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Aula Remota 3 - Análise de Circuitos Eventualmente deseja-se encontrar alguma informação de um circuito, sendo tensão, corrente ou potência. Para isso existem diversos métodos para analisar o circuito. O primeiro método consiste em encontrar a resistência equivalente dos resistores do circuito e utilizar os conceitos de circuitos em série e paralelo e a Lei de Ohm. Considere o circuito abaixo, onde deseja-se achar a potência do resistor R2: O primeiro passo para encontrar a resistência equivalente é encontrar o equivalente entre o R2 e o R3: 𝑅 = 12𝑘 6𝑘 12𝑘 + 6𝑘 = 4𝑘Ω Então tem-se que este resistor equivalente está em série com o resistor R1: 𝑅 = 2𝑘 + 4𝑘 = 6𝑘Ω Utilizando a resistência equivalente total encontrada pode-se calcular a corrente que sai da fonte de alimentação E. Utilizando a Lei de Ohm tem-se: 𝐼 = 𝐸 𝑅 = 54𝑉 6𝑘Ω = 9𝑚𝐴 Agora deve-se voltar um passo na associação dos resistores. A última associação era de dois resistores em série, entre o R1 e Req1. Deve-se lembra que para circuitos em série a corrente é a mesma em todos os elementos. Portanto a corrente que sai da fonte encontrada é a mesma que passa pelos resistores R1 e Req1. Portanto pode-se usar a Lei de Ohm e calcular a tensão no Req1: 𝑉 = 𝑅 𝐼 = 4𝑘Ω 9𝑚𝐴 = 36𝑉 Req1 VReq1 IR2 Voltando mais um passo na associação de resistores, encontra-se R2 e R3 em paralelo. Lembra-se que em circuitos em paralelo, a tensão em todos os elementos é a mesma. Portanto a tensão no resistor Req1 é a mesma do R2 e do R3. Então utiliza-se essa tensão para encontrar a corrente no R2: 𝐼 = 𝑉 𝑅 = 36𝑉 12𝑘Ω = 3𝑚𝐴 Com as informações encontradas pode-se calcular a potência no R2: 𝑃 = 𝑉 𝐼 = 36𝑉 3𝑚𝐴 = 108𝑚𝑊 = 0,108𝑊 Nota-se que como tem-se a resistência, a tensão e a corrente no R2, pode-se calcular a potência por qualquer uma das fórmulas apresentadas nas aulas anteriores. Agora considere este outro circuito abaixo, onde deseja-se calcular as informações indicadas, ou seja, a tensão no resistor R2 e a corrente no R3. Inicialmente nota-se que os resistores R1 e R2 estão em série, então encontra-se a resistência equivalente. 𝑅 = 𝑅 + 𝑅 = 6,8𝑘 + 1,8𝑘 = 8,6𝑘Ω Agora, observando o circuito, nota-se que o resistor Req1 encontrado está em paralelo com R3, que também está em paralelo com a fonte E. Como estão em paralelo, a tensão da fonte é a mesma no Req1 e no R3, portanto não é necessário encontrar o equivalente entre eles. Com a tensão já é possível encontrar as correntes em cada ramo. Então a corrente no Req1 é: I1 𝐼 = 𝐸 𝑅 = 12𝑉 8,6𝑘Ω = 1,4mA Como o Req1 é formado por dois resistores em série, isto é, R1 e R2, então a corrente encontrada acima é a mesma para os dois. Utilizando essa corrente e a Lei de Ohm encontra-se que a tensão no R2 é: 𝑉 = 𝐼 𝑅 = 1,4𝑚𝐴 1,8𝑘Ω = 2,52V A corrente no R3 é calculada da mesma forma da corrente no primeiro ramo: 𝐼 = 𝐸 𝑅 = 12𝑉 8,2𝑘Ω = 1,46mA Exercícios: 1. Calcule as informações indicadas no circuito. 2. Calcule a potência no resistor R4. Aula Remota 4 - Análise de Circuitos - Linearidade Outro método para se analisar circuitos é o método da Linearidade. Neste método utiliza-se o princípio que os valores das tensões e correntes de um circuito variam linearmente. Considere novamente o circuito apresentado na aula anterior, onde deseja-se achar a potência do resistor R2. Para este método, inicialmente será desconsiderada a tensão da fonte de alimentação. Será então atribuído um valor qualquer para uma informação do circuito, e utilizando esta informação, será analisado o circuito até encontrar a nova tensão da fonte. Como o exercício pede a potência no R2, será atribuída uma tensão para este resistor. Então será escolhida o valor de um volt, ou seja: 𝑉 = 1𝑉 Utiliza-se o apostrofo na tensão para indicar que é um valor que não é o real. Considere como um valor “chutado”. Então com este valor calcula-se a corrente no R2: 𝐼 = 𝑉 𝑅 = 1𝑉 12𝑘Ω = 0,0833𝑚𝐴 Observa-se no circuito que os resistores R2 e R3 estão em paralelo, então: 𝑉 = 𝑉 = 1𝑉 Portanto pode-se calcular a corrente no R3: 𝐼 = 𝑉 𝑅 = 1𝑉 6𝑘Ω = 0,1667𝑚𝐴 Como os resistores então em paralelo, sabe-se que a corrente no elemento anterior a eles no circuito tem uma corrente que é a soma da corrente em cada um. Ou seja, a corrente no resistor R1 é a soma da corrente do R2 com do R3: 𝐼 = 𝐼 + 𝐼 = 0,0833𝑚𝐴 + 0,1667𝑚𝐴 = 0,25𝑚𝐴 Sabendo-se a corrente no R1, pode-se calcular a tensão: 𝑉 = 𝑅 𝐼 = 2𝑘Ω 0,25mA = 0,5V Como o resistor R1 está em série com o conjunto em paralelo de R2 e R3, as tensões podem ser somadas. Observando o circuito, nota-se que esta tensão seria a própria tensão da fonte de alimentação, portanto: 𝐸 = 𝑉 + 𝑉 = 0,5𝑉 + 1𝑉 = 1,5𝑉 Então conseguiu-se calcular a tensão da fonte a partir do “chute” inicial da tensão no R2. Agora deve-se encontrar o erro entre o valor real e o valor encontrado. Este erro é representado pela letra grega delta: Δ = 𝐸 𝐸 = 54𝑉 1,5𝑉 = 36 Foi encontrado que o erro entre a tensão real da fonte e a tensão calculada a partir do “chute” é de 36. Portanto, de acordo com o princípio da linearidade, todas as informações de tensão e de corrente do circuito apresentam o mesmo erro. Ou seja, para encontrar a tensão real no R2, basta multiplicar o valor atribuído inicialmente pelo erro: 𝑉 = Δ 𝑉 = 36 ∗ 1 = 36𝑉 Da mesma forma encontra-se a corrente: 𝐼 = Δ 𝐼 = 36 ∗ 0,0833𝑚𝐴 = 3𝑚𝐴 Tendo-se as duas informações pode-se calcular a potência no resistor R2: 𝑃 = 𝑉 𝐼 = 36𝑉 ∗ 3𝑚𝐴 = 0,108𝑊 Nota-se que a potência não apresenta a linearidade, pois o erro dela seria Δ2. Portanto não se deve utilizar a potência de algum componente para aplicar este método. Ao invés disso utilize a tensão ou a corrente, e depois calcule a potência, conforme feito neste exemplo. Nota-se também que o valor inicial para a tensão no R2 foi escolhido para facilitar as contas, pois qualquer valor multiplicado por 1 é igual ao próprio valor. Considere como outro exemplo o circuito abaixo, onde deve-se encontrar as tensões e correntes destacadas. Inicialmente será atribuído um valor para a corrente I4, isto é, a corrente no resistor R4 e desconsiderado a tensão da fonte de alimentação. O valor escolhido será de 1A. Note que é possível “chutar” um valor para a corrente e usar para calcular um valor da tensão da fonte. 𝐼 = 1𝐴 Utilizando essa corrente encontra-se a tensão no resistor: 𝑉 = 𝑅 𝐼 = 8Ω ∗ 1𝐴 = 8𝑉 Como o resistor R4 está em paralelo com a fonte de alimentação, então a tensão do resistor é a mesma da tensão da fonte: 𝐸 = 𝑉 = 8𝑉 Então já pode-se encontrar o erro entre o valor “chutado” e o valor real: Δ = 𝐸 𝐸 = 12 8 = 1,5 Utilizando o erro encontra-se a corrente real no resistor R4: 𝐼 = Δ 𝐼 = 1,5 ∗ 1𝐴 = 1,5𝐴 Agora será aplicado o método novamente para encontrar a tensão V2. Poderia calcular essa tensão utilizando a corrente encontrada, porém para isso precisaria encontrar a resistência equivalente dos resistores. Então para evitar realizar as operações de série e paralelo, e para ajudar a fixar o método novo apresentado, será feito novamente para o outro ramo do circuito. Então atribui-se o valor de 1V para a tensão V2: 𝑉 = 1𝑉 Utilizando essa tensão, calcula-se a corrente no resistor: 𝐼 = 𝑉 𝑅 = 1𝑉 3Ω = 0,333𝐴 A tensão também pode ser utilizada para encontrar a corrente no R3, pois os resistores estão em paralelo. 𝐼 = 𝑉 𝑅 = 1𝑉 6Ω = 0,167A Então tem-se que a corrente no R1 é a soma das correntes no R2 3 R3: 𝐼 = 𝐼 + 𝐼 = 0,333𝐴 + 0,167𝐴 = 0,5𝐴 E a tensão no R1 é: 𝑉 = 𝑅 𝐼 = 4Ω ∗ 0,5A = 2𝑉 Então tem-se que a tensão nos resistores em série será igual a tensão da fonte de alimentação. Serão usados dois apóstrofos, para diferenciar da tensão encontrada anteriormente.𝐸 = 𝑉 + 𝑉 = 2𝑉 + 1𝑉 = 3𝑉 O novo erro então é: Δ = 𝐸 𝐸 = 12𝑉 3𝑉 = 4 Com o novo erro encontra-se a tensão no resistor R2. 𝑉 = Δ 𝑉 = 4 ∗ 1𝑉 = 4𝑉 Exercícios: 1. Utilizar o método da linearidade para encontrar a potência no resistor R4. 2. Encontrar as tensões e correntes destacadas pelo método da linearidade. 3. Encontrar as tensões e correntes destacadas pelo método da linearidade.
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