 
 
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