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GISLAINE SANTOS DE BRITO / 201608090612 / ESTÁCIO ALEXANDRINO / PRÁTICA SIMULADA III / DOCENTE VINÍCIUS CIPRIANO CASO CONCRETO 4 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ, DA XX VARA CRIMINAL DA CIDADE DE CURITIBA/PR JORGE, nacionalidade ____, estado civil _____, profissão _____, portador do documento de identidade nº____, inscrito no CPF sob o nº _____, residente e domiciliada na (endereço), vem, por meio do advogado infra-assinado, cujo endereço encontra-se na procuração em anexo, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS NA FORMA DE MEMORIAIS com fundamento no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de Direito a seguir expostas. I – NARRAÇÃO FÁTICA O RÉU conheceu a VÍTIMA em um bar, trocaram bate-papo, caricias e beijos. Foi quando decidiram ir para um local mais reservado, e, no mesmo dia, praticou com ela, de forma consentida, sexo oral e vaginal. Apenas no dia seguinte, quando acessou uma rede social, foi que o RÉU descobriu e ficou surpreendido que, apesar da aparência de adulta, a VÍTIMA possuía somente 13 anos de idade. Logo após, o RÉU foi denunciado pela suposta prática do delito previsto no artigo 217-A, c/c art. 69, ambos do Código Penal. Requer o Ministério Público a condenação do RÉU nos termos da inicial. II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA - ERRO DE TIPO É flagrante a ocorrência, no caso em questão, de erro de tipo. As circunstâncias fáticas, consubstanciadas no local e horário nos quais o RÉU e a VÍTIMA se conheceram, ou seja, à noite em um bar, que, conforme imposição legal, só pode ser frequentado por maiores de 18 anos, evidenciam a falta de dolo do RÉU, que em nenhum momento desconfiou que a VÍTIMA pudesse ser menor de idade. A própria VÍTIMA afirmou em depoimento que estava acostumada a fugir de casa para frequentar bares de adultos, o que influiu diretamente para que ela já soubesse se comportar e se vestir como uma pessoa adulta. Ademais, as testemunhas de defesa foram enfáticas ao dizer o comportamento e as vestimentas da VÍTIMA eram incompatíveis para uma adolescente de 13 anos, e que qualquer pessoa acreditaria se tratar de pessoa maior de idade. - AUSÊNCIA DE CONCURSO MATERIAL DE CRIMES Comete grave erro o Ministério Público ao imputar ao réu a prática de 2 crimes concurso material, pois observou o Princípio da Alternatividade, que é princípio básico do Direito Penal. O estupro de vulnerável é tipo penal misto alternativo. Dessa forma, ainda que praticada mais de um ato sexual no mesmo contexto fático, o agente deve responder por um único crime. - AUSÊNCIA DE EMBRIAGUEZ PRÉ-ORDENADA Deve ser completamente afastada a agravante relativa à ocorrência de embriaguez pré-ordenada, pois não restou comprovado que o RÉU estivesse embriagado no momento do fato nem muito menos que se embriagou para supostamente cometer o crime. - APLICAÇÃO DO REGIME SEMIABERTO É de conhecimento de todos a declaração de inconstitucionalidade, pelo Supremo Tribunal Federal, do artigo 2°, § 1° da lei 8.072/90 (Lei dos crimes hediondos), impondo ainda a análise do caso concreto e não somente a pena em abstrato. No caso em questão, temos o réu primário, com bons antecedentes, empregado, residência fixa, portanto, não se mostrará razoável a aplicação do referido regime inicial, tendo em vista que, diante do reconhecimento de crime único, na REMOTÍSSIMA hipótese de condenação, a pena deverá ser fixada em 8 anos de prisão. III – DOS PEDIDOS Ante o exposto requer: A- a absolvição do réu, com base no art. 386, III, do CPP por ausência de tipicidade; B- caso não seja esse o entendimento para absolvição, que seja concedido o afastamento do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime único; C- fixação da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante de embriaguez pré-ordenada e a incidência da atenuante da menoridade; D- fixação do regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base no art. 33, §2°, alínea “b”do CP, diante da inconstitucionalidade do art. 2°, § 1° da lei 8.072/90. Termos em que pede deferimento. Curitiba/PR, 29 de maio de 2014. Advogado OAB/UF CASO CONCRETO 5 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ, DA XX VARA CRIMINAL DA CAPITAL DO ESTADO XXXXX PROCESSO Nº.: XXXXXXXX TÍCIO, nacionalidade ______, estado civil_____, profissão_____, portador do documento de identidade nº _____, inscrito no CPF sob o nº______, residente e domiciliada na_______, vem, por meio do advogado infra-assinado, cujo endereço encontra-se na procuração em anexo, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS NA FORMA DE MEMORIAIS com fundamento no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal, nos seguintes termos. I – NARRAÇÃO FÁTICA O Réu é funcionário da mesma empresa da Vítima, e, após mais um dia trabalho, solidarizado com a condição dela de gestante, ofereceu-lhe carona na volta para casa. Na intenção de chegar a casa a tempo de assistir ao jogo do time de coração dele, o Réu, IMPRUDENTEMENTE, imprimiu velocidade excessiva, quando, ao fazer uma curva, perdeu o controle e capotou o veículo no qual trafegavam. Após o socorro imediato, prestado pelos Bombeiros, a Vítima foi encaminhada ao hospital mais próximo, onde foi constatada a ausência de qualquer lesão. No entanto, apesar da inexistência de lesões, restou verificada a interrupção da gravidez, em razão da violência do acidente, conforme comprova-se pelo Laudo do Instituto Médico Legal juntado às fls. 14. Em seguida, o Réu foi denunciado pela suposta prática do delito previsto no artigo 125 do Código Penal. Requer o Ministério Público a condenação do réu nos termos da inicial. II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS A ação penal em questão é totalmente improcedente, diante da manifesta atipicidade, contudo, restando imperiosa a absolvição do réu. O acidente ocorreu devido à imprudência do Réu, o que caracteriza a ocorrência de culpa, ou seja, não houve, por parte dele, dolo de interromper a gravidez da Vítima. O aborto se deu em decorrência da conduta culposa do Réu. O artigo 18, Parágrafo único, do Código Penal prevê expressamente que “Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.”. Portanto, a conduta do Réu é atípica, uma vez que não existe o tipo do “aborto culposo”. Diante dos fundamentos apresentados, é evidente a necessidade de absolvição do Réu, pois o fato não constitui infração penal. III – DOS PEDIDOS Ante o exposto requer: A- a absolvição do réu, por ausência de tipicidade, com base no art. 415, III, do CPP. Termos em que pede deferimento. Local, 14 de fevereiro de 2017. Advogado OAB/UF