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Natália B. Abrahão Pré-Clínica – Aula 1 Dentística Nomenclatura e Classificação de Cavidades 1. Terminologia · Cavidade dentária: porção de tecido ausente · Preparo cavitário: porção de tecido alterado que foi removido · Restauração · Porção dentária ausente: referente à estrutura removida 2. Origem · Etiológica ® cárie/desgaste = cavidade · Artificial ® realizada pelo profissional = preparo cavitário Qual o motivo de fazer um preparo cavitário? Remover tecido alterado/contaminado; Adequar o remanescente dental; Criar espaço para o material restaurador. 3. Denominação das cavidades Conforme o número de faces envolvidas: · Simples = 1 · Composta = 2 · Complexa = 3+ 4. Nomenclatura das partes constituintes das cavidades: 4.1. Paredes: limite interno da cavidade. · Parede circundante: laterais; não relacionadas com a polpa. Ex: parede vestibular · Parede de fundo: corresponde ao assoalho da cavidade; relacionadas com a polpa. o Parede pulpar: perpendicular ao longo eixo do dente o Parede axial: paralelo ao longo eixo do dente A cavidade recebe o nome das faces que a compõe. Recebe o nome da face para qual está voltada. Natália B. Abrahão 4.2. Ângulos: · Diedros: união de duas paredes o 1º grupo = C x C o 2º grupo = C x F o 3º grupo = F x F · Triedros: união de três paredes · Cavossuperficial: união das paredes da cavidade com a superfície externa do dente (margem) Obs: para facilitar a comunicação, divide-se a cavidade em caixas, conforme a face de referência. 5. Classificação de Black (1908) · Classe I - Região de cicatrículas e fissuras: o Oclusal de pré-molares e molares o 2/3 oclusais da face vestibular de molares inferiores o 2/3 oclusais da face palatina de molares superiores o Palatina de incisivos superiores Recebem o nome das paredes que os compõem Exceção: em cavidades proximais de dentes anteriores, classe III, os ângulos diedros e triedros que envolvem a face incisal serão chamados apenas de incisais. Natália B. Abrahão • Classe II - Faces proximais de pré-molares e molares (“soberana”) • Classe III - Faces proximais de incisivos e caninos, sem remoção do ângulo incisal • Classe IV- Faces proximais de incisivos e caninos, com remoção e restauração do ângulo incisal • Classe V - Faces vestibular ou lingual/palatina de todos os dentes. Terço cervical, superfície lisa. 6. Classificação Complementar • Classe I de SOCKWELL (1968): cicatrículas e fissuras incipientes (de ponto) na vestibular de dentes anteriores. • Classe VI de SIMON (1956) / SIMON (1956) & HOWARD (1973): bordas incisais e pontas de cúspides. 7. Classificação de Mount & Hume (1997) Classificação para restaurações adesivas; Classifica a cavidade de acordo com o local (site) e o tamanho (size). Site 1 - sulcos e fossas oclusais; bordos incisais; sulco V molares inferiores / pré molares superiores. Site 2 - superfícies proximais (anteriores e posteriores) Site 3 - 1/3 gengival (V/L); lesões radiculares (M/D/V/L) Size 1 - abertura mínima (sulco) Size 2 - média (estrutura dental remanescente suficiente) Size 3 - larga (debilitação cuspídea) Size 4 – ampla (grande perda de estrutura dental; perda de cúspide ou bordo incisal) ® Várias cavidades em um mesmo dente são individualizadas Natália B. Abrahão 8. Classificação de CONCEIÇÃO et al (2000)/(2007) Tipo I – oclusal de molares e pré-molares sem envolvimento de cúspide ou com envolvimento parcial de cúspide Tipo II – proximais de molares e pré-molares sem envolvimento da crista: • Vestibulo-lingual (Roggenkamp, 1982) • Túnel (Hunt & Knight, 1984) • Acesso direto (Crockett, 1975) com envolvimento da crista: • Microcavidade (acesso Almquist, 1973) • Composta • Complexa Tipo III – proximais de anteriores sem envolvimento do ângulo incisal (classe III de Black) Tipo IV - proximais de anteriores com envolvimento do ângulo incisal (classe IV de Black) Tipo V – vestibular e lingual de todos os dentes (toda a face, não só o 1/3 cervical) Natália B. Abrahão Pré-Clínica – Aula 2 Dentística Princípios gerais do preparo cavitário 1. Princípios Básicos: Remoção do esmalte (para ter acesso a dentina cariada) · Por ser um tecido bastante mineralizado, utiliza-se a caneta de alta- rotação ® gira em alta velocidade e, por isso, gera calor. O calor pode causar danos à polpa, assim como provocar alterações no esmalte, que poderiam prejudicar a adesão. É preciso sempre utilizar refrigeração com água. · Pode ser utilizada uma broca (corta) ou uma ponta diamantada (lixa). · A região desgastada deve compreender toda a área de lesão de cárie. · A margem cavitária deve estar sempre em esmalte hígido. Remoção da dentina 1. Dentina superficial: muito amolecida (purê de batata) ® remoção com escavador de dentina 2. Dentina infectada: amolecida, mas apresenta certa resistência (manteiga) ® remoção com escavador de dentina ou broca 3. Dentina afetada desmineralizada: não é amolecida, é mais mineralizada do que as outras, já pode ser mantida. · Utilizar caneta de baixa rotação · Trabalhar com campo seco, visto que o tecido já está amolecido. · A broca utilizada deve ser esférica (favorece o contato com as paredes) com o maior tamanho possível (otimiza o tempo de trabalho e diminui o risco de exposição pulpar) As características do preparo dependem de vários fatores, como: Material Técnica Acesso à lesão Estudos mostraram que quanto mais largos eram os istmos, maior era a fragilidade dos tecidos remanescentes. Natália B. Abrahão 2. Princípios gerais do preparo cavitário: 2.1. Forma de contorno: É a área que vai ser incluída no preparo cavitário; Esta diretamente relacionada com a área da lesão de cárie. Características: ® Margens sinuosas, sem ângulos vivos/agudos, o mais arredondadas possível; ® Deve englobar toda a área envolvida na lesão; ® Margens cavitária no tecido hígido. Depende da extensão do tecido cariado Princípios: ® Não realizar extensão preventiva ® Independe da idade do paciente ou do risco de cárie ® Esmalte socavado (hígido sem suporte dentinário) não precisa ser desgastado, deve ser suportado por CIV ou RC (materiais adesivos). ® Buscar sempre a preservação do tecido sadio. Técnica: Alta rotação com refrigeração, utilizando broca ou ponta diamantada. ® Ponto de início: centro da lesão 2.2. Forma de resistência: Pensar a cavidade/restauração de forma que o dente tenha resistência para sofrer impactos oclusais e de mastigação. Exemplos: preservação do dente, ângulos marginais arredondados (maior dissipação das forças), não deixar esmalte socavado sem material adesivo, etc. 2.3. Forma de retenção: Pensar a cavidade para que ela retenha o material restaurador, evitando deslocamento. ® Amálgama: cavidade em formato retentivo ® Resina: sistema adesivo Natália B. Abrahão Exemplos: ® Cavidade auto-retentiva: a própria cavidade, devido ao seu formato, promove a rentenção – amálgama. ® Retenção adicional: desgaste a mais na cavidade – canaleta ® Pinos intra-dentinários e pinos intra-canais ® Características de preparos onlay ® Sistemas adesivos 2.4. Forma de conveniência: Visa possibilitar a intrumentação, inserção, acabamento (acesso). Exemplos: Isolamento absoluto, correta seleção do instrumental, afastar os dentes de forma mediata ou imediata para permitir o acesso a caixa proximal, afastar a gengiva, etc. 2.5. Remoção da dentina cariada: Remoção com escavador de dentina. Princípio: Remover totalmente a área de lesão Exceções: ® Em lesões incipientes, a RTC pode acontecer junto com a forma de contorno. ® Em cavidades extensas de cárie, a RTC deve ser a 1ª fase (dispensa o uso da broca). 2.6.Identificação da dentina cariada: 2.7. Técnica de identificação: Campo seco Tocar na dentina com a sonda ou com o escavador* Critério é sempre a consistência 2.8. Remoção da dentina cariada: Campo seco Lesão ativa: • Coloração amarelada/ocre • Umidecida • Consistência amolecida Lesão inativa: • Coloração acastanhada/ preta • Seca • Consistência coriácea Natália B. Abrahão Broca esférica de tamanho compatível com a cavidade (o maior possível) em baixa rotação e escavador de dentina. Não utilizar ponta diamantada em dentina! Objetivo: remover toda a dentina desorganizada e toda a dentina infectada. ® Reduzir a contaminação da cavidade ® Proteger o complexo dentino-pulpar ® Criar condições favoráveis ao material restaurador ® nenhum material adere ao tecido cariado Remoção seletiva parcial: realizada apenas na parede de fundo, em cavidades muito profundas, quando há risco de exposição pulpar. 2.9. Acabamento das paredes de esmalte: Remoção das irregularidades do esmalte, com o objetivo de melhorar o selamento/adaptação da restauração, podendo ser feito de forma manual ou com aparelho rotatório. 2.10. Limpeza da cavidade: Depende do material restaurador Smear layer (lama dentinária): saliva, sangue, bactérias, rastas abrasivas, óleo do micromotor... ® Veda naturalmente os túbulos Se o material restaurador não interage com os túbulos dentinários, como o amálgama, não é necessário remover o smear layer. ® Material não-adesivo: preserva o smear layer o Limpeza para retirar resíduos macroscópicos pode ser feita com: ♦ Solução de hidróxido de cálcio ♦ Solução de clorexidina 2% ♦ Água oxigenada ♦ Spray água/ar ® Material adesivo: interage com o smear layer o Condicionamento ácido total = remove todo o smear layer (on e in) Não é removido com substâncias neutras, é necessário conteúdo ácido. Natália B. Abrahão o Condicionamento seletivo (só em esmalte) e adesivo auto- condicionante em dentina: não remove todo o smear layer, participa da adesão. ® CIV: trabalha com ácido poliacrílico prévio (para limpeza), por ser um ácido fraco, remove apenas o smear on e mantém o smear in. Natália B. Abrahão Pré-Clínica – Aula 3 Dentística Preparo Cavitário para Restauração de Amálgama 1. Indicação de Restaurações de Amálgama · Classe I e Classe II de dentes posteriores · Região de cíngulo 2. Instrumentos · Caneta de baixa rotação · Broca tronco cônica invertida (base mais estreita que a extremidade) · Condensadores · Esculpidores · Brunidores · Pontas multilaminadas para acabamento · Borrachas abrasivas para polimento do amálgama (marrom – verde – azul) 3. Preparo Cavitário 3.1. Classe I · O acesso do preparo é feito com a broca tronco cônica invertida pelo sulco principal. · A fase do acesso já proporcionará a configuração geométrica adequada ¨ Vestibular: convergindo para oclusal ¨ Lingual: convergindo para oclusal ¨ Pulpar: plana, paralela à superfície oclusal Natália B. Abrahão · As paredes proximais, por serem muito estreitas, não influenciam na retentividade. Entretanto, devido à orientação dos prismas de esmalte, essas paredes não podem ser convergentes, pois isso aumentaria o risco de fraturas. Portanto: ¨ Mesial: paralela ou ligeiramente divergentes ¨ Distal: paralela ou ligeiramente divergentes · Todas as paredes devem ser lisas, com bom acabamento para conferir maior resistência. 3.2. Classe II – envolvimento das faces proximais · Presença da caixa oclusal (que terá a mesma configuração de uma classe I) e da caixa proximal · Cria-se uma cavidade na oclusal semelhante à de uma classe I e posteriormente, rompe-se a crista marginal da face proximal envolvida. · Rebaixa-se a caixa proximal, fazendo com que surjam duas novas paredes. ¨ Gengival: paralela à parede pulpar ¨ Axial: ligeiramente inclinada para oclusal · Coloca-se uma matriz metálica entre o dente a ser restaurado e o dente vizinho para proteger no momento da abertura do preparo cavitário. A matriz atua como um anteparo mecânico, evitando o extravasamento do material no momento da condensação e para permitir a manutenção do ponto de contato entre os dentes. · Utilizam-se cunhas para fixar a matriz. · Toda a configuração do preparo da classe I aplica-se à classe II Mesmo a cavidade tendo um formato retentivo, pela natureza química do amálgama (composto principalmente por Al+3) e do esmalte (composto principalmente por Ca+2) ocorre repulsão entre os materiais. Para evitar isso, deve ser utilizado adesivo ou flúor para criar uma atração entre os materiais. Natália B. Abrahão · Os recortadores de margem gengival são utilizados para fazer o acabamento da cavidade 4. Opções mais conservadoras · Existe a possibilidade de uma restauração mais conservadora quando há envolvimento apenas das faces proximais, utilizando o acesso direto à lesão, chamado de “slot” (nesses casos, não há envolvimento da face oclusal). · Para realizar o slot horizontal é necessário fazer o afastamento dos dentes, para permitir o acesso à área da lesão com uma broca. · Caso a lesão esteja no ponto de contato entre os dentes, opta-se pelo slot vertical, ficando semelhante a caixa proximal de uma restauração classe II. Natália B. Abrahão Pré-Clínica – Aula 4 Dentística Restaurações de Amálgama de Prata 1. Importância atual do amálgama: · Técnica menos sensível (menos dependente do isolamento absoluto) · Baixo custo · Tempo clínico interessante (colocação de incrementos bem maiores) · Durabilidade · Grande quantidade de estudos sobre o material · Apresenta resistência ao desgaste um pouco maior do que o esmalte dentário, isso faz com que o material não desgaste o esmalte, mas que tenha uma longevidade de até 40 anos. 2. Indicação: · Dentes posteriores, em restaurações de classe I e II · Cavidade de média e grande extensão (é necessário um mínimo de profundidade) · O preparo cavitário deve ser retentivo · Áreas de pouco comprometimento estético 3. Limitações: · Material de coloração diferente da coloração dos tecidos dentários · Dente fica com aspecto acinzentado devido à translucidez do esmalte que deixa transparecer a coloração do material · Pode pigmentar a dentina ao longo do tempo, fazendo com que apesar de ser um tecido saudável, apareça de forma bastante enegrecida. · Não tem adesão aos tecidos dentários, portanto exige cavidades retentivas, que acabam provocando maior perda de tecido saudável. Natália B. Abrahão · Presença do mercúrio ® O mercúrio orgânico é o material realmente perigoso, pois possui grau de absorção de 95%, sendo rapidamente absorvido pelo corpo. J O mercúrio utilizado na odontologia tem grau de absorção de 5%, ou seja, muito inferior ao mercúrio realmente “tóxico”. J Atualmente, não se pode afirmar que a exposição crônica a baixas doses de mercúrio, como no caso de restaurações de amálgama, seriam responsáveis por danos significativos à saúde. J Os riscos do amálgama são semelhantes a qualquer outro material restaurador, dependendo da sensibilidade do paciente. 4. Cuidados: · Utilizar os materiais de proteção, principalmente luvas e máscara. · Evitar derramamentos · Limpar os instrumentais antes da esterilização · Usar cápsulas bem vedadas · Usar o isolamento absoluto sempre que possível · Evitar a contaminação de outros instrumentais ® materiais cortantes contaminados podem possibilitar que o material se aloje nos tecidos, causando tatuagens de amálgama. · Armazenar de forma adequada os resíduos · Existem filtros que podem ser colocados em consultórios para evitar a contaminação via sistema hídrico 5. Protocolo clínico: a) Verificar os pontos de contatos · Fazer a marcação com papel articular antes e depois de realizar arestauração Natália B. Abrahão b) Anestesia c) Isolamento absoluto do campo operatório d) Preparo cavitário e) Isolamento absoluto do campo operatório f) Colocação da matriz · Características das matrizes: - Fácil colocação e remoção - Boa adaptação e fixação ao dente - Resistência à pressão (principalmente no caso de restaurações de amálgama). - Deve ter altura suficiente para ficar abaixo da parede gengival e um pouco acima da superfície oclusal/crista marginal. - É fundamental que a brunidora seja realizada na matriz, para torná-la mais arredondada. · Existem dois tipos de matrizes: Universais: irão adaptar-se em qualquer tipo de situação e são usadas com o porta-matriz. ® Matriz em rolo (proteção para o preparo) e a matriz de tofflemire/ em forma de boomerang (restauração) Individuais: Matriz de rolo é perfurada pelo alicate 141 que forma uma espécie de gancho que prende a matriz no formato do dente. g) Colocação das cunhas · Função: fixar a matriz, afastar os dentes (compensando a espessura da matriz) para possibilitar a melhor reabilitação do ponto de contato e impedir o extravasamento do material. Pode ser feito antes ou depois da realização do preparo cavitário. Permitem a restauração do contorno do dente, assim como o reestabelecimento do ponto de contato entre os dentes e evitar o excesso de material. São colocadas paralelas as faces proximais, envolvendo o dente. Posteriormente, coloca-se a cunha do lado em que a restauração será realizada. Normalmente as cunhas são inseridas de lingual para vestibular, pois o espaço interdental é maior na face lingual. Natália B. Abrahão · Existem também as cunhas elásticas, que serão usadas em situações onde não é necessária a realização de muita pressão para afastar os dentes, já que estas não tem uma capacidade de pressão tão boa quanto às cunhas de madeira. · As cunhas reflexivas são usadas com matrizes transparentes para possibilitar a passagem de luz nas regiões proximais. h) Proteção da cavidade: A proteção é necessária já que o amálgama é um material condutor térmico e elétrico, podendo causar danos aos tecidos dentários, alem de desconforto. Pode ser utilizado: · Verniz (material antigo) · Hidróxido de cálcio (usado em cavidades profundas, para proteção da polpa dentária). · Cimento de ionômero de vidro (usado para diminuir a profundidade da cavidade). · Amálgama hibridizado: utiliza o sistema adesivo da resina composta antes da realização da restauração do amálgama. o Ocorre a formação da camada híbrida, com adesivo penetrando na dentina ® melhora o selamento marginal e diminui o manchamento da dentina. o NÃO MELHORA A RETENÇÃO! · Amálgama adesivo: utiliza o sistema adesivo dual, diferente do utilizado em restaurações de resina. · Ocorre a formação da camada hibrida e embricamento micromecânico com o amálgama (o adesivo polimeriza-se quimicamente misturado ao amálgama), aumentando a retenção e melhorando o selamento marginal. Ácido fosfórico – 30s em esmalte e 15s em dentina Lavagem e secagem Aplicação do primer de forma vigorosa em dentina por 15s Aplicação de uma fina camada de adesivo e polimerização por 20s Frasco com ácido + Frasco com adesivo e catalisador (permite a polimerização física, por luz, quanto química). - Aplicação do ácido - Aplicação do primer - Aplicação de mistura (1:1) do sistema adesivo dual - Aplicação do amálgama sobre a camada de adesivo não polimerizado. Natália B. Abrahão i) Trituração (atualmente feito em amalgamador) j) Aplicação do material na cavidade com o porta-amálgama (acima dos limites da cavidade) k) Condensação · Compactação do material nas paredes do preparo · Diminuição da porosidade do material · Remoção do excesso de mercúrio l) Pré-brunidura m) Escultura n) Remoção da matriz cortando a matriz ou retirando-a do porta-matriz (nunca retirar por oclusal) o) Remoção do lençol de borracha do isolamento absoluto p) Brunidura final q) Ajuste oclusal: · Amálgama não-cristalizado: desgaste do contato oclusal com a espátula 3S · Amálgama cristalizado: desgaste do contato oclusal com broca multilàminada (brunir após o ajuste) r) Polimento final (24h após a restauração): · Melhorar a escultura, se necessário. · Melhorar o acabamento, se necessário. · Polimento, para diminuir a corrosão. o Brocas multilaminadas (inclinada nas vertentes) o Borrachas abrasivas (marrom – verde - azul) o Escova robbinson com mistura de pó IRM e álcool para dar brilho. Natália B. Abrahão Pré-Clínica – Aula 5 Dentística Sistemas adesivos na Odontologia 1. Preparo Cavitário Atualmente, a configuração dos preparos cavitários para restaurações de materiais resinosos é fundamentada basicamente no acesso e na remoção de tecido cariado graças aos sistemas adesivos e à evolução das resinas compostas. 2. Evolução histórica Em 1955, Bounocore descobriu a possibilidade de se condicionar o esmalte com ácido. Na época, o condicionamento ácido em dentina era algo bastante assustador, pelo receio de causar danos à polpa. Devido a isso, por muitos anos a adesão foi garantida apenas em esmalte, através do condicionamento ácido exclusivo neste tecido. Depois de muitos estudos sobre o assunto, na década de 80 começou a ser preconizado o condicionamento ácido tanto em esmalte, quanto em dentina, sendo a técnica utilizada até hoje para possibilitar a adesão. Desde então, os estudos continuam, buscando longevidade e adesão de qualidade. 3. Adesão em esmalte 3.1. Características do esmalte dentário: · Tecido altamente mineralizado · Composto basicamente por cristais de hidroxiapatita 3.2. Condicionamento ácido em esmalte: · Ao aplicar ácido fosfórico sobre o esmalte, ele é capaz de tornar esta superfície lisa do tecido em uma superfície acentuadamente irregular, aumentando a sua energia livre de superfície e permitindo o embricamento micromecânico. Quanto ↑ a energia livre de superfície do esmalte, melhor será a adesão com o material restaurador e melhor a sua capacidade de molhamento. Quantidade de moléculas na superfície de um corpo, capazes de realizar ligações químicas com outro material que é depositado sobre este. Natália B. Abrahão · Por meio do condicionamento ácido podem ocorrer diferentes graus de desmineralização (sendo sempre seletiva, para possibilitar a rugosidade da superfície): o Dissolução do núcleo mantendo a periferia dos prismas de esmalte (forma mais comum) o Dissolução da periferia mantendo o núcleo dos prismas de esmalte o Dissolução que não permite distinguir núcleo e periferia, mas que confere a irregularidade devida. · Após o condicionamento ácido, o ângulo de contato entre esmalte e adesivo que antes era maior que 90º, passa a ser menor do que 15º ® melhor escoamento, representando um importante ganho na adesão. 4. Adesão em Dentina 4.1. Características da dentina: · Estrutura complexa, composta por 20% de água, 30% de colágeno (matriz orgânico) e 50% de minerais. · Tecido tubular (túbulos dentinários, dentina inter-tubular e dentina peritubular), por onde passam os odontoblastos. · Todos os prolongamentos odontoblásticos que saem da polpa alcançam a junção amelodentinária · A dentina mais profunda (mais próxima da polpa) é bem mais permeável do que a dentina superficial, pois possui muito mais túbulos por área. · Forma uma camada de lama dentinária após o preparo cavitário, sendo composta por restos bacterianos, restos de materiais odontológicos, saliva, etc. Tem como característica obliterar a abertura dos túbulos dentinários, comprometendo a adesividade, visto que a união entre a lama e o túbulo é muito fraca. A lama dentinária deve ser removida pelo ácido fosfórico ao utilizarmos os sistemas adesivosde condicionamento ácido total. Resumo – Condicionamento ácido em esmalte: Dissolução seletiva dos cristais de HA, criando microrrugosidades e aumentando a energia livre de superfície, possibilitando uma melhor interação entre o tecido e o adesivo. Natália B. Abrahão 4.2. Condicionamento ácido em dentina: · Remove o smear layer e os smear plugs (tampões dos túbulos) · Dissolve de forma parcial a HA da dentina inter e peri-tubular, fazendo com que reste um tecido formado basicamente por colágeno e água ® trama colágena sustentada por água O adesivo Bond não tem afinidade por água, o que provoca uma diminuição da energia livre de superfície, já que adesivo e dentina não irão apresentar afinidade neste momento. Devido a isso, torna-se necessária a utilização do primer (monômeros, compostos por uma terminação hidrofílica e outra hidrofóbica, dissolvidos em solvente), que permitirá que o adesivo (hidrofóbico) penetre na dentina (hidrofílica) ® após a aplicação do primer, a dentina aumenta a sua energia livre de superfície permitindo que o tecido receba o adesivo. · A longevidade da adesividade está muito mais relacionada a capacidade de entrelaçamento do adesivo com as fibras colágenas do que com o comprimento dos prolongamentos de adesivo presentes no interior dos túbulos dentinários. 5. Aplicação do adesivo · O adesivo penetra no interior dos túbulos dentinários e por entre as fibrilas colágenas com a ajuda do primer. · Após a polimerização do adesivo, temos a formação dos TEGs de adesivo (prolongamentos) e o entrelaçamento entre as fibras colágenas. A melhor solução não seria retirar toda a água presente na dentina para permitir a afinidade com o adesivo? NÃO, pois o embricamento micromecânico que ocorre entre o adesivo e a dentina acontece por meio das fibras colágenas. Se fosse possível retirar toda a água presente na dentina, as fibras colágenas colabariam, fechando os espaços existentes entre elas, comprometendo o embricamento. pe de in Natália B. Abrahão 5.1. Formação da camada híbrida/ Hibridização: Ocorre a desmineralização do esmalte e da dentina causada pela ação do ácido fosfórico, seguido da aplicação de uma solução monomérica hidrofílica e hidrofóbica, que envolve os cristais de HA difusos pelo interior das fibrilas colágenas dispostas, tendo como resultado o processo chamado de hibridização ou formação da camada híbrida. 5.2. Camada híbrida: Estrutura ácido-resistente, formada pela penetração dos monômeros adesivos na dentina desmineralizada e polimerização ao redor das fibras colágenas. 6. Sistemas adesivos contemporâneos v Sistemas adesivo de condicionamento ácido total de 3 passos: ® Protocolo clínico: 1) Aplicação do ácido fosfórico 30s em esmalte e 15s em dentina (tempo é extremamente crítico em dentina) 2) Lavagem por no mínimo o mesmo tempo de condicionamento (30s) 3) Secagem protegendo a dentina com bolinha de algodão ou papel filtro, aplicando o jato de ar de forma não muito direta. 4) Aplicação de forma ativa/vigorosa do primer por 30s 5) Aplicação de jato de ar para permitir uma secagem parcial da dentina e a volatilização do solvente 6) Aplicação do adesivo evitando excessos que podem diminuir a resistência da restauração 7) Fotoativação do adesivo 8) Inserção da resina composta v Sistemas adesivo de condicionamento ácido total de 2 passos ® Protocolo clínico: 1) Aplicação do ácido fosfórico 30s em esmalte e 15s em dentina (tempo é extremamente crítico em dentina) DENTINA + ADESIVO = CAMADA HÍBRIDA 1 - Ácido fosfórico 2- Primer 3 - Adesivo 1 - Ácido fosfórico 2- Primer + Adesivo Natália B. Abrahão 2) Lavagem por no mínimo o mesmo tempo de condicionamento (30s) 3) Secagem protegendo a dentina com bolinha de algodão ou papel filtro, aplicando o jato de ar de forma não muito direta. 4) Aplicação de forma ativa/vigorosa do primer-adesivo por 30s 5) Aplicação de jato de ar para permitir uma secagem parcial da dentina e a volatilização do solvente 6) Aplicação de uma segunda camada de primer-adesivo 7) Fotoativação do primer-adesivo 8) Inserção da resina composta Sistemas adesivos auto-condicionantes (não tem uma etapa de condicionamento ácido separada, mas sim um primer-ácido) O primer-ácido é capaz de desmineralizar parcialmente os cristais de HA da dentina e envolver a smear layer (não ocorre uma remoção total) e ao mesmo tempo penetrar o adesivo. Entretanto, a longevidade da adesão ainda é inferior ao condicionamento ácido total. Esse sistema é indicado em cavidades muito profundas, pois a base de dentina não desmineralizada promoveria uma proteção para a polpa dentária. v Sistemas adesivos auto-condicionantes de 2 passos: ® Protocolo clínico: 1) Aplicação de forma ativa/vigorosa do primer-ácido por 30s 2) Aplicação de jato de ar para permitir uma secagem parcial da dentina e a volatilização do solvente 1 - Primer-ácido 2- Adesivo A falha na longevidade de alguns sistemas adesivos pode ocorrer pela desmineralização de uma grande profundidade de dentina, que não fica completamente penetrada por adesivo. Com isso, forma-se uma camada mais profunda de dentina desmineralizada, com colágeno exposto, que tem altas chances de sofrer degradação e provocar falhas na restauração. Tentando solucionar esse problema, foram criados os sistemas adesivos auto-condicionantes, para que a faixa que sofresse desmineralização fosse ao mesmo tempo preenchida por adesivo. Natália B. Abrahão 3) Aplicação do adesivo 4) Fotoativação do adesivo 5) Inserção da resina composta v Sistemas adesivos universais: Pode ser utilizado em diferentes protocolos clínicos, fornecendo adesão a outros tipos de materiais. Além disso, possui monômeros semelhantes aos do Ionômero de Vidro, que são capazes de realizar uma união química com o cálcio da dentina, portanto além da união mecânica, fornece união química. Porém, ainda há poucos ensaios clínicos mostrando os resultados a longo prazo deste material, portanto é necessário cautela. 7. Protocolo para evitar contaminação Utilizar sempre a isolamento absoluto. 8. Degradação ao longo do tempo Quanto mais simplificado o sistema adesivo, maior é a sua hidrofilia e, portanto, maior a chance de sofrer hidrólise, diminuindo a longevidade da restauração. Problema: Por ser utilizado um ácido mais fraco, o condicionamento em esmalte é bastante comprometido, causando problemas de selamento marginal. O protocolo atual indica que se faça o condicionamento com ácido fosfórico em esmalte e depois se aplique o primer-ácido em dentina, tornando a técnica bastante complexa. Natália B. Abrahão Pré-Clínica – Aula 6 Dentística Resina Composta 1. Propriedades Mecânicas Gerais 1.1. Tensões: · Tração – tende a alongar o corpo · Compressão – tende a alongar o corpo · Cisalhamento Dependendo do dente que está sendo restaurado, diversos tipos de tensões podem ocorrer nas restaurações que serão executadas, assim como nos próprios dentes. 1.2. Tipos de deformação: · Deformação elástica – após a incidência da força o corpo volta ao seu formato inicial ® reversível · Deformação plástica – após a incidência da força o corpo adquire um formato diferente da inicial ® irreversível 1.3. Tipos de carga/força: · Estática – força aplicada é aumentada lentamente · Dinâmica - força aplicada é aumentada bruscamente · Repetidas – força é aplicada diversas vezes, como em ensaios de fadiga. 1.4. Módulo de Elasticidade: · Representa a rigidez de um material. · Determinado pela fórmula · Quanto ↑ a deformação, ↓ módulo de elasticidade e ↓ a rigidez do material. · Módulo de elasticidade/ Rigidez = Cerâmica > Metal > Polímero Natália B. Abrahão · Limite de proporcionalidade: quando este limite é excedido indica que pequenos aumentos de tensãogeram grandes deformações, caracterizando uma deformação plástica. 2. Polímeros ® meros = parte · São empregados em diversos processos industriais · Sua produção pode ser de forma térmica ou através de luz. Teologia: ciência que estuda a deformação ou escoamentos dos materiais. 2.1. Química e mecanismos de polimerização: · Materiais orgânicos são compostos basicamente por moléculas de carbono, oxigênio e hidrogênio. · O carbono pode realizar até 4 ligações, pois possui 4 elétrons livres. 2.2. Estrutura dos polímeros: · Oligomero – polímero formado por poucas unidades monoméricas · Homopolímero – polímero formado por um único tipo de monômero · Copolímero – polímero formado por diferentes tipos de monômeros Molécula insaturada – possui ligações duplas ou triplas e, portanto, não realizou todas as ligações possíveis. Molécula saturada – possui apenas ligações simples e, portanto, realizou todas as ligações possíveis. Cadeias lineares Cadeias ramificadas Cadeias reticulares Flexibilidade Suscetibilidade à hidrólise Estabilidade Natália B. Abrahão 3. Tipos de Polimerização 3.1. Geração de radicais livres: · Ativação química ou por fonte de calor: peróxido de benzoíla e acetila são iniciadores que vão gerar radicais livres pela ação de calor ou química. O radical livre (elétron gerado que não está unido a nenhum outro átomo) será muito reativo, pois deseja ligar-se a algum outro átomo. Para conseguir unir-se, quebra a ligação dupla de uma molécula, unindo-se a um dos elétrons gerados, enquanto o outro elétron torna-se um novo radical livre, repetindo o processo. Esta sequência corresponde à propagação do processo de polimerização. · Ativação por luz: a fotoiniciação acontece com a absorção de um fóton (energia luminosa) por um fotoiniciador - o mais utilizado no caso das resinas compostas é a canforoquinona -, que gerarão intermediários ou diretamente radicais livres que irão iniciar a polimerização. 4. Componentes das Resinas · Matriz orgânica – principal componente quimicamente ativo: composto por monômeros inibidores (visa aumentar o tempo de vida útil do material e a polimerização espontânea do monômero), monômeros iniciadores e modificadores de cor (pigmentos orgânicos óxido- metálicos que geram opacidade e diferentes colorações). Diversos monômeros que não estão unidos entre si, mas estão próximos, ao receberem fotoativação aproximam-se mais e unem-se, gerando a chamada contração de polimerização. Compromete o selamento marginal (pelo aumento da possibilidade de fendas/GAPs marginais), aumenta a possibilidade de fraturas em paredes muito fragilizadas com a geração de trincas, diminui a resistência de união entre adesivo e tecido dentário, pode gerar Quanto maior a proporção de monômeros na reação final, maior será a contração de polimerização. Natália B. Abrahão sensibilidade pós-operatória e fendas podem causar pigmentação no tecido. · Matriz inorgânica/ partículas de carga – Quartzo, sílica, partículas de vidro radiopacas (para permitir avaliação radiográfica): aumentam as propriedades da resina composta, reduzindo a quantidade de matriz orgânica. Tornam a resina bastante viscosa. · Agentes de união: tem a função de unir as duas matrizes, para impedir que as cargas se descolem da matriz, evitando a incorporação de pigmentos. Além disso, garantem uma melhor distribuição das tensões entre as matrizes. Provocam um aumento na resistência ao desgaste e à hidrolise e melhoram a estabilidade de cor. 4.1. Vantagens e desvantagens dos componentes de uma resina composta: Componentes Vantagens Desvantagens Matriz orgânica · Combinação de cor · Agente aglutinante · Propriedades reológicas (relacionadas ao escoamento) · Alto coeficiente de expansão térmica linear · Alta contração de polimerização · Alta sorção de água · Baixas propriedades mecânicas · Baixa estabilidade de cor Partículas de carga · Aumenta as propriedades mecânicas · Baixo coeficiente de expansão térmica · Reduz a contração de polimerização · Mais inerte que a matriz orgânica · Rugosidade · Influência no polímero e brilho superficial · Dificulta a passagem de luz Agentes de união · Transmissão homogênea de tensões entre matriz e carga · União das partículas de carga à matriz orgânica · Aumenta a estabilidade hidrolítica e de cor ao longo do tempo · Passível de hidrólise · Aumenta as tensões de contração de polimerização Natália B. Abrahão 4.2. Cuidados na utilização de resina composta: A contração de polimerização vai sempre existir, mas pode ser diminuída pelo uso de técnica incremental. São colocados pequenos incrementos de resina, não unindo cúspides opostas. Esta técnica diminui a competição entre a tensão de contração da resina e a força de adesão do sistema adesiva aos tecidos dentários, diminuindo então a possibilidade de danos à restauração. ® Alternativas para diminuir a contração de polimerização: · Utilizar monômeros de alto peso molecular (utilizado nas bulk fill) · Inclusão de altas porções de partículas de carga · Aumentar a fase pré-gel · Diminuir o fator C da cavidade (paredes aderidas à resina / paredes não aderidas à resina) ® quanto ↑ o fator C ↑ a competição entre a contração de polimerização da resina composta e a resistência de união do sistema adesivo 4.3. Reatividade dos monômeros presentes nas resinas compostas: Dependem: · Do número de ligações insaturadas ® quanto maior o número de ligações insaturadas, maior a chance de formação de radicais livre e consequentemente, de união desses monômeros. · Da distância entre os grupamentos ® quanto mais próximos estiverem mais fácil de serem unidos entre si. Irá determinar o grau de complexidade da cadeia polimérica. Quanto maior o grau de conversão de monômeros em polímeros, melhores serão as propriedades deste material. 4.4. Fatores que podem interferir na interface adesiva: · Contração de polimerização o Geração de fendas /trincas o Sensibilidade pós-operatória Natália B. Abrahão o Recidiva de cárie o Pigmentação de margem o Cúspides fragilizadas · Tipo de adesivo e forma de manipulação · Módulo de elasticidade ® quanto mais rígida a resina, menor a capacidade de absorver tensão, ou seja, toda a tensão recebida é transferida para o dente. · Intensidade de luz · Fator C 5. Classificação das Resinas 5.1. De acordo com o tamanho das partículas: · Macroparticuladas: resinas bem antigas, não usadas atualmente. · Microparticuladas: excelentes para uso em dentes anteriores. Possuem propriedades mecânicas baixas, por apresentar uma maior quantidade de matriz orgânica que permite um melhor polimento do material. Devido à isso, é indicada para áreas estéticas, com menos estresse oclusal (face vestibular). · Híbridas: desuso · Micro-híbridas · Nanoparticuladas: presença de partículas muito pequenas. Indicada tanto para dentes anteriores, quanto posteriores, pois tem boa resistência ao desgaste e também oferece um polimento interessante. São consideradas universais. · Nano-híbridas · Bulk-fill: permitem a utilização de incrementos maiores. São indicadas para base ou forramento (flow – com menor quantidade de carga) e também para preenchimento da cavidade. É importante destacar que a resina bulk fill flow deve ser recoberta com uma última camada de resina universal, por ter uma baixa resistência ao desgaste. Natália B. Abrahão Por ter menos partículas de carga, naturalmente teriam uma maior tensão de contração de polimerização, para contornar isso os fabricantes incorporam monômeros e partículas de carga especiais. 5.2. De acordo com a viscosidade: · Baixa viscosidade (flow): maior capacidade de molhamento da superfície, mas menor percentual de carga, conferindo menorresistência à compressão. É utilizada como base/forramento por ter baixa resistência ao desgaste e maior tensão de contração. · Média viscosidade (maioria das resinas utilizadas) · Alta viscosidade (resinas compactáveis/ condensáveis): alta rugosidade superficial, poucas opções de cores e difícil polimento. Foram lançadas há anos, com o objetivo de ter uma resina mais densa, que pudesse jogar a matriz contra o dente vizinho para facilitar a obtenção do ponto de contato (uma tentativa de se aproximar do amálgama). Caíram em desuso e atualmente não estão mais à venda no mercado. 6. Inserção da Resina Composta Utilização da técnica incremental ® inserção de forma oblíqua, evitando unir cúspides opostas, utilizando incrementos de até 2mm. 7. Polimerização da Resina Composta: · Início: geração de radicais livres por ativação química ou por luz, onde a massa começa a se tornar viscosa, mas ainda podendo sofrer deformação interna (fase pré-gel). Nesta fase, a contração do material não gera maiores problemas, já que a diminuição de volume poderá ser compensada pela capacidade do material sofrer alguma deformação interna (ainda não é um sólido). · Propagação: maiores moléculas do polímero vão sendo formadas, transformando a massa em estado sólido (fase gel). A escolha dos materiais deve ser sempre guiada por evidências científicas. Natália B. Abrahão · Término: a partir da fase gel, a movimentação das moléculas dentro da massa de resina ficará prejudicada. Portanto, qualquer diminuição de volume gerará tensão de contração na interface. Natália B. Abrahão Pré-Clínica – Aula 7 Endodontia Morfologia e Abertura Coronária de Monorradiculares 1. Dentes monorradiculares Dentes com uma única raiz e um único conduto. · Incisivos centrais · Incisivos laterais · Caninos · Pré-molar inferior 2. Anatomia dentária Para fins de tratamento endodôntico, o elemento dentário é dividido em duas porções: · Porção coronária: acima do colo dentário, sem inserção óssea. · Porção radicular: abaixo do colo dentário, inserido em tecido ósseo e preso ao ligamento periodontal. Divide-se em três terços: cervical, intermediário e apical. ® Incisivos Centrais ® Incisivos Laterais Número de canais e raízes: 1 raiz – 1 canal Comprimento médio do dente: 22,6mm Idade de formação radicular: 5 - 7 anos Idade de fechamento radicular: 8 -10 anos Número de canais e raízes: 1 raiz – 1 ou 2 canais Comprimento médio do dente: 21mm Idade de formação radicular: 4 – 6 anos Idade de fechamento radicular: 7 -9 anos Número de canais e raízes: 1 raiz – 1 ou 2 canais Comprimento médio do dente: 22,1mm Idade de formação radicular: 6 - 8 anos Idade de fechamento radicular: 8 -10 anos Número de canais e raízes: 1 raiz – 1 ou 2 canais Comprimento médio do dente: 21mm Idade de formação radicular: 4 – 7 anos Idade de fechamento radicular: 7 -9 anos Natália B. Abrahão ® Caninos ® Pré-molares 3. Abertura coronária Também chamada de abertura da câmara pulpar ou cirurgia de acesso. Corresponde ao procedimento de abertura da câmara pulpar para possibilitar o acesso aos canais radiculares. Segundo a literatura, o sucesso de um tratamento endodôntico começa a ser determinado a partir da etapa de abertura coronária. Quando esta parte do procedimento é falha, existem grandes chances do restante do tratamento ser insatisfatório. 3.1. Planejamento: · Verificar a posição e inclinação do elemento dentário para possibilitar o acesso à câmara pulpar de forma direta, evitando acidentes. · Remoção do tecido cariado 2º Pré-molar superior Número de canais e raízes: 1 raiz – 1 canal Comprimento médio do dente: 27,2mm Idade de formação radicular: 6 – 8 anos Idade de fechamento radicular: 10 -13 anos Número de canais e raízes: 1 raiz – 1 canal Comprimento médio do dente: 25mm Idade de formação radicular: 6 – 8 anos Idade de fechamento radicular: 10 -13 anos Número de canais e raízes: 1 raiz – 1 ou dois canais Comprimento médio do dente: 21,8mm Idade de formação radicular: 7 – 9 anos Idade de fechamento radicular: 11 -14 anos Número de canais e raízes: 1, 2 ou 3 raizes – 1, 2 ou 3 canais Comprimento médio do dente: 21,6mm Idade de formação radicular: 7 – 9 anos Idade de fechamento radicular: 11 -13 anos Número de canais e raízes: 1 ou 2 raizes – 1 ou dois canais Comprimento médio do dente: 22,1mm Idade de formação radicular: 7 – 12 anos Idade de fechamento radicular: 11 -14 anos Natália B. Abrahão · Em casos de dentes restaurados, avaliar as condições da restauração. · Avaliar a situação de coroas metalocerâmicas · Realização de exame radiográfico ® para verificar a relação entre teto e assoalho de câmara pulpar deve-se utilizar radiografias interproximais, por terem menor distorção. 3.2. Princípios fundamentais da abertura: · A abertura deve ser feita de forma que o instrumento tenha acesso direto ao canal radicular ® Em uma situação de cárie proximal, o acesso não pode ser feito pelo local onde ocorreu a remoção do tecido cariado. · O limite da abertura deve remover todo o teto da câmara pulpar. Nas reentrâncias do teto, podem ficar material orgânico, que se decompõem e com o tempo escurecem o elemento dentário. · O assoalho da câmara pulpar nunca deve ser desgastado (em casos de polirradicular) 3.3. Procedimentos prévios à abertura: · Organização do material · Análise criteriosa da radiografia · Anestesiar o paciente 3.4. Procedimento de abertura coronária: ® Incisivos centrais, incisivos laterais e caninos: a) Ponto de eleição - ponto onde ocorrerá o início da abertura coronária: face palatina/lingual (para não ter comprometimento estético), aproximadamente 2mm acima/abaixo do cíngulo – em direção a face incisal. Natália B. Abrahão b) Traçado de perfil – contorno: · Incisivos: triangular com base em incisal e vértice próximo à região de cíngulo, sendo mais achatado no sentido MD nos incisivos laterais. · Caninos: losangular ou ovalada. c) Isolamento absoluto Estas duas etapas podem alterar a ordem entre si d) Remoção do tecido cariado e) Trepanação – simples ato de romper o teto da câmara pulpar, alcançando a câmara pulpar. f) Remoção completa do teto da câmara pulpar: penetra-se com as brocas de baixa rotação 2, 4, 6 ou 8 dentro da câmara pulpar e a aciona no sentido de tracionamento, para a face externa do dente. Com o objetivo de aprofundar o acesso à câmara pulpar e consequentemente, remover o seu teto. Quando for alcançada uma situação em que não há mais teto e sim apenas paredes circundantes, interrompe-se o processo. Para verificar se ainda há teto é necessário sondar com a sonda exploradora, verificando se há pontos de retenção (degraus), indicando a presença de remanescentes de teto. . g) Desgaste compensatório – ato de desgastar projeções de dentina que dificultam o acesso ao canal radicular. Esta etapa é realizada de acordo com o caso. A broca deve ser colocada sempre de forma perpendicular ao longo eixo do dente, levemente inclinada em direção ao colo dentário. Utiliza-se ponta diamantada 1012, 1014 ou 1016 até alcançar a dentina, desgastando na forma de contorno. Depois disso, devem ser usadas brocas 2, 4, 6 ou 8 de baixa rotação. Natália B. Abrahão h) Localização da entrada do canal – realizada com a sonda de Rhein (lisa e cônica). ® Pré-molares com uma raiz com canal único: a) Ponto de eleição: na face oclusal, no terço médio do sulco mésio-distal. b) Traçado de perfil: ovalada com o longo eixo no sentido vestíbulo- lingual. Nunca se estendendo a ponto de atingir a ponta de cúspide. c) Isolamento absoluto Estas duas etapas podem alterar a ordem entre si d) Remoção de tecido cariado i) Trepanação:simples ato de romper o teto da câmara pulpar, alcançando a câmara pulpar. e) Remoção completa do teto da câmara pulpar: penetra-se com as brocas de baixa rotação 2, 4, 6 ou 8 dentro da câmara pulpar e a aciona no sentido de tracionamento, para a face externa do dente. Com o objetivo de aprofundar o acesso à câmara pulpar e consequentemente, remover o seu teto. Quando for alcançada uma situação em que não há mais teto e sim apenas paredes circundantes, interrompe-se o processo. f) Desgaste compensatório – não é muito realizado nestes elementos dentários. A broca deve ser colocada sempre de forma paralela ao longo eixo do dente. Utiliza-se ponta diamantada 1012, 1014 ou 1016 até alcançar a dentina, desgastando na forma de contorno. Depois disso, devem ser usadas brocas 2, 4, 6 ou 8 de baixa rotação. Natália B. Abrahão g) Localização da entrada do canal – nestes elementos a distinção entre câmara pulpar e canal radicular é mais difícil. Natália B. Abrahão Pré-Clínica – Aula 8 Endodontia Odontometria e Esvaziamento do Canal Radicular 1. Anatomia e histopatologia do periápice 1.1. Polpa: · A polpa coronária possui um grande número de células, um menor número de fibras, caracterizando-se pela grande quantidade de vasos sanguíneos de pequeno calibre. · Conforme a polpa aproxima-se do ápice radicular, diminui o número de células, aumenta o número de fibras e aumenta o calibre dos vasos. 1.2. Componentes inorgânicos · O canal dentinário apresenta-se como um cone convergente para apical, continuando após o fim da dentina, como canal cementário apresentando-se como um canal divergente para apical. · No momento da rizogênese incompleta não há canal cementário, ele é formado ao longo do tempo. · A zona de encontro entre os dois canais é a zona de maior constrição, de menor diâmetro ® Limite CDC (cemento-dentina-luz do canal). · O endodontista deve trabalhar, no máximo, até o limite CDC, não agindo sobre o canal cementário. Natália B. Abrahão · A visibilidade da divisão entre os dois canais é possível apenas em microscopia, não sendo visível em exame radiográfico. · No terço cervical do canal existe uma maior número de túbulos dentinários e estes são mais calibrosos, possibilitando ampla infecção por micro-organismo. · Após estudos, convencionou-se que o canal cementério mede entre 1,8 e 3,2mm. 1.3. Sistemas de canais: O conduto radicular não é único, mas sim, composto por vários diferentes canais que formam um sistema. 1.4. Lâmina Dura: A presença da lâmina dura indica que as estruturas em torno do canal radicular estão íntegras. Quando ela encontra-se ausente indica que existe algum processo patológico, como infecção de MO ocorrendo, que forma uma lesão apical com destruição do tecido duro. 2. Comprimento de Trabalho 2.1. Biopulpectomia: Situação de polpa viva em que as estruturas periapicais estão integras radiograficamente. 2.2. Necrose Pulpar com Lesão Periapical: Nestes casos, o canal cementário já se encontra ausente, como resultado dos danos causados as estruturas do periápice. CT = Comprimento do dente em radiografia inicial –2mm (comprimento do canal cementário para fins de tratamento endodôntico) CT = Comprimento do dente em radiografia inicial (trabalha-se em toda a extensão do canal) Natália B. Abrahão 2.3. Necrose Pulpar sem Lesão Periapical: Nesta situação intermediaria devemos procurar retirar todos os microrganismos que estejam presentes no canal, mas evitando lesionar as estruturas periapicais. 3. Odontometria Medida de comprimento de um dente para fins de preparo e obturação. Faz-se através de radiografias, com cálculos matemáticos, para eliminar possíveis distorções radiográficas. · Para fins de tratamento endodôntico, recomenda-se que o feixe central do raio-x passe pelo terço apical, diminuindo distorções. 3.1. Método de Ingle: a) Medir na radiografia inicial o comprimento da borda incisal/ponta da cúspide até o vértice radicular. Ex: 27mm ® Comprimento Aparente do Dente b) Para descontar possíveis distorções, diminui-se do comprimento encontrado 3mm. Ex: 27mm – 3mm = 24mm ® Comprimento de Trabalho Provisório c) Introduzir o instrumento com o comprimento resultante. Ex: 24mm ESVAZIAMENTO DO CANAL d) Realizar radiografia odontométrica com o instrumento ainda dentro do canal. e) Avaliar se o instrumento ficou além, aquém ou no comprimento desejado. f) Determinar o comprimento de trabalho (CT), considerando a situação clínica (verificar a necessidade de alteração do comprimento do instrumento – recuar ou avançar). CT = Comprimento do dente em radiografia inicial –1mm (comprimento intermediário) INDEPENDENTE DA SITUAÇÃO CLÍNICA! Natália B. Abrahão 4. Esvaziamento do canal radicular · Saneamento progressivo do conteúdo séptico do canal. Limpeza de cada um dos terços do canal, diminuindo as chances de “empurrar” impurezas para o terço apical do canal. · Cateterismo (exploração do canal com instrumentos): funciona como um êmbolo, forçando o conteúdo séptico para a região periapical. 4.1. Situação de necrose pulpar: · Técnica mediata: procedimento não é realizado em apenas uma consulta. Indicações: urgências, pacientes com válvulas cardíacas protéticas que exigem cuidado na disseminação de contaminação e pacientes com defeitos estruturais adquiridos ou congênitos. a) Isolamento absoluto b) Remoção do teto da câmara c) Colocação de uma bolinha de algodão estéril com tricresol formalina na câmara pulpar d) Remoção do excesso de produto com gaze estéril e) Selamento por no mínimo 72h (tempo ideal para o produto atuar) · Técnica Imediata: Realização de penetração desinfetante, indicada quando há tempo suficiente para a realização da técnica em uma única consulta. ® É feita a neutralização progressiva do conteúdo séptico do canal, avançando por terços. a) Isolamento absoluto Tricresol Formalina: transforma os produtos tóxicos da degradação tecidual (putrecina, cadeverina, escatol) em produtos não tóxicos (lisol); Atua por volatilização. Natália B. Abrahão b) Irrigação da câmara pulpar com cloreto de sódio c) Penetração do instrumento baseada no comprimento do raio-x inicial (comprimento aparente - 3mm) d) Remoção do conteúdo séptico do terço cervical através de movimentos de penetração e rotação direita-esquerda e) Irrigação da câmara pulpar com cloreto de sódio e aspiração f) Remoção do conteúdo séptico do terço médio através de movimentos de penetração e rotação direita-esquerda g) Irrigação da câmara pulpar com cloreto de sódio e aspiração h) Remoção do conteúdo séptico do terço apical através de movimentos de penetração e rotação direita-esquerda i) Irrigação da câmara pulpar com cloreto de sódio e aspiração j) Realização da radiografia odontométrica 4.2. Situação de retratamento endodôntico: a) Isolamento absoluto b) Desinfecção da câmara pulpar com cloreto de sódio c) Penetração baseada no raio-x inicial (comprimento aparente - 3mm) d) Remoção do material obturador até o terço médio é feita com brocas Gates (trabalha abrindo espaço e jogando material para fora) ou manualmente, com o auxílio de limas (nº 20) e solventes orgânicos (como eucaliptol, óleo de laranja) e) Realização de radiografia odontométrica 4.3. Situação de polpa viva: No tratamento endodôntico dois requisitos são fundamentais: I Cadeia Asséptica (evita infecções): isolamento absoluto, esterilização dos materiais, remoção completa de dentina cariada e selamento hermético (camada de material provisório + camada de ionômero de vidro). I Cadeia atraumática: seguir o protocolo baseado na radiografia inicial Natália B. Abrahão ® Canais amplos: a) Anestesia (no mínimo 1 tubete) b) Isolamento absoluto c) Irrigação docloreto de sódio d) Cateterismo com instrumento fino (nº 10 ou 15) até o comprimento adequado (comprimento da radiografia – 3mm), penetrando cautelosamente entre a parede de dentina e a polpa – explorando e ao mesmo tempo descolando a polpa. e) Realização de radiografia odontométrica e determinação do comprimento de trabalho f) Introdução da sonda farpada no espaço criado até encontrar resistência (atingindo no máximo o terço médio), recuar 1mm e fazer 3-4 rotações para “enroscar a polpa” ® Canais estreitos: a) Anestesia (no mínimo 1 tubete) b) Isolamento absoluto c) Irrigação do cloreto de sódio d) Cateterismo com instrumento fino (nº 10 ou 15) até o comprimento adequado (comprimento da radiografia – 3mm), penetrando cautelosamente entre a parede de dentina e a polpa – explorando e ao mesmo tempo descolando a polpa. e) Realização de radiografia odontométrica e determinação do comprimento de trabalho f) Remoção da polpa por laceração, através da instrumentação (polpa vai sendo retirada aos poucos) Ocorrerá sangramento intenso, que deve diminuir à medida que se remove a polpa coronária. Natália B. Abrahão Pré-Clínica – Aula 9 Endodontia Preparo do Canal 1. Objetivos do preparo do canal · Limpeza de todo o sistema de canais radiculares: remover todo o conteúdo do sistema de canais radiculares (restos pulpares, restos necróticos e microrganismos – em caso em que já houve infecção). · Modelagem do canal principal: dar forma cônica e progressiva em direção apical (maior diâmetro na cervical, afunilando para apical), respeitando o formato inicial do canal e mantendo a posição original do forame apical. 2. Condições necessárias · Meios químicos – substâncias químicas auxiliares · Meios físicos – ato de irrigar e aspirar (promove uma movimentação de líquidos dentro dos canais, que permite um turbilhonamento e, consequentemente, uma melhor limpeza dos sistemas de canais radiculares) · Meios mecânicos – técnica de instrumentação do canal radicular 3. Técnicas de preparo disponíveis 3.1. Materiais: · Instrumentos manuais + brocas especiais I Broca especial LA AXXESS I Limas endodônticas (1ª, 2ª e série especial) Movimentos possíveis: o Movimentos de exploração: entrar no canal com leve pressão fazendo oscilações direita-esquerda, com o objetivo de “conhecer” o canal, até alcançar o comprimento desejado. ® Exemplos de uso: casos de exploração de polpa viva; penetração desinfetante em caso de necrose. Natália B. Abrahão o Movimentos de limagem: introduzir a lima no canal com leve pressão até o comprimento desejado, ao atingir o comprimento, deve-se pressionar o instrumento contra uma parede, removendo-o em viés (diagonal) para não formar sulcos nas paredes do canal. · Sistemas sônicos e ultrassônicos (primeiros sistemas automatizados, mas que hoje já não são mais utilizados) · Sistemas automatizados que utilizam instrumentos com movimentos oscilatórios, rotatórios ou reciprocantes 3.2. Técnica Seriada: · Primeira técnica a surgir (bastante antiga) Define que todos os instrumentos que entrassem no canal deveriam trabalhar no comprimento de trabalho 3.3. Técnica Escalonada: · Surgiu devido às limitações da técnica seriada em casos de canais curvos Define que se deve trabalhar com instrumentos mais finos na região apical do canal e, a partir do momento que começasse a trabalhar com instrumentos mais calibrosos, o comprimento de trabalho diminuiria para manter a curvatura original do canal. Conforme ocorre o aumento do calibre das limas, aumenta também a rigidez do material. Portanto, em canais com curvatura, os instrumentos mais calibrosos não conseguem acompanhar a curvatura, gerando alterações no formato do canal ou causando perfurações. Após uma série de estudos, descobriu-se que o verdadeiro problema de se preparar canais curvos é que o maior estreitamento do canal não se encontra na região apical, mas sim na entrada do canal. Em função deste estreitamento na entrada do canal, existe muita dificuldade de chegar na região apical. Natália B. Abrahão 3.4. Técnica Coroa-ápice: Define que primeiro deve ser preparada a porção cervical do canal para eliminar a primeira curvatura na entrada do canal, liberando esta região para que o instrumento possa chegar mais livre na região apical para realizar o preparo do local (facilitando possíveis curvaturas). Vantagens: · Auxilia na eliminação da conformação cervical, que dificulta a chegada do instrumento em apical; · Favorece o acesso mais retilíneo e direto à porção apical do canal; · Possibilita um maior alargamento do terço apical, uma vez que o instrumento já chega mais livre na região; · Favorece uma maior zona de escape ® ao irrigar o canal, o líquido pode sair mais facilmente, pois a região cervical já está preparada, que consequentemente, gera uma maior movimentação de líquidos no interior do canal, possibilitando uma maior limpeza; · Reduz a extrusão de microrganismos para a região periapical, já que a limpeza é feita terço a terço, os microrganismos da região cervical e média não têm chance de alcançar o terço apical; · Reduz a chance de fratura do instrumento, pois este chega mais livre na curvatura apical. Desvantagens: · Operador deve cumprir todas as etapas da técnica com rigor. · Caso o operador não cumpra as etapas da técnica pode ocorrer obstrução do canal por raspas de dentina e formação de degraus. Natália B. Abrahão 4. Protocolo clínico do preparo do canal a) Obter o comprimento de trabalho provisório medindo o comprimento aparente do dente na radiografia inicial, reduzindo 3mm. b) Irrigar e aspirar o canal antes de penetrar com qualquer tipo de instrumento, deixando-o com um pouco de líquido para que o canal não fique seco 4.1. Exploração do canal ou penetração desinfetante a) Penetrar no canal com instrumentos finos ® Biopulpectomia: penetrar no canal em toda a sua extensão até o comprimento provisório uma única vez ® Necrose pulpar: penetrar terço a terço, explorando/limpando até alcançar o comprimento provisório b) Ao alcançar o comprimento de trabalho provisório com o instrumento fino, deve-se repetir o processo com uma lima de maior calibre (nº seguinte) c) Esta etapa só é concluída quando o comprimento de trabalho provisório for alcançado com um lima 15 4.2. Preparo cervical com as brocas especiais a) Entrar com a broca LA AXXESS na porção cervical do canal, tracionar contra as paredes para remover a saliência dentinária b) Irrigação e aspiração para remover as raspas de dentina produzidas pela broca c) Introduzir, um a um, os instrumentos já utilizados na etapa de exploração até o comprimento provisório (lima nº 8, nº 10, nº15) ® Entre cada instrumento sempre irrigar e aspirar Natália B. Abrahão 4.3. Estabelecimento do comprimento de trabalho: Odontometria a) Testar até encontrar a lima mais calibrosa que consegue entrar no canal alcançando o comprimento provisório (ficando justo) b) Realizar a radiografia odontométrica c) Estabelecer o comprimento de trabalho de acordo com a situação clinica, tendo como base a radiografia ® Polpa viva: Comprimento real do dente –2mm ® Necrose sem lesão pulpar: Comprimento real do dente –1mm ® Necrose com lesão pulpar: Comprimento real do dente (trabalha- se em toda a extensão) 4.4. Preparo coroa-ápice com limas Dilatar o canal na cervical em direção à apical, até alcançar o comprimento de trabalho (iniciar o preparo no terço cervical e médio com instrumentos calibrosos até atingir o comprimento desejado). a) Calibrar todas as limas de 1ª e de 2ª série no comprimento de trabalho já definido anteriormente. Ex: 24mm b) Escolher o primeiro instrumento a ser usado nessa etapa à o mais calibroso que entrar 1mm ou 2mm justona embocadura do canal, sem forçar o instrumento, evitando a criação de degraus. Ex: lima nº 45 c) Introduzir a lima definida com leve pressão, até sentir resistência, em seguida, fazer movimentos de exploração (direita-esquerda) e remover o instrumento do canal. ® Repetir no máximo 2 ou 3x. Essa etapa tem como objetivo desgastar a dentina do local aonde a ponta do instrumento está tocando d) Irrigar e aspirar Natália B. Abrahão e) Remover raspas de dentina, explorando o canal com as limas mais finas f) Introduzir a lima seguinte menos calibrosa (Ex: 40), até sentir resistência, em seguida, fazer movimentos de exploração (direita- esquerda) e remover o instrumento do canal. ® Repetir no máximo 2 ou 3x. g) Irrigar e aspirar h) Remover raspas de dentina, explorando o canal com as limas mais finas no comprimento de trabalho. · O primeiro instrumento que chega no comprimento de trabalho depois do preparo coroa-ápice é chamado de Instrumento Apical Inicial 4.5. Preparo apical Confecção de um degrau no comprimento de trabalho, chamado de batente apical (é nesse degrau que o material obturador irá apoiar-se para não extravasar para a região periapical). Nesse momento, todas as limas trabalharão no comprimento de trabalho, já que o objetivo desta etapa é dilatar a porção apical, gerando o degrau desejado. Obs: As limas devem ser pré-curvadas, para que não haja desvios na curvatura original do canal. a) Iniciar trabalhando com o Instrumento Apical Inicial ® Introduzir o instrumento no canal, pressiona-lo contra uma parede e remover em viés (movimento de limagem). Repetir esse movimento até que a lima fique solta no comprimento de trabalho do canal. b) Irrigar e aspirar Repetir esse processo, diminuindo o calibre das limas, até chegar com o instrumento no comprimento de trabalho. Natália B. Abrahão c) Fazer movimentos de limagem com o instrumento seguinte mais calibroso, até que a lima fique solta no comprimento de trabalho do canal. d) Irrigar e aspirar Depende da anatomia do canal (curvatura) e da situação clínica (em casos de biopulpectomia não é necessário um degrau tão amplo, pois não há infecção). · O último instrumento a trabalhar no comprimento de trabalho será chamado de Instrumento Apical Final ou Instrumento Memória 4.6. Escalonamento do canal Essa etapa tem como objetivo, tornar o terço médio um pouco mais dilatado, para dar mais conicidade ao preparo, facilitando a obturação. Para isso, deve-se aumentar o calibre dos instrumentos a partir do Instrumento Apical Final, sempre recuando 1mm do comprimento de trabalho. Realizar movimentos de limagem, circunferencial, em todas as paredes do canal até que a lima fique solta. Sempre intercalando entre o instrumento mais calibroso e o Instrumento Apical Final/ Memória (no comprimento de trabalho). Repetir esse ciclo, usando 2 ou 3 instrumentos mais calibrosos, a partir do instrumento apical inicial. Usar pelo menos 2 ou 3 limas mais calibrosas que o Instrumento Apical Final/Memória, depende do comprimento do canal, já que nessa etapa deve ser preparo todo o terço médio à SEMPRE IRRIGAR E ASPIRAR ENTRE UM INSTRUMENTO E OUTRO. Natália B. Abrahão Pré-Clínica – Aula 10 Dentística Restaurações em Resina Composta 1. Classificação das restaurações de resina · Tipo I – oclusal de molares e pré-molares o Sem envolvimento de cúspide o Com envolvimento parcial de cúspide · Tipo II – oclusal + proximal o Com envolvimento de crista marginal composta ® Slot vertical (entrada pela crista até alcançar a cavitação) o Sem envolvimento de crista marginal ® Acesso direto (dente vizinho ausente); ® Acesso vestibulo-lingual ® Acesso tipo túnel (em 45º, distante 1-2mm da crista) 2. Indicações para restauração direta em dentes posteriores · Lesões de cárie na oclusal, na proximal e nas superfícies livres · Restauração de dentes posteriores fraturados · Substituição de restaurações antigas de amálgama ou resina por motivos estéticos · Substituição de restaurações deficientes em amálgama ou resina · Fechamento de pequenos diastemas em dentes posteriores 3. Vantagens · Técnicas adesivas permitem o trabalho em preparos mais conservadores, restringindo-se basicamente em acesso à lesão e remoção do tecido cariado · Estética · Reforço da estrutura dental · Facilidade de reparo Natália B. Abrahão · Custo inferior às restaurações indiretas 4. Limitações · Sensibilidade da técnica restauradora · O isolamento absoluto é fundamental · Áreas muitos extensas a serem restauradas · Necessidade de condicionamento superficial · Material extremamente dependente do perfil do paciente (fumante, se consome alimentos muito pigmentados) 5. Critérios de diagnóstico · Localização e extensão da área a ser restaurada · Expectativa do paciente quanto ao resultado estético e longevidade · Avaliar hábitos nocivos do paciente (químicos, físicos e ingestão de corantes) · Avaliar a oclusão do paciente ® quanto mais para distal o dente estiver no arco, pior o prognóstico, pois as forças mastigatórias são maiores nesses dentes · Possibilidade de manchamento 6. Seleção de material e técnica 6.1. Reestabelecimento de ponto de contato em restaurações tipo II: · Pré-encunhamento (posicionar a cunha antes de realizar o preparo) o Proteção do dente vizinho o Pré-afastamento entre os dentes ® facilita o reestabelecimento do ponto de contato, visto que o espaço ocupado pela matriz é “descontado” · Contact-Pró ou Contact-Gold · Matriz metálica parcial associada a um anel metálico parcial + cunha de madeira Natália B. Abrahão 7. Protocolos clínicos 7.1. Restauração tipo I a) Anestesia b) Seleção de cor ® quando os dentes ainda estão úmidos (dentes secos ficam mais brancos, mais opacos) · Matiz – cor (A, B, C e D) · Croma – grau de saturação (nº) · Valor – quantidade de energia luminosa Seleção da cor da dentina é feita avaliando a região cervical do dente Seleção da cor do esmalte é feita avaliando o terço médio a ponta de cúspide c) Verificação de contatos oclusais · Para tentar reproduzi-lo ao final da restauração · Para evitar contatos oclusais na interface dente-restauração ® nesses casos, opta-se por aumentar o preparo cavitário para que o contato fique em dente ou apenas em resina d) Preparo cavitário · Acesso com broca 245 ou 330 (sentido horário) · Remoção de tecido cariado com curetas de dentina ou brocas esféricas · Não remover esmalte socavado · Ângulos internos arredondados · Sem formação de bisel ® bisel aumenta as chances de fratura e) Isolamento do campo operatório f) Profilaxia da cavidade g) Sistema adesivo h) Inserção da resina composta · Estratificação natural, minimizando o estresse de contração; Inserção oblíqua, evitando unir cúspides opostas, em incrementos de no máximo 2mm. Natália B. Abrahão i) Ajuste oclusal Cortar um pedaço do papel articular (1/2), pegando de 3 a 4 dentes e segurando com uma pinça pedir para o paciente ocluir, fazendo os movimentos necessários. · MIH (máxima intercuspidação habitual) · Lateralidade · Protusão j) Acabamento e polimento · Ponta diamantada fina “F” · Brocas multilaminadas · Pontas siliconadas para resina composta · Escova de carbeto de silício · Pasta para polimento de resina composta associada a um disco de feltro 7.2. Restauração tipo II a) Anestesia b) Seleção de cor c) Verificação de contatos oclusais d) Pré-encunhamento (colocação de matriz e cunha)* e) Preparo cavitário · Acabamento das paredes de dentina com recortadores de margem gengival, para evitar formação de gaps. f) Isolamento do campo operatório g) Profilaxia da cavidade h) Inserção de matriz (unimatrix e cunha)* i) Sistema adesivo h) Inserção da resinacomposta · O primeiro objetivo é reconstruir a crista marginal ® transforma-la em uma cavidade tipo I o Colocar uma primeira camada de resina na caixa proximal e polimerizar Natália B. Abrahão o Colocar uma segunda camada de resina um pouco mais volumosa, colocar o contact gold (penetra na camada de resina não polimerizada) e pressionar o instrumento contra a matriz e o dente vizinho. o Polimerizar e preencher as ranhuras deixadas pelo instrumento com uma resina flow o Terminar a construção da caixa proximal · Restaurar a caixa oclusal com estratificação natural, minimizando o estresse de contração; Inserção oblíqua, evitando unir cúspides opostas, em incrementos de no máximo 2mm. i) Ajuste oclusal j) Acabamento e polimento · Ponta diamantada fina “F” · Brocas multilaminadas · Pontas siliconadas para resina composta · Escova de carbeto de silício · Pasta para polimento de resina composta associada a um disco de feltro Na proximal: o Pode-se trabalhar com lâmina de bisturi nº 12, nas ameias e na porção cervical (se houver acesso) o Discos soflex o Tiras de lixa na interproximal Cortar a tira no sentido do longo eixo, deixando-a bem estreita. Entrar por baixo do ponto de contato, de vestibular para lingual, chegando à região desejada. Natália B. Abrahão Pré-Clínica – Aula 11 Dentística Restaurações de dentes anteriores em resina composta 1. Classificação das restaurações · Tipo III – proximais de dentes anteriores sem envolvimento de ângulo incisal · Tipo IV - proximais de dentes anteriores com envolvimento de ângulo incisal (típicas de fratura) · Tipo V – lesões cervicais · Lesões atípicas 2. Restaurações de resina composta · Recuperação da forma · Recuperação da função · Estética · Resistência · Preservação da estrutura sadia 3. Preparo cavitário em dentes anteriores · Remoção de tecido cariado com escavadores de dentina ou brocas de baixa rotação · Acabamento das paredes de esmalte o Instrumentos cortantes manuais o Instrumentos rotatórios o Confecção de bisel na margem (especialmente em classe IV) 4. Restaurações tipo III 4.1. Etiologia: · Lesões de cárie proximal Natália B. Abrahão 4.2. Diagnóstico: · Exame clínico · Exame radiográfico · Fio dental ® passar o fio na interproximal e verificar se desfia, pois pode indicar cavitação · Transiluminação (mais utilizado a nível de pesquisa) · Afastamento dental o Imediato o Mediato 4.3. Acesso: · Direto (quando há espaço) à lesões pequenas o Evita desgaste de estrutura sadia o Facilita a manutenção dos contatos oclusais o Favorece o resultado estético final · Por palatina (mais utilizado) à lesões maiores, mais para palatina o Preserva o esmalte vestibular o Não é colocado resina na área estética · Por vestibular (menos utilizada) à lesões na vestibular, restaurações deficientes na vestibular ou dentes com apinhamento o Expõe resina na face vestibular o Maior prejuízo estético 4.4. Protocolo técnico: a) Anestesia b) Profilaxia (escova robbinson + pasta profilática) c) Marcação dos contatos oclusais se o acesso for por palatina d) Seleção de cor · Matiz: essência da cor · Croma: saturação/ intensidade da cor · Valor: quantidade de branco na cor; luminosidade/ claridade da cor · Translucidez/Opacidade Afastar os dentes, proteger o dente vizinho com matriz e entrar com a broca de forma direta. Resina E (esmalte) – semi-translúcido Resina D (dentina) - opaco Natália B. Abrahão Escala Vitapan Classical A = marrom/marrom avermelhado (bege) à mais utilizado B = amarelo C = cinza D = vermelho cinza / grená · Aproximar a escala do dente do paciente, buscando o matiz, avaliando pela cor do terço cervical (porção onde existe mais pigmento) · Verificar alterações de croma no próprio terço cervical ou ao longo da coroa · Observar o centro do dente (área plana, com maior reflexão de luz), para verificar o valor, definindo possíveis ajustes na cor do esmalte · Observar a borda incisal, para definir a necessidade de uso de uma resina com efeito translúcido (para mimetizar a borda azulada, comum em dentes jovens) Sem isolamento, com luz natural (desligar o refletor) e) Seleção do tipo de resina, as mais utilizadas serão: · Micro-híbridas · Nano-híbridas · Nanoparticuladas f) Isolamento do campo operatório (absoluto) ® normalmente de 14-24 ou 34-44 g) Afastamento dental com afastador ou cunha e matriz metálica (protegendo o dente vizinho) h) Preparo cavitário · Determinar o tipo de acesso · Ponta diamantada 1011, 1012, 1013 ou 1014 (dependendo do tamanho do preparo) na alta rotação com refrigeração para abrir o preparo · Broca esférica na baixa rotação para fazer remoção de dentina cariada, sempre procurando preservar o esmalte vestibular Nº indica croma Quanto ↑nº ↑ croma ↓ valor É interessante testar a cor da resina, polimerizando uma bolinha de resina sobre o dente, molhando a região. Natália B. Abrahão · Confecção de bisel nesses casos é opcional i) Acabamento das paredes de esmalte j) Proteção pulpar · Cimento de hidróxido de cálcio + Cimento de ionômero de vidro em cavidades muito profundas · Apenas cimento de ionômero de vidro em cavidades profundas k) Trocar de matriz ® retirar a matriz metálica e colocar a matriz de poliéster (transparente) – lembrando de alterar a posição da cunha l) Aplicação do sistema adesivo m) Inserção da resina composta com espátulas e pincéis especiais para resina composta · Colocação de incrementos pequenos, em forma de esferas de aproximadamente 2mm de diâmetro n) Remoção da matriz e cunha o) Acabamento e polimento · Pontas diamantadas – 3195F (vestibular) e 3118F (palatina) · Lâmina de bisturi nº 12 na proximal para recortar remanescentes de adesivo e resina · Tiras de lixa de centro neutro (lixar em forma de S para preservar ao máximo os pontos de contato) · Discos Soflex ou pontas de borracha abrasivas para dar lisura a superfície p) Remoção do isolamento absoluto q) Ajuste oclusal com papel articular e pinça de Muller · Avaliar MIH e também as guias anteriores (incisivas e caninas) para verificar se a restauração não está alterando os movimentos mandibulares · Testar fio dental na interproximal r) Fazer texturas com brocas multi-laminadas , se for necessário · Reproduzir as periquemáceas do esmalte vestibular (áreas semi- lunares/ estrias) Natália B. Abrahão s) Polimento · Discos de granulação fina · Discos de feltro · Pasta de polimento t) Avaliar o resultado final · Cor · Forma · Textura · Brilho · Adaptação · Possíveis excessos 5. Restaurações tipo V 5.1. Etiologia: · Lesões cariosas · Lesões cervicais não cariosas o Abrasão: lesões em forma de prato/cunha; normalmente atinge um grupo de dentes; causada por forças mecânicas. o Erosão ou erosão ácida o Teoria da abfração: forças mastigatórias poderiam causar lesões em locais afastados do bordo incisal o Associação entre abrasão e erosão 5.2. Diagnóstico: · Exame clínico visual e tátil (sondagem) 5.3. Preparo cavitário: · Acesso direto sempre · Comumente possui extensão intra-sulcular (no nível ou levemente dentro do sulco gengival) · Baseado apenas na remoção do tecido cariado, quando houver · Término normalmente fica em cemento Polimento após 24h I Não é obrigatório I É interessante, pois os olhos do operador estarão descansados, possibilitando uma melhor verificação do trabalho realizado. I Dente estará em sua situação natural, hidratado. Natália B. Abrahão · Quando o término fica em cemento, a restauração pode ser apenas em resina ou utilizando a técnica do sanduíche Coloca-se ionômero de vidro na parede gengival e axial, recobre-se a restauração com resina composta. 5.4. Isolamento absoluto: · Requer um afastamento
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