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Investimentos Financeiros e Mercado Financeiro

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29/09/2020 UNINTER - PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS, CPA 10 E CPA 20
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/15
 
 
 
 
 
PRODUTOS E SERVIÇOS
BANCÁRIOS, CPA 10 E CPA 20
AULA 3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Kessyane da Silva Novaes Horbucz
29/09/2020 UNINTER - PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS, CPA 10 E CPA 20
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CONVERSA INICIAL
Os objetivos desta aula são analisar e avaliar o cenário de investimentos permanentes e
temporários, sem deixar de distinguir os ativos financeiros dos ativos reais. Além disso, é importante
conhecer os dois segmentos do mercado financeiro, a saber: o mercado de capitais e o mercado
cambial.
Com a compreensão de tais segmentos você terá condições de associar o contexto relacionado
aos benefícios propostos pelos fundos de investimentos e de ter acesso à descrição e à composição
dos fundos de investimentos mais conhecidos em nosso Sistema Financeiro Nacional.
CONTEXTUALIZANDO
O investidor é um agente superavitário que utiliza seus recursos para criar ou expandir empresas,
adquirir cotas, ações ou qualquer outro ativo, seja real ou financeiro, com a finalidade de obter
retornos sobre esses ativos de acordo com o seu perfil de tolerância ao risco.
Como mencionado anteriormente, os indivíduos que atuam na área financeira precisam obter
informações atuais e verificar as tendências do mercado sem deixar de acompanhar os movimentos
econômicos e políticos. Além do mais, precisam acompanhar a dinâmica dos investimentos sem
deixar de analisar prazos, retornos, tributações e taxas.
Notícias do tipo “índice Bovespa caiu”, “dólar aumentou”, “ações da Petrobras despencaram” ou
“fundo de investimento X teve seu patrimônio líquido reduzido” assustam o mercado financeiro. Isso
se dá pela importância dos agentes poupadores, tomadores e intermediadores que compõem todo
esse ambiente de negociações de ativos.
TEMA 1 – INVESTIMENTOS FINANCEIROS
O termo investir, de uma maneira ampla, pode ser definido como o trabalho desempenhado, a
energia gasta, o tempo dedicado e o conhecimento direcionado para a realização de algo que
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maximize os seus recursos.
Todo investidor busca a otimização de três aspectos básicos em um investimento: retorno, prazo
e proteção. Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, liquidez e grau de risco. A
rentabilidade está sempre diretamente relacionada ao risco. Cabe ao investidor definir o nível de
risco que está disposto a correr em função de obter maior ou menor lucratividade (BMF&Bovespa,
2010).
Entende-se também por investimento o ato de aplicar recursos com a expectativa de obter
retornos positivos futuros. A capacidade produtiva de uma economia é medida pela oferta de bens e
serviços, que por meio de ativos reais (terrenos, máquinas, ouro etc.) se produzem esses bens e
serviços. Esses ativos reais geram renda e, com essa renda, pode-se obter os ativos financeiros (Bodie;
Kane; Marcus, 2014).
Existem duas dimensões de investimentos que são denominados de permanentes e temporários.
São considerados investimentos permanentes as aplicações de recursos na aquisição de ativos reais e
financeiros sem a finalidade especulativa. Logo, se uma empresa adquire uma sala comercial com a
intenção alugá-la e obter renda, esse investimento é caracterizado como permanente. Outro
investimento que também pode ser caracterizado como permanente são as aplicações de recursos
em participações societárias, assunto que trataremos nos próximos conteúdos e que aborda o
mercado de capitais (Iudícibus; Martins; Gelbcke, 2003).
Com um perfil especulativo, o investimento temporário é assim caracterizado pelo fato de os
investidores adquirirem tais ativos com o objetivo de mantê-los por um determinado período tempo.
De acordo com Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003), os investimentos temporários deverão ser feitos
em função do tipo de investimento, do prazo de resgate e da intenção da própria empresa resgatar
os valores em curto ou médio prazo.
Independentemente de qual tipo de investimento seja realizado, cabe ao investidor analisar a
liquidez oferecida pelas opções de investimento de acordo com o seu planejamento financeiro. Além
disso, é importante avaliar a relação risco versus retorno.
No caso dos ativos financeiros, existem dois tipos a serem analisados pelo investidor: os
investimentos voltados para ativos financeiros em renda fixa e os investimentos direcionados para os
ativos em renda variável.
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Os títulos de renda fixa assim se caracterizam pelos rendimentos fixos que eles proporcionam,
pois a rentabilidade é conhecida ou prevista no momento da aplicação. Os emissores dos títulos de
renda fixa podem ser bancos ou o governo. Por ser um tipo de investimento mais seguro, oferece
rentabilidade mais baixa, atraindo investidores com o perfil mais conservador (Cerbasi, 2008). Os
títulos de renda fixa mais negociados são as letras e as notas financeiras do Tesouro Nacional, além
dos certificados e letras de instituições financeiras.
Já os títulos de renda variável não oferecem essa possibilidade de conhecer a rentabilidade com
antecedência, ou seja, ao contrário dos ativos de renda fixa, os investimentos em renda variável não
propiciam informações como rentabilidade e prazos definidos. Com isso, esses investimentos são
vistos como mais arriscados e têm um nicho de investidores com perfil de moderado a arrojado. Um
exemplo disseminado de investimento em renda variável é a aquisição de ações ofertadas na Bolsa
de Valores.
TEMA 2 – MERCADOS DE CAPITAIS
O mercado de capitais é um dos segmentos do mercado financeiro com maior volume de
negociações, sendo que o objetivo desse mercado está no fato de municiar recursos permanentes
para a economia, unindo os agentes superavitários aos agentes deficitários, os quais buscam recursos
de longo prazo (Assaf Neto, 2013).
Dessa maneira, as operações no mercado de capitais são conhecidas por serem de médio e
longo prazos, as quais envolvem os títulos de valores mobiliários. O ambiente no qual ocorrem tais
negociações é conhecido como Bolsa de Valores. Além desta, esse mercado é contemplado por
corretoras de valores e instituições financeiras autorizadas.
As corretoras de valores são entidades intermediadoras que auxiliam o investidor nas
negociações no mercado de capitais, pois o investidor necessita abrir uma conta na corretora
escolhida para realizar todo o processo de compra e venda títulos pertencentes ao mercado de
capitais.
Já as instituições financeiras autorizadas, ou conhecidas como agentes de custódia, são
responsáveis pela guarda dos títulos de valores mobiliários.
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No Brasil, tínhamos a BM&FBovespa, que atualmente é chamada de B3. Assim como todas as
bolsas de valores do mundo, a B3 é uma instituição responsável pela organização do mercado de
ações. Mas o que é uma ação?
Assaf Neto (2013) define ação como a menor fração do capital social de uma sociedade
anônima. Para ele, essas frações são valores negociáveis e distribuídos aos acionistas (investidores em
ações). Logo, os acionistas participam da distribuição do lucro e dos dividendos da sociedade
investida. O preço da ação é um reflexo do comportamento do mercado e da percepção dos
investidores em relação ao desempenho exercido pela empresa emissora.
Além das ações, são negociados outros tipos de papéis, como debêntures, bônus de subscrição,
contratos de derivativos, a termo e futuros, além de opções e swaps. Todos eles serão estudados
mais adiante.
As negociações do mercado de capitais podem ocorrer no ambiente primário (mercado
primário) ou no ambiente secundário (mercadosecundário). No mercado primário, são negociados
os valores mobiliários emitidos pela primeira vez, ou seja, são novos papéis ingressantes no mercado.
Um exemplo de IPO (Initial Public Offering), ou seja, oferta inicial de ações, ocorreu no início desse
ano. A empresa Mitre, que atua no segmento de construção civil, abriu capital na Bolsa de Valores,
arrecadando com a operação mais de R$ 1 bilhão em recursos, os quais serão utilizados para compra
de terrenos, pagamentos de custos e de despesas, conforme informado pelo site Infomoney.
Enquanto isso, no mercado secundário, as negociações são voltadas aos títulos já ofertados. Ou
seja, a empresa emissora não interfere na negociação, pois os papéis são trocados entre investidores
nos chamados balcões.
Segundo Fortuna (2005), o mercado de balcão é caracterizado por não ter local físico
determinado para a realização das transações. Elas ocorrem em plataformas digitais entre as
instituições financeiras. Nesse mercado, habitualmente são negociadas ações de empresas já
lançadas na B3, além de outras espécies de títulos. Por exemplo, o investidor que agora tenha
interesse na aquisição de ações da empresa Mitre terá que comprar de outro investidor (acionista), o
qual esteja interessado em vender as suas ações, cujo processo ocorre no mercado secundário.
TEMA 3 – MERCADO DE CÂMBIO E OURO
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Como vimos anteriormente, um dos mercados que compõem o mercado financeiro é o chamado
mercado cambial. É nesse ambiente que acontecem as negociações em moedas estrangeiras. De
acordo com Fortuna (2008), os elementos participantes do mercado cambial se dividem nos que
produzem divisas (trazem moedas estrangeiras para o país) e nos que cedem divisas (remetem
moeda estrangeira para outros países).
A produção de divisas se dá pela exportação, na qual as empresas e as indústrias vendem
produtos de nosso país para o exterior, recebendo como pagamento moedas estrangeiras. Além dos
exportadores, as moedas estrangeiras ingressam no país por meio do turismo, pois os turistas
estrangeiros deixam grandes quantias de moedas estrangeiras em nosso país ao, por exemplo, se
hospedarem em nossos estabelecimentos hoteleiros e ao consumirem nossos produtos. Os
investimentos de empresas ou investidores estrangeiros em nosso país também são considerados
produção de divisas.
Já a cessão de divisas ocorre por meio das importações, visto que muitas de nossas empresas
importam insumos e tecnologia do exterior. Além disso, existem investidores e empresas que
investem em ativos estrangeiros.
No Brasil, o mercado cambial é regulado pelo Banco Central do Brasil (Bacen), o qual também é
responsável pelas reservas cambiais do país e faz uso delas quando há necessidade de controlar o
fluxo de moeda estrangeira, cujo processo se dá pela compra e venda de moedas estrangeiras. Essa
operação de intervir no câmbio é chamada regime cambial flutuante, ou seja, quando o Bacen
compra dólar, ele acaba reduzindo a oferta da moeda no país, impactando a valorização da moeda
estrangeira. Em outros momentos, o Bacen necessita vender dólar para aumentar a oferta de moeda
estrangeira na economia. Em consequência, ocorre uma desvalorização da moeda estrangeira.
3.1 MERCADO DO OURO
Outro ambiente com um volume expressivo de negociações são as operações relacionadas ao
ouro. Por ser considerado um ativo seguro por conta do seu valor global, o ouro virou uma ótima
opção de compra para os investidores mais conservadores. O metal costuma ser mais procurado por
investidores, principalmente, nos momentos de instabilidade do mercado financeiro. Semelhante às
cotações das ações e das moedas estrangeiras, o ouro igualmente tem sua cotação no mercado, ou
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seja, a variação é medida pela oferta e pela demanda do metal. Além disso, o ouro lastreia as reservas
monetárias de vários países (Fortuna, 2008).
O investimento em ouro pode ser realizado pela compra direta do ativo ou por meio de
contratos futuros, sendo a segunda opção operacionalizada com a intermediação da Bolsa de
Valores, cujo investidor, neste caso, adquirirá um derivativo. Alguns fundos de investimento utilizam
em sua carteira o ouro como seu principal ativo financeiro, o que pode auxiliar os investidores que
desejam investir nesse ativo, mas que não têm expertise para tal.
De acordo com Assaf Neto (2013), as negociações em ouro podem ser realizadas no mercado de
balcão, no mercado spot (mercado à vista), no mercado futuro, no mercado de opções e no mercado
a termo. As cotações internacionais do ouro são pela onça-troy (31,1035 gramas), sendo a principal
bolsa de ouro a de Nova York, chamada COMEX (Commodity Exchange).
TEMA 4 – FUNDOS DE INVESTIMENTOS
Um fundo de investimento é uma modalidade de investimento que se dá pela concentração de
recursos na forma de condomínio, sendo do tipo aberto (a aplicação e o resgate ocorre a qualquer
tempo) ou fechado (aplicações e resgates são restritos a determinados períodos), cujo propósito é
investir em ativos financeiros e obter retornos financeiros em uma carteira diversificada.
Para Oliveira e Pacheco (2005, p. 187), “o investidor troca seus recursos por cotas de um fundo
de investimento, e os recursos captados pelos fundos são investidos em títulos diversificados”. Dessa
maneira, o investidor é tratado como cotista e a sua rentabilidade será proporcional ao número de
cotas adquiridas.
A vantagem de realizar investimentos em fundos está na possiblidade de ter um administrador,
cujo profissional será o responsável pela gestão do fundo, tendo como vantagens a maior praticidade
e a redução de reduzir custos, pois ao aplicar individualmente em cada ativo, seria mais oneroso e
exigiria mais recursos do investidor. Segundo Oliveira e Pacheco (2005, p. 191), outra vantagem em
relação aos fundos de investimentos “consiste no fato de o fundo possuir uma contabilidade própria,
o que simplifica o trabalho do cotista, que não precisa se preocupar com a contabilização dos ativos”.
4.1 FUNCIONAMENTO
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Os fundos de investimentos funcionam da seguinte forma: o patrimônio dos fundos é dividido
em cotas, e o valor de cada cota é obtido pela divisão do patrimônio líquido do fundo pelo número
de cotas (salientando que o registro e a regulamentação dos fundos de investimentos são
disciplinados pela CVM).
De acordo com a CVM, para que se torne cotista de um fundo de investimento, o investidor
precisa adquirir cotas e assinar um termo de adesão ao fundo. A partir disso, o cotista receberá todas
as informações sobre o fundo aderido, bem como será disponibilizada a evolução de suas cotas.
Segundo a CVM, o cotista receberá o prospecto e o regulamento do fundo, pelo qual se dará ciência
das políticas de investimento do fundo e de todos os seus riscos, inclusive de patrimônio líquido
negativo.
4.2 TAXAS DE ADMINISTRAÇÃO E DE PERFORMANCE
Sabe-se que os fundos de investimento cobram algumas taxas de seus cotistas em
contraprestação aos serviços oferecidos, sendo uma das taxas a de administração do fundo. A taxa de
administração é definida pela administração do fundo, a um percentual de 2% ao ano, por exemplo,
cobrado na aplicação realizada pelo cotista com a intenção de remunerar os trabalhos realizados pela
gestão do fundo.
A gestão do fundo passa pela figura do administrador, o qual é eleito pelos cotistas, tendo como
obrigação a responsabilidade por manter os cotistas informados sobre o patrimônio do fundo e por
gerenciar a carteira de títulos e valores mobiliários. De acordo com a estratégia adotada pelo
administrador, o fundo pode ser mais ou menos agressivo.
Caso a estratégia seja de administração ativa, a gestão dofundo terá como foco aquisições mais
arriscadas na busca de retornos mais elevados que seu benchmarking — índice mínimo ou de
referência. Quando esse propósito é atingido, a gestão do fundo determina uma taxa de
performance a ser paga pelos cotistas com o objetivo de remunerar o bom resultado obtido. Um
exemplo de fundo com essa estratégia é o fundo Dynamo Cougar Fundo de Investimento em Ações,
o qual é conhecido como um dos fundos mais antigos do país e tem um bom histórico de sucesso
nos retornos sobre o seu benchmark.
Do outro lado, há a administração passiva, que é uma estratégia de investimentos mais
conservadora e segue uma carteira já referenciada. Ou seja, o seu objetivo não é de buscar um
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retorno maior que seu benchmark, mas de acompanhar um índice. Um exemplo é o fundo XP
Investor Fundo de Investimento Renda Fixa Crédito Privado Longo Prazo, sendo um fundo de renda
fixa com taxa DI.
Para entender a diferença, pensemos na seguinte situação: um fundo de estratégia ativa
determina como seu benchmarking o índice Ibovespa. Logo, se o desempenho do fundo for maior do
que o atingido pelo índice Ibovespa, o fundo logrará êxito no seu objetivo de obter retorno maior
que seu benchmark e receberá de seus cotistas um percentual como “prêmio” por conta de sua boa
performance. Outra situação seria a de um fundo com estratégia passiva. Ele opta pela taxa CDI, cuja
opção exercida pelo fundo é de não utilização de operações mais arriscadas, o que implicará em
adquirir títulos com taxas fixadas em DI para manter o benchmark.
4.3 FUNDO DE INVESTIMENTOS EM COTAS (FIC)
Enquanto os fundos de investimentos tradicionais investem diretamente em títulos ou valores
mobiliários, ou seja, compram e vendem seus ativos com objetivo principal de elevar o seu
patrimônio, os fundos de investimentos em cotas aplicam 95% dos seus recursos em cotas de outros
fundos, segundo determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sendo o percentual
remanescente liberado para aplicação em renda fixa.
Como exemplo, temos no mercado financeiro o fundo AZ Quest Luce Advisory Fic de Fundos de
Investimento Renda Fixa Crédito Privado Longo Prazo. Investir em fundos com essa característica
propicia mais diversificação para o investidor e, por conseguinte, implicará em valores de aportes
menores quando comparados aos fundos tradicionais.
4.4 TRIBUTAÇÃO DOS FUNDOS
Para fins de tributação, a Receita Federal classifica os fundos em três categorias, atribuindo
distintas tributações em relação ao imposto de renda:
Fundo de curto prazo:
até 180 dias, alíquota de 22,5%;
mais de 180 dias, alíquota de 20%.
Fundos de longo prazo:
até 180 dias, alíquota de 22,5%;
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de 181 a 360 dias, alíquota de 20%;
de 361 a 720 dias, alíquota de 17,5%;
mais de 720 dias, alíquota de 15%.
Fundos de ações:
15%, independentemente do tempo de permanência.
O recolhimento do IR nos fundos de investimento de curto e de longo prazo ocorre sempre no
último dia útil dos meses de maio e de novembro. Chamado de come-cotas, reduz o número de cotas
do fundo, ou seja, não é necessário reservar uma quantia para proceder ao pagamento do tributo,
mas a administração fazendária se encarrega de resgatar o valor parcialmente devido, parcialmente
pelo fato de que o recolhimento será de 20% nos fundos de curto prazo e de 15% para os fundos de
longo prazo. Caso haja diferença, no momento do resgate é realizado o ajuste da diferença da
alíquota de acordo com o período do resgate. Já nos fundos de ações, o IR é recolhido apenas no
momento do resgate; logo, não há come-cotas.
TEMA 5 – CLASSIFICAÇÃO DOS FUNDOS
Além das distintas estratégias e modalidades de fundos, o tipo de política de investimento a ser
desenvolvida e implementada também é uma forma de classificá-los, diferenciando-os por classes e
seus sufixos, conforme regulação disciplinada pela instrução da CVM n. 555, de 17 de dezembro de
2014:
CAPÍTULO IX - CARTEIRA
Seção VI – Classificação dos Fundos
Subseção I – Fundos de Renda Fixa
Subseção II – Fundos de ações
Subseção III – Fundos Cambiais
Subseção IV– Fundos de Multimercado (CVM, 2014)
5.1 FUNDOS DE INVESTIMENTOS EM RENDA FIXA
Esse tipo de fundo caracteriza-se por compor grande parte de sua carteira em títulos de renda
fixa, tais como títulos públicos federais, CDBs, LCIs, entre outros títulos, que acompanham a variação
de determinada taxa de juro ou de um índice de inflação.
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O percentual mínimo exigido de títulos de renda fixa nessa classificação de fundos é de 80%. O
restante pode incluir títulos de maiores riscos, pois os fundos de renda fixa são considerados como
investimento de moderado risco. Logo, seu público é composto por investidores mais conservadores.
O risco desse tipo de fundo é atrelado à oscilação da taxa de juros de mercado, com detalhe
importante de que nessa classe é vedada a cobrança de taxa de performance (Oliveira; Pacheco,
2005).
Os fundos de investimentos em renda fixa ainda são divididos em sufixos, de acordo com o
prazo de vencimento dos títulos, que compõem a sua carteira, e outras características. Vejamos a
diferença entre eles, conforme regulamentado pela CVM:
Renda Fixa – Curto Prazo: a carteira composta por esse sufixo deverá respeitar o prazo máximo
de 375 dias, sendo que o prazo médio da carteira deverá ser de até 60 dias.
Renda Fixa – Referenciados: acompanham a variação de um determinado benchmark, sendo
que esse indicador de desempenho deverá ser exposto em sua nomenclatura e sua composição
deverá manter, no mínimo, 95% de seu patrimônio líquido investido em ativos que
acompanhem o indicador. Além disso precisam ter, no mínimo, 80% do patrimônio
representado por títulos públicos federais, ativos de renda fixa considerados de baixo risco de
crédito ou cotas de fundos de índice que investem em ativos com tais características.
Renda Fixa – Simples: devem manter, no mínimo, 95% do seu patrimônio em títulos públicos
federais e operações com baixo risco de crédito. A estratégia desse tipo de fundo é de
proteção, por isso a composição da carteira evita títulos que oscilem constantemente. É
chamado de simples por ser o único fundo que dispensa a assinatura do termo de adesão e a
análise de perfil do cliente.
Renda Fixa – Dívida externa: devem manter, no mínimo, 80% de seu patrimônio líquido em
títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União.
5.2 FUNDOS DE INVESTIMENTOS EM AÇÕES
Esse tipo de fundo atua com um percentual elevado de ações ou ativos relacionados em sua
carteira, sendo um percentual mínimo de 67% do seu patrimônio líquido. Segundo a CVM (2014), “os
fundos de ações são mais indicados para objetivos de investimento de longo prazo e para
investidores que suportam uma maior exposição a riscos, em troca de uma expectativa de
rentabilidade mais elevada”.
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Existem dois sufixos que diferem fundos de ações:
Ações – BDR Nível I: precisam ser investidos em ações ou em ativos relacionados — os BDRs
classificados como nível I. O BDR (Brazilian Depositary Receipt), ou certificado de depósito de
valores mobiliários, é um valor mobiliário emitido no Brasil que representa outro valor
mobiliário emitido por companhias abertas, ou assemelhadas, com sede no exterior. Os BDRs
patrocinados nível I só podem ser adquiridos no Brasil por instituições financeiras, fundos de
investimento, administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela
CVM.
Ações – Mercado de acesso: tem como política de investimento aplicar no mínimo 2/3 do seu
patrimôniolíquido em ações de empresas de pequeno e médio porte listadas em segmento do
tipo “mercado de acesso”.
5.3 FUNDOS DE INVESTIMENTOS CAMBIAIS
Esse tipo de fundo deve manter, no mínimo, 80% de seu patrimônio líquido composto por ativos
relacionados à variação de preços de uma determinada moeda estrangeira, sendo sua variação o seu
principal fator de risco.
Segundo a CVM, os mais conhecidos são os chamados fundos cambiais de dólar, os quais
buscam acompanhar as variações na cotação da moeda americana. Podem ser opção para
investidores que almejam proteção contra variações cambiais ou que estejam programando uma
viagem ao exterior.
5.4 FUNDOS DE INVESTIMENTOS MULTIMERCADO
Diferentemente de todos os outros fundos estudados até aqui, essa classe não tem a obrigação
de manter um percentual mínimo de títulos em sua carteira, o que dá maior liberdade para gestão no
tipo de fundo ora mencionado. Por outro lado, implica diretamente no fator de risco, ou seja, ele
torna-se mais elevado.
De acordo com a CVM, os investidores arrojados são os mais compatíveis com objetivos desse
tipo investimento. Além de eles procurarem diversificação, também toleram maior exposição a riscos
na expectativa de obter uma rentabilidade mais elevada. Esse risco deve estar expressamente previsto
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no regulamento e no termo de adesão, cujo documento precisa conter o alerta de que o fundo
poderá estar exposto a significativa concentração em ativos financeiros de poucos emissores.
TROCANDO IDEIAS
Vimos no tema sobre mercado de capitais que esse segmento do mercado financeiro é um
canalizador de recursos de médio e longo prazo, em que os agentes superavitários disponibilizam
seus recursos aos agentes deficitários.
Leia os textos a seguir e reflita sobre quais são os principais impactos causados por cenários de
risco como o coronavírus e a crise do petróleo na Rússia. Questione-se: até que ponto o cenário de
baixa expressiva de negociações nas Bolsa de Valores do mundo pode prejudicar a economia global?
Texto 1: “Com crise do petróleo e epidemia de coronavírus, bolsa ainda é oportunidade”.
Disponível em: < https://valorinveste.globo.com/mercados/ renda-variavel/bolsas-e-indices/not
icia/2020/03/09/com-crise-do-petroleo-e-epidemia-de-coronavirus-bolsa-ainda-e-oportunidad
e.ghtml>. Acesso em: 21 jun. 2020.
Texto 2: “As ações mais impactadas com o coronavírus – e as que podem render boas
oportunidades com a queda do mercado”. Disponível em: < https://www.infomoney.com.br/me
rcados/as-acoes-mais-impactadas-com-o-coronavirus-e-as-que-podem-render-boas-oportuni
dades-com-a-queda-do-mercado/>. Acesso em: 21 jun. 2020.
NA PRÁTICA
Um investidor demonstra interesse em realizar aplicações em fundos de investimento e procura
pelo gerente de uma instituição financeira, a qual tem conta corrente para buscar uma opinião sobre
qual fundo seria o mais adequado. Ao chegar na agência, o gerente prontamente apresenta vários
tipos de fundos de investimento incluídos nas classes de fundos em renda fixa, fundos em ações,
fundos em multimercado e fundos cambiais.
Como o investidor tem um perfil mais conservador e deseja apenas diversificar seus
investimentos no intuito de preservar o seu capital, qual seria o tipo de fundo mais adequado para
esse investidor? Justifique a sua resposta explicando as vantagens e desvantagens dos tipos de
fundos para o perfil apresentado no caso.
https://valorinveste.globo.com/mercados/%20renda-variavel/bolsas-e-indices/noticia/2020/03/09/com-crise-do-petroleo-e-epidemia-de-coronavirus-bolsa-ainda-e-oportunidade.ghtml
https://www.infomoney.com.br/mercados/as-acoes-mais-impactadas-com-o-coronavirus-e-as-que-podem-render-boas-oportunidades-com-a-queda-do-mercado/
29/09/2020 UNINTER - PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS, CPA 10 E CPA 20
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Consulte a resposta ideal no Gabarito, após a seção de Referências.
FINALIZANDO
Os investimentos costumam ser vistos como algo envolvendo apenas o mercado financeiro e,
muitas vezes, como atividades complexas e distantes da realidade de muito indivíduos. Ocorre que
investir não é algo complicado e existem várias opções de investimento, inclusive para o perfil mais
conservador e com pouco conhecimento sobre o assunto.
Investimentos realizados em ações, em moeda estrangeira, em ouro e em fundos de
investimentos estão disponíveis com mais facilidade e abrangência em plataformas virtuais de
intermediadores financeiros.
Recursos gerados pelas negociações no mercado financeiro oriundos de investimentos são
extremamente benéficos para a economia de um país. Se a economia apresentar seu mercado de
capitais e cambial bem desenvolvido, equilibrado e seguro, o ingresso de recursos nesses ambientes
elevará o nível de liquidez presente no mercado, impactando positivamente na geração de renda de
um país.
REFERÊNCIAS
ANBIMA. Autorregulação. Disponível em: <https://www.anbima.com.br/pt_br/
autorregular/autorregulacao-e-adesao/definicao-de-autorregulacao.htm>. Acesso em: 6 jan. 2020.
BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. Fundamentos de investimentos. AMGH, 2014.
CERBASI, G. Investimentos inteligentes. 1 ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008.
CVM - COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Disponível em:
<http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/fundos/consultas/fundos.html>. Acesso em: 20 fev. 2020.
FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. Qualitymark, 2008.
INFOMONEY. Ação Mitre. Disponível em: <https://www.infomoney.com.br/ mercados/acao-da-
mitre-estreia-na-bolsa-com-alta-de-8-em-primeiro-ipo-na-bolsa-brasileira-em-2020/>. Acesso em:
28 fev. 2020.
29/09/2020 UNINTER - PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS, CPA 10 E CPA 20
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/15
IUDÍCIBUS, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade das sociedades por
ações: aplicável às demais sociedades. 2003.
GITMAN, L. J.; JOEHNK, M. D. Princípios de investimentos. Pearson Addison Wesley, 2005.
PACHECO, M. M.; OLIVEIRA, G. A. de. Mercado financeiro. São Paulo: Fundamento, 2005.
GABARITO
Neste caso, o gerente deverá apresentar os fundos disponíveis do tipo renda fixa, pois como o
investidor apresenta um perfil mais conservador e deseja apenas que seu investimento não seja
corroído pela inflação, entende-se que ele está disposto a receber uma rentabilidade que acompanhe
índices inflacionários e que tenha baixa risco.
Se o investidor tivesse um perfil mais agressivo ou arrojado de investimento, ou seja, estivesse
disposto a correr mais riscos, seria interessante oferecer os outros tipos de fundos disponíveis em
tivessem em sua composição ativos ligados a derivativos e ações.

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