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G R A D U A Ç Ã O ME. SILVANA GOZZI PEREIRA LIMA ESP. VALÉRIA FÁTIMA DO COUTO Dermatologia e Disfunções da Pele Híbrido GRADUAÇÃO Dermatologia e Disfunções da Pele Me. Silvana Gozzi Pereira Lima Esp. Valéria Fátima do Couto C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; LIMA, Silvana; COUTO, Valéria. Dermatologia e Disfunções da Pele. Silvana Gozzi Pereira Lima; Valéria Fátima do Couto. Maringá-PR.: Unicesumar, 2020. 168 p. “Graduação - Híbridos”. 1. Dermatologia. 2. Disfunções . 3. Pele 4. EaD. I. Título. ISBN CDD - 22 ed. 612.79 CIP - NBR 12899 - AACR/2 NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação CEP 87050-900 - Maringá - Paraná unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Impresso por: Coordenador de Conteúdo Lilian Rosana dos Santos Moraes. Designer Educacional Janaína de Souza Pontes e Tácia Rocha. Revisão Textual Cintia Prezoto Ferreira e Erica Fernanda Ortega. Editoração Lavignia da Silva Santos. Ilustração Welington Vainer Satin de Oliveira. Realidade Aumentada Matheus Alexander de Oliveira Guandalini. DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de Design Educacional Débora Leite; Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho; Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros; Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima; Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas; Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo; Supervisão de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel; Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Cripaldi; Fotos Shutterstock PALAVRA DO REITOR Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha- mos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualida- de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- -nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo- cional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revi- samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as ne- cessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Bem-estar, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! BOAS-VINDAS Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co- munidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu- nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ- mico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comu- nicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace- leraram a informação e a produção do conheci- mento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, prio- rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a so- ciedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe- lecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa- nhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educa- cional, complementando sua formação profis- sional, desenvolvendo competências e habilida- des, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu- deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza- gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren- dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili- dade e segurança sua trajetória acadêmica. APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação com a apresentação deste livro, uma das ferramentas fundamentais para cursar a disciplina de Dermatologia e Disfunções da Pele. Esperamos que você construa seu processo de aprendizagem neste campo tão instigante. Talvez para você, este será o primeiro contato com a Estética e Cosmética, Terapias Integrativas e Complementares e Podologia, áreasde formação que estão na contramão da crise do país. Dados recentes de pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) demonstram que as vendas de cosméticos crescem, aproximadamente, 13% ao ano. Esses(as) profissionais, quando terminam a graduação, estão capacitados para traba- lhar em clínicas, spas, hospitais, atendimentos domiciliares, clubes, hotéis, academias, enfim, profissionais da área do bem-estar e saúde. Nesta disciplina, focalizamos nossos estudos em, especialmente, pautar a Dermatologia e Disfunções da Pele como ciência, a fim de discutir e analisar os conceitos, história, funções, classificações, estruturas, segurança, doenças e disfunções, tanto do ponto de vista teórico quanto do prático. Deste modo, na primeira unidade, trataremos dos conceitos, estruturas e classificação da dermatologia e disfunções estéticas e fototipos de pele. A finalidade é apresentar você à dermatologia enquanto uma ciência que se preocupa com o diagnóstico e tratamento da pele e anexos cutâneos. Em ou- tras palavras, tem como objeto de estudo o maior órgão do corpo humano. Na segunda, destacaremos as preparações cosméticas e as alterações da sudoração. Com a evolução do homem modificando seus hábitos, estilo de vida, alimentação, surgiu a necessidade de uma variedade de apresentações dos produtos cosméticos. Discutiremos a estrutura e os componentes de um produto e as matérias-primas que os constituem. Mergulharemos no universo das formulações, pois não podemos esquecer o quão importante é conhecer os princípios ativos e relacioná-los com as características da pele e dos anexos de cada cliente/paciente. As patologias cutâneas serão abordadas na terceira unidade. A ideia central é levá-lo(a) a conhecer as doenças que acometem a pele. Cada sistema que forma o indivíduo é composto por inúmeras estruturas que interagem entre si, trabalhando para promover o equilíbrio (homeostase) e manter o funcionamento normal de cada órgão que forma o corpo humano. Conhe- ceremos os agentes agressores que ameaçam esse equilíbrio resultando em alergias, infecções, inflamações, doenças autoimunes, dentre várias outras alterações, podendo gerar as patologias. Na quarta unidade, apresentaremos as disfunções da pele, alterações orgâ- nicas de diversas e diferentes causas que podem estar presentes no corpo humano. Aprenderemos a diagnosticar, prevenir e tratar, além de orientar pacientes/clientes sobre os cuidados gerais, solucionar os problemas esté- ticos e de saúde e trabalhar na manutenção da beleza da pele. Na quinta e última unidade do livro, será abordado o processo de cicatriza- ção e suas consequências – tipos de cicatrizes. Conheceremos a importância do sistema imunológico e seus constituintes no processo de reparação tecidual e como indivíduos com problemas de cicatrização, como os por- tadores da patologia diabetes, reagem ao estímulo agressor; discorreremos, ainda, sobre os tipos e graus de queimadura. É de suma importância para os/as profissionais da área da saúde o conhecimento deste processo, a fim de promover sempre a saúde e o bem-estar. Finalizamos no desejo de que este livro seja uma fonte de aprendizado e transformações na sua trajetória acadêmica e profissional. Bons estudos! CURRÍCULO DOS PROFESSORES Me. Silvana Gozzi Pereira Lima Mestre em Promoção da Saúde (2014). Pós-graduada em Estética Facial e Corporal (2013). Possui graduação em Estética e Cosmética pelo Centro de Ensino Superior de Maringá (2012) e graduação em Direito pela Universidade de ALFENAS (2000). Tem experiência nas áreas de estética corporal, facial, técnicas minimamente invasivas, capilar, massagens, embeleza- mento pessoal, saúde coletiva, primeiros socorros, psicologia organizacional, epidemiologia e bioestatística, dermatologia e fisiologia humana. Professora dos Cursos de Tecnologia em Estética e Cosmética e Fisioterapia. Professora dos cursos de pós-graduação em: Estética Facial e Corporal, Pós-operatório facial e corporal, Acupuntura e Biomedicina Esteta. Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/6573527462739239 Esp. Valéria Fatima do Couto Especialista em Estética Facial e Corporal. Possui graduação em Estética e Cosmética pelo Centro de Ensino Superior de Maringá (2016). Atualmente cursa pós-graduação em Acupun- tura e Técnicas complementares. Possui habilidades nas áreas de estética facial e corporal, na elaboração de protocolos e de manuseio de cosméticos, além de facilidade em trabalhos em equipe, conhecimento geral em computação e área administrativa. Formada com honras e com participações no programa melhores alunos Unicesumar. Tem habilidade para executar treinamentos e ministrar cursos. Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/8572032722955779 Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele 13 Preparação Cosmética 47 Patologias Cutâneas 73 Disfunções da Pele 107 Processo de Cicatrização 143 18 Renovação Celular Utilize o aplicativo Unicesumar Experience para visualizar a Realidade Aumentada. PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Me. Silvana Gozzi Pereira Lima Esp. Valéria Fátima do Couto • Compreender o conceito e as características da pele. • Destacar a importância das camadas da pele para a com- preensão das disfunções da pele. • Apresentar as características gerais das camadas da pele, de forma que possibilite compreender e avaliar todo o processo do estudo da dermatologia e suas disfunções. • Discriminar todas as formas e tipos da permeabilidade cutânea. • Diferenciar todos os tipos de pele e fototipos para em- pregar de forma correta os cosmecêuticos e cosméticos. Introdução ao Estudo da Dermatologia Estrutura da Pele e seus Anexos Permeabilidade Cutânea Tipos e Fototipos de PeleTela Subcutânea Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele Introdução ao Estudo da Dermatologia Caro(a) aluno(a), a dermatologia é uma ciência que se preocupa com o diagnóstico e tratamento da pele e anexos cutâneos e possui como um de seus objetivos principais estudar o maior órgão do corpo humano: a pele. Nesta unidade, abordare- mos as camadas da pele, sua estrutura e organi- zação celular, assim como seus anexos cutâneos, tipos e fototipos cutâneos e a tela subcutênea. A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, correspondendo a mais de 15% do peso corporal, possui várias funções, como a termorre- gulação, proteção contra agressões físicas, quími- cas e biológicas, função sensorial, absorve alguns gases, raios ultravioletas (possui proteção contra eles também) e até mesmo substâncias químicas, como toxinas lipossolúveis, realiza a regeneração tecidual, além de fazer parte da estética do indi- víduo, pois esta é a parte do corpo que se mostra ao mundo. A pele tem grande importância estética na so- ciedade, pois pode influenciar na imagem pessoal do indivíduo, possui valorização psíquica e com- portamental (ROTTA, 2008). 15UNIDADE 1 É uma barreira protetora, pois ela delimita o meio interno do meio externo, protegendo con- tra invasores (micro-organismos) e traumas. Um exemplo disso é o manto hidrolipídico formado por sebo, água, suor e lipídeos. Este componente está presente na superfície da epiderme e, além de proteger a pele contra agressores externos, protege o tecido contra a desidratação. Esse manto possui um pH médio de 5,5 (GERSON et al., 2012). Sua espessura tem em torno de 1,5 mm, sendo mais espessa nas plantas dos pés e nas palmas das mãos, onde sua espessura é de, aproximadamente, 6 mm, pois essas partes do corpo possuem maior exposição ao uso e ao desgaste e é conhecida como pele glabra, por não possuir pelos. As ou- tras regiões do corpo apresentam pele mais fina, conhecida como pele pilificada, apresentando sul- cos e pregas características (KAMIZATO; BRITO, 2014). A camada lúcida encontra-se anexada entre a camada córnea e a granulosa no tecido cutâneo da palma das mãos e da planta dos pés, ou seja,nessas regiões, a pele fica mais espessa, pois ela possui uma camada de pele a mais que nas outras partes do corpo. A pele de um adulto mede, aproximadamente, de 1,5 m (quadrados) a 2 m (quadrados) e com- preende cerca de 3,5 kg do peso corporal (BOR- GES, 2010). A pele é dividida em duas camadas: a epider- me e a derme. Essas camadas ainda sofrem uma outra divisão, em que a epiderme se subdivide em quatro a cinco camadas, dependendo da região, e a derme duas camadas. Cada camada possui ca- racterísticas próprias diferenciando-se em vários aspectos. A epiderme é a parte mais externa da pele, enquanto a derme é a camada mais interna. A tela subcutânea ou hipoderme possui a função de unir a pele ao resto do corpo e nela encontra- -se a célula adipócito, responsável por armazenar energia na forma de triglicerídeo, lembrando que este tecido já foi considerado parte da pele, porém esta classificação não se utiliza mais. Temos ainda os anexos cutâneos presentes na pele, que são os folículos pilossebáceos, glândulas sudoríparas e as unhas (GERSON et al., 2012). O tecido epitelial encontra-se, além da pele, nas membranas mucosas e revestimento do coração; órgãos digestórios e respiratórios; e, até mesmo, nas glândulas. A absorção de substâncias na pele ocorre por meio das células, folículos e poros e de maneira limitada, pois alguns ingredientes com o tamanho molecular maior podem penetrar na pele, ou seja, o tamanho da molécula do ingrediente, entre ou- tras características, determinará a capacidade de penetração da substância. A pele absorve seletiva- mente, por meio dos folículos pilosos e glândulas sebáceas, os produtos e cremes tópicos. No processo da reprodução e divisão celular, as células possuem a capacidade de se dividir, gerando novas células para o crescimento e a substituição de outras células que estejam dani- ficadas. As células chamadas filhas se originam, em sua grande maioria, das células que se repro- duzem, dividindo-se em duas células idênticas. Esse processo é conhecido como mitose. Se as condições forem favoráveis, como alimentos ade- quados, oxigênio, água, temperatura adequada e a capacidade de eliminar detritos esteja correta, as células conseguem crescer e se dividirem. Caso as condições do meio se tornem desfavoráveis, como toxinas (venenos), patologias ou até mesmo danos ambientais, as células sofrem danos ou podem ser destruídas (GERSON et al., 2012). As células táteis podem ser encontradas na camada epiderme em pequena quantidade e são responsáveis por ajudar na percepção tátil. Na membrana basal, encontram-se dispersos os den- drócitos granulares não pigmentados, que partici- pam da resposta imunológica, ou seja, são células macrofágicas protetoras que englobam resíduos estranhos e bactérias (KAMIZATO; BRITO, 2014). 16 Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele A pele torna-se sensível ao toque, pressão, coceira, diferentes temperaturas e ao calor por conta das inúmeras terminações nervosas sensoriais. O tecido age como um receptor, informando o sistema nervoso central (SNC) sobre o que está acontecendo na região externa. Posteriormente, por meio das instruções do SNC, as estruturas da pele respondem às informações coletadas. Fonte: adaptado de Ifould, Conroy e Whittaker (2015). A derme é formada por tecido conjuntivo; este possui os fibroblastos que são as células responsáveis por produzir as fibras de colágeno e elastina (proteínas de sustentação da pele) (LACRIMANTI, 2008). Vários fatores endógenos (por exemplo, alterações genéticas) e exógenos (traumas mecânicos repetitivos) podem estar contri- buindo para que ocorra alterações no tecido cutâneo, podendo causar mudanças estéticas, assim como estar colaborando para o aparecimento de algumas disfunções ou patologias cutâneas. Lembrando que nas lesões dermatológicas é importante a análise da lesão quanto à forma, localização, tamanho, textura, coloração, tempo de duração da lesão e identificar se existe algum sintoma associado à lesão além do exame físico. Alguns métodos complementares de diagnósticos podem ser utilizados para identificar o tipo de lesão, por exemplo, o uso das próprias mãos: a sensibilidade tátil dos dedos das mãos comple- menta a avaliação visual, lembrando que o toque deve ser realizado em uma pele íntegra. Existem também alguns equipamentos que podem ser utilizados para auxiliar no diagnóstico das lesões, por exemplo a lâmpada de Wood. Para identificar as alterações cutâneas e atuar de forma adequada, operando os recursos necessários, como os equipamentos eletro- termoterápicos, os dermocosméticos, as técnicas integrativas com- plementares (aromaterapia, acupuntura, ozonioterapia, medicina ortomolecular), dentre vários outros instrumentos, primeiramente é fundamental compreender os mecanismos de funcionamento das células que compõe a pele. 17UNIDADE 1 A pele é composta pelas camadas epiderme (mais externa) e a camada derme (mais interna), sendo que essas camadas ainda têm outras divisões. A epiderme é formada por quatro camadas (basal, espinhosa, granulosa e córnea), exceto na planta dos pés e palma das mãos, onde possui anexa a camada lúcida e a camada derme por duas cama- das (derme papilar e derme reticular). Os anexos cutâneos são estruturas que se encontram anexas ao tecido (pele), originando-se por meio da in- vaginação da epiderme na derme, são eles: pelos, unhas, glândulas sudorípara e sebácea. A seguir, estudaremos as características de cada camada da pele assim como de seus anexos cutâneos. Epiderme A epiderme é a camada mais externa, constituída, principalmente, por queratinócitos que produzem a proteína queratina com ação protetora, também constituída pelas células melanócitos, células de Langerhans e células de Merckel. O tecido epitelial não é vascularizado, sua es- Estrutura da Pele e Seus Anexos 18 Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele pessura irá variar de acordo com a região. Suas várias camadas são nomeadas de acordo com a composição do tecido, incluindo aspecto das cé- lulas e textura. Devido à camada epiderme possuir um reves- timento de células sobrepostas e a camada mais externa da epiderme (córnea) possuir células su- perficiais achatadas ricas em ceratina, ela é clas- sificada como epitélio estratificado pavimentoso ceratinizado (BORGES, 2010). É uma camada que se encontra em constan- te renovação, sendo capaz de gerar os chamados anexos derivados da epiderme (unidades piloce- báceas, unhas e glândulas sudoríparas). A espes- sura desta camada pode variar entre 0,4 a 1,5 mm, CAMADAS DA EPIDERME Camada córnia Camada lúcida Camada granulosa Camada espinhosa Camada basal Figura 1 - Camadas da Epiderme As células que compõem a epiderme são queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel. Existem ainda células como os linfócitos, que são habitantes transitórios da epiderme. enquanto a espessura da pele completa possui cerca de 1,5 a 4,0 (FITZPATRICK, 2011). A epiderme completa a sua renovação em torno de 28 dias, e várias reações e transforma- ções ocorrem no organismo (LACRIMANTI 2008). Esta constante "troca" de pele, durante a renovação da epiderme, é realizada pela for- mação de novas células do extrato mais pro- fundo para o mais externo, ou seja, do basal em direção a parte córnea, que é a parte do tecido que vamos perdendo para o meio através da descamação. Conhecida por ser a camada da pele mais externa com a maior barreira de permeabilidade, diferencia-se da derme por ser avascular. Renovação Celular 19UNIDADE 1 Camada basal A camada basal é a camada mais profunda da epiderme. Ela é co- nhecida por seu grande poder germinativo, sendo responsável por realizar a renovação celu- lar. A camada basal possui uma importante participação na for- mação da junção dermoepidér- mica. As células basais encon- tram-se em constante divisão e, à medida que se multiplicam, as novascélulas vão empurrando as mais antigas em direção à su- perfície da epiderme. Conforme as células vão se encaminhando em direção à camada mais ex- terna (camada córnea), passam a pertencer a outras camadas e, consequentemente, vão se dife- renciando, conforme a camada em que ela se encontra. Um pequeno percentual das células basais é composto por células-tronco caracteri- zadas por baixa velocidade da mitose durante toda a vida do indivíduo, produzindo clones de queratinócitos chamados de células amplificadoras tran- sitórias (TAC) que se dividem rapidamente, porém são pro- gramadas para um número li- mitado de mitoses. Origina-se duas células por meio da mitose das TAC, as quais células pos- suem características distintas: uma célula que permanece na camada basal e outra denominada de pós-mitótica ou diferenciada. Esta última célula perde a capacidade de mitose, onde inicia um processo de diferenciação ceratinocítica, migrando para a superfície da pele (AZULAY, 2017). Células queratinócitos A célula queratinócito faz a síntese da proteína queratina, a qual realiza a proteção da pele. Os queratinócitos e os melanócitos são as principais células da camada basal, germinativa da epiderme em que as células se renovam, criando uma grande proteção para a pele. A queratina é encontrada em todas as camadas da epiderme; este componente fornece elasticidade e confere proteção à pele. A queratina rígida é a proteína encontrada nos pelos e unhas. As cé- lulas conhecidas como queratinócitos constituem 95% da epiderme (GERSON et al., 2012). Na pele normal, esta camada é formada por uma única fileira de queratinócitos justapostos, sendo que a grande maioria dessas células possuem a capacidade de se multiplicar – as células germi- nativas –, pois apresentam morfologia colunar, citoplasma basófilo e núcleo grande e oval (AZULAY, 2013). Célula melanócito Os melanócitos são células dendríticas derivadas da crista neural que ocupam a epiderme a partir do segundo mês do desenvolvimen- to fetal, não possuem desmossomas (KEDE; SABATOVICH, 2004). O número desta célula (melanócito) na epiderme é o mesmo, independentemente da raça ou cor, embora o que irá determinar as diferenças raciais na cor da pele será o número e tamanho dos melanossomas (organelas citoplamáticas), que são estruturas sin- tetizadas pelos melanócitos (ARNOLD; ODOM; JAMES, 1994). A melanina (proteína) é responsável por proporcionar o pig- mento da pele, quem a produz é a célula melanócito. A cor da pele é originada pela combinação de melanina, caroteno e hemoglobina (LACRIMANTI, 2008). Observe onde está inserida a célula mela- nócito na imagem a seguir. 20 Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele EPIDERME Estrato córneo Camada granulosa Camada espinhosa Camada basal Queratinócito morto Célula de Langerhans Queratinócito Célula de Merkel MelaninaMelanócito Figura 2 - Epiderme A síntese da melanina é realizada mediante a ação da enzima tirosinase que transforma a tirosina em 3,4-diidroxifenilalanina (DOPA) e está em DOPA-quinona, que após várias alterações se transforma em melanina; isto ocorre dentro da estrutura melanossoma (KEDE; SABATOVICH, 2004). A cor da pele é originada pela combinação dos componentes melanina, caroteno e hemoglobina (LACRIMANTI, 2008). A melanina é a responsável pelas várias tonalidades da pele. Quan- to maior for o fototipo cutâneo, maior quantidade do pigmento melanina terá esta pele. Células de Langerhans Outras células déndricas apresentam-se na epiderme, as células de Langerhans. São células desprovidas de tirosina. Na micros- copia eletrônica, são caracterizadas por corpúsculos peculia- res– estruturas que possuem a forma de uma raquete de tênis (grânulos de Birbeck). Essas células estão localizadas na epider- me, porém podem ser encontradas na derme, nos linfáticos da derme, nos linfonodos e no timo. Possui função imunológica, atuando no processamento primário de antígenos exógenos que atingem o tecido. São consideradas, ainda, células monocitárias macrofágicas (RIVITTI, 2014). Células de Merkel As células de Merkel aparentam receptores táteis, pois estão fre- quentemente em contato com as estruturas axônios da derme pelas junções sinápticas. Estas células estão presentes na camada basal e por meio dos desmossomos se unem aos queratinócitos. Encon- tram-se com mais frequência nos lábios e nas mãos (PETRI, 2009). Estrato espinhoso A camada espinhosa situa-se entre a camada basal e a camada granulosa, composta por células ceratinócitos com aspecto de es- pinhos, por isso recebe este nome. Este extrato possui várias cama- das com espessuras distintas. Camada granulosa A camada granulosa apresenta células com grandes quantidades de grânulos, por este motivo são denominadas de células granu- losas. Estes grânulos apresentam tamanhos e formas irregulares e compõe-se de querato-hialinos (RIVITTI, 2018). Os grânulos de querato-hia- linos (queratina e profilagrina) são formados quando as células migram para a camada granu- losa (SOUTOR; HORDINSKI, 2015). 21UNIDADE 1 Os grânulos Lamelares possuem, em seu interior, glicoproteínas, ácidos graxos, fosfolipídios, gli- cosilceramidas e colesterol; são vistos nas células localizadas na parte superior da camada espinhosa, porém na camada granulosa em si apresentam-se em grande número. No espaço intercelular, acaba sendo liberado o conteúdo desses grânulos, sob a ação de suas hidrolases; é remodelado, transformando seus lipídios em 45% de ceramida, 25% de colesterol, 15% de ácido graxo, esfingosina livre, sulfato de colesterol, ésteres do colesterol e triglicerídios. Todos esses elementos juntos depositam-se em torno de cada corneócito em forma de bainha dupla, originando a grande barreira lipídica, impedindo a passagem de substâncias polares na epiderme, como exemplo a água, sendo este mecanismo o principal responsável por sua relativa impermeabilidade, e, quando alcançam superfície, formam juntamente com o sebo o manto lipídico da pele (AZULAY, 2017) Na camada granulosa, os queratinócitos são achatados, possuem núcleo central e contêm grânulos basófilos de querato-hialina, formados principalmente por filamentos de queratina, loricrina e profi- lagrina (PETRI, 2017). Profilagrina origina a filagrina, por citoqueratinas e loricrina. A profilagrina é clivada de forma cálcio-dependente em monômeros de filagrina onde se ligam com a queratina, originando os micro- filamentos. A filagrina pode ser decomposta, ainda, em outras moléculas, como o ácido urocânico e ácido pirrolidonacarboxílico, que atuam na proteção dos raios UV e na hidratação da camada córnea (RIVITTI, 2018). A loricrina é rica em cisteína e esta proteína, quando liberada pelos grânulos de querato-hielinos, conecta-se com estruturas desmossômicas formando o envelope de célula cornificado (PETRI, 2017). Em condições adequadas, a camada granulosa encontra-se na mesma espessura que a camada córnea. Camada lúcida Assim como vimos anteriormente, a camada lúcida está presente em algumas regiões; sua localização está entre a camada córnea e granulosa, presente na palma das mãos e na sola dos pés, sendo que nessas áreas encontra-se mais espessa que nas demais regiões, pois apresenta uma camada a mais compondo a epiderme. O extrato lúcido é composto por duas ou três camadas de células anucleadas, planas, de aspecto homogêneo. Estrato córneo Para finalizar as camadas da epiderme, falaremos sobre a camada córnea, que é a camada mais externa da epiderme, constituída principalmente por células mortas, anucleadas e ricas em queratina, onde encontram-se em constante descamação. Estas células possuem a aparência de escamas. O estrato córneo é composto por células acidófilas de orientação horizontal, sendo consideradas as células mais largas do organismo, onde os citoplasmas são repletos de queratina. Esta camada possui 22 Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele uma duplacamada lipídica, formada principalmente por colesterol, ceramida e ácido graxo, realizando, além da proteção mecânica, uma barreira contra a passagem de água e de substâncias solúveis (PETRI, 2017). Quando as células queratinócitos se apresentam no estrato cór- neo, endurecem e se tornam os corneócitos. Essas células mais o óleo presente na pele se combinaram originando uma barreira protetora no estrato córneo. As conexões intercelulares denominadas desmos- somas proporcionam força para as células (GERSON et al., 2012). Todas as camadas da epiderme possuem variações, mas o estra- to córneo pode variar de fino a espesso (palmas e plantas), onde encontra-se inserida a camada lúcida, delgada lâmina homogênea de células eosinofilicas e translúcidas (PETRI, 2017). Derme A derme é formada por tecido conjuntivo, vascularizada flexível, rígida e elástica. Dependendo da região do corpo, terá variações em sua espessura. É composta, principalmente, pelas macromolécula colágeno, elastina, proteoglicanas, glicosaminoglicanas e, diferen- temente da camada epiderme, possui vascularização. A substância intersticial, fibras, vasos, nervos, folículos polissebáceos e das glân- dulas sudoríparas constituem a derme. A camada derme sofre ainda uma divisão, sendo a camada reticular mais externa e a camada papilar mais interna. Observe como está disposta a camada derme na imagem a seguir. Epiderme Cutícula Ceramidas Colágeno Elastina Ácido hialurônico Estrato córneo Camada granular Estrato Espinhoso Camada basal Derme Figura 3 - Derme As células que residem na derme são os fibroblastos, células den- dríticas dérmicas, macrófagos, e mastócitos. Todos os componentes da matriz extracelular são produzidos pelos fibroblastos que incluem os seguintes constituintes: co- lágenos, elastina e substância fundamental. É constituída por tecido con- juntivo, composta por substân- cia fundamental amorfa (região com característica gelatinosa), rica em carboidratos, enzimas, vitaminas e fibroblasto (célula que produz colágeno e elastina, conferindo sustentabilidade ao tecido). Alojam-se nos órgãos e anexos da derme. Divide-se em derme papilar (em contato com a epiderme) e derme reticular (em contato com a hipoderme, aspecto mais denso) (LACRI- MANTI, 2008). Possui duas camadas: a) a pa- pilar, que se localiza logo abaixo da epiderme, possui projeções (papilas) que apontam para a camada superior; b) as papilas dérmicas apresentam vasos san- guíneos, nutrientes e oxigênio para a camada germinativa (lo- calizada na epiderme), enquan- to outras contêm terminações nervosas (IFOULD; CONROY; WHITTAKER, 2015). A cama- da que corresponde ao restante da derme é a reticular, a menor 23UNIDADE 1 quantidade de fibroblasto e substância fundamental. Possui como característica ser mais espessa, es- tendendo-se até a hipoderme (RIVITTI, 2018). Os vasos sanguíneos e linfáticos estão presentes na camada epiderme e são responsáveis por nutrir e oxigenar a epiderme–, camada mais externa da pele, a qual é avascular. Fibroblasto As células fibroblastos produzem as proteínas colágeno e elastina, glicosaminoglicanas, proteoglicanos e glicoproteínas multiadesivas que farão parte da matriz extracelular, além de produzirem também os fatores de crescimento, estruturas responsáveis pela proliferação e a diferenciação das células. Os fibroblastos são capazes de modular a capacidade metabólica, consequentemente isso refletirá em sua morfologia. Estas células são as que mais encontramos no tecido conjuntivo. As células que se encontram em repouso rece- bem o nome de fibrócito; já os fibroblastos são as células que encontram-se em atividade de síntese intensa (JUNQUEIRA; CARNEIRO; ABRAHAMSOHN, 2017). Para melhor compreensão do conteúdo, a célula fibroblasto está representada na imagem a seguir. FIBROBLASTO Ácido hialurônico Enzimas Matriz extracelular Fibrilas de colágeno Elastina Fatores de crescimento Ribosomas Citoplasma Mitocôndria Retículo endoplasmático rugoso Núcleo Aparelho de Golgi Microtúbulo Fibrilas de colágeno Figura 4 - Célula Fibroblasto 24 Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele Junção dermoepidérmica A junção entre a derme e a epiderme chama-se junção dermoepidér- mica. As cristas epidérmicas formam-se onde a epiderme se projeta em direção da derme, aumentando, assim, a superfície de contato entre as duas células, ajudando e facilitando a nutrição das células da camada epiderme, já que ela é avascular, deste modo ela necessita da oxigenação e nutrição da derme, pelos vasos sanguíneos presentes nesta camada (OLIVEIRA et al., 2014). Anexos Cutâneos Os anexos cutâneos compreendem as glândulas sudoríparas e se- báceas, ao folículo piloso e as unhas. Abordaremos a seguir indivi- dualmente as características de cada anexo cutâneo. Glândulas sudoríparas As glândulas sudoríparas localizam-se na derme e são responsáveis pela produção do suor e, consequentemente, pela regulação da temperatura da pele. O suor é constituído por água, sais e ureia. As Glândulas são divididas em: • Glândulas sudoríparas apócrinas: sua secreção é com odor. Localiza-se nas axilas, na região inguinal e no púbis. • Glândulas sudoríparas écrinas: presentes em outras regiões corpóreas. Glândula sebácea Possui a função de produzir sebo, lubrificando, assim, a camada superficial da pele. O sebo é formado por substância graxa e lipídeos, sendo secretado no folículo piloso, onde é conduzido por este até a camada córnea (superfície da pele). A glândula sebácea está fixada no folículo piloso (OLIVEIRA et al., 2014). Assim como dito anteriormen- te, a célula fibroblasto é capaz de produzir as proteínas de colágeno e elastina, sendo que o colágeno possui a função de dar rigidez ao tecido, e a elastina proporciona elasticidade para a pele, permitindo que ela estique e volte ao seu tamanho original. As fibras de elastina são mais finas e menos abundantes que as fibras de colágeno, que cor- respondem a cerca de 95% do tecido conectivo da derme (RI- VITTI, 2018). Substância fundamental Na derme, localiza-se a substân- cia fundamental (uma matriz de líquidos). Entre as fibras da camada reticular, encontra-se o ácido hialurônico, um glico- saminoglicano, a água e outros componentes nas substâncias intercelulares, a fim de manter o equilíbrio, ajudando na movi- mentação (migração), metabo- lismo e crescimento das células (GERSON et al., 2012). A substância fundamental presente no tecido conjuntivo preenche os espaços entre as cé- lulas e fibras, funcionando como lubrificante e como barreira con- tra micro-organismos invasores que tentar penetrar na pele. 25UNIDADE 1 Folículo piloso É uma invaginação da epiderme mais especificamente da camada basal, presente na derme. Nesta estrutura, são formados os pelos. Fases de crescimento do pelo: • Anágena: fase de crescimento dura cerca de 2 a 6 anos. • Catágena: dura algumas semanas, conhecida por ser uma fase migratória. • Telógena: fase de queda, perdura por alguns meses. Figura 6 - Lâmina ungueal Figura 5 - Fases do pelo Unhas Ônix é o nome técnico das unhas. Essas estruturas são anexos que protegem as extremidades dos dedos das mãos e dos pés, sendo compostas por células de queratina corneificadas em lâminas endurecidas (de consistência rígida). Uma única unha possui quatro partes: a posterior ou raiz (sobre a borda da pele), lâmina (aderente ao leito ungueal na região inferior), a borda livre e as bordas laterais. Essas lâminas queratinizadas recobrem a última falange dos dedos (RIVITTI, 2014). As unhas possuem os seguin- tes componentes: matrix, lúnula, eponíquio, lâmina ungueal, leito ungueal e hiponíquio. Semanal- mente, essas estruturas crescem cerca de 0,5 a 1,2 mm (AZU- LAY, 2017). A tela subcutânea é um tecido que possui funções, tais como proteção contra impactos, isolante térmi- co, reservatório energético e, ainda, a possui função de preenchimento e de modelagemcorporal, pois, quanto maior for este tecido, quer dizer que mais depósitos de gordura se formaram para o armaze- namento, conferindo ao indivíduo um aspecto mais espesso desta camada, podendo ser visualizado. Tela subcutânea ou hipoderme é composto por tecido conjuntivo frouxo e é formado a partir da mesoderme. Composto pelas células adipóci- tos, fibras colágenas e reticulares, tecido nervoso, nódulos linfáticos, células do estroma vascular e células imunes (leucócitos, macrófagos), fibro- blastos e ainda pré-adipócitos (OLIVEIRA et al., 2014). Observe a localização da hipoderme na imagem a seguir. Tela Subcutânea 27UNIDADE 1 Tecido Adiposo Existem dois tipos de tecido adiposo: tecido adiposo marrom (adipócito multilocular) e tecido adiposo branco (adipócito unilocular), classificados desta forma dependendo do tipo de célula que o compõe: • Tecido adiposo marrom: as fibras nervosas e vasos sanguíneos permeiam os adipócitos multiloculares. É mais lobular que o tecido adiposo branco. No organismo humano, este tipo de tecido encontra-se apenas em embriões e neonatos. Depois do nascimento, as gotículas de gordura se juntam para formar gotículas uniloculares. Em alguns indivíduos idosos ou pessoas com doenças degenerativas, os adipócitos multiloculares podem aparecer novamente. • Tecido adiposo branco: formado por adipócitos uniloculares. Localiza-se no tecido conjun- tivo subcutâneo, seu acúmulo em determinadas regiões dependerá de vários fatores, como o sexo, idade, alimentação, fatores hormonais, hábitos de vida, dentre várias outras condições. Os adipócitos uniloculares são colocados em lóbulos que são separados (imperfeitamente) por septos de tecido conjuntivo que carregam fibras nervosas e vasos sanguíneos para os tecidos. Figura 7 - Tela subcutânea 28 Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele Célula Adipócito Os adipócitos (células de gordura) atuam na síntese e armazena- mento de triglicerídeos. Há dois tipos de adipócitos: • Adipócito unilocular: são células que são compostas por apenas uma gotícula de lipídeos, são arredondadas e grandes. Constituem a principal célula de gordura do tecido adiposo branco. • Adipócito multilocular: a gordura é armazenada em vá- rias gotículas de lipídios esparramados pelo citoplasma, co- nhecidas por serem os principais componentes da gordura marrom (tecido adiposo marrom). Observe a representação da célula adipócito na imagem a seguir. Célula Adipócito Citoplasma Mitocôndria Núcleo Membrana Reservatório de gordura Aparelho de Golgi Figura 8 - Célula adipócito Metabolismo Celular O Metabolismo celular é um processo químico que ocorre no or- ganismo e se divide em duas fases denominadas anabolismo e ca- tabolismo, as quais ocorrem de maneira simultânea e constante no corpo humano. É por meio deste processo químico que as células se alimentam e são capazes de realizar suas atividades. O anabolismo é o conjunto de reações que promovem a sín- tese ou reconstrução de molé- culas complexas a partir de mo- léculas simples, por exemplo, quando realizamos atividade fí- sica, os nossos músculos (tecido muscular) são danificados pela prática do exercício; durante o descanso, o organismo repara as fibras musculares por meio das proteínas consumidas na dieta alimentar. Durante este processo de construção, o corpo armazena algumas substâncias como água, alimento e oxigênio para quan- do as células precisarem destes componentes para seu reparo ou crescimento. Um exemplo de anabolismo é a síntese de pro- teínas a partir dos aminoácidos. Por outro lado, o catabo- lismo é o conjunto de reações que promovem a degradação das moléculas; caracteriza-se por ser a fase em que as mo- léculas maiores são divididas dando origem a moléculas menores. A energia que é li- berada através deste processo acaba sendo armazenada por moléculas especiais, a fim de ser usada para contrações musculares, produção de calor ou, ainda, secreções do corpo. 29UNIDADE 1 A permeabilidade cutânea é a capacidade da pele de absorver seletivamente (escolher o que é necessário penetrar no tecido) certas substâncias em função de sua natureza química ou de determinados fatores. A permeação de substâncias cosméticas na pele nem sempre é possível, pois existem bar- reiras naturais que dificultam essa penetração, o estrato córneo é composto por lipídios que estão organizados de forma a construir uma barreira impermeável, resultando na formação de bica- madas lipídicas resistentes a certas substâncias e o desafio dos cosméticos é romper essa barreira por meio da atuação de princípios ativos inova- dores, com ação mais acentuada (HARRIS, 2003; LEONARDI, 2008). O estrato córneo determina a barreira de per- meabilidade da pele. Colesterol, ácidos graxos li- vres e glicosilceramidas são os lipídios essenciais que fornecem uma barreira de permeabilidade. A produção de lipídios sofre alterações geradas por fatores genéticos e ambientais, esses fatores modificam o mecanismo de reparo da barreira cutânea (REBELLO; BEZERRA, 2001). A epider- me é impermeável a vários tipos de substâncias. Permeabilidade Cutânea 30 Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele As três camadas da pele atuam como barreira única para a permeabilidade através da pele. As vias de penetração são de três formas: 1. Via transepidérmica: penetração lenta, mas considerável pela extensão da pele. Penetração intercelular (entre as células) e penetração intracelular (através das células). 2. Via transfolicular ou transanexial: a penetração ocorre através do aparelho pilossebáceo (óstios). 3. Glândulas sudoríparas (poros). Receptores de acetilcolina Receptor nicotínico Receptor muscarínico Figura 9 - Vias de penetração Graus de Penetração Cutânea A seguir, destacaremos os graus de absorção de substâncias pela pele: • Contato Substâncias aplicadas na pele ficam sobre a camada córnea sem atravessá-la. A aplicação de lipídios ou água com agentes tensoativos em contato prolongado com a superfície cutânea permite que o produto penetre até um terço da espessura da camada córnea. • Penetração Substâncias aplicadas na pele ultrapassam as camadas de células mortas para chegar até as células vivas. A penetração acontece de duas formas: a) Superficial ou epidérmica: o cosmético chega até a camada espinhosa ou basal. b) Profunda ou dérmica: atravessa a membrana basal e chega às estruturas vasculares da derme. • Absorção As substâncias penetram na circulação sanguínea e linfática e se difundem por todo o orga- nismo podendo haver reações gerais extracutâneas. 31UNIDADE 1 Permeabilidade Cutânea em Função da Natureza Química das Substâncias A natureza química das substâncias da formulação também reflete na permeabilidade cutânea: • Permeável: gases e substâncias voláteis, etanol, água, pequenas moléculas e substâncias lipos- solúveis. • Relativamente permeável: glicose, aminoácidos, íons e vitaminas. • Praticamente impermeável: sais, proteínas e carboidratos. - A penetração de sais é desprezível, a menos que sejam ionizados. - Proteínas e carboidratos: devido ao tamanho das suas moléculas e pouca lipossolubilidade. Contudo, pode ser modificado se o peso molecular for reduzido e a molécula ionizada. Fatores que Afetam a Permeabilidade da Pele Outros fatores que interfeerem na absorção de substâncias pela pele são: 1. Fatores Biológicos / Fisiológicos: • Densidade da epiderme (espessura da pele). • Local de aplicação: mucosas, áreas com mais folículos e as áreas mais vascularizadas. • Fluxo sanguíneo: circulação aumentada, maior permeação cutânea. • Hidratação aumentada da camada córnea: queratina é higroscópica, que permite hidratação, tornando-se mais permeável para substâncias polares. • Fototipos de pele: pele oleosa forma um manto hidrolipídico de difícil permeação; já na pele seca, os óstios estão fechados, falta água na epiderme, sendo assim de difícil permeação. • Idade:envelhecimento cutâneo deixa a pele mais frágil e sensível devido à perda das bar- reiras cutâneas. 2. Fatores Cosmetológicos / Físico-Químicos a) Quanto à substância ativa: • Massa molecular (quanto menor o peso molecular, maior permeabilidade). • Concentração em relação aos tipos de transporte na membrana plasmática. Transporte ativo com gasto de energia (bombas de sódio e potássio), transporte passivo sem gasto de energia (difusão simples, osmose e difusão facilitada). • Solubilidade: capacidade de uma substância dissolver. • Coeficiente de partição óleo em água: quanto maior, maior a afinidade por óleo. • Substância solúvel em óleo e água ao mesmo tempo (anfipática, emulsionável): penetra mais fácil. • Estado de ionização da substância ativa: produtos menos voláteis tendem a ter uma permeação melhor. • Tempo de exposição ao ativo: quanto maior tempo de exposição, maior a penetração. 32 Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele b) Quanto ao veículo: • pH (potencial hidrogeniônico) do veículo: substância ácida ou básica que altera o pH do produto para se obter o valor adequado. Substância acidificante diminui o pH, substância alcalinizante aumenta o pH. • Poder solubilizante do veículo: solubilizante líquido, semissólido e sólido. • Viscosidade: maior a penetração devido formação de película aderente e uniforme. • Poder lipossolvente ou tensoativo: diminui oleosidade. • Emulsões O/A. • Veículos vetoriais: são vesículas esféricas que proporcionam a encapsulação de substân- cias, são capazes de interagir com as células presentes na pele, liberando as substâncias que carregam. Desta forma, caro(a) aluno(a), podemos concluir que a pele tem permeabilidade seletiva, a qual é determinada por condições físico-químicas naturais, viscosidade, as extensas ligações de colágeno, os apêndices da pele, a idade, fototipo, disfunções da pele, enfim todos os componentes relatados neste tópico. Portanto, a ação das formulações cosméticas e dermatológicas dependerá da anatomia da área tratada, da hidratação da pele, da presença de lipídios, da hidratação, da saúde ou patologia da pele, do metabolismo e do paciente. É preciso que você se recorde da aula de fisiologia, quando aprendeu sobre a membrana plasmática. Ah!!!! Esqueceu???? Vamos então recordar. Membrana plasmática é um envoltório fino que reveste a célula procarionte e eucarionte. Sua es- trutura é semipermeável, responsável pelo transporte e seleção de substâncias que entram na célula. É formada por uma bicamada fosfolipídica, que é uma camada que se encontram com as suas extremi- dades hidrofílicas viradas para os meios intra e extracelulares, criando uma barreira que não permite a passagem de íons e substâncias polares. A membrana plasmática é responsável pelo transporte de substâncias e esses processos podem ocorrer de duas formas: transporte passivo e ativo. O transporte passivo é o transporte sem gasto de energia. As substâncias movem-se do meio mais concentrado para o menos concentrado. Ocorre de duas formas: • Difusão Simples - é a passagem de partículas do meio em que estão em maior quantidade para um meio onde as partículas estão em menor quantidade. • Difusão Facilitada - na facilitada o transporte também é feito através da membrana, porém na facilidade acontece com o auxílio das proteínas da bicamada lipídica. Por sua vez, a Osmose é a passagem de água, sendo o transporte realizado de um meio menos concen- trado (hipotônico) para outro mais concentrado (hipertônico). 33UNIDADE 1 O transporte ativo é o transporte com gasto de energia (ATP). As substâncias se movem do meio de menor concentração para o meio de maior concentração. Ocorre de duas formas: • Transporte em Bloco: Endocitose e Exocitose – esse transporte acontece quando a célula transfere grande quantidade de substâncias para dentro ou para fora do seu meio intracelular. • Bomba de Sódio e Potássio: esse transporte é a passagem de íons sódio que estão em alta con- centração e potássio que estão em baixa concentração fora da célula, devido às diferenças de suas concentrações. Para que que haja concentrações ideais, as bombas de sódio bombeiam sódio para fora da célula e potássio para dentro da célula. Agora sim, compreendeu como acontece a penetração de substâncias na pele? Espero que agora já esteja apto para darmos continuidade em nossos estudos. Você já ficou pensando como que um produto vai chegar exatamente dentro daquele tecido para que se tenha um resultado? Então, agora, você é capaz de saber: através da membrana plasmática. Quero ainda que você tenha o conhecimento de que existem meios de promover esse transporte. Como? Através de mecanismos que façam a desorganização dos lipídios da camada córnea, aumen- tando o espaço entre elas; aumentando a solubilidade do ativo na camada córnea; extrair os lipídios da camada córnea; e aumentar a hidratação da camada córnea. Empregamos métodos para promover a permeação cutânea. Estas técnicas consistem em métodos diretos, objetivando com isso a introdução de substâncias cosméticas, cosmecêuticas e medicamen- tosa através da pele (BORGES, 2010): • A esfoliação da pele para retirada de células mortas. • O uso de equipamentos estéticos, como ultrassom (fonoforese), corrente galvânica (iontofo- rese), que provocam uma desordem na bicamada córnea. • Massagem que faz o aquecimento da pele, aumentando a temperatura em até 3 graus cen- tígrados. A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo um órgão vital. Suas funções são: regulação térmi- ca, defesa orgânica e funções sensoriais. Os tipos de pele são classificados em: 1. Pele Seca Pouca produção sebácea, a pele é pouco lubrificada e hidratada, textura fina, áspe- ra (opaca) e sem brilho, com facilidade de aparecer rugas, e tende a ficar descamando e repuxando. 2. Pele Oleosa Apresenta poros dilatados e visíveis (testa, nariz e queixo), poucas linhas de expres- são (envelhecimento mais lentamente), espessura aumentada, produção excessiva de óleo (mais probabilidade de seborreia), bem resistente às agressões. Tipos e Fototipos de Pele 35UNIDADE 1 3. Pele Mista Apresenta oleosidade na região central do rosto (zona T) e nas demais regiões é normal ou seca. 4. Pele Sensível Pele fina, frágil e delicada, pouca oleosidade, aparência áspera e com tendência a formação de rugas, irritabilidade, prurido, sensível às mudanças climáticas. 5. Pele Normal (eudérmica) Secreção sebácea normal, grau adequado de hidratação, aspecto aveludado e agradável ao tato, brilho e elasticidade normais, os poros são diminutos, visualizam-se os orifícios, porém não se apresentam dilatados, pele perfeita. Figura 10 - Classificação da pele segundo Fritzpatrick Essa classificação foi desenvolvida na década de 70, baseia-se na cor da pele e na reação à exposição solar. Fototipo 1- sempre queima, nunca bronzeia. Fototipo 2- frequentemente queima, bronzeia menos que a média. Fototipo 3- algumas vezes queima suavemente, bronzeia na média. Fototipo 4- raramente queima, bronzeia mais que a média. Fototipo 5- raramente queima, bronzeia profundamente. Fototipo 6- nunca queima, pigmentação profunda. Em 2006, Leslie Baumann catalogou a pele em 16 tipos diferentes, para isso levou em conta quatro fatores: hidratação da pele, sensibilidade da pele, pigmentação da pele e tendência a rugas. Definiu os tipos pela soma desses quatro fatores, levando em consideração o modo que estes fatores combinam entre si (BAUMANN, 2007). 36 Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele 1. Oleosa, sensível, pigmentada e enrugada Esse tipo de pele sofre muito prejuízo pela exposição frequente ao sol. Entre estes prejuízos estão o envelhecimento preco- ce (rugas), manchas escuras na face e colo, vasinhos visíveis na face, acne, vermelhi- dão, coceira e queimação que são frequen- tes na pele. O tratamento dessa pele será tanto com prevenção como tratamentos para rugas, manchas escuras, comedões, pápulas e pústulas. Para isso,é necessário o uso de protetores solares e tratamento de rugas e manchas escuras. 2. Oleosa, sensível, pigmentada e firme É o tipo de pele de difícil tratamento, pois formam um ciclo vicioso de erupções, manchas marrons e cicatrizes. Este tipo de pele tende a apresentar acne, alergias de pele, manchas escuras na face e pele brilhante. É importantíssimo, aqui, a pre- vençãoe tratamento de espinhas, manchas escuras e controle da vermelhidão da pele. 3. Oleosa, sensível, não pigmentada e enrugada É o tipo de pele que, quando exposta ao sol sem a devida prevenção, fica cama- rão. São pessoas de pele clara com pouca pigmentação para se proteger da radiação solar. Essa pele sofre de rubor e rosácea. As rugas são resultado dos prejuízos causados pelo sol. As pessoas com este tipo de pele apresentam com frequência manchas ver- melhas, espinhas, poros abertos, vasinhos visíveis na face, dificuldade para se bron- zear, queimaduras frequentes e rugas pre- coces. É essencial os cuidados diários com a pele e evitar a exposição solar. Prevenir e tratar: vermelhidão da face, espinhas, rugas, câncer de pele e fragilidade da pele. 4. Oleosa, sensível, não pigmentada e firme Este tipo de pele apresenta rubor (ver- melhidão) na face. É o tipo de pele rubo- rizada. Esta pele é fina e pode sofrer de rosácea, podendo apresentar: espinhas, oleosidade, vermelhidão, manchas ver- melhas, descamação no rosto, irritação a produtos para os cuidados com a pele e queimaduras solares frequentes. Se ex- posta com frequência ao sol, pode desen- volver rosácea e câncer de pele. Por isso protetor solar é essencial. Prevenir e tratar: rosácea, oleosidade e inflamação da pele. 5. Oleosa, resistente, pigmentada e enru- gada Este tipo de pele é conhecido como teflon (resistente). É oleosa, seus poros são abertos e apresentam manchas escuras. Com o pro- cesso de envelhecimento, as manchas vão aparecendo. Pode aparecer eventualmente acne, possui risco aumentado de câncer de pele se sua pele for clara e dificuldade para encontrar um protetor solar que não deixe sua pele mais oleosa. Como é uma pele re- sistente, suporta produtos mais fortes para o rosto. Para a prevenção, deve-se evitar sol, não fumar e manter dieta saudável. 6. Oleosa, resistente, pigmentada e firme Este tipo de pele é brilhante. É um dos ti- pos de pele mais fáceis de cuidar. Comum em pessoas com pele mais escura. O as- pecto é rosto brilhante, manchas escuras, rugas mínimas, crises ocasionais de acne e pele que bronzeia com facilidade. Pre- venção: uso de protetor solar, não fumar. O consumo de alimentos antioxidantes auxilia a manter pele radiante. Prevenir e tratar: manchas escuras e oleosidade. 37UNIDADE 1 7. Oleosa, resistente, não pigmentada e enrugada Este tipo de pele é o melhor para se con- viver. A maior parte dos brasileiros pos- suem este tipo de pele. No mercado, há uma grande quantidade de produtos para esta pele, e todos funcionam muito bem. O aspecto é com eventual brilho facial, acne discreta, dificuldade para se bron- zear, pouca necessidade de hidratante e sinais precoces de rugas. Prevenir e tratar: rugas, oleosidade e câncer de pele. 8. Oleosa, resistente, não pigmentada e firme É a pele dos sonhos ou a pele da deusa. Pele radiante, harmônica e que não envelhece. Muito simples de cuidar e sempre apresenta uma boa aparência. Apresenta aspecto de pele lisa, oleosa, pouca necessidade de hidra- tante, poucas rugas, poros grandes, crises ra- ras de acne e comedões. Previna o câncer de pele e evite exposição solar. Tratar e prevenir: oleosidade, poros abertos, cravos e eventuais crises de acne. 9. Seca, sensível, pigmentada e enrugada Este tipo de pele é reativa, ou seja, reage com os princípios ativos aplicados sobre a pele. Quando exposta a tratamentos, é imprevisí- vel saber qual vai ser a reação da pele. Um dia a pele está bem e no outro, sem explicação, está péssima. Apresenta aspecto de resseca- mento, descamação, queimação, rugas, ver- melhidão, falta de brilho na pele, pele áspera e irritada. Proteger a pele de ambientes secos, hidratar e evitar ingredientes que causem irritação. Prevenir e tratar: ressecamento, rugas, queimação e vermelhidão. 10. Seca, sensível, pigmentada e firme Este tipo de pele é árduo. Pele propensa a eczema, ressecamento, acne ocasiona- da pelo uso de produtos, descamação, vermelhidão, coceira e rosácea. Apre- senta aspecto com placas de pele espessa e áspera, sensibilidade a fragrâncias, se- cura por detergentes, placas escuras em áreas de exposição solar. Para esta pele, é essencial a hidratação. A hidratação frequente é mandatória. Prevenir e tra- tar: secura da pele, vermelhidão, coceira e manchas escuras. 11. Seca, sensível, não pigmentada e en- rugada É o tipo de pele reativo. Não é um tipo fácil de pele e as condições da pele são imprevisíveis. Um dia ela está bem e no outro, sem explicação, está péssima. Você pode ter: ressecamento, descama- ção, queimação, rugas, vermelhidão, fal- ta de brilho na pele, pele áspera e irrita- da. Proteger a pele de ambientes secos, hidratar e evitar ingredientes que cau- sem irritação. Prevenir e tratar: resseca- mento, rugas, queimação e vermelhidão. 12. Seca, sensível, não pigmentada e firme Este é o tipo de pele ressecada. É uma pele descamativa, áspera, vermelha e sem bri- lho. Apresenta frequentemente alergias a produtos cosméticos, sensibilidade a sa- bonetes e alergias a metais. Os hidratan- tes para esse tipo de pele devem conter os três lipídios essenciais à reestruturação da barreira da pele (colesterol, ácidos graxos e ceramidas). Prevenir e tratar: ressecamen- to e vermelhidão da pele. 38 Introdução ao Estudo da Dermatologia e Disfunções da Pele 13. Seca, resistente, pigmentada e enrugada Este é o tipo de pele descuidada. A principal queixa deste tipo de pele são as rugas. Apresenta aspecto de pele seca e descamativa, coceira, pele fina, manchas escuras no rosto, rugas precoces, rugas em mãos e alto risco para desenvolver melanoma. Quando este tipo de pele é submeti- do a tratamentos estéticos, apresenta uma grande melhora. Prevenir e tratar: rugas, manchas escuras e ressecamento. 14. Seca, resistente, pigmentada e firme Este é o tipo de pele das americanas. Esta pele tem raríssimos problemas com oleosidade e erupções. Com o processo de envelhecimento, a pele vai se tornando vagarosamente mais seca. Apresenta aspecto com sardas ou manchas do sol, placas escuras na face (como melasma), coceiras e descamação na pele. Hidratação e protetor solar são importantes. Prevenir e tratar: ressecamento, manchas escuras, câncer de pele. 15. Seca, resistente, não pigmentada e enrugada Esta é a pele da maioria dos americanos. Quando jovens, a pele apresenta poucas irritações, acnes e erupções, mas quando chega na meia idade, a pele fica delicada, frágil e com sardas ou algumas descolorações. Apresenta aspecto de pele com rugas precoces, problemas de bron- zeamento e aumento de ressecamento com a idade. Prevenir e tratar: ressecamento, rugas e envelhecimento precoce. 16. Seca, resistente, não pigmentada e firme Este é o tipo de pele simples. É a pele que todos queriam ter, ou seja, a pele dos sonhos. Na fase da adolescência, é o melhor tipo de pele entre as amigas (quase nada de acne, nenhuma oleosidade e sem sardas). Com o processo do envelhecimento, a pele continua com a aparên- cia muito boa, mas um pouco ressecada. Apresenta poucos problemas de pele dignos de nota, facilidade de usar qualquer produto, pele uniforme, poucas erupções, se tiver. Prevenir e tratar: ressecamento, câncer de pele. Neste tópico, foi possível identificar os diferentes tipos e aspectos de pele, essas informações são es- senciais, pois, a partir delas, é possível identificar os produtos ideais e mais indicados, que se adaptam às necessidades de cada pele e não causam nenhuma reação contrária. 39 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução. 1. Quais são as células quecompõem a camada epiderme? a) Fibroblastos, melanócitos, células de langerhans e de Merckel. b) Melanócitos, queratinócitos, adipócitos, langerhans e de Merckel. c) Queratinócitos, melanócitos, adipócitos, langerhans e de Merckel. d) Queratinócitos, melanócitos, células de langerhans e de Merckel. e) Queratinócitos, melanócitos, fibroblastos, neutrófilos e células de langerhans. 2. Com base nos seus estudos sobre a camada epiderme, analise as afirmativas a seguir e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s): )( A epiderme é o maior órgão do corpo humano, formada principalmente por tecido conjuntivo, sendo o melanócito a célula mais abundante deste tecido. )( A epiderme é a camada mais interna da nossa pele, sendo considerada como a camada com mais fibras elásticas em abundância. )( O estrato córneo é a camada mais externa da epiderme, conhecido por ser repleto de células germinativas. )( A camada lúcida está presente na planta dos pés, na palma das mãos, nas axilas e no pescoço. )( A Epiderme divide-se em cinco ou quatro camadas dependendo da região: basal, espinhosa, granulosa, lúcida (presente na palma das mãos e na planta dos pés) e córnea. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a) V-V-V-F-V. b) F-F-F-F-F. c) F-V-F-F-V. d) F-F-F-F-V. e) F-F-F-V-F. 40 3. Descreva sobre a célula mais abundante da derme e diferencie derme papilar de derme reticular. 4. Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) sobre as sentenças a seguir: )( Veículos vetoriais possuem um alto grau de permeação, pois são ativos com alto peso molecular. )( A penetração através do estrato córneo pode ser realizada por via intercelular e intracelular. )( O estrato córneo é o único limitante para a permeação de princípios ativos aplicados sobre a pele. )( Difusão facilitada ocorre quando os íons de sódio e potássio se interagem para fora e dentro da célula. Assinale a alternativa correta: a) V-V-V-V. b) V-F-F-F. c) F-F-F-F. d) F-V-V-V. e) F-V-F-F. 5. Construa um texto explicativo descrevendo a diferença da classificação de tipos de pele segundo Fritzpatrick e Leslie Baumann. 41 Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos Autor: Rosaline Kelly Gomes e Marlene Gabriel Damazio Editora: LMP Sinopse: esta obra apresenta um trajeto científico de pesquisa que vem desde a citologia, passando pelas áreas mais específicas da dermatologia, bioquímica, legislação e fechando sua proposta com uma relação completa de princípios ativos disponíveis nos mercados nacional e mundial. O cuidado na escolha de cada um dos assuntos abordados é percebido na apresentação elegante de cada tema e imagem. Enfim, este livro oferece uma viagem pelo campo da Cos- metologia, apresentando o melhor e mais atualizado trabalho para ser incluído não somente na formação, como no dia a dia de todo profissional de estética. Por todos estes motivos, esta obra tem sido considerada uma das bibliografias que mais tem contribuído para a formação dos estudantes e profissionais de estética, sendo adotada em mais de 100 cursos de nível superior e curso de nível técnico. LIVRO 42 ARNOLD, H. L. J.; ODOM, R. B.; JAMES, W. D. Doenças da pele de Andrews: Dermatologia Clínica. 8. ed. São Paulo: Manole, 1994. AZULAY, R. D. Dermatologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. AZULAY, R. D. Dermatologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. BAUMANN, L. Pele Saudável. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2007. BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2010. FITZPATRICK, T. B. Tratado de dermatologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2011. GERSON, J.; D’ANGELO, J. M.; LOTZ, S.; DEITZ, S.; FRANGIE, C. M.; HALAL, J. Fundamentos de estética 2: ciências gerais. 10. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. HARRIS, M. I. N. G. Pele: estrutura, propriedades e envelhecimento. 2. ed. São Paulo: Editora Senac, 2003. IFOULD, J.; WHITTAKER, M.; FORSYTHE-CONROY, D. Técnicas em estética. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. KAMIZATO, K. K.; BRITO, S. G. Técnicas estéticas faciais. São Paulo: Érica, 2014. KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia Estética. 1. ed. São Paulo: Atheneu, 2004. LACRIMANTI, L. M. (coord.). Curso didático de Estética. 1. ed. São Caetano do Sul: Yendis, 2008. LEONARDI, G. R. Cosmetologia Aplicada. 2. ed. São Paulo: Santa Isabel, 2008. OLIVEIRA, A. L. de; PEREZ, E.; SOUZA, J. B. de; VASCONCELOS, M. G. de. Curso Didático de Estética. 2. ed. São Caetano do Sul: Yends, 2014. PETRI, V. Dermatologia prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. PETRI, V. Guia de bolso de dermatologia. 1. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017. REBELLO, T.; BEZERRA, S. V. Guia de Produtos Cosméticos. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2001. RIVITTI, E. A. Dermatologia de Sampaio e Rivitti. 4. ed. São Paulo: Artes médicas, 2018. RIVITTI, E. A. Manual de dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti. São Paulo: Artes Médicas, 2014. ROTTA, O. Dermatologia: Clínica, cirúrgica e cosmiátrica. 1. ed. São Paulo: Manole, 2008. SOUTOR, C.; HORDINSKY, M. Dermatologia Clínica. Porto Alegre: AMGH, 2015. 43 1. D. 2. D. 3. As células que residem na derme e que são mais abundantes neste tecido são os fibroblastos, células den- dríticas dérmicas, macrófagos e mastócitos. Todos os componentes da matriz extracelular são produzidos pelos fibroblastos, que incluem os seguintes constituintes: colágenos, elastina e substância fundamental. A derme é dividida em duas camadas: a papilar é a que se localiza logo abaixo da epiderme, possui proje- ções (papilas) que apontam para a camada superior. As papilas dérmicas apresentam vasos sanguíneos, apresentando nutrientes e oxigênio para a camada germinativa (localizada na epiderme), enquanto outras contêm terminações nervosas. A camada que corresponde ao restante da derme é a reticular, a menor quantidade de fibroblasto e substância fundamental. Possui como característica ser mais espessa, esten- de-se até a hipoderme (RIVITTI, 2018). 4. E. 5. Fitzpatrick desenvolveu, na década de 70, uma escala de classificação para a pele. Sua escala levou em consideração a cor e a reação da pele na exposição ao sol (FITZPATRICK, 2011). Leslie Baumann, por sua vez, desenvolveu um estudo com 1400 pacientes durante oito anos e, então, classificou a pele em 16 tipos, levando em consideração quatro características da pele, que são: hidratação, sensibilidade, pigmentação e tendências às rugas (BAUMANN, 2007). 44 45 46 PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Conhecer os princípios e fundamentos da dermatologia e cosmetologia. • Compreender o processo de preparação cosmética e co- nhecer as matérias-primas de uma formulação. • Compreender a hidratação fisiológica da pele. • Saber as medidas necessárias para uma formulação ser produzida com qualidade. • Saber as diferenças entre os tipos de suor e as principais alterações. História e Conceito de Dermatologia e Cosmetologia Componentes de uma Formulação Cosmética Segurança dos Produtos para o Consumidor Alterações da SudoraçãoHidratação Cutânea Me. Silvana Gozzi Pereira Lima Esp. Valéria Fátima do Couto Preparação Cosmética História e Conceito de Dermatologia e Cosmetologia Olá, aluno(a)! Olhe à sua volta e observe a va- riedade de formas de apresentação dos produtos cosméticos. A evolução do homem, modificando seus hábitos, estilo de vida e alimentação, resulta- ram nessa variedade. A presente unidade tem como objetivos princi- pais compreender a formulação, estrutura e com- ponentes de um produto, bem como conhecer as matérias-primas que os constituem produtos. Nesta unidade, você será convidado(a) a mergu- lhar no universo das formulações, pois não pode- mos esquecer que todas as vezes que agregamos aos nossos atendimentos um elemento como umóleo essencial, por exemplo, este pode causar vá- rios benefícios, mas também podemos encontrar pacientes que podem apresentar reações alérgicas, sendo importante conhecer os princípios ativos e relacioná-los com as características da pele e dos anexos de cada cliente/paciente (ex.: unha e pelos). Ótimo estudo! No século XVIII, empregou-se o termo derma- tologia para designar a área médica voltada para aqueles que investigavam a anatomia e patologia da pele (HABIF, 2013). Os estudiosos dessa época 49UNIDADE 2 demonstraram interesse nas questões fisiológicas e anatômicas da pele, fazendo que esse órgão não fosse apenas um envoltório para o corpo. Para alguns dermatologistas clássicos, o avanço da histopatologia e da bacteriologia foi funda- mental para o desenvolvimento da dermatologia no final do século XIX (BENCHIMOL; SÁ, 2004). O primeiro congresso de dermatologia ocor- reu na França, em 1889, onde também foi fundada a Société Française de Dermatologie et Syphili- graphie. No Brasil, em 1883, as faculdades do Rio de Janeiro e de Salvador implantaram a disciplina Clínica de Moléstias Cutâneas e Sifilíticas. Com o avanço tecnológico, a dermatologia acompanhou o avanço das demais áreas da ciên- cia. Atualmente, representa um campo importante sobre diversos aspectos, sendo um setor de conhe- cimento interligado com diversos outros, como micologia, química, bacteriologia, cosmetologia, bioquímica, anatomia, fisiologia, podologia, entre outras (HABIF, 2013). O estudo da dermatologia é essencial para os profissionais da área da podologia, pois com esse estudo, o profissional é capaz de conhecer, reco- nhecer a pele e as mucosas, identificar o processo saúde-doença do tecido cutâneo e das mucosas, assim como identificar os produtos adequados para a pele e garantir a segurança e eficácia dos pacientes e dos profissionais. Os pés são as extremidades dos membros in- feriores que ficam completamente assentadas no chão, por isso sofrem impactos físicos constantes e, além desses impactos, interagem com sapatos, meias e produtos de aplicação direta. Para um bom cuidado com os pés, encontra-se no merca- do uma variedade em produtos e remédios. En- tre eles: triclosan, cloreto de benzalcônio, ácido bórico, enxofre, caulim, cânfora, mentol, ácido salicílico, confrei, óleo essencial de tea tree, ureia, antibióticos, antifúngicos etc. Dermatologia é o estudo dos diferentes distúr- bios relacionados com a pele. Entre eles: tra- tamentos de disfunções da pele, dermatologia microbiológica, cosmiatria e os tratamentos de disfunções cutâneas dos pés. Cosmetologia é a ciência que estuda as formu- lações cosméticas e os produtos para higiene adequado a cada tipo cutâneo, com a função de preservar a beleza e a saúde da pele e dos cabelos. Cosmecêuticos são produtos cosméticos que possuem em sua formulação princípios ativos com propriedades terapêuticas, porém em con- centrações menores que os medicamentos. São os dermocosméticos. Neurocosméticos são produtos que, por meio dos princípios ativos específicos, têm a proprie- dade de estimular as terminações nervosas da pele e enviar para o hipotálamo sensações de bem-estar e prazer, desencadeando a liberação de substâncias que melhoram o aspecto geral da pele e estimulam a síndrome proteica. 50 Preparação Cosmética Antes de iniciarmos esta unidade, gostaria de fazer uma pergunta: você sabe como é elaborada uma formulação cosmética? Pergunte para algumas pessoas próximas a você: como é elaborada uma formulação cosmética? Agora compare as respostas. Você, com certe- za, vai perceber que cada pessoa tem uma ideia diferente. Vejamos, agora, quais os componentes de uma formulação, quais as suas funções e por quais processos esse produto passa até chegar pronto para utilização. Componentes de uma Formulação Cosmética 51UNIDADE 2 Principais Componentes da Formulação de um Produto Quando observamos os produtos usados na área da saúde, encontramos variadas formulações e matérias-primas. Os princípios ativos são eleitos em consonância com a finalidade deles. Os critérios mais utilizados para a seleção da ma- téria-prima são: disponibilidade, logística de entrega e de distribuição, vida útil, estocagem, versatilidade de embalagem, condições de processamento indus- trial, toxicidade, risco ambiental e possibilidade de substituição por outra matéria-prima. Nos dias atuais, é importantíssimo o conheci- mento da origem da matéria-prima, ou seja, se ela provém de fontes naturais, se é vegana, se é sintética renovável ou se é produzida sob princípios sociais e ambientais de sustentabilidade. Essa escolha in- fluencia diretamente no custo do produto, ou seja, no preço final de venda ao consumidor (TASSINARY; SINIGAGLIA; SINIGAGLIA, 2018). A utilização industrial de produtos químicos no Brasil precisam ter registro da ANVISA (Agên- cia Nacional de Vigilância Sanitária). Nos Estados Unidos, o FDA (Food and Drug Administration) é o órgão governamental controlador. Este ór- gão cria as normas baseadas em estudos de cada substância, levando em consideração a toxicidade para o homem, animais e meio ambiente, a curto e longo prazo, determinando quais são as subs- tâncias inofensivas e definindo limites para sua utilização na produção de alimentos, de produ- tos farmacêuticos, dermatológicos e cosméticos (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999). As formulações são compostas por excipien- tes e substâncias ativas (princípios ativos). Exci- pientes são substâncias que, adicionadas a uma formulação, conferem-lhe características como: consistência, cor, forma física, textura, estabilida- de, aparência e paladar, ou seja, dando as carac- terísticas finais de um produto. Estas são essenciais na produção dos cosméti- cos, não só porque proporcionam diferentes veí- culos de aplicação (sólido, semissólido e líquido), com distintos tamanhos, volumes e características, mas também porque determinam o custo final do produto. O princípio ativo se refere às substâncias que, in- corporadas em qualquer formulação, seja medica- mentosa ou cosmética, atribuem a característica final a que se destina, ou seja, leva o princípio ativo ao alvo a ser atingido, sendo composto, muitas vezes, como já foi citado anteriormente, por mais de um princípio ativo, cada um com sua finalidade específica. Portanto, suas quantidades necessitam ser controladas em virtude dos limites aceitáveis de aplicação, da sua toxicidade, das consequências de doses excessivas, de possíveis efeitos colaterais e da possibilidade de sensibilização e reações alér- gicas (GOMES; DAMAZIO, 2013). Excipientes Os excipientes são substâncias que determinam as propriedades físico-químicas do produto, ou seja, você retira o princípio ativo da formulação e tudo o que sobra são os excipientes. 52 Preparação Cosmética Tipos de excipientes Os tipos de excipientes são: • Aglutinantes: são tipos de excipientes que usam açúcares, amidos e celuloses e favorecem para que uma drágea esteja compactado e com forma. • Adoçantes: esses são os que proporcio- nam um sabor agradável. • Diluentes: são as substâncias que comple- tam o conteúdo de uma cápsula ou drágea, utiliza-se como preenchimento fosfato de cálcio dibásico ou celulose vegetal. • Recobridores: são as capas que envolve- mos comprimidos, dando-lhes proteção contra efeitos da umidade e do ar, além de facilitar a ingestão. • Desintegradores: são as partes da for- mulação que se expandem e dissolvem ao entrar em contato com a água. • Lubrificantes: usados na formulação para que os ingredientes não fiquem agrupados em grãos ou colados nas máquinas durante a fabricação. Substâncias mais usadas são a sílica ou talco e óleos esteroides. • Corantes, flavorizantes e aromatizantes são os excipientes para corrigir odor, cor e sabor desagradáveis, facilitando a adminis- tração pelo paciente. O mentol, óleo de anis, baunilha e cacau são os mais utilizados. • Agentes de revestimento:
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