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Etica profissional

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1 
 
 
 
 
 
 
CURSOS: Administração, Pedagogia e 
Tecnólogos 
 
 
Tópicos de Ética Profissional 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
TÓPICOS DE ÉTICA PROFISSIONAL 
 
 
UNIDADE I – O QUE É ÉTICA? E PARA QUÊ?........................................................................................................04 
AULA 1 - O QUE É ÉTICA? E ÉTICA E MORAL. 
VALORES, PROFISSÃO E ÉTICA. 
O QUE É COMPORTAMENTO PROFISSIONAL ÉTICO?...................................................04 
AULA 2 - O QUE É UM DILEMA ÉTICO? 
A TOMADA DE DECISÃO NA VIDA PROFISSIONAL.................................................09 
AULA 3 - AS TEORIAS ÉTICAS: A ÉTICA DA CONVICÇÃO E A ÉTICA DA 
RESPONSABILIDADE..................................................................................................13 
 
UNIDADE II – A AMBIVALÊNCIA EMPRESARIAL ............................................................. 06 
AULA 4 - ÉTICA E DESEMPENHO PROFISSIONAL E ORGANIZACIONAL, 
E ÉTICA E REPUTAÇÃO ORGANIZACIONAL.................................07 
AULA 5 - CÓDIGOS DE ÉTICA EMPRESARIAL 
O QUE SÃO CÓDIGOS DE ÉTICA EMPRESARIAL? 
PARA QUE SERVE OS CÓDIGOS DE ÉTICA NAS EMPRESAS.......00 
 
AULA 6 - A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES E DA SUA CONDUTA 
EQUÍVOCOS DA LIDERANÇA 
UMA NOVA VISÃO DA LIDERANÇA, E REQUISITOS DA LIDERANÇA PARA UMA 
POSTURA ÉTICA............................................................ 08 
 
 
UNIDADE III – ÉTICA FAZ PARTE DA LIDERANÇA, DA IMAGEM, DA MARCA E DE TODAS AS RELAÇÕES 
EMPRESARIAIS.......................... 06 
AULA 7 - ÉTICA NA ATIVIDADE EMPRESARIAL, E O QUE SIGNIFICA COMPLIANCE? 
.......................................................................................07 
AULA 8 - A COMUNICAÇÃO TAMBÉM SE RELACIONA COM A ÉTICA, O PROCESSO DE 
COMUNICAÇÃO E INTERVENÇÕES NA 
COMUNICAÇÃO......................................................................................00 
 
AULA 9 - CREDIBILIDADE ENTRE PESSOAS, CONVIVÊNCIA. RELACIONAMENTO 
INTERPESSOAL, LINGUAGEM NÃO-VERBAL O QUE É COMUNICAÇÃO 
INTERPESSOAL?.......................................... 08 
 
 
UNIDADE IV – COMO DEVE SER UM FEEDBACK....................................................................................... 06 
AULA 10 - DIFICULDADES EM DAR E RECEBER FEEDBACK - A LIDERANÇA É 
FUNDAMENTAL PARA AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS. O QUE É E COMO 
FUNCIONA UMA EQUIPE..........................................................07 
AULA 11- ADVERSIDADES NO AMBIENTE DE TRABALHO E O PAPEL DA LIDERANÇA. A 
LINHA QUE SEPARA A FIRMEZA DA LIDERANÇA E O ASSÉDIO MORAL. 
RESILIÊNCIA: SUPORTANDO PRESSÕES NUM AMBIENTE DE ADVERSIDADES 
...........................................................00 
 
AULA 12 - SUSTENTABILIDADE DAS ORGANIZAÇÕES E AS METAS DO MILÊNIO .. 
 
 
Considerações finais..........................................................................................................................................................00 
Referências Bibliográficas.................................................................................................................................................00 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I 
 INTRODUÇÃO: O QUE É ÉTICA? E PARA QUÊ? 
 
 
Prezado estudante, 
 
Nessa UNIDADE estudaremos o que é ética? A distinção entre ética e moral. Vamos conhecer 
os conceitos de ética, os valores éticos que abrangem o comportamento profissional e organizacional. 
Iremos analisar o que é um dilema ético, e refletiremos também sobre a tomada de decisão na vida 
profissional. E por fim, vamos estudar a as teorias éticas: a ética da convicção e a ética da 
responsabilidade. 
AULA 1 - O QUE É ÉTICA? ÉTICA E MORAL. VALORES, 
PROFISSÃO E ÉTICA. O QUE É COMPORTAMENTO 
PROFISSIONAL ÉTICO? 
 
Objetivos 
 
 
Após o conteúdo dessa Unidade o estudante será capaz de: 
 
• REFLETIR SOBRE ÉTICA 
• COMPREENDER OS VALORES ÉTICOS 
• AVALIAR O COMPORTAMENTO PROFISSIONAL ÉTICO 
 
 Vamos lá! 
O que você entende por ética? 
 
 
1.1 O que é ética? 
Vamos conversar sobre ética, o que significa, o seu conceito.... Nós todos temos a opinião do 
que é ser ético. Mesmo assim, nem sempre, vivenciamos situações em que a ética prevalece. Devemos 
lembrar que ética é mais que uma palavra tão recorrente, aliás muito utilizada neste momento – 
conselho de ética, deslizes éticos, crimes éticos, ética na política, empresas éticas. 
4 
 
Ética diz respeito à conduta. E como comportamento tem tudo a ver com atividade profissional, 
vamos refletir juntos. 
A palavra ética tem origem grega – ethos – e significa "caráter moral". Sendo também 
empregada para apresentar o conjunto de hábitos ou crenças que caracterizava um grupo, uma 
comunidade, ou mesmo uma nação. 
Este último sentido é muito habitual aos sociólogos e antropólogos, ou seja, os costumes e os 
traços comportamentais que distinguem um povo. Por exemplo, ethos dos brasileiros. 
A ética também traduz o conjunto de valores característicos de uma organização, uma empresa, 
e mesmo de uma profissão. É por isso que, quando nos tornamos profissionais, temos que conhecer o 
código de ética da nossa profissão e praticá-lo. E quando somos contratados por uma empresa, nós 
devemos seguir as orientações comportamentais da organização, que normalmente são apresentados 
no código de ética empresarial, ou em um guia elaborado para nortear as condutas dos colaboradores. 
Iremos abordar o significado de ética, em um contexto mais prático e mesmo no ambiente 
profissional. No entanto, é importante saber um pouco sobre os antecedentes filosóficos que servem 
para conceituar ética, e que são utilizados por vários autores. Em sua obra, Sá (2009, p. 17) indica que 
ética deve ser compreendida como “a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes”. 
Analisando esta consideração, percebemos que a ética relaciona a conduta de uma pessoa à sua relação 
com outra pessoa. E isso nos faz lembrar daquela frase que todos conhecemos: “a liberdade de uma 
pessoa termina quando começa a liberdade do outro”. Existem limites para nosso convívio, existem 
regras que impomos e que desejamos ver respeitadas. 
Nas situações mais elementares e cotidianas, como jogar lixo na rua, ao invés de jogá-lo numa 
lixeira. Comprar CDs e DVDs piratas, fazer “gato” de energia, avançar o sinal vermelho... Tudo isso 
diz respeito à elementos éticos que fazem parte do respeito e do convívio social, da atitude cidadã, ou 
mesmo de se apropriar do que não lhe pertence, utilização do bem público para benefício privado, 
entre outros. 
Voltando ao significado da palavra ética, ela também pode indicar as qualidades morais, sociais 
e afetivas que determinam o comportamento de uma pessoa, grupo social, ou mesmo uma 
cultura. Segundo Aristóteles - ethos é o componente moral, o caráter ou autoridade para influenciar o 
público... O ethos se refere ao espírito motivador das ideias e costumes. Não é à toa, que existem 
indicadores de condutas e prêmios éticos para empresas e/ou profissionais que se destacam na 
condução correta de suas atividades. Inclusive existe uma organização no Brasil chamada - Instituto 
Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Este instituto é uma Oscip cuja missão é mobilizar, 
sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma ética e socialmente responsável, 
tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável. 
5 
 
Desta forma nós vamos percebendo que a ética faz parte da nossa vida, da nossa história, das 
nossas escolhas, incluindo aí a nossa profissão. 
1- O endereço eletrônico do Instituto é www.ethos.org.br, vale a pena você conhecer os critérios de avaliação. 
2- Oscip é Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - é um título fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil, cuja finalidade é 
facilitar o aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal)e permite 
que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda. 
 
 
1.2 Ética e Moral 
 
Em um sentido bem amplo - ética tem sido entendida como a ciência da conduta humana 
perante o ser e seus semelhantes. Ética é a ciência da moral. E como afirma Sanchez Vasquez (1975-
p.12), “A Ética é a ciência que estuda o comportamento moral do homem na sociedade. ” 
APESAR DO ESTREITO VÍNCULO QUE AS UNE, ÉTICA E MORAL SE DISTINGUEM. 
É comum se associar as duas expressões, ou se dizer que ética e moral são a mesma coisa. 
Porém, são conceitos diferentes, vamos perceber a diferença: 
A Ética diz respeito à disciplina teórica e à sistematização por meio de regras a serem seguidas 
e que estabelecem o que é bom para a coletividade, já a moral direciona a prática cotidiana. 
O senso comum ainda apresenta alguma confusão entre o que é ética e o que é moral. Para 
elucidar, vamos observar esta Figura a seguir. 
 
 
 
 
 
FIGURA 1 - Fonte: SROUR, 2003. 
 
Repare que a moral diz respeito ao indivíduo inserido no contexto social e que os padrões éticos 
estabelecem a norma a ser seguida pelas pessoas na busca pelo convívio para o bem. Outra confusão 
que podemos destacar, é quando utilizamos os termos: moral, imoral e amoral. 
Vamos novamente destacar em uma figura alguns exemplos que nos ajudam a esclarecer este 
embaraço. 
 
 
 
 
A ÉTICA 
Disciplina teórica, estudo da moralidade é 
confundida com: 
MINHA ÉTICA 
Moral (conjunto de normas de conduta) 
FALTA DE ÉTICA 
Valor Cultural (qualidade socialmente 
desejada) 
PADRÕES ÉTICOS 
Norma (regra de conduta, pauta de ação) 
É MORAL 
 
POSITIVO 
 
É AMORAL 
 
É IMORAL 
 
NEGATIVO 
 
NEUTRO 
 
http://www.ethos.org.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minist%C3%A9rio_da_Justi%C3%A7a_(Brasil)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto_de_renda
6 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 2 - Fonte: SROUR, 2003, pág. 30. 
 
Para você saber mais, assista ao vídeo da entrevista que o Prof. Mário Sergio Cortella – filósofo- 
concedeu a Jô Soares. Exibido pela TV Globo e disponível no link http://www.youtube.com/ 
watch?v=QK5LDsEKuEA. Nesta entrevista, Cortella fala sobre ética e explica conceitos como: 
moralidade; amoralidade e imoralidade 
 
1.3 Valores 
 
Valores podem ser explicados como: 
Conjunto de características de uma determinada pessoa ou organização, que determinam a 
forma como a pessoa ou organização se comportam e se relacionam com outras pessoas e com a 
sociedade de forma geral. 
A expressão “valor” pode significar merecimento, talento, reputação, coragem e valentia. 
Assim, podemos afirmar que os valores humanos são valores morais que afetam a conduta das pessoas. 
Esses valores morais podem também ser considerados valores sociais e éticos, e constituem um 
conjunto de regras estabelecidas para uma convivência justa e saudável dentro da sociedade. 
Existe diferença entre estes valores que representam atributos e características humanas, dos 
valores materiais, que representam: posses, objetos, etc. 
Podemos também considerar “valor” como aqueles princípios dos quais não abrimos mão. 
Nós iremos aqui abordar os valores morais que trazemos de nossa criação, da nossa formação, 
e que se ligam durante nossa existência. O ambiente em que vivemos, convivendo com familiares, no 
nosso local de trabalho, na instituição de ensino, nossos amigos... tudo isso nos faz ter oportunidades 
de praticar os nossos valores, a partir do relacionamento interpessoal. Cabe a cada um exercer o 
aprendizado dos valores para o bem próprio e o bem comum. As atitudes de “valor” propiciam a 
felicidade do homem e de todos à sua volta. Exemplo disso são as práticas voluntárias, os projetos e 
programas de acolhimento, de educação, de apoio, patrocínio... que visem o desenvolvimento social. 
É importante destacar que os valores evoluem com o passar do tempo, após a Revolução 
Industrial a preocupação das empresas era com a produção em massa, mas depois... Na década de 30 
a administração voltou-se para o bem-estar do funcionário. E nos anos 40 a burocracia trouxe as 
normatizações e as atenções para a o ambiente de trabalho e a motivação do trabalhador. Os impactos 
da atividade industrial sobre o meio ambiente nas décadas de 70 e 80, junto com as manifestações 
DIRIGIR COM 
CUIDADO 
ESTUDAR PARA 
PROVA 
 
TER UM CARRO 
FAZER A PROVA 
 
DIRIGIR 
EMBRIAGADO 
“COLAR” NA PROVA 
 
http://www.significados.com.br/moral/
http://www.significados.com.br/etica/
7 
 
sociais vão resultar nas práticas de responsabilidade social e mesmo de fiscalização e controle 
ambiental. 
Frequentemente as empresas divulgam os seus valores quando se apresentam, em seu site, na 
sua comunicação. E buscam traduzir para a sociedade as suas práticas, que devem se relacionar com 
os seus objetivos de mercado. Assim divulgam valores, tais como por exemplo: Integridade – Respeito 
– Confiança – Dignidade – Equidade – Justiça – Independência – Bom humor ... 
 
1.4 Profissão e ética 
É comum em processos de seleção de funcionários, as empresas buscarem profissionais que 
partilham os seus valores. Por que isto? Porque os objetivos da organização serão alcançados de melhor 
forma, se as ações de seus servidores refletirem o que está nas indicações dos valores organizacionais 
e no modelo do negócio. 
A conduta ética de cada pessoa envolvida na organização contribui direta ou indiretamente para 
a criação e divulgação da imagem institucional. Por este motivo, ética é um tema que compõe a base 
da formação profissional de todos numa organização. Exercer uma atividade profissional de maneira 
ética significa seguir os princípios morais da sociedade, em conformidade com a lei, e com o código 
de ética profissional. 
Você deve analisar e refletir sobre sua profissão e sua carreira. Lembrar que a ética é o ponto 
de partida de sua atuação profissional e também se inspirar em pessoas que são referência no 
desempenho ético de suas profissões, que podem ser reconhecidas ou anônimas. 
 
 
1.5 O que é comportamento profissional ético? 
 
Pelo que nós vimos até agora, neste estudo sobre ética. Percebemos que ética tem a ver com a 
normatização das condutas, dos procedimentos e até mesmo dos comportamentos humanos. Devemos 
também entender os motivos pelos quais os indivíduos aceitarem as normas atribuídas pelo grupo ao 
qual pertencem. Veja por exemplo, A LEI SECA – que verifica o percentual de álcool no organismo 
do motorista, e assim aponta se o condutor está ou não embriagado. E assim sujeita este condutor a 
penalidades, caso as normas não sejam cumpridas. Outra diz respeito aos limites de velocidade em 
vias públicas, com a mesma normatização de condutas (perda de pontos na habilitação e multa). Todas 
as duas leis no início de sua vigência geraram muita controvérsia. 
Afinal, por que respeitamos uma regra de conduta cujo cumprimento gera tantas polêmicas? 
Então, você refletiu sobre as questões: As razões que nos levam a respeitar estes limites do uso 
de álcool pelo motorista, e também ao excesso de velocidade? E também a polêmica? 
Segundo os estudiosos do comportamento humano são três as razões. O que faz as pessoas 
cumprirem as normas é a punição prevista pela legislação – são as normas jurídicas. Pode ser também 
8 
 
à punição prevista pelo grupo social – são as normas morais. Cabe também lembrar que existe uma 
necessidade humana, que é - o indivíduo quer ser aceito pelo grupo e pertencer a ele - normas de 
etiqueta. 
Neste último caso, devemos relacionar as normas de etiqueta, as normas estabelecidas por uma 
empresa. Que podem tratar sobre os trajes, sobre comportamentos, sobre assiduidade... Elas orientam 
a formalidade para se fazer parte daquele grupo, um guia de conduta tem esse papel. 
Qualquer profissional pode passar por uma situação em que tenha que se relacionar com 
pessoas de diferentes culturas.É importante, então, saber quais são os requisitos que devem ser 
atendidos para que se cumpram as normas jurídicas, morais e de etiqueta destas pessoas e ou grupos. 
E o fato de não observar as diferenças, pode resultar em situações difíceis que podem inclusive 
determinar o sucesso ou fracasso de uma ação profissional. 
AULA 2 - O QUE É UM DILEMA ÉTICO? A TOMADA DE DECISÃO 
NA VIDA PROFISSIONAL. 
 
Objetivos 
 
 
Após o conteúdo dessa Unidade o estudante será capaz de: 
 
• REFLETIR SOBRE O DILEMA ÉTICO 
• COMPREENDER OS PROCESSOS DECISÓRIOS 
• ANALISAR O VÍNCULO ENTRE ÉTICA E ATIVIDADE PROFISSIONAL 
 
 Vamos lá! 
 
2.0 O que é um dilema ético? 
O termo dilema revela situações em que se tem que agir, ou tomar decisões e pode haver mais 
de uma deliberação a respeito da questão. Um dilema ético surge em situações em que se tem de tomar 
decisões que afetam diversas partes interessadas, onde alguém pode ser prejudicado. Não existe uma 
resposta correta para o dilema ético, depende da circunstância. Um dilema é causado quando temos 
mais de uma solução possível para apenas um problema, mas nenhuma é plenamente satisfatória. Um 
dilema muito conhecido na História da Humanidade foi proposto pelo Rei Salomão – personagem 
Bíblico que viveu entre 1009 a.C. e 922 a.C., terceiro rei de Israel – a duas mulheres para resolver um 
caso difícil. Procurado por duas mulheres que reclamavam a maternidade de um bebê, o rei deveria 
decidir a qual das duas entregar a criança. Sabendo que uma mãe preferiria ver seu filho entregue a 
outra mulher do que vê-lo morto, o rei propôs dividir a criança ao meio e entregar metade para cada 
uma. Observe na história, que para a verdadeira mãe, nenhuma das soluções propostas é satisfatória. 
Diante deste dilema, a mãe da criança prefere ver seu filho entregue à outra reclamante. Importante 
9 
 
também ressaltar aqui que a sabedoria é um componente fundamental na solução de um dilema, daí as 
referências que se faz ao Rei Salomão quando se deseja exaltar a sabedoria de alguém ou necessária 
para se resolver uma situação difícil. 
 
 
 
2.1 A tomada de decisão na vida profissional 
Diariamente milhares de decisões são tomadas dentro de uma organização, (empresas, 
governos, instituição...), seja pelos seus gestores ou por seus funcionários. Decisões essas que vão 
desde as mais simples, ou até escolhas que poderão afetar todo o andamento da organização, seu 
desempenho no mercado, sua sobrevivência, assim como: fusão, expansão, terceirização... 
Cabe ressaltar que as decisões são tomadas por pessoas, e pessoas são afetadas: pelo meio onde 
vivem, por suas percepções, experiências e até mesmo por suas crenças. Repare como as decisões têm 
estreita relação com a ética, com a moral e mesmo com os valores de quem decide. 
O que torna o processo decisivo delicado, é que não existe a “decisão perfeita”. O que existe é 
a busca pela melhor alternativa, a mais adequada, a mais justa, a de maior interesse coletivo... Desta 
forma é que a decisão norteará a organização rumo ao sucesso. 
 
2.2 O processo decisório 
Em 1947 Herbert Simon, no intuito de explicar o comportamento humano nas organizações, 
lança o livro Comportamento Administrativo e com ele se inicia a Teoria das Decisões, onde “... cada 
pessoa participa racional e conscientemente, escolhendo e tomando decisões individuais a respeito de 
alternativas racionais de comportamento. ” (CHIAVENATO, 2003, p.347). Toda organização é um 
sistema de decisões, onde todos os membros estão continuamente tomando alguma decisão, 
 “... é impossível pensar a organização sem considerar a ocorrência constante do processo 
decisório”. (FREITAS; KLADIS, 1995, p.6). 
A organização é um sistema de decisões em que cada pessoa participa consciente e 
racionalmente, escolhendo e decidindo entre alternativas mais ou menos racionais que são 
apresentadas de acordo com sua personalidade, motivações e atitudes. 
Em outros termos, a pessoa decide em função de sua percepção das situações. 
Em resumo, as pessoas são processadores de informação, criadoras de opinião e tomadoras de 
decisão. (CHIAVENATO, 2003, p.348). Certos fatores como a intuição, a racionalidade e a percepção 
podem influenciar uma decisão. Sendo que a “... intuição nasce da experiência e de sentimentos a 
respeito de estímulos [...]”, 
 
10 
 
2.3 O comportamento inteiramente lógico é utópico... 
As “soluções” simplesmente não são criadas por meio de regras, nem sempre é possível ter 
acesso a todos os dados, sendo assim: [...] A diferença entre racionalidade e intuição está na proporção 
de informação, de um lado, e opinião e sentimentos, de outro. Quanto maior a base de informação, 
mais racional é o processo. Quanto maior a proporção de opiniões e sentimentos, mais intuitivo se 
torna. 
A racionalidade e a intuição são atributos humanos complementares e não concorrentes. 
(MAXIMIANO, 2009, p.71) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O processo de tomar decisão começa com uma situação de frustração, interesse, desafio, 
curiosidade ou irritação. Há um objetivo a ser atingido e apresenta-se um obstáculo, ou acontece uma 
condição que se deve corrigir, ou está ocorrendo um fato que exige algum tipo de ação, ou apresenta-
se uma oportunidade que pode ser aproveitada. 
Complementando a ideia, Chiavenato (2003, p.348) ressalta que toda decisão envolve seis 
elementos: 
I. O TOMADOR DE DECISÃO: é a pessoa que faz uma escolha ou opção entre 
várias alternativas futuras de ação. 
II. OS OBJETIVOS: são o que o tomador de decisão pretende alcançar com suas 
ações. 
III. AS PREFERÊNCIAS: são os critérios que o tomador de decisão usa para fazer 
sua escolha. 
IV. A ESTRATÉGIA: é o curso de ação que o tomador de decisão escolhe para atingir 
seus objetivos dependendo dos recursos que pode dispor. 
V. A SITUAÇÃO: são os aspectos do ambiente que envolve o tomador de decisão, 
alguns deles fora do seu controle, conhecimento ou compreensão e que afetam 
sua escolha. 
11 
 
VI. O RESULTADO: é a consequência ou resultado de uma estratégia. 
 
E é composta por sete etapas, que norteiam todo o processo: 
Percepção da situação que envolve algum problema. 
Análise e definições do problema. 
Definição dos objetivos. 
Procura de alternativas de solução ou de cursos de ação. 
Escolha da alternativa mais adequada ao alcance dos objetivos. 
Avaliação e comparação das alternativas. 
Implementação da alternativa escolhida. 
 
 “Tomar decisões é o processo de escolher uma dentre um conjunto de alternativas. ” E cabe 
ao tomador de decisão “... reconhecer e diagnosticar a situação, gerar alternativas, avaliar as 
alternativas, selecionar a melhor alternativa, implementar a alternativa escolhida e avaliar os 
resultados. ” (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005, p.446). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
AULA 3 - AS TEORIAS ÉTICAS. A ÉTICA DA CONVICÇÃO E A 
ÉTICA DA RESPONSABILIDADE 
 
Objetivos 
 
 
Após o conteúdo dessa Unidade o estudante será capaz de: 
 
• RECONHECER AS TEORIAS ÉTICAS 
• DISTINGUIR ENTRE CONVICÇÃO E RESPONSABILIDADE 
• AVALIAR AS PRÁTICAS EMPRESARIAIS DA ÉTICA DE CONVICÇÃO E DA ÉTICA 
RESPONSÁVEL 
 
 Vamos lá! 
 
 
 
 
3.0 As teorias éticas: A ética da convicção e a ética da 
responsabilidade 
 
Tomar decisão profissional significa uma atitude 
E toda atitude envolve a ética. 
Pelo menos duas orientações podem surgir no momento de tomar uma decisão profissional. 
Denominadas teorias éticas, elas se dividem em duas direções: 
Ética da convicção – é o que pode ou aquilo que não pode - é normativa. 
Ética da responsabilidade - toda decisão provocará efeitos e resultados - é analítica. 
 
Portanto, nenhuma decisão deve se limitar à análise de aspectos puramente técnicos, 
econômicos ou circunstanciais das questões. A decisão naturalmente acaba por ser umadecisão 
humana, de dimensão ética. Para tanto, questões-chave como as relacionadas abaixo, devem ser 
pensadas, refletidas e respondidas: 
Minha decisão se baseia na verdade dos fatos? 
Minha decisão é justa para todos os stakeholders*? 
Minha decisão poderia ser melhor? 
Minha decisão poderia provocar menos impactos negativos? 
Minha decisão será aceita pelos stakeholders*? 
 
13 
 
 
 
Para evitar que as fragilidades humanas influenciem as decisões empresariais éticas, recorre-se 
ao uso de decisões em conjunto. Um profissional pode consultar outros funcionários ou mesmo os seus 
subordinados ou clientes, para saber se a decisão que está prestes a tomar é uma decisão ética. Isso não 
denota incompetência para tomar decisões, mas sim a capacidade de envolver pessoas em uma 
construção e uma decisão coletiva. Isso é trabalhar em grupo, é dar oportunidade de participação e, 
acima de tudo, aprender com outras pessoas. 
 
Voltando às teorias éticas, quando as decisões se baseiam apenas nas normas, nos códigos de 
conduta das empresas ou mesmo no código de ética empresarial, estamos forçando o funcionário à 
prática da ÉTICA DA CONVICÇÃO. 
Por outro lado, quando a decisão empresarial está envolvida com as consequências, com os 
efeitos, com os resultados... Essa é uma postura típica da ÉTICA DA RESPONSABILIDADE. 
 
Aumentando a complexidade, o fator humano de quem toma a decisão estará sempre em 
evidência: sempre existirá a influência dos valores pessoais, dos interesses, das experiências vividas 
pelo colaborador. Portanto, sempre existirão 
dificuldades no processo de tomada de decisão. 
Parece não haver dúvida que uma grande 
influência nas decisões empresariais vem das 
fragilidades pessoais como: 
 
 
 
 
 
 
Síntese 
Nessa UNIDADE I aprendemos que ética e moral são dois conceitos diferentes. Estudamos que 
Ética é “a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes”, e que moral diz respeito ao 
indivíduo inserido no contexto social e que os padrões éticos estabelecem a norma a ser seguida pelas 
pessoas na busca pelo convívio para o bem. 
Cabe destacar também que a conduta ética se faz presente por meio da vontade e das atitudes 
corretas das pessoas em relação a ela mesma e àqueles com quem convive. Nós vimos que valores são 
AMBIÇÕES
INTERESSES 
NÃO 
APROPRIADOS
CARÁTER
LIMITAÇÕES 
PESSOAIS
IGNORÂNCIA
VÍCIOS
BAIXA 
AUTOESTIMA 
ORGULHO
E ETC...
14 
 
princípios dos quais não abrimos mão, e que eles mudam com o passar do tempo. Da mesma forma, o 
exercício profissional deve se basear nos fundamentos éticos determinados pela categoria. 
Abordamos a necessidade da normatização da conduta de um determinado grupo para 
promover o equilíbrio no convívio entre os indivíduos. Assim devemos destacar que a ética é 
normativa. Explicamos que os dilemas são situações cujas soluções que se apresentam são difíceis de 
serem adotadas em função de motivos diferentes. Quando os gestores se encontram diante de decisões 
que envolvem por um lado o sucesso do negócio e, de outro lado, impactos sociais e/ou ambientais 
negativos geram dilemas éticos empresariais. E por fim, analisamos as teorias éticas: a ética da 
convicção e a ética da responsabilidade. 
 
 
UNIDADE II 
 A AMBIVALÊNCIA EMPRESARIAL 
 
 
Nessa UNIDADE estudaremos A AMBIVALÊNCIA EMPRESARIAL. A importância da ética 
para o desempenho profissional, tanto quanto para o desempenho organizacional. 
Vamos reconhecer a normatização ética, por meio dos códigos de ética ou mesmo guias de 
conduta. Refletiremos também sobre a importância da liderança nas organizações, e por fim, vamos 
analisar as características dos líderes na condução do comportamento ético. 
AULA 4 – A ÉTICA E DESEMPENHO PROFISSIONAL E 
ORGANIZACIONAL – ÉTICA E REPUTAÇÃO 
 
 
Objetivos 
 
Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: 
 
• COMPREENDER A ÉTICA COMO ELEMENTO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL E 
ORGANIZACIONAL 
• COMPROVAR A IMPORTANCIA DA ÉTICA PARA REPUTAÇÃO 
• AVALIAR A CONDUTA ÉTICA NO DESEMPENHO PROFISSIONAL 
 
Vamos lá! 
 
 
4.0 A ambivalência empresarial 
 
15 
 
Já vimos que uma empresa possui valores e princípios. Entendemos também que uma 
organização é um sistema aberto que se relaciona o tempo todo com outras organizações e diferentes 
grupos, como, consumidores e fornecedores. Assim cada uma, com suas peculiaridades, decide sob 
várias situações. Desta forma, causa impactos na sociedade e no mercado, influenciando inclusive a 
cultura organizacional. O resultado destas atitudes e decisões podem ser, atitudes parciais ou parceiras 
em relação aos stakeholders*. 
 
*stakeholders é um termo em inglês muito utilizada nas áreas de comunicação, administração e tecnologia da informação cujo objetivo 
é designar as pessoas e grupos mais importantes para um planejamento estratégico ou plano de negócios, ou seja, as partes interessadas. 
 
Os stakeholders influenciam as organizações com as quais se relacionam. Vamos analisar no 
quadro abaixo algumas situações que envolvem mudanças de comportamento em relação aos públicos 
de interesse em relação às mudanças no ambiente externo que levaram a uma mudança na cultura 
organizacional. 
 
 
 
 
STAKEHOLDER 
 
SITUAÇÕES VERIFICADAS 
AÇÕES EXTERNAS QUE 
INFLUENCIARAM NA 
MUDANÇA DE CULTURA 
ORGANIZACIONAL 
Clientes Demandas da sociedade por princípios 
que envolvam a qualidade do 
produto/serviço; segurança no uso do 
produto ou do serviço; atendimento 
adequado pela força de vendas; 
atendimento pós-venda. 
• Código de defesa do 
consumidor; 
• Forte atuação do Procon; 
Funcionários Aumento do número de mulheres no 
quadro de funcionários das 
organizações; relacionamentos 
conflituosos; pessoas com deficiência 
entrando para o mercado de trabalho. 
• Legislação impondo creches 
em empresas com um número 
mínimo de mulheres; 
• Lei 10224 de 15/05/2001 que 
define o assédio moral e 
oferece suporte para os 
funcionários; • Legislação 
impondo percentual de 
contratação de pessoas com 
deficiência em relação ao 
número de empregados 
Meio ambiente Poluição do ar e da água; florestas 
devastadas; aquecimento no planeta 
provocando catástrofes ambientais; 
produtos com altos níveis de ruído 
prejudicando a qualidade de vida de 
pessoas que habitam pequenas 
moradias. 
Legislação controlando a 
emissão de gases poluentes; 
exigência de investimentos em 
tecnologia para continuar a 
operação; controle de ruídos. 
16 
 
Acionistas Atitudes antiéticas de dirigentes 
levando à divulgação de resultados 
fraudulentos para valorizar o negócio. 
Legislação como a Lei Sarbanes 
Oxley (SOX) nos Estados Unidos 
que orientam para a prestação 
de contas transparente e ética. 
Comunidade Questionamento quanto aos 
investimentos feitos em cultura, 
esportes, desenvolvimento social e 
ambiental pelas empresas. 
Movimentação das empresas 
para direcionar investimentos 
para a comunidade de entorno 
com retorno positivo para a 
imagem da marca. 
 
 
Então vamos voltar a ambivalência das organizações que são: a moral da parcialidade, e a moral 
da parceria. Quando as organizações justificam as suas ações antagônicas com discursos que 
expressam as oportunidades desiguais, que as empresas enfrentam é chamado de moral da parcialidade. 
Entretanto, o objetivo maior é o lucro a despeito de obrigações sociais, mas para a comunidade a 
empresa apresenta um discurso explica que o objetivo é proporcionar o bem-estar de todos (clientes e 
sociedade), ainda que isso custe o lucro da empresa. 
Porém quando as organizações mantêm atitudes que objetivam padrões de conduta voltados 
para interesses compartilhados de todos os stakeholders no médio e no longo prazo. E que efetivamente 
todos os interessados possuem interesses e benefícios compartilhados moral da parceria. A empresa se 
preocupa com suas decisões, e o como, e a quem irá afetar (ética da responsabilidade). Neste 
movimento, os negóciosdevem contemplar acordos que beneficiam todas as partes, geram 
compromisso e fidelidade das pessoas envolvidas e demonstram o alto grau de integridade da empresa. 
Valores, conforme já vimos anteriormente, são princípios dos quais não se abre mão. Assim 
sendo, práticas como as da expressão ‘os fins justificam os meios’ não são aceitas em organizações 
éticas. Quatro características são fundamentais para organizações apresentarem procedimentos éticos: 
Previsibilidade e coerência - Clareza e transparência - Cumprimento daquilo que foi acordado – 
Honestidade. 
 
4.1 Ética e desempenho profissional e organizacional 
 
A conduta profissional ética é uma qualidade para a credibilidade do indivíduo no exercício da 
atividade que escolheu. De nada adianta dominar habilidades científicas, tecnológicas ou artísticas se 
o indivíduo não conduzir com ética sua prática profissional. Isso também vale para as empresas e 
organizações. Já vimos os conceitos de parcialidade e parceria organizacional, agora vamos tratar dos 
aspectos que dizem respeito ao exercício profissional e o valor de seu exercício. Assim como, vamos 
discutir as virtudes necessárias para o cumprimento das obrigações profissionais. É necessário destacar 
que o trabalho oferece ao indivíduo um valor social que é maior que o retorno econômico, e contribui 
para a construção de sua imagem profissional. A ética é fundamental na prática profissional. Assim 
17 
 
também é com as empresas, o propósito final de uma empresa não é o lucro, mas este é consequência 
de uma gestão de desempenho com os atributos de eficiência, eficácia e sustentabilidade. Uma gestão 
ética, baseada em princípios e valores sólidos, é a sustentadora de confiança e a credibilidade de 
fornecedores, clientes, funcionários, governos e acionistas. Confiança é a base do relacionamento 
entre seres humanos e instituições são gerenciadas por seres humanos. O desempenho organizacional 
está baseado fortemente nessa confiança. Funcionários se dedicam mais e trabalham mais motivados 
quando uma empresa demonstra posturas éticas para com eles. Clientes possuem uma imagem sólida 
da organização quando ela demonstra, por meio de suas ações éticas, a preocupação com o social e 
com o meio ambiente. Fornecedores com o mesmo nível de exigência ética facilitam negociações. 
Governos dão incentivos para empresas de padrões éticos definidos. Dentro deste contexto, as 
empresas têm a oportunidade de otimizar o seu desempenho por meio das pessoas que nela trabalham. 
 
4.2 Ética e Reputação organizacional 
 
Reputação está associada à confiança e à credibilidade que se conquista. Você sabe, é 
necessário muito tempo para se conquistar a confiança das pessoas e um segundo para perdê-la! Serem 
respeitadas é tudo que as empresas querem de seus consumidores, pois com isso, têm caminho aberto 
para conquistarem sua lealdade à marca. Contudo, basta uma notícia ruim na mídia ou uma opinião 
negativa de alguém do grupo de referência para que tudo se perca. A ética é elemento fundamental na 
construção da reputação de um indivíduo, de um profissional, de uma marca ou de uma organização. 
Políticas socialmente responsáveis são adotadas pelas organizações no sentido de demonstrar ao 
mercado suas convicções no que diz respeito à preservação do meio ambiente e às práticas sociais. O 
processo de comunicação é desenvolvido no sentido de fazer com que o consumidor saiba e reconheça 
esta característica da organização. Da mesma maneira um profissional que direciona sua conduta 
profissional dentro de padrões éticos e se beneficia do marketing pessoal que é uma ferramenta que 
auxilia a percepção da postura ética profissional contribuindo para a construção de uma reputação que 
inspire credibilidade no mercado. 
AULA 5 - CÓDIGOS DE ÉTICA EMPRESARIAL 
O QUE SÃO CÓDIGOS DE ÉTICA EMPRESARIAL? 
PARA QUE SERVE OS CÓDIGOS DE ÉTICA NAS EMPRESAS.......00 
 
AULA 6 - A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES E DA SUA CONDUTA 
EQUÍVOCOS DA LIDERANÇA 
UMA NOVA VISÃO DA LIDERANÇA, E REQUISITOS DA LIDERANÇA PARA UMA 
POSTURA ÉTICA............................................................ 08 
 
18 
 
AULA 5 – CÓDIGOS DE ÉTICA EMPRESARIAL. O QUE SÃO E 
PARA QUÊ SERVEM? 
 
 
Objetivos 
 
Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: 
 
• IDENTIFICAR UM CÓDIGO DE ÉTICA 
• ANALISAR OS ELEMENTOS QUE COMPÕE O CÓDIGO DE ÉTICA 
• PERCEBER A IMPORTÂNCIA DE UM CÓDIGO DE ÉTICA 
 
 
5.0 Códigos de ética empresarial 
 
Vamos ver agora, o que é um código de ética e como ele deve ser construído para contar com 
o comprometimento de todos os funcionários. Pois como disse Drucker (2002), não existem empresas 
éticas, existem pessoas éticas que trabalham nas empresas. 
Então é da forma que as organizações, por meio da elaboração e disseminação de um código 
de ética, buscam integrar as iniciativas de seus funcionários aos valores empresariais de maneira a 
serem percebidas com uma imagem positiva, no mercado. 
Existem empresas/organizações que contratam consultorias para a elaboração do código de 
ética. E então após a aprovação pela direção empresarial, este documento é impresso e geralmente é 
entregue para os funcionários que já trabalham na empresa e para aqueles recém-admitidos é entregue 
junto com a cópia do contrato de trabalho. 
Assim o trabalhador não é estimulado para a leitura, entendimento e discussão do conteúdo do 
código de ética e, no entanto, ao descumpri-lo a punição é efetiva. Por outro lado, há muitas 
organizações que já perceberam que, muito mais do que simplesmente elaborar, aprovar, imprimir e 
entregar o código de ética é preciso que sua construção seja feita pelos próprios funcionários (ou seus 
representantes) incluindo uma discussão sobre o tema da ética. Essa discussão deve abordar os temas 
que vamos relacionar na figura abaixo: 
 
 
19 
 
 
Etapas da construção e divulgação do código de ética organizacional Fonte: ARANTES, 2011 
pág. 143 
 
5.1 O que são códigos de ética empresarial? 
 
Um código de ética é um conjunto de regras que orientam a conduta dos funcionários e que 
fornecem diretrizes para as decisões que necessitam de referências do que é certo e do que é errado. 
Um código de ética é baseado nos princípios e valores éticos organizacionais e tem como destinatários 
os clientes, funcionários, fornecedores e demais stakeholders envolvidos como comunidade, governo, 
etc. 
Um código de ética é fundamentado no que é certo e no que é errado podendo prever ou não 
punições. O código de ética deve considerar a empresa como um todo, mas pode também ser dividido 
por áreas, apresentando as especificidades de comportamentos, por exemplo, das áreas de marketing, 
gestão de pessoas, área financeira ou produção. Mesmo com essa divisão, os princípios fundamentais 
do código de ética devem ser comuns a todas áreas, a toda a empresa. 
 
5.2 Para que serve os códigos de ética nas empresas 
 
Um código de ética apresenta parâmetros para auxiliar na decisão do que é certo ou errado, 
justo ou injusto, voltados para o bem ou para o mal. Dentre as questões abordadas em um código de 
ética, citamos algumas a seguir em forma de reflexão. A intenção aqui não é obter respostas para estas 
questões, mas sim entender o que cada empresa, dentro de sua concepção ética, aborda em um código 
de ética. 
• Um funcionário pode aceitar presentes de fornecedores? 
• Um funcionário deve usar o seu status na empresa para obter um benefício (desde que 
não seja ilícito)? 
• Um funcionário deve se beneficiar de informações privilegiadas que têm da empresa? 
• Um funcionário pode usar recursos da empresa em benefício pessoal mesmo que não 
gere custo ou prejuízo para ela? 
• Uma empresa pode exigir um envolvimento extra não remunerado do funcionário 
baseado em um relacionamento de comprometimento sob o argumento de que a 
recíproca seria verdadeira? 
• Uma empresa pode demitir um funcionário sob o argumento deque é um ganho 
financeiro (desde que não coloque em risco a sobrevivência da empresa)? 
 
20 
 
A ética é o fundamento do desempenho das pessoas e, por consequência, o padrão de 
comportamento empresarial que se baseia em seus princípios e valores éticos. O código de ética é uma 
garantia de padrões éticos e a consequente reputação e imagem da empresa perante os seus 
stakeholders. Desta forma, podemos dizer que um código de ética é uma ferramenta de padronização 
de comportamento diminuindo as diferenças provocadas por distâncias geográficas, diferentes 
percepções individuais, crenças das pessoas, desigualdade na disponibilidade de recursos, etc. 
Assim, de forma resumida, podemos apontar algumas utilidades de um código de ética 
empresarial: 
• Fornecer critérios e limites claros das ações das pessoas. 
• Gerar homogeneidade e coerência nas decisões empresariais. 
• Gerar comprometimento dos empregados. 
• Proporcionar um adequado clima organizacional. 
• Contribuir para um comportamento ético e responsável dos empregados. 
• Garantir os interesses de outros stakeholders além dos empregados. 
• Contribuir para uma adequada imagem da empresa perante o mercado e de todos os 
seus stakeholders. 
 
Contudo, há de se estimular que a adoção e o cumprimento do código de ética deverá ter o 
apoio, o comprometimento e a credibilidade por parte da direção da organizacional. Se equipe diretiva 
não aderir aos princípios éticos apontados no código, não haverá exemplo a ser seguido e nem 
referencial de um padrão dentro da empresa. 
 
 
AULA 6 – A IMPORTÂNCIA DOS LÍDERES NA CONDUTA ÉTICA 
 
 
Objetivos 
 
Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: 
 
• PERCEBER O PAPEL DOS LÍDERES NA CONDUÇÃO ÉTICA 
• ANALISAR OS EQUÍVOCOS DA LIDERANÇA 
• COMPREENDER A IMPORTÂNCIA E UMA NOVA VISÃO DE LIDERANÇA 
 
 
21 
 
6.0 A importância dos líderes na conduta ética 
O líder tem uma grande importância por ser alguém que representa um grupo. E o seu papel 
vai além de meramente incentivar e delegar tarefas. Cabe aos líderes também a inspiração do clima 
ético, do respeito, das boas práticas e assim a construção de uma empresa ética. 
 
6.1 Equívocos da liderança 
Para o autor Francisco Gomes de Matos, é possível ver que algumas empresas e pessoas têm 
algumas distorções no que realmente é liderar. Para ele, as empresas esperam os seguintes atributos 
de um líder: 
• Que seja um “gênio, ”, capaz de inventar uma maravilha por dia. 
• Que seja um “herói”, como Rambo, capaz de descer de helicóptero, matar os bandidos e salvar 
a mocinha. 
• Que seja um “mártir”, lançando-se às cobras e, se possível, mantendo-se vivo para enfrentar 
tigres raivosos no dia seguinte. 
• Gênios, heróis e mártires convivem nas organizações e são até úteis para momentos especiais, 
mas com a continuidade nas funções de líder, tornam-se a tragédia da liderança de equipes nas 
empresas. 
• Não são essas atribuições mitológicas do líder que vão definir um padrão de comportamento e 
de atitudes que proporcionarão a melhor tomada de decisões. Não é “matando bandidos”, 
“salvando mocinhas” ou “sendo um herói” que o líder desempenhará a sua função dentro da 
empresa. 
 
As consequências desses equívocos aparecem quando vemos as empresas formando ou 
buscando líderes capazes de convencer pelo seu carisma e pelo seu ímpeto de competição. Muitas 
vezes, o que as empresas conseguem com isso são confusões internas entre funcionários e/ou setores, 
competições desnecessárias (muitas vezes internas como se ninguém estivesse “no mesmo barco”), 
criação de feudos e lutas por defesas de interesses pessoais ou por interesses de “pessoas amigas”. 
Neste ambiente, a ética se transforma em uma ilustre desconhecida. E ainda podemos encontrar líderes 
sem visão de longo prazo e sem a capacidade de desenvolver visão estratégica dos negócios. 
 
6.2 Uma nova visão da liderança 
Para ultrapassar os obstáculos causados pela antiliderança, as empresas devem criar os líderes-
administradores e os administradores-líderes, o líder que administra e o administrador que lidera. O 
primeiro é aquele que tem as competências do pensamento estratégico e empreendedor e o segundo 
aquele que tem as habilidades táticas e operacionais. Veja abaixo as características de cada um deles 
segundo Francisco Gomes de Matos: 
22 
 
Líder Administrador 
Trabalha criativamente com integração e coesão grupais. 
Induz à motivação espontânea, à ampla participação, ao poder decisório compartilhado, ao 
planejamento estratégico coletivo, às avaliações frequentes e às reformulações estratégicas periódicas. 
É um estrategista. 
Administrador Líder 
Trabalha com objetivos definidos por instância superior. 
Estimula a motivação e coesão grupais. 
Faz cumprir o planejamento estratégico. 
Delega e avalia desempenhos. 
É um tático. 
 
Diante dessas visões de uma liderança motivadora, os princípios e os valores éticos da 
organização devem ser sempre perseguidos, assim como o bem comum e a felicidade das pessoas. A 
consciência ética dos líderes gera a responsabilidade e o comprometimento de todos, dando 
consistência à equipe e gerando resultados ótimos para todos os stakeholders. 
................................................................................................. 
 
Síntese 
Nessa UNIDADE argumentamos sobre a contradições éticas nas organizações. Vimos que a 
reputação é o resultado que se faz do julgamento de uma pessoa ou de uma organização. No 
fundamento da reputação está a conduta ética que causa impacto direto na imagem, atraindo ou 
afastando públicos com os quais uma empresa se relaciona ou pessoas com quem um indivíduo 
mantém contato. O código de ética profissional tem como objetivo oferecer diretrizes para que a 
conduta dos profissionais da categoria seja tal que não comprometa os colegas, nem a classe. Tornamos 
a destacar a importância da ética para o desempenho profissional, e para o desempenho empresarial. 
Verificamos a importância dos códigos de ética ou mesmo guias de conduta, para normatizar, orientar 
e uniformizar as condutas. Refletimos também sobre a importância da liderança nas organizações, e 
consideramos a contribuição dos líderes na condução do comportamento ético. 
 
 
 
 
23 
 
 
 
UNIDADE III 
 A ÉTICA FAZ PARTE DA LIDERANÇA, DA IMAGEM, DA MARCA 
E DE TODAS AS RELAÇÕES EMPRESARIAIS 
 
 
Nessa UNIDADE voltamos a estudar a ética na liderança, porém analisaremos a direção ética, a política 
de Compliance nas organizações. Compliance deriva do verbo to comply – inglês, estar de acordo com.... 
Estar em conformidade com leis, públicos, consumo e etc., iremos também apresentar e relacionar 
ética com a comunicação, incluindo as relações interpessoais, as interferências no processo comunicacional. 
Vamos também identificar que a ética é que sustenta a credibilidade nos relacionamentos interpessoais. 
AULA 7 - ÉTICA NA ATIVIDADE EMPRESARIAL, E O QUE 
SIGNIFICA COMPLIANCE? 
 
 
Objetivos 
 
Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: 
 
• ENTENDER O CONCEITO DE COMPLIANCE 
• RELACIONAR A COMUNICAÇÃO E A ÉTICA 
• PERCEBER QUE A ÉTICA INFLUENCIA A CREDIBILIDADE, A CONVIVÊNCIA E O 
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL 
 
Vamos lá! 
7.0 Ética na atividade Empresarial 
 
Como estamos compreendendo, ser ético constitui, dentre outras coisas, agir e pensar de acordo 
com o bem. Até pouco tempo essa expressão parecia restrita as famílias, as religiões e mesmo nas 
escolas, e soava muito bem. Pois é, mas como vimos anteriormente, a sociedade influenciou o 
comportamento empresarial, e através de leis, códigos, organizações.... Incluiu a ética nas empresas e 
instituições. O mundo dos negócios sempre foi atolado de problemas: finanças, concorrência, melhores 
produtos e satisfação do cliente, sendo incompatível e até uma grande utopia pensar em conformidade 
com princípios éticos – ser ou pensar em ser bom. 
Mas seráuma utopia mesmo? 
Porém com a evolução das relações sociais e mesmo com novas formas de estabelecer condutas 
políticas, econômicas, sociais, ambientais, jurídicas e etc. A sociedade a partir dos anos 80, fez com 
que um número cada vez maior de empresas incluísse a ética no mundo dos negócios. Daí a 
24 
 
necessidade de incorporar a ética às suas políticas e estratégias produtivas, de tal modo seria uma boa 
maneira de crescerem tanto financeiramente, como moralmente. 
Mesmo assim ainda vemos tanta corrupção, tanta falta de respeito e, tanto descaso para com os 
valores éticos. O consumidor tem os olhos atentos e a tendência é que fiquem mais vigilantes ainda 
às empresas destituídas de ética. O consumidor mais crítico - em decorrência da falta de ética nas 
empresas, da falta de respeito ao ser humano e da dignidade humana, em atenção aos crimes ecológicos 
e condições inumanas de trabalho – tem manifestado sua postura crítica, boicotando assim os produtos 
destas empresas. 
 
7.1 O que significa Compliance? 
 
Diante desse comportamento mundial de consciência e consumo mais responsável, as empresas 
precisam se adequar e, portanto, incorporar uma postura mais ética, não bastando para isso apenas a 
criação de um código de ética. Necessário se faz que a ética seja vista como negócio. Uma cultura 
ética dentro da empresa. A cultura ética dentro da empresa vai além do das campanhas publicitárias e 
sua comunicação. Não basta ser bonzinho, tem que ser justo. Não basta ser justo, tem que ser ético e 
para tanto é necessário que valores deixados ao longo do tempo – do tipo: ganância, individualismo, 
lucro a qualquer preço – sejam abolidos. Por isso também a importância de uma liderança ética. E para 
que os dirigentes assumem a ética, e façam de forma que todos os colaboradores sejam influenciados 
às boas maneiras e princípios do bem comum algumas empresas criam setores, departamentos para 
esta função. Portanto, manter a empresa em conformidade com a lei, com os princípios éticos e em 
disposta para atender aos normativos dos órgãos reguladores, de acordo com as atividades 
desenvolvidas por ela, bem como os regulamentos internos. 
 
O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo 
com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido, ou seja, estar em “compliance” 
é estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos. Lembre-se das ações externas 
que modificam a conduta e geram mudança da cultura organizacional. Este assunto nós vimos quando 
falamos a respeito das influencias dos stakeholders. 
 
A atividade de compliance surgiu inicialmente nas instituições financeiras, a maior parte das 
empresas direcionou a atividade para ser desempenhada pela assessoria jurídica, considerando 
a expertise dos mesmos nas interpretações dos instrumentos legais. E as empresas que têm muita 
responsabilidade jurídica e normativa em seus atos, são as que mais precisam implantar um 
departamento que garanta a conformidade de seus atos ou, pelo menos, ter uma assessoria externa 
para agir em apoio à sua alta direção. 
25 
 
Atualmente existe uma realidade de que a atividade “compliance” seja um cargo que vai além 
de normas e políticas: deve-se incluir os processos de controle, daí a importância do mapeamento 
dos mesmos e sua gestão, buscando suas melhorias. É impossível definir normas e procedimentos 
internos, para garantir que a empresa esteja em conformidade, sem que haja domínio e conhecimento 
do negócio, de todos os processos e a abrangência dos mesmos, interna e externamente. 
As empresas e instituições precisam mostrar, e comprovar, para seus públicos que estão 
adotando as boas práticas. Além de manter as informações seguras e seu negócio sempre 
funcionando, e assim as organizações precisam estar em conformidade, ou em compliance. Ao estar 
em compliance com as boas práticas e padrões, a organização destaca-se e recebe o reconhecimento 
do mercado. Outros benefícios, além da vantagem competitiva, são: desconto em linhas de crédito, 
valorização da organização, melhor retorno dos investimentos, entre outros. 
Além da assessoria jurídica a empresa precisa contar com outros profissionais de controles 
internos e análise de riscos. Assim, o profissional de compliance necessita entender as suas funções, 
que vão além de elaborar e publicar normativos e procedimentos, direcionando as responsabilidades 
aos gestores de áreas. 
É importante compreender o que está sendo cobrado e como se pode melhorar as atividades 
e proporcionar maiores índices de eficiência, eficácia e confiabilidade das informações, que é a base 
de toda decisão. E assim elaborar planos, ações que estejam em conformidade com as melhores 
práticas de governança corporativa. 
A atividade de prevenção às fraudes; segurança da informação; plano de continuidade de 
negócios; contabilidade internacional, fiscal e gerencial; gestão de riscos e de pessoas; atendimento 
a auditorias internas e externas; dentre outras, forma o leque de atribuições do profissional 
de compliance, que deverá dominar conhecimentos sobre o negócio, as metas e objetivos 
organizacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
AULA 8 – A COMUNICAÇÃO TAMBÉM SE RELACIONA COM A 
ÉTICA 
 
 
Objetivos 
 
Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: 
 
• RELACIONAR A COMUNICAÇÃO E A ÉTICA 
• PERCEBER O PROCESSO COMUNICACIONAL - CLAREZA 
• ANALISAR AS INTERVENÇÕES COMUNICACIONAIS 
 
Vamos lá! 
 
 
8.0 A ética também está presente e se envolve com a comunicação 
empresarial. 
A comunicação eficaz em qualquer situação, interna ou externa promove a integração das 
pessoas por meio da transmissão de ideias, informações e sentimentos. Pense a respeito... 
A importância da comunicação para uma equipe de trabalho, entre os colaboradores e entre o 
líder! Perceba então o papel da comunicação ética e transparente entre uma empresa e os públicos com 
os quais ela se relaciona como: seus funcionários, clientes, fornecedores, o governo, a mídia! É 
essencial que o processo de comunicação gere a integração desejada. As relações interpessoais 
facilitam muito a comunicação eficiente e eficaz da mesma maneira que o respeito às questões éticas 
garante a harmonia entre os indivíduos e temas morais envolvidos. 
Quando examinamos o processo de comunicação, nos é apresentado um conceito relacionado 
com o esquema que você vê abaixo no esquema. 
Componentes do processo de comunicação - Emissor - Mensagem - Receptor - Canal Feedback 
– Ruídos. 
Aparentemente é muito simples o processo de comunicação; uma mensagem é enviada, por 
meio de um canal adequado, por um emissor para um receptor que oferece um feedback a respeito de 
seu entendimento. O problema reside nos ruídos... ah! 
Os ruídos de comunicação!!!!! 
Vamos falar um pouco do vilão deste conceito que à primeira vista parece tão simples de se colocar 
em prática. 
 
 
 
 
 
27 
 
8.1 O processo de comunicação 
 
 
 
 
 O emissor pode não estar devidamente preparado para passar uma mensagem que pode ter 
sido preparada por ele ou por outros. O receptor pode compreendê-la da maneira que julgar melhor ou 
mais conveniente e então podemos considerar o estado de espírito, os conhecimentos que possui, o 
momento que está vivendo, o contexto, enfim, são muitas variáveis incontroláveis neste processo. Ao 
compreender a mensagem da maneira que puder ou desejar, automaticamente oferece um feedback 
positivo, negativo, truncado ou, simplesmente, não oferece feedback nenhum: “entra por um ouvido, 
sai pelo outro”. 
 O termo feedback é uma palavra original da eletrônica, e que significa retroalimentação, e 
é muito usada pelos engenheiros positiva ou negativamente. É positivo quando “aumenta os sinais de 
entrada, não os corrige” e é negativo quando “os sinais são usados para restringir saídas que,sem 
correção, ultrapassariam o objetivo”. Vale reforçar que este último conceito está relacionado ao 
comportamento humano e tem grande importância nas relações interpessoais, pois está relacionado à 
ação corretiva sobre resultados obtidos a fim de evitar que se repitam comprometendo o conjunto das 
ações. 
 O canal pode não ser o mais adequado: a mensagem também pode ser numa linguagem de 
difícil compreensão ou então mal escrito ou mesmo com erros de ortografia, gramática, digitação etc. 
Vamos conversar sobre cada um dos componentes do processo de comunicação. Já vi profissionais 
dizerem que, ao passar uma mensagem para outra pessoa nós devemos pedir que ela faça um resumo 
do que compreendeu. Faça você também este exercício, depois avalie o resultado e avalie o que deu 
certo e o que precisa ser corrigido? 
28 
 
 
 
 
 Fico surpreso com mensagens que parecem tão claras, e são compreendidas de maneiras 
tão diferentes apresentando resultados tão inesperados. Lembra daquela brincadeira chamada: telefone 
sem fio - em que o conteúdo que você deseja transmitir é assimilado da maneira totalmente diferente, 
essa brincadeira aliás é utilizada como uma dinâmica de grupo que avalia o grau de entrosamento, 
interesse, clareza e emissão de mensagens entre profissionais, equipes, funcionários e líderes. 
 
8.2 Intervenções na comunicação 
 
 
 Por que ocorrem ruídos na comunicação? Veremos na Tabela abaixo, um resumo das 
interferências que acontecem no processo de comunicação (CHIAVENATO, 2003; MACEDO, 2007). 
Na primeira coluna, você observa a descrição destas interferências e na segunda coluna, são indicadas 
algumas situações em que elas ocorrem, para que você possa se situar. Veja que na terceira coluna, 
incluí um breve relato sobre questões éticas que entram em cena em função destas interferências. 
Observe este quadro e complemente com suas próprias experiências a respeito. 
 
DESCRIÇÃO DAS 
INTERFERÊNCIAS 
ALGUMAS SITUAÇÕES EM QUE 
OCORREM AS INTERFERÊNCIAS 
QUESTÕES ÉTICAS ENVOLVIDAS DEVIDO ÀS 
INTERFERÊNCIAS 
 
Pessoais 
Trata-se das barreiras que 
ocorrem devido a fatores 
emocionais e valores 
individuais 
 
▪ Desinteresse em ouvir 
▪ Impaciência 
▪ Pressa 
▪ Desconfiança 
▪ Preconceitos 
▪ Resistências 
▪ Emoções 
▪ Motivação individual 
▪ Preocupações dos receptores 
▪ Sentimentos pessoais. 
 
 
Ao se relacionar com outras pessoas em sua área de 
atuação, observe que deve ser respeitado o momento em 
que as pessoas estão vivendo para garantir seu sucesso. 
Exemplos: Luto nacional; celebração nacional por uma 
grande conquista; dificuldades financeiras da empresa 
cuja marca será veiculada; dificuldades emocionais de 
uma ou mais pessoas da equipe de trabalho. Tudo isso 
precisa ser respeitado e veja que se trata de um consenso, 
não de uma norma escrita. 
 
 
Físicas 
Acontecem no ambiente 
em que a comunicação 
ocorre 
 
▪ A distância física entre as 
pessoas 
▪ Paredes que impedem o 
acesso rápido às pessoas 
envolvidas 
▪ Ausência do silêncio 
necessário para concentração 
das pessoas 
 
 
As dificuldades de comunicação são reduzidas, portanto 
minimizando os problemas éticos envolvidos, quando 
dificuldades físicas são resolvidas por meio da 
aproximação, regras para conduta garantindo silêncio e 
concentração, por exemplo 
 
Semânticas 
São as distorções que 
decorrem dos símbolos 
utilizados para realizar a 
comunicação 
 
 
▪ O sentido das palavras 
empregadas 
▪ Significado de gestos e 
símbolos utilizados. 
 
Não se pode simplesmente traduzir um cartão de Natal e 
Ano Novo de um país para outro. As palavras, cores, 
desenhos, ícones precisam ser pesquisados para evitar 
questões éticas delicadas. 
 
29 
 
 
AULA 9 – CREDIBILIDADE ENTRE PESSOAS, CONVIVÊNCIA, E 
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL 
 
 
Objetivos 
 
Após o conteúdo dessa semana o estudante será capaz de: 
 
• ASSOCIAR A CREDIBILIDADE AO USO DA ÉTICA 
• DESTACAR A CONVIVÊNCIA COMO RESULTADO PRINCIPAL DA RELAÇÃO ÉTICA 
• ANALISAR A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL 
 
Vamos lá! 
 
 
9.0 Credibilidade entre pessoas 
Ponderamos muito até agora sobre o relacionamento saudável e harmonioso no local de 
trabalho. Neste contexto, dois grandes desafios se apresentam: conquistar um ambiente saudável de 
trabalho e depois, mantê-lo. Como fazer com que o relacionamento interpessoal facilite o processo de 
comunicação? Como trabalhar bem com as outras pessoas e encontrar um meio para que elas também 
se relacionem positivamente conosco? Você já se perguntou: por que eu tenho que explicar tudo que 
digo? Por que sou mal interpretado? A convivência é um mistério que pode ser desvendado. Então, 
vamos começar a falar sobre este assunto. 
 
9.1 Convivência - Relacionamento interpessoal 
 
O relacionamento interpessoal começa com o contato inicial e a primeira impressão. Quantas 
vezes você já foi apresentado a alguém que estava falando no celular ou passando um respondendo 
uma mensagem no WhatsApp e apenas se deu o trabalho de erguer a mão e dar um sorriso, sem dizer 
uma palavra? Como você se sentiu numa situação como esta? Por outro lado, manifestações de 
simpatia aproximam desde o primeiro momento. 
O cotidiano exige o comportamento ético de todos os indivíduos, independente das funções e 
ou cargos que desempenhem, e as relações interpessoais compõem as habilidades humanas que 
juntamente com habilidades técnicas e conceituais são exigidas dos profissionais que o mercado de 
trabalho busca (KATZ, 1955; CHIAVENATO, 2003). Na Figura abaixo, você observa o quanto cada 
30 
 
uma dessas habilidades está presente com mais ou menos intensidade em cada um dos três níveis de 
uma organização. 
No nível que Chiavenato (2003) chama de “institucional”, também visto como “estratégico”, 
as habilidades conceituais (visão da organização) devem estar presentes com muito mais intensidade 
do que os demais níveis. Isto se dá porque cabe à alta direção “olhar a empresa de cima” e dirigi-la. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As habilidades técnicas são mais específicas do nível operacional, composto por todos os 
funcionários que não pertencem nem à alta direção, nem à gerência. Esta compõe o nível que 
Chiavenato (2003) denomina de “intermediário” ou ”tático” cujas habilidades técnicas são exigidas 
além de uma visão do negócio, ou seja, habilidades conceituais também são desejadas 
(CHIAVENATO, 2003; RIBEIRO, 2009). Chamo a sua atenção para o fato de que todos os níveis 
precisam ter alto nível de habilidades humanas. 
Independentemente do nível da organização em que você trabalha, o relacionamento saudável 
é fundamental para você e para os resultados do negócio. 
 
9.2 Linguagem não-verbal 
 
As habilidades humanas estão voltadas para a linguagem, seja ela verbal ou não-verbal, que 
abordaremos agora. Um olhar, um sorriso, um gesto ou a ausência de tudo isso, tem um significado. É 
preciso reconhecê-lo, interpretá-lo e lidar com ele da melhor maneira. Esta é a linguagem não verbal. 
Macedo (2007, p. 83) recorre a Osborne para indicar algumas características e significados da 
comunicação não-verbal relacionada à expressão facial, olhar, sorriso, posição dos braços e das pernas 
que estão resumidas Tabela a seguir. 
31 
 
 
 
 
9.3 Comunicação interpessoal 
 
Vimos até agora aspectos éticos envolvidos em nosso dia a dia, e tratamos de assuntos 
relacionados à comunicação. Ainda que não pareça, estes tópicos têm grande importância para a gestão 
organizacional e é essencial que você reflita sobre eles. Então vamos falar sobre a comunicação 
interpessoal e sobre a importância do feedback - retorno. Seja você a pessoa que está na liderança e 
precisa ter uma reunião cara a cara com um membro da equipe ou mesmo que seja o integrante do 
time que vai participar de uma reunião com sua liderança, é importante que saiba as razões desta 
ferramentade comunicação e como tirar o melhor proveito dela. 
 
9.4 O que é comunicação interpessoal? 
 
É a possibilidade de trocas de ideias, conhecimento, percepções. Trata-se de uma oportunidade 
para que lideranças e integrantes de uma equipe conversem claramente sobre as questões envolvidas 
no cotidiano das organizações. Nestes encontros, são valorizadas as correspondências simultâneas de 
informações, o feedback e o esclarecimento de dúvidas importantes. Por que estamos mencionando 
32 
 
este tema nesta nossa disciplina? Porque hoje, temos um grande vilão nos processos de comunicação, 
do ponto de vista de um autor reconhecido na administração de empresas - Macedo (2007, p. 83): o 
e-mail. 
 
Quantas e quantas vezes você já recebeu um e-mail do seu colega de trabalho que está sentado 
na sua frente! Tenho certeza de que você já se perguntou: “por que ele não veio falar comigo 
pessoalmente? ”. As respostas para esta pergunta passam: pela dificuldade das pessoas em falar 
abertamente, olhando para as outras; pela falta de gestão adequada do tempo; ou ainda pela 
necessidade que muitos têm de deixar tudo registrado, caso precisem de uma “prova”. 
Há uma expressão muito comum: “as pessoas têm tempo, o que lhes falta é saber administrá-
lo adequadamente”. Muitas vezes, porque é mais prático, envia-se um e-mail. Pode ser mais prático, 
é verdade, mas não proporciona a comunicação interpessoal que é fundamental para o ambiente 
harmonioso entre os indivíduos. Outro problema sério que as organizações enfrentam é o “mal das 
reuniões ”. Para tudo, se marca uma reunião, já percebeu isso? Para ser produtiva, uma reunião tem 
que ter: objetivo; planejamento; condução firme; preparação prévia dos participantes; participação 
ativa de todos, finalização e encaminhamento. Do contrário, fica um “bate papo” sem resultados 
práticos além do desperdício de recursos finitos como tempo, energia e dinheiro. 
 
Voltemos ao e-mail - É impossível fazer uma comunicação interpessoal eficiente e eficaz 
porque dela fazem parte movimentos como: esclarecimento de dúvidas, persuasão, monitoramento da 
compreensão de todos. E não adianta fazer um e-mail extenso! Você lê e-mails extensos? Enfim, 
minha sugestão é que você privilegie a comunicação interpessoal planejada, fale com as pessoas 
olhando nos olhos. Seja objetivo, busque um resultado final. Use o e-mail para comunicações breves. 
 
................................................................................................. 
Síntese 
Nessa UNIDADE III aprendemos sobre o valor da ética na atividade empresarial, compreendemos 
também a importância do processo adequado de comunicação. Os ruídos são particularmente 
importantes por contribuírem para que a mensagem não seja compreendida, ou seja mal compreendida, 
causando desconfortos, causando impacto negativo na imagem de pessoas e organizações. A ética deve 
estar sempre presente e ser sempre uma característica das mensagens emitidas. Entendemos também 
que comunicação se relaciona com a ética, e constrói um relacionamento interpessoal que favorece a 
convivência e a credibilidade entre pessoas e organizações. Abordamos o conceito de compliance e 
sua função. Tratamos da importância do relacionamento interpessoal nas organizações para contribuir 
com um ambiente harmonioso de trabalho. 
 
 
33 
 
 
UNIDADE IV 
A IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK E O PAPEL DA LIDERANÇA 
NA CONDUÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO ÉTICO 
 
Prezado estudante, 
Nessa UNIDADE estudaremos a contribuição do feedback para uma comunicação eficiente, e uma 
relação de trabalho ética. Vamos destacar o papel da liderança na condução competente das relações entre 
pessoas e consequente formação de equipe. E ainda trataremos sobre temas ligados as metas do milênio e a 
sustentabilidade. 
AULA 10 – COMO DEVE SER UM FEEDBACK 
 
 Objetivos 
 
Após o conteúdo dessa Unidade o estudante será capaz de: 
 
• COMPREENDER A IMPORTANCIA DO FEEDBACK 
• RELACIONAR A LIDERANÇA ÀS RELAÇÕES INTERPESSOAIS 
• CONSIDERAR O FEEDBACK UMA TÉCNICA DE INTERAÇÃO 
Vamos lá! 
10. Como deve ser um feedback 
 
Muitas pessoas acreditam que dar um feedback consiste em chamar para conversar 
abertamente. E aí dão opiniões, fazem considerações pessoais.... Existem técnicas para que o feedback 
seja positivo para ambas as partes. 
 
COMO O FEEDBACK DEVE SER 
DESCRITIVO E NÃO AVALIATIVO É feito o relato de uma situação e não um julgamento sobre ele. O interlocutor se sente 
à vontade para oferecer elementos para uma discussão positiva. 
ESPECÍFICO AO INVÉS DE GERAL Indique o comportamento da pessoa, descrevendo uma situação ao invés de qualificá-
la. Não diga “você é desatento”. Descreva alguma situação que a própria pessoa 
chegue a esta conclusão. 
COMPATÍVEL COM AS 
EXPECTATIVAS DO EMISSOR E DO 
RECEPTOR DA MENSAGEM 
É o caso comum que ocorre quando um líder quer “chamar a atenção” de alguém. Se 
você quer construir, então converse. 
DIRIGIDO Pense em comportamentos que o interlocutor possa mudar para melhorar o 
relacionamento interpessoal. 
SOLICITADO E NÃO IMPOSTO O próprio interlocutor pode solicitar um feedback se perceber que tem esta 
oportunidade. 
OPORTUNO Não espere até a poeira baixar completamente, senão o fato cai no esquecimento e 
você tem que relembrar a pessoa o que faz com que a força do feedback se perca. 
34 
 
CLARO E PRECISO Procure fazer com que o interlocutor faça um resumo do que foi dito durante este 
encontro de feedback. Lembre-se que o objetivo é fazer as correções necessárias para 
que o fato ruim não se repita e o fato bom seja um exemplo. 
 
10.1 Dificuldades em dar e receber feedback 
 
Vamos relembrar aqui uma frase sábia: “elogios se faz em público e repreensões, em 
particular”. Só com este conselho, boa parte das dificuldades estará resolvida. Ninguém gosta de ser 
criticado em público, nem o mais humilde, muito menos a mais soberbo. 
Independente da idade e da função, caso seja necessário dizer algo difícil para alguém, se 
prepare, chame a pessoa e converse seguindo o que dissemos no item anterior. Se for elogiar, aí sim; 
aproveite a melhor ocasião e torne esta pessoa um exemplo. Quando o feedback é negativo, o receptor, 
conforme ensina Moscovici (2008:96) ”nega a validade do feedback”, para de ouvir, parte para a 
agressão apontando as deficiências do emissor. 
 
Muitas pessoas se sentem poderosas, importantes ao chamar alguém para “conversar” com o 
objetivo de chamar a atenção para problemas. O que estas pessoas não percebem é que ao acreditarem 
que se trata de um poder, elas deixam de se preparar adequadamente. Com isso, não analisam 
previamente o seu interlocutor e não preveem suas reações. Outra situação é a da pessoa que teme as 
reações do outro e vai para a reunião de feedback na defensiva, já começa se explicando, justificando 
as coisas que vai dizer. Acredito que aqui, o importante é ter em mente que o feedback faz parte de 
um processo de construção do relacionamento seja ele pessoal ou profissional. Se queremos construir, 
então não podemos começar “batendo de frente” com o interlocutor. Sugiro sempre a empatia como 
caminho para um feedback positivo. Coloque-se no lugar do outro. Faça a você mesmo a seguinte 
pergunta: “como eu me sentiria e como eu reagiria se ouvisse isso ou aquilo? “ 
 
10.2 A liderança é fundamental para as relações interpessoais 
 
É papel das lideranças conduzirem os integrantes de suas equipes de trabalho no sentido de 
desenvolverem a relação interpessoal, promovendo a interação entre todos com base em aspectos 
éticos e valores comuns. Também é papel dos profissionais, buscar esta habilidade, desenvolvendo 
sua capacidade de comunicação. 
O líder não precisa esperar que um momento específico seja promovido na organização para 
conduzir sua equipe de trabalho para o desenvolvimento de habilidades de comunicação. Veja algumas 
alternativas muito simples que Moscovici (2008, p. 103-108)sugere e que podem ser colocadas em 
prática desde já: 
 
35 
 
 
 
 
 
 
10.3 O que é e como funciona uma equipe 
 
 
 
No dicionário Aurélio (2010, p. 216), a definição de equipe é: “grupo de pessoas que juntas 
participam duma competição esportiva ou se aplicam a uma tarefa ou trabalho. ” Donnellon (2006, p. 
4) indica que equipe é um “grupo de pessoas organizadas de forma a trabalhar em conjunto, ou como 
um grupo que executa tarefas semelhantes ou se reporta a uma mesma pessoa. ” 
 
FAZER PARÁFRASES Experimente dizer com suas próprias palavras o que ouviu de outra 
pessoa ou o que leu em um livro, jornal, ouviu na televisão. Isso é fazer 
uma paráfrase. Esta técnica é utilizada em trabalhos acadêmicos, quando 
consultamos uma fonte de pesquisa. Para colocar em prática esta 
técnica, Moscovici (2008, p. 103) sugere “atenção, escuta ativa e 
empatia”. Já falamos sobre a importância da empatia, lembra-se? 
 
 
DESCREVER 
COMPORTAMENTOS 
Ao invés de dizer a alguém: “você está muito acomodado”, procure 
descrever situações que façam com que o interlocutor perceba sozinho 
que de fato isso é verdade. Desta maneira, você não se indispõe com o a 
pessoa, ao invés disso, presta um serviço ajudando-a a se desenvolver. 
Lembre-se de não fazer julgamentos segundo o seu valor: “isso está 
errado! ” ou “isso não pode ser assim! ”, nestes casos, seu interlocutor 
pode responder que para ele, está tudo certo e encerrar a conversa. 
VERIFICAR A 
PERCEPÇÃO 
Se você sente que algo que disse ou fez causou algum desconforto, 
converse com a pessoa dizendo claramente: “senti que aquilo que eu 
disse perturbou você, acertei? ” ou então “precisamos conversar sobre 
isso, mas sinto que você prefere mudar de assunto, é isso mesmo? ”. 
Além de desenvolver sua capacidade de empatia, você pratica o feedback 
deixando seu interlocutor à vontade para falar ou calar-se. De toda 
maneira, você fez um movimento, deixando a pessoa à vontade para 
procurar por você e esclarecer situações difíceis. 
 
 
DESCREVER 
SENTIMENTOS 
Eu sempre digo para as pessoas que ao conversarem sobre situações 
difíceis, é muito mais positivo dizer como eu me sinto do que dizer “você 
fez isso” ou “você me magoou” o que coloca toda a carga sobre os 
ombros do outro dificultando o esclarecimento da situação. É preferível 
que eu diga como me sinto quando você faz isso ou aquilo e o quanto eu 
gostaria que esta crise passasse para podermos voltar a conviver 
harmoniosamente. 
36 
 
Veja a equipe em que você trabalha e/ou a equipe que você lidera. Compare com outras equipes 
que existem na organização em que você trabalha. O que você observa? Considerando que a 
diversidade é um elemento presente nas organizações, então as equipes são diferentes, certo? Seu 
comportamento, os resultados que obtém, o relacionamento com seu líder, entre outros. Observe na 
Tabela abaixo, os diferentes tipos de equipes descritos por Donnellon (2006, p. 5). 
 
Reflita sobre as facilidades e dificuldades no relacionamento interpessoal de cada um destes 
tipos de equipes. Como a liderança deve se comportar em cada um destes modelos para ser eficiente 
e eficaz? 
 
Já ouvi pessoas dizerem que não conseguem trabalhar em equipe, outras se questionam como 
é possível que alguém prefira fazer tudo sozinho. Veja como é difícil a tarefa da liderança. Como 
manter um ambiente harmonioso de trabalho com tanta diversidade? Tabela - Tipos de equipes e suas 
descrições 
 
 
TIPOS DE EQUIPES DESCRIÇÃO DA EQUIPE 
EQUIPE FUNCIONAL Um grupo organizado que se reporá a um único chefe e pode ou não ser obrigado 
a trabalhar em conjunto, para atingir os objetivos do grupo. 
EQUIPE MULTIFUNCIONAL Um grupo formado por membros provenientes de diferentes áreas de uma mesma 
organização cujo tempo é em parte dedicado ao trabalho em equipe e, em parte, 
dedicado a outras responsabilidades funcionais. 
EQUIPE DE ATAQUE Um grupo formado por membros provenientes de diferentes áreas de uma mesma 
organização cujo tempo é totalmente dedicado ao trabalho em equipe. 
EQUIPE AD-HOC OU FORÇA 
TAREFA 
Um grupo temporariamente reunido, a fim de resolver determinado problema ou 
aproveitar determinada oportunidade. 
COMITÊ OU COMISSÃO Um grupo constituído em caráter permanente, que desenvolve e monitora 
determinada filosofia ou política de trabalho ou ainda um conjunto de 
procedimentos. 
 
 
A partir das suas reflexões, observe a outra tabela abaixo, aspectos que segundo Donnellon 
(2006, p. 7-9) devem ser considerados na escolha que um líder deve fazer entre formar uma equipe ou 
então escolher alguém para fazer sozinho um determinado trabalho. 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
 
38 
 
A partir do que ensina Donellon (2006) inclui também alguns desafios que o líder enfrenta ao 
se deparar com situações que se apresentam nesta tomada de decisão entre organizar ou não uma 
equipe. Liderança é uma prática cotidiana e, como você está vendo, nada fácil! Ao observar o conteúdo 
da tabela, você certamente vai se lembrar de outras situações que Donnellon (2006) não descreveu. 
Complemente o quadro a partir de sua própria experiência. Reflita também sobre o papel da liderança 
e da equipe na manutenção da ética nos relacionamentos interpessoais. 
 
AULA 11 – ADVERSIDADES NO AMBIENTE DE TRABALHO 
 
 Objetivos 
 
Após o conteúdo dessa Unidade o estudante será capaz de: 
 
• ANALISAR AS ADVERSIDADES NO AMBIENTE PROFISSIONAL 
• COMPREENDER A LIDERANÇA COMO UM PROCESSO NATURAL 
• REFLETIR SOBRE AS PRESSÕES E LIMITES NO TRABALHO 
Vamos lá! 
 
 
11 Adversidades no ambiente de trabalho e o papel da liderança 
 
Você pode achar que este assunto não é para você porque sua função na organização não é de 
liderança. Não se engane! A liderança não é um cargo, uma função. Não se trata de um papel 
desempenhado exclusivamente por um dos membros da equipe. Evidentemente, há uma pessoa 
designada para dirigir o time, mas outros assumem a liderança em diferentes momentos, por razões de 
necessidade de uma ou outra situação. Essa dinâmica exige um comportamento adequado das pessoas 
que assumem a liderança e isso inclui situações difíceis, adversas. É sobre este tema que discutiremos 
nesta aula: a firmeza necessária ao líder, seus limites e a resistência às pressões. 
 
11.1 A linha que separa a firmeza da liderança e o assédio moral 
 
Nas relações entre indivíduos, seja pessoal ou profissionalmente, as injustiças e os maus-tratos 
ocorrem em diferentes níveis, situações e deixam marcas mais ou menos profundas. Trata-se do 
assédio ou perseguição que se impõe sobre alguém ou sobre um grupo de pessoas. Para as discussões 
que estamos fazendo sobre a ética e as relações interpessoais, vamos considerar o conceito que Passos 
(2006, p. 127) formatou e que se relaciona à forma de assédio que atenta contra a moral dos indivíduos 
e é entendida como “qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitudes) que atente, 
39 
 
por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma 
pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho”. 
 
A repetição do ato, a manipulação, a exposição negativa e a limitação da liberdade do outro 
são características do assédio moral. É importante aqui reforçar que há grandes diferenças entre 
assédio, conflito e firmeza na liderança. Cada um tem um propósito e consequências específicas. 
O assédio leva a pessoa a perder sua autoestima, sua autoconfiança levando-a ao desequilíbrio 
e à destruição como pessoa e como profissional. A firmeza da liderança é importante para a 
manutenção da união da equipe e para a condução de suas iniciativas, devendo ser pautada na moral 
e na ética. Os conflitos são situações a serem administradas pelas pessoas envolvidas e resolvidos 
considerando os aspectos do relacionamento interpessoal. 
 
 
 
11.2 Resiliência: suportando pressões num ambiente de 
adversidades 
 
 
 
Antes de mais

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