Buscar

Relatório 7 - Lâminas Ziehl-Neelsen

Prévia do material em texto

Universidade Federal de Goiás 
 Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública 
Departamento de biociências e tecnologia (debiotec) 
 ________________________________________________________ 
RELATÓRIO 7 
AULA: ​Lâminas Ziehl-Neelsen 
DISCIPLINA​: Bacteriologia Humana 
DATA:​ 15/10/2020 ​Turma​: B01 
ACADÊMICA:​ Vitória Carreiro de França Teixeira - 201801439 
 
1. INTRODUÇÃO 
As micobactérias são bacilos delgados, intracelulares facultativos, aeróbios 
obrigatórios, não formadores de esporos e sem flagelos, sendo também importantes 
formadores de biofilmes. Seu DNA é rico em G-G, formam cordas serpentiformes (fator 
corda-TDM), um fator de virulência que garante capacidade de fagocitose. Além disso, 
apresentam parede celular complexa, contando com uma camada espessa de lipídeos de 
superfície, composta principalmente por ácidos micólicos, que garantem propriedade 
hidrofóbica ao gênero (MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020). 
O gênero Mycobacterium é da classe de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) o que 
permite a sua diferenciação em relação a outros bacilos pelo método de Ziehl-Neelsen, 
desenvolvido em 1882 pelos alemães Franz Ziehl e Friedrich Carl Adolf Neelsen, que realiza 
uso de solução álcool-ácido na coloração, diferenciando estruturas resistentes de não 
resistentes. Seu crescimento é lento, levando cerca de 8 semanas para observação em cultura 
bacteriológica (MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020). 
 
2. OBJETIVOS 
Entender o procedimento de coloração pelo método de Ziehl-Neelsen, assim como seu 
possível resultado. 
 
3. METODOLOGIA 
O primeiro passo é o preparo do esfregaço com adição de solução salina e posterior 
fixação por meio de calor, passando a lâmina pelo bico de Bunsen de 2 a 3 vezes até a 
secagem. Em seguida, cobre-se a superfície da lâmina com fucsina de Ziehl, carbolfucsina ou 
fenicada, aquecendo novamente em bico de Bunsen pela parte inferior, a fim de garantir a 
absorção do corante, mantendo até secagem parcial, para então lavar em água corrente suave 
(MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020). 
Logo após o esfregaço é coberto com álcool-ácido 1% durante 1 minuto, sendo feita 
nova lavagem em seguida. Por fim, o esfregaço é coberto com azul de metileno 10% durante 
2 minutos, repetindo lavagem com água corrente. Após a secagem é feita observação em 
microscópio óptico com objetiva de 100x para visualização das estruturas de interesse 
(BARBOSA et al., 2020). 
 
4. RESULTADOS 
Cada estrutura possível de ser observada assumirá uma cor determinada, permitindo a 
diferenciação das micobactérias. Estas se apresentarão em células finas em formatos de 
bastão, coradas em vermelho ou rosa, pela capacidade de retenção da fucsina após 
administração de solução ácido-álcool (BARBOSA et al., 2020). 
Elementos não resistentes à ácido-álcool terão cor azulada, como cocos gram positivos 
(células esféricas azuis), bacilos gram negativos (células em formato de bastão azuis) e 
células epiteliais (morfologia característica com tom azul). Isso porque essas estruturas não 
são capazes de manter a fucsina após administração de solução ácido-álcool, assim, se coram 
pelo metileno 10%. O fundo da lâmina deve apresentar-se límpido, livre de precipitados ou 
sujidades (BARBOSA et al., 2020). 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A detecção de bactérias acidorresistentes à quente (Ziehl-Neelsen) é um método rápido 
no diagnóstico de micobactérias. Sua sensibilidade é alta para espécimes respiratórios e em 
casos de alto número de colônias isoladas em cultura, indicando que a reação positiva da 
coloração é indicativo de alta infectividade. Já sua especificidade é maior do que 95% se 
realizado de maneira adequada (MURRAY, 2013). 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. BARBOSA, Mônica Santiago et al. ​Aulas práticas de Bacteriologia Humana. 
[e-book]​. Goiânia : Gráfica UFG, 2020. 32 p. Disponível em: 
https://producao.ciar.ufg.br/ebooks/iptsp/bacteriologia_humana/index.html. Acesso em 
15 out. 2020. 
2. MURRAY, Patrick R. Microbiologia médica​. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1694 
p. ISBN 978‑85‑352‑7106‑5.

Continue navegando