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E A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 3ª versão entregue ao Conselho Nacional de Educação (Versão preliminar) Ensino Fundamental • Anos Finais MATERIAL PARA O PROFESSOR LP PDF CMYK Formato Papel capa Papel Miolo #Págs LOMBADA Acabamento 205 x 275 cartão 250g Offset 75 g 32 grampo Laminação soft touch Wilton Ormundo • Cristiane Siniscalchi 15304315 CAPA BNCC_SE_LIGA_NA_LINGUA_9_LA_LP.indd 8-9 9/14/17 2:16 PM 3ª versão entregue ao Conselho Nacional de Educação (Versão preliminar) Ensino Fundamental • Anos Finais E A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR MATERIAL PARA O PROFESSOR Wilton Ormundo • Cristiane Siniscalchi FRONTS_BNCC_SE_LIGA_NA_LINGUA_LA_LP.indd 8 9/14/17 2:20 PM 2 APRESENTAÇÃO A proposta de criação de uma base comum curricular não é re- cente. Desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, já se indicava, no artigo 210, a necessidade de se estabelecer “con- teúdos mínimos para o Ensino Fundamental, de maneira que asse- gurasse a formação básica comum” (BRASIL, 1988). Tal aspecto foi ratificado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n. 9.394/96) e nos documentos oficiais subsequentes, como os Pa- râmetros Curriculares Nacionais (PCN) e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). Como estratégia articulada ao cumprimento de algumas das metas do Plano Nacional da Educação (PNE), instituído em 2014, a Base Na- cional Comum Curricular (BNCC) começou a ser construída em 2015 com a finalidade de estabelecer os conteúdos fundamentais a serem aprendidos por crianças e jovens durante a Educação Básica. Após estudo de documentos oficiais curriculares em vigência nos estados, consulta pública e seminários estaduais para análise de duas versões preliminares, a BNCC chega agora à sua terceira ver- são (divulgada em abril de 2017), aguardando aprovação do Conse- lho Nacional de Educação (CNE). Para essa anuência, o CNE propôs a realização de cinco audiências públicas regionais a partir de junho de 2017. Após isso, a Base deverá ser homologada pelo Ministério da Educação, data que marcará o prazo de dois anos para que possa ser efetivamente implantada em todo o território nacional. Nesse contexto, este caderno convida você a refletir sobre os principais aspectos fundantes da BNCC, com enfoque no trabalho a ser desenvolvido em sala de aula no processo de transição até a efetiva implantação do documento nos sistemas de ensino e esco- las do país. Para consulta à terceira versão integral da BNCC, acesse: <basenacionalcomum.mec.org.br>. Acesso em: 23 jun. 2017. R EP R O D U Ç Ã O 002-008-BNCC-PG-POS9-M17-LP.indd 2 12/09/17 20:15 3 Se Liga na Língua 9 e a BNCC A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR O principal objetivo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é promover a equidade na educação, na medida em que garante aos alunos o acesso ao mesmo conteúdo nas escolas de todo o país, e, com isso, reverter a histórica situação de exclusão social. Por- tanto, a BNCC visa oferecer igualdade de opor- tunidades por meio da definição das apren- dizagens essenciais que crianças e jovens precisam desenvolver ano a ano durante a Edu- cação Básica. Tais aprendizagens são organizadas em competências e habilidades, direcionando a formação integral de todos os estudantes em suas variadas dimensões (intelectual, afetiva, ética, física, sociopolítica etc.). Esse direciona- mento está ligado aos princípios éticos, esté- ticos e políticos das DCN e da LDB e visa à con- solidação de um pacto interfederativo. Por meio desse pacto, diferentes atores educacio- nais (União, estados, Distrito Federal, muni- cípios, instituições públicas e privadas) con- solidam uma atitude de colaboração em prol da almejada equidade, permitindo, também, a participação mais consciente de toda a socie- dade no acompanhamento das práticas educa- tivas propostas. Com o estabelecimento das unidades temá- ticas, dos objetos de conhecimento e das habi- lidades a serem desenvolvidas, a BNCC espera ser um instrumento de gestão que encaminhe a construção de propostas curriculares e sua constante reflexão, considerando a diversidade constitutiva do contexto educacional brasileiro. Nesse âmbito, caberá a cada ator educacional definir os melhores caminhos para o processo de ensino-aprendizagem de crianças e jovens. Além disso, a BNCC pretende estabelecer e/ou reencaminhar as políticas públicas nacio- nais que envolvem a avaliação da Educação Básica, a produção de materiais didáticos e as práticas de formação inicial e continuada de professores. Assim, com o propósito de balizar a qualida- de da educação, a BNCC visa garantir o direito de crianças e jovens a uma educação que pro- mova pleno desenvolvimento com foco na for- mação de cidadãos críticos e participativos. OBJETIVO 002-008-BNCC-PG-POS9-M17-LP.indd 3 12/09/17 20:15 4 HISTÓRICO 2014 O PNE é instituído pela Lei n. 13.005 para determinar metas para a política educacional até 2024, especificando estratégias entre as quais se encontra a criação de uma base curricular comum. ABRIL A terceira versão da BNCC é divulgada no dia 6 de abril e enviada ao CNE para aprovação. MESES SEGUINTES Após a publicação da terceira versão, espera-se: • a avaliação do CNE; • a homologação do Ministério da Educação. MARÇO Em 15 de março, encerra-se o período de consulta pública com mais de 12 milhões de contribuições. MAIO Em 3 de maio, a segunda versão é disponibilizada no portal. JUNHO-AGOSTO 27 seminários estaduais são realizados, abertos à participação pública, para debater a segunda versão, resultando em contribuições de professores, especialistas e associações científicas, o que orientou a redação da terceira versão. 2017 Um período de transição de dois anos é estabelecido para a implantação da BNCC em território nacional, considerando a: • produção dos currículos; • formação de professores; • produção de material didático; • revisão de matrizes de avaliação. 2018-2019 2016 2015 JUNHO O I Seminário Interinstitucional para elaboração da base reúne assessores e especialistas envolvidos na fase de preparação da primeira versão a partir da análise das DCN e dos referenciais curriculares em vigência nos estados e no Distrito Federal. JULHO Em 30 de julho, o Portal da Base Nacional Comum Curricular é lançado para compartilhar com o público a elaboração da base, estabelecendo canais e formas de participação nesse processo. SETEMBRO Em 16 de setembro, a primeira versão é disponibilizada no portal, iniciando o período de consulta pública para envio de contribuições de todo o Brasil. R EP R O D U Ç Ã O R EP R O D U Ç Ã O R EP R O D U Ç Ã O A N D ER SO N D E A N D R A D E PI M EN TE L R EP R O D U Ç Ã O 002-008-BNCC-PG-POS9-M17-LP.indd 4 12/09/17 20:15 5 Se Liga na Língua 9 e a BNCC COMO A BNCC ORGANIZA OS COMPONENTES CURRICULARES Educação Infantil Direitos de aprendizagem e desenvolvimento Campos de experiências 0 a 1 ano e 6 meses 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento Língua Portuguesa Arte Educação Física Língua Inglesa Matemática Linguagens Matemática Ciências Ciências da Natureza Ciências Humanas História Geografia Competências específicas do componente Unidades temáticas Objetos de conhecimento Habilidades Ensino Fundamental Ensino Médio (aguardando divulgação) Áreas do conhecimento Competências específicas da área Componentes curriculares Anos Iniciais Anos Finais A BNCC está organizada por competências e habilidades. Há competências gerais que dão unidade à Educação Básica ao afirmar valores e visar à transformação social por meio da proposição de uma formação integral, ética e cidadã. A essas competências, na Educação Infantil, vinculam- -se os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento da Educação Infantil, e, noEnsino Fundamental, inter-rela- cionam-se as competências específicas da área, seguidas das competências específicas do componente curricular. As habilidades propostas, portanto, só podem ser desen- volvidas nessa articulação imprescindível com as com- petências estabelecidas. COMPETÊNCIAS GERAIS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA 002-008-BNCC-PG-POS9-M17-LP.indd 5 12/09/17 20:15 6 AS COMPETÊNCIAS GERAIS A BNCC apresenta dez competências gerais articuladas aos princí- pios éticos, estéticos e políticos da LDB e das DCN e que perpassam todas as áreas do conhecimento, vinculando-se às habilidades a se- rem desenvolvidas em todos os componentes curriculares. Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos histo- ricamente construídos sobre o mundo físi- co, social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais, eco- nômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando para a construção de uma socie- dade solidária. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluin- do a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e inventar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas manifestações ar- tísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para participar de práticas diversifi- cadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar conhecimentos das linguagens ver- bal (oral e escrita) e/ou verbo-visual (como Libras), corporal, multimodal, artística, ma- temática, científica, tecnológica e digital para expressar-se e partilhar informações, expe- riências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e, com eles, produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Utilizar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, re- flexiva e ética nas diversas práticas do cotidia- no (incluindo as escolares) ao se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao seu projeto de vida pes- soal, profissional e social, com liberdade, auto- nomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e in- formações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direi- tos humanos e a consciência socioambiental em âmbito local, regional e global, com posi- cionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas e com a pressão do grupo. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respei- tar e promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de origem, etnia, gênero, idade, habilidade/necessidade, convicção religiosa ou de qualquer outra natureza, reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual se deve comprometer. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões, com base nos conhecimentos construídos na escola, se- gundo princípios éticos democráticos, inclu- sivos, sustentáveis e solidários. (BNCC, 2017, p. 18-19) 002-008-BNCC-PG-POS9-M17-LP.indd 6 12/09/17 20:15 7 Se Liga na Língua 9 e a BNCC DÚVIDAS FREQUENTES A BNCC é um currículo? A Base e os currículos são documentos com finalidades diferentes. Ela visa apresentar os conhecimentos fundamentais que se espera que o estudante aprenda em cada ano da Edu- cação Básica. Já o currículo se configura como o percurso que cada instituição educacional es- tabelecerá para desenvolver as competências e habilidades propostas pela BNCC. A BNCC, portanto, não é um currículo em si, mas parte dele, ou seja, a sua finalidade é orien- tar a construção dos referenciais curriculares e dos projetos político-pedagógicos das esco- las, à medida que estabelece as competências e habilidades que serão desenvolvidas pelos alunos ano a ano. “De maneira simples, é possí- vel afirmar que a Base indica o ponto aonde se quer chegar. O currículo traça o caminho até lá.” (BNCC, 2017). Dessa forma, preserva-se a auto- nomia de cada rede de ensino para adequar os currículos respeitando a diversidade e as parti- cularidades de cada contexto educacional; isto é, as escolas poderão contextualizá-los e adap- tá-los de acordo com seus projetos pedagógicos. A BNCC substitui algum outro documento oficial? A BNCC está fundamentada em bases legais, presentes na Constituição Federal, de 1988, na LDB, de 1996, e nos fundamentos teórico- -metodológicos presentes nas DCN, nos PCN e no PNE. Isso significa que a Base não exclui tais documentos oficiais, mas dialoga com eles, consolidando uma necessidade historicamente situada, que é o estabelecimento e a organiza- ção progressiva das aprendizagens essenciais de toda a Educação Básica. Quando a Base será implantada? Após a apreciação do Conselho Nacional de Educação (CNE), caberá ao Ministério da Educa- ção homologar o documento, reconhecendo ou não as considerações do Conselho. A contar da data da homologação, estabelece-se um prazo de dois anos para ocorrer a efetiva implantação da BNCC em todo o território nacional. Você pode consultar os documentos mencionados nos seguintes sites: • Constituição Federal de 1988 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, DF: 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm>. Acesso em: 11 maio 2017. • Lei de Diretrizes e Bases BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 11 maio 2017. • Diretrizes Curriculares Nacionais BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica. Brasília, DF: MEC, SEB, 2013. Disponível em: <portal.mec.gov.br/par/195- secretarias-112877938/seb-educacao-basica- 2007048997/13867-diretrizes-curriculares- nacionais-para-a-educacao-basica>. Acesso em: 11 maio 2017. • Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Fundamental – Anos Iniciais Disponível em: <portal.mec.gov.br/pnld/195- secretarias-112877938/seb-educacao-basica- 2007048997/12640-parametros-curriculares- nacionais-1o-a-4o-series>. Acesso em: 11 maio 2017. Ensino Fundamental – Anos Finais Disponível em: <portal.mec.gov.br/pnaes/195- secretarias-112877938/seb-educacao-basica- 2007048997/12657-parametros-curriculares- nacionais-5o-a-8o-series>. Acesso em: 11 maio 2017. Ensino Médio: PCNEM e PCN+ Disponíveis em: <portal.mec.gov.br/ acompanhamento-da-frequeencia-escolar/195- secretarias-112877938/seb-educacao-basica- 2007048997/12598-publicacoes-sp-265002211>. Acesso em: 11 maio 2017. Ensino Médio: Orientações curriculares Disponível em: <portal.mec.gov.br/par/195- secretarias-112877938/seb-educacao-basica- 2007048997/13558-politicas-de-ensino-medio>. Acesso em: 11 maio 2017. • Plano Nacional da Educação BRASIL. Planejando a Próxima Década Conhecendo as 20 Metas do Plano Nacional de Educação. Brasília, DF: MEC/Sase, 2014. Disponível em: <pne.mec.gov. br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf>. Acesso em: 11 maio 2017. 002-008-BNCC-PG-POS9-M17-LP.indd 7 12/09/17 20:15 8 IMPLANTAÇÃOA implantação da BNCC estará pautada na colaboração entre União, estados, municípios e Distrito Federal, bem como instituições priva- das. Cada ator educacional tem sua autonomia garantida, à medida que a Base estimula a va- lorização da diversidade e considera as especi- ficidades dos múltiplos contextos educacionais no Brasil. Nesse processo colaborativo, algumas ações estão previstas para fundamentar o proces- so de implantação. A primeira delas, cabendo sobretudo à União, é revisar a formação do- cente inicial e continuada articulando-a às orientações da BNCC. Paralelamente, haverá a reelaboração dos referenciais curriculares fe- derais, estaduais, municipais e privados para, então, haver a reformulação dos projetos polí- tico-pedagógicos de cada unidade escolar. Esse processo também estará inter-relacionado às políticas públicas que envolverão a adapta- ção de materiais didáticos, bem como os pro- cessos de avaliação da Educação Básica. Para que tais ações se efetivem, está previs- to um período de dois anos até a implantação do documento nas redes educacionais do país. FO RM AÇ ÃO DO CEN TE IN IC IA L E CO NT INU ADA CURRÍCULOS DAS ESCOLAS MAT ERI AL DI DÁ TIC O POLÍ TIC AS PÚ BL ICA S: E AV AL IAÇ ÃO CU RRICULARES REFERENCIAIS DAS REDES Período de implantação: ações para a consolidação da BNCC. 002-008-BNCC-PG-POS9-M17-LP.indd 8 12/09/17 20:15 9 Se Liga na Língua 9 e a BNCC BNCC – LÍNGUA PORTUGUESA Regina Braz, professora e assessora pedagógica na área de Língua Portuguesa, mestra e doutora em Linguística pela PUC-SP. A área de Linguagens No Ensino Fundamental, a área de Lingua- gens é constituída por três componentes curriculares nos Anos Iniciais – Língua Portu- guesa, Artes e Educação Física –, aos quais se acresce nos Anos Finais o componente Lín- gua Inglesa. Nessa área, com o intuito de levar os alunos a aprendizagens relacionadas às múltiplas prá- ticas de linguagens constitutivas de varia- das atividades humanas, é preciso conceber a linguagem não apenas como um conjunto de regras, mas também como uma forma de in- teração humana, pela qual estabelecemos diferentes vínculos para nos comunicar, expres- sar valores, ideologias, sentimentos etc. Assim, cabe compreender a linguagem no sistema semiótico, ou seja, na multiplicida- de de práticas verbais (escrita e fala), não verbais (expressão corporal e gestual, lin- guagem visual ou musical, por exemplo) e multimodais (articulação entre verbal e não verbal) que se concretizam no momento em que interagimos. Nos Anos Iniciais, a área de Linguagens visa ressignificar as práticas já vivenciadas pela criança para, nos Anos Finais, ampliar essas vivências para outros campos de atuação hu- mana. Esse percurso foi traçado com base no fato de que o desenvolvimento de todos nós se relaciona diretamente ao nosso proces- so de socialização, ou seja, a nossa interação em diferentes campos de atividade humana faz com que seja possível conhecermos, reco- nhecermos e empregarmos diferentes formas de manifestação da linguagem, constituindo, portanto, espaços para que os alunos possam experimentar variadas práticas, discutindo-as criticamente e com autonomia. Para isso, fo- ram estabelecidas competências específicas a serem desenvolvidas. Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental 1. Compreender as linguagens como constru- ção humana, histórica e social e o seu caráter constitutivo de organização e significação da realidade. 2. Reconhecer as linguagens como fonte de le- gitimação de acordos e condutas sociais, e sua representação simbólica como forma de expressão dos sentidos, das emoções e das ex- periências do ser humano na vida social. 3. Desenvolver visão crítica das linguagens, ten- do por base o estudo da natureza, gênese e função delas para operar com a pluralidade das formas de expressão. 009-014-BNCC-PG-P-POS9-M17-LP.indd 9 12/09/17 20:20 10 4. Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas, prevendo a coerência de sua po- sição e a dos outros, para partilhar interesses e divulgar ideias com objetividade e fluência diante de outras ideias. 5. Reconhecer as linguagens como parte do patrimônio cultural material e imaterial de uma determinada coletividade e da humanidade. 6. Respeitar e preservar as diferentes lingua- gens, utilizadas por diversos grupos sociais, em suas esferas de socialização. 7. Usufruir do patrimônio linguístico, artístico e de práticas corporais nacionais e interna- cionais, com suas diferentes visões de mun- do, pelo acesso ao acervo e possibilidades de construção de categorias de diferenciação, apreciação e criação. 8. Interagir pelas linguagens, em situações subjetivas e objetivas, inclusive aquelas que exigem graus de distanciamento e reflexão sobre os contextos e estatutos de interlocu- tores, como as próprias do mundo do tra- balho, colocando-se como protagonista no processo de produção/compreensão, para compartilhar os valores fundamentais de interesse social e os direitos e deveres dos cidadãos, com respeito ao bem comum e à ordem democrática. (BNCC, 2017, p. 62) Língua Portuguesa no Ensino Fundamental O ensino de Língua Portuguesa dá continui- dade às práticas de oralidade e escrita iniciadas na Educação Infantil no campo de experiência oralidade e escrita. Para entender melhor o que isso significa, a BNCC apresenta uma síntese das aprendizagens esperadas em oralidade e escrita na Educação Infantil: • Expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas situações de interação, por diferentes meios. • Argumentar e relatar fatos oralmente, em se- quência temporal e causal, organizando e ade- quando sua fala ao contexto em que é produzida. • Ouvir, compreender, contar, recontar e criar narrativas. • Conhecer diferentes gêneros e portadores tex- tuais, demonstrando compreensão da função social da escrita e reconhecendo a leitura como fonte de prazer e informação. (BNCC, 2017, p. 51) Tais aprendizagens demonstram que a fi- nalidade desse campo de experiência na Edu- cação Infantil é inserir a criança no universo das culturas do escrito, não como antecipação de processos formais de alfabetização, mas visando ao reconhecimento da função social da escrita e da leitura como fonte de prazer e informação, e empregando a oralidade em diferentes situações como ponto de partida para o trabalho com a língua escrita, em um processo que pressupõe a transição para o En- sino Fundamental. No Ensino Fundamental, o texto (oral e escrito) torna-se o centro das atividades de linguagem a serem desenvolvidas, impli- cando um trabalho com a língua não apenas como um código a ser decifrado nem como um mero sistema de regras gramaticais, mas como uma das formas de manifestação da linguagem. Com isso, a finalidade do ensino-aprendiza- gem de Língua Portuguesa é permitir o desen- volvimento crítico e reflexivo da criança e do adolescente como agentes da linguagem, capa- zes de usar a língua (falada e escrita) e as dife- rentes linguagens em diversificadas atividades humanas. Para isso, são estabelecidos cinco eixos organizadores: Oralidade, Leitura, Escri- ta, Conhecimentos linguísticos e gramaticais e Educação Literária. Em Oralidade, propõe-se a escuta e a pro- dução de textos orais, considerando as diferen- ças entre língua falada e escrita e as formas 009-014-BNCC-PG-P-POS9-M17-LP.indd 10 12/09/17 20:20 11 Se Liga na Língua 9 e a BNCC específicas de composição do discurso oral, em situações formais ou informais. Além disso, a variação linguística deverá ser explorada de acordo com a diversidade de práticas orais de uso da linguagem. Ressalta-se que o trabalho com o eixo Orali- dade não compreende o exercício da fala em si, como atividades que envolvam “a conversa com o colega”, “ler em voz alta”, “esperar a vez de fa- lar”, “falar com boaentonação e de modo claro” etc. O enfoque passa a ser a identificação das características de diferentes gêneros textuais orais que organizam determinadas atividades humanas. Como exemplo, podemos citar a ex- posição oral, que pode estar presente em um seminário, prática em que, para expor conteúdo com base em pesquisa ou apresentar opiniões, é necessária uma organização específica. Nessas práticas de linguagem, há alter- nância dos turnos de fala, ou seja, enquanto alguém expõe oralmente, há outros que es- cutam. Além disso, há um intercâmbio entre o oral e o escrito, já que, em alguns casos, aquele que expõe oralmente também prepa- rou por escrito a apresentação, e aquele que ouve anota dúvidas e se prepara para dialo- gar com o apresentador buscando esclarecer alguns pontos e participar da discussão. Isso implica um trabalho com as relações entre língua falada e língua escrita, considerando também a presença de outras linguagens como a gestualidade, a expressão facial, os elementos gráficos etc. Assim, a composição do discurso oral assu- me características específicas de acordo com as necessidades de comunicação dos interlo- cutores envolvidos. O discurso oral, portanto, deve ser tomado como objeto de conheci- mento visando levar tanto ao aprendizado de práticas escolares em que a oralidade se faz presente, como também contribuir para a par- ticipação do aluno na vida pública. Essa pers- pectiva de trabalho leva naturalmente à for- mação para a cidadania. Em Leitura, espera-se, nos dois primeiros anos, o desenvolvimento do domínio do sis- tema alfabético de escrita, ampliando-se pro- gressivamente nos anos sequentes para o aprimoramento da compreensão leitora e das decorrentes habilidades de interpretação de textos não literários verbais e multimodais. Nesse eixo, enfocam-se textos de diversas es- feras de atuação humana. Para aprimorar a compreensão leitora, é su- gerido que sejam proporcionadas ao aluno di- versificadas experiências de ler, ouvir, comen- tar textos escritos etc. Essas experiências devem incluir a reflexão sobre quem escre- veu, para quem, sobre o quê, com que finali- dade, em qual tempo e espaço, como o texto circulou e chegou até nós. Nesse processo, fundamental para o desenvolvimento do pen- samento crítico e para a formação cidadã, amplia-se o conhecimento de mundo do alu- no ao estimular a sistematização de concei- tos, a aquisição de informações e a discussão sobre valores. De acordo com a BNCC, a formação do leitor deve contribuir para sua participação em práti- cas sociais da cultura letrada, que, em sua di- versidade, permitirão ao estudante apropriar- -se progressivamente de diversos gêneros textuais e estabelecer relações com outros, mas sempre consciente dos sentidos que pro- duz. No eixo Leitura, ensinar a ler significa, portanto, levar o aluno a reconhecer a impor- tância das culturas do escrito, perpassando por sua influência em práticas cotidianas (bilhete, mensagem, anotação etc.) e de organização da vida social (placa, instrução, mapa, roteiro, for- mulário etc.) até práticas mais complexas como as necessárias ao exercício da cidadania (lei, re- gulamento), à formação escolar (verbete, artigo de divulgação científica etc.) e ao estabeleci- mento de relações com o mundo externo e com outras esferas, como a política, a econômica, a social etc. (notícia, reportagem, artigo de opi- nião, editorial etc.). 009-014-BNCC-PG-P-POS9-M17-LP.indd 11 12/09/17 20:20 12 Em Escrita, propõe-se o engajamento das crianças e dos adolescentes em situações reais de produção de textos não ficionais verbais, verbo-visuais, multimodais, considerando o uso das linguagens adequado ao contexto de pro- dução, recepção e circulação. Essas oportuni- dades de produção devem incluir a constante reflexão sobre variação linguística. A produção de textos escritos sempre será uma atividade sociointeracional, ou seja, es- crevemos em diálogo com o outro, seja um su- jeito, seja outro texto. O interlocutor, assim, é um dos condicionantes da produção escrita, o que impõe a adequação do nosso dizer às cir- cunstâncias de produção. O ato de escrever não deve ser apenas uma tarefa burocrática, pois deve ser construído como uma atividade em que os alunos se envolvem com as práticas so- ciais da linguagem, por meio de planejamento e escrita, apreciação e revisão, reescrita e edição de textos. As práticas de escrita são iniciadas já no pri- meiro ano do Ensino Fundamental com o apoio do professor, ainda que as crianças não domi- nem o sistema alfabético de escrita. Espera-se que, no decorrer do Ensino Fundamental, os estudantes aprimorem, gradativamente, essas habilidades até os níveis mais complexos. Para tanto, a BNCC indica a produção de gêneros per- tencentes a diferentes domínios da linguagem (relatar, expor, argumentar, descrever ações), interligando-os ao exercício de habilidades de escrita com grau de complexidade crescente. Espera-se, com isso, que essas práticas pos- sam, inicialmente, contribuir para a compreen- são do sistema alfabético de escrita, voltan- do-se pouco a pouco para a reflexão sobre os “Procedimentos linguístico-gramaticais e orto- gráficos” e “Procedimentos estilístico-enuncia- tivos” cada vez mais complexos, que geram a produção de textos coesos e coerentes. No eixo Conhecimentos linguísticos e gra- maticais, as habilidades a serem desenvolvidas vinculam-se às práticas realizadas nos eixos Oralidade, Leitura e Escrita, tendo como foco, nos dois primeiros anos, a aprendizagem do sis- tema alfabético de escrita. Mantém-se, portan- to, o caminho do uso-reflexão-uso (conforme já indicavam os PCN), que visa levar o aluno a refletir sobre as possibilidades de uso permiti- das pelo sistema da língua, oral ou escrita, e a ser capaz de aplicar o recurso mais adequado ao contexto em que está inserido. Com esse objetivo, propõe-se um trabalho que leve as crianças à reflexão sobre o léxico e o conteúdo temático, à compreensão das re- lações de intertextualidade, à identificação da forma composicional, dos aspectos ligados à or- ganização textual, e à construção da coesão e da coerência etc. Os recursos linguísticos focalizam os pro- cessos de construção textual, ou seja, os usos são retomados paralelamente às categorias tradicionais da palavra e da frase, porém com enfoque distinto. Nas atividades de língua, espera-se que os diferentes aspectos da gra- mática sejam abordados no momento em que se analisa o funcionamento da linguagem em suas variações, o que se torna um espaço de reflexão para que o aluno aprenda a decidir pe- las formas adequadas a cada situação comu- nicativa. Há algumas prescrições linguísticas que são estritamente ligadas ao padrão escri- to, como acentuação e ortografia, contribuindo para o aprimoramento do domínio da norma- -padrão em situações em que esse registro é necessário. Os recursos linguísticos a serem aprendidos ligam-se à leitura e à produção textual com re- levância significativa para a vida real, dando foco a uma aprendizagem ética e crítica diante de problemas autênticos do contexto sociocul- tural do estudante. Por exemplo, as atividades linguísticas que focalizem os procedimentos coesivos de referenciação podem relacionar- -se à reflexão sobre o uso de substantivos, adjetivos, advérbios, pronomes, e como essas referências marcam pontos de vista, valores, apreciações no texto tomado como objeto de conhecimento. 009-014-BNCC-PG-P-POS9-M17-LP.indd 12 12/09/17 20:20 13 Se Liga na Língua 9 e a BNCC Vinculado ao eixo Leitura, mas com finalida- de distinta, o eixo Educação literária foi es- tabelecido para dar foco à formação do leitor literário. Não se tratando, assim, de ensino de literatura, mas do estabelecimento da impor- tância da fruição estética, com foco na singula- ridade do texto literário. Esse eixo relaciona-se ao que muitos espe- cialistas denominam “letramento literário”, que seria um dos usos sociais daescrita, mas que se torna um tipo de letramento singular devido à especificidade do texto literário. Isso signi- fica permitir que a leitura literária ultrapasse o mundo prático. Por exemplo, é comum ativi- dades para ler contos e depois produzir contos, seguindo um modelo previamente refletido. Não significa que o aluno não poderá mais produzir contos, mas que a motivação para a atividade de leitura literária não se restrinja à apresentação de modelos que servirão a uma produção textual. A leitura literária deve perpassar pela com- preensão de como a literatura dialoga com a vida humana, da linguagem literária e sua pro- funda construção estilística, do fato de como ela pode transcender tempo e espaço. Ler o texto literário não está restrito à compreen- são da linguagem escrita, mas se refere a uma ação de recepção crítica e responsiva, o que implica reagir ao texto, dar-lhe uma resposta, concordando ou discordando. Assim, o aluno pode “reagir” ao texto literário escrevendo co- mentários, debatendo, parodiando, recontan- do, recriando, criando, porém o enfoque prin- cipal não estará no modelo de escrita, mas sim na possibilidade de incentivar o aluno a esta- belecer diálogos, criar suas ideias, demarcar sua memória. Ler textos literários, portanto, não pode se restringir a atividades de entretenimento ou análise de técnicas de escrita, mas deve atrelar-se à formação do estudante, na con- solidação de sua condição humana e na sua vivência emocional e afetiva que dá sentido ao mundo. A partir de cada eixo, propõem-se unidades temáticas, objetos de conhecimento e habili- dades para cada ano do Ensino Fundamental, que devem ser desenvolvidas na integração entre os eixos organizadores, de modo indis- sociável das competências específicas do com- ponente curricular. Competências específicas de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental 1. Reconhecer a língua como meio de constru- ção de identidades de seus usuários e da co- munidade a que pertencem. 2. Compreender a língua como fenômeno cul- tural, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso. 3. Demonstrar atitude respeitosa diante de va- riedades linguísticas, rejeitando preconceitos linguísticos. 4. Valorizar a escrita como bem cultural da hu- manidade. 5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequado à situação co- municativa, ao interlocutor e ao gênero textual. 6. Analisar argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comuni- cação, posicionando-se criticamente em rela- ção a conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais. 7. Reconhecer o texto como lugar de manifesta- ção de valores e ideologias. 8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com objetivos e interesses pessoais (estudo, formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.). 9. Ler textos que circulam no contexto escolar e no meio social com compreensão, autono- mia, fluência e criticidade. 10. Valorizar a literatura e outras manifestações culturais como formas de compreensão do mundo e de si mesmo. (BNCC, 2017, p. 66) 009-014-BNCC-PG-P-POS9-M17-LP.indd 13 12/09/17 20:20 14 PONTOS EM DESTAQUE FINALIDADE Oralidade e escrita na Educação Infantil Inserir a criança no universo das culturas do escrito, não como antecipação de processos formais de alfabetização, mas visando ao reconhecimento da função social da escrita e da leitura como fonte de prazer e informação, em processo de transição para o Ensino Fundamental. Isso significa que o Ensino Fundamental tomará como ponto de partida a competência oral já desenvolvida pela criança, bem como a inserção no universo letrado que compreende a função social da escrita. Alfabetização até o 2o ano Compreender o funcionamento do sistema alfabético de escrita (apreensão do princípio da correspondência grafema-fonema), seguindo, nos demais anos, com a aprendizagem dos padrões de escrita que consolidam o domínio desse sistema. Nos dois primeiros anos, portanto, espera-se que a criança domine os princípios organizadores do sistema alfabético de escrita, que é a correspondência entre fonema e grafema (regularidades diretas e algumas regularidades contextuais), aprimorando nos demais anos o domínio dos padrões de escrita (regularidades contextuais e irregularidades). Texto como objeto de conhecimento Compreender o texto como “centro das práticas de linguagem”, concebendo-o como enunciado e não apenas como “modelo” de gênero textual para enfatizar a unicidade de cada texto e dos processos enunciativo-discursivos e contextuais que o constituem. Isso significa que o texto verbal (oral e escrito) e o verbo-visual (com articulação entre o verbal e o não verbal) são os organizadores das atividades didáticas a serem desenvolvidas, vinculando, assim, os eixos de Leitura, Escrita e Conhecimentos Linguísticos e Gramaticais e Educação Literária. O texto não servirá de modelo, mas sim de objeto de conhecimento que possibilita refletir sobre as práticas sociais envolvidas, considerando o tempo e o espaço de produção, recepção e circulação, bem como os aspectos composicionais, temáticos, estilísticos, enunciativos e linguísticos envolvidos. Conhecimentos linguísticos e gramaticais Promover o vínculo entre a aprendizagem da língua e as práticas de leitura, escrita e oralidade, corroborando o caminho do uso- -reflexão-uso, que considera as questões de variação linguística e de adequação aos múltiplos contextos de uso. Propõe-se um trabalho com os conhecimentos linguísticos e gramaticais necessários para a compreensão e a produção de textos orais e escritos, como a reflexão sobre o léxico, intertextualidade, conteúdo temático, forma composicional, aspectos ligados à organização textual e aos procedimentos coesivos, padrões de escrita, características da conversação espontânea etc. Assim, aspectos da tradição gramatical ganham outro tratamento, sendo abordados no momento em que se analisa o funcionamento da linguagem em suas variações. Educação literária Formar o leitor literário, visando à importância da fruição estética e da compreensão da singularidade do texto literário. Ler textos literários, portanto, não pode se restringir a atividades de entretenimento ou análise de técnicas de escrita. A leitura literária deve perpassar pela compreensão de como a literatura dialoga com a vida humana, da linguagem literária e sua profunda construção estilística, do fato de como ela pode transcender tempo e espaço. 009-014-BNCC-PG-P-POS9-M17-LP.indd 14 12/09/17 20:20 E A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 3ª versão entregue ao Conselho Nacional de Educação (Versão preliminar) Se Liga na Língua 9 015-017-BNCC-PE-POS9-SUM-M17-LP.indd 15 12/09/17 20:17 16 SUMÁRIO DO LIVRO: SE LIGA NA LÍNGUA 9O ANO, 1a edição 015-017-BNCC-PE-POS9-SUM-M17-LP.indd 16 12/09/17 20:17 17 Se Liga na Língua 9 e a BNCC 015-017-BNCC-PE-POS9-SUM-M17-LP.indd 17 12/09/17 20:17 18 BNCC – SE LIGA NA LÍNGUA – 9O ANO EIXO ORALIDADE – Práticas de compreensão e produção de textos orais em diferentes contextos discursivos. Capítulos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 UNIDADE TEMÁTICA: INTERAÇÃO DISCURSIVA/INTERCÂMBIO ORAL NO CONTEXTO ESCOLAR OBJETO DE CONHECIMENTO: Regras de convivência em sala de aula (EF09LP01) Participar, de modo claro e respeitoso, de interações orais em sala de aula e na escola, particularmente quando suas posições forem divergentes das de seus interlocutores. X X X X X X X X X X X X X X (EF09LP02) Respeitar os turnos de fala, na participação em conversações e em debates ou atividades coletivas, na sala de aula e na escola. X X X X X X X X X X X X X X UNIDADE TEMÁTICA: FUNCIONAMENTO DO DISCURSO ORAL OBJETO DE CONHECIMENTO: Elementos constitutivos da discursividade em diferentes contextos comunicativos (EF09LP03) Utilizar estratégias de construção do texto oral, considerandoos objetivos comunicativos, o contexto e a situação e as características dos interlocutores. X (EF09LP04) Justificar, em interações orais, mudança, desvio ou quebra de tópico conversacional, analisando estratégias de retomada do tema da interação. X UNIDADE TEMÁTICA: ESTRATÉGIAS DE ESCUTA DE TEXTOS ORAIS EM SITUAÇÕES ESPECÍFICAS DE INTERAÇÃO OBJETO DE CONHECIMENTO: Procedimentos de escuta de textos (EF09LP05) Justificar pontos de vista defendidos e refutados na escuta de interações polêmicas: entrevista, debates (televisivo, em sala de aula, em redes sociais etc.), entre outros. X OBJETO DE CONHECIMENTO: Registro de informações (EF09LP06) Sintetizar ideias de texto escutado, com base em anotações. X 018-026-BNCC-PE-POS9-T-M17-LP.indd 18 12/09/17 20:17 19 Se Liga na Língua 9 e a BNCC EIXO ORALIDADE – Práticas de compreensão e produção de textos orais em diferentes contextos discursivos. Capítulos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 UNIDADE TEMÁTICA: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA OBJETO DE CONHECIMENTO: Processos de variação linguística (EF69LP02) Justificar fatores determinantes de registro linguístico (formal, informal), como: contexto, ambiente, tema, estado emocional do falante, grau de intimidade entre os falantes. X X X X X X (EF69LP03) Adequar o nível de formalidade da fala aos temas, contextos/situações, interlocutores. X X X X X X (EF69LP05) Respeitar a variação linguística por características sociais, regionais, urbanas e rurais da fala, rejeitando preconceitos linguísticos. X X X X X X 018-026-BNCC-PE-POS9-T-M17-LP.indd 19 12/09/17 20:17 20 EIXO LEITURA – Práticas de compreensão e interpretação de textos verbais, verbo-visuais e multimodais. Textos da atualidade, com assunto e tema apropriados à faixa etária dos alunos e nível de textualidade adequado: vocabulário com possibilidades de enriquecimento do léxico do aluno e recursos expressivos denotativos e conotativos. Capítulos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 UNIDADE TEMÁTICA: ESTRATÉGIAS DE LEITURA OBJETO DE CONHECIMENTO: Localização de informações em textos (EF09LP08) Localizar e integrar várias informações explícitas distribuídas ao longo do texto, sintetizando-as em uma ideia geral, categoria ou conceito. X X X X X X X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Seleção de informações (EF09LP09) Pesquisar informações, de forma crítica e esclarecida, nos meios de comunicação e informação, novos ou tradicionais, sem exceder a quantidade de informações disponíveis, para resolver problemas. X X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Deduções e inferências de informações (EF09LP10) Inferir informação pressuposta ou subentendida, com base na compreensão do texto. X X X X X X X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Reconstrução das condições de produção e recepção de textos (EF09LP11) Justificar tópicos discursivos, valores e sentidos veiculados por texto, relacionando ao seu contexto de produção, circulação e recepção (objetivo da interação textual, suportes de circulação, lugar social do produtor, contexto histórico, destinatário previsto etc.). X X X X X X X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Reflexão sobre o conteúdo temático do texto (EF09LP12) Sintetizar texto lido, representando-o em tópicos e subtópicos, mapas conceituais, esquemas, resumos etc. X X X X X X X X X X X X X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Reflexão sobre o léxico do texto (EF09LP13) Justificar, pelo contexto semântico e linguístico, o significado de palavras e expressões desconhecidas. X X X X X X X X 018-026-BNCC-PE-POS9-T-M17-LP.indd 20 12/09/17 20:17 21 Se Liga na Língua 9 e a BNCC EIXO LEITURA – Práticas de compreensão e interpretação de textos verbais, verbo-visuais e multimodais. Textos da atualidade, com assunto e tema apropriados à faixa etária dos alunos e nível de textualidade adequado: vocabulário com possibilidades de enriquecimento do léxico do aluno e recursos expressivos denotativos e conotativos. Capítulos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 OBJETO DE CONHECIMENTO: Reflexão sobre a forma, a estrutura e a organização do texto (EF09LP14) Justificar tese defendida em texto argumentativo. X X X X (EF09LP15) Analisar organização textual de argumentos e contra-argumentos em texto argumentativo. X X X (EF09LP16) Diferenciar, em textos argumentativos, os tipos de argumento (de autoridade, por comprovação, por exemplificação, de causa e consequência), justificando sua força de convencimento. X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Avaliação dos efeitos de sentido produzidos em textos (EF09LP17) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial (conjunções e articuladores textuais). X X X X X X X X (EF09LP18) Justificar o efeito de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a formas de apropriação textual (paráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre). X X X X X X X X (EF09LP19) Interpretar os efeitos argumentativos da relação entre elementos constitutivos de textos multimodais e o impacto social das mensagens veiculadas. X X X X X X X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Recuperação da intertextualidade e estabelecimento de relações entre textos (EF09LP20) Justificar diferenças ou semelhanças no tratamento dado a uma mesma informação veiculada em textos diferentes. X (EF09LP21) Avaliar, criticamente, a qualidade e a validade da informação veiculada em diferentes textos. X UNIDADE TEMÁTICA: CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DE LEITURA OBJETO DE CONHECIMENTO: Autodomínio do processo de leitura (EF69LP07) Estabelecer expectativas (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre gênero textual, suporte e universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos. X X X X X X X X 018-026-BNCC-PE-POS9-T-M17-LP.indd 21 12/09/17 20:17 22 EIXO ESCRITA – Práticas de produção de textos verbais, verbo-visuais e multimodais de diversos gêneros textuais. Capítulos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 UNIDADE TEMÁTICA: ESTRATÉGIAS DURANTE A PRODUÇÃO DO TEXTO OBJETO DE CONHECIMENTO: Texto expositivo-informativo (EF09LP23) Produzir textos expositivos (artigos), com estrutura adequada (introdução ao tema, desenvolvimento e conclusão) e utilizando, adequadamente, estratégias de informação (definições, descrições, comparações, enumerações, exemplos, gráficos, tabelas). X OBJETO DE CONHECIMENTO: Texto argumentativo (EF09LP24) Produzir texto argumentativo, assumindo posição diante de tema polêmico, argumentando de acordo com a estrutura própria desse tipo de texto e utilizando diferentes tipos de argumento – de autoridade, comprovação, exemplificação. X OBJETO DE CONHECIMENTO: Procedimentos linguístico-gramaticais e ortográficos (EF09LP25) Escrever textos corretamente, de acordo com a norma-padrão, com estruturas sintáticas complexas no nível da oração e do período. X X X X X X X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Procedimentos estilístico-enunciativos (EF09LP26) Utilizar, ao produzir texto, recursos expressivos adequados ao gênero textual, discurso direto em registro formal ou informal, de acordo com o locutor-personagem, figuras de linguagem etc. X X X X X X X X UNIDADE TEMÁTICA: ESTRATÉGIAS ANTES DA PRODUÇÃO DO TEXTO OBJETO DE CONHECIMENTO: Planejamento do texto (EF69LP08) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização, estrutura, o tema e assunto do texto. X X X X X X X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Pesquisa sobre o tema do texto (EF69LP09) Buscar, em meios impressos ou digitais, informações necessárias à produção do texto(leituras) e realizar entrevistas, organizando em roteiros os fatos, dados e fontes pesquisadas. X 018-026-BNCC-PE-POS9-T-M17-LP.indd 22 12/09/17 20:17 23 Se Liga na Língua 9 e a BNCC EIXO ESCRITA – Práticas de produção de textos verbais, verbo-visuais e multimodais de diversos gêneros textuais. Capítulos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 UNIDADE TEMÁTICA: ESTRATÉGIAS DURANTE A PRODUÇÃO DO TEXTO OBJETO DE CONHECIMENTO: Parágrafo: aspectos semânticos e gráficos (EF69LP10) Organizar o texto em unidades de sentido, dividindo-o em parágrafos, tópicos e subtópicos, segundo as regras gráficas e de acordo com o gênero textual. X X X X X X X X UNIDADE TEMÁTICA: ESTRATÉGIAS APÓS A PRODUÇÃO DO TEXTO OBJETO DE CONHECIMENTO: Revisão do texto (EF69LP11) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação. X X X X X X X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Reescrita do texto (EF69LP12) Reescrever o texto incorporando as alterações feitas na revisão e obedecendo às convenções de disposição gráfica, inclusão de título, de autoria. X X X X X X X X 018-026-BNCC-PE-POS9-T-M17-LP.indd 23 12/09/17 20:17 24 EIXO CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS E GRAMATICAIS – Práticas de análise linguística e gramatical (como estratégia para o desenvolvimento produtivo das práticas de oralidade, leitura e escrita). Reflexão sobre os usos do léxico e de regularidades no funcionamento da língua falada e escrita. Capítulos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 UNIDADE TEMÁTICA: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA OBJETO DE CONHECIMENTO: Variedades linguísticas e norma-padrão (EF09LP27) Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico. X X X X X X X X (EF09LP28) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada. X X X X X X X X UNIDADE TEMÁTICA: MORFOSSINTAXE OBJETO DE CONHECIMENTO: Observação de regularidades no funcionamento da língua: conjunções coordenativas e subordinativas (EF09LP32) Identificar, em textos lidos e em produções próprias, a relação que conjunções (e locuções conjuntivas) coordenativas e subordinativas estabelecem entre as orações que conectam. X X X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Marcas da relação entre as orações no período composto: orações subordinadas (EF09LP35) Identificar efeitos de sentido do uso de orações adjetivas restritivas e explicativas em um período composto. X 018-026-BNCC-PE-POS9-T-M17-LP.indd 24 12/09/17 20:17 25 Se Liga na Língua 9 e a BNCC EIXO EDUCAÇÃO LITERÁRIA – Práticas de leitura e reflexão para apreciar textos literários orais e escritos. Capítulos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 UNIDADE TEMÁTICA: CATEGORIAS DO DISCURSO LITERÁRIO OBJETO DE CONHECIMENTO: Elementos constitutivos do discurso narrativo ficcional em prosa e versos: estrutura da narrativa e recursos expressivos (EF09LP36) Avaliar a verossimilhança em textos ficcionais, considerando os acontecimentos narrados e o ponto de vista com base no qual são narrados. X X OBJETO DE CONHECIMENTO: Elementos constitutivos do discurso poético em versos: estratos fônico, semântico e gráfico (EF09LP37) Analisar, em poemas de forma livre e fixa, os efeitos de sentido decorrentes de recursos sonoros e gráfico-espaciais. X OBJETO DE CONHECIMENTO: Elementos constitutivos do discurso dramático em prosa e versos (EF09LP38) Analisar a organização de texto dramático apresentado em teatro, televisão, cinema, identificando as estratégias de sua realização como peça teatral, novela, filme. X UNIDADE TEMÁTICA: RECONSTRUÇÃO DO SENTIDO DO TEXTO LITERÁRIO OBJETO DE CONHECIMENTO: Recursos de criação de efeitos de sentido (EF09LP39) Analisar, em texto literário, recursos expressivos que provocam efeitos de humor, ironia ou paradoxo. X OBJETO DE CONHECIMENTO: Intertextualidade (EF09LP40) Analisar recursos de intertextualidade em paródias, paráfrases, pastiches, charges, cartuns e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música). X X X X X X X X (EF09LP41) Analisar temas, categorias, estruturas, valores e informações em textos literários e outras manifestações artísticas (obras de cinema, teatro, artes visuais e midiáticas e música). X X X X X X X X UNIDADE TEMÁTICA: EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS OBJETO DE CONHECIMENTO: Processos de criação (EF09LP42) Criar contos ou crônicas, com temáticas diversas, aplicando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos do texto narrativo de ficção. X 018-026-BNCC-PE-POS9-T-M17-LP.indd 25 12/09/17 20:17 26 EIXO EDUCAÇÃO LITERÁRIA – Práticas de leitura e reflexão para apreciar textos literários orais e escritos. Capítulos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 UNIDADE TEMÁTICA: O TEXTO LITERÁRIO NO CONTEXTO SOCIOCULTURAL OBJETO DE CONHECIMENTO: Dimensão social e estética do texto literário (EF69LP14) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo em textos literários. X X X X (EF69LP15) Reconhecer, em textos literários, formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas, considerando o momento e o local de sua produção e autoria. X X X X UNIDADE TEMÁTICA: INTERESSE PELA LEITURA LITERÁRIA OBJETO DE CONHECIMENTO: Apreciação de texto literário (EF69LP16) Ler, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros, expressando avaliação do texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores. X X X X 018-026-BNCC-PE-POS9-T-M17-LP.indd 26 12/09/17 20:17 27 027-032-BNCC-PE-POS9-Anot-M17-LP.indd 27 12/09/17 20:18 28 027-032-BNCC-PE-POS9-Anot-M17-LP.indd 28 12/09/17 20:18 29 027-032-BNCC-PE-POS9-Anot-M17-LP.indd 29 12/09/17 20:18 30 027-032-BNCC-PE-POS9-Anot-M17-LP.indd 30 12/09/17 20:18 31 027-032-BNCC-PE-POS9-Anot-M17-LP.indd 31 12/09/17 20:18 32 027-032-BNCC-PE-POS9-Anot-M17-LP.indd 32 12/09/17 20:18 E A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 3ª versão entregue ao Conselho Nacional de Educação (Versão preliminar) Ensino Fundamental • Anos Finais MATERIAL PARA O PROFESSOR LP PDF CMYK Formato Papel capa Papel Miolo #Págs LOMBADA Acabamento 205 x 275 cartão 250g Offset 75 g 32 grampo Laminação soft touch Wilton Ormundo • Cristiane Siniscalchi 15304315 CAPA BNCC_SE_LIGA_NA_LINGUA_9_LA_LP.indd 8-9 9/14/17 2:16 PM Blank Page Blank Page