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A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 1 Histologia TECIDO EPITELIAL: ESTRUTURA E FUNÇÃO: Avascular Cobrem superfícies corporais externas e revestem cavidade internas Forma a porção secretora e os ductos das glândulas (secreção/ absorção) Possuem células receptoras de estímulos sensoriais (percepção de estímulos) Células poliédricas, justapostas com pouca substância extracelular Funcionam como barreira seletiva Polaridade funcional- 3 domínios: superfície livre ou apical, lateral e basal- propriedades determinadas por lipídios e proteína integrais Estão fixados a membrana basal, uma camada acelular rica em proteínas e polissacarídeos Em caso de ausência de superfície livre ou apical, esse tecido é chamado de epiteloide (típica das glândulas endócrinas) (intestino delgado) TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO: CLASSIFICAÇÃO DO EPITÉLIO: Quanto ao número de camadas: Simples: apenas uma camada de célula, todas encostam a membrana basal Estratificado: duas ou mais camadas de células Pseudoestratificado: núcleos em alturas irregulares, porém é só uma camada e todas as células tocam a membrana basal Transição: células capazes de distenderem e mudarem de formato (ex: bexiga) Quanto ao formato da célula: Pavimentoso (plano): células achatadas (largura > altura) Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 2 Cúbica: largura = altura = profundidade Cilíndrica/ colunar: altura > largura Obs: no caso de o tecido ser estratificado, a classificação quanto ao formato se dá pela primeira camada de células Outras classificações: ciliado, queratinizado, não queratinizado Nomes específicos devido à localização Endotélio: epitelial dos vasos sanguíneos e linfáticos Endocárdio: epitelial de ventrículos e átrios Mesotélio: epitelial de cavidades fechadas do corpo Simples pavimento simples cúbico simples colunar Troca, barreira e lubrificação absorção, barreira, secreção absorção e secreção Estratificado pavimentoso estratificado cúbico estratificado colunar Barreira e proteção barreira e conduto barreira e conduto Pseudoestratificado de transição Absorção, secreção e barreira barreira e propriedade distensível METAPLASIA EPITELIAL – alterações no epitélio Conversão reversível de um tipo de célula epitelial em outro tipo de célula epitelial Por exemplo, as células do esôfago que são agredidas pela água quente do chimarrão sofrem modificações podendo tornar-se um epitélio queratinizado As metaplasias podem se transformar em carcinomas e, a partir disso, desenvolver um câncer Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 3 POLARIDADE DA CÉLULA: Domínio livre: direcionado para a superfície exterior ou lúmen da cavidade Domínio lateral: comunica-se com células adjacentes (junções especializadas) Domínio basal: sobre a lãmina basal, fixando a célula ao tecido conjuntivo DOMÍNIO APICAL E SUAS MODIFICAÇÕES: Microvilosidades: projeções citoplamáticas digitiformes Aumentam a área de superfície Células absortivas intestinais – borda estriada Células do túbulos uriníferos – borda em escova Contém filamentos de actina – suporte e rigidez Estereocílios: microvilosidades incomumente longas e imóveis Presentes no epidídimo e nas células sensoriais da orelha interna Função de absorção (epidídimo), mecanorreceptores (orelha interna) Também possuem filamentos de actina Cílios: extensões semelhantes a pelos Cílios movéis (flagelos): encontrados em grande número em muitas células epiteliais (proteínas motoras) Cílios primários: são os monocílios, ou seja, um cílio por célula. São imovéis, funcionam como quimiossensores, osmossensores e mecassensores Cílios nodais: encontardos no embrião, são capazes de realizar movimentos rotacionais DOMÍNIO LATERAL E SUAS MODIFICAÇÕES: Possuem moléculas de adesão celular (CAM) Antes da microscopia eletrônica, achava-se que as células epiteliais eram unidas por um cimento intercelular Pela microscopia óptica, pareccia com faixas e por isso recebeu o nome de barra terminal Atualmente se sabe que não existe esse cimento intercelular e, sim, um complexo juncional Existem 3 tipos de complexos juncionais: Junções de oclusão: impermeáveis, junções mais apicais que vedam o espaço intercelular, impedindo a movimentação de materiais Junções de adesão: ligam-se ao citoesqueleto da célula adjacente, importante para a unidade estrutural do epitélio Junções comunicantes/ gap: intercâmbio direto de moléculas com massa molecular de até 1500 Da DOMÍNIO BASAL E SUAS ESPECIALIZAÇÕES: Membrana basal: estrutura especializada e localizada proximo ao domínio basal das células epiteliais e do estroma do tecido conjuntivo subjacente Membrana basal é composta pela lamina basal (lâmina lúcida e lâmina densa) e lâmina reticular (fibras reticulares e fibras de ancoragem) Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 4 Composta por proteoglicanas, glicoproteínas, colágeno (tipo IV), fibras reticulares, laminina, fibronectina Funções da membrana basal: barreira, filtração, regeneração (atua como um guia ou suporte, orientando as novas células) e morfogênese, cicatrização (fazem a regulação e sinalização da proliferação do formato e da differenciação) JUNÇÕES DE ADESÃO EPITÉLIO-CONJUNTIVO: Mantêm a integridade morfológica Dois tipos: Adesões focais: ancoram filamentos de actina do citoesqueleto na membrana basal Hemidesmossomos: ancoram os filamentos intermediários do citoesqueleto na membrana basal TECIDO EPITELIAL DE SECREÇÃO: EPITÉLIOS GLANDULARES: São constituídos por células especializadas que podem sintetizar, armazenar e secretar moléculas Essas moléculas são armazenadas na forma de grânulos de secreção Classificação quanto à localização da secreção: EXÓCRINAS: secretam seus produtos diretamente ou através dos ductos tubulares (porção secretora+ porção transportadora) ENDÓCRINAS: não possuem ductos transportadores, secretam seus produtos (chamados hormônios) no tecido conjuntivo, a partir do qual entram na corrente sanguínea – dois tipos: cordonais: células em forma de cordões e vesicular: células sobre forma de vesícula PARÁCRINA: a sinalização não alcança a corrente sanguínea, mas afeta a célula vizinha por difusão AUTÓCRINA: célula secreta moléculas que afetam receptores da própria célula MISTAS: comportamento endócrino e exócrino: - fígado: exo- bile, endo- gligogênio - pâncreas: exo- enzimas, endo- hormonios (insulina/ glucagon) METÁSTASE As lâminas basais também possibilitam a migração das células em condições fisiológicas, mas atuam como barreiras contra a invasão de células tumorais Passos da metástase: 1. Redução da adesividade celular 2. Secreção de enzimas proteolíticas 3. Degradação 4. Conexão a sítios proteoliticamente gerados 5. Migração Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 5 Classificação quanto ao modo pelo qual os produtos deixam as células (exócrinas): MERÓCRINAS: liberam o conteúdo por exocitose, ficam histologicamente intactas. Ex: pâncreas, sudoríparas, salivares e lacrimais APÓCRINAS: perda parcial da glândula (parte do citoplasma apical). Ex: glândulas mamárias HOLÓCRINAS: destruição da glândula (morte celular programada), são liberados os produtos mais os restos da glândula. Ex: glândula sebácea Classificação quanto ao número de células: UNICELULARES: exemplo a glâncula caliciforme MULTICELULULAR: exemplo as glândulas mamárias. As glânculas multicelulares podem ser: SIMPLES: - tubular simples - tubular espiralada - tubular ramificada Ex: g. intestinais Ex: g. sudoríparas Ex: g. mucosas estomacais - acinosa simples - acinosa ramificada Ex: g. uretais Ex: g. sebácea COMPOSTAS: - tubular composta - acinosa composta -tubuloacinosa composta Ex: g. mucosas intestinais Ex: pâncreas (parte exo) Ex: g. salivar submandibular Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 6 Classificação quanto ao tipo de ácino: SEROSAS: secreção é uma solução aquosa que pode conter enzimas MUCOSAS: secreção é mais pegajosa por ser rico em glicoproteínas e proteoglicanas MISTAS: semi lua serosa ocasionada pelo processo de fixação convencional Terminologias: Parênquima- células secretoras Estroma- tecido conjuntivo que sustenta as células secretoras Adenômeros- unidades secretoras, sintetizam a produção Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 7 TECIDO CONJUNTIVO: ESTRUTURA E FUNÇÃO: Formado por células e matriz extracelular (MEC – tudo que não é célula ) MEC= fibras proteicas (colágenas, elásticas e reticulares) + substância fundamental – viscosa, transparente, barreira física (moléculas proteoglicanas, glicoproteínas- colágeno, laminina;e glicoaminoglicanos – ácido hialurônico e outros não sulfatados como condroitin, dermatan) Portanto possui abundante material intercelular As funções refletem-se no tipo de fibras presentes; conexão, sustentação, preenchimento, armazenamento, defesa, nutrição (sangue), reparação CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO: Tecido conjuntivo embrionário– mesênquima e tecido conjuntivo mucoso Tecido conjuntivo propriamente dito– tecido conjuntivo frouxo e denso (modelado e não modelado) Tecido conjuntivo especializado– cartilagem, osso, sangue, tecido adiposo, hematopoiético e linfático TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO: Células o mesênquima que originam a maior parte do tecido conjuntivo adulto Tipos de conjuntivo embrionário: Mesênquima: encontrado principalmente no embrião, possui poucas fibras colágenas Tecido conjuntivo mucoso: característico do cordão umbilical, MEC semelhante a uma gelatina composta de ácido hialurônico e chamada de geleia de Wharton TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO: TECIDO CONJUNTIVO FROUXO: Fibras colágenas relativamente esparsas e delgadas Bastante substância fundamental (ocupa a maior parte) Função importante na difusão de oxigênio, nutrientes, gás carbônico e restos metabólicos Localizados abaixo dos epitélios, são a porta de entrada para organismos patogênicos no tecido conjuntivo, por isso constituem o local das reações inflamatórias e possuem muitas células errantes transitórias que migram dos vasos sanguíneos de acordo com estímulos TECIDO CONJUNTIVO DENSO NÃO MODELADO: Formado principalmente por células esparsas de fibroblasto Contém principalmente colágeno – resistência significativa ao tecido, mas possui certa quantidade de substancia fundamental Não modelado= feixe de fibras em várias direções Na pele é representado pela camada reticular ou profunda da derme; nos órgãos ocos, pela submucosa TECIDO CONJUNTIVO DENSO MODELADO: Componente funcional dos tendões, ligamentos e aponeuroses Fibras >>>> matriz fundamental Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 8 Modelado=fibras em séries paralelas e densamente organizadas – força máxima ao tecido Principal célula é o fibroblasto Tendões Feixes paralelos de fibras colágenas que entre eles tem fibroblastos Inserem o músculo ao osso Ligamentos: Fibras colágenas e fibroblastos dispostos paralelamente, mas não tão regular Unem um osso ao outro Alguns ligamentos, como os da região da coluna, possuem mais fibras elásticas Aponeuroses: Parecem tendões largos e planos Fibras dispostas em múltiplas camadas FIBRAS DO TECIDO CONJUNTIVO: Produzidas por fibroblastos FIBRAS COLÁGENAS: Proteína mais abundante (fígado – 4%, cartilagem hialina – 50%, derme – 72%) À fresco é branca Flexíveis e tem força tênsil Possuem subunidades filamentosas finas – fibrilas colágenas Composta por uma tripla hélice de cadeias polipeptídicas entrelaçadas – cadeias alfa Colorações do colágeno: Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 9 Biossíntese do colágeno: Correlação clínica | Colagenopatias O importante papel desempenhado pelos colágenos no corpo pode ser ilustrado pelas colagenopatias (colagenoses), que são causadas por um déficit ou por uma anormalidade na produção de colágenos específicos. As colagenopatías são atribuídas, em sua maioria, a mutações nos genes que codificam as cadeias α nos vários colágenos. A mutação dos colágenos provoca uma ampla variedade de distúrbios genéticos, que variam de leves a letais, dependendo do tipo de mutação do gene do colágeno e de seu efeito subsequente sobre a estrutura molecular do colágeno e a sua função no corpo. No futuro, a terapia gênica provavelmente poderá ser usada para controlar o depósito de colágeno defeituoso ou para reverter o processo patológico causado pelos genes que sofreram mutação. O quadro a seguir fornece uma lista das colagenopatias mais comuns que ocorrem em humanos. A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 10 As colagenopatías mais comuns em humanos Tipo de colágeno Doença Sintomas I Osteogênese imperfeita Fraturas repetidas após traumatismo mínimo; ossos quebradiços, dentes anormais, pele fina, tendões fracos, escleras azuis e perda progressiva da audição II Displasia de Kniest; acondrogenesia tipo II Baixa estatura, restrição da mobilidade articular, alterações oculares que levam à cegueira, metáfises largas e anormalidades articulares observadas nas radiografias III Síndrome de hipermobilidade de Ehlers-Danlos tipo 3 (apresenta mutação adicional do gene da tenascina X); síndrome vascular de Ehlers-Danlos tipo 4 Tipo 3: hipermobilidade de todas as articulações, luxações, deformidades das articulações dos dedos das mãos e início precoce de osteoartrite Tipo 4: pele fina, pálida e translúcida, equimoses graves e morbidade e mortalidade precoces (em consequência da ruptura de vasos e de órgãos internos) IV Síndrome de Alport Hematúria em consequência de alterações estruturais na membrana basal glomerular do rim, perda progressiva da audição e lesões oculares V Síndrome de Ehlers-Danlos clássica, tipos 1 e 2 (inclui mutações adicionais do gene do colágeno tipo I) Sintomas iguais aos do tipo 3, mas com comprometimento adicional da pele (fragilidade, hiperelasticidade, cicatrização tardia de feridas); o tipo 1 manifesta anormalidades cutâneas mais graves que o tipo 2 VII Síndrome de Kindler Formação intensa de bolhas e cicatrizes da pele após traumatismos mínimos, devido à ausência de fibrilas colágenas de ancoragem IX Displasia epifisária múltipla (DEM) Deformações ósseas em consequência da ossificação endocondral comprometida e displasia (DEM), doença articular degenerativa prematura X Condrodisplasiametafisária de Schmid Deformações ósseas caracterizadas por modificações dos corpos vertebrais e condrodisplasia das metáfises dos ossos longos XI Síndrome de Weissenbacher-Zweymuller, síndrome de Stickler (inclui mutações adicionais do gene do colágeno do tipo II) Manifestações clínicas semelhantes às das colagenopatias do tipo II, além de deformações craniofaciais e ósseas, miopia grave, descolamento da retina e perda progressiva da audição XVII Epidermólisebolhosa benigna atrófica generalizada (EBBAG) Doença cutânea bolhosa com separação dermoepidérmica mecanicamente induzida, epidermólisebolhosa em consequência de hemidesmossomos defeituosos, atrofia cutânea, distrofia ungueal e alopecia FIBRAS RETICULARES: Proporcionam estruturas de sustentação Formadas pelo colágeno do tipo III Prevalência de fibras reticulares indica maturidade tecidual Proeminentes nos estágios iniciais da cicatrização e depois são substituídas por colágeno tipo I Queloide: Super- ativação dos fibroblastos e consequente maior produção de colágeno Peles negras e amarelas são mais propensas Cicatriz fica mais evidente Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 11 Formam uma malha frouxa Atuam como estroma de sustentação de tecidos hematopoiéticos e linfáticos FIBRAS ELÁSTICAS: Dispostas de modo a formar uma rede tridimensional Entrelaçadas com as fibras colágenas para limitar a distensão e o estiramento Produzidas por fibroblastos e células musculares lisas Dois elementos: elastinas (proteína que possibilita o espiralamento aleatório) + microfibrilas de fibrilinas e emilina (regulação da elastogênese) – síndrome de Marfan: ausência de microfibrilas de fibrilinas Sem estriações MATRIZ EXTRACELULAR (MEC): Circunda e sustenta as células do tecido conjuntivo Fibras proteicas (colágenas e elásticas) + substância fundamental (proteoglicanos, glicoproteínas multiadesivas e glicosaminoglicanos –GAGs: arcabouço estrutural para as células) Barreira bioquímica Regulação das funções metabólicas das células circundadas pela matriz e também do desenvolvimento embrionário e da diferenciação celular Correlação clínica | Exposição ao sol e alterações moleculares na pele fotoenvelhecida O envelhecimento cronológico da pele é um processo complexo que está associado a alterações funcionais e estruturais dentro do epitélio estratificado pavimentoso (epiderme), bem como no tecido conjuntivo subjacente da derme. Quando essas alterações são intensificadas pela exposição prolongada à radiação solar ou ultravioleta (UV), o processo é denominado fotoenvelhecimento. A exposição crônica ao sol acelera o envelhecimento da pele, particularmente nas áreas expostas do corpo, como a face, o pescoço, a superfície dorsal das mãos e os antebraços. Os sinais clínicos associados ao fotoenvelhecimento incluem despigmentação, sardas, rugas profundas, aumento da flacidez e maior risco de câncer de pele. As alterações mais proeminentes na derme da pele fotoenvelhecida estão associadas a fibras do tecido conjuntivo. A produção diminuída de fibras colágenas dos tipos I e III é observada na pele envelhecida normal; no entanto, essas alterações são mais pronunciadas nas regiões expostas ao sol. A exposição à luz solar afeta a biogênese do colágeno, alterando as ligações cruzadas que ocorrem entre moléculas de colágeno durante a fibrilogênese (página 166). Essas alterações resultam na formação de fibras colágenas com estabilidade anormal e resistência diminuída à degradação enzimática. https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527729888/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#page_166 Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 12 O número de fibras elásticas também diminui com a idade; contudo, na pele fotoenvelhecida, o número de fibras elásticas anormalmente espessas e não funcionais aumenta. Estudos recentes de microfibrilas de fibrilina de pele fotoenvelhecida revelaram que a rede microfibrilar é afetada pela radiação solar. A exposição excessiva ao sol faz com que as microfibrilas de fibrilina sofram alterações extensas. Essas microfibrilas tornam- se esparsas e truncadas, levando à formação de MEC com fibras elásticas não funcionais aberrantes que, por fim, degeneram em massas homogêneas e amorfas contendo elastina. O fotoenvelhecimento também se caracteriza pela degradação anormal da matriz do tecido conjuntivo associada ao acúmulo de componentes não funcionais da matriz. Os fibroblastos e os neutrófilos que residem nas áreas da pele danificadas pela radiação secretam metaloproteinases da matriz (MMP-1 e -9), elastases e outras proteases (catepsina G). Essas enzimas são moduladas por inibidores teciduais das metaloproteinases (TIMPs), que protegem as proteínas extracelulares da degradação endógena. Na pele fotoenvelhecida, os níveis de TIMP estão significativamente reduzidos, o que contribui ainda mais para a fotolesão da pele. As melhores estratégias para evitar a fotolesão causada pela radiação solar e UV consistem no uso de filtros solares físicos e químicos para impedir a penetração UV na pele. Outros métodos também são utilizados para tratar a pele lesionada. Incluem redução das reações inflamatórias cutâneas com medicamentos anti- inflamatórios, inibição das atividades da elastase e de outras MMPs para impedir a degradação da MEC e estimulação natural ou aplicação de inibidores sintéticos das atividades das MMPs para controlar a destruição da MEC do tecido conjuntivo. CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO: Podem ser residentes ou errantes/ transitórias: CÉLULAS RESIDENTES: Fibroblastos e miofibroblastos: Responsáveis pela síntese de colágeno, pelas fibras elásticas e reticulares e pelos complexos de carboidratos da substância fundamental Próximo as fibras colágenas – apenas o núcleo discoide consegue ser visto Grande RER e golgi Citoplasma acidófilo Miofibroblastos: comportamento de fibroblasto juntamente com características de células musculares lisas - com feixes de filamentos de actina, difere das CML porque não tem lâmina externa Macrófagos: Derivam de células sanguíneas denominadas monócitos (células migratórias que sofrem diferenciação) Principal função é a fagocitose ( defesa e limpeza) Importante papel nas reações das respostas imunes Possuem forma irregular, núcleo oval e cromatina condensada Mastócitos: Intensamente basófilos Originam-se, assim como os basófilos, de uma célula-tronco hematocitopoiética Armazenam substancias químicas conhecidas como mediadores de inflamação: - HISTAMINA (amina derivada da histidina: provoca reação alérgica, causando edema no tecido circundante – antialérgicos= anti-histamínicos. Atraem os eosinófilos para fagocitarem o complexo antígeno- anticorpo - HEPARINA(glicosaminoglicana sulfatada): atua como anticoagulante (tratamento de trombose), inativa a histamina, impede a aglutinação de plaquetas Adipócitos: Acumulam gordura no citoplasma Presente no tecido conjuntivo frouxo Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 13 Envolvidos na síntese de hormônios Células-tronco adultas: Não tem capacidade de se diferenciar em múltiplas linhagens CÉLULAS MIGRATÓRIAS: Basófilos: Amadurecem na medula óssea Participam dos processos alérgicos Correlação clínica | O papel dos mastócitos e dos basófilos nas reações alérgicas Quando um indivíduo é exposto a um antígeno específico (alergênio), que reage com anticorpos IgE ligados à superfície dos mastócitos ou basófilos por meio de seus receptores (FcεRI) de alta afinidade, ele inicia a ativação dos mastócitos. Esse tipo de ativação dependente de IgE desencadeia uma cascata de eventos, resultando em reações alérgicas. Estas podem ocorrer como reações de hipersensibilidade imediata (em geral, dentro de segundos a minutos após a exposição a determinado alergênio), reações de fase tardia ou inflamações alérgicas crônicas. A reação de hipersensibilidade imediata envolve a liberação mediada por IgE de histamina e de outros mediadores dos mastócitos, bem como dos basófilos. Os sintomas clínicos provocados por esses mediadores variam, dependendo do sistema orgânico afetado. A liberação de mediadores nas camadas superficiais da pele pode manifestar-se na forma de eritema (vermelhidão), edema e prurido ou sensação dolorosa. Os sintomas respiratórios consistem em espirros, rinorreia (corrimento nasal), produção aumentada de muco, tosse, broncospasmo (constrição dos brônquios) e edema pulmonar. Os indivíduos com esses sintomas queixam-se frequentemente de sensação de constrição no tórax, dispneia e sibilos. O sistema digestório também pode ser afetado, com sintomas de náuseas, vômitos, diarreia e cólicas abdominais. Nos indivíduos altamente sensíveis, o antígeno injetado por um inseto pode deflagrar uma descarga maciça dos grânulos dos mastócitos e dos basófilos, afetando mais de um sistema. Essa condição é conhecida como anafilaxia. A dilatação e a permeabilidade aumentada dos vasos sanguíneos sistêmicos podem causar choque anafilático. Essa reação frequentemente explosiva, que comporta risco à vida, caracteriza-se por hipotensão significativa (redução da pressão arterial), diminuição do volume sanguíneo circulante (extravasamento dos vasos) e constrição das células musculares lisas na árvore brônquica. O indivíduo apresenta dificuldade de respirar e pode exibir exantema, bem como náuseas e vômitos. Os sintomas do choque anafilático costumam surgir dentro de 1 a 3 min, e é necessário um tratamento imediato com vasoconstritores, como epinefrina. A avaliação da ativação dos basófilos nas reações anafiláticas sistêmicas ainda é problemática, visto que ainda não foi identificado o marcador celular específico liberado pelos basófilos (e não por outras células, como os mastócitos). Após a resolução dos sinais e sintomas da reação de hipersensibilidade imediata, o indivíduo afetado pode desenvolver reações alérgicas de fase tardia dentro de 6 a 24 h. Os sintomas dessas reações podem incluir vermelhidão, edema persistente da pele, secreção nasal, espirros e tosse, geralmente acompanhados de contagem elevada dos leucócitos (leucocitose). Esses sintomas geralmente duram algumas horas e, em seguida, desaparecem dentro de 1 a 2 dias após a exposição inicial ao alergênio. No sistema respiratório, acredita-se que a reação de fase tardia seja responsável pelo desenvolvimento de asma persistente. Se a exposição a determinado alergênio for persistente (p. ex., um paciente alérgico a cães, mas proprietário de um desses animais), pode resultar a inflamação alérgica crônica. Nesse indivíduo, os tecidos acumulam uma variedade de células imunes, tais como eosinófilos e linfócitos T, que causam maior dano tecidual e prolongam a inflamação. Isso pode levar a alterações estruturais e funcionais permanentes no tecido afetado. Linfócitos: Menores células migrantes Mais numerosos na lamina própria do sistema respiratório e digestório Linfócitos T – efetoras na imunidade celular Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 14 Linfócitos B – efetoras na imunidade mediada por anticorpos (humoral) Plasmócitos: Diferenciam-se dos linfócitos B Bastante presentes no tecido conjuntivo frouxo Citoplasma basófilo Sem prolongamentos, núcleo redondo Eosinófilos, monócitos e neutrófilos: Importantes para a resposta imune Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 15 TECIDO ADIPOSO: ESTRUTURA E FUNÇÃO: Essencial para a homeostasia energética Funções: armazenamento (gordura e sangue), isolamento térmico, amortecimento, preenchimento de espaços, fonte de água, síntese de hormônios, plástica/ estrutural Reservas armazenadas em gotículas de lipídios, como o triglicerídio Apresenta aproximadamente o dobro da densidade energética dos carboidratos e proteínas (ser humano adulto tem reserva de glicogênio para um dia e de gordura para um mês) – 37 kJ/g gordura x 16 kJ/g carboidratos/proteína Principal célula é o adipócito Mulheres (gordura mais superficial) possuem entre 20% a 25% do peso de gordura, enquanto homens (gordura visceral) possuem 15% a 20% Neonato possui 6 milhões de adipócitos, 16% do adulto TECIDO BRANCO ADIPOSO: UNILOCULAR Funções: armazenamento de energia, isolamento, proteção de órgãos vitais e secreção de hormônios Gota lipídica central e única, núcleo periférico Forma uma camada adiposa (fáscia subcutânea) responsável pelo isolamento térmico Panículo adiposo mamário é importante durante a lactação, pois fornece lipídios e energia para a produção do leite Secreta uma variedade de moléculas chamadas ADIPOCINAS (hormônios, fatores do crescimento e citocinas): Leptina: controla a saciedade, inibindo a ingestão de alimentos quando a reserva corporal de energia é suficiente. Também induz a produção de hormônios esteroides Angiotensinogênio: produzido no fígado, a produção aumentada pelo tecido adiposo contribui para a hipertensão Resistina : aumenta a resistência à insulina Apelina: diminui a pressão arterial Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 16 Desenvolvimento do tecido adiposo: hoje se sabe que os endotélios dosvasos sanguíneos realizam síntese de adipócitos em adultos Ricamente suprido por vasos sanguíneos Regulação do tecido adiposo: Regulação do peso a curto prazo: grelina – estimulante do apetite e peptídeo YY – supressor do apetite controlam o metabolismo diariamente Regulação do peso a longo prazo: leptina – sensação de saciedade e insulina – conversão de glicose em triglicerídios Correlação clínica | Obesidade A obesidade é epidêmica nos EUA. De acordo com as estimativas atuais dos NationalInstitutesof Health (NIH), cerca de dois terços dos norte-americanos são considerados obesos, e 300.000 morrem anualmente em decorrência de doenças metabólicas relacionadas com a obesidade (i. e., diabetes mellitus, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer). Um indivíduo é considerado obeso quando a porcentagem de gordura corporal excede a porcentagem média para a idade e o sexo do indivíduo. A prevalência da obesidade aumentou nesta última década de 12% para 18%. Esses aumentos são observados em ambos os sexos e em todos os níveis socioeconômicos, sendo o maior aumento relatado no grupo etário de 18 a 29 anos. O índice de massa corporal (IMC), expresso como peso/altura2, está estreitamente correlacionado com a quantidade total de gordura corporal e é comumente usado para classificar o sobrepeso e a obesidade entre adultos. Um IMC de aproximadamente 25 kg/m2 é considerado normal. Um IMC superior a 27 kg/m2, que se correlaciona com um excesso de peso corporal de aproximadamente 20%, é considerado um risco para a saúde. A obesidade está associada a um risco aumentado de mortalidade, bem como a muitas doenças, tais como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e câncer. Trata-se de uma condição crônica, que se desenvolve em consequência de uma interação da constituição genética de uma pessoa com o seu ambiente. Os genes da obesidade codificam os componentes moleculares dos sistemas de regulação do peso a curto e a longo prazo, que incluem leptina, grelina e outros fatores que regulam o balanço energético. Além disso, vários A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 17 desses fatores modulam o metabolismo da glicose pelo tecido adiposo e contribuem para o desenvolvimento da resistência à insulina, que está associada ao diabetes mellitus tipo 2. Pesquisas intensas direcionadas para proteínas derivadas dos adipócitos poderão, no futuro, fornecer fármacos com potencial para reduzir a obesidade e superar a resistência à insulina. O exame microscópico do tecido adiposo de um indivíduo obeso revela a existência de adipócitos hipertróficos com uma gotícula lipídica gigante. Com frequência, são observados restos de adipócitos lesados ou mortos dispersos entre os adipócitos hipertróficos. Os adipócitos mortos são encontrados com frequência aproximadamente 30 vezes maior nos obesos que nos indivíduos não obesos. São observados grandes macrófagos que infiltram o tecido adiposo obeso; sua função consiste em remover a células lesadas e restos celulares e em alterar a secreção de adipocinas (Figura B.9.1.1). Além disso, os macrófagos inibem a diferenciação dos adipócitos a partir de suas células progenitoras, levando à hipertrofia dos adipócitos existentes. Devido ao grande tamanho dos macrófagos, bem como ao tempo necessário para remoção dos restos celulares, o tecido adiposo do indivíduo obeso revela sinais de inflamação crônica de baixo grau. O número de macrófagos exibe uma correlação positiva com o tamanho dos adipócitos e coincide com o aparecimento da resistência à insulina. https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527729888/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#ch9-b1-fig1 A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 18 TECIDO ADIPOSO PARDO: MULTILOCULAR Abundante em recém-nascidos (5% da massa corporal) Muito reduzido em adultos Possuem números gotículas lipídicas e células menores que o tecido adiposo branco Rico em vasos e nervos Contém numerosas mitocôndrias grandes e esféricas – coloração marrom a célula Originam-se das células progenitoras miogênicas esqueléticas A função do tecido é a termogênese: fonte de lipídio imediata que quando oxidada produz calor (termogenina ou UCP-1 – proteína mitocondrial que converte a enrgia acumulada em calor) Há uma relação direta entre temperatura externa e quantidade de tecido adiposo pardo Correlação clínica | Tumores do tecido adiposo O estudo das numerosas variedades de tumores de tecido adiposo benignos e malignos proporcionou maior compreensão e confirmação da sequência da diferenciação do tecido adiposo descrita anteriormente. À semelhança dos tumores epiteliais e tumores de origem fibroblástica, a variedade de tumores do tecido adiposo reflete o padrão normal de diferenciação deste tecido, isto é, podem ser descritos tipos distintos de tumores, que consistem principalmente em células que se assemelham a determinado estágio no processo de diferenciação do tecido adiposo normal. O tumor benigno mais comum do tecido adiposo no adulto é o lipoma. É mais comum que todos os outros tumores de tecidos moles combinados. Os lipomas são subclassificados pela morfologia da célula predominante no tumor. Por exemplo, o lipoma convencional consiste em adipócitos brancos maduros, enquanto o fibrolipoma apresenta adipócitos circundados por um excesso de tecido fibroso e o angiolipoma contém adipócitos separados por um número inusitadamente grande de canais vasculares. A maioria dos lipomas exibe alterações cromossômicas estruturais, que incluem rearranjos balanceados, envolvendo com frequência o cromossomo 12. Em geral, os lipomas são encontrados nos tecidos subcutâneos em indivíduos de meia-idade e idosos. Caracterizam-se por massas bemdefinidas, moles e indolores de adipócitos maduros, que geralmente são encontradas na fáscia subcutânea das costas, do tórax e das partes proximais dos membros superiores e inferiores. Em geral, o tratamento dos lipomas envolve uma excisão cirúrgica simples. Os tumores malignos do tecido adiposo, denominados lipossarcomas, são raros. Na maioria dos casos, são detectados em indivíduos idosos e são encontrados principalmente nos tecidos adiposos profundos dos membros inferiores, abdome e região do ombro. Os lipossarcomas podem conter tanto adipócitos maduros bem diferenciados quanto células indiferenciadas em estágio inicial (Figura B.9.2.1). Os tumores que contêm mais células nos estágios iniciais de diferenciação são mais agressivos e, com mais frequência, metastatizam. Os lipossarcomas costumam ser removidos cirurgicamente; no entanto, se um tumor já tiver metastatizado, tanto a quimioterapia quanto a radioterapia podem ser utilizadas como tratamento pré ou pós-cirúrgico. Embora o termo lipoma esteja relacionado principalmente com tumores do tecido adiposo branco, são também encontrados tumores do tecido adiposo pardo. De modo não surpreendente, esses tumores são denominados hibernomas – são tumores de tecido mole de crescimento lento, benignos e raros do tecido adiposo pardo, que surgem mais comumente na região periescapular, na fossa axilar, no pescoço ou no mediastino. A maioria dos hibernomas contém uma mistura de tecido adiposo branco e pardo; os hibernomas puros são muito raros. TRANSDIFERENCIAÇÃO DO TECIDO ADIPOSO: Exposição crônica ao frio permite com que células do tecido adiposo branco tornem-se pardos (mais comum que ocorra um fenótipo intermediário – as células brite ou bege O tecido pardo pode se diferenciar em branco quando o balanço energético é positivo e o corpo necessita de espaço para armazenamento de triglicerídeos Camundongos com tecido pardo abundante mostraram-se resistentes à obesidade Agentes transdiferenciadores: Frio Catecolaminas (agonistas adrenérgicos) PGC-1alfa https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527729888/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#ch9-b2-fig1 Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 19 Melatonina TECIDO ADIPOSO BRITE/ BEGE: Importante fator no combate a doenças metabólicas Apresenta as características de ambos os adipócitos, contudo, tem uma capacidade muito superior de dissipar energia, aumentando a taxa metabólica Funções; Comporta-se como branco e armazena o excesso de energia em forma de lipídios Quando estimulado (exposição ao frio, estimulação simpática) tem seu programatermogênico ativado e eleva a expressão de UCP1 e CETP à níveis semelhantes ao do tecido adiposo marrom promovendo maior dissipação de energia e aumentando alipólise e o consumo de oxigênio, reduzindo a adiposidade DISTRIBUIÇÃO CORPORAL DAS GORDURAS: Gordura visceral: Células grandes Sofre hipertrofia Quanto maior seu tamanho, maior será a infiltração de macrófagos, a secreção de citocinas pró-inflamatórias e de hormônios que estão diretamente relacionados com doenças cardiovasculares,diabetes tipo 2 e até mesmo alguns tipos de câncer. Gordura subcutânea Maior concentração de células pequenas Aumenta por hiperplasia Células menores em tamanho, produzemcitocinas anti-inflamatórias e hormônios como adiponectinae leptina, que estão relacionadas com melhora da sensibilidade à insulina e proteção cardiovascular. Apresenta células adiposas do tipo marrom CELULITE: Atenção ao nome equivocado. Acomete cerca de 80% da população Caracterizada por: Acúmulo de gordura subcutânea Aderências fibrosas que forçam a retração da pele Compressão de vasos sanguíneos e linfáticos, dificultando a circulaçãoe a nutrição dos tecidos Retenção de água envelhecimento de tecido conjuntivo Multifatorial: Tabagismo, sedentarismo, obesidade, má alimentação, distúrbioscirculatórios e hormonais... A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 20 TECIDO HEMATOPOIÉTICO: ASPECTOS GERAIS: A quantidade de sague em um adulto é de em m´dia 6 litros Funções: Nutrientes e oxigênio para as células Transporta produtos degradação e co2 a partir das células Transporta hormônio e outras substâncias reguladoras Coagulação e termorregulação Transporta células do sistema imune Composição: Eritrócitos (hemácias) Leucócitos células e seus derivados Plaquetas (trombócitos) Plasma: material extracelular líquido do sangue PLASMA: 90% composto por água Seus solutos ajudam a manter a homeostasia Proteínas plasmáticas: ALBUMINA:é produzida no fígado. Mantem a pressão coloidosmótica, não permitindo acumulo de liquido tecidual e formação de edemas GLOBULINAS: são anticorpos secretados pelos plasmócitos (imunoglobulinas). As globulinas não imunes ajudam a manter a pressão osmótica FIBROGÊNIO maior proteína plasmática, produzida no fígado. Fibrogênio solúvel -> fibrina (proteína insolúvel): criam uma rede impermeável e impedem maiores perdas sanguíneas Soro: plasma desprovido de fatores de coagulação, ex quando se adiciona heparina, não forma os coágulos – eritrócitos presos em redes de fibrinas ERITRÓCITOS: São células anucleadas com formato de discos bicôncavos (aumenta a superfície de contato) Funções: Funcionam dentro da corrente sanguínea Ligam-se ao oxigênio para suprimento dos tecidos Retiram dióxido de carbono dos tecidos Tempo de vida: 120 dias Medula óssea: produz novos eritrócitos Eritrócitos envelhecidos são degradados pelos macrófagos no baço, na medula óssea e no fígado Como a hemácia sofre muita pressão e forças de cisalhamento possui um citoesqueleto especializado para manter seu formato. Proteínas integrais e periféricas da membrana conferem propriedades elásticas e estabilidade HEMOGLOBINA: Proteína especializada no transporte de oxigênio Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 21 É formada por 4 cadeias polipeptídicas cada uma com um grupo HEME que contém ferro capaz de se ligar ao oxigênio Circula no sangue de duas formas: oxi-hemoglobina (arterial) e hemoglobina reduzida (venoso) Existem 3 tipos: - hemoglobina A: 96% da hemoglobina dos adultos - hemoglobina A2: até 3% em adultos - hemoglobina F: é a fetal, cai drasticamente após o nascimento (1% em adultos) Correlação clínica | Sistemas de grupos sanguíneos AB0 e Rh Sistema de grupo sanguíneo AB0 Um importante fator na transfusão de sangue é o sistema de grupo sanguíneo AB0, que essencialmente envolve três antígenos, denominados A, B e 0 (Quadro B.10.1.1). Esses antígenos consistem em glicoproteínas e glicolipídios e diferem apenas ligeiramente quanto à sua composição. Estão presentes na superfície dos eritrócitos e estão ligados aos domínios extracelulares de proteínas integrais da membrana, denominadas glicoforinas e proteínas de banda 3. A existência de antígenos A, B ou 0 determina os quatro grupos sanguíneos principais: A, B,AB e 0. Todos os humanos apresentam enzimas que catalisam a síntese do antígeno 0. Os indivíduos do grupo sanguíneo A contêm uma enzima adicional (N- acetilgalactosaminatransferase ou A-glicosiltransferase), que acrescenta a N-acetilgalactosamina ao antígeno 0. Os indivíduos de grupo sanguíneo B contêm uma enzima (galactose transferase ou B-glicosiltransferase), que adiciona galactose ao antígeno 0 (Figura B.10.1.1). Os indivíduos de grupo sanguíneo AB expressam ambas as enzimas, enquanto os indivíduos de grupo sanguíneo tipo 0 não contêm essas enzimas. Nos humanos, os genes AB0 consistem em pelo menos sete éxons, que estão localizados no cromossomo 9. O alelo 0 é recessivo, enquanto os alelos A e B são codominantes. As diferenças nas moléculas de carboidrato desses antígenos são detectadas por anticorpos específicos dirigidos contra os antígenos A ou B. Os indivíduos com antígenos A contêm anticorpos anti-B séricos, que são dirigidos contra o antígeno B. Os indivíduos com antígenos B têm anticorpos anti-A séricos, que são dirigidos contra o antígeno A. Os indivíduos com grupo sanguíneo AB não apresentam anticorpos dirigidos contra os antígenos A ou B; por esse motivo, são receptores universais de qualquer tipo sanguíneo. Os indivíduos do grupo 0 apresentam ambos os anticorpos anti-A e anti-B no soro e nenhum antígeno A ou B nos eritrócitos. Por conseguinte, esses indivíduos são doadores universais de sangue. Se um indivíduo receber uma transfusão de sangue de tipo incompatível, os anticorpos do receptor irão atacar os eritrócitos do doador, causando uma reação transfusional hemolítica com destruição dos eritrócitos transfundidos. Para evitar essa complicação que inclui risco à vida, o sangue para transfusão precisa ser sempre submetido à prova cruzada com o sangue do receptor. Nesse procedimento, o soro do receptor é testado contra os eritrócitos do doador. Se não houver reação a essa prova cruzada, o sangue do doador pode ser usado para transfusão. Sistema de grupo sanguíneo Rh O outro sistema de grupo sanguíneo importante, o sistema Rh, baseia-se no antígeno Rhesus (Rh). Nos humanos, esse sistema é representado por um polipeptídio Rh30 não glicosilado transmembrana, de 40 kDa, que compartilha sítios antigênicos com os eritrócitos do macaco rhesus. O polipeptídio Rh30 é um componente de um complexo de proteína integral da membrana do eritrócito maior (90 kDa), que inclui a glicoproteína Rh50. Embora o polipeptídio Rh30 expresse muitos sítios antigênicos em seu domínio extracelular, apenas três deles – os antígenos D, C e E – apresentam significado clínico. As interações das moléculas de Rh30 e Rh50 são essenciais para a expressão dos antígenos D, C e E. O indivíduo que contém apenas um desses três antígenos é designado como Rh positivo (Rh+). Todos os três antígenos estimulam a produção de anticorpos anti-Rh em indivíduos sem os mesmos antígenos. A incompatibilidade Rh pode induzir uma reação transfusional hemolítica e, nos recém-nascidos, provoca doença hemolítica denominada eritroblastose fetal. A eritroblastose fetal ocorre em recém-nascidos Rh(D+) cujas mães são Rh(D–) e resulta de uma reação imune das imunoglobulinas anti-D da mãe que atravessaram a placenta. Os anticorpos anti-D são produzidos pela mãe em resposta ao antígeno D expresso nos eritrócitos fetais que extravasam na sua circulação durante a gravidez. A administração de anticorpos anti-D (RhoGAM) à mãe durante a gestação e depois do parto destrói qualquer eritrócito fetal Rh(D+) circulante que possa persistir no sangue materno, impedindo, assim, a ocorrência de reações de incompatibilidade Rh em gestações futuras. https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527729888/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ch10-b1-fig1 Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 22 Correlação clínica | Hemoglobina em pacientes com diabetes mellitus Conforme assinalado no texto, em torno de 96% da hemoglobina total nos adultos é representada pela hemoglobina do tipo HbA. Aproximadamente 8% da HbA consiste em vários subtipos que exibem pequenas diferenças químicas. Esses subtipos são as hemoglobinas HbA1a1, HbA1a2, HbA1b e HbA1c. Destes subtipos, a hemoglobina tipo A1c tem significado clínico, visto que se liga de modo irreversível à glicose. É designada como hemoglobina glicada ou glicosilada. Os níveis desse subtipo de hemoglobina são utilizados para monitorar os níveis de glicemia do indivíduo ao longo de 2 a 3 meses (clinicamente denominado teste da A1c). Os indivíduos com diabetes mellitus apresentam níveis aumentados de hemoglobina glicadaHbA1c no sangue, devido ao nível elevado de glicemia. Tendo em vista que o tempo de sobrevida normal dos eritrócitos é de cerca de 120 dias (página 301), a hemoglobina glicada somente pode ser eliminada quando os eritrócitos que a contêm são destruídos. Por conseguinte, os valores da HbA1c são diretamente proporcionais à concentração de glicose no sangue durante o tempo de sobrevida do eritrócito. Nos indivíduos sadios e naqueles com diabetes mellitus que está sendo efetivamente controlado, os níveis de HbA1c não devem ultrapassar 7% da hemoglobina total. Como os valores da HbA1c não estão sujeitos às flutuações a curto prazo observadas nos níveis de glicemia (p.ex., após as refeições ou durante o jejum), o sangue para teste da HbA1c pode ser obtido sem considerar o momento em que o alimento é consumido. Correlação clínica | Distúrbios da hemoglobina Anemia A anemia é definida clinicamente como uma diminuição da concentração de hemoglobina no sangue, levando-se em consideração a idade e o sexo do indivíduo. Em geral, a baixa concentração de hemoglobina é definida por valores inferiores a 13,5 g/dℓ (135 g/ℓ) nos homens e inferiores a 12 g/dℓ (120 g/ℓ) nas mulheres. Embora, em certas anemias, essa concentração diminuída de hemoglobina seja causada por uma redução na quantidade de hemoglobina existente em cada célula, as anemias são causadas, em sua maioria, por uma redução no número de eritrócitos. As causas de anemia incluem perda de sangue (hemorragia), produção insuficiente de eritrócitos ou destruição acelerada dos eritrócitos circulantes.Quantidades insuficientes de ferro na dieta ou deficiência de determinadas vitaminas, tais como vitamina B12 ou ácido fólico, podem levar à diminuição na produção de eritrócitos. A atrofia gástrica, em consequência de doença autoimune, com destruição concomitante das células parietais que secretam o fator intrínseco, uma molécula essencial para absorção de vitamina B12 pelas células do íleo, constitui a causa de um tipo de anemia denominado anemia perniciosa. Os sintomas clínicos da anemia variam, dependendo do tipo de anemia, da causa subjacente e de outras condições clínicas associadas. Os sintomas comuns de anemia, até mesmo as leves, consistem em fraqueza, fadiga e perda de energia. Os outros sintomas associados à anemia incluem dispneia, cefaleias frequentes, dificuldade de concentração, confusão mental, perda do impulso sexual, tontura, cãibras de perna, insônia e palidez da pele. Doença falciforme A doença falciforme é causada por uma mutação pontual no gene que codifica a cadeia de globina β da hemoglobina A (HbA). O resultado dessa mutação consiste em uma cadeia de β-globina anormal, em que o aminoácido valina substitui o ácido glutâmico na posição 6. A hemoglobina que contém essa cadeia de β-globina anormal é designada como hemoglobina falciforme (HbS; do inglês, sicklehemoglobin). A substituição do ácido glutâmico hidrófilo pela valina hidrófobica faz com que as moléculas de HbS sofram agregação em condições de baixa saturação de oxigênio e aumentem seu comprimento além do diâmetro do eritrócito. Nessa situação, em vez do formato de disco bicôncavo normal, muitos dos eritrócitos adquirem um formato de foice em situação de baixa tensão de oxigênio – daí o nome dessa doença (Figura B.10.3.1). A reversão desse processo ocorre quando a saturação de oxigênio fica reduzida para menos de 85% nos indivíduos homozigotos e para menos de 40% nos heterozigotos. Os eritrócitos falciformes são mais rígidos que as células normais e aderem mais facilmente à superfície endotelial. Por conseguinte, o sangue torna-se mais viscoso, o que facilita o empilhamento dos eritrócitos falciformes nos capilares de menor calibre e a obstrução deles.Consequentemente, partes dos tecidos e órgãos ficam, desse modo, privadas de oxigênio e nutrientes. Pode ocorrer também obstrução de vasos de grande calibre, situação que frequentemente leva a acidente vascular encefálico em crianças. Os eritrócitos em formato de foice também são mais frágeis e se degradam ou são destruídos mais rapidamente (depois de 20 dias) do que os eritrócitos normais. A doença falciforme é uma alteração genética recessiva e monozigótica. No entanto, indivíduos heterozigotos portadores de traços de doença falciforme podem, em certas ocasiões, apresentar sinais clínicos quando estiverem em grandes altitudes ou sob estresse físico extremo. https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527729888/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#page_301 https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527729888/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ch10-b3-fig1 A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 23 LEUCÓCITOS: Dois grupos gerais: GRANULÓCITOS (grânulos específicos no citoplasma) neutrófilos/ eosinófilos / basófilos AGRANULÓCITOS (sem grânulos específicos no citoplasma) linfócitos/ monócitos NEUTRÓFILOS: Leucócitos + numerosos e granulócitos + comuns Possui núcleos multilobulados (2 a 4 lóbulos unidos por filamentos finos) Contém 3 tipos de grânulos: GRÂNULOS AZURÓFILOS (G. primários): são os lisossomos com enzimas peroxidases (mieloperoxidase) que produzem hipoclorito bactericida altamente reativo e cloraminas. Contém também hidrolases ácidas típicas GRÂNULOS ESPECÍFICOS (G. secundários): contém várias enzimas (colagenase, gelatinase, fosfolipase) GRÂNULOS TERCIÁRIOS: contém enzimas fosfatases que ajudam o neutrófilo a migrar para o tecido conjuntivo CARACTERÍTICAS: São células móveis – primeira onda a entrar em um dano tecidual São fagócitos ativos com receptores para identificar patógenos EOSINÓFILOS: Possuem núcleos bilobulados Desenvolvem-se e amadurecem na medula óssea Circulam no sangue periféricoe migram para o tecido conjuntivo Estão presentes nas regiões de reação alérgica moderando os efeitos dos mediadores vasoativos inflamatórios Corticoides induzem a queda de eosinófilos Possuem 2 tipos de grânulos: GRÂNULOS AZURÓFILOS: lisossomos com hidrolases ácidas que fazem a hidrólise dos complexos anticorpo- antígeno internalizados pelo eosinófilo GRÂNULOS ESPECÍFICOS: possui histaminase que neutraliza a ação da histamina e arilsulfatase que neutraliza as substâncias dos basófilos (leucotrienos) e mastócitos no processo alérgico Correlação clínica | Degradação da hemoglobina e icterícia Se a conjugação da bilirrubina ou a sua excreção na bile pelas células hepáticas forem inibidas, ou se houver bloqueio do sistema de ductos biliares, a bilirrubina pode retornar ao sangue, causando cor amarelada da esclera do olho e na pele. Essa Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 24 condição é denominada icterícia, que pode ser causada pela destruição dos eritrócitos circulantes. Um exemplo dessa condição é a reação transfusional hemolítica, quando se administra sangue de grupo sanguíneo AB0 incompatível a um paciente, geralmente devido a um erro de escrita. A hemólise maciça dos eritrócitos transfundidos pode estar associada a complicações sistêmicas graves, tais como hipotensão (diminuição da pressão arterial), insuficiência renal e até mesmo morte. A icterícia é também característica em uma variedade de anemias hemolíticas, que resultam de defeitos hereditários nos eritrócitos (p. ex., esferocitose hereditária) ou de fatores externos, como microrganismos patogênicos, venenos de animais, substâncias químicas e fármacos. É comum a ocorrência de certo grau de icterícia em recém-nascidos (icterícia fisiológica), em virtude da falta de eficiência do sistema de conjugação da bilirrubina no fígado do recém-nascido. BASÓFILOS: Leucócitos menos numerosos Núcleo volumoso, retorcido, irregular ou bilobulado Citoplasma repleto de grânulos específicos Também possui grânulos azurófilos: lisossomos GRÂNULOS ESPECÍFICOS: contém HEPARINA- anticoagulante glicosaminoglicano sulfatado, HISTAMINA e HEPARAM SULFATO – agentes vasoativos (dilatação), LEUCOTRIENOS- lipídeos modificados que causam contração prolongada dos músculos lisos respiratórios, IL-4 e IL-13 que promovem síntese de anticorpos FUNÇÕES: Relacionada com as do mastócitos do tecido conjuntivo Mastócitos e basófilos ligam-se a anticorpos secretados pelos plasmócitos, a exposição ao antígeno desse anticorpo faz com que os basófilos sejam ativados e liberem os agentes vasoativos dos seus grânulos que estão relacionados às reações de hipersensibilidade e à anafilaxia Desenvolvem-se e sofrem diferenciação na medula óssea e são liberados no sangue periférico comocélulas maduras LINFÓCITOS: São os agranulócitos mais comuns São células imunocompetentesrecirculantes – reconhecem e respondem a antígenos, movimentam-se de um tecido linfático para o outro Funções para imunidade humoral e citotóxica São capazes de sofrer diferenciação quando estimulados Existem 3 tipos de linfócitos: LINFÓCITOS T (60%-80% dos linfócitos maduros): sua diferenciação ocorre no TIMO. Estão envolvidas na imunidade celular e possuem receptores de células T (glicoproteínas de reconhecimento) LINFÓCITOS B (20%-30% dos linfócitos maduros): envolvidas na produção de anticorpos circulantes NATURAL KILLER: programadas para matar certos tipos de células infectadas por vírus e alguns tipos de células tumorais MONÓCITOS: São os maiores leucócitos Núcleo com formato ovoide (jovens) e retorcidos (maduros) Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce A n a l i c e B e v i l a q u a – t u r m a 1 0 5 M e d i c i n a P á g i n a | 25 Passam da medula óssea para os tecidos corporais onde se diferenciam em macrófagos de diversos tipos que desempenham papel importante na resposta imune – sistema mononuclear fagocitário Possui complexo de golgi bem desenvolvido Contém grânulos azurófilos com enzimas lisossômicas PLAQUETAS: ou TROMBÓCITOS São derivadas de megacariócitos, grandes células poliploides na medula óssea e depois circulam pelo sistema circulatório FORMAÇÃO DAS PLAQUETAS: Separação de fragmentos do citoplasma de megacariocitos forma canais extensos de demarcação de plaquetas Invaginações da membrana plasmática formam a membrana que reveste esses canais Por fim ocorre a separação completa desses canais e a formação de plaquetas individuais ATUAÇÃO DAS PLAQUETAS: Vigiam o revestimento endotelial dos vasos a procura de lacunas ou rupturas A exposição do tecido conjuntivo por alguma lesão promove a ligação plaquetária que desencadeia a liberação de: SEROTONINA – vasoconstritor, diminui o fluxo sanguíneo no local da lesão ADP e TROMBOXANO A2 – responsáveis pela maior adesão das plaquetas e formação do tampão hemostático primário O tampão hemostático primário é transformado em secundário quando o fibrogênio solúvel é convertido em fibrina que forma uma rede densa de fibras a qual aprisiona os eritrócitos e as plaquetas de forma estável – coágulo definitivo Depois disso há a retração do coágulo por ação da actina e miosina presentes na zona estrutural da plaqueta – retorno do fluxo sanguíneo normal através do vaso Plasmina- lisa o coágulo Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce P á g i n a | 26 HEMOGRAMA COMPLETO: CONTAGEM DE LEUCÓCITOS: Leucocitose (contagem elevada): pode ocorrer por resposta a reação inflamatória, queimaduras, infecções, fraturas ósseas, após exercício físico intenso, em decorrência do estresses, durante a gestação e trabalho de parto Hiperleucocitose: indicação comum de leucemia Leucopenia (contagem baixa): associada a radiação, quimioterapia, doenças autoimunes, doenças da medula óssea, uso de fármacos (antipsicóticos), antiepiléticos, imunossupressores, HIV/AIDS BASTONETES: neutrófilos imaturos MONÓCITOS: Monocitose: infecção por protozoários Monocitopenia: desnutrição, caqueixa (ausência de resposta ao sistema mononuclear fagcit.) LINFÓCITOS; Linfocitose: viroses, mononucleose infecciosa Linfopenia: deficiências imunológicas (aids) NEUTRÓFILOS: Neutrofilia: infecções localizadas como abscessos e furúnculos, meningite, apendicite, pneumonia, exercícios violentos Neutropenia: sarampo, rubéola Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce P á g i n a | 27 EOSINÓFILOS: Eosinofilia: parasitoses e doenças alérgicas Eosinopenia: moléstias infecciosas agudas: septicemia, pneumonia, estresse agudo como cirurgias e queimaduras BASÓFILOS: Basofilia: hipersensibilidade a drogas e alimentos, rinite Basopenia (não usa): infecções agudas – muito difícil de ocorrer porque já é muito baixa a contagem CONTAGEM DE ERITRÓCITOS: Policitemia (contagem elevada): pode ser causada por doenças genéticas, grandes altitudes, por tumor secretor de eritropoietina, síndrome da apneia noturna, fumo Anemia (contagem baixa): pode ser causada pela perda de sangue, gravidez, má nutrição (falta de vitamina B12 ou ferro), doenças crônicas e genéticas (ex: anemia falciforme) ÍNDICES ERITROCITÁRIOS: VCM- volume corpuscular médio HCM- hemoglobina corpuscular média CHCM- concentração de hemoglobina corpuscular média RDW-índice de anisocitose CONTAGEM DE PLAQUETAS: Trombocitose (contagem elevada): pode ser resultado de inflamação, distúrbio do baço ou esplenectomia Trombocitopenia (contagem baixa): pode ser resultado de radioterapia, quimioterapia, AIDS, gestação, leucemia, fármacos, deficiência de vitamina b12 ou A, hemorragia grave ou púrpura (doença autoimune de destruição das plaquetas) HEMATOPOESE: Inclui a eritropoese, leucopoese e trompoese Células sanguíneas são constantemente produzidas e destruídas Eritrócito e plaquetas= passam toda sua vida no sangue Leucócitos= migram para fora da circulação A hematopoese é iniciada durante o desenvolvimento embrionário: Primeiro ocorre no saco votelínico, depois no fígado e baço e por último começa a ocorrer na medula óssea, que será após o nascimento, junto com os tecidos linfáticos, o local de produção P á g i n a | 28 TEORIA MONIFILÉTICA DA HEMATOPOESE: ERITROPOESE: Influenciada pela eritropoietina – hormônio glicoproteico Vida média de 120 dias TROMBOPOESE: Começa a partir de células progenitoras da medula óssea Influencia de interleucinas Estimulação da trobopoetina Megacarioblasto- >Megacariócito -> plaqueta Vida média de 10 dias MONOCITOPOESE: Produzidos na medula óssea Monoblasto ->promonócito -> monócito(sangue) -> macrófago (tecidos) LINFOPOESE: Produção principalmente na medula óssea, mas proliferam-se nos órgãos linfáticos Linfoblasto ->prolinfócito -> linfócito -> T ou B CÉLULA- TRONCO HEMATOPOÉTICA (CTH) plutipotente CÉLULAS PROGENITORAS MIELOIDES COMUNS (CMP) C.P. de megacariócitos/ eritrócitos C.P. de monócitos/ granulócitos CÉLULAS PROGENITORAS LINFÁTICAS COMUNS (CLP) células T, B e NK (natural killer) P á g i n a | 29 GRANULOPOESE: Diferenciação por influencia das citocinas MEDULA ÓSSEA: Constituída por vasos sanguíneos comuns especializados chamados sinusoide Sua função consiste na formação, maturação e liberação das células sanguíneas Existem 2 tipos; Vermelha (hematógena): ativa, ocorre a produção de células sanguíneas – encontrada nos adultos nas costelas vértebras, pelve e cíngulo do membro superior Amarela (adiposa): inativa, forma mais comum de medula encontrada nos ossos de adultos – ossos longos dos braços, pernas e dedos. Pode se reverter em medula óssea vermelha se necessário Na medula óssea existem microrregiões, onde predomina o mesmo tipo de glóbulo sanguíneo em diferentes fases de maturação Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce Isa Realce P á g i n a | 30 TECIDO CARTILAGINOSO É um tipo de tecido conjuntivo Funções: suporte de tecidos moles, revestimento de superfícies articulares, absorção de choque, facilita o deslizamento dos ossos nas articulações Sua célula é o condrócito – participantes essenciais na formação (condroblasto) e na manutenção da matriz Possui matriz extracelular abundante, altamente especializada e funcional, porque: O tecido cartilaginoso é avascular (desprovido também de vasos linfáticos e nervos) sendo a matriz importante para a sobrevivência dos condrócitos, que estão nas cavidades da matriz, as lacunas COMPOSIÇÃO DA MATRIZ EXTRACELULAR: permite a difusão de substâncias com os vasos sanguíneos do tecido adjacente que o envolve (pericôndrio) Colágeno: principal proteína da matriz tipo II: 40- 60% do peso seco tipo IX, X e XI: regulam e organizam as fibrilas tipo IV: fixação das células a estrutura da matriz GAGs/ proteoglicanos: ácido hialurônico (hialurona) queratam sulfato condroitim sulfato agrecam (condroitim sulfato + queratam sulfato + proteína central) – afinidade com a água que é 60 -80% do peso da cartilagem ácido hialurônico + agrecam = agregados de proteoglicanos glicoproteínas multiadesivas: marcadoras de renovação e degeneração da cartilagem (fibronectina, ancorina e tenascina) 2 áreas: territorial – rica em sulfatos (GAGs) e interterritorial – pobre em sulfatos Pericôndrio: Contém vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, nutre o tecido cartilaginoso, com exceção das articulares e a cartilagem fibrosa que recebem os nutrientes do líquido sinovial Derivado do tecido conjuntivo denso 2 camadas: fibrosa (colágeno I e elastina) e condrogênica (formação de condroblastos – mitoses) A cartilagem é um tecido essencial para o desenvolvimento doe esqueleto fetal e do crescimento da maioria dos ossos P á g i n a | 31 Os tipos de tecidos cartilaginosos são três: 1) cartilagem hialina. 2) cartilagem elástica e 3) cartilagem fibrosa 1) CARTILAGEM HIALINA: É o tipo mais freqüente no corpo humano MATRIZ: Colágeno do tipo II + ácido hialurônico Proteoglicanos CONDRÓCITOS: Em lacunas, envoltos por uma zona estreita rica em proteoglicanos e colágeno tipo VI: a cápsula São eles que secretam as substâncias da matriz Grupos isógenos: condrócitos originados de um mesmo condroblasto que estão na mesma lacuna Condrócitos são células pouco oxigenadas – degradação de glicose por mecanismos anaeróbicos Sua nutrição ocorre por difusão ESQUELETO FETAL E OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL: Cartilagem hialina é a precursora da maioria dos ossos longos Discos epifisários: cartilagens remanescentes nas extremidades dos ossos que permitem o crescimento do osso Nos adultos, está restrita às cartilagens articulares, cartilagens intercostais, fossas nasais, traquéia e brônquios Pericôndrio: Todas as cartilagens hialinas são envolvidas por esse tecido conjuntivo, exceto as cartilagens articulares É a fonte de novos condrócitos (camada condrogênica) Responsável pela nutrição e oxigenação É calcificada com o envelhecimento P á g i n a | 32 2) CARTILAGEM ESLÁSTICA: Semelhante a cartilagem hialina, mas rica em fibras elásticas Não se calcifica – menos sujeita a processos degenerativos que a hialina Sempre com pericôndrio Encontrada na orelha externa, nas paredes do meato acústico externo, na tuba auditiva e na epiglote 3) CARTILAGEM FIBROSA: É um intermediário entre o conjuntivo denso e a cartilagem hialina É sempre associada ao tecido conjuntivo denso – limites imprecisos Grande quantidade de fibras colágenas tanto do tipo I (característico de conjuntivo), quanto do tipo II, apesar de uma matriz mais reduzida Não tem pericôndrio É encontrada nos discos intervertebrais, na sínfise púbica, nos meniscos das articulações do joelho e em certos locais onde os tendões se inserem aos ossos Contém mais versicana (monômero de proteoglicana produzido por fibroblastos) do que agrecana (produzido pelos condrócitos) Condrócitos em fileira P á g i n a | 33 HISTOGÊNESE: No embrião, derivam do mesênquima As células mesenquimatosas se multiplicam rapidamente (nódulo condrogênico), formando os condroblastos (fator de crescimento SOX-9) que ao sintetizarem matriz, começam a se afastar formando os condrócitos O tecido mesenquimatoso que circundava o nódulo condrogênico dá origem ao pericôndrio CONDROGÊNESE E CRESCIMENTO: Crescimento intersticial: Divisão mitótica de condrócitos pré-existentes – no início, ocupam a mesma lacuna, depois, quando começam a produzir os componentes da matriz, separam-se e começam a ocupar sua própria lacuna Quase só ocorre nas primeiras fases de vida da cartilagem Crescimento aposicional: Crescimento a partir das células do pericôndrio (camada condrogênica) REPARAÇÃO DE CARTILAGEM: A cartilagem é capaz de tolerar um estresse considerável, mas quando lesionada tem uma incapacidade de cicatrização, por ser avascular Reparação só ocorre se o defeito envolve o pericôndrio – por meio de atividade de células progenitoras pluripotentes – e a reparação envolve a produção de tecido conjuntivo denso Nos adultos, observa-se, no local da lesão, a formação de vasos sanguíneos que produzem mais o crescimento do osso do que reparo na cartilagem Para melhorar a cicatrização da cartilagem articular: enxertos pericondrais, aplicação de fatores de crescimento CALCIFICAÇÃO DA CARTILAGEM HIALINA: Ocorre na porção da cartilagem articular que está em contato com o tecido ósseo em crescimento e os ossos do indivíduo adulto Ocorre na cartilagem que está prestes a ser substituída por osso – ossificação endocondral Ocorre como parte do processo de envelhecimento P á g i n a | 34 Condroclasto: é provável que sejam osteoclastros maduros – capacidade de reabsorver a cartilagem PATOLOGIAS: Artrose também é chamada de osteoartrite ou osteoartrose Correlação clínica | Osteoartrite A osteoartrite, uma doença articular degenerativa, é um dos tipos mais comuns de doença articular. A patogenia da osteoartrite permanece desconhecida, mas sua ocorrência está relacionada com o envelhecimento e com a lesão da cartilagem articular. A maioria dos indivíduos exibe alguns dos sinais dessa doença por volta dos 65 anos de idade. A osteoartrite caracteriza-se por dor articular crônica com vários graus de deformidade articular e destruição da cartilagem articular. Afeta comumente as articulações de sustentação do peso: quadris, joelhos, vértebras lombares inferiores e articulações das mãos e dos pés. Há diminuição no conteúdo de proteoglicanos, resultando em diminuição do conteúdo de água intercelular na matriz cartilaginosa. Os condrócitos também desempenham um importante papel na patogenia da osteoartrite. Como eles produzem interleucina-1 (IL-1) e fator de necrose tumoral α (TNF-α; do inglês, tumor necrosis factor α), a síntese de metaloproteinases é estimulada, enquanto a do colágeno do tipo II e dos proteoglicanos pelo condrócito é inibida. Nos estágios iniciais da doença, a camada superficial da cartilagem articular sofre ruptura. Por fim, a destruição da cartilagem estende-se até o osso, onde o osso subcondral exposto passa a constituir uma nova superfície articular. Essas alterações resultam em diminuição progressiva da mobilidade e aumento da dor com o movimento articular. A osteoartrite não tem cura, e o tratamento resume-se no alívio da dor e da rigidez para possibilitar maior amplitude do movimento articular. A osteoartrite pode estabilizar-se com a idade; no entanto, com mais frequência, ela progride lentamente, levando, a longo prazo, à incapacidade. P á g i n a | 35 Correlação clínica | Tumores malignos da cartilagem – Condrossarcomas Os condrossarcomas geralmente são tumores malignos de crescimento lento, caracterizados pela secreção de matriz cartilaginosa. Nos EUA, em torno de 3,6% dos tumores ósseos primários diagnosticados a cada ano consistem em condrossarcomas. Tais tumores são os segundos tumores do osso produtores de matriz mais comuns depois dos osteossarcomas (tumores malignos formadores de osso). Ocorrem mais frequentemente nos homens que nas mulheres e acometem indivíduos geralmente a partir dos 45 anos de idade. Os condrossarcomas originam-se predominantemente no esqueleto axial (e, mais comumente, acometem as vértebras, ossos pélvicos, costelas, escápula e esterno) e nas metáfises das extremidades proximais dos ossos longos (com mais frequência, o fêmur e o úmero). O sintoma mais comum relatado pelos pacientes consiste em dor profunda, frequentemente presente por vários meses e de caráter geralmente vago. Como o tecido cartilaginoso está comprimido dentro do osso, na maioria dos casos, o crescimento inicial de um tumor não pode ser palpado. As radiografias, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são essenciais para o diagnóstico inicial e, posteriormente, para a avaliação da extensão dos tumores intramedulares profundos. Os condrossarcomas são classificados em graus, os quais se correlacionam fortemente com o prognóstico do paciente. Ao exame microscópico, o grau 1 representa o tumor de menor agressividade, enquanto o grau 3 refere-se ao tumor mais agressivo. Os condrossarcomas, em sua maioria (90%), são classificados patologicamente como convencionais (graus 1 e 2); raramente metastatizam, e são compostos de cartilagem hialina, que infiltra a cavidade da medula óssea e circunda as trabéculas ósseas existentes (Figura B.7.2.1). Com frequência, são observados múltiplos condroblastos em uma única lacuna, que são geralmente binucleados, com padrões nucleares pleomórficos e hipercromáticos. A matriz cartilaginosa também pode sofrer mineralização e ossificação endocondral subsequente. A disseminação metastática para os pulmões e linfonodos está mais frequentemente associada a tumores de grau 3. Recentemente, a localização imuno-histoquímica dos tipos de colágeno tem sido usada para determinar o estágio de diferenciação tecidual que, de fato, se correlaciona com o prognóstico do paciente. A existência de colágeno dos tipos II e X e do proteoglicano agrecam em biopsias indica tumores maduros associados a um prognóstico satisfatório. Por outro lado, a existência de colágeno do tipo I indica alterações na matriz extracelular para tipos indiferenciados (fibrosos) do tumor, com prognóstico mais sombrio. Além disso, o fator de transcrição SOX-9, que é essencial para a diferenciação das células mesenquimatosas em condroblastos durante o desenvolvimento fetal normal, é expresso nos condrossarcomas. O tratamento do condrossarcoma é principalmente cirúrgico. O tumor deve ser amplamente excisado. A quimioterapia e a radioterapia desempenham papéis limitados no tratamento. Os pacientes com tumores de baixo grau adequadamente ressecados apresentam uma excelente taxa de sobrevida. HISTOFISIOLOGIA DO TECIDO CARTILAGINOSO: A entrada e saída dos fluidos da cartilagem para a articulação e vice-versa efetua-se durante o movimento. Processo essencial à nutrição e deletério na imobilização prolongada Funções anabólicas e catabólicas do condrócito – sendo capaz de produzir tanto as proteínas integrantes da cartilagem como as metaloproteinases (destruição da cartilagem) Ambiente avascular e anaeróbio – com condições variáveis de pressão local e com interação íntima célula-matriz, o que protege o condrócito das solicitações mecânicas e deformações produzidas pelo movimento e carga articular Matriz – serve como transdutor de sinais para os condrócitos (compressão e tensão) com liberação de mediadores com mecanismo autócrino ou parácrino Vitamina A, vitamina C, hormônios esteroides e fatores de crescimento / citocinas
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