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Estafilococos 1 Estafilococos Class Bacteriologia Humana Created Materials Property Reviewed Type Anotações de aula Família Staphylococcaceae - Gênero Staphylococcus Células esféricas (cocos) gram-positivas com tamanhos entre 0,5 a 1,5 micrômetros de tamanho São identificadas 44 espécies, 24 subespécies, tendo 17 espécies isoladas e identificadas de amostras biológicas humanas Podem ser encontrados isolados, aos pares, tétrades, cadeias curtas ou principalmente em cachos irregulares (estafilococos) Staphylé → cacho de uvas São imóveis, não formam esporos, anaeróbios facultativos (adaptáveis na presença ou não de oxigênio), mesófilos (temperatura corporal 3536ºC Cocos de maneira geral são imóveis, apenas cilíndricos ou espirais possuem estrutura de movimentação Colônias lisas, levemente convexas, brilhantes, borda contínua, podendo ser pigmentadas (branca acinzentadas, amarelo ou amarelo-alaranjado) com tamanhos de 1 a 3mm Capacidade de hemólise de células sanguíneas em vários graus, maioria do tipo beta-hemólise, cuja destruição das hemácias é total, podendo ser observado um alo em testes de perfil de hemólise. São produtoras de catalase, uma das provas laboratoriais mais simples na distinção de grandes grupos de bactérias entre catalase positiva e negativa. Age sobre o peróxido de hidrogênio, importante componente na Sep 10, 2020 200 PM Estafilococos 2 destruição da bactéria, presente nos lisossomos e agentes da fagocitose, o convertendo em H20 e CO2. São produtoras também da coagulase (fator de coagulação do plasma + coagulase → complexo que age como uma atalho da cascata de coagulação, fibrinogênio → fibrina; a bactéria se cobre de fibrina e o sistema não reconhece o próprio do não próprio. Auxílio posterior da fibrinolisina para disseminação) estafilococos coagulase positiva e negativa Condições de crescimento em alta pressão osmótica (geralmente hipertônicos com alta concentração de cloreto de sódio/sal), o que explica sua alta adaptação nas narinas inferiores e na pele. Staphylococus aureus Fatores de virulência Estruturas, produtos ou estratégias que as bactérias possuem para sobreviver e que causam prejuízo ao seu hospedeiro. Determinando assim a patogenicidade da bactéria. São determinados geneticamente. Os Staphylococus aureus são uma das bactérias mais patogênicas Cápsula ou camada mucóide Material pegajoso formado de glicoproteínas e lipoproteínas que envolve a bactéria, contribuem para a evasão do sistema imunológico do hospedeiro e na aderência e fixação às células do hospedeiro. Peptideoglicano e ácidos teicóicos Ajudam na adesão ou aderência da bactéria na superfície das células do hospedeiro e modulação da resposta imune (são pró-inflamatórias) Proteína de superfície A (PSA) Modulação de resposta inflamatória Impede opsonização de imunoglobulinas se ligando a porção Fc Impede o sistema complemento e dificulta a fagocitose Proteína espécie-específica Estafilococos 3 Alvo de desenvolvimento de vacinas Enzimas muitos tipos → capacidade de invasão e disseminação em diversos tecidos humanos) Resistência a antimicrobianos É necessário saber as principais: catalase, coagulase, fibrinolisinas, hialuronidases, lipases, nucleases, hemolisinas, penicilinases Toxinas leucocidinas, toxinas exfoliativas, toxina da síndrome do choque tóxico, enterotoxinas Epidemiologia Ubíquos: capacidade cosmopolita, quase universal Importantes patógenos humanos Causadores de uma gama de processos infecciosos Fazem parte da nossa microbiota endógena ou autóctone: pele, mucosas, trato respiratório superior Principal nichos/reservatório Narinas anteriores Colonizados assintomáticos 2050% da população é portadora assintomática 5090% dos profissionais da saúde Quando se torna infectado? Quando o microrganismo migra do seu habitat natural para outros sítios do organismo por meio da invasão da corrente sanguínea e disseminação para outros locais → são oportunistas Principal motivo > queda da imunidade Indivíduos mais suscetíveis Estafilococos 4 Imunocomprometidos Pós cirúrgicos Usuários de drogas Diabéticos Insulino-dependentes Hemodialisados Portador nasal x população geral Portador nasal: Carga aumentada de bactérias em outros sítios corporais Importantes vetores de disseminação cruzada para pessoas não portadoras Risco aumentado em até 20 vezes de desenvolvimento de infecção Disseminação pessoa-pessoa, fômites. Fatores de risco presença de corpos estranhos (cortes, arranhões, traumas), procedimentos cirúrgicos e uso de antimicrobianos. Estafilococos 5 Infecções encontradas em todo o mundo, sem prevalência sazonal. Patologias clínicas Podem causar uma ampla gama de processos infeciosos Causadores de doença produção de toxinas ou invasão direta e destruição tecidual Infecções cutâneas piogênicas: maioria produz pus Impetigo: vesículas cheias de pus de base eritematosa, avermelhada no rosto de crianças principalemente Foliculite: infecção dos folículos pilosos, base avermelhada, entumecida. Na base da pálpebra: terçol Furúnculo: extensão da foliculite, nódulos grandes, dolorosos, achatos Carbúnculo: vários furúnculos juntos (coalescência de furúnculos), evidência de doença sistêmica Infecções de feridas Procedimentos cirúrgicos ou traumas Edema, eritema, dor e acúmulo de pus Disseminação: bacteremia, endocardite, osteomielite, meningite, infecção pulmonar, artrite séptica. Síndromes mediadas por toxinas Síndrome da pele escaldada: causada pela toxina epidermolítica ou expoliatinas, causa descamação do epitélio revestindo o corpo inteiro, atinge neonatos e crianças pequenas Síndrome do Choque Tóxico: causa pela toxina da síndrome do choque tóxico 1 TSST1, do tipo toxina superantígeno, estimulando liberação maciça de citocinas, levando a febre, hipotensão, vertigem, descamação intensa da pele, cefaléia, falência múltipla dos órgãos. Alta taxa de mortalidade. Estafilococos 6 Intoxicação alimentar: 2 - 4 horas para início dos sintomas, ingestão da toxina bacteriana pré-formada no alimento, contaminado pelo manipulador. Vômitos severos, diarreia, dores abdominais e náuseas. Regressão em 24 hrs, 11 tipos distintos de enterotoxinas do tipo superantígeno, termoestáveis. Estafilococos coagulase-negativa Agentes de doenças humanas Poucas espécies produzem infecções em humanos Patologias clínicas - Infecções associadas: Infecções urinárias Infecções associadas a dispositivos permanentes Bacteremias Endocartite Osteomielite S. epidermidis Endocardites de válvulas naturais ou protéticas, infecções de dispositivos permanentes, de feridas, das vias urinárias, bacteremia, osteomielite. Produtores de biofilme S. saprophyticus Principalmente infecção do trato urinário Acometem principalmente mulheres jovens, saudáveis e sexualmente ativas Disúria, piúria, hematúria e numerosos microrganismos na urina → tropismo por tecido uroepitelial Outros S. haemolyticus S. hominis S. warnesi Estafilococos 7 S. simulans S. lugdunensis S. schleiferi S. saccharolyticus Diagnóstico laboratorial Amostras: espécimes clínicos variadas, dependendo da localização do processo Esfregaços: pus ou catarro Cultura: agar suplementado com sangue de carneiro para colônias típicas, 18 24hrs a 37ºC Importante: pigmentação (principalmente em temperatura ambiente) e hemólise S. aureus Cultura: agar manitol salgado 7,5% NaCl) Fermentam manitol → acidificação do meio → marcador de pH passa de cor vermelha/rosa para um com alo amarelado Se continua rosa: Staphylococus não aureus [diferencial - substâncias que são um diferencial de gêneros e famílias por diferenças metabólicas] Sal → [seletivo] pois são halofílicos por excelência Meio seletivo e diferencial, desenvolvido especialmente para isolamento e identificação prévia ou presuntiva de S. aureus. Identificação: Gram + Catalase + Coagulase +/- Staphylococcus Coagulase positiva → S. aureus] Staphylococcus Coagulasenegativa Estafilococos 8 DNAse +/- Série bioquímica Sistema de identificação comerciais Automação Testes sorológicos: pouquíssimo valor prático Perfil de suceptibilidade: obrigatório pra Staphylococcus, pois eles tem alta capacidade de resistência, de forma que não conseguimos predizer esses aspectos Difusão de disco (antibiograma) Micro ou macro diluição em caldo (quantitativo) Etest (quantitativo) Tipagem molecular PCR Eletroforese Resistência a antimicrobianos Alta capacidade de adquirir e repassar genes de resistência Estafilococos 9 Fenótipos de resistência do S. aureus: 1944 - Resistência à penicilina 4 anos depois da sua introdução 1961 - MRSA resistentes a meticilina, oxaciclina, cloxacilina (penicilinas semisintéticas) em menos de 1 ano 1975 - MRSA multireresistentes 1997 - GISA - Resistência intermediária aos glicopeptídeos (classe de antimicrobianos utilizados como tratamento de última linha de defesa - vancomicina) 2002 - GRSA - Total resistência aos glicopeptídeos VISA e VRSA (vancomicina) → espessamento da parede celular MRSA Conjugação entre Enterococcus fecalis → S. aureus; aquisição da ilha genômica: SCC mec (staphylococcal cassette chromosome mec) Gene Mec A → capacidade de produção da proteína de ligação a penicilina PBP 2a), uma proteína alterada que não permite a ligação das penicilinas e dos beta lactâmicos Grave problema mundial de saúde pública na comidade e em ambientes hospitalares Alta mortalidade MRSA 2 a 53 milhões de portadores Opções terapêuticas diminuídas, difícil tratamento Principal via de transmissão: mãos dos profissionais de saúde pro ambiente e para pessoas Fixação viável por vários meses em diversas superfícies Estafilococos 10 O que esperar no futuro... Adoção de medidas preventivas para o controle da disseminação de MRSA, GRSA... Tentar reduzir os mecanismos de resistência Uso racional de antimicrobianos Lavagem das mãos Coagulase: a S. aureus produz tanto a livre quanto a conjugada, sendo o teste de tubo mais sensível. A reprodução bacteriana não tem relação com a resistência a antibióticos Antibióticos nunca serão eficazes em infecções toxinogênicas A PBP2a é caracterizada pela baixa afinidade a todas as classes de beta- lactâmicos, não só nas penicilinas Comparação MRSA
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