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Conceito de Turismo

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGROTURISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÍRITO SANTO 
 
TURISMO 
 
O turismo é visto como um dos fenômenos sociais mais importantes do 
nosso tempo, acessível a cada vez mais pessoas ávidas por viajar pelas mais 
diversas motivações. Apresenta distintos conceitos tratados de formas 
abrangentes, pois cada área o conceitua do seu ponto de vista. Essa observação 
pode ser compreendida de forma clara nas definições de Beni (2007, p. 34) que 
identifica que no campo acadêmico, nas empresas e nos órgãos governamentais 
há três dimensões para o conceito de turismo: a econômica, a técnica e a 
holística. 
 
 
http://www.sagaranaturismo.com/wp-content/uploads/2014/05/turismo-personalizado.jpg 
 
O turismo está envolto por uma série de ideias e conceitos ligados ao 
tema viagens e ao deslocamento. Pode remeter ao turista a ideia de férias, ao 
empreendedor a ideia de lucro, aos trabalhadores a ideia de geração de emprego 
e renda e à comunidade autóctone a ideia de desenvolvimento local (PANOSSO 
NETTO, 2010). 
O crescimento da atividade do turismo faz com que muitos autores o 
observem de maneiras diferentes. Como uma indústria [...] “muito mais que uma 
indústria de serviços, é fenômeno com base cultural, com herança histórica, meio 
ambiente diverso, cartografia natural, relações sociais de hospitalidade, troca de 
informações interculturais” (MOESCH, 2000, p.20). O somatório que esta 
dinâmica sociocultural gera parte de um fenômeno recheado de objetividade-
 
subjetividade, que vem a ser consumido por milhões de pessoas (MOESCH, 
2000). 
O turismo é entendido por Fonseca Filho (2007) como uma “prestação” 
de serviços e, portanto, deve ser diferenciado do termo indústria que passa a 
ideia de que a “indústria do turismo” produz de maneira seriada seguindo um 
determinado padrão, sendo que na realidade o produto turístico, por ser a 
somatória de serviços, infraestruturas e equipamentos turísticos, não é 
produzido aos moldes das indústrias, é intangível e impossível de ser estocado. 
 
 
CONCEITO DE TURISMO 
 
A palavra “turismo” surgiu no século XIX, porém, a atividade estende 
suas raízes pela história. Vários conceitos de turismo foram elaborados ao longo 
do tempo para definir essa atividade. Na década de 40, Hunziker e Krapf, citados 
por Ignara (2003. p.12), definiam turismo como: […] o conjunto das inter-relações 
e dos fenômenos que se produzem como consequências das viagens e das 
estadas de forasteiros, sempre que delas não resultem um assentamento 
permanente nem que eles se vinculem a alguma atividade produtiva. 
Em 1963, reúne-se em Roma a Conferência das Nações Unidas sobre o 
Turismo e as Viagens Internacionais para tentar um consenso sobre o conceito 
de turismo. Dessa forma, se elabora o primeiro conceito de turismo: Atividade 
desenvolvida por uma pessoa que visita um país diferente daquele de sua 
residência habitual, com fins distintos do de exercer uma ocupação remunerada, 
e por um período de tempo de pelo menos 24 horas. 
Esse conceito sofrerá várias modificações ao longo dos anos, 
incorporando, principalmente elementos provenientes das pesquisas 
quantitativas. Atualmente a Organização Mundial do Turismo – OMT assim 
define a atividade do turismo: O turismo é um fenômeno social, cultural e 
econômico, que envolve o movimento de pessoas para lugares fora do seu local 
de residência habitual, geralmente por prazer. (NACIONES UNIDAS / UNWTO, 
s/d, p. 1). 
 
Uma definição bem mais recente foi proposta por Mathieson e Wall, 
citados por Ignara (2003. p.13), para os quais o turismo poderia ser considerado 
como: […] movimento temporário de pessoas para locais de destinos externos a 
seus lugares de trabalho e moradia, às atividades exercidas durante a 
permanência desses viajantes nos locais de destino, incluindo os negócios 
realizados e as facilidades, os equipamentos e os serviços criados, decorrentes 
das necessidades dos viajantes. 
Uma das definições brasileiras mais conhecidas de turismo é a do 
pesquisador Mario Carlos Beni, que entende o turismo como [...] “um elaborado 
e complexo processo de decisão sobre o que visitar, onde, como e a que preço” 
(Beni, 2007, p. 35). 
Em termos da legislação, pode-se considerar a Lei nº 11.771 de 17 de 
setembro de 2008, que dispõem sobre a Política Nacional do Turismo e o define 
como: “atividades realizadas por pessoas físicas durante viagens e estadas em 
lugares diferentes do seu entorno um período inferior a 1 ano, com finalidades 
de lazer, negócios ou outros”. 
Também há o entendimento de que o turismo possui ciclos de vida 
próprios, com fases diferentes e sequenciadas. Para Butler (1980), as 
destinações turísticas tem um ciclo de vida próprio. A partir de um entendimento 
orgânico, o autor afirma que há, primeiramente, um estágio de exploração da 
localidade. Nesse estágio o futuro destino não possui infraestrutura específica 
ao atendimento dos viajantes que, em pequenos números, não alteram o 
ambiente físico e social e geram pouca ou nenhuma importância econômica para 
a localidade. 
O segundo estágio apresentado por Butler (1980) é chamado de 
engajamento ou envolvimento, pois é nesse momento que surgem algumas 
facilidades aos viajantes e se inicia o processo de difusão do local. 
O estágio seguinte é o de desenvolvimento. Nessa fase o mercado local, 
por meio de propaganda feita em centros emissores de turistas, divulga produtos 
e serviços destinados a atender à crescente demanda e, assim, a localidade se 
define como um destino turístico. Nessa fase é comum que o número de turistas 
exceda o número de habitantes do local. 
 
O quarto estágio é o de consolidação, caracterizado pela diminuição do 
crescimento do número de turistas e da manutenção e estabilidade do número 
absoluto de visitantes – que ainda é maior do que o número de habitantes. Butler 
(1980) aponta o quinto estágio como uma fase de estagnação caracterizada pela 
percepção dos problemas (ambientais, sociais e econômicos) relacionados ao 
elevado número de turistas em relação aos recursos disponíveis no local. Para 
o autor, os problemas criados pelo turismo afastam os turistas, fazendo com que 
o destino “saia da moda”. (SCÓTOLO; PANOSSO NETTO, 2014, p.41). 
 
 
BREVE HISTÓRIA DO TURISMO 
 
 
blogdeacebedo.blogspot.com.br/2013/07/veranos-antiguos-orillas-del-cantabrico.html 
 
A palavra “turismo” surgiu no século XIX, porém, a atividade estende 
suas raízes pela história. Certas formas de turismo existem desde as mais 
antigas civilizações, mas foi a partir do século XX, e mais precisamente após a 
Segunda Guerra Mundial, que evoluiu como consequência dos aspectos 
relacionados à produtividade empresarial, ao poder de compra das pessoas e ao 
bem-estar resultante da restauração da paz no mundo (RUSCHMANN, 1997). 
O turismo iniciou-se no século XVII, quando os primeiros sinais de 
crescimento industrial começaram a afetar a vida estabelecida há séculos. 
 
O aumento da riqueza, a ampliação da classe de comerciantes e a 
secularização da educação estimularam o interesse por outras culturas e pelo 
conceito de que viajar era uma forma de educação. 
No decorrer dos séculos, os homens viajaram de acordo com seus meios 
materiais disponíveis, seus conhecimentos adquiridos e suas convicções em 
vigor. Houve momentos mais propícios à prática das viagens e momentos menos 
propícios. 
Um dos momentos favoráveis é este que está se vivendo nas últimas 
décadas. As viagens, uma das manifestações do lazer, fazem parte da 
programação da grande maioria das pessoas, sobretudo para aquelas que vivem 
em países desenvolvidos. 
O século XX abriu as portas para a prática do turismo em grande escala, 
graças às transformações proporcionadas pela Revolução Industrial. O turismo 
passa a integrara vida das nações. 
 
 
http://guia.folha.uol.com.br/exposicoes/2013/08/1332957-exposicao-de-cartoes-postais-antigos-exibe-paisagens-de-
sao-paulo-a-grecia.shtml 
 
Segundo a Confederação Nacional do Comércio do Rio de Janeiro, a 
história do turismo no Brasil começa em 1904, com a aprovação da primeira lei 
de incentivos fiscais para a construção de hotéis no Rio de Janeiro, então Distrito 
 
Federal. O turismo começou a se firmar no país como atividade de grande 
importância socioeconômica. 
A chegada do primeiro grupo organizado de turistas ao Rio de Janeiro, 
a bordo do vapor Byron, em julho de 1907, desperta a curiosidade da população 
e é notícia de destaque nos jornais. Também no ano de 1907, dois importantes 
avanços legais trouxeram impactos altamente positivos para a atividade turística: 
o direito a férias remuneradas (já assegurado na Europa décadas antes) e a 
isenção de impostos aos cinco primeiros grandes hotéis da cidade. E em 1908, 
exatamente um século depois da chegada da Corte portuguesa ao Rio de 
Janeiro, pode-se dizer que a hotelaria brasileira atingia sua maioridade, com a 
inauguração do Hotel Avenida, símbolo da hotelaria carioca (CNC, 2007, p. 27). 
Grandes alterações urbanas promovidas no Rio e em São Paulo, 
especialmente nas primeiras décadas do século XX, afetaram a localização e o 
conceito arquitetônico dos novos hotéis. O alargamento de avenidas, a 
verticalização e o uso intenso de automóveis traçaram perfis diferenciados nas 
principais cidades do país. Assumindo papel de destaque na paisagem 
paulistana, surgem os hotéis Excelsior, Terminus e São Paulo (CNC, 2007, p. 
28). 
Nos anos de 1920, a próspera capital paulista vivia uma Belle Époque, 
com a inauguração de luxuosos hotéis e de imponentes palacetes, em meio a 
um processo de embelezamento da cidade. Bons exemplos dessa fase são o 
Hotel Terminus, na Avenida Prestes Maia, com mais de 200 quartos, e o Hotel 
Esplanada, com 250 quartos. Construído ao lado do Teatro Municipal, o 
Esplanada tornou-se o ponto de encontro da elite paulistana. Outro marco da 
época é o Hotel Central, na Avenida São João, o primeiro hotel de quatro 
pavimentos na cidade (CNC, 2007, p. 27). 
Passados cinco séculos desde o desembarque dos primeiros 
estrangeiros nas terras brasileiras, o Turismo representa hoje o terceiro produto 
de exportação na balança comercial brasileira, abaixo apenas da soja em grão 
e do minério de ferro, com uma arrecadação em torno de US$ 4 bilhões somente 
com a entrada de turistas estrangeiros. No setor doméstico, os desembarques 
 
totalizaram 24,3 milhões de passageiros nos primeiros sete meses do ano, 
indicando um aumento de quase 20% 
Com relação ao ano anterior. Hoje, a cadeia produtiva do turismo 
continua a fazer história e a promover o desenvolvimento do Brasil. (CNC, 2007). 
O turismo, uma prática social que se consolida com a modernidade, é 
apontado como um dos fenômenos mais importantes de nosso tempo, acessível 
a cada vez mais pessoas ávidas por viajar pelas mais diversas motivações — 
desfrutar momentos de prazer, realizar negócios, cuidar da saúde ou participar 
de eventos num lugar distante do habitual. Trata-se de um fenômeno histórico 
complexo que causa impactos na economia, no planejamento e na gestão de 
localidades, nas condições de mobilidade, nas políticas de preservação 
ambiental, nas relações de hospitalidade e alteridade (CASTRO, 2013, p.2) 
Apesar da recente popularização mundial da prática do turismo, o 
turismo rural e pesquisas sobre tal modalidade, tem origem no final do século 
XIX na Europa (Áustria e Suíça), porém, assim como outras modalidades de 
turismo dessa época, estava restrito às elites. Em virtude do desenvolvimento 
econômico pautado na industrialização e das conquistas trabalhistas nos países 
europeus, ambos ocorridos na década de 1950, a partir do fim da Segunda 
Guerra, o turismo rural desponta como atividade planejada, com destaque para 
a França, Espanha e Itália. 
 
 
TIPOS E FORMAS DE TURISMO 
 
O grande desenvolvimento da atividade turística nos últimos anos criou 
a necessidade de se elaborarem classificações para melhor compreender as 
inúmeras e diferentes características das viagens, e também para possibilitar a 
quantificação do setor em termos comparáveis entre países, ou mesmo regiões. 
Todavia, a própria dinâmica se confirma como um obstáculo na 
classificação do turismo e, por consequência na elaboração de categorias que 
sejam suficientemente abrangentes. Nesse sentido, a Conferência Internacional 
de Estatísticas do Turismo organizada pela OMT em 1991, e cujas 
 
recomendações foram posteriormente adotadas pela Comissão Estatística das 
Nações Unidas, teve os seguintes objetivos: 
O desenvolvimento de uma definição uniforme e integrada e de um 
sistema de classificação das estatísticas do turismo. 
A implementação de uma metodologia para determinação do impacto 
econômico do turismo e do desempenho dos vários setores da indústria. 
O estabelecimento simultâneo de um meio de diálogo entre os governos 
e a indústria turística e um programa coerente de coleta de informação turística. 
Basicamente a prática do turismo é composta por três formas: 
• Turismo Interno: praticado por residentes de um determinado país 
que viajam unicamente no interior desse país. 
• Turismo Receptivo: compreende-se todo o conjunto de serviços de 
apoio e assistência destinados à recepção de pessoas provenientes 
de outras regiões do país ou do exterior. 
• Turismo Emissor: caracteriza-se pelo movimento de pessoas que 
viajam para fora do local habitual de residência, atraídas pelas ofertas 
de outras regiões do país ou do exterior. 
 
 
http://www.cdlbh.com.br/portal/6017/Clipping/Turismo_e_uma_atividade_economica_crescente_e_competitiva 
 
 
É importante ressaltar que existem países ou regiões que se 
caracterizam no setor de viagens como receptivos, outros como emissivos. 
Conforme dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo receptivo 
mundial tem crescido com maior rapidez nos países em desenvolvimento, tanto 
com relação à entrada de turistas quanto em ingresso de divisas, fator que 
demonstra melhor distribuição de recursos econômicos entre países nessa 
atividade. 
Atualmente, as formas de se praticar as atividades relacionadas ao 
turismo podem ser divididas em relação à organização da viagem como: turismo 
individual ou turismo organizado. 
O turismo individual é aquele praticado em viagens sem a intervenção 
de uma empresa (agência de viagens especializada). Os viajantes tomam as 
devidas providências por conta própria: documentação, reserva nos meios de 
transporte, hospedagem, levantamento de material sobre o destino, roteiros 
entre outros itens. Nesse caso, não é possível estabelecer previamente um 
orçamento preciso. 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE CATEGORIAS DE VIAJANTES, VISITANTE, 
VERANISTA, TURISTA E EXCURSIONISTA 
 
 Veranista: indivíduos que habitualmente passa o verão fora do local onde 
reside. 
 Viajante: São os indivíduos que se deslocam entre dois ou mais lugares 
dentro ou fora do país. 
 Visitante: São as pessoas que se deslocam para um lugar diferente de onde 
mora. O tempo de permanência deve ser inferior a 12 meses. 
 Excursionista: todo o indivíduo que em sua viagem permanece um tempo 
inferior a 24 horas fora do local em que residência, mas sem pernoitar. Com 
a finalidade de recreio, esporte, saúde, motivos familiares, estudos, 
peregrinação religiosa ou negócio. 
 
 Turistas: toda pessoa, sem discriminação de etnia, sexo ou religião entra 
em um território contratante diferente do local de residência, com um prazo 
superior a 24 horas e inferior a 12 meses com o objetivo de lazer, esporte, 
saúde, motivos familiares, estudos, peregrinação religiosa ou negócio. 
 
 
TURISMO RURAL 
 
Conforme afirma Sousa (2000), o turismo no meio rural é uma atividade 
que deve ser economicamentesustentável, ecologicamente correta, socialmente 
justa e verdadeiramente rural. 
A visão simplista do rural como agrícola vai ficando totalmente superada, 
pelo menos como campo de análise, já que novas funções vão sendo 
consolidadas e incorporadas nas estratégias de reprodução de muitas das 
famílias que habitam esse espaço. (ELESBÃO, 2007, p. 58). 
O deslocamento de pessoas das áreas urbanas para as rurais possui 
aspectos motivadores. A motivação que ocasiona o deslocamento do turista ao 
mundo rural está ligada ao imaginário rural dos urbanos e à busca por espaços 
com valores ecológicos, simbólicos e culturais a apreciar, bem como por lugares 
autênticos, com belas paisagens, com níveis mais baixos de poluição, ruídos e 
agitação que as cidades, no intuito de resgatar a nostalgia da vida próxima à 
natureza, a memória e as raízes históricas no passado, de obter novas 
experiências e conhecimentos. (FUCKS; SOUZA, 2010, p. 100). 
O Turismo Rural caracteriza-se por satisfazer as necessidades de todos 
os envolvidos, ou seja, de quem oferece e de quem recebe, promovendo uma 
alternativa de desenvolvimento para as comunidades rurais por meio da 
diversificação dos polos turísticos, como oportunidade de novas fontes de renda, 
de diminuição do êxodo rural, como intercâmbio cultural e consciência ecológica. 
(SANTOS, 2004, p. 30). 
A especificidade do Turismo Rural é a produção agropecuária da 
propriedade rural convertida em produto turístico. 
 
 
ELEMENTOS BÁSICOS DO TURISMO RURAL 
 
A atividade do Turismo Rural deve ser obrigatoriamente em harmonia 
com os seguintes interesses: 
 Da comunidade local 
 Do turismo 
 Do meio ambiente 
 
A harmonização destes fatores significa garantir a sustentabilidade da 
atividade através dos três elementos básicos: 
 Elementos culturais/antrópicos 
 Elementos ecológicos 
 Elementos econômicos 
 
O turismo, enquanto forma moderna de intercâmbio material entre o 
homem e a sua natureza externa, se comparado à agricultura, por exemplo, 
altera substancialmente tal interação ao inserir mudanças qualitativas ao nível 
das relações de trabalho, tendo em vista que a natureza preservada se configura 
como um importante atrativo turístico. Diante disso, tem-se uma nova forma de 
incorporação do trabalho humano ao espaço (BEDIM, 2008, p.11). 
 
 
AGROTURISMO 
 
Dentro da realidade brasileira, o desenvolvimento de regiões rurais deve 
ser entendido como fundamental para a sociedade como um todo e como uma 
das poucas possibilidades restantes para a superação do quadro desordenado 
de desequilíbrio econômico, social, ambiental e territorial que se alastra por todo 
o país (Guzzatti: Tures, 2011). 
 
Segundo Turnes (1996), as diretrizes norteadoras deste processo de 
desenvolvimento rural devem considerar que: 
a) A agricultura familiar deve ser a base de um novo modelo; 
b) A cooperação e a solidariedade entre os atores sociais locais são 
fundamentais para a manutenção da sustentabilidade dos processos de 
desenvolvimento; 
c) A melhoria da qualidade de vida das populações rurais, através da 
criação de infraestrutura social, é um fator determinante para a perenidade dos 
projetos econômicos locais; 
d) A geração de oportunidades de ocupação da mão de obra e renda 
deve constituir-se em meta estratégica. Neste sentido, a revalorização dos 
espaços locais deve prever a criação de novas oportunidades de trabalho, 
priorizando as populações mais jovens. 
 
 
http://demalaecuia.net/sebrae-promove-seminario-sobre-turismo-rural/ 
 
Agroturismo é uma modalidade de turismo praticada no meio rural, por 
agricultores familiares dispostos a compartilhar seu modo de vida com os 
habitantes do meio urbano. 
Os agricultores, mantendo suas atividades agropecuárias, oferecem 
serviços de qualidade, valorizando e respeitando o meio ambiente e a cultural 
local (PARRA; CHEHADE, 2006). 
 
Os estudos de Campanhola et al. (2000) indicam ser o agroturismo “as 
atividades internas à propriedade, que geram ocupações complementares às 
atividades agrícolas, as quais continuam a fazer parte do cotidiano da 
propriedade, em menor ou maior intensidade, devem ser entendidas como parte 
de um processo de agregação de serviços aos produtos agrícolas e bens não-
materiais existentes nas propriedades rurais (paisagem, ar puro, etc.), a partir do 
‘tempo livre’ das famílias agrícolas, com eventuais contratações de mão-de-obra 
externa.” 
Beni (2002, p. 32) apresenta o seguinte conceito de agroturismo: “[...] 
deslocamento de pessoas para espaços rurais, em roteiros programados ou 
espontâneos, com ou sem pernoite, para fruição dos cenários e observação, 
vivência e participação em atividades agropastoris.” 
O conceito seguinte do pesquisador Guzzati, 2003, pressupõe, de forma 
clara, o intercâmbio dos agricultores familiares com o visitante. O agroturismo “é 
um segmento do turismo desenvolvido no espaço rural por agricultores familiares 
organizados, dispostos a compartilhar seu modo de vida, patrimônio cultural e 
natural, mantendo suas atividades econômicas, oferecendo produtos e 80 
serviços de qualidade, valorizando e respeitando o ambiente e a cultura local e 
proporcionando bem estar aos envolvidos” (GUZZATTI, 2003, p. 53). 
 
 
PRINCÍPIOS DO AGROTURISMO 
 
A incessante busca de modelos e estratégias, para reforçar a ideia de 
desenvolvimento do agroturismo, faz com tenhamos princípios a serem 
seguidos, nos quais vemos abaixo: 
• A recepção dos turistas pelos agricultores familiares é parte integrante 
da atividade do estabelecimento rural; 
• Os agricultores familiares que recebem turistas desejam mostrar o seu 
trabalho e o meio ambiente onde vivem (contato com os animais, conhecimento 
sobre plantas, o ritmo da estação do ano etc.); 
 
• A recepção e convívio do agricultor e sua família com o turista ocorre 
num clima de troca de experiências e de respeito mútuo; 
• O agroturismo deve praticar preços acessíveis; 
• O agroturismo se constitui num fator de desenvolvimento local, 
contribuindo para manter o meio rural "vivo" - demográfica, cultural e 
ambientalmente – com perspectivas de futuro para os seus jovens; 
• O agricultor garante a qualidade dos produtos e dos serviços oferecem; 
• Os serviços de agroturismo são oferecidos em habitações adaptadas, 
oferecendo conforto, higiene e segurança; 
• Os serviços agroturísticos são planejados e organizados pelos 
agricultores familiares. 
 
É preciso ressaltar que essa modalidade de turismo é moderna e 
profissional, sem perder a ruralidade. De acordo com (VILARINHO, 1998) o 
turismo rural familiar que valoriza o meio ambiente e a cultura local, torna-se uma 
opção para o desenvolvimento rural, contemplando os setores econômicos 
capazes de criar atividades comerciais alternativas, como o objetivo de 
proporcionar a manutenção da população nos seus locais de origens. Assim o 
turismo rural apresenta a possibilidade de gerar empregos num curto espaço de 
tempo e a um custo razoavelmente baixo, se comparado aos demais setores 
econômicos. 
 
 
A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA 
 
No contexto brasileiro, Bricalli (2005, p. 41) afirma que “todos os 
empreendimentos que proporcionem lazer, recreação, descanso ou qualquer 
outra atividade ligada ao turismo, desde que estejam localizados em áreas rurais, 
podem ser classificados como turismo no espaço rural”, de modo que o turismo 
no espaço/meio rural abrange diversas modalidades turísticas. 
Essas modalidades criam diferentes formas de nomear essa atividade 
turística, entretanto, existe diferenças conceituais entre turismo rural e 
 
agroturismo. Carla Novaes (2004, p. 5) apresenta a definição de turismo rural 
da Organização Mundial do Turismo (OMT), que também destaca o turismo 
como atividade complementar e integrada à agropecuária. “O Turismo Rural 
refere-se a lugares em funcionamento (fazendas ou plantações) que 
complementam seus rendimentoscom algumas atividades turísticas, oferecendo 
geralmente alojamento, refeições e oportunidades de adquirir conhecimentos 
sobre as atividades agrícolas”. 
Um conceito apresentado pela Embratur em 1998, entendia o turismo 
rural como o “conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, 
comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e 
serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da 
comunidade”. (EMBRATUR, 1998, p. 14). 
O conceito de turismo no espaço rural também é adotado pelo governo 
federal, e abrangeria todos “os equipamentos localizados na área rural que 
desenvolvem atividades de lazer, recreação, esportivas, de eventos, não 
apresentando, necessariamente, vínculo com a produção agropecuária e a 
cultura rural.” (PNTRAF, 2004, p. 7). A experiência do Brasil demonstra que as 
diversas iniciativas de turismo que são realizadas no meio rural podem conviver 
de forma democrática. 
Além disso, muitas parcerias são possíveis, sendo baseadas em 
princípios de complementariedade entre ações de turismo rural e agroturismo. 
No entanto, isso só é possível quando está claro as diferenças e a possibilidade 
de coexistência entre os diferentes segmentos de turismo desenvolvidos no 
espaço rural. 
A expansão do agroturismo, segmento relativamente novo no Brasil, 
insere-se no momento em que o setor turístico passa por um profundo processo 
de transformação para adequar-se às novas exigências de um mercado, que não 
está interessado somente nos pacotes e destinos mais badalados – e 
padronizados. Esta nova tendência, a procura por experiências diferenciadas, 
muitas vezes de forma independente, faz com que as operadoras de turismo se 
especializem cada vez mais na oferta de produtos segmentados. Isso contribui 
 
diretamente para a consolidação de novos nichos, como turismo religioso, 
histórico, de montanha, entre tantas outras denominações. 
De forma geral, entendemos que o agroturismo apresenta todos os 
atributos do turismo rural, sobretudo pelo fato de ser uma atividade realizada no 
espaço rural, e ter como principais atrativos as atividades agropecuárias, os 
produtos para-agrícolas e o modo de vida rural. Ocorre, porém, que o diferencial 
do agroturismo em relação ao turismo rural diz respeito à participação direta e/ou 
indireta do turista em atividades comuns dos agricultores, como plantio, colheita, 
ordenha, entre outras. Nesse sentido, toda a oferta de agroturismo poderia ser 
classificada como turismo rural, porém, nem toda a oferta de turismo rural 
pressupõe a existência do agroturismo. (CANDIOTTO, 2007, p. 197). 
O pesquisador Beni (2002) afirma que dois aspectos distinguem o 
agroturismo do turismo rural: 
1. A produção agropastoril é a maior fonte de renda da propriedade do 
agroturismo, de modo que o turismo gera uma receita complementar. 
2. As próprias atividades agropastoris constituem o principal diferencial 
turístico, de modo que o turista pode participar ou não da rotina da propriedade. 
 
 
http://politicaemdestaque.com.br/2016/05/campos-gerais-tera-seminario-de-turismo-rural/ 
 
O ESPAÇO URBANO E O ESPAÇO RURAL 
 
Há pessoas que moram na cidade, outras que moram no campo. 
As pessoas que moram na cidade formam a comunidade urbana e as pessoas 
que vivem no campo formam a comunidade rural. Na comunidade urbana, há 
muitas coisas em comum, por exemplo, alguns serviços como eletricidade, água 
e esgoto tratados, transportes coletivos, comunicação, rede de bancos e um 
comércio muito variado. 
Nas cidades, as casas ou apartamentos são construídos bem junto uns 
dos outros. 
A zona rural, também chamada de campo, fica afastada da cidade. As 
habitações são distantes uma das outras e as propriedades, mesmo que 
pequenas, reservam uma privacidade. Os serviços públicos de forma geral, 
quando existem, são precários, essenciais para a organização rudimentar da 
vida social, como redes de eletricidade, telefonia e um comércio incipiente nas 
vilas dos lugarejos. 
Entretanto, a compreensão tradicional do rural como o lugar do atraso e 
da rusticidade e do urbano como o lugar do progresso e da modernidade, não 
pode mais ser tida como absoluta. Tanto o rural como o urbano tem passado por 
grandes transformações que fazem com que estes espaços tenham 
características distintas dessa visão ultrapassada. O processo de modernização 
da agricultura, seguido pela explosão das facilidades do acesso aos meios de 
comunicação, transformaram profundamente a realidade do meio rural 
(LINDNER et al, 2009, p.2). 
Essa transformação está relacionada ao crescimento das atividades 
não-agrícolas no Brasil. Simultaneamente a isto, diminui a supremacia das 
atividades agrícolas no meio rural. Essa mudança advém do contínuo declínio 
da capacidade da agricultura de manter e gerar postos de trabalho, além do 
crescimento de atividades geradoras de ocupações rurais não-agrícolas 
(LAURENTI, 2000). 
 
 
 
https://br.pinterest.com/pin/221802350370330917/ 
 
Essas atividades não-agrícolas fazem com que o rural assuma novas 
funções. Dentre as “novas funções” do campo que ganham cada vez mais 
destaque estão as atividades de lazer, como o turismo em área rural, segundas 
residências e aposentadorias rurais. 
Entretanto, as relações entre o rural e o urbano não foram sempre, 
historicamente, definidas pela heterogeneidade ou pela polaridade, mas sim pelo 
tipo de sociedade, agrária ou urbana que vivia em determinado espaço. 
Mesmo os conceitos que se poderiam pensar os mais precisos e 
objetivos são calcados nas representações várias existentes sobre o aspecto da 
realidade que se pretende conceituar. Assim, por exemplo, o conceito de rural 
utilizado nas pesquisas do IBGE (PNADs, Censos...) é o seguinte: o que o 
município define como rural em seu plano diretor. 
Ora, o plano diretor do ordenamento espacial dos municípios é 
elaborado por uma equipe de técnicos, mas é submetido à aprovação das 
câmaras municipais. Ou seja, são critérios políticos que definem, em última 
análise, o que é urbano e o que é rural. 
E os políticos não decidem com base em critérios racionais, mas com 
base na tradição e nas representações que eles têm do que é o rural, já que esta 
história de fazer conceitos precisos e objetivos é um problema das ciências 
sociais e não da política. Concluindo, podemos dizer que o conceito de rural está 
passando por uma reelaboração (SIQUEIRA; OSÓRIO, 2001, p. 77). 
 
DEFINIÇÕES DE MEIO RURAL 
 
Diversos autores escreveram sobre o turismo rural. Você saberia definir 
o que é “meio rural”? Considera-se território rural um espaço físico, geralmente 
contínuo, compreendendo cidades e campos (terrenos fora do perímetro urbano 
em que geralmente predominam as atividades agrícolas ou as pastagens de 
gado), caracterizados por critérios multidimensionais, como: ambiente; 
economia; sociedade; cultura; política e instituições; uma população que, como 
em todos os lugares do Brasil e do mundo, possui grupos sociais diferentes e se 
relaciona e interage com o meio. 
Tais critérios fazem com que os territórios rurais se diferenciem dos 
territórios urbanos, principalmente pela destinação da terra, ou seja, pelo uso 
que se faz dela, notadamente direcionado para as práticas agrícolas, e pela 
noção de ruralidade, ou seja, o valor que a sociedade contemporânea atribui ao 
meio rural e que contempla as características mais gerais desse meio: a 
produção; a paisagem e a biodiversidade (a variedade de espécies animais e 
vegetais); a cultura e um modo de vida típicos, identificados pelas atividades 
agrícolas, pela cultura comunitária e pela identificação com os ciclos da natureza. 
Também podemos definir turismo no meio rural como: 
Todas as atividades praticadas no meio não urbano, que consistem em 
atividades de lazer no meio rural em várias modalidades definidas com base na 
oferta: agroturismo; turismo ecológicoou ecoturismo; turismo de aventura; 
turismo de negócios; turismo de saúde; turismo cultural; turismo esportivo, 
atividades estas que se complementam ou não. (GRAZIANO DA SILVA et al., 
1998: 14). 
A base do conceito é a dimensão econômica, o rural se caracteriza por 
um determinado tipo de atividade: a produção de alimentos através da criação 
de plantas e de animais. A esta atividade econômica, estão vinculados todos os 
outros traços que caracterizariam o rural, como a diferença ambiental, já que no 
rural o contato com a natureza é direto e constante, e a própria atividade 
econômica que lhe é peculiar é realizada ao ar livre (SIQUEIRA; OSÓRIO, 2001). 
 
 
 
http://meioambiente.culturamix.com/natureza/paisagens-urbanas-e-rurais 
 
A concepção de meio rural aqui adotada baseia-se na noção de território, 
com ênfase no critério da destinação da terra e na valorização da ruralidade. 
Assim, considera-se território um espaço físico, geograficamente definido, 
geralmente contínuo, compreendendo cidades e campos, caracterizados por 
critérios multidimensionais, como ambiente, economia, sociedade, cultura, 
política e instituições, e uma população com grupos sociais relativamente 
distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos 
específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam 
identidade e coesão social, cultural e territorial (BRASIL, 2003). 
Nos territórios rurais, tais elementos manifestam-se, 
predominantemente, pela destinação da terra, notadamente focada nas práticas 
agrícolas, e na noção de ruralidade, ou seja, no valor que a sociedade 
contemporânea concebe ao rural. Tal valor contempla as características mais 
gerais do meio rural: a produção territorializada de qualidade, a paisagem, a 
biodiversidade, a cultura e certo modo de vida, identificadas pela atividade 
agrícola, a lógica familiar, a cultura comunitária, a identificação com os ciclos da 
natureza (BRASIL, 2003). 
Não se pretende aprofundar essa discussão, mas destacar que, para os 
fins deste estudo, a definição de rural tem como base características 
fundamentais das na paisagem e na ruralidade. 
 
CARACTERIZAÇÃO DO TURISMO RURAL 
 
A paisagem rural – também composta pelo ser humano, sua cultura, 
suas práticas sociais e de trabalho – é um dos principais fatores de atratividade 
do Turismo Rural. As principais características dessa atividade referem-se a 
elementos, condições e aspectos que compõem a paisagem rural e configuram 
a ruralidade e seus principais atrativos. Conhecer essas características é 
fundamental para se entender a real diferença entre o chamado Turismo no 
Espaço Rural e o Turismo 
Rural (LOTTICI KRAHL, 2003, p.49 e 50). Elas podem ser abordadas 
sob a seguinte síntese: 
 
a) Quanto à escala 
Pequena escala – uma das principais características do Turismo Rural 
se refere à pequena capacidade de atendimento simultâneo de turistas, de modo 
a permitir atendimento personalizado (sem espera, sem filas, sem barulho, sem 
aglomerações) e a causar menor impacto ao meio. 
 
 
http://noticias.uol.com.br/album/bbc/2012/06/01/leitores-da-bbc-retratam-paisagens-rurais.htm#fotoNav=5 
 
 
 
 
b) Quanto à localização 
O empreendimento de Turismo Rural geralmente está situado em locais 
aprazíveis, em propriedades cujas paisagens tipicamente rurais materializem o 
imaginário do turista, em contraponto à paisagem urbana. 
 
c) Quanto às atividades agropecuárias 
Outra característica básica do segmento é a manutenção das atividades 
produtivas tradicionais da propriedade e/ou das práticas e costumes 
relacionados a essas atividades, não as abandonando em virtude do sucesso 
conseguido com o turismo. 
 
d) Quanto à qualidade da paisagem 
Conservação dos recursos naturais – manutenção das condições dos 
mananciais, do solo, preservação ou recuperação da flora e da fauna nativas, 
inclusive dos aspectos paisagísticos; 
Conservação das características arquitetônicas e utilização de materiais 
construtivos típicos da região – utilização de materiais, equipamentos e serviços 
turísticos em harmonia com o meio rural; 
Cuidados com as instalações e lidas agropecuárias – cuidados que 
permitem ao turista observar ou participar das rotinas das atividades tradicionais 
da propriedade, sem descaracterizar o processo produtivo em função de sua 
presença. 
 
e) Quanto aos aspectos culturais 
Manutenção dos elementos e das estruturas tradicionais – 
manifestações folclóricas, culinária, produção artesanal, técnicas construtivas, 
celebrações, valores, modos de vida e ideais das comunidades rurais, além de 
elementos que referendem a história da região e das famílias. 
 
f) Quanto à diversificação dos serviços oferecidos 
A diversidade de serviços oferecidos ao turista depende da 
especificidade do ambiente, da economia, da história, das tradições, da cultura 
 
popular, das características étnicas, da exploração agropecuária, em relação à 
propriedade e à região. O que é oferecido ao turista varia em função do que é 
produzido ou é mais característico na propriedade ou na região. 
 
 
http://romanticoschales.com.br/turismo-rural 
 
Assim, pode-se dizer que para ser Turismo Rural, deve-se oferecer ao 
turista a oportunidade de desfrutar das particularidades das propriedades rurais 
e das peculiaridades da região, especialmente aquelas relacionadas às 
atividades agropecuárias. O atendimento precisa ser personalizado, para 
transmitir a hospitalidade do campesino ao visitante. O centro de interesse do 
turista que se desloca para áreas rurais está no conjunto constituído pela 
atividade produtiva, pela natureza e pelo modo de vida, que diferem da paisagem 
e do ritmo urbano (LOTTICI KRAHL, 2003.) 
Outra característica do segmento é o chamado “empoderamento” das 
comunidades, já que ele é um motivador para que a sociedade se organize para 
gerir a atividade turística de forma participativa. Isso cria um ambiente favorável 
à manutenção das características rurais da região, utilizando os recursos locais 
e os conhecimentos derivados do saber das populações, valorizando-os 
(LOTTICI KRAHL, 2003, p 24.). 
Segundo Perkins e Zimmerman (1995), o empoderamento é uma 
construção que liga forças e competências individuais com sistemas naturais e 
organizacionais de ajuda. Importará, portanto, desenvolver comportamentos 
proativos de mudança social, envolvendo organizações e recursos em torno da 
construção de comunidades responsáveis. O caminho será o da intervenção 
 
social e comunitária com indivíduos e organizações, consubstanciada em 
projetos de desenvolvimento, de combate à exclusão social, de promoção de 
direitos, desenhados no, e para, os âmbitos local e regional (GONÇALVES et al, 
2013). 
 
 
A PRESERVAÇÃO DA ATIVIDADE ORIGINAL 
 
O agroturismo é uma a atividade que faz o homem e sua família 
permanecerem no campo. Faz preservar e recuperar nosso espaço rural e 
natural com suas características originais. Assim, a interação entre o homem do 
campo e suas origens se mantem, perpetua e também: 
 Promove a preservação e recuperação de nossa história. 
 Alimenta as atividades agrícolas tradicionais. 
 Gera receita para o espaço rural. 
 
O agroturismo é um segmento que apresenta desenvolvimento em áreas 
rurais produtivas, usando como meio de hospedagem as próprias propriedades, 
que procuram se adequar ao novo hóspede, para atender suas necessidades, 
mostrando como viver em contato direto com o meio ambiente, participando das 
várias atividades agropecuárias desenvolvidas no meio ambiente rural, e 
mostrando também a importância do homem do campo para a sobrevivência do 
ser humano nos grandes centros urbanos. 
Também fazer o turista perceber as inúmeras ofertas de produtos 
naturais de origem local ou regional, mostrando a cultura local, a gastronomia 
típica e todo o mais que a natureza oferece, esperando em troca somenteser 
preservada. Para que haja um desenvolvimento pleno da atividade turística no 
meio rural é preciso que haja harmonia entre a comunidade rural, o meio 
ambiente e o turismo. Esses elementos unidos poderão garantir a 
sustentabilidade da atividade rural. 
O desenvolvimento da atividade rural tem que começar com a 
conscientização de que é importante preservar e cuidar, para que se possa 
 
explorar deixando que gerações futuras possam também preservar, cuidar e 
explorar. Percebemos que a atividade rural vem sendo desenvolvida muitas das 
vezes, sem a consciência da importância da preservação e o cuidado de causar 
o mínimo dando ao meio ambiente. Sabemos que atualmente todos procuram 
meios de agregar valores aos seus produtos, buscar novas fontes de renda a 
sua produção, sobreviver das suas atividades, mas, sem esquecer-se da 
importância da preservação daquilo que exploram, para que continue 
sustentável. 
Desta forma, a quatro elementos-chave que configuram a 
sustentabilidade (economia, cultura, sociedade e meio ambiente) devem 
envolver o turismo nas áreas rurais com uma importância redobrada, nutrindo e 
enriquecendo o desenvolvimento da atividade turística, ao mesmo tempo em que 
se configuram na matéria-prima da atividade, isto é, nos próprios recursos que 
favorecem e influenciam na demanda para o meio rural. 
 
 
Desenvolvimento turístico no espaço rural: contribuição-preservação. 
Fonte: Verrazi, 2008, p 32. 
 
 
Neste contexto, a garantia da sustentabilidade do desenvolvimento 
turístico necessita que algumas condições sejam cumpridas, tais como: 
 A participação da sociedade local no desenvolvimento da 
atividade; 
 A limitação das capacidades de carga dos atrativos – naturais e 
socioculturais; 
 a atuação sobre as infraestruturas e equipamentos, adaptando-
as aos recursos turísticos a fim de preservá-los contra possíveis 
agressões, dentre outros. 
 
Desta forma, o desenvolvimento do turismo rural será racional e 
embasado na filosofia da sustentabilidade, supondo contribuições importantes 
ao meio rural como: 
 Melhora nas condições de vida da população local; 
 Contribuição para a reativação econômica de zonas deprimidas; 
 Geração de rendas complementares; 
 Incorporação do trabalho remunerado da mulher; 
 Estabilização da população local ao campo; 
 Manutenção das atividades agropecuárias e artesanais; 
 Manutenção e recuperação do patrimônio arquitetônico 
tradicional; 
 Conservação do meio ambiente; 
 Enriquecimento cultural da população local. 
 
 
A VALORIZAÇÃO DA VIDA NO CAMPO E DA CULTURA LOCAL 
 
A industrialização crescente intensificou a urbanização, aumentando a 
destruição da natureza, colocando-a a disposição de poucos homens com seus 
 
interesses de lucro e poder, desprezando assim o interesse coletivo pela 
sustentabilidade. 
Neste contexto, a cultura rural acabou sendo ignorada ou considerada 
como sinônimo de atraso e retrocesso, e diante disso, cresceu 
assustadoramente a submissão e dependência do campo em relação às 
cidades. Uma realidade que passou a ser imposta a inúmeras comunidades 
rurais, que se tornaram apenas espaços produtores de matérias-primas e 
produtos direcionados ao consumo da sociedade urbano-industrial (ANDRADE, 
2012). 
Assim, o patrimônio ambiental contido nessas comunidades passou a 
ser constantemente utilizado de forma predatória, desrespeitando sua 
capacidade de suportar tais impactos e resultando em problemas 
socioambientais. Sugiram então conflitos entre os espaços rural e urbano e entre 
grandes produtores rurais, ansiosos por lucro, e pequenos agricultores ligados à 
terra, da qual obtêm o difícil sustento. 
Diante desse consumo exacerbado, que gera dilapidação ambiental, 
disparidades sociais, incertezas e ausências de perspectivas, resta ao pequeno 
produtor resistir, mantendo seu vínculo harmônico com a terra de seus 
ancestrais, ou sucumbir, atendendo à voracidade do sistema opressor. Se a 
alternativa escolhida for a segunda, não há outro caminho: a contínua exploração 
dos recursos naturais até sua exaustão, criando o rompimento definitivo com a 
realidade rural, levando-o a procurar por novas oportunidades nas cidades. 
Ao ser expulso, o homem do campo rompe com sua cultura de contato 
sustentável com a terra, levando-o a vislumbrar os atrativos dos grandes centros 
urbanos e a criar fantasias que serão posteriormente transformadas em 
frustração e exclusão. Ao se dirigir à cidade grande em busca de melhorias e 
sem qualificação, sem emprego, sem perspectivas, ele e sua família estarão 
condenados à inserção nas problemáticas periferias, na maioria dos casos sem 
direito a condições dignas de vida, ampliando os índices de dominação, 
exploração, degradação e alienação, já tão comuns na sociedade atual. 
 
As populações rurais da que trabalham no agroturismo buscam 
reinserção econômica, social, política e até tecnológica, pela sua reafirmação, 
redefinição e atualização de seus modos de vida e construção de alternativas. 
 
 
http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/pronaf-saiba-como-ter-mais-renda-e-qualidade-de-vida-no-campo 
 
O índice de evasão do campo hoje é cada vez mais expressivo, e os 
filhos de pequenos produtores não apresentam mais a mesma vontade de 
permanecer no campo e trabalhar com a terra, de modo que, migram para a 
cidade em busca de melhores condições de vida. Sendo assim, é preciso que 
haja pessoas, projetos e políticas públicas voltadas para tal problemática, 
empreendendo ações que propiciem soluções eficazes e eficientes para que 
este quadro seja revertido. 
Para a viabilidade de se realizar o desenvolvimento local através do 
turismo dependeria da equalização de cinco objetivos: 
 Preservação/conservação ambiental; 
 Manutenção da identidade cultural; 
 
 Geração de ocupações produtivas de renda; 
 Desenvolvimento participativo 
 Qualidade de vida. 
 
Alguns elementos importantes são considerados fatores de 
desenvolvimento local e de valorização cultural 
A manutenção da identidade cultural dos lugares como próprio fator de 
atividade turística; uma construção de uma via democrática para o 
desenvolvimento de certas localidades, articuladas pelo turismo como fator 
estruturante de valorização das suas potencialidades ambientais e culturais, com 
a participação da população local na construção ativa desse processo 
(BENEVIDES, 2002, p. 25). 
A riqueza cultural de uma comunidade, ao ser preservada como forma 
de manutenção do grupo, é utilizada como fomento ou elemento potencializador 
para a atividade turística, principalmente neste momento onde cresce o interesse 
pela pluralidade étnica e pela diversidade cultural existente nas diversas 
sociedades. 
 
 
http://www.noticiasjp.com/2014/10/festa-da-polenta-comemora-36-anos-e.html 
 
 
Parte-se do pressuposto de que a atividade turística pode contribuir para 
o etnodesenvolvimento local e para o enriquecimento da relação entre turistas e 
residentes, por meio de um aproveitamento balizado nos princípios da 
sustentabilidade cultural (SILVA, 2010, p. 3) 
Assim, o patrimônio cultural implica sentidos de permanência, 
pertencimento e persistência, considerando-se que a produção material e 
simbólica de uma determinada comunidade torna-se elo de identificação do 
grupo a um ethos cultural comum, vetor de transmissão e compartilhamento de 
memórias individuais e coletivas, e das tradições. Essas são reinterpretadas e 
reconfiguradas no presente, porém, mantendo-se o substrato que lhe deu origem 
(SILVA, 2010, p. 3) 
 
 
ATRATIVOS TURÍSTICOS 
 
Os atrativos turísticos exercem papel fundamental para o 
desenvolvimento do turismo receptivo, uma vez que compõem a oferta turística 
diferencial de uma localidade, ou seja, são os principais responsáveis pela 
atratividade das regiões turísticas, que geram os fluxos turísticos. A qualidade 
da oferta dessesatrativos impacta diretamente no posicionamento do destino no 
mercado turístico (SEBRAE, 2014). 
Enquanto negócio, o atrativo turístico precisa ser gerido como qualquer 
empresa, possuir uma gestão eficaz, ter estrutura mínima para receber clientes, 
oferecendo experiências positivas de forma organizada e profissional, a fim de 
produzir resultados positivos. 
Os atrativos turísticos são únicos e cada um deles possui valor e 
capacidade de atração específicos. Portanto, possuem diferentes 
características, potenciais e estruturas para a recepção de turistas. 
Os atrativos turísticos constituem a oferta turística diferencial de uma 
determinada região turística, pois são responsáveis por promover os fluxos 
turísticos. O consumidor escolhe o destino que irá visitar, em função da 
experiência turística que esse destino oferece. Ele primeiro decide se deseja 
 
praticar atividades de aventura ou vivenciar atividades rurais, ou ainda, visitar 
monumentos históricos e culturais etc., entre as inúmeras possibilidades. Na 
sequência, ele opta pelo destino turístico que proporcione as atividades e 
experiências escolhidas. 
 
 
Sebrae-SP, 2014, p. 9. 
 
Existe outro tipo de oferta turística: a oferta turística técnica. Ela é 
composta pelos equipamentos e serviços existentes no destino, que dão suporte 
para o desenvolvimento da atividade turística, como: meios de hospedagem, 
meios de alimentação fora do lar, agências de turismo receptivo, manifestações 
culturais, artesanato, serviços de apoio ao turista, entre outros. 
 
Oferta 
turística 
diferencial
Oferta 
turística 
técnica
Circuito 
turístico
 
Circuito Turístico: Conjunto de recursos e/ou atrativos turísticos, 
distribuído em um espaço geográfico determinado (que apresenta vários eixos 
de deslocamento, permitindo diversos itinerários), que dê identidade peculiar e 
diferenciada ao local. Pode organizar-se formalmente por meio de consórcios ou 
outras formas associativas. A existência de circuitos turísticos conduz à 
formatação de produtos turísticos atrativos e de roteiros, facilitando assim, o 
acesso da região a mercados consumidores. 
O bom funcionamento do sistema produtivo do turismo receptivo rural ou 
urbano depende da oferta turística diferencial e da oferta turística técnica. Porém, 
a oferta turística diferencial é decisiva para atrair os turistas e iniciar a 
“engrenagem” que movimenta esse sistema. As características do conjunto de 
atrativos turísticos influenciam diretamente na identidade e vocação turística do 
destino (turismo rural, cultural, de aventura, de natureza, entre outros), indicando 
possibilidades de constituição de negócios e das tipologias de turismo que 
podem ser implementadas e consolidadas (Sebrae, 2014). 
 Existe uma tendência atual na busca do natural, do orgânico, do 
particular, fatores que contribuem para a valorização do Turismo Rural. Dessa 
forma, os elementos que o caracterizam devem ser estimulados visando se 
aprimorar as atividades, os produtos e serviços ofertados pelas propriedades 
rurais. 
A paisagem, a natureza, a cultura, o modo de vida das comunidades 
tradicionais; os processos produtivos, a proximidade e a hospitalidade são os 
principais fatores de atratividade do Turismo Rural. Neste sentido, é preciso 
identificar, na região e no âmbito das propriedades rurais, os atrativos capazes 
de materializar as expectativas e os desejos dos turistas. É preciso, ainda, 
explorar algumas possibilidades oferecidas pelo Turismo Rural, as quais devem 
ser convertidas em vantagens práticas: 
 
a) Pode se desenvolver em áreas que não disponham, necessariamente, 
de paisagens com recursos turísticos extraordinários: 
Esses recursos são importantes atrativos turísticos, mas a valorização 
da paisagem natural não se restringe apenas à sua existência. O fundamental é 
 
que, para o turista, a paisagem represente um indicador de que ele está fora do 
seu ambiente de rotina. Assim, a fauna, a flora, a topografia e o uso do solo 
trazem as marcas da cultura e das comunidades residentes, fazendo desses 
elementos atrativos pelo fato de constituírem uma paisagem tipicamente rural e 
que, portanto, se contrapõem ao cotidiano do turista. 
 
b) Necessita de reduzidos volumes de investimentos em relação a outros 
segmentos: 
Não é preciso, necessariamente, criar estruturas na região e nas 
propriedades, e sim adaptar as que já existem de modo a garantir conforto e 
segurança aos turistas. Tais estruturas podem ser residenciais ou de serviço, 
mas devem manter suas características rústicas. Nesse caso, o turista não busca 
luxo, e sim autenticidade e certa rusticidade, mas com qualidade e conforto. 
 
c) Propriedades rurais geralmente estão localizadas próximas aos 
núcleos emissores: 
A localização facilita o deslocamento dos visitantes, que podem visitar 
as propriedades rurais, ainda que disponham de apenas um dia ou de um final 
de semana. A curta distância torna o Turismo Rural uma atividade acessível a 
mais pessoas. 
 
 
A “EXPERIÊNCIA” NO TURISMO RURAL 
 
 
Experiência é o conhecimento adquirido pela prática ou observação. 
Para oferecer experiência turística é necessário superar os aspectos triviais e 
convencionais do turismo receptivo, como propiciar a encenação de atores para 
contar história de determinado local turístico. Além do aspecto lúdico e 
prazeroso, o turista rural tem a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos, 
interagir e experimentar uma situação que fica marcada por muito tempo. 
 
A vivência no mundo rural é uma prática que propicia a participação do 
turista em lidas, oficinas ou atividades que sejam atípicas ou incomuns. Portanto, 
são as situações em que o turista realmente participa, se envolve e interage. Ele 
é mais do que um expectador. Um exemplo comum é a participação em oficina 
culinária, que faz parte da visita ao atrativo turístico rural. 
Outros exemplos de experiências e vivências, que podem ser oferecidas 
nos atrativos turísticos rural: 
 Dramatizações para contar uma história, um “causo” uma lenda. 
 Apresentações de grupos culturais (teatro, música e dança) e 
folclóricos. 
 Gastronomia típica para degustação e participação de oficinas 
culinárias. 
 Reprodução de “atmosfera, ambiente e cenário”, tornando 
determinado local com características temáticas. 
 Oficinas (culinária, cerâmica, vinho, cachaça, artesanato, pintura, 
queijo, pães, bolos e muitas outras). 
 Rotina: participação de plantio ou colheita de produtos, cuidados 
com animais e preparo de refeições ou prato típico. 
 
 
http://ooutrolado.com/cafe-caipira/ 
 
 
 
A VIVÊNCIA NO MUNDO RURAL 
 
A vivência do agroturismo é caracterizada por atividades lúdicas e do 
dia-a-dia das propriedades rurais, tais como: ordenha, coleta de ovos, 
cavalgada, coleta de frutas e verduras, gastronomia, entre outras. 
Salles (2006) cita algumas atividades de vivência desenvolvidas nas 
propriedades, tais como: 
 Hortas orgânicas; 
 Hortas medicinais; 
 Pomares; 
 Ordenha; 
 Tosquia; 
 Trato; 
 Trilhas; 
 Cavalgadas; 
 Pesca. 
 
O perfil do turista que procura pelo turismo rural, enquadra-se como 
mediocêntricos: pessoas motivadas pela quebra da rotina, busca pelo descanso, 
aventura, gastronomia e tratamento de saúde; e experimentais: desejam 
conhecer e experimentar modos de vida diferentes. As características destes 
perfis é a busca por vivenciar novos jeitos de vida, e também a quebra da rotina, 
fatores encontrados nas propriedades rurais, que desenvolvem a atividade 
turística. Outro fator que caracteriza os turistas que buscam por esta atividade é 
o contato com a natureza (Mtur, 2010). 
A atividade turística de vivência é geradora de novas experiências 
pessoais e sensoriais. Ela promove o encontro com a história, com a cultura, 
com os valores, sabores, momentos e àquele sentimento bucólico ao qual só o 
campo nos remete.Nesse sentido, Sun Tung e Ritchie, (2011, p.1369) afirmam 
que o papel central dos planejadores do turismo é: ''Facilitar o desenvolvimento 
de um ambiente (ou seja, o destino) que aumenta a probabilidade de que os 
 
turistas podem criar suas próprias experiências memoráveis de turismo”. Os 
autores ainda definiram experiência turística como. 
Uma avaliação individual subjetiva (afetiva, cognitivo e comportamental) 
de eventos relacionados à sua atividade turística que começa antes (ou seja, 
planejamento e preparação), durante (ou seja, no destino), e depois da viagem 
(ou seja, o recolhimento). (Sun Tung e Ritchie, 2011, p. 1369). 
Por fim, o turismo no mundo rural e suas nuances vem apresentando 
considerável crescimento e pode ser uma alternativa para a sustentabilidade e 
sobrevivência dos pequenos agricultores, pois incentiva a diversificação das 
atividades no campo e gera trabalho para os membros da família, mas não se 
deve esquecer que uma atividade como esta deve ser bem planejada, com 
participação de todos os atores envolvidos, para evitar impactos irreversíveis à 
natureza, e, principalmente no que diz respeito à cultura e tradições locais. 
 
 
ESTRUTURA TURÍSTICA 
 
A atividade turística requer investimentos em infraestrutura de meios de 
hospedagens e de lazer. É sabido que estes objetos técnicos juntamente com o 
quadro sócio ambiental, caracterizam os lugares turísticos e podem favorecer o 
seu desenvolvimento. Neste contexto, o turismo passa a ter papel fundamental 
na produção do espaço e na valorização do rural, podendo também melhorar a 
condição de vida da população local. Entretanto, para que as comunidades 
possam usufruir dos benefícios gerados pela atividade turística, torna-se 
necessário preservar não apenas os atrativos naturais, mas também a cultura da 
população local (CORREA, 2006, p.7). 
Em função disso, como outros empreendimentos econômicos, as 
atividades relacionadas a lazer/turismo, também requerem apoio do poder 
público em diferentes escalas, principalmente no que diz respeito a melhoria da 
infraestrutura viária, divulgação, elaboração de normas para regulamentar a 
atividade, bem como a sua fiscalização. Portanto, seu desenvolvimento deve 
 
estar alicerçado na interação de diferentes atores, tanto público quanto privado, 
envolvendo as escalas local/regional, nacional/global. 
Os equipamentos e serviços turísticos rurais englobam tudo o que está 
relacionado às áreas de recreação, lojas, aos banheiros, aos restaurantes, à 
estrutura de hospedagem, aos vestiários, aos locais de descanso, caminhos, 
destinação do lixo, água, energia elétrica, entre outros (Figura 20). No 
empreendimento do agroturismo, cada área tem um uso específico, conforme 
suas características e suas necessidades estruturais. No entanto, é preciso levar 
em conta que todas as instalações deverão ser projetadas em harmonia com 
o meio ambiente. 
 
 
http://www.agrosoft.org.br/br/tag/agroturismo 
 
 
SERVIÇOS OFERECIDOS E ATIVIDADES PRATICADAS PELO VISITANTE 
 
O meio rural oferece uma série de serviços e atividades aos seus 
visitantes. Neste item, apresentam-se alguns serviços e equipamentos turísticos, 
bem como atividades turísticas que podem ser desenvolvidas nas propriedades 
rurais ou na região: 
a) Serviços e equipamentos turísticos: serviços, edificações e 
instalações indispensáveis ao desenvolvimento da atividade turística e que 
existem em função dela: 
 
 Hospedagem – estabelecimentos que oferecem alojamento e 
serviços necessários ao conforto do hóspede. No Turismo Rural, 
as maiores frequências são fazenda-hotel/ hotel-fazenda, 
hospedagem domiciliar (quarto nas propriedades rurais, cama e 
café, alojamento) e pousada; 
 Alimentação – pode ser oferecida por restaurantes tradicionais ou 
por propriedades rurais, que geralmente oferecem café colonial, 
almoço e jantar com pratos típicos, degustação de produtos 
caseiros; 
 Guiamento, condução e recepção – atendimento e orientação ao 
turista individual ou em grupo, via centro de informações 
turísticas, agências e operadoras de turismo receptivo, guias ou 
condutores locais (muitas vezes os próprios agricultores, artesãos 
ou proprietários rurais); 
 Transporte no local – serviços específicos para deslocamento no 
destino: ônibus de excursão, vans, traslados, bem como veículos 
rurais (passeio de trator, de charrete). 
 
b) Atividades que podem ser praticadas pelo visitante: atividades cuja 
prática estão relacionadas ao meio rural, encontradas nas propriedades rurais 
brasileiras: 
 Atividades agropecuárias 
 Agricultura – cultivo de espécies vegetais úteis para a 
alimentação humana e animal ou como matéria-prima para 
indústria têxtil, farmacêutica etc. Plantação de cereais, frutas, 
hortaliças, leguminosas etc.; 
 Criação de animais – inclui todos os tipos de manejo de animais: 
bovinocultura, caprinocultura, ovinocultura, suinocultura, 
piscicultura etc. 
 Atividades de transformação – referem-se à transformação de 
matéria-prima vegetal, animal ou mineral: produção agroindustrial 
 
(compotas, doces, bebidas, farinhas, panificação, laticínio, ervas, 
polpas) ou manual (facas, panos e bordados, mesas, 
instrumentos musicais); 
 Atividades ecoturísticas – atividades de interação com a natureza, 
que incentivem o comportamento social e ambientalmente 
responsável: trilhas, observação da fauna (pássaros, borboletas, 
jacarés, peixes) e da flora (espécies vegetais nativas, parques, 
etc.), caminhadas na natureza, trilhas, banhos de cachoeiras e 
rios, cicloturismo; 
 Aventura – atividades recreativas e não competitivas que 
envolvem riscos controlados e assumidos: arvorismo, bóia-cross, 
rapel, tirolesa, montanhismo, mountain-bike, trekking, turismo fora 
de estrada; 
 Atividades interativas com gado – abrangem atividades que 
envolvam a interação do homem com cavalo, jumento, burro, boi, 
carneiro etc para desempenho de alguma lida no campo ou para 
lazer, esporte e aventura: ordenha, cavalgadas, campeadas, 
torneios, comitivas, tropeadas ou outras denominações regionais, 
passeios de carroça, rodeio, hipismo; 
 Pesca – compreende a prática da pesca amadora: pesque-pague, 
pesca em rios, lagos, represas; 
 Atividades esportivas – compreendem os jogos e disputas 
competitivas, com a presença de normas definidas: corrida de 
moto, de bicicleta, de aventura, rali, canoagem, caça e tiro; 
 Atividades pedagógicas – atividades de cunho educativo que 
auxiliam no processo ensino-aprendizagem, comumente 
promovidas por escolas e realizadas pelos respectivos grupos de 
estudantes. É o chamado Turismo Rural Pedagógico, um recurso 
motivador de aprendizagem, capaz de auxiliar na formação dos 
alunos - reforçando conceitos como o de cidadania, consciência 
ambiental e patrimonial – e de fornecer experiências de vida em 
grupo: aulas práticas interpretativas do ambiente, palestras 
 
informativas, vivências e experiências variadas nos ambientes 
visitados, incluindo participação em colheitas, ordenhas, trato de 
animais; 
 Atividades culturais/Manifestações populares – acontecimentos 
ou formas de expressão relacionados à música, dança, teatro, 
artes plásticas, literatura, folclore, saberes e fazeres locais, 
práticas religiosas ou manifestações de fé: rodas de viola, folia de 
reis, crenças, catira, rezas, novenas, “contação de casos”; 
 
 
http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2012/11/escassez-de-bambu-prejudica-producao-de-artesanato-em-
baependi.html 
 
 Produção de artesanato – objetos produzidos manualmente ou 
com equipamentos rudimentares, em pequena escala, 
característicos da produção de artistas populares da região, 
utilizando matéria-prima regional; (Figura 21). 
 Observação da arquitetura típica ou histórica – contempla as 
construções típicas do campo (açude, capela, curral, estufa), as 
técnicas e materiais construtivos peculiaresou da região (pau-a-
 
pique, sapé, madeira, pedra e outros) e as construções históricas 
(engenho, alambique, casa de farinha, vinícola); 
 Visita a museus e casas de cultura – locais destinados à 
apresentação, guarda e conservação de objetos de caráter 
cultural ou científico: museu da cachaça, museu do folclore, 
vinícola desativada, moinho; 
 Gastronomia – práticas e conhecimentos relacionados com a arte 
e técnica de cozinhar. Relaciona-se com o aprendizado e a 
degustação de pratos de consumo tradicionais da região, 
utilizando ingredientes locais. 
 
 
QUALIDADE DE SERVIÇOS NO AGROTURISMO 
 
A qualidade de um serviço é fator determinante no desenvolvimento da 
atividade turística. Entretanto, é um conceito particularmente subjetivo que pode, 
no entanto, ser caracterizado através de alguns indicadores. 
Uma forma de maximizar a chance desta relação, prestadores de 
serviços — turistas ser bem sucedida é estabelecer um referencial de qualidade 
que garanta confiabilidade nesta relação. Para prestar um conjunto de serviços 
que atenda e/ou exceda as expectativas dos clientes faz-se necessário conhecer 
quais são suas necessidades e desejos, e a partir daí, estabelecer critérios que 
harmonizem as práticas relativas a comercialização deste serviço. 
A qualidade de uma experiência turística dependente de uma variedade 
de fatores, o que dificulta a adoção de uma definição clara e precisa. O fato de 
o produto turístico ser o resultado da conjugação de uma série de subsistemas, 
tanto do ponto de vista dos poderes públicos quanto da iniciativa privada, com 
elementos de natureza tangível e intangível, agrava essa dificuldade (MOREIRA, 
2010). 
A importância da qualidade na atividade turística vem sendo percebida 
pelos diferentes órgãos que atuam no setor, inclusive por aqueles que se 
dedicam diretamente à atividade do turismo em área rural, e algumas iniciativas 
 
neste sentido começam a ser discutidas e implementadas em alguns lugares 
(Figura 22). 
A qualidade de serviço percebida pelo cliente pode ser considerada 
como um julgamento sobre a superioridade desse serviço que é o resultado das 
diferenças entre as expectativas e as percepções do cliente (Parasuraman et al., 
1985; Grönroos, 1990). Cronin e Taylor (1922; 1994) defendem que a qualidade 
do serviço deveria estar baseada nas percepções do cliente relativamente aos 
serviços prestados. Para Albrecht e Bradford (1992) a qualidade representa a 
capacidade que um serviço tem para satisfazer uma necessidade, para resolver 
um problema ou para fornecer valor acrescentado. 
 
 
http://www.booking.com/hotel/es/alqueria-blanca.pt-pt.html 
 
Apesar das várias definições sobre o que qualidade realmente significa, 
um denominador comum sobressai: a satisfação das necessidades dos clientes. 
Assim, pode concluir que a qualidade está fortemente relacionada com a 
satisfação dos clientes e está é alcançada quando as expectativas dos clientes 
igualam ou superam as suas experiências e percepções (MOREIRA, 2010). 
O Plano Nacional do Turismo (PNT) para 2003 a 2007, desenvolvido 
pelo ministério do turismo, traz em seu conjunto de programas um pacote voltado 
para a questão da qualidade, denominado macro programa de qualidade do 
produto turístico. Abrangem duas vertentes, uma delas relacionada à 
 
normatização da atividade turística e outra referente a um programa de 
qualificação profissional. 
A ABRATURR — Associação Brasileira do Turismo Rural desenvolveu 
um programa de capacitação com foco na qualidade, que foi incorporado pelo 
Ministério do Turismo e foi apresentado no documento Diretrizes para o 
Desenvolvimento do Turismo Rural no Brasil (2003). Este documento propõe 
como sua quinta diretriz a capacitação voltada para a preparação de agentes e 
atores envolvidos na atividade para atuarem voltados para a qualidade. Indica 
como estratégias a identificação das diferentes necessidades de capacitação; a 
avaliação de programas, metodologias e possíveis parceiros; a elaboração 
conjunta de políticas, programas e projetos específicos de profissionalização; a 
promoção de 47 cursos de qualificação e aperfeiçoamento profissional; o apoio 
e promoção de cursos e seminários de capacitação em desenvolvimento local e 
regional; o apoio e promoção de eventos locais, regionais, nacionais e 
internacionais. 
 
 
AGROINDÚSTRIA 
 
No final da década de 90 do século XX, surgem programas de estímulo 
a agroindústrias familiares em todo país. A agregação de valor aos produtos da 
agricultura familiar é mais que uma tradição, é uma forma de aumentar a renda 
das famílias rurais, valorizar a cultura e gerar ocupação. A atividade da 
agroindústria é uma das grandes alternativas de agregação de valor ao produto 
rural, com o beneficiamento do produto “in natura”. Com a implantação do 
turismo na propriedade, isto se potencializa, na medida em que a 
comercialização do produto pode se dar dentro da própria propriedade, 
suprimindo o custo de distribuição e contribuindo para diversificar os atrativos do 
empreendimento. 
Por meio da agroindústria artesanal, o alimento é processado e 
conservado, sem que haja adição de elementos químicos, como aditivos e 
conservantes artificiais. Isso é possível graças às várias tecnologias que seguem 
 
o método tradicional, cultural e regional de transformação de alimentos. Com 
isso, os alimentos duram mais e não perdem suas características específicas 
(cor, sabor e aroma). 
Diversos estudos tem mostrado que as agroindústrias familiares, de 
modo geral, têm encontrado dificuldades para sua consolidação. Dentre os 
empecilhos, podemos citar como fundamental a incompatibilidade da escala de 
produção das agroindústrias familiares com as exigências dos grandes circuitos 
de mercado, pautada pela padronização e regularidade no fornecimento 
(SIVEIRA, 2010). 
Junto a isso, vieram exigências sanitárias buscando a legalização dos 
empreendimentos de processamento artesanal de alimentos, através de 
investimento em instalações e equipamentos, exigidos pela legislação sanitária 
vigente. 
 
 
http://www.emater.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=80 
 
A pressão da legislação sanitária vigente leva a um processo de 
substituição de procedimentos artesanais de produção por procedimentos 
industriais, onde o fundamento é a padronização do produto, a garantia de que 
aquela marca não apresenta variação nem em qualidade, nem em 
características do produto, devido a procedimentos técnicos e operações de 
 
máquinas sob rígido controle, enquanto o artesanal é o império do como fazer, 
da variável humana, da diferenciação (Silveira; Heinz, 2005). 
Nesse contexto, surge o problema com a inflexibilidade da legislação 
diante de uma pequena escala de produção e um consumo quase imediato, 
situação da produção artesanal desenvolvida na agricultura familiar. Associando 
qualidade a estrutura física, a legislação condena esta produção artesanal à 
informalidade, pois seria necessário um investimento necessário para sua 
regularização, além de suas possibilidades e interesse. 
E, justamente nas pequenas unidades de processamento de alimentos, 
“a qualidade dos alimentos (...) está mais ligada à qualidade da matéria prima, à 
saúde e higiene das pessoas que manipulam os alimentos, à higiene das 
instalações, ao fluxograma operacional dos trabalhos da agroindústria etc...” 
(PREZZOTTO, 2002, p.9). 
Diante de tal realidade, “a questão fundamental é quais critérios de 
qualidade devem ser adotados em circuitos locais e regionais de produção, 
distribuição e consumo, considerando que seu contexto é diverso da base 
epistêmica de que parte a legislação sanitária” (SILVEIRA & ZIMERMANN, 2004, 
p. 219). 
Dessa forma, uma série de estratégias implementadas no sentido de 
buscar a viabilização econômica das propriedades rurais e que, ao mesmo 
tempo, podem aumentar a atratividade turística dedeterminados territórios, a 
saber: 
a) Beneficiamento e processamento mínimo de matérias-primas de 
origem animal ou vegetal, transformando-as em embutidos, 
conservas, produtos lácteos, compotas, bebidas, artigos de 
vestuário, decorativos, utilitários etc. Esses processos agregam 
valor e qualidade à produção agropecuária ou ao extrativismo, além 
de servir como aproveitamento do excedente. 
b) Apresentação dos produtos: utilização de embalagens especiais que 
valorizem a aparência dos produtos e o uso de materiais recicláveis 
e da região, destacando a identidade local. 
 
c) Produção de alimentos ambientalmente correta: a sociedade valoriza 
cada vez mais métodos sustentáveis de produção de alimentos para 
se ter uma alimentação saudável e ambientalmente correta. 
Destacam-se as práticas baseadas na agroecologia, agricultura 
orgânica, agricultura ecológica, agricultura biodinâmica e outras 
(Figura 24). 
 d) Diversificação da produção: plantio e criação de variadas espécies – 
de plantas e animais – a fim de proporcionar ao turista novos sabores 
e experiências, devendo ser privilegiadas as plantas e os animais da 
região. 
e) Certificação dos produtos: selos orgânicos, de comércio justo e 
solidário, de origem: a certificação é mais uma garantia para o turista 
de que está de fato consumindo um alimento de qualidade (Figura 
25). 
 
 
http://www.sul21.com.br/jornal/agroindustria-familiar-triplica-renda-do-pequeno-produtor/ 
 
 
 
 
ARTESANATO 
 
O artesanato, em todo o mundo, voltou a ser valorizado. O artesanato 
vem ganhando destaque no Brasil e no mundo, impressionando aqueles que têm 
curiosidade em saber de onde vem e como é feito. Assim, o artesanato passou 
a ser explorado com grande repercussão no setor turístico. De acordo com 
pesquisa realizada pelo SEBRAE (1999), a identidade de um país é, em grande 
parte medida, construída com elementos recorrentes em seus produtos e 
serviços, sejam estes de origem industrial ou artesanal. 
 
 
http://www.nordestecerrado.com.br/cooperafis-cooperativa-regional-de-artesas-fibras-do-sertao-ba/ 
 
Os artesão e artesãs que residem no meio rural não dispensam suas 
atividades rurais. Em razão disso, o artesanato insere-se como um complemento 
no orçamento da agricultura e pecuária familiar, assim como nos povos e nas 
comunidades tradicionais, propiciando uma interação com as atividades 
econômicas e turísticas (EMATER, 2015). 
Dentre os atrativos culturais o artesanato vem se destacando 
consideravelmente no setor turístico por ser um produto de grande valor 
histórico-cultural. Conforme Ribeiro (2003), a primeira mais importante condição 
de atração turística é sem dúvida, a beleza e a diversidade ambiental e cultural 
 
de locais receptivos e as regiões brasileiras manifestam o que tem de mais rico 
e diversificado destes aspectos (FRANÇA, 2005). 
Liberdade e diversidade são atributos do trabalho criativo, são também 
palavras que podem definir nosso tempo. A esses valores agregamos a 
qualidade. Entendendo-se esta como sinônimo de pesquisa e inovação no 
conceito, na forma e na escolha de materiais e de técnicas, é também qualidade 
de execução, respeito à ecologia e uma dose de poesia. Podemos dizer que, 
hoje, também faz parte da qualidade uma atenção às raízes culturais do próprio 
país, ou região (FRANÇA, 2005). 
Assim, promover a integração e socialização de conhecimentos e 
experiências, nas áreas de artesanato e agroturismo, com vistas à qualificação 
da ação extensionista, e considerando as relações de gênero, raça e etnia são 
um dos objetivos do trabalho artesanal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
CEPAGRO. Agroturismo. Disponível em <http://www.cepagro.org.br/projetos/ 
Agrotur.html>>. Acesso em 02/04/2007. 
 
FRANCISCO JÚNIOR, J.C. Processo de desenvolvimento do ecoturismo em 
Brotas. In: OLIVEIRA, C.G.S. ET AL (ED). I Congresso Brasileiro de Turismo 
(1999: Piracicaba). Anais. Piracicaba: FEALQ, 1999. p.229-233. 
 
PORTUGUEZ, A. P. Agroturismo e Desenvolvimento Regional. São Paulo, 
SP: Mussite, 1999. 
 
PIRES, P dos S. A dimensão conceitual do ecoturismo. Turismo – Visão e 
Ação. V. 1, n. 1, p. 75-91, 1998. 
 
RIBEIRO, M. Turismo rural em Portugal. In: ALMEIDA, J. A.; RIEDL, M., 
FROEHLICH, J.M., (Ed). Turismo rural e desenvolvimento sustentável. 
Santa Maria: Departamento de Extensão Rural/UFSM, 1998. p. 169-190

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