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Universidade Federal de Goiás Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública Departamento de biociências e tecnologia (debiotec) ________________________________________________________ RELATÓRIO 2 AULA: Coloração de Gram DISCIPLINA: Bacteriologia Humana DATA: 08/09/2020 Turma: B01 ACADÊMICA: Vitória Carreiro de França Teixeira - 201801439 1. INTRODUÇÃO Em 1884, o microbiologista Hans Cristian Joaquim Gram identificou diferentes comportamentos entre bactérias em relação à diferentes corantes. Dessa forma, percebeu que estas poderiam ser classificadas mediante esse padrão, que estaria relacionado com a parede celular do microrganismo. Assim, as que apresentavam coloração roxa foram definidas como gram-positivas, e as de coloração rosa ou vermelha, gram-negativas (BARBOSA et al., 2020). Essa definição está relacionada com a composição da parede celular bacteriana, uma estrutura complexa que apresenta dois principais tipos de organização: parede celular rica em peptideoglicanos que conta também com ácido teicóico e proteínas (gram-positivas), e parede celular com fina camada de peptideoglicanos e presença de uma membrana externa (gram-negativas) (MURRAY, 2013). Dadas essas características, a coloração roxa é atribuída às gram-positivas, visto que o corante cristal violeta fixa-se na espessa camada de peptideoglicanos, enquanto nas gram-negativas há extravasamento deste por conta da imersão em álcool, um agente diferenciador que degrada a parede celular bilipídica, restando apenas o corante vermelho (geralmente safranina) retido na estrutura (MURRAY, 2013). 2. OBJETIVOS Entender o procedimento da coloração de gram e as estruturas observadas. 3. METODOLOGIA 3.1 Materiais Alça de platina (bacteriológica); Álcool-acetona (descorante); Bico de Bunsen; Cristal-violeta (corante); Cultura de bactérias Gram-positivas e/ou cultura de bactérias Gram-negativas; Fucsina ou Safranina (corante); Lâminas para microscopia; Lamínulas; Lugol a 1% (mordente); Microscópio óptico; Óleo de imersão; Papel absorvente. 3.2 Método O processo se inicia com a fixação da lâmina com solução salina, coleta e deposição de uma pequena quantidade de amostra de uma colônia isolada utilizando uma alça de platina bacteriológica. Logo após, é feita a completa secagem passando a lâmina por um bico de Bunsen (BARBOSA et al., 2020). O processo segue com a deposição abundante com um conta-gotas do corante cristal violeta e descanso por 1 minuto, há então posterior lavagem com água corrente. Em seguida, cobre-se a lâmina com lugol 1% por mais um minuto, e novamente é feita lavagem com água corrente. É feita deposição de álcool-acetona 95% pelo período de 10 a 20 segundos e realizada nova lavagem. Por fim, cobre-se a lâmina com o corante Fucsina ou Safranina (0,1 a 0,2%) por mais 30 segundos, e realizada a última lavagem com água corrente (BARBOSA et al., 2020). A secagem pode ser sobre um papel limpo ou utilizando o bico de Bunsen delicadamente. Assim, a lâmina fica pronta para visualização das estruturas em microscópio (BARBOSA et al., 2020). 4. RESULTADOS O corante cristal violeta sofre precipitação pelo iodo e fica retido na camada de peptideoglicano das bactérias gram-positivas, enquanto nas gram-negativa há dispersamento do corante pela degradação da membrana externa, e deposição do corante rosa/vermelho (MURRAY, 2013). Na lâmina corada as bactérias também podem ser classificadas quanto à forma em: cocos, bacilos, cocobacilos, bacilos fusiformes, vibrios, espirilos e espiroquetas. Podem ser identificadas também por seus diferentes tipos de agrupamentos, como diplococos, estreptococos, estafilococos, sarcina, tétrade ou estreptobacilos. Assim, com base nas características morfológicas, a bactéria analisada pode ser identificada e os tratamentos farmacológicos iniciados (MURRAY, 2013). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A coloração de gram é um teste de fácil execução, rápido e eficaz, que permite realizar um diagnóstico inicial de diversas bactérias, pela classificação inicial em gram-positivas e gram-negativas, assim como pela visualização morfológica em microscópio, possibilitando o início rápido de terapêutica específica em muitos casos (MURRAY, 2013). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BARBOSA, Mônica Santiago Barbosa et al. Aulas práticas de Bacteriologia Humana. [e-book]. Goiânia : Gráfica UFG, 2020. 16 p. Disponível em: https://producao.ciar.ufg.br/ebooks/iptsp/bacteriologia_humana/index.html. Acesso em 03 set. 2020. 2. MURRAY, Patrick R. Microbiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1694 p. ISBN 978‑85‑352‑7106‑5.
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