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1 CURSOS: Administração, Pedagogia e Tecnólogos Tópicos de Ética Profissional 2 SUMÁRIO TÓPICOS DE ÉTICA PROFISSIONAL UNIDADE I – O QUE É ÉTICA? E PARA QUÊ?........................................................................................................04 AULA 1 - O QUE É ÉTICA? E ÉTICA E MORAL. VALORES, PROFISSÃO E ÉTICA. O QUE É COMPORTAMENTO PROFISSIONAL ÉTICO?...................................................04 AULA 2 - O QUE É UM DILEMA ÉTICO? A TOMADA DE DECISÃO NA VIDA PROFISSIONAL.................................................09 AULA 3 - AS TEORIAS ÉTICAS: A ÉTICA DA CONVICÇÃO E A ÉTICA DA RESPONSABILIDADE..................................................................................................13 UNIDADE II – A AMBIVALÊNCIA EMPRESARIAL ............................................................. 06 AULA 4 - ÉTICA E DESEMPENHO PROFISSIONAL E ORGANIZACIONAL, E ÉTICA E REPUTAÇÃO ORGANIZACIONAL.................................07 AULA 5 - CÓDIGOS DE ÉTICA EMPRESARIAL O QUE SÃO CÓDIGOS DE ÉTICA EMPRESARIAL? PARA QUE SERVE OS CÓDIGOS DE ÉTICA NAS EMPRESAS.......00 AULA 6 - A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES E DA SUA CONDUTA EQUÍVOCOS DA LIDERANÇA UMA NOVA VISÃO DA LIDERANÇA, E REQUISITOS DA LIDERANÇA PARA UMA POSTURA ÉTICA............................................................ 08 UNIDADE III – ÉTICA FAZ PARTE DA LIDERANÇA, DA IMAGEM, DA MARCA E DE TODAS AS RELAÇÕES EMPRESARIAIS.......................... 06 AULA 7 - ÉTICA NA ATIVIDADE EMPRESARIAL, E O QUE SIGNIFICA COMPLIANCE? .......................................................................................07 AULA 8 - A COMUNICAÇÃO TAMBÉM SE RELACIONA COM A ÉTICA, O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E INTERVENÇÕES NA COMUNICAÇÃO......................................................................................00 AULA 9 - CREDIBILIDADE ENTRE PESSOAS, CONVIVÊNCIA. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL, LINGUAGEM NÃO-VERBAL O QUE É COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL?.......................................... 08 UNIDADE IV – COMO DEVE SER UM FEEDBACK....................................................................................... 06 AULA 10 - DIFICULDADES EM DAR E RECEBER FEEDBACK - A LIDERANÇA É FUNDAMENTAL PARA AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS. O QUE É E COMO FUNCIONA UMA EQUIPE..........................................................07 AULA 11- ADVERSIDADES NO AMBIENTE DE TRABALHO E O PAPEL DA LIDERANÇA. A LINHA QUE SEPARA A FIRMEZA DA LIDERANÇA E O ASSÉDIO MORAL. RESILIÊNCIA: SUPORTANDO PRESSÕES NUM AMBIENTE DE ADVERSIDADES ...........................................................00 AULA 12 - SUSTENTABILIDADE DAS ORGANIZAÇÕES E AS METAS DO MILÊNIO .. Considerações finais..........................................................................................................................................................00 Referências Bibliográficas.................................................................................................................................................00 3 UNIDADE I INTRODUÇÃO: O QUE É ÉTICA? E PARA QUÊ? Prezado estudante, Nessa UNIDADE estudaremos o que é ética? A distinção entre ética e moral. Vamos conhecer os conceitos de ética, os valores éticos que abrangem o comportamento profissional e organizacional. Iremos analisar o que é um dilema ético, e refletiremos também sobre a tomada de decisão na vida profissional. E por fim, vamos estudar a as teorias éticas: a ética da convicção e a ética da responsabilidade. AULA 1 - O QUE É ÉTICA? ÉTICA E MORAL. VALORES, PROFISSÃO E ÉTICA. O QUE É COMPORTAMENTO PROFISSIONAL ÉTICO? Objetivos Após o conteúdo dessa Unidade o estudante será capaz de: • REFLETIR SOBRE ÉTICA • COMPREENDER OS VALORES ÉTICOS • AVALIAR O COMPORTAMENTO PROFISSIONAL ÉTICO Vamos lá! O que você entende por ética? 1.1 O que é ética? Vamos conversar sobre ética, o que significa, o seu conceito.... Nós todos temos a opinião do que é ser ético. Mesmo assim, nem sempre, vivenciamos situações em que a ética prevalece. Devemos lembrar que ética é mais que uma palavra tão recorrente, aliás muito utilizada neste momento – conselho de ética, deslizes éticos, crimes éticos, ética na política, empresas éticas. 4 Ética diz respeito à conduta. E como comportamento tem tudo a ver com atividade profissional, vamos refletir juntos. A palavra ética tem origem grega – ethos – e significa "caráter moral". Sendo também empregada para apresentar o conjunto de hábitos ou crenças que caracterizava um grupo, uma comunidade, ou mesmo uma nação. Este último sentido é muito habitual aos sociólogos e antropólogos, ou seja, os costumes e os traços comportamentais que distinguem um povo. Por exemplo, ethos dos brasileiros. A ética também traduz o conjunto de valores característicos de uma organização, uma empresa, e mesmo de uma profissão. É por isso que, quando nos tornamos profissionais, temos que conhecer o código de ética da nossa profissão e praticá-lo. E quando somos contratados por uma empresa, nós devemos seguir as orientações comportamentais da organização, que normalmente são apresentados no código de ética empresarial, ou em um guia elaborado para nortear as condutas dos colaboradores. Iremos abordar o significado de ética, em um contexto mais prático e mesmo no ambiente profissional. No entanto, é importante saber um pouco sobre os antecedentes filosóficos que servem para conceituar ética, e que são utilizados por vários autores. Em sua obra, Sá (2009, p. 17) indica que ética deve ser compreendida como “a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes”. Analisando esta consideração, percebemos que a ética relaciona a conduta de uma pessoa à sua relação com outra pessoa. E isso nos faz lembrar daquela frase que todos conhecemos: “a liberdade de uma pessoa termina quando começa a liberdade do outro”. Existem limites para nosso convívio, existem regras que impomos e que desejamos ver respeitadas. Nas situações mais elementares e cotidianas, como jogar lixo na rua, ao invés de jogá-lo numa lixeira. Comprar CDs e DVDs piratas, fazer “gato” de energia, avançar o sinal vermelho... Tudo isso diz respeito à elementos éticos que fazem parte do respeito e do convívio social, da atitude cidadã, ou mesmo de se apropriar do que não lhe pertence, utilização do bem público para benefício privado, entre outros. Voltando ao significado da palavra ética, ela também pode indicar as qualidades morais, sociais e afetivas que determinam o comportamento de uma pessoa, grupo social, ou mesmo uma cultura. Segundo Aristóteles - ethos é o componente moral, o caráter ou autoridade para influenciar o público... O ethos se refere ao espírito motivador das ideias e costumes. Não é à toa, que existem indicadores de condutas e prêmios éticos para empresas e/ou profissionais que se destacam na condução correta de suas atividades. Inclusive existe uma organização no Brasil chamada - Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Este instituto é uma Oscip cuja missão é mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma ética e socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável. 5 Desta forma nós vamos percebendo que a ética faz parte da nossa vida, da nossa história, das nossas escolhas, incluindo aí a nossa profissão. 1- O endereço eletrônico do Instituto é www.ethos.org.br, vale a pena você conhecer os critérios de avaliação. 2- Oscip é Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - é um título fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar o aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal)e permite que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda. 1.2 Ética e Moral Em um sentido bem amplo - ética tem sido entendida como a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes. Ética é a ciência da moral. E como afirma Sanchez Vasquez (1975- p.12), “A Ética é a ciência que estuda o comportamento moral do homem na sociedade. ” APESAR DO ESTREITO VÍNCULO QUE AS UNE, ÉTICA E MORAL SE DISTINGUEM. É comum se associar as duas expressões, ou se dizer que ética e moral são a mesma coisa. Porém, são conceitos diferentes, vamos perceber a diferença: A Ética diz respeito à disciplina teórica e à sistematização por meio de regras a serem seguidas e que estabelecem o que é bom para a coletividade, já a moral direciona a prática cotidiana. O senso comum ainda apresenta alguma confusão entre o que é ética e o que é moral. Para elucidar, vamos observar esta Figura a seguir. FIGURA 1 - Fonte: SROUR, 2003. Repare que a moral diz respeito ao indivíduo inserido no contexto social e que os padrões éticos estabelecem a norma a ser seguida pelas pessoas na busca pelo convívio para o bem. Outra confusão que podemos destacar, é quando utilizamos os termos: moral, imoral e amoral. Vamos novamente destacar em uma figura alguns exemplos que nos ajudam a esclarecer este embaraço. A ÉTICA Disciplina teórica, estudo da moralidade é confundida com: MINHA ÉTICA Moral (conjunto de normas de conduta) FALTA DE ÉTICA Valor Cultural (qualidade socialmente desejada) PADRÕES ÉTICOS Norma (regra de conduta, pauta de ação) É MORAL POSITIVO É AMORAL É IMORAL NEGATIVO NEUTRO http://www.ethos.org.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Minist%C3%A9rio_da_Justi%C3%A7a_(Brasil) https://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto_de_renda 6 FIGURA 2 - Fonte: SROUR, 2003, pág. 30. Para você saber mais, assista ao vídeo da entrevista que o Prof. Mário Sergio Cortella – filósofo- concedeu a Jô Soares. Exibido pela TV Globo e disponível no link http://www.youtube.com/ watch?v=QK5LDsEKuEA. Nesta entrevista, Cortella fala sobre ética e explica conceitos como: moralidade; amoralidade e imoralidade 1.3 Valores Valores podem ser explicados como: Conjunto de características de uma determinada pessoa ou organização, que determinam a forma como a pessoa ou organização se comportam e se relacionam com outras pessoas e com a sociedade de forma geral. A expressão “valor” pode significar merecimento, talento, reputação, coragem e valentia. Assim, podemos afirmar que os valores humanos são valores morais que afetam a conduta das pessoas. Esses valores morais podem também ser considerados valores sociais e éticos, e constituem um conjunto de regras estabelecidas para uma convivência justa e saudável dentro da sociedade. Existe diferença entre estes valores que representam atributos e características humanas, dos valores materiais, que representam: posses, objetos, etc. Podemos também considerar “valor” como aqueles princípios dos quais não abrimos mão. Nós iremos aqui abordar os valores morais que trazemos de nossa criação, da nossa formação, e que se ligam durante nossa existência. O ambiente em que vivemos, convivendo com familiares, no nosso local de trabalho, na instituição de ensino, nossos amigos... tudo isso nos faz ter oportunidades de praticar os nossos valores, a partir do relacionamento interpessoal. Cabe a cada um exercer o aprendizado dos valores para o bem próprio e o bem comum. As atitudes de “valor” propiciam a felicidade do homem e de todos à sua volta. Exemplo disso são as práticas voluntárias, os projetos e programas de acolhimento, de educação, de apoio, patrocínio... que visem o desenvolvimento social. É importante destacar que os valores evoluem com o passar do tempo, após a Revolução Industrial a preocupação das empresas era com a produção em massa, mas depois... Na década de 30 a administração voltou-se para o bem-estar do funcionário. E nos anos 40 a burocracia trouxe as normatizações e as atenções para a o ambiente de trabalho e a motivação do trabalhador. Os impactos da atividade industrial sobre o meio ambiente nas décadas de 70 e 80, junto com as manifestações DIRIGIR COM CUIDADO ESTUDAR PARA PROVA TER UM CARRO FAZER A PROVA DIRIGIR EMBRIAGADO “COLAR” NA PROVA http://www.significados.com.br/moral/ http://www.significados.com.br/etica/ 7 sociais vão resultar nas práticas de responsabilidade social e mesmo de fiscalização e controle ambiental. Frequentemente as empresas divulgam os seus valores quando se apresentam, em seu site, na sua comunicação. E buscam traduzir para a sociedade as suas práticas, que devem se relacionar com os seus objetivos de mercado. Assim divulgam valores, tais como por exemplo: Integridade – Respeito – Confiança – Dignidade – Equidade – Justiça – Independência – Bom humor ... 1.4 Profissão e ética É comum em processos de seleção de funcionários, as empresas buscarem profissionais que partilham os seus valores. Por que isto? Porque os objetivos da organização serão alcançados de melhor forma, se as ações de seus servidores refletirem o que está nas indicações dos valores organizacionais e no modelo do negócio. A conduta ética de cada pessoa envolvida na organização contribui direta ou indiretamente para a criação e divulgação da imagem institucional. Por este motivo, ética é um tema que compõe a base da formação profissional de todos numa organização. Exercer uma atividade profissional de maneira ética significa seguir os princípios morais da sociedade, em conformidade com a lei, e com o código de ética profissional. Você deve analisar e refletir sobre sua profissão e sua carreira. Lembrar que a ética é o ponto de partida de sua atuação profissional e também se inspirar em pessoas que são referência no desempenho ético de suas profissões, que podem ser reconhecidas ou anônimas. 1.5 O que é comportamento profissional ético? Pelo que nós vimos até agora, neste estudo sobre ética. Percebemos que ética tem a ver com a normatização das condutas, dos procedimentos e até mesmo dos comportamentos humanos. Devemos também entender os motivos pelos quais os indivíduos aceitarem as normas atribuídas pelo grupo ao qual pertencem. Veja por exemplo, A LEI SECA – que verifica o percentual de álcool no organismo do motorista, e assim aponta se o condutor está ou não embriagado. E assim sujeita este condutor a penalidades, caso as normas não sejam cumpridas. Outra diz respeito aos limites de velocidade em vias públicas, com a mesma normatização de condutas (perda de pontos na habilitação e multa). Todas as duas leis no início de sua vigência geraram muita controvérsia. Afinal, por que respeitamos uma regra de conduta cujo cumprimento gera tantas polêmicas? Então, você refletiu sobre as questões: As razões que nos levam a respeitar estes limites do uso de álcool pelo motorista, e também ao excesso de velocidade? E também a polêmica? Segundo os estudiosos do comportamento humano são três as razões. O que faz as pessoas cumprirem as normas é a punição prevista pela legislação – são as normas jurídicas. Pode ser também 8 à punição prevista pelo grupo social – são as normas morais. Cabe também lembrar que existe uma necessidade humana, que é - o indivíduo quer ser aceito pelo grupo e pertencer a ele - normas de etiqueta. Neste último caso, devemos relacionar as normas de etiqueta, as normas estabelecidas por uma empresa. Que podem tratar sobre os trajes, sobre comportamentos, sobre assiduidade... Elas orientam a formalidade para se fazer parte daquele grupo, um guia de conduta tem esse papel. Qualquer profissional pode passar por uma situação em que tenha que se relacionar com pessoas de diferentes culturas.É importante, então, saber quais são os requisitos que devem ser atendidos para que se cumpram as normas jurídicas, morais e de etiqueta destas pessoas e ou grupos. E o fato de não observar as diferenças, pode resultar em situações difíceis que podem inclusive determinar o sucesso ou fracasso de uma ação profissional. AULA 2 - O QUE É UM DILEMA ÉTICO? A TOMADA DE DECISÃO NA VIDA PROFISSIONAL. Objetivos Após o conteúdo dessa Unidade o estudante será capaz de: • REFLETIR SOBRE O DILEMA ÉTICO • COMPREENDER OS PROCESSOS DECISÓRIOS • ANALISAR O VÍNCULO ENTRE ÉTICA E ATIVIDADE PROFISSIONAL Vamos lá! 2.0 O que é um dilema ético? O termo dilema revela situações em que se tem que agir, ou tomar decisões e pode haver mais de uma deliberação a respeito da questão. Um dilema ético surge em situações em que se tem de tomar decisões que afetam diversas partes interessadas, onde alguém pode ser prejudicado. Não existe uma resposta correta para o dilema ético, depende da circunstância. Um dilema é causado quando temos mais de uma solução possível para apenas um problema, mas nenhuma é plenamente satisfatória. Um dilema muito conhecido na História da Humanidade foi proposto pelo Rei Salomão – personagem Bíblico que viveu entre 1009 a.C. e 922 a.C., terceiro rei de Israel – a duas mulheres para resolver um caso difícil. Procurado por duas mulheres que reclamavam a maternidade de um bebê, o rei deveria decidir a qual das duas entregar a criança. Sabendo que uma mãe preferiria ver seu filho entregue a outra mulher do que vê-lo morto, o rei propôs dividir a criança ao meio e entregar metade para cada uma. Observe na história, que para a verdadeira mãe, nenhuma das soluções propostas é satisfatória. Diante deste dilema, a mãe da criança prefere ver seu filho entregue à outra reclamante. Importante 9 também ressaltar aqui que a sabedoria é um componente fundamental na solução de um dilema, daí as referências que se faz ao Rei Salomão quando se deseja exaltar a sabedoria de alguém ou necessária para se resolver uma situação difícil. 2.1 A tomada de decisão na vida profissional Diariamente milhares de decisões são tomadas dentro de uma organização, (empresas, governos, instituição...), seja pelos seus gestores ou por seus funcionários. Decisões essas que vão desde as mais simples, ou até escolhas que poderão afetar todo o andamento da organização, seu desempenho no mercado, sua sobrevivência, assim como: fusão, expansão, terceirização... Cabe ressaltar que as decisões são tomadas por pessoas, e pessoas são afetadas: pelo meio onde vivem, por suas percepções, experiências e até mesmo por suas crenças. Repare como as decisões têm estreita relação com a ética, com a moral e mesmo com os valores de quem decide. O que torna o processo decisivo delicado, é que não existe a “decisão perfeita”. O que existe é a busca pela melhor alternativa, a mais adequada, a mais justa, a de maior interesse coletivo... Desta forma é que a decisão norteará a organização rumo ao sucesso. 2.2 O processo decisório Em 1947 Herbert Simon, no intuito de explicar o comportamento humano nas organizações, lança o livro Comportamento Administrativo e com ele se inicia a Teoria das Decisões, onde “... cada pessoa participa racional e conscientemente, escolhendo e tomando decisões individuais a respeito de alternativas racionais de comportamento. ” (CHIAVENATO, 2003, p.347). Toda organização é um sistema de decisões, onde todos os membros estão continuamente tomando alguma decisão, “... é impossível pensar a organização sem considerar a ocorrência constante do processo decisório”. (FREITAS; KLADIS, 1995, p.6). A organização é um sistema de decisões em que cada pessoa participa consciente e racionalmente, escolhendo e decidindo entre alternativas mais ou menos racionais que são apresentadas de acordo com sua personalidade, motivações e atitudes. Em outros termos, a pessoa decide em função de sua percepção das situações. Em resumo, as pessoas são processadores de informação, criadoras de opinião e tomadoras de decisão. (CHIAVENATO, 2003, p.348). Certos fatores como a intuição, a racionalidade e a percepção podem influenciar uma decisão. Sendo que a “... intuição nasce da experiência e de sentimentos a respeito de estímulos [...]”, 10 2.3 O comportamento inteiramente lógico é utópico... As “soluções” simplesmente não são criadas por meio de regras, nem sempre é possível ter acesso a todos os dados, sendo assim: [...] A diferença entre racionalidade e intuição está na proporção de informação, de um lado, e opinião e sentimentos, de outro. Quanto maior a base de informação, mais racional é o processo. Quanto maior a proporção de opiniões e sentimentos, mais intuitivo se torna. A racionalidade e a intuição são atributos humanos complementares e não concorrentes. (MAXIMIANO, 2009, p.71) O processo de tomar decisão começa com uma situação de frustração, interesse, desafio, curiosidade ou irritação. Há um objetivo a ser atingido e apresenta-se um obstáculo, ou acontece uma condição que se deve corrigir, ou está ocorrendo um fato que exige algum tipo de ação, ou apresenta- se uma oportunidade que pode ser aproveitada. Complementando a ideia, Chiavenato (2003, p.348) ressalta que toda decisão envolve seis elementos: I. O TOMADOR DE DECISÃO: é a pessoa que faz uma escolha ou opção entre várias alternativas futuras de ação. II. OS OBJETIVOS: são o que o tomador de decisão pretende alcançar com suas ações. III. AS PREFERÊNCIAS: são os critérios que o tomador de decisão usa para fazer sua escolha. IV. A ESTRATÉGIA: é o curso de ação que o tomador de decisão escolhe para atingir seus objetivos dependendo dos recursos que pode dispor. V. A SITUAÇÃO: são os aspectos do ambiente que envolve o tomador de decisão, alguns deles fora do seu controle, conhecimento ou compreensão e que afetam sua escolha. 11 VI. O RESULTADO: é a consequência ou resultado de uma estratégia. E é composta por sete etapas, que norteiam todo o processo: Percepção da situação que envolve algum problema. Análise e definições do problema. Definição dos objetivos. Procura de alternativas de solução ou de cursos de ação. Escolha da alternativa mais adequada ao alcance dos objetivos. Avaliação e comparação das alternativas. Implementação da alternativa escolhida. “Tomar decisões é o processo de escolher uma dentre um conjunto de alternativas. ” E cabe ao tomador de decisão “... reconhecer e diagnosticar a situação, gerar alternativas, avaliar as alternativas, selecionar a melhor alternativa, implementar a alternativa escolhida e avaliar os resultados. ” (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005, p.446). 12 AULA 3 - AS TEORIAS ÉTICAS. A ÉTICA DA CONVICÇÃO E A ÉTICA DA RESPONSABILIDADE Objetivos Após o conteúdo dessa Unidade o estudante será capaz de: • RECONHECER AS TEORIAS ÉTICAS • DISTINGUIR ENTRE CONVICÇÃO E RESPONSABILIDADE • AVALIAR AS PRÁTICAS EMPRESARIAIS DA ÉTICA DE CONVICÇÃO E DA ÉTICA RESPONSÁVEL Vamos lá! 3.0 As teorias éticas: A ética da convicção e a ética da responsabilidade Tomar decisão profissional significa uma atitude E toda atitude envolve a ética. Pelo menos duas orientações podem surgir no momento de tomar uma decisão profissional. Denominadas teorias éticas, elas se dividem em duas direções: Ética da convicção – é o que pode ou aquilo que não pode - é normativa. Ética da responsabilidade - toda decisão provocará efeitos e resultados - é analítica. Portanto, nenhuma decisão deve se limitar à análise de aspectos puramente técnicos, econômicos ou circunstanciais das questões. A decisão naturalmente acaba por ser umadecisão humana, de dimensão ética. Para tanto, questões-chave como as relacionadas abaixo, devem ser pensadas, refletidas e respondidas: Minha decisão se baseia na verdade dos fatos? Minha decisão é justa para todos os stakeholders*? Minha decisão poderia ser melhor? Minha decisão poderia provocar menos impactos negativos? Minha decisão será aceita pelos stakeholders*? 13 Para evitar que as fragilidades humanas influenciem as decisões empresariais éticas, recorre-se ao uso de decisões em conjunto. Um profissional pode consultar outros funcionários ou mesmo os seus subordinados ou clientes, para saber se a decisão que está prestes a tomar é uma decisão ética. Isso não denota incompetência para tomar decisões, mas sim a capacidade de envolver pessoas em uma construção e uma decisão coletiva. Isso é trabalhar em grupo, é dar oportunidade de participação e, acima de tudo, aprender com outras pessoas. Voltando às teorias éticas, quando as decisões se baseiam apenas nas normas, nos códigos de conduta das empresas ou mesmo no código de ética empresarial, estamos forçando o funcionário à prática da ÉTICA DA CONVICÇÃO. Por outro lado, quando a decisão empresarial está envolvida com as consequências, com os efeitos, com os resultados... Essa é uma postura típica da ÉTICA DA RESPONSABILIDADE. Aumentando a complexidade, o fator humano de quem toma a decisão estará sempre em evidência: sempre existirá a influência dos valores pessoais, dos interesses, das experiências vividas pelo colaborador. Portanto, sempre existirão dificuldades no processo de tomada de decisão. Parece não haver dúvida que uma grande influência nas decisões empresariais vem das fragilidades pessoais como: Síntese Nessa UNIDADE I aprendemos que ética e moral são dois conceitos diferentes. Estudamos que Ética é “a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes”, e que moral diz respeito ao indivíduo inserido no contexto social e que os padrões éticos estabelecem a norma a ser seguida pelas pessoas na busca pelo convívio para o bem. Cabe destacar também que a conduta ética se faz presente por meio da vontade e das atitudes corretas das pessoas em relação a ela mesma e àqueles com quem convive. Nós vimos que valores são AMBIÇÕES INTERESSES NÃO APROPRIADOS CARÁTER LIMITAÇÕES PESSOAIS IGNORÂNCIA VÍCIOS BAIXA AUTOESTIMA ORGULHO E ETC... 14 princípios dos quais não abrimos mão, e que eles mudam com o passar do tempo. Da mesma forma, o exercício profissional deve se basear nos fundamentos éticos determinados pela categoria. Abordamos a necessidade da normatização da conduta de um determinado grupo para promover o equilíbrio no convívio entre os indivíduos. Assim devemos destacar que a ética é normativa. Explicamos que os dilemas são situações cujas soluções que se apresentam são difíceis de serem adotadas em função de motivos diferentes. Quando os gestores se encontram diante de decisões que envolvem por um lado o sucesso do negócio e, de outro lado, impactos sociais e/ou ambientais negativos geram dilemas éticos empresariais. E por fim, analisamos as teorias éticas: a ética da convicção e a ética da responsabilidade. UNIDADE II A AMBIVALÊNCIA EMPRESARIAL Nessa UNIDADE estudaremos A AMBIVALÊNCIA EMPRESARIAL. A importância da ética para o desempenho profissional, tanto quanto para o desempenho organizacional. Vamos reconhecer a normatização ética, por meio dos códigos de ética ou mesmo guias de conduta. Refletiremos também sobre a importância da liderança nas organizações, e por fim, vamos analisar as características dos líderes na condução do comportamento ético. AULA 4 – A ÉTICA E DESEMPENHO PROFISSIONAL E ORGANIZACIONAL – ÉTICA E REPUTAÇÃO Objetivos Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: • COMPREENDER A ÉTICA COMO ELEMENTO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL E ORGANIZACIONAL • COMPROVAR A IMPORTANCIA DA ÉTICA PARA REPUTAÇÃO • AVALIAR A CONDUTA ÉTICA NO DESEMPENHO PROFISSIONAL Vamos lá! 4.0 A ambivalência empresarial 15 Já vimos que uma empresa possui valores e princípios. Entendemos também que uma organização é um sistema aberto que se relaciona o tempo todo com outras organizações e diferentes grupos, como, consumidores e fornecedores. Assim cada uma, com suas peculiaridades, decide sob várias situações. Desta forma, causa impactos na sociedade e no mercado, influenciando inclusive a cultura organizacional. O resultado destas atitudes e decisões podem ser, atitudes parciais ou parceiras em relação aos stakeholders*. *stakeholders é um termo em inglês muito utilizada nas áreas de comunicação, administração e tecnologia da informação cujo objetivo é designar as pessoas e grupos mais importantes para um planejamento estratégico ou plano de negócios, ou seja, as partes interessadas. Os stakeholders influenciam as organizações com as quais se relacionam. Vamos analisar no quadro abaixo algumas situações que envolvem mudanças de comportamento em relação aos públicos de interesse em relação às mudanças no ambiente externo que levaram a uma mudança na cultura organizacional. STAKEHOLDER SITUAÇÕES VERIFICADAS AÇÕES EXTERNAS QUE INFLUENCIARAM NA MUDANÇA DE CULTURA ORGANIZACIONAL Clientes Demandas da sociedade por princípios que envolvam a qualidade do produto/serviço; segurança no uso do produto ou do serviço; atendimento adequado pela força de vendas; atendimento pós-venda. • Código de defesa do consumidor; • Forte atuação do Procon; Funcionários Aumento do número de mulheres no quadro de funcionários das organizações; relacionamentos conflituosos; pessoas com deficiência entrando para o mercado de trabalho. • Legislação impondo creches em empresas com um número mínimo de mulheres; • Lei 10224 de 15/05/2001 que define o assédio moral e oferece suporte para os funcionários; • Legislação impondo percentual de contratação de pessoas com deficiência em relação ao número de empregados Meio ambiente Poluição do ar e da água; florestas devastadas; aquecimento no planeta provocando catástrofes ambientais; produtos com altos níveis de ruído prejudicando a qualidade de vida de pessoas que habitam pequenas moradias. Legislação controlando a emissão de gases poluentes; exigência de investimentos em tecnologia para continuar a operação; controle de ruídos. 16 Acionistas Atitudes antiéticas de dirigentes levando à divulgação de resultados fraudulentos para valorizar o negócio. Legislação como a Lei Sarbanes Oxley (SOX) nos Estados Unidos que orientam para a prestação de contas transparente e ética. Comunidade Questionamento quanto aos investimentos feitos em cultura, esportes, desenvolvimento social e ambiental pelas empresas. Movimentação das empresas para direcionar investimentos para a comunidade de entorno com retorno positivo para a imagem da marca. Então vamos voltar a ambivalência das organizações que são: a moral da parcialidade, e a moral da parceria. Quando as organizações justificam as suas ações antagônicas com discursos que expressam as oportunidades desiguais, que as empresas enfrentam é chamado de moral da parcialidade. Entretanto, o objetivo maior é o lucro a despeito de obrigações sociais, mas para a comunidade a empresa apresenta um discurso explica que o objetivo é proporcionar o bem-estar de todos (clientes e sociedade), ainda que isso custe o lucro da empresa. Porém quando as organizações mantêm atitudes que objetivam padrões de conduta voltados para interesses compartilhados de todos os stakeholders no médio e no longo prazo. E que efetivamente todos os interessados possuem interesses e benefícios compartilhados moral da parceria. A empresa se preocupa com suas decisões, e o como, e a quem irá afetar (ética da responsabilidade). Neste movimento, os negóciosdevem contemplar acordos que beneficiam todas as partes, geram compromisso e fidelidade das pessoas envolvidas e demonstram o alto grau de integridade da empresa. Valores, conforme já vimos anteriormente, são princípios dos quais não se abre mão. Assim sendo, práticas como as da expressão ‘os fins justificam os meios’ não são aceitas em organizações éticas. Quatro características são fundamentais para organizações apresentarem procedimentos éticos: Previsibilidade e coerência - Clareza e transparência - Cumprimento daquilo que foi acordado – Honestidade. 4.1 Ética e desempenho profissional e organizacional A conduta profissional ética é uma qualidade para a credibilidade do indivíduo no exercício da atividade que escolheu. De nada adianta dominar habilidades científicas, tecnológicas ou artísticas se o indivíduo não conduzir com ética sua prática profissional. Isso também vale para as empresas e organizações. Já vimos os conceitos de parcialidade e parceria organizacional, agora vamos tratar dos aspectos que dizem respeito ao exercício profissional e o valor de seu exercício. Assim como, vamos discutir as virtudes necessárias para o cumprimento das obrigações profissionais. É necessário destacar que o trabalho oferece ao indivíduo um valor social que é maior que o retorno econômico, e contribui para a construção de sua imagem profissional. A ética é fundamental na prática profissional. Assim 17 também é com as empresas, o propósito final de uma empresa não é o lucro, mas este é consequência de uma gestão de desempenho com os atributos de eficiência, eficácia e sustentabilidade. Uma gestão ética, baseada em princípios e valores sólidos, é a sustentadora de confiança e a credibilidade de fornecedores, clientes, funcionários, governos e acionistas. Confiança é a base do relacionamento entre seres humanos e instituições são gerenciadas por seres humanos. O desempenho organizacional está baseado fortemente nessa confiança. Funcionários se dedicam mais e trabalham mais motivados quando uma empresa demonstra posturas éticas para com eles. Clientes possuem uma imagem sólida da organização quando ela demonstra, por meio de suas ações éticas, a preocupação com o social e com o meio ambiente. Fornecedores com o mesmo nível de exigência ética facilitam negociações. Governos dão incentivos para empresas de padrões éticos definidos. Dentro deste contexto, as empresas têm a oportunidade de otimizar o seu desempenho por meio das pessoas que nela trabalham. 4.2 Ética e Reputação organizacional Reputação está associada à confiança e à credibilidade que se conquista. Você sabe, é necessário muito tempo para se conquistar a confiança das pessoas e um segundo para perdê-la! Serem respeitadas é tudo que as empresas querem de seus consumidores, pois com isso, têm caminho aberto para conquistarem sua lealdade à marca. Contudo, basta uma notícia ruim na mídia ou uma opinião negativa de alguém do grupo de referência para que tudo se perca. A ética é elemento fundamental na construção da reputação de um indivíduo, de um profissional, de uma marca ou de uma organização. Políticas socialmente responsáveis são adotadas pelas organizações no sentido de demonstrar ao mercado suas convicções no que diz respeito à preservação do meio ambiente e às práticas sociais. O processo de comunicação é desenvolvido no sentido de fazer com que o consumidor saiba e reconheça esta característica da organização. Da mesma maneira um profissional que direciona sua conduta profissional dentro de padrões éticos e se beneficia do marketing pessoal que é uma ferramenta que auxilia a percepção da postura ética profissional contribuindo para a construção de uma reputação que inspire credibilidade no mercado. AULA 5 - CÓDIGOS DE ÉTICA EMPRESARIAL O QUE SÃO CÓDIGOS DE ÉTICA EMPRESARIAL? PARA QUE SERVE OS CÓDIGOS DE ÉTICA NAS EMPRESAS.......00 AULA 6 - A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES E DA SUA CONDUTA EQUÍVOCOS DA LIDERANÇA UMA NOVA VISÃO DA LIDERANÇA, E REQUISITOS DA LIDERANÇA PARA UMA POSTURA ÉTICA............................................................ 08 18 AULA 5 – CÓDIGOS DE ÉTICA EMPRESARIAL. O QUE SÃO E PARA QUÊ SERVEM? Objetivos Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: • IDENTIFICAR UM CÓDIGO DE ÉTICA • ANALISAR OS ELEMENTOS QUE COMPÕE O CÓDIGO DE ÉTICA • PERCEBER A IMPORTÂNCIA DE UM CÓDIGO DE ÉTICA 5.0 Códigos de ética empresarial Vamos ver agora, o que é um código de ética e como ele deve ser construído para contar com o comprometimento de todos os funcionários. Pois como disse Drucker (2002), não existem empresas éticas, existem pessoas éticas que trabalham nas empresas. Então é da forma que as organizações, por meio da elaboração e disseminação de um código de ética, buscam integrar as iniciativas de seus funcionários aos valores empresariais de maneira a serem percebidas com uma imagem positiva, no mercado. Existem empresas/organizações que contratam consultorias para a elaboração do código de ética. E então após a aprovação pela direção empresarial, este documento é impresso e geralmente é entregue para os funcionários que já trabalham na empresa e para aqueles recém-admitidos é entregue junto com a cópia do contrato de trabalho. Assim o trabalhador não é estimulado para a leitura, entendimento e discussão do conteúdo do código de ética e, no entanto, ao descumpri-lo a punição é efetiva. Por outro lado, há muitas organizações que já perceberam que, muito mais do que simplesmente elaborar, aprovar, imprimir e entregar o código de ética é preciso que sua construção seja feita pelos próprios funcionários (ou seus representantes) incluindo uma discussão sobre o tema da ética. Essa discussão deve abordar os temas que vamos relacionar na figura abaixo: 19 Etapas da construção e divulgação do código de ética organizacional Fonte: ARANTES, 2011 pág. 143 5.1 O que são códigos de ética empresarial? Um código de ética é um conjunto de regras que orientam a conduta dos funcionários e que fornecem diretrizes para as decisões que necessitam de referências do que é certo e do que é errado. Um código de ética é baseado nos princípios e valores éticos organizacionais e tem como destinatários os clientes, funcionários, fornecedores e demais stakeholders envolvidos como comunidade, governo, etc. Um código de ética é fundamentado no que é certo e no que é errado podendo prever ou não punições. O código de ética deve considerar a empresa como um todo, mas pode também ser dividido por áreas, apresentando as especificidades de comportamentos, por exemplo, das áreas de marketing, gestão de pessoas, área financeira ou produção. Mesmo com essa divisão, os princípios fundamentais do código de ética devem ser comuns a todas áreas, a toda a empresa. 5.2 Para que serve os códigos de ética nas empresas Um código de ética apresenta parâmetros para auxiliar na decisão do que é certo ou errado, justo ou injusto, voltados para o bem ou para o mal. Dentre as questões abordadas em um código de ética, citamos algumas a seguir em forma de reflexão. A intenção aqui não é obter respostas para estas questões, mas sim entender o que cada empresa, dentro de sua concepção ética, aborda em um código de ética. • Um funcionário pode aceitar presentes de fornecedores? • Um funcionário deve usar o seu status na empresa para obter um benefício (desde que não seja ilícito)? • Um funcionário deve se beneficiar de informações privilegiadas que têm da empresa? • Um funcionário pode usar recursos da empresa em benefício pessoal mesmo que não gere custo ou prejuízo para ela? • Uma empresa pode exigir um envolvimento extra não remunerado do funcionário baseado em um relacionamento de comprometimento sob o argumento de que a recíproca seria verdadeira? • Uma empresa pode demitir um funcionário sob o argumento deque é um ganho financeiro (desde que não coloque em risco a sobrevivência da empresa)? 20 A ética é o fundamento do desempenho das pessoas e, por consequência, o padrão de comportamento empresarial que se baseia em seus princípios e valores éticos. O código de ética é uma garantia de padrões éticos e a consequente reputação e imagem da empresa perante os seus stakeholders. Desta forma, podemos dizer que um código de ética é uma ferramenta de padronização de comportamento diminuindo as diferenças provocadas por distâncias geográficas, diferentes percepções individuais, crenças das pessoas, desigualdade na disponibilidade de recursos, etc. Assim, de forma resumida, podemos apontar algumas utilidades de um código de ética empresarial: • Fornecer critérios e limites claros das ações das pessoas. • Gerar homogeneidade e coerência nas decisões empresariais. • Gerar comprometimento dos empregados. • Proporcionar um adequado clima organizacional. • Contribuir para um comportamento ético e responsável dos empregados. • Garantir os interesses de outros stakeholders além dos empregados. • Contribuir para uma adequada imagem da empresa perante o mercado e de todos os seus stakeholders. Contudo, há de se estimular que a adoção e o cumprimento do código de ética deverá ter o apoio, o comprometimento e a credibilidade por parte da direção da organizacional. Se equipe diretiva não aderir aos princípios éticos apontados no código, não haverá exemplo a ser seguido e nem referencial de um padrão dentro da empresa. AULA 6 – A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NA CONDUTA ÉTICA Objetivos Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: • PERCEBER O PAPEL DOS LÍDERES NA CONDUÇÃO ÉTICA • ANALISAR OS EQUÍVOCOS DA LIDERANÇA • COMPREENDER A IMPORTÂNCIA E UMA NOVA VISÃO DE LIDERANÇA 21 6.0 A importância dos líderes na conduta ética O líder tem uma grande importância por ser alguém que representa um grupo. E o seu papel vai além de meramente incentivar e delegar tarefas. Cabe aos líderes também a inspiração do clima ético, do respeito, das boas práticas e assim a construção de uma empresa ética. 6.1 Equívocos da liderança Para o autor Francisco Gomes de Matos, é possível ver que algumas empresas e pessoas têm algumas distorções no que realmente é liderar. Para ele, as empresas esperam os seguintes atributos de um líder: • Que seja um “gênio, ”, capaz de inventar uma maravilha por dia. • Que seja um “herói”, como Rambo, capaz de descer de helicóptero, matar os bandidos e salvar a mocinha. • Que seja um “mártir”, lançando-se às cobras e, se possível, mantendo-se vivo para enfrentar tigres raivosos no dia seguinte. • Gênios, heróis e mártires convivem nas organizações e são até úteis para momentos especiais, mas com a continuidade nas funções de líder, tornam-se a tragédia da liderança de equipes nas empresas. • Não são essas atribuições mitológicas do líder que vão definir um padrão de comportamento e de atitudes que proporcionarão a melhor tomada de decisões. Não é “matando bandidos”, “salvando mocinhas” ou “sendo um herói” que o líder desempenhará a sua função dentro da empresa. As consequências desses equívocos aparecem quando vemos as empresas formando ou buscando líderes capazes de convencer pelo seu carisma e pelo seu ímpeto de competição. Muitas vezes, o que as empresas conseguem com isso são confusões internas entre funcionários e/ou setores, competições desnecessárias (muitas vezes internas como se ninguém estivesse “no mesmo barco”), criação de feudos e lutas por defesas de interesses pessoais ou por interesses de “pessoas amigas”. Neste ambiente, a ética se transforma em uma ilustre desconhecida. E ainda podemos encontrar líderes sem visão de longo prazo e sem a capacidade de desenvolver visão estratégica dos negócios. 6.2 Uma nova visão da liderança Para ultrapassar os obstáculos causados pela antiliderança, as empresas devem criar os líderes- administradores e os administradores-líderes, o líder que administra e o administrador que lidera. O primeiro é aquele que tem as competências do pensamento estratégico e empreendedor e o segundo aquele que tem as habilidades táticas e operacionais. Veja abaixo as características de cada um deles segundo Francisco Gomes de Matos: 22 Líder Administrador Trabalha criativamente com integração e coesão grupais. Induz à motivação espontânea, à ampla participação, ao poder decisório compartilhado, ao planejamento estratégico coletivo, às avaliações frequentes e às reformulações estratégicas periódicas. É um estrategista. Administrador Líder Trabalha com objetivos definidos por instância superior. Estimula a motivação e coesão grupais. Faz cumprir o planejamento estratégico. Delega e avalia desempenhos. É um tático. Diante dessas visões de uma liderança motivadora, os princípios e os valores éticos da organização devem ser sempre perseguidos, assim como o bem comum e a felicidade das pessoas. A consciência ética dos líderes gera a responsabilidade e o comprometimento de todos, dando consistência à equipe e gerando resultados ótimos para todos os stakeholders. ................................................................................................. Síntese Nessa UNIDADE argumentamos sobre a contradições éticas nas organizações. Vimos que a reputação é o resultado que se faz do julgamento de uma pessoa ou de uma organização. No fundamento da reputação está a conduta ética que causa impacto direto na imagem, atraindo ou afastando públicos com os quais uma empresa se relaciona ou pessoas com quem um indivíduo mantém contato. O código de ética profissional tem como objetivo oferecer diretrizes para que a conduta dos profissionais da categoria seja tal que não comprometa os colegas, nem a classe. Tornamos a destacar a importância da ética para o desempenho profissional, e para o desempenho empresarial. Verificamos a importância dos códigos de ética ou mesmo guias de conduta, para normatizar, orientar e uniformizar as condutas. Refletimos também sobre a importância da liderança nas organizações, e consideramos a contribuição dos líderes na condução do comportamento ético. 23 UNIDADE III A ÉTICA FAZ PARTE DA LIDERANÇA, DA IMAGEM, DA MARCA E DE TODAS AS RELAÇÕES EMPRESARIAIS Nessa UNIDADE voltamos a estudar a ética na liderança, porém analisaremos a direção ética, a política de Compliance nas organizações. Compliance deriva do verbo to comply – inglês, estar de acordo com.... Estar em conformidade com leis, públicos, consumo e etc., iremos também apresentar e relacionar ética com a comunicação, incluindo as relações interpessoais, as interferências no processo comunicacional. Vamos também identificar que a ética é que sustenta a credibilidade nos relacionamentos interpessoais. AULA 7 - ÉTICA NA ATIVIDADE EMPRESARIAL, E O QUE SIGNIFICA COMPLIANCE? Objetivos Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: • ENTENDER O CONCEITO DE COMPLIANCE • RELACIONAR A COMUNICAÇÃO E A ÉTICA • PERCEBER QUE A ÉTICA INFLUENCIA A CREDIBILIDADE, A CONVIVÊNCIA E O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Vamos lá! 7.0 Ética na atividade Empresarial Como estamos compreendendo, ser ético constitui, dentre outras coisas, agir e pensar de acordo com o bem. Até pouco tempo essa expressão parecia restrita as famílias, as religiões e mesmo nas escolas, e soava muito bem. Pois é, mas como vimos anteriormente, a sociedade influenciou o comportamento empresarial, e através de leis, códigos, organizações.... Incluiu a ética nas empresas e instituições. O mundo dos negócios sempre foi atolado de problemas: finanças, concorrência, melhores produtos e satisfação do cliente, sendo incompatível e até uma grande utopia pensar em conformidade com princípios éticos – ser ou pensar em ser bom. Mas seráuma utopia mesmo? Porém com a evolução das relações sociais e mesmo com novas formas de estabelecer condutas políticas, econômicas, sociais, ambientais, jurídicas e etc. A sociedade a partir dos anos 80, fez com que um número cada vez maior de empresas incluísse a ética no mundo dos negócios. Daí a 24 necessidade de incorporar a ética às suas políticas e estratégias produtivas, de tal modo seria uma boa maneira de crescerem tanto financeiramente, como moralmente. Mesmo assim ainda vemos tanta corrupção, tanta falta de respeito e, tanto descaso para com os valores éticos. O consumidor tem os olhos atentos e a tendência é que fiquem mais vigilantes ainda às empresas destituídas de ética. O consumidor mais crítico - em decorrência da falta de ética nas empresas, da falta de respeito ao ser humano e da dignidade humana, em atenção aos crimes ecológicos e condições inumanas de trabalho – tem manifestado sua postura crítica, boicotando assim os produtos destas empresas. 7.1 O que significa Compliance? Diante desse comportamento mundial de consciência e consumo mais responsável, as empresas precisam se adequar e, portanto, incorporar uma postura mais ética, não bastando para isso apenas a criação de um código de ética. Necessário se faz que a ética seja vista como negócio. Uma cultura ética dentro da empresa. A cultura ética dentro da empresa vai além do das campanhas publicitárias e sua comunicação. Não basta ser bonzinho, tem que ser justo. Não basta ser justo, tem que ser ético e para tanto é necessário que valores deixados ao longo do tempo – do tipo: ganância, individualismo, lucro a qualquer preço – sejam abolidos. Por isso também a importância de uma liderança ética. E para que os dirigentes assumem a ética, e façam de forma que todos os colaboradores sejam influenciados às boas maneiras e princípios do bem comum algumas empresas criam setores, departamentos para esta função. Portanto, manter a empresa em conformidade com a lei, com os princípios éticos e em disposta para atender aos normativos dos órgãos reguladores, de acordo com as atividades desenvolvidas por ela, bem como os regulamentos internos. O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido, ou seja, estar em “compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos. Lembre-se das ações externas que modificam a conduta e geram mudança da cultura organizacional. Este assunto nós vimos quando falamos a respeito das influencias dos stakeholders. A atividade de compliance surgiu inicialmente nas instituições financeiras, a maior parte das empresas direcionou a atividade para ser desempenhada pela assessoria jurídica, considerando a expertise dos mesmos nas interpretações dos instrumentos legais. E as empresas que têm muita responsabilidade jurídica e normativa em seus atos, são as que mais precisam implantar um departamento que garanta a conformidade de seus atos ou, pelo menos, ter uma assessoria externa para agir em apoio à sua alta direção. 25 Atualmente existe uma realidade de que a atividade “compliance” seja um cargo que vai além de normas e políticas: deve-se incluir os processos de controle, daí a importância do mapeamento dos mesmos e sua gestão, buscando suas melhorias. É impossível definir normas e procedimentos internos, para garantir que a empresa esteja em conformidade, sem que haja domínio e conhecimento do negócio, de todos os processos e a abrangência dos mesmos, interna e externamente. As empresas e instituições precisam mostrar, e comprovar, para seus públicos que estão adotando as boas práticas. Além de manter as informações seguras e seu negócio sempre funcionando, e assim as organizações precisam estar em conformidade, ou em compliance. Ao estar em compliance com as boas práticas e padrões, a organização destaca-se e recebe o reconhecimento do mercado. Outros benefícios, além da vantagem competitiva, são: desconto em linhas de crédito, valorização da organização, melhor retorno dos investimentos, entre outros. Além da assessoria jurídica a empresa precisa contar com outros profissionais de controles internos e análise de riscos. Assim, o profissional de compliance necessita entender as suas funções, que vão além de elaborar e publicar normativos e procedimentos, direcionando as responsabilidades aos gestores de áreas. É importante compreender o que está sendo cobrado e como se pode melhorar as atividades e proporcionar maiores índices de eficiência, eficácia e confiabilidade das informações, que é a base de toda decisão. E assim elaborar planos, ações que estejam em conformidade com as melhores práticas de governança corporativa. A atividade de prevenção às fraudes; segurança da informação; plano de continuidade de negócios; contabilidade internacional, fiscal e gerencial; gestão de riscos e de pessoas; atendimento a auditorias internas e externas; dentre outras, forma o leque de atribuições do profissional de compliance, que deverá dominar conhecimentos sobre o negócio, as metas e objetivos organizacionais. 26 AULA 8 – A COMUNICAÇÃO TAMBÉM SE RELACIONA COM A ÉTICA Objetivos Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: • RELACIONAR A COMUNICAÇÃO E A ÉTICA • PERCEBER O PROCESSO COMUNICACIONAL - CLAREZA • ANALISAR AS INTERVENÇÕES COMUNICACIONAIS Vamos lá! 8.0 A ética também está presente e se envolve com a comunicação empresarial. A comunicação eficaz em qualquer situação, interna ou externa promove a integração das pessoas por meio da transmissão de ideias, informações e sentimentos. Pense a respeito... A importância da comunicação para uma equipe de trabalho, entre os colaboradores e entre o líder! Perceba então o papel da comunicação ética e transparente entre uma empresa e os públicos com os quais ela se relaciona como: seus funcionários, clientes, fornecedores, o governo, a mídia! É essencial que o processo de comunicação gere a integração desejada. As relações interpessoais facilitam muito a comunicação eficiente e eficaz da mesma maneira que o respeito às questões éticas garante a harmonia entre os indivíduos e temas morais envolvidos. Quando examinamos o processo de comunicação, nos é apresentado um conceito relacionado com o esquema que você vê abaixo no esquema. Componentes do processo de comunicação - Emissor - Mensagem - Receptor - Canal Feedback – Ruídos. Aparentemente é muito simples o processo de comunicação; uma mensagem é enviada, por meio de um canal adequado, por um emissor para um receptor que oferece um feedback a respeito de seu entendimento. O problema reside nos ruídos... ah! Os ruídos de comunicação!!!!! Vamos falar um pouco do vilão deste conceito que à primeira vista parece tão simples de se colocar em prática. 27 8.1 O processo de comunicação O emissor pode não estar devidamente preparado para passar uma mensagem que pode ter sido preparada por ele ou por outros. O receptor pode compreendê-la da maneira que julgar melhor ou mais conveniente e então podemos considerar o estado de espírito, os conhecimentos que possui, o momento que está vivendo, o contexto, enfim, são muitas variáveis incontroláveis neste processo. Ao compreender a mensagem da maneira que puder ou desejar, automaticamente oferece um feedback positivo, negativo, truncado ou, simplesmente, não oferece feedback nenhum: “entra por um ouvido, sai pelo outro”. O termo feedback é uma palavra original da eletrônica, e que significa retroalimentação, e é muito usada pelos engenheiros positiva ou negativamente. É positivo quando “aumenta os sinais de entrada, não os corrige” e é negativo quando “os sinais são usados para restringir saídas que,sem correção, ultrapassariam o objetivo”. Vale reforçar que este último conceito está relacionado ao comportamento humano e tem grande importância nas relações interpessoais, pois está relacionado à ação corretiva sobre resultados obtidos a fim de evitar que se repitam comprometendo o conjunto das ações. O canal pode não ser o mais adequado: a mensagem também pode ser numa linguagem de difícil compreensão ou então mal escrito ou mesmo com erros de ortografia, gramática, digitação etc. Vamos conversar sobre cada um dos componentes do processo de comunicação. Já vi profissionais dizerem que, ao passar uma mensagem para outra pessoa nós devemos pedir que ela faça um resumo do que compreendeu. Faça você também este exercício, depois avalie o resultado e avalie o que deu certo e o que precisa ser corrigido? 28 Fico surpreso com mensagens que parecem tão claras, e são compreendidas de maneiras tão diferentes apresentando resultados tão inesperados. Lembra daquela brincadeira chamada: telefone sem fio - em que o conteúdo que você deseja transmitir é assimilado da maneira totalmente diferente, essa brincadeira aliás é utilizada como uma dinâmica de grupo que avalia o grau de entrosamento, interesse, clareza e emissão de mensagens entre profissionais, equipes, funcionários e líderes. 8.2 Intervenções na comunicação Por que ocorrem ruídos na comunicação? Veremos na Tabela abaixo, um resumo das interferências que acontecem no processo de comunicação (CHIAVENATO, 2003; MACEDO, 2007). Na primeira coluna, você observa a descrição destas interferências e na segunda coluna, são indicadas algumas situações em que elas ocorrem, para que você possa se situar. Veja que na terceira coluna, incluí um breve relato sobre questões éticas que entram em cena em função destas interferências. Observe este quadro e complemente com suas próprias experiências a respeito. DESCRIÇÃO DAS INTERFERÊNCIAS ALGUMAS SITUAÇÕES EM QUE OCORREM AS INTERFERÊNCIAS QUESTÕES ÉTICAS ENVOLVIDAS DEVIDO ÀS INTERFERÊNCIAS Pessoais Trata-se das barreiras que ocorrem devido a fatores emocionais e valores individuais ▪ Desinteresse em ouvir ▪ Impaciência ▪ Pressa ▪ Desconfiança ▪ Preconceitos ▪ Resistências ▪ Emoções ▪ Motivação individual ▪ Preocupações dos receptores ▪ Sentimentos pessoais. Ao se relacionar com outras pessoas em sua área de atuação, observe que deve ser respeitado o momento em que as pessoas estão vivendo para garantir seu sucesso. Exemplos: Luto nacional; celebração nacional por uma grande conquista; dificuldades financeiras da empresa cuja marca será veiculada; dificuldades emocionais de uma ou mais pessoas da equipe de trabalho. Tudo isso precisa ser respeitado e veja que se trata de um consenso, não de uma norma escrita. Físicas Acontecem no ambiente em que a comunicação ocorre ▪ A distância física entre as pessoas ▪ Paredes que impedem o acesso rápido às pessoas envolvidas ▪ Ausência do silêncio necessário para concentração das pessoas As dificuldades de comunicação são reduzidas, portanto minimizando os problemas éticos envolvidos, quando dificuldades físicas são resolvidas por meio da aproximação, regras para conduta garantindo silêncio e concentração, por exemplo Semânticas São as distorções que decorrem dos símbolos utilizados para realizar a comunicação ▪ O sentido das palavras empregadas ▪ Significado de gestos e símbolos utilizados. Não se pode simplesmente traduzir um cartão de Natal e Ano Novo de um país para outro. As palavras, cores, desenhos, ícones precisam ser pesquisados para evitar questões éticas delicadas. 29 AULA 9 – CREDIBILIDADE ENTRE PESSOAS, CONVIVÊNCIA, E RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Objetivos Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: • ASSOCIAR A CREDIBILIDADE AO USO DA ÉTICA • DESTACAR A CONVIVÊNCIA COMO RESULTADO PRINCIPAL DA RELAÇÃO ÉTICA • ANALISAR A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL Vamos lá! 9.0 Credibilidade entre pessoas Ponderamos muito até agora sobre o relacionamento saudável e harmonioso no local de trabalho. Neste contexto, dois grandes desafios se apresentam: conquistar um ambiente saudável de trabalho e depois, mantê-lo. Como fazer com que o relacionamento interpessoal facilite o processo de comunicação? Como trabalhar bem com as outras pessoas e encontrar um meio para que elas também se relacionem positivamente conosco? Você já se perguntou: por que eu tenho que explicar tudo que digo? Por que sou mal interpretado? A convivência é um mistério que pode ser desvendado. Então, vamos começar a falar sobre este assunto. 9.1 Convivência - Relacionamento interpessoal O relacionamento interpessoal começa com o contato inicial e a primeira impressão. Quantas vezes você já foi apresentado a alguém que estava falando no celular ou passando um respondendo uma mensagem no WhatsApp e apenas se deu o trabalho de erguer a mão e dar um sorriso, sem dizer uma palavra? Como você se sentiu numa situação como esta? Por outro lado, manifestações de simpatia aproximam desde o primeiro momento. O cotidiano exige o comportamento ético de todos os indivíduos, independente das funções e ou cargos que desempenhem, e as relações interpessoais compõem as habilidades humanas que juntamente com habilidades técnicas e conceituais são exigidas dos profissionais que o mercado de trabalho busca (KATZ, 1955; CHIAVENATO, 2003). Na Figura abaixo, você observa o quanto cada 30 uma dessas habilidades está presente com mais ou menos intensidade em cada um dos três níveis de uma organização. No nível que Chiavenato (2003) chama de “institucional”, também visto como “estratégico”, as habilidades conceituais (visão da organização) devem estar presentes com muito mais intensidade do que os demais níveis. Isto se dá porque cabe à alta direção “olhar a empresa de cima” e dirigi-la. As habilidades técnicas são mais específicas do nível operacional, composto por todos os funcionários que não pertencem nem à alta direção, nem à gerência. Esta compõe o nível que Chiavenato (2003) denomina de “intermediário” ou ”tático” cujas habilidades técnicas são exigidas além de uma visão do negócio, ou seja, habilidades conceituais também são desejadas (CHIAVENATO, 2003; RIBEIRO, 2009). Chamo a sua atenção para o fato de que todos os níveis precisam ter alto nível de habilidades humanas. Independentemente do nível da organização em que você trabalha, o relacionamento saudável é fundamental para você e para os resultados do negócio. 9.2 Linguagem não-verbal As habilidades humanas estão voltadas para a linguagem, seja ela verbal ou não-verbal, que abordaremos agora. Um olhar, um sorriso, um gesto ou a ausência de tudo isso, tem um significado. É preciso reconhecê-lo, interpretá-lo e lidar com ele da melhor maneira. Esta é a linguagem não verbal. Macedo (2007, p. 83) recorre a Osborne para indicar algumas características e significados da comunicação não-verbal relacionada à expressão facial, olhar, sorriso, posição dos braços e das pernas que estão resumidas Tabela a seguir. 31 9.3 Comunicação interpessoal Vimos até agora aspectos éticos envolvidos em nosso dia a dia, e tratamos de assuntos relacionados à comunicação. Ainda que não pareça, estes tópicos têm grande importância para a gestão organizacional e é essencial que você reflita sobre eles. Então vamos falar sobre a comunicação interpessoal e sobre a importância do feedback - retorno. Seja você a pessoa que está na liderança e precisa ter uma reunião cara a cara com um membro da equipe ou mesmo que seja o integrante do time que vai participar de uma reunião com sua liderança, é importante que saiba as razões desta ferramentade comunicação e como tirar o melhor proveito dela. 9.4 O que é comunicação interpessoal? É a possibilidade de trocas de ideias, conhecimento, percepções. Trata-se de uma oportunidade para que lideranças e integrantes de uma equipe conversem claramente sobre as questões envolvidas no cotidiano das organizações. Nestes encontros, são valorizadas as correspondências simultâneas de informações, o feedback e o esclarecimento de dúvidas importantes. Por que estamos mencionando 32 este tema nesta nossa disciplina? Porque hoje, temos um grande vilão nos processos de comunicação, do ponto de vista de um autor reconhecido na administração de empresas - Macedo (2007, p. 83): o e-mail. Quantas e quantas vezes você já recebeu um e-mail do seu colega de trabalho que está sentado na sua frente! Tenho certeza de que você já se perguntou: “por que ele não veio falar comigo pessoalmente? ”. As respostas para esta pergunta passam: pela dificuldade das pessoas em falar abertamente, olhando para as outras; pela falta de gestão adequada do tempo; ou ainda pela necessidade que muitos têm de deixar tudo registrado, caso precisem de uma “prova”. Há uma expressão muito comum: “as pessoas têm tempo, o que lhes falta é saber administrá- lo adequadamente”. Muitas vezes, porque é mais prático, envia-se um e-mail. Pode ser mais prático, é verdade, mas não proporciona a comunicação interpessoal que é fundamental para o ambiente harmonioso entre os indivíduos. Outro problema sério que as organizações enfrentam é o “mal das reuniões ”. Para tudo, se marca uma reunião, já percebeu isso? Para ser produtiva, uma reunião tem que ter: objetivo; planejamento; condução firme; preparação prévia dos participantes; participação ativa de todos, finalização e encaminhamento. Do contrário, fica um “bate papo” sem resultados práticos além do desperdício de recursos finitos como tempo, energia e dinheiro. Voltemos ao e-mail - É impossível fazer uma comunicação interpessoal eficiente e eficaz porque dela fazem parte movimentos como: esclarecimento de dúvidas, persuasão, monitoramento da compreensão de todos. E não adianta fazer um e-mail extenso! Você lê e-mails extensos? Enfim, minha sugestão é que você privilegie a comunicação interpessoal planejada, fale com as pessoas olhando nos olhos. Seja objetivo, busque um resultado final. Use o e-mail para comunicações breves. ................................................................................................. Síntese Nessa UNIDADE III aprendemos sobre o valor da ética na atividade empresarial, compreendemos também a importância do processo adequado de comunicação. Os ruídos são particularmente importantes por contribuírem para que a mensagem não seja compreendida, ou seja mal compreendida, causando desconfortos, causando impacto negativo na imagem de pessoas e organizações. A ética deve estar sempre presente e ser sempre uma característica das mensagens emitidas. Entendemos também que comunicação se relaciona com a ética, e constrói um relacionamento interpessoal que favorece a convivência e a credibilidade entre pessoas e organizações. Abordamos o conceito de compliance e sua função. Tratamos da importância do relacionamento interpessoal nas organizações para contribuir com um ambiente harmonioso de trabalho. 33 UNIDADE IV A IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK E O PAPEL DA LIDERANÇA NA CONDUÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO ÉTICO Prezado estudante, Nessa UNIDADE estudaremos a contribuição do feedback para uma comunicação eficiente, e uma relação de trabalho ética. Vamos destacar o papel da liderança na condução competente das relações entre pessoas e consequente formação de equipe. E ainda trataremos sobre temas ligados as metas do milênio e a sustentabilidade. AULA 10 – COMO DEVE SER UM FEEDBACK Objetivos Após o conteúdo dessa Unidade o estudante será capaz de: • COMPREENDER A IMPORTANCIA DO FEEDBACK • RELACIONAR A LIDERANÇA ÀS RELAÇÕES INTERPESSOAIS • CONSIDERAR O FEEDBACK UMA TÉCNICA DE INTERAÇÃO Vamos lá! 10. Como deve ser um feedback Muitas pessoas acreditam que dar um feedback consiste em chamar para conversar abertamente. E aí dão opiniões, fazem considerações pessoais.... Existem técnicas para que o feedback seja positivo para ambas as partes. COMO O FEEDBACK DEVE SER DESCRITIVO E NÃO AVALIATIVO É feito o relato de uma situação e não um julgamento sobre ele. O interlocutor se sente à vontade para oferecer elementos para uma discussão positiva. ESPECÍFICO AO INVÉS DE GERAL Indique o comportamento da pessoa, descrevendo uma situação ao invés de qualificá- la. Não diga “você é desatento”. Descreva alguma situação que a própria pessoa chegue a esta conclusão. COMPATÍVEL COM AS EXPECTATIVAS DO EMISSOR E DO RECEPTOR DA MENSAGEM É o caso comum que ocorre quando um líder quer “chamar a atenção” de alguém. Se você quer construir, então converse. DIRIGIDO Pense em comportamentos que o interlocutor possa mudar para melhorar o relacionamento interpessoal. SOLICITADO E NÃO IMPOSTO O próprio interlocutor pode solicitar um feedback se perceber que tem esta oportunidade. OPORTUNO Não espere até a poeira baixar completamente, senão o fato cai no esquecimento e você tem que relembrar a pessoa o que faz com que a força do feedback se perca. 34 CLARO E PRECISO Procure fazer com que o interlocutor faça um resumo do que foi dito durante este encontro de feedback. Lembre-se que o objetivo é fazer as correções necessárias para que o fato ruim não se repita e o fato bom seja um exemplo. 10.1 Dificuldades em dar e receber feedback Vamos relembrar aqui uma frase sábia: “elogios se faz em público e repreensões, em particular”. Só com este conselho, boa parte das dificuldades estará resolvida. Ninguém gosta de ser criticado em público, nem o mais humilde, muito menos a mais soberbo. Independente da idade e da função, caso seja necessário dizer algo difícil para alguém, se prepare, chame a pessoa e converse seguindo o que dissemos no item anterior. Se for elogiar, aí sim; aproveite a melhor ocasião e torne esta pessoa um exemplo. Quando o feedback é negativo, o receptor, conforme ensina Moscovici (2008:96) ”nega a validade do feedback”, para de ouvir, parte para a agressão apontando as deficiências do emissor. Muitas pessoas se sentem poderosas, importantes ao chamar alguém para “conversar” com o objetivo de chamar a atenção para problemas. O que estas pessoas não percebem é que ao acreditarem que se trata de um poder, elas deixam de se preparar adequadamente. Com isso, não analisam previamente o seu interlocutor e não preveem suas reações. Outra situação é a da pessoa que teme as reações do outro e vai para a reunião de feedback na defensiva, já começa se explicando, justificando as coisas que vai dizer. Acredito que aqui, o importante é ter em mente que o feedback faz parte de um processo de construção do relacionamento seja ele pessoal ou profissional. Se queremos construir, então não podemos começar “batendo de frente” com o interlocutor. Sugiro sempre a empatia como caminho para um feedback positivo. Coloque-se no lugar do outro. Faça a você mesmo a seguinte pergunta: “como eu me sentiria e como eu reagiria se ouvisse isso ou aquilo? “ 10.2 A liderança é fundamental para as relações interpessoais É papel das lideranças conduzirem os integrantes de suas equipes de trabalho no sentido de desenvolverem a relação interpessoal, promovendo a interação entre todos com base em aspectos éticos e valores comuns. Também é papel dos profissionais, buscar esta habilidade, desenvolvendo sua capacidade de comunicação. O líder não precisa esperar que um momento específico seja promovido na organização para conduzir sua equipe de trabalho para o desenvolvimento de habilidades de comunicação. Veja algumas alternativas muito simples que Moscovici (2008, p. 103-108)sugere e que podem ser colocadas em prática desde já: 35 10.3 O que é e como funciona uma equipe No dicionário Aurélio (2010, p. 216), a definição de equipe é: “grupo de pessoas que juntas participam duma competição esportiva ou se aplicam a uma tarefa ou trabalho. ” Donnellon (2006, p. 4) indica que equipe é um “grupo de pessoas organizadas de forma a trabalhar em conjunto, ou como um grupo que executa tarefas semelhantes ou se reporta a uma mesma pessoa. ” FAZER PARÁFRASES Experimente dizer com suas próprias palavras o que ouviu de outra pessoa ou o que leu em um livro, jornal, ouviu na televisão. Isso é fazer uma paráfrase. Esta técnica é utilizada em trabalhos acadêmicos, quando consultamos uma fonte de pesquisa. Para colocar em prática esta técnica, Moscovici (2008, p. 103) sugere “atenção, escuta ativa e empatia”. Já falamos sobre a importância da empatia, lembra-se? DESCREVER COMPORTAMENTOS Ao invés de dizer a alguém: “você está muito acomodado”, procure descrever situações que façam com que o interlocutor perceba sozinho que de fato isso é verdade. Desta maneira, você não se indispõe com o a pessoa, ao invés disso, presta um serviço ajudando-a a se desenvolver. Lembre-se de não fazer julgamentos segundo o seu valor: “isso está errado! ” ou “isso não pode ser assim! ”, nestes casos, seu interlocutor pode responder que para ele, está tudo certo e encerrar a conversa. VERIFICAR A PERCEPÇÃO Se você sente que algo que disse ou fez causou algum desconforto, converse com a pessoa dizendo claramente: “senti que aquilo que eu disse perturbou você, acertei? ” ou então “precisamos conversar sobre isso, mas sinto que você prefere mudar de assunto, é isso mesmo? ”. Além de desenvolver sua capacidade de empatia, você pratica o feedback deixando seu interlocutor à vontade para falar ou calar-se. De toda maneira, você fez um movimento, deixando a pessoa à vontade para procurar por você e esclarecer situações difíceis. DESCREVER SENTIMENTOS Eu sempre digo para as pessoas que ao conversarem sobre situações difíceis, é muito mais positivo dizer como eu me sinto do que dizer “você fez isso” ou “você me magoou” o que coloca toda a carga sobre os ombros do outro dificultando o esclarecimento da situação. É preferível que eu diga como me sinto quando você faz isso ou aquilo e o quanto eu gostaria que esta crise passasse para podermos voltar a conviver harmoniosamente. 36 Veja a equipe em que você trabalha e/ou a equipe que você lidera. Compare com outras equipes que existem na organização em que você trabalha. O que você observa? Considerando que a diversidade é um elemento presente nas organizações, então as equipes são diferentes, certo? Seu comportamento, os resultados que obtém, o relacionamento com seu líder, entre outros. Observe na Tabela abaixo, os diferentes tipos de equipes descritos por Donnellon (2006, p. 5). Reflita sobre as facilidades e dificuldades no relacionamento interpessoal de cada um destes tipos de equipes. Como a liderança deve se comportar em cada um destes modelos para ser eficiente e eficaz? Já ouvi pessoas dizerem que não conseguem trabalhar em equipe, outras se questionam como é possível que alguém prefira fazer tudo sozinho. Veja como é difícil a tarefa da liderança. Como manter um ambiente harmonioso de trabalho com tanta diversidade? Tabela - Tipos de equipes e suas descrições TIPOS DE EQUIPES DESCRIÇÃO DA EQUIPE EQUIPE FUNCIONAL Um grupo organizado que se reporá a um único chefe e pode ou não ser obrigado a trabalhar em conjunto, para atingir os objetivos do grupo. EQUIPE MULTIFUNCIONAL Um grupo formado por membros provenientes de diferentes áreas de uma mesma organização cujo tempo é em parte dedicado ao trabalho em equipe e, em parte, dedicado a outras responsabilidades funcionais. EQUIPE DE ATAQUE Um grupo formado por membros provenientes de diferentes áreas de uma mesma organização cujo tempo é totalmente dedicado ao trabalho em equipe. EQUIPE AD-HOC OU FORÇA TAREFA Um grupo temporariamente reunido, a fim de resolver determinado problema ou aproveitar determinada oportunidade. COMITÊ OU COMISSÃO Um grupo constituído em caráter permanente, que desenvolve e monitora determinada filosofia ou política de trabalho ou ainda um conjunto de procedimentos. A partir das suas reflexões, observe a outra tabela abaixo, aspectos que segundo Donnellon (2006, p. 7-9) devem ser considerados na escolha que um líder deve fazer entre formar uma equipe ou então escolher alguém para fazer sozinho um determinado trabalho. 37 38 A partir do que ensina Donellon (2006) inclui também alguns desafios que o líder enfrenta ao se deparar com situações que se apresentam nesta tomada de decisão entre organizar ou não uma equipe. Liderança é uma prática cotidiana e, como você está vendo, nada fácil! Ao observar o conteúdo da tabela, você certamente vai se lembrar de outras situações que Donnellon (2006) não descreveu. Complemente o quadro a partir de sua própria experiência. Reflita também sobre o papel da liderança e da equipe na manutenção da ética nos relacionamentos interpessoais. AULA 11 – ADVERSIDADES NO AMBIENTE DE TRABALHO Objetivos Após o conteúdo dessa Unidade o estudante será capaz de: • ANALISAR AS ADVERSIDADES NO AMBIENTE PROFISSIONAL • COMPREENDER A LIDERANÇA COMO UM PROCESSO NATURAL • REFLETIR SOBRE AS PRESSÕES E LIMITES NO TRABALHO Vamos lá! 11 Adversidades no ambiente de trabalho e o papel da liderança Você pode achar que este assunto não é para você porque sua função na organização não é de liderança. Não se engane! A liderança não é um cargo, uma função. Não se trata de um papel desempenhado exclusivamente por um dos membros da equipe. Evidentemente, há uma pessoa designada para dirigir o time, mas outros assumem a liderança em diferentes momentos, por razões de necessidade de uma ou outra situação. Essa dinâmica exige um comportamento adequado das pessoas que assumem a liderança e isso inclui situações difíceis, adversas. É sobre este tema que discutiremos nesta aula: a firmeza necessária ao líder, seus limites e a resistência às pressões. 11.1 A linha que separa a firmeza da liderança e o assédio moral Nas relações entre indivíduos, seja pessoal ou profissionalmente, as injustiças e os maus-tratos ocorrem em diferentes níveis, situações e deixam marcas mais ou menos profundas. Trata-se do assédio ou perseguição que se impõe sobre alguém ou sobre um grupo de pessoas. Para as discussões que estamos fazendo sobre a ética e as relações interpessoais, vamos considerar o conceito que Passos (2006, p. 127) formatou e que se relaciona à forma de assédio que atenta contra a moral dos indivíduos e é entendida como “qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitudes) que atente, 39 por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho”. A repetição do ato, a manipulação, a exposição negativa e a limitação da liberdade do outro são características do assédio moral. É importante aqui reforçar que há grandes diferenças entre assédio, conflito e firmeza na liderança. Cada um tem um propósito e consequências específicas. O assédio leva a pessoa a perder sua autoestima, sua autoconfiança levando-a ao desequilíbrio e à destruição como pessoa e como profissional. A firmeza da liderança é importante para a manutenção da união da equipe e para a condução de suas iniciativas, devendo ser pautada na moral e na ética. Os conflitos são situações a serem administradas pelas pessoas envolvidas e resolvidos considerando os aspectos do relacionamento interpessoal. 11.2 Resiliência: suportando pressões num ambiente de adversidades Antes de mais
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