Aula 9 - Receptação -art 180, CP-

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Investigação I - Crimes
Patrimoniais
Aula 9 - Receptação (art. 180, CP)
INTRODUÇÃO
Nesta aula, esclareceremos o bem jurídico tutelado no crime de roubo, com a classi�cação doutrinária.
Identi�caremos os elementos do tipo, ou seja, elementos objetivos, normativos e subjetivos. Em seguida,
reconheceremos os sujeitos do delito (sujeito ativo e sujeito passivo). Identi�caremos o momento consumativo e a
possibilidade ou não da tentativa. Por �m, analisaremos a atual jurisprudência dos Tribunais Superiores.
OBJETIVOS
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Esclarecer os elementos do tipo;
Reconhecer os sujeitos do delito;
Identi�car o momento consumativo e a possibilidade ou não da tentativa.
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BEM JURÍDICO TUTELADO NO CRIME DE RECEPTAÇÃO
O bem jurídico protegido nos crimes dos arts. 180 e 180-A do CP é o patrimônio.
Para que haja o crime de receptação é necessária a existência de um crime anterior, porém esse crime anterior não
precisa ser contra o patrimônio. Sendo assim, a receptação é um crime acessório.crime acessório.
Vamos analisar o caso a seguir:
Após analisar o caso, responda: Fabiano cometeu algum crime? Justi�que.
Resposta Correta
ELEMENTOS DO TIPO (OBJETIVOS, NORMATIVOS E SUBJETIVOS)
O tipo penal pode ser constituído de elementos objetivos, normativos e subjetivos. Quando o tipo penal contiver
somente elementos objetivos temos tipo normaltipo normal, porém quando a de�nição típica contém além de elementos objetivos,
elementos normativos e subjetivos, chama-se de tipo anormal.tipo anormal.
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CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Crime comum receptação do caputCrime comum receptação do caput     |     Aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo; 
Crime próprio na receptação do §1ºCrime próprio na receptação do §1º     |     Aquele que exige qualquer condição especial do sujeito ativo; 
Crime de danoCrime de dano     |     Consuma-se apenas com a lesão efetiva ao bem jurídico tutelado; 
Crime material na receptação própria e na receptação quali�cadaCrime material na receptação própria e na receptação quali�cada     |     Quanto ao resultado; 
Crime formal na receptação imprópriaCrime formal na receptação imprópria     |     Quanto ao resultado; 
Crime comissivoCrime comissivo     |     É da essência do próprio verbo nuclear, que só pode ser praticado por meio de uma ação
positiva; 
Crime DolosoCrime Doloso     |     Tanto na receptação simples como na quali�cada; 
Crime culposoCrime culposo     |     No §3º; 
Fonte: Oshchepkov Dmitry / Shutterstock e Phovoir / Shutterstock
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Crime de forma livreCrime de forma livre     |     Pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo; 
Crime instantâneoCrime instantâneo     |     Salvo nas modalidades transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, e expor à vendatransportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, e expor à venda que são
crimes permanentes; 
Crime unissubjetivoCrime unissubjetivo     |     Pode ser praticado, em regra, apenas por um agente; 
Crime plurissubsistenteCrime plurissubsistente     |     Pode ser desdobrado em vários atos que, no entanto, integram a mesma conduta. 
FIGURAS TÍPICAS
ReceptaçãoReceptação
Art. 180Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de
crime, ou in�uir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Saiba MaisSaiba Mais
, O art. 180, caput, do CP dispõe sobre a receptação própria na primeira parte e receptação imprópria na parte �nal. Como o objeto
material da receptação é produto de crimeproduto de crime, coisa produto de contravenção não constitui o crime de receptação.
ReceptaçãoReceptação 
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§1º§1º
§1º§1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:
Fonte: pikcha / Shutterstock
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(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA 
INFORMATIVO 712, STF, (1ª TURMA)INFORMATIVO 712, STF, (1ª TURMA) 
Receptação quali�cada e constitucionalidadeReceptação quali�cada e constitucionalidade
É constitucional o §1º do art. 180 do CP, que versa sobre o delito de receptação quali�cada
(“§1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de
crime”). Com fundamento nessa orientação, a 1ª Turma negou provimento a recurso
ordinário em habeas corpus. A recorrente reiterava alegação de inconstitucionalidade do
referido preceito, sob a assertiva de que ofenderia o princípio da culpabilidade ao consagrar
espécie de responsabilidade penal objetiva. Reportou-se a julgados nos quais, ao apreciar o
tema, o STF teria asseverado a constitucionalidade do dispositivo em comento. Precedentes
citados: RE 443388/SP (DJe de 11.9.2009); HC 109012/PR (DJe de 1º.4.2013). RHCRHC
117143/RS, rel. Min. Rosa Weber, 25.6.2013. (RHC-117143)117143/RS, rel. Min. Rosa Weber, 25.6.2013. (RHC-117143)
§2º§2º
§2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. (Redação dada pela
Lei nº 9.426, de 1996)
O §2º é norma penal explicativa.
§3º§3º
§3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o
preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. (Redação dada pela
Lei nº 9.426, de 1996) 
O §3º trata da receptação culposa.
§4º§4º
§4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de
que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
O §4º é norma penal explicativa.
§5º§5º
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§5º - Na hipótese do §3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no §2º
do art. 155. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
No art. 180, §5º, primeira parte temos hipótese de perdão judicialhipótese de perdão judicial, já na segunda parte
ocorre a receptação privilegiada.receptação privilegiada.
Súmula 18 do STJSúmula 18 do STJ - Perdão judicial. Sentença. Natureza jurídica. - Perdão judicial. Sentença. Naturezajurídica.
"A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não
subsistindo qualquer efeito condenatório."
§6º§6º
§6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa
concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no
caput deste artigo aplica-se em dobro. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
O §6º trata traz quali�cadora em razão do objeto do crime.
RECEPTAÇÃO DE ANIMAL: ART. 180-A, CP
Bem jurídico tuteladoBem jurídico tutelado
É o patrimônio.
ELEMENTOS DO TIPO (SUBJETIVO, DESCRITIVOS E NORMATIVOS)
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CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Crime comumCrime comum     |     Aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo; 
Crime de danoCrime de dano     |     Consuma-se apenas com a lesão efetiva ao bem jurídico tutelado; 
Crime materialCrime material     |     Quanto ao resultado; 
Crime comissivoCrime comissivo     |     É da essência do próprio verbo nuclear, que só pode ser praticado por meio de uma ação
positiva; 
Crime dolosoCrime doloso     |     Não existe a forma culposa; 
Crime de forma livreCrime de forma livre     |     Pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo; 
Crime permanenteCrime permanente     |     Nas modalidades transportar, conduzir, ocultar e ter em depósito. Nas demais hipóteses é
crime instantâneo;crime instantâneo; 
Crime unissubjetivoCrime unissubjetivo     |     Pode ser praticado, em regra, apenas por um agente; 
Crime plurissubsistenteCrime plurissubsistente     |     Pode ser desdobrado em vários atos que, no entanto, integram a mesma conduta. 
FIGURAS TÍPICAS
Receptação de animalReceptação de animal
Art. 180-A.Art. 180-A. - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a �nalidade de produção ou
de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser
produto de crime: (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Fonte: Ermolaev Alexander / Shutterstock e Mila May / Shutterstock
Fonte: cunaplus / Shutterstock
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ExemploExemplo
, Antes de encerrar seus estudos, clique aquiaqui (galeria/aula9/docs/a09_14_01.pdf) e veja um exemplo de receptação simples e
quali�cada.
ATIVIDADES
Questão 1 - Questão 1 - Na hipótese de receptação culposa sendo o criminoso réu primário pode o juiz, tendo em consideração as
circunstâncias:
Conceder o perdão judicial.
Aumentar a pena de 2/3.
Reconhecer uma agravante.
Condenar pela receptação quali�cada.
Aumentar a pena em 1/6.
Justi�cativa
Questão 2 - Questão 2 - O crime de receptação tem como pressuposto a existência de um crime antecedente. Neste caso, o crime
de receptação é considerado:
Crime de forma vinculada.
Crime de perigo.
Crime de atentado.
Crime acessório.
Crime vago.
Justi�cativa
Questão 3 - Questão 3 - Três bois foram furtados de uma fazenda. Tício, conhecedor da origem ilícita dos semoventes, os adquire
para posterior venda em seu açougue. Tício responderá por:
Receptação quali�cada.
Receptação de animais.
Receptação simples.
Receptação culposa.
Receptação majorada.
Justi�cativa
http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON833/galeria/aula9/docs/a09_14_01.pdf
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Glossário