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Agravo Livramento Condicional

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE FEIRA DE SANTANA - BA
 
Execução Penal nº XXXXXXXX
GILBERTO XXX XXXX, já qualificado no processo de execução as fls. XX por seu advogado constituído que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável decisão que negou o pedido de Livramento Condicional as fls. xxx interpor tempestivamente o presente
AGRAVO EM EXECUÇÃO
Assim, com fundamento no artigo 197 da Lei de 7.2010/84. Neste esteio, requer o agravante a realização do juízo de retratação nos termos do art. 584 do CPP, e, em sendo mantida a decisão proferida, seja o presente recurso recebido e encaminhado a superior instância para o devido processamento e julgamento.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Feira de Santana – BA, xx de xxxxx de 2020. 
_________________________________________
ADVOGADO
OAB/ BA xxxx
 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO
AGRAVANTE: Gilberto xxx xxx
AGRAVADO: Ministério Público do Estado da Bahia
Execução Penal nº xxxxxxxxx
Ao
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Bahia,
Colenda Câmara,
Douto Membro do Ministério Público.
Em que pese, o imensurável saber do douto juiz a quo, pelas razões que a seguir serão expostas, a respeitável decisão proferida não merece prosperar.
I - DOS FATOS
Trata-se de processo penal, no qual o Agravante Gilberto, bons antecedentes, foi preso em flagrante delito e condenado a uma pena privativa de liberdade de 06 (seis) anos de reclusão em regime inicial fechado e 20 (vinte) dias multa, pela pratica do crime incurso no art. 158 do Código Penal (extorsão), tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes.
Insta salientar que o Agravante, havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 18 de maio de 2018, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal.
Assim, diante de tal situação, no dia 01 de junho de 2020, foi formulado o pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca de Feira de Santana - BA, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes argumentos:
a) o crime de extorsão é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade;
b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista que o Agravante, por ser portador de maus antecedentes, em virtude dessa condenação pelo delito de extorsão, deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional.
No entanto, a respeitável decisão não deve prosperar, face aos argumentos a seguir expostos.
II - DO DIREITO
Ora, Excelências é bem verdade que a extorsão enquadra-se no rol trazido pelo art. 1º da Lei nº 8.072/90, que configura caracteriza os crimes hediondos, no entanto cabe destacar que o presente artigo claramente versa sobre a extorsão qualificada mediante sequestro (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º) e a extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º), não enquadrando aqui, a extorsão simples trazida pelo artigo 158 do CP, crime pelo qual o Agravante foi sentenciado.
 Deste modo, não há que se falar em cumprimento de 2/3 da pena para concessão do benefício previsto no art. 83 do Código Penal. Sendo assim percebe-se que a fundamentação apresentada pelo juiz da Vara de Execução Penal foi inadequada para indeferimento do pedido formulado.
Neste sentido, salienta-se ainda, que o Princípio da Legalidade trazido pela Constituição Federal de 1988, veda o legislador a aplicação por analogia prejudicial ao réu em material penal, assim observa-se que os Tribunais também coaduna com entendimento constitucional:
EMENTA: AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL - LIVRAMENTO CONDICIONAL - CONDENADO PORTADOR DE MAUS ANTECEDENTES - REQUISITO OBJETIVO DEVIDAMENTE PREENCHIDO - RECURSO PROVIDO.
Em se considerando disposição contida no art. 83 do Código Penal, depreende-se a inexistência de hipótese a contemplar condenado primário e de maus antecedentes. Desse modo, a fim de evitar analogia 'in malam partem', deve ser considerado o lapso temporal previsto no inciso I do dispositivo supracitado, a exigir o cumprimento de mais de 1/3 (um terço) da pena para a concessão do livramento condicional. (TJMG - Agravo em Execução Penal 1.0452.16.003638-3/001, Relator(a): Des.(a) Matheus Chaves Jardim , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 28/11/0019, publicação da súmula em 06/12/2019).
Assim, destaca que os Tribunais Superiores vedam, por ausência de previsão legal, a imposição de regra mais gravosa para os apenados primários, porém, possuidores de maus antecedentes. Diante da omissão, deve ser aplicado o percentual que seja mais favorável ao acusado, pois não cabe analogia in malam partem.
Contudo, conclui Excelências que fundamento apresentado pelo magistrado, no sentido de que o Agravante deveria cumprir metade da pena privativa de liberdade foi errônea ao dizer que o agravante seria portador de maus antecedentes. Visto que diante da análise dos autos, verifica-se que o Agravante possuía bons antecedentes, desta maneira atendendo os requisitos legais, salienta que independente de bons ou maus antecedentes no Gilberto preenche o requisito do art. 83, inciso I do Código Penal.
Assim, considerando que o Agravante já cumpriu o requisito temporal mínimo de 1/6 (um sexto) exigido para ver progredido o regime de execução de sua pena, conforme art. 83, inciso I do Código Penal, bem como atende aos demais requisitos exigidos pela legislação, pugna pela concessão dos pedidos.
III - DOS PEDIDOS
Face o exposto, Excelências requer que:
A) seja conhecido e provido o presente recurso;
B) a decisão proferida pelo juizo a quo torne-se sem efeito;
C) seja concedido o pedido do Livramento Condicional em favor do Agravante, visto o recurso, já preenchia todos os requisitos.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Feira de Santana – BA, xx de xxxxx de 2020. 
_________________________________________
ADVOGADO
OAB/ BA xxxx

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