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1 RESTITUIÇÃO DE IMPORTÂNCIAS PAGAS C/C RESCISÃO CONTRATUAL, REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E TUTELA ANTECIPADA EXCELENTISSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA CIVEL DA COMARCA DE SENADOR CANEDO ESTADO DE GOIAS ELIDA MOSELI DA SILVA, brasileira, casada, auxiliar administrativo, portadora do RG: 3127618, inscrita no CPF: 941.903.131-49, residente e domiciliada na Acesso Antonio Evaristo de Morais, QD 27 L: 63 Casa: 63 Bairro São Francisco II, Senador Canedo-GO, sem endereço eletrônico, por seu advogado que esta digitalmente assina, com escritório profissional situado na Rua 83 E, nº125, setor sul, Goiania Go, tels. (062) 991045480 e endereço eletrônico gustavosilva.adv@hotmail.com, vem, com fundamento no art. 51 e seguintes do Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/90, promover em face: NÚMERO DE INSCRIÇÃO 10.664.513/0001-50 MATRIZ COMPROVANTE DE INSCRIÇÃO E DE SITUAÇÃO CADASTRAL DATA DE ABERTURA 27/02/2009 NOME EMPRESARIAL BANCO AGIBANK S.A TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME DE FANTASIA) ******** PORTE DEMAIS CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL 64.21-2-00 - Bancos comerciais CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS 64.61-1-00 - Holdings de instituições financeiras 64.62-0-00 - Holdings de instituições não-financeiras CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA 205-4 - Sociedade Anônima Fechada LOGRADOURO R MARIANTE NÚMERO 25 COMPLEMENTO 9 ANDAR CEP BAIRRO/DISTRITO MUNICÍPIO UF mailto:hdsadvogados@hotmail.com 2 90.430-181 RIO BRANCO PORTO ALEGRE RS ENDEREÇO ELETRÔNICO SOCIETARIO@AGIBANK.COM.BR TELEFONE (51) 3921-1056 ENTE FEDERATIVO RESPONSÁVEL (EFR) ***** SITUAÇÃO CADASTRAL ATIVA DATA DA SITUAÇÃO CADASTRAL 27/02/2009 MOTIVO DE SITUAÇÃO CADASTRAL SITUAÇÃO ESPECIAL ******** DATA DA SITUAÇÃO ESPECIAL ******** , fazendo-o pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas: PRELIMINARMENTE Da Gratuidade de Justiça De início, a parte autora informa e comprova documentalmente sua hipossuficiência econômico-financeira no sentido legal do termo e de não possuir condições de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sem que seu sustento e de sua família seja comprometido. De acordo com contracheque em anexo e declarações de isenção de imposto de renda, a requerente não possui condições de arcar com as custas processuais sem causar prejuízo de seu próprio sustento e de sua família. Atualmente está recebendo a importancia de R$ 581,10 (quinhentos e oitenta e um reais e dez centavos), liquidos mensais, CONFORME CONTRACHQUE EM ANEXO, além do mais, o pagamento dos escorchantes juros mensalmente debitados em sua conta bancária comprometem sobremodo sua capacidade econômica., razão pela qual pugna pela concessão da gratuidade da justiça. Assim, tendo em vista que a parte autora firmou declaração do estado de pobreza, vale dizer que não pode pagar custas processuais sem prejuízo do seu sustento próprio ou de sua família, requer a CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS DA JUSTIÇA GRATUITA, para o necessário prosseguimento do feito, nos termos legais. 3 M É R I T O DOS FATOS A parte autora entabulou com a demandada CONTRATO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL de adesão, a saber: Contrato nº 1211457029 . Em linhas gerais o mesmo foi entabulado conforme discriminado no quadro resumo abaixo: CONTRATO Nº DATA VALOR DO CRÉDITO Nº DE PARCELAS VALOR DA PARCELA TX. JUROS MENSAL TX. ANUAL 1211457029 05/07/2018 R$ 1.672,72 12 R$ 441,74 22,00% 987,22% O contrato de adesão entabulado pela requerida condicionam o pagamento do empréstimo por meio de desconto direto na conta corrente da parte autora e estrategicamente vinculado ao dia de recebimento de seu salario junto a prefeitura de senador canedo, uma transação denominada débito automático, que retém o valor integral da parcela pactuada no mesmo momento em que a prefeitura disponibiliza seu salário, retirando a possibilidade do consumidor optar por suas despesas ordinárias de maior prioridade. Consoante se extrai da análise dos documentos e da planilha acima colacionada, o contrato foi celebrado à base de juros extorsivos, estratosféricos e abusivos no percentual de 22% ao mês, respectivamente, o que caracteriza abuso de direito e enriquecimento sem causa da demandada. Cabe mencionar Excelencia que a parte requerente já QUITOU a dívida com a requerida de acordo com os valores COBRADOS pela mesma, conforme descontos diretamente no salario, e assim devidamente quitado, CONFORME CALCULOS DO PROCON EM ANEXO. Atualmente, o que a parte autora recebe, efetuado os descontos correspondem a mais de 50% (cinquenta por cento) do valor de seu salário, estando em condições de miserabilidade, visto que o saldo recebido de salário não é suficiente para quitar suas despesas ordinárias como água, luz, comida, moradia, transporte, entre outros. DO DIREITO A situação posta em discussão é de relação de consumo, portanto, de aplicação da legislação consumerista. 4 DA DECLARAÇÃO DE NULIDADE DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS ABUSIVAS E ONEROSAS/O SUPERINDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR DECORRENTE DE SUCESSIVAS E IRRESPONSÁVEIS CONCESSÕES DE CRÉDITO: Inicialmente, amparado pela legislação consumerista, pugna pela declaração de ABUSO DE DIREITO praticado pela demandada, vez que colocara o consumidor em desvantagem exagerada, cuja instituição financeira, ora demandada, recebeu e vem recebendo mensalmente pagamento de juros excessivamente onerosos e muito acima da média praticada pelo mercado, sendo o contrato de adesão leonino, pois viola os princípios do equilíbrio contratual e da equidade, nos precisos termos do inciso IV do art. 51, do CDC, verbis: Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: [...] IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa- fé ou a eqüidade; Súmula nº 297, STJ/Inversão do Ônus da Prova Com a edição da Súmula 297 o Colendo Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento segundo o qual o código de defesa do consumidor é aplicável às instituições financeiras. Dessa forma requer à luz da lei consumerista sejam aplicadas as disposições contidas no código defesa do consumidor determinando-se a inversão do ônus da prova e, por corolário, seja a requerida instada a juntar todos os contratos entabulados com o autor, bem como, os valores recebidos e suas respectivas datas, as taxas de juros cobradas, com vistas a possibilitar a liquidação da sentença, sob pena de restar confessa. O princípio do equilíbrio econômico do contrato significa que a sinalagma contratual leva a ordem jurídica a proteger a parte contratante contra a lesão e a onerosidade excessiva. No caso em tela, trata de uma pessoa sem conhecimentos que agiu sob premente necessidade e inexperiência, obrigou-se a uma prestação manifestadamente desproporcional quando comparada com a realidade praticada pelo mercado, o que resultou no superindividamento da parte consumidora. O superendividamento pode ser definido pelo descontrole financeiro do devedor de boa-fé que não consegue pagar as dívidas sem sacrifício da própria sobrevivência. Entre as razões do seu surgimento está a ampla oferta de crédito 5 no mercado com publicidade enganosa. É sabido que a ré, fornecedora de serviços, tem o dever de prestar informações claras e precisas aos seus consumidores, notadamente por atuar no ramo financeiro, em que sabidamente faz prévia análise da capacidade econômica do consumidor,de modo que este tenha condições de adimplir o contrato sem o comprometimento de suas necessidades vitais, o que não corriqueiramente é negligenciado pela requerida. A parte autora, com pouco conhecimento e com baixa renda e grau de escolaridade, enquadra-se no grupo de consumidores de vulnerabilidade potencializada, fazendo com que o endividamento crônico e excessivo se apresente com feições ainda mais dramáticas. O consumidor foi seduzido pela ré com a ideia de crédito fácil, contudo, ao perceber que o restante de seu salário não saldaria sequer suas despesas ordinárias, acaba por ser obrigada a refinanciar sistematicamente suas dívidas. A instituição financeira tinha pleno conhecimento que a parte autora já possuía toda margem consignada reservada e ainda assim impôs a parte autora parcelas elevadas. Logo, não se pode falar em livre pactuação, haja vista que a situação imposta a parte autora a coloca em situação de total desespero por ter seu salário comprometido em favor da ré, situação que decorrente da desídia e negligência da instituição financeira. O processo de endividamento implica na total impossibilidade de quitação das dívidas, levando o consumidor à aquisição de novos empréstimos para quitar os anteriores, um ciclo vicioso que tona a dívida eterna, impagável. Portanto, pugna pela declaração de nulidade do negócio jurídico firmado entre a parte autora e ré, devendo as partes retornarem ao “status quo ante”, sendo a parte consumidora restituída de todas as cobranças abusivas descontadas de seu salário pela instituição financeira, a fim de evitar o enriquecimento sem causa da requerida. Dos Juros Abusivos/Taxa do BACEN Cumpre ainda observar, a instituição financeira requerida é notoriamente reconhecida pela prática de aplicação de juros extremamente elevados, merecendo a sua revisão. No caso em tela, os juros abusivos e imorais praticados pela requerida são da ordem de 22% ao mês ou 987,22% ao ano, respectivamente, o que torna a dívida impagável e insolúvel. 6 Ademais, a taxa média de mercado divulgada pelo BACEN para operações da mesma espécie à época da celebração dos respectivos contratos era de meros 6,50%ao mês, respectivamente, portanto, bastante inferior às taxas praticadas pela demandada, conforme calculos do PROCON em anexo. Neste ponto, basta a caracterização de abusividade em algum contrato para surgir a possibilidade de revisão, o que certamente resta desde já comprovado no caso posto em debate. O Colendo STJ, no julgamento do Recurso Especial 1.061.530-RS, que seguiu o rito estabelecido na Lei n. 11.672/2008 (Lei dos Recursos Repetitivos), fixou as seguintes orientações: "ORIENTAÇÃO 1 - JUROS REMUNERATÓRIOS: a) As instituições financeiras não se sujeitam à limitação dos juros remuneratórios estipulada na Lei de Usura (Decreto 22.626/33), Súmula 596/STF; b) A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade; c) São inaplicáveis aos juros remuneratórios dos contratos de mútuo bancário as disposições do art. 591 c/c o art. 406 do CC/02; d) É admitida a revisão das taxas de juros remuneratórios em situações excepcionais, desde que caracterizada a relação de consumo e que a abusividade (capaz de colocar o consumidor em desvantagem exagerada - art. 51, § 1º do CDC) fique cabalmente demonstrada, ante às peculiaridades do julgamento em concreto". Dessarte, na hipótese de não ser acolhido o pedido de nulidade contratual e restituição do “status quo ante” das partes, pleteia-se a redução da taxa de juros anual dos empréstimos celebrados para a média de mercado apurada na data de celebração dos contratos, os quais deverão ser juntados pela defesa ao processo, sendo a liquidação feita ao final do processo, cujo valor deverá ser apurado nos termos do §3º, 4º e 5º do art. 524 do CPC. Devolução em Dobro Ante a declaração de nulidade das cláusulas contratuais do contrato 7 de empréstimo pessoal cuja avença estabelece a cobrança de juros remuneratórios extorsivos, muito além da taxa média de mercado em operações da mesma espécie estabelecida pelo Banco Central – BACEN, pugna pela condenação da demandada na restituição em dobro das importâncias recebidas indevida e ilicitamente e que ultrapassarem essa taxa média, que deverá ser apurado em regular liquidação de sentença nos termos do §§ 3º, 4º e 5º do art. 524 do CPC, sem prejuizos de futuros descontos; Do ponto de vista formal o contrato firmado entre as partes tem aparência de licitude, contudo, ao analisá-lo sob o prisma da legislação consumerista verifica-se de plano que a avença na verdade privilegia tão somente a instituição financeira, na medida em que a cobrança de altas taxas de juros a levou ao enriquecimento sem causa e, lado outro, a parte hipossuficiente da relação contratual – o consumidor, a uma situação aflitiva de pagamento de uma dívida infindável e que compromete seriamente sua subsistência, pois tem em seu salário sua única fonte de renda. Resta evidenciado o ABUSO DE DIREITO!!! Ao analisar situação análoga ao caso posto em discussão a festejada professora e juspublicista Cláudia Lima Marques ensina com maestria: "(...) o instituto aplica-se aos contratos de crédito ao consumo. É evidente que o fornecedor que concede crédito a quem não tem condições de cumprir o contrato está praticando abuso de direito. Embora aparentemente o contrato se insira na esfera do lícito, na medida em que satisfaça requisitos formais, na verdade o fornecedor pratica ato abusivo, desviando-se das finalidades sociais que constituem o fundamento de validade da liberdade de contratar, ou, mais especificamente, de fornecer o crédito" (in cit. Obra Direitos do Consumidor Endividado, Coord. Cláudia Lima Marques, RT, p. 337) As recentes políticas governamentais de incentivo ao consumo tornaram-se um grande atrativo comercial para as instituições financeiras que enxergaram no consumidor com o perfil do autor, v.g., um “nicho” de mercado. Outra questão importante a ser colocada, diz respeito à vergonhosa propaganda enganosa praticada pela parte ré mediante diárias inserções televisivas em que alardeia o crédito fácil e simplificado, além de uma política agressiva de captação de aposentados pelas ruas da cidade. Basta um simples caminhar pelas avenidas centrais de nossa capital para se constatar este fato que, aliás, tornou-se notório. DO DANO MORAL 8 O CDC por sua vez veda expressamente a propaganda enganosa ao estabelecer: Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.(grifou-se) (...) § 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço. (grifou-se) A situação vivenciada diariamente pela parte autora gera sentimento de impotência, de frustração e de revolta, pois atingem diretamente sua integridade psíquica, os atributos da personalidade, sua estima, restando caracterizado o dano moral. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º consagra a tutela do direito à indenização por dano material ou moral decorrente da violação de direitos fundamentais, tais como a honra e a imagem das pessoas: "Art. 5º (...)X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;(...)"Constitui-se em direito básico do consumidor a reparação de danos morais causado pelo fornecedor, conforme a dicção do art. 6º do Código de Defesa do Consumidor, que diz Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil 9 a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;” Pois bem, no presente caso, o dano moral decorre do próprio fato em si, ou seja, trata-se de dano moral puro ou "in re ipsa", isto é, que deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de modo que, provada a ofensa, "ipso facto" estará demonstrada a jactura moral a guisa de uma presunção natural, uma presunção "hominis" ou "facti", que decorre das regras da experiência comum, sendo igualmente inevitável seu ressarcimento. Dessa forma, tratando-se de dano moral puro pugna pela condenação da requerida no pagamento de valor indenizatório, fixado sob o prudente arbítrio de Vossa Excelência, porém, atento a valor que indenize minimamente as frustrações experimentadas pelo autor, o que se revestirá de caráter pedagógico para a requerida se abster de praticar tal conduta lesiva em relação a outros consumidores. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER/TUTELA DE URGÊNCIA/DA MULTA Astreintes: O artigo 497, do Código de Processo determina que o juiz concederá a tutela específica da obrigação nas ações que tenham por objeto o cumprimento de obrigação de fazer, verbis: “Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo.” De igual forma, o novel CPC o sistema de tutelas provisórias está previsto entre os arts. 294 e 311, e dele derivam substancialmente duas espécies, a saber: a tutela provisória de urgência e a tutela provisória de evidência. No caso em tela, visa-se a antecipação dos efeitos da futura decisão de mérito, conforme art. 300, caput, do CPC em vigor, in verbis: "Art. 300 - A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciam a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo." A prova documental jungida aos autos evidencia de plano o abuso de direito por parte da instituição financeira, cujo ato ilegal é renovado mês a mês, o que resulta em lesão irreparável ou de difícil reparação na medida em que coloca a 10 parte fragilizada da relação processual - no caso em tela, o autor - em extrema dificuldade financeira, porquanto, os juros abusivos cobrados e debitados de seu salário comprometem grande parte de sua única fonte de renda. Ademais, simples consulta ao sítio do Banco Central do Brasil demonstra a exorbitância da taxa de juros remuneratórios cobrado pela demandada e a média praticada pelo mercado, restando evidenciado a fumaça do bom direito e o perigo da demora. Verifica-se assim que a requerente nada mais deve, devendo assim ser dado baixa no contrato, visto que o valor ora pago já deu quitação da divida, nada mais assim devendo. No caso em tela a tutela específica pleiteada deverá determinar à demandada que se abstenha em continuar descontando do salário da parte requerente os escorchantes e abusivos juros contratuais, determinando-se sua imediata suspensão, sob pena de aplicação de multa diária astreintes a ser arbitrada por este juízo, nos termos da prerrogativa ditada pelo artigo 537, do Código de Processo Civil: “Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.” DOS REQUERIMENTOS Nos termos do art. 334, do novel CPC o autor manifesta desinteresse pela autocomposição consensual, vez que notória e de domínio público as frustradas tentativas de conciliação com a requerida neste Tribunal. Por todo o exposto, requer seja(m): 1. A concessão da tutela específica (art. 497, CPC) e fixação de multa diária astreintes em caso de não cumprimento da ordem judicial, pugna pela expedição de carta de citação no endereço acima fornecido; 2. Restituição das importâncias recebidas indevidamente e a mais, ou seja, acima da taxa média de mercado divulgada pelo BACEN, com a devolução em dobro das importâncias pagas, cujo valor será apurado em liquidação de sentença em razão de: 3.1) pendência da concessão de tutela para sustar os descontos mensais e sucessivos em conta bancária; 11 3. Condenada no pagamento de dano moral, na importância mínima de R$ 12.000,00 (doze mil reais); 4. Inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, por ser o autor a parte hipossuficiente da relação de consumo ou, em caso de entendimento diverso, requer provar o alegado por todos os meios de prova, inclusive oitiva de testemunhas, que serão oportunamente arroladas; 5. Condenada no pagamento das custas processuais, honorários advocatícios sucumbenciais em 20% sobre o valor da causa, bem como, das demais despesas a que der causa; 6. Após o trânsito em julgado da sentença, aplicação da multa do art. 523, CPC, em caso de não cumprimento voluntário da sentença, 7. O requerente é hipossuficiente, conforme se verifica da análise dos documentos juntados, razão pela qual não possui condições econômicas e nem financeiras de arcar com as custas iniciais e demais encargos processuais, sem o comprometimento de sua subsistência e de sua família, motivo pelo qual requer, nos termos preconizados no art. 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal, os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA. Dá-se à causa o valor de R$ 17.238,48 (DEZESSETE MIL DUZENTOS E TRINTA E OITO REAIS E QUARENTA E OITO CENTAVOS). Termos em que pede deferimento. Goiânia, 13 de Janeiro de 2020. Gustavo Silva OAB-GO nº 47.908 Jose Pereira Alkmin OAB-GO 40.050
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